Imagine se você tivesse acesso ao que o eleitor do futuro pensa.

O eleitor médio de um futuro não

muito distante, 12 anos à frente: em 2030. Esse eleitor do futuro olha para o passado, como se
estivesse lendo um livro de história. E ele quer acelerar aquele passado. Como se pudesse dar dicas
fundamentais para os que querem mudar a política em 2018. Que querem fundar uma política própria
deste Século XXI: atualizada, moderna e conectada com o cidadão - como nunca. O texto abaixo é, de
maneira simbólica, uma mensagem desse eleitor do futuro.

PARA QUEM É ESSE LIVRO?

Aqueles que exercem um mandato político nos poderes executivos e legislativos,

quem assessora políticos, quem quer se tornar político, todos aqueles que se
interessam por política,

inovacivico crisferri/inovacivico cristianoferri

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 O QUE ESTÁ VELHO NA
FORMA COMO SE FAZ E SE
COMUNICA NA POLÍTICA
Não vamos negar: a credibilidade da classe política está cada
vez pior. E isso não é só um fenômeno brasileiro. Acontece
praticamente em todo mundo. As pessoas não acreditam mais
tanto nos políticos. Acham que são tudo farinha do mesmo
saco; não importa o partido.
Na minha opinião, isso acontece porque velhas práticas
políticas não têm mais lugar no mundo de hoje. Velhos hábitos
políticos foram criados há décadas, alguns há séculos
quando tudo era muito diferente. Agora temos uma sociedade
muito mais informada, interativa, conectada e tecnológica.
Com isso, o que está por trás de velhas práticas políticas é
bem mais percebido pelos cidadãos. Eu dou alguns exemplos
de velhas práticas políticas
ACHAR QUE, POR TER O DOM DA
PALAVRA, PODE-SE MANIPULAR
O POVO POR MUITO TEMPO.
Nos meus 25 anos de experiência com parlamentos e política,
já conheci vários perfis de parlamentares no Brasil e no
mundo. De forma geral, posso dizer: seja qual for o caminho
político escolhido, parlamentares se expressam bem, alguns
muuuuito bem. São comunicadores natos. E por ter esse dom
ou habilidade, muitos parlamentares falam que fazem isso e
aquilo, e parece para os que estão ouvindo, que realmente
fizeram o que disseram.
1
Mas isso está caindo por terra, pois todos os fatos, as reais
ações dos parlamentares, estão sendo mapeados, observados,
identificados. Não há como fugir da Era da Transparência.
Tudo já está bem transparente e está ficando cada vez mais. É
um movimento muito acelerado e sem volta.
Dou outro exemplo de velha prática política que deve de ser
banida.
APOIAR DETERMINADOS GRUPOS DE
INTERESSE NO MANDATO SEM QUE O POVO
SAIBA QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO ISSO.
Veja: um parlamentar foi eleito para defender certos
interesses, de acordo com uma agenda política e legislativa
com a qual se comprometeu publicamente no período eleitoral.
Não tem nada de errado defender interesses dos grupos X ou
Y. O que não tem espaço mais, no mundo de hoje, é defender
tais interesses sem que isso fique claro para os cidadãos
da sua região. Eu conheço um conjunto muito grande e
crescente de inovadores, muitos deles jovens, e especialistas,
trabalhando em ferramentas que estão mapeando tudo o
que os parlamentares estão fazendo. Apenas para citar um
exemplo. Há um grupo de hackers da transparência legislativa,
que se chama Serenata de Amor. Por meio do cruzamento de
dados legislativos, utilizando inteligência artificial, eles
sabem identificar quando o parlamentar está gastando a
verba de gabinete para alimentação de maneira errada. Tudo,
absolutamente tudo, que o parlamentar faz, será mapeado, se
já não está sendo.
Aqui mais uma velha prática política que está com os dias
contados.
 ACHAR QUE FAZER
PUBLICIDADE DO MANDATO É O
MESMO QUE TRANSPARÊNCIA.
Sabemos que, no campo político, fazer projetos - sem sua
divulgação -, afeta muito seu impacto na sociedade. Claro que
temos de unir o agir com o comunicar. Infelizmente, “botar
ovos sem cacarejar”, como dizia o velho ditado, significa que
ninguém ou poucos vão ficar sabendo dos nossos feitos. E
o político precisa que o maior número de pessoas saiba o
que “de bom” está fazendo, pois precisa prestar contas do
seu mandato, pensando ainda apenas do ponto de vista do
benefício que a transparência lhe dá.
No entanto, políticos mal-intencionados exageram na “mágica”
dos recursos audiovisuais para aparentar algo que não são,
vender feitos que não foram efetivamente realizados. É hora
de acabar com o marketing vazio. Divulgar e dar transparência
para o mandato, sim. Fazer publicidade vazia, não.
um programa que ajuda os deputados federais a construírem
algumas leis com a participação direta de qualquer cidadão. É
o Programa e-Democracia, instituído em 2009.
Parlamentares municipais, estaduais e federais do Brasil e de
outros países me procuram querendo conhecer tais práticas.
E eu passo uma boa parte do meu tempo repassando isso.
Por isso, decidi compartilhar essas ideias de boas práticas
para outros interessados. Descobri que há muita pouca
informação sobre inovação em mandatos políticos. Assim,
vou mostrar aqui algumas dessas ideias e novas atitudes
para auxiliar quem quiser fazer uma NOVA política. E assim
resgatar a credibilidade perdida e preparar nosso país para os
emergentes e atuais desafios do Século XXI.

