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CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA PAULA SOUZA

FATEC – faculdade de tecnologia
Curso Superior de Tecnologia em Comércio exterior.

Yan Guilhon Pereira

Um panorama do mercado de transferência de jogadores de futebol

brasileiros menores de idade para a Europa

RESUMO
O presente artigo visa analisar o processo de desenvolvimento do mercado de transferência de
jogadores de futebol brasileiros menores de idade para a Europa, bem como os fatores que
ocasionaram o aumento das vendas de jogadores para ligas europeias. As mudanças inseridas no
futebol e as reformas fiscais, fizeram com que os atletas fossem mais valorizados e autônomos. No
mercado futebolístico internacional, o continente europeu se sobressai como um importante receptor,
atraindo uma crescente quantidade de jovens jogadores que são adquiridos por valores
extremamente elevados.

PALAVRAS-CHAVE: transferência de jogadores. comércio internacional. futebol brasileiro.

ABSTRACT
This article aims to analyze the process of development of the transfer market of underage Brazilian
soccer players to Europe, as well as the factors that caused the increase in sales of players to
European leagues. The changes inserted in soccer and the tax reforms have made athletes more
valued and autonomous. In the international soccer market, the European continent stands out as an
important receiver, attracting a growing amount of young players who are acquired for extremely high
values.

Translated with www.DeepL.com/Translator (free version)

Keywords: transfer of players. international trade. brazilian football.

Praia Grande
2024

1. INTRODUÇÃO

O futebol foi inventado há séculos, surgiu de forma gradual e recebeu

influências de várias culturas. Sendo assim, não é possível determinar uma origem e
um inventor específico. Mas de acordo com relatos antigos, teve influência de um
ritual chinês, chamado TsüTsü, A prática consistia em usar a cabeça de líderes de
tribos inimigas como bola, que deveria ser chutada para que se assimilasse a
inteligência e coragem do opositor (LAURA, 2021). No entanto, a formação do
futebol atual foi regularizada através dos ingleses que criaram a maioria das regras
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que regem o esporte atualmente, por meio da fundação da Football Association

(associação de futebol).

O esporte foi trazido ao Brasil em meados do século XIX, por meio de

Charles Miller, no qual realizou seus estudos na Europa onde entrou em contato
com o esporte. Quando retornou ao Brasil, em 1894, tentou implementar o jogo no
país, que de acordo com pesquisas contribuiu fortemente para a difusão da prática
como esporte e para a criação de clubes (LAURA, 2021).

O jogo passou por várias mudanças no país, no qual ocorreu um grande

aumento no número de praticantes e espectadores, que contribuiu para formação e
desenvolvimento de clubes e ligas de futebol. O esporte de alto nível e a economia
sempre estarão relacionados, principalmente quando se trata do futebol, pois de
acordo um estudo feito pela confederação Brasileira de Futebol (CBF) sobre o
impacto que o futebol brasileiro causa na economia do país. Foi apontado que o
futebol movimenta um total de R$ 55 bilhões na economia do país, o que representa
0,75% do total do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro, mostrando que R$ 38
milhões são de efeitos indiretos (CLAUDIA, 2022).

A movimentação econômica por meio de jogos acontece de diversas formas,

sendo por serviços de transmissão, apostas, patrocínios, jogos e eventos
relacionados. Ademais, um dos eventos relacionados de maior importância para o
desenvolvimento do trabalho é a transferência de jogadores, que ocorrem entre
clubes e ligas, para formação de times. A transferência de um jogador está
relacionada a um processo simples de compra e venda de um atleta de um time
para outro. Sendo assim, caracteriza-se como transferência de jogador quando um
atleta que já possui contrato com um determinado clube de futebol recebe o convite
para atuar em outro clube (LAURENTIZ, 2021).

O tema é de grande relevância para o crescimento do mercado e pouco

explorado no âmbito de comércio exterior, entretanto, o tema está diretamente ligado
ao comércio por gerar lucro, visto que o futebol é um negócio multibilionário que
movimenta grandes quantidades de dinheiro e, portanto, as transferências de
jogadores são cruciais para o funcionamento do mercado do futebol (FERNANDES,
2020). Compreender como essas transferências são negociadas, financiadas e
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concluídas pode ajudar a entender melhor como o mercado de futebol funciona e

como as equipes gerenciam seus recursos financeiros.
Este texto tem como objetivo abordar a transferência de jogadores de futebol
menores de idade do Brasil para as grandes ligas europeias. Serão descritos o
panorama geral e os procedimentos envolvidos nessas transferências, bem como
serão analisados os efeitos de políticas regulatórias sobre elas. Além disso, será
investigado o impacto das transferências na economia do esporte e na economia
local em torno dos clubes. Compreender esse processo é essencial para entender
como funciona o mercado de futebol e como as transferências de jogadores podem
afetar o lucro gerado em clubes e ligas, sendo possível ao fim desta pesquisa,
disponibilizar um conteúdo que contribua para um maior investimento no
desenvolvimento de novos jogadores e crescimento desse mercado.

2. REFERENCIAL TEÓRICO

2.1. A economia do futebol

A economia do esporte é um ramo relativamente novo do conhecimento,

mas ao decorrer dos anos tem passado por um enorme crescimento decorrente do
aumento de espectadores e investimentos, sendo o estudo da indústria do futebol
como um todo, incluindo todos os aspectos econômicos, financeiros, comerciais e
sociais relacionados ao esporte. Isso inclui a análise das finanças dos clubes de
futebol, das receitas e despesas da liga e das federações, dos salários dos
jogadores, dos efeitos do futebol na economia local e regional, das políticas
regulatórias, entre outros aspectos (PEREIRA e TERRA, 2004).
Conforme Bourdieu (1983) pelo ponto de vista econômico, os mercados
produtores e consumidores de espetáculos esportivos sofreram grandes
transformações desde que os ingleses inventaram o futebol moderno, que
inicialmente era praticado pela elite inglesa, sendo considerado apenas uma
atividade cultural típica da burguesia, mas com o surgimento do mercado
consumidor de espetáculos esportivos, a popularização da prática cria as bases para
a consolidação da indústria do espetáculo de futebol, ou seja, cria a demanda ou o
gosto de assistir aos jogos de futebol.
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De acordo com notícias recentes é possível observar a expansão do futebol

no Brasil. Na copa de 2014, o gasto total foi em cerca de R$ 38 bilhões de reais,
para construções de estádios e desenvolvimento do evento como um todo (MELLO,
2018). Entretanto, na Copa de 2022 o Qatar investiu 200 bilhões de dólares (1 trilhão
na cotação de abril de 2023) (KERR, 2022). Eventos como a copa geram muito lucro
para os desenvolvedores do projeto e para outros comerciantes envolvidos, não
sendo apenas os clubes e ligas que estão participando do torneio, mas todo o
conjunto de serviços que são relacionados ao evento, como por exemplo,
comerciantes próximos a estádios que aumentam o número de vendas em dia que
ocorrem partidas de futebol, pois, alguns espectadores se estabelecem nas cidades
próximas e consomem no local, gerando uma renda extra para vendedores locais
(SINARA BUENO,2022).
O mercado das casas de apostas tem sido objeto de estudo de diversos
pesquisadores ao redor do mundo, dada sua relevância econômica e social. No
Brasil, esse mercado tem crescido em ritmo acelerado nos últimos anos,
especialmente após a pandemia em 2020 por causa da COVID-19, impulsionado
pela paixão nacional, o futebol (GLOBO, 2021). Brenha (2022) destaca que
atualmente existem cerca de 450 sites de apostas esportivas ativos no país,
movimentando valores expressivos na ordem dos R$ 10 bilhões ao ano, tais valores
são obtidos através da compra de ativos financeiros, com a possibilidade de retorno
financeiro de até 5 vezes o valor inicialmente apostado, sendo este mais um dos
meios de renda proporcionado pelo futebol.
Ademais, dentro da economia do esporte, existem vários meios para
movimentar recursos, sendo as transferências de jogadores entre ligas e clubes o
sendo o foco desse trabalho, por ser um dos meios mais lucrativos, pois, muitos
jogares assinaram contratos de valores consideravelmente baixos e foram levados
para times onde tiveram um rendimento muito elevado, gerando lucro para os clubes
que detinham seu contrato (PEREIRA e SILVA, 2005).