E COMO RESOLVER ESSES PROBLEMAS? “ SEJA UM DOS PRIMEIROS

A FAZER A NOVA POLÍTICA:
“
Trocando velhas por novas práticas políticas. Meu trabalho DESTAQUE-SE AGORA ONDE
nos últimos anos têm sido observar, identificar e também criar
tais novas práticas, além de auxiliar parlamentares, assessores
POUCOS TÊM ESSA VISÃO
parlamentares e funcionários de legislativos a incorporá-
las na sua rotina. Quando vejo alguma prática parlamentar
inovadora, eu a identifico e a registro. Algumas outras, eu
ajudei a criar. Por exemplo, criamos na Câmara dos Deputados

2
 PASSO 1:
A PUBLICIDADE POR MEIO
DA TRANSPARÊNCIA

3
 O mundo do Século XXI está em plena e incessante 2. Não exagere na plástica.
transformação. A sociedade de hoje está bastante conectada.
Tem acesso a informação sobre políticas públicas, usa • Ninguém quer ver o político acordando com cara
ferramentas de interação que a permite se expressar como amarrotada de manhã, pois sabemos que “beleza é
fundamental”. Mas a maquiagem da comunicação
nunca antes, assim como se mobilizar em função de causas
política, principalmente realizada em programas de TV
e interesses. Com isso, está muito mais preparada para
e no mundo digital, já está bem desgastada. As pessoas
acompanhar o mandato político, assim como para contribuir
querem conhecer o seu lado ser humano normal, não
de maneira sistemática ou pontual em algumas das funções
apenas o político. Demonstre autenticidade, sendo mais
parlamentares. natural.
Por isso, os políticos de hoje devem comunicar o que fazem e
como atuam, mas de maneira autêntica e íntegra. Geralmente 3. Transforme a transparência em oportunidade de inovação.
transparência é vista para muitos políticos como algo
a ser evitado, que vai incomodar, gerar problemas para • Não pense em transparência como obrigação e, sim,
seu trabalho. É aí onde reside o erro. Além dos benefícios como oportunidade de inovar no mandato.
próprios de exercer uma atuação com ética, a transparência
também é uma ótima oportunidade de conduzir o mandato 4. Seja um dos primeiros: destaque-se agora onde poucos
de forma inovadora, conectada com os tempos de hoje. É têm essa visão.
nesse momento que se ganha natural e positiva publicidade.
De maneira sintética, descrevo aqui os cinco princípios que
• Melhor ser exemplo e referência, do que ficar atrasado
podem nortear a transparência política:
(muito cobrado) em um processo irreversível.

1. Transparência não significa mostrar tudo o tempo todo.

5. Transparência é uma forma eficiente de visibilidade.
• Não quer dizer que o político deve apenas mostrar “o
que é bom e esconder o que é ruim”. Não, definitivamente.
Mas o grau de transparência pode ser crescente até
o limite do que é possível. Há momentos, no entanto,
que a transparência não vai ser recomendável, por
uma questão de estratégia política (ex. proteger o
anonimato de testemunha importante em processo de
fiscalização e controle) ou de segurança maior do
Estado, em casos muito excepcionais e bem justificados.
• Quem exerce o mandato de forma transparente e
autêntica, recebe uma espécie de “marketing natural” do
seu trabalho, principalmente