2.2. Apostas

As apostas são um meio lucrativo relacionado aos esportes, as casas de

apostas de futebol não eram regulamentadas no Brasil, sendo assim, não havia leis
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específicas que as permitiam ou as proibissem. No entanto, desde 2018, uma lei foi
aprovada para regulamentar apostas esportivas no país, a Lei que regulamenta as
apostas esportivas no Brasil é a Lei 13.756/2018, que foi sancionada em dezembro
de 2018. Essa lei permite a oferta de apostas esportivas de quota fixa em
plataformas online, desde que as empresas obtenham uma licença e cumpram os
requisitos preestabelecidos pela autoridade regulatória responsável, a Secretaria de
Avaliação, Planejamento, Energia e Loteria do Ministério da Economia (SECAP). A
Lei também estabelece que parte da arrecadação gerada pelas apostas esportivas
deve ser destinada ao Fundo Nacional de Segurança Pública e ao Ministério do
Esporte.
Atualmente, as apostas em futebol no Brasil podem ser realizadas em casas
de apostas físicas e online, que oferecem uma variedade de opções de apostas em
jogos e campeonatos nacionais e internacionais. As apostas podem ser feitas em
uma série de mercados, incluindo o resultado do jogo, o resultado de cada tempo, o
número de gols marcados e muito mais tipos de jogos, que variam de acordo com
cada empresa (Cordeiro, 2022).
No entanto, vale ressaltar que ainda há desafios significativos na
regulamentação das apostas esportivas no Brasil, incluindo a falta de clareza em
relação a alguns aspectos da lei, como a tributação das empresas que operam no
mercado, e a necessidade de medidas mais efetivas para prevenir a manipulação de
resultados e proteger os apostadores contra o risco de vício e prejuízos

financeiros(GARCIA, 2021). De acordo com o professor Gustavo Assed, da

Faculdade de Direito de Ribeirão Preto (FDRP) da USP, outro problema é a

segurança dos sites destinados a esses jogos, esse acesso pode

comprometer o aparelho celular ou computador do usuário.

2.3. Transferências

De acordo com a FIFA, as transferências de jogadores no futebol ocorrem

quando um jogador é contratado por um novo clube, seja em uma transferência
definitiva ou em um empréstimo temporário. Essas transferências podem envolver
diferentes tipos de acordos entre os clubes e os jogadores, como o pagamento de
uma taxa de transferência, o pagamento de salários e bônus, e a inclusão de
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cláusulas contratuais específicas. As transferências de jogadores são um aspecto

fundamental do futebol profissional, já que permitem que os clubes reforcem seus
elencos e melhorem seu desempenho em competições locais e internacionais. Além
disso, as transferências de jogadores também têm um impacto significativo na
economia do esporte, gerando receita para os clubes envolvidos, os agentes e
intermediários, e outros setores relacionados ao futebol, como a mídia e as
empresas de apostas esportivas (DIEGO e SETTANI, 2019).

O processo de transferência e negociação de jogadores entre os principais

desenvolvedores de futebolistas da América Latina e a Europa ocorreu durante boa
parte do século XX. Todavia, esse processo intensificou-se no último período do
século anterior e, nos últimos anos, o número de transferências aumentou,
configurando uma verdadeira indústria de exportação de serviços especializados. A
crescente demanda de transferências de jogadores brasileiros para o exterior é
produto de vários fatores, a saber: a empregabilidade do mercado do interno;
crescente busca de clubes estrangeiros com maior aporte financeiro; a relação
investimento/ lucro na importação desses serviços especializados; a formação de
um corpo de empresários ávidos a realizar negócios nos diferentes países,
credenciados ou não pela FIFA; e o mecanismo de solidariedade criado pela FIFA 1,
no ano de 2001 (BERNARDES et al., [s.d.]).

O mercado de transferências é muito ativo, de acordo com dados fornecidos

pelo transfer markt em abril de 2023, site especializado em transferências e valores
de mercado do futebol, sobre transferências de jogares que ocorreram envolvendo o
Brasil, durante os meses de julho e agosto de 2022, foram efetuadas 158
transferências, sendo que aproximadamente 29 % dessas transferências foram
feitas do Brasil para o exterior. Ademais, o maior valor encontrado entre esses
contratos foi a compra do jogador Éverton que veio do Benfica de Portugal, por € 14
milhões de euros (sendo aproximadamente R$ 72 milhões de reais, na cotação de
abril de 2023) para o Flamengo. Elas ocorrem para alternar a formação dos times,
buscando um melhor desempenho durante os jogos.

1
De acordo com Azevedo (2022) o mecanismo de solidariedade da Fifa é uma forma de compensar
os clubes pela formação de atletas, de modo que a cada transferência internacional do jogador, o
clube formador possa receber até 5% do valor.
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Além disso, essas transferências ocorrem através de contratos legais que

regulamentam a compra e venda desses jogadores, o contrato pode variar um pouco
entre um negócio e outro, mas alguns dos pontos cruciais são as informações do
clube contratante, do atleta, o objetivo do contrato, as obrigações do atleta,
obrigações do clube de futebol, a remuneração estabelecida, duração do contrato,
cláusula de rescisão, a multa no caso de quebra dos termos, as condições gerais e o
foro (cláusula que estabelece o local onde as partes envolvidas no contrato deverão
resolver eventuais disputas que possam surgir em relação ao contrato) (HENRIQUE,
JORGE., 2015).

2.4. Lei Pelé

A Lei nº 9.615, de 24 de março de 1998 conhecida como lei Pelé, que

regulamenta a organização e o funcionamento do esporte no Brasil, trazendo
alterações significativas para as leis relacionadas ao esporte. No ano de 1997, Pelé,
o ex-jogador de futebol e então, ministro extraordinário dos Esportes, enviou o
projeto de Lei ao Congresso Nacional. No qual, pedia pela restauração do controle
do estado sobre as entidades esportivas e reforça a lógica de um Estado financiador
da política esportiva centrada nas entidades esportivas com personalidades jurídicas
de direito privado (CASTELLANI, 2008).

A Lei Pelé trouxe mudanças significativas para o esporte brasileiro, em especial no

que se refere ao futebol, alguns dos principais pontos que a lei aborda são:

 Criação do Conselho Nacional do Esporte: órgão responsável por definir as

diretrizes e políticas públicas para o esporte no Brasil.
 Criação da Agência Brasileira de Controle de Dopagem (ABCD): órgão responsável
por fiscalizar e controlar o uso de substâncias dopantes no esporte brasileiro.
 Regulamentação do Clube Empresa: possibilidade de os clubes esportivos se
organizarem como empresas, permitindo a captação de recursos de forma mais
eficiente e aumentando a transparência na gestão.
 Criação do passe livre: extinção do chamado "passe", que dava ao clube
empregador o direito de manter o jogador sob contrato mesmo após o término do
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período inicial. Com o passe livre, os jogadores passaram a ter mais liberdade para
escolher seus clubes.
 Estabelecimento de direitos de imagem: garantia de que os atletas possam receber
uma remuneração diferenciada por sua imagem, sem ser afetados pelo teto salarial
do clube.
 Regulamentação dos direitos de transmissão: definição de regras para a negociação
dos direitos de transmissão dos jogos, evitando conflitos entre os clubes e as
empresas de mídia.

Durante os primeiros anos de vigência, houve algumas alterações para que

pudessem ser adequadas as partes mais polêmicas e contraditórias da lei. Ademais,
os jogadores ganharam mais autonomia e liberdade, após o fim da Lei de Passe que
era um sistema que vigorou durante muitos anos, no qual os clubes tinham o direito
de manter o contrato com o jogador mesmo após o término do período inicial. Isso
significava que os jogadores não podiam se transferir para outro clube sem a
autorização do clube atual, que poderia exigir uma compensação financeira para
liberá-lo. (DOURADO; OLIVA; ALVES, 2020).
Entretanto, com o fim da Lei de Passe procurando evitar grandes prejuízos
na parte financeira dos clubes, bem como forma de incentivo ao trabalho de
formação de jogadores nas categorias de base, a Medida Provisória n° 2.141 foi
editada em 24 de março de 2001, e reeditada pela Medida Provisória n° 2.142-2, no
dia 22 de maio do mesmo ano, a fim de promover modificações importantes na Lei
Pelé, um desses meios foi a indenização por formação (BRAGA, 2001).

a indenização por formação estabelece que os clubes formadores têm direito

a uma indenização quando um jogador profissional é transferido para outro clube
antes do término do seu contrato de formação, com a ideia de compensar os clubes
formadores pelos investimentos que fizeram na formação e desenvolvimento do
jogador, e incentivar a formação de novos talentos no país (BRAGA, 2001).
Ademais, os atletas passaram a se tornar profissionais cada vez mais cedo, pois a
idade mínima para um jogador tornar-se profissional mudou de 18 para 16 anos,
sendo importante a valorização da formação de base (DOURADO; OLIVA; ALVES,
2020).
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Sendo assim, a Medida Provisória objetivava assegurar o retorno financeiro

dos times com os gastos na formação dos jogadores, permitindo, através de
indenizações limitadas a um valor variável, a modernização dos vínculos
empregatícios na área e o investimento na criação de novos atletas (BRAGA, 2001).
Mesmo com essa alteração na lei, os atletas passaram a ser mais autônomos
quanto a escolha de seus clubes por não ficarem presos aos contratos, a Lei Pelé
representou um avanço para o futebol brasileiro, contribuindo para a modernização
do esporte e a consolidação das leis esportivas que tornaram mais claro e
transparente a parte financeira dos clubes (MATTOS, 2022).

A alteração na economia mundial e a transição do esporte para um produto

da indústria de entretenimento durante a crescente globalização são resultados da
modernização do futebol que ocorreu a partir da década de 1990, todas essas
questões foram importantes para atingir a transparência nos comércios entre os
times e nas relações entre clubes e jogadores (DOURADO; OLIVA; ALVES, 2020).

2.5. artigo 19 do Regulamento sobre o Status de Transferência de

Jogadores da Fifa

De acordo com o artigo 19 do Regulamento sobre o Status de Transferência

de Jogadores da FIFA, é proibida a transferência internacional de jogadores
menores de 18 anos, a menos que, o jogador em questão esteja se mudando para o
país do novo clube por razões não relacionadas ao futebol, o jogador tem mais de
16 anos e muda-se dentro do território da UE/EEE, quer o jogador, quer o clube
encontram-se a menos de 50 km das fronteiras comuns, e sendo a distância entre
ambos inferior a 100 km, o jogador regista-se pela primeira vez e residiu
continuamente nos últimos cinco anos no país onde se pretende registar antes do
seu pedido, o jogador é um estudante de intercâmbio que segue um programa
académico no estrangeiro ou o jogador muda-se por razões humanitárias sem os
pais.
Essa restrição foi introduzida para proteger e evitar que os jogadores
menores de idade sejam transferidos para clubes em outros países de maneira
inadequada ou desrespeitosa, sem a devida proteção, sem considerar seu bem-
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estar e desenvolvimento educacional, assistência médica e familiar. A FIFA tem o

poder de impor sanções severas, incluindo proibições de transferência, a qualquer
clube que viole esta regra (ESPN, 2015).
No entanto, existem exceções a essa regra, como a possibilidade de um
jogador menor de idade ser transferido dentro da União Europeia (UE), desde que o
jogador tenha entre 16 e 18 anos e o acordo atenda a certas condições 2. Além disso,
os clubes podem receber permissão especial da FIFA em casos excepcionais, como
quando um jogador menor de idade precisa se mudar com sua família para outro
país por razões não relacionadas ao futebol (FIFA, 2023).

3. ELABORAÇÃO E EXPLORAÇÃO DA TEMÁTICA

De acordo com Hofman (2016), as cinco grandes ligas europeias são as

ligas da Inglaterra, Espanha, Alemanha, Itália e França. Posto isto, foram

selecionados cinco jogadores de futebol que foram transferidos de times brasileiros
para ligas europeias, sendo que três jogadores transferidos para liga espanhola e
dois jogadores transferidos para liga inglesa.

Jogadores de futebol que foram transferidos de times brasileiros para ligas

europeias
jogadores transferidos para liga
Time remetente Time destinatário Quantia paga
espanhola
Vinicius Junior Flamengo Real Madrid € 45,00 mi.
Rodrygo Santos Real Madrid € 45,00 mi.
Endrick Palmeiras Real Madrid € 35,00 mi.

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De acordo com a FIFA para que um jogador seja transferido dentro da União Europeia, é
necessário que ele tenha um contrato que permita a transferência, que os clubes envolvidos cheguem
a um acordo sobre os termos da transferência, que o jogador tenha a documentação necessária para
trabalhar na UE, que a transferência esteja em conformidade com as regras da FIFA em relação a
transferências de jogadores e que os clubes envolvidos cumpram todas as leis trabalhistas e fiscais
da UE.
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jogadores transferidos para liga

Time remetente Time destinatário Quantia paga
inglesa
Gabriel Martinelli Ituano FC Arsenal € 7,10 mi.
Gabriel Jesus Palmeiras Manchester City € 32,00 mi.
Fonte: autor próprio

3.1. Jogares que foram transferidos de times nacionais para times da

liga espanhola

3.1.1. Vinicius Junior

Vinicius José Paixão de Oliveira Junior, conhecido como Vinicius Junior, é

um jogador de futebol brasileiro que atualmente joga pelo Real Madrid, nascido em
2000, iniciou sua carreira jogando no Flamengo. Começou no Clube de Regatas do
Flamengo sub-20, e em 8 de maio de 2017, foi transferido para o time principal do
Flamengo (MOREIRA, 2018). Ademais, em menos de um ano, em 12 de julho de
2018, foi transferido por 45 milhões de euros para o Real Madrid CF, um time da liga
espanhola, sendo que seu valor de mercado na época em que foi transferido era de
35 milhões de euros e atualmente seu valor de mercado houve um aumento
considerável chegando ao valor de 120 milhões de euros. Este valor foi atualizado
em 7 de novembro de 2022 (TRANSFERMARKT, 2023).
GRÁFICO 1: Desenvolvimento do valor de mercado do Vinicius Junior (milhões de
euros)
FONTE: TRANSFERMARKT,
2023

O desenvolvimento de valor de mercado de um jogador de futebol é uma

avaliação do seu potencial de mercado com base em seu desempenho atual e em
seu potencial futuro. Esse valor de mercado pode ser influenciado por uma
variedade de fatores, como idade, habilidades técnicas, histórico de lesões,
performance em campo, exposição na mídia, potencial de venda futura, entre outros
(DANA, 2018).
Normalmente, clubes de futebol e agências especializadas em gestão de
carreira de jogadores utilizam metodologias próprias para estimar o valor de
mercado dos jogadores. O valor de mercado é importante para a negociação de
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contratos, renovações de contrato, transferências entre clubes, negociações de

patrocínio e outras transações financeiras que envolvem jogadores de futebol
(GARDINER, 2017).

3.1.2. Rodrygo

Rodrygo Silva de Goes é um jogador de futebol brasileiro que atualmente

joga pelo Real Madrid, nascido em 2001, Rodrygo começou sua carreira nas
categorias de base do Santos, onde se destacou e logo chamou a atenção de
grandes clubes europeus. Em 2019, ele assinou um contrato de seis anos com o
Real Madrid, por um valor de transferência estimado em 45 milhões de euros, mas
Valor de mercado na altura da transferência era de 40 milhões de euros (SANTOS,
2018). Desde então, Rodrygo tem se destacado como uma das promessas do
futebol mundial, ele também já se tornou um jogador importante na seleção
brasileira sub-23, seu valor atual é de 80 milhões de euros atualizado em 7 de
novembro de 2022.

GRÁFICO 2: Desenvolvimento do valor de mercado do Rodrygo (milhões de euros)

FONTE: TRANSFERMARKT, 2023

3.1.3. Endrick

Endrick Felipe Moreira de Sousa, nascido em 2006, é um jogador do

palmeiras atualmente (03/2023), entretanto, Endrick está encaminhado ao Real
Madrid, com um contrato de 35 milhões de euros que irá transferi-lo para a liga
espanhola ao completar 18 anos que acontecerá em 2024 (ESPN, 2023). De acordo

com as regras da FIFA (Federação Internacional de Futebol), um jogador de futebol

só pode ser transferido para outro país quando atingir a idade de 18 anos, exceto
em algumas exceções específicas. Isso é conhecido como a "regra da proteção do
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menor" e tem como objetivo proteger os jovens jogadores de serem explorados e

prejudicados em sua educação e desenvolvimento físico e emocional.

GRÁFICO 3: Desenvolvimento do valor de mercado do Endrick (milhões de euros)

FONTE: TRANSFERMARKT, 2023

3.2. Jogares que foram transferidos de times nacionais para times da

liga inglesa

3.2.1. Gabriel Martinelli

Martinelli nasceu em Guarulhos, São Paulo, em 18 de junho de 2001, ele começou

sua carreira jogando nas categorias de base do Ituano F.C., um clube de futebol
brasileiro, mas com 16 anos foi transferido para a equipe principal do Ituano
(MENEZES, 2022). Em julho de 2019, o Arsenal F.C. contratou Martinelli por uma
taxa de transferência de cerca de € 7,10 milhões de euros, sendo na altura da
transferência ele não tinha valor de mercado declarado, mas após entrar no Arsenal
chegou ao valor de € 70 milhões de euros (última alteração foi em 16/03/2023)
(TRANSFERMARKT, 2023).
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GRÁFICO 4: Desenvolvimento do valor de mercado do Martinelli (milhões de euros)

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FONTE: TRANSFERMARKT, 2023

3.2.2. Gabriel Jesus

Gabriel Jesus é um jogador de futebol profissional brasileiro, nascido em

São Paulo em 3 de abril de 1997, Gabriel Jesus começou sua carreira no futebol nas
categorias de base do Palmeiras, onde se destacou rapidamente e foi promovido à
equipe principal em 2015. Ele jogou pelo Palmeiras por dois anos, marcando 28 gols
em 83 jogos e ajudando o clube a conquistar o título do Campeonato Brasileiro em
2016 (EDUARDO, 2022).
Em janeiro de 2017, Gabriel Jesus foi contratado pelo Manchester City por
uma taxa de transferência de cerca de € 32 milhões de euros, sendo que seu Valor
de mercado na altura da transferência era de € 16 milhões de euros e em novembro
de 2022 seu preço de mercado chegou a € 75 milhões de euros
(TRANSFERMARKT, 2023). No mesmo ano de 2022, Gabriel Jesus deixou o
Manchester City e foi contratado pelo Arsenal em uma transferência que custou £ 45
milhões de libras, o equivalente a aproximadamente R$ 289 milhões no momento da
transação, ele assinou um contrato com o clube londrino até junho de 2027 e foi
nomeado como o novo camisa 9 da equipe (EDUARDO, 2022).
GRÁFICO 5: Desenvolvimento do valor de mercado do Gabriel Jesus (milhões de
euros)
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FONTE: TRANSFERMARKT, 2023

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES

De acordo com os gráficos de desenvolvimento do valor de mercado, houve

um aumento considerável no valor de mercado dos jogadores após as transferências
para ligas estrangeiras, ademais, entre os cinco casos de transferência de jogadores
citados neste trabalho, quatro delas foram negociadas com valor de contrato acima
do preço de mercado.
Os resultados da pesquisa destacam a importância da formação de base na
economia do futebol e na movimentação de jogadores. A alta demanda por
jogadores talentosos nessas ligas levou a um aumento significativo nos valores das
transferências. Além disso, a análise dos dados sugere que as reformas fiscais
tiveram um impacto positivo na facilidade das transferências, permitindo uma maior
flexibilidade para clubes e jogadores em suas negociações, o que de acordo com o
gráfico de evolução da saída de jogadores do futebol brasileiro, desde 2005 teve um
aumento sem quedas até 2008.

Evolução da saída de jogadores do futebol brasileiro

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Quadro 2.2 - Evolução da saída de jogadores do futebol brasileiro (Fonte: Jornal Correio Braziliense,
caderno de esportes, páginas 38 e 39, Brasília, 1º de fevereiro de 2009)

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente trabalho possibilitou avaliar uma perspectiva do mercado de

transferências de jogadores de futebol brasileiros menores de idade para clubes
europeus. O objetivo inicial era demonstrar, no âmbito do mercado, o panorama e o
trâmite que envolve a transferência de jogadores de futebol menores de idade do
Brasil para grandes ligas europeias (espanhola e inglesa), visto que a procura por
jogadores brasileiros aumentou.

Para avaliar o desempenho do projeto, definiu-se quatro objetivos

específicos, o primeiro, descrever o panorama geral da transferência de jogadores
de futebol brasileiros para grandes ligas europeias, para visualizar quais são as ligas
mais procuradas e o valor oferecidos pelos jogadores. O segundo, identificar os
procedimentos que envolvem a transferência de jogadores menores de idade, como
as condições necessárias para o contrato ser válido e as condições em que um
jogador menor de idade pode ser transferido antes dos 18 anos. O terceiro e quarto,
analisar os efeitos de políticas regulatórias e investigar o impacto das transferências
de jogadores de futebol na economia do esporte, pois ao decorrer da pesquisa foi
observado que as reformas fiscais tem impacto direto no aumento das
transferências, por terem tornados os contratos mais flexíveis, aumentando o
interesse dos clubes em investir em novos jogadores.

Após a realização das análises observou-se que o mercado do futebol tem

um alto rendimento, o que vai de encontro com as hipóteses sugeridas ao começo
do trabalho, que propõe que a valorização de jogadores menores de idade cresce a
partir do momento em que este negócio mostra-se ser um mercado rentável, que
ocorreu com as reformas fiscais e com o melhor desempenho das formações de
base. Há uma necessidade de que estudos posteriores sobre o tema sejam
desenvolvidos, principalmente ao que se refere ao motivo desses jogadores não
ficarem em clubes nacionais.

6. REFERÊNCIAS
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AIDAR, L. A história do futebol e quem trouxe o esporte para o Brasil. Disponível em:
https://www.ebiografia.com/a_historia_do_futebol_e_quem_trouxe_o_esporte_para_o_brasil/

ANDRADE, MARIA. Gabriel Jesus: quem é o jogador do Brasil na Copa do Mundo 2022.
Disponível em: <https://www.opovo.com.br/copa-do-mundo-2022/2022/12/02/gabriel-jesus-
quem-e-o-jogador-do-brasil-na-copa-do-mundo-2022.html>. Acesso em: 24 abr. 2023.

BOURDIEU, P. Questões de Sociologia. Rio de Janeiro, Ed. Marco Zero Ltda., 1983.

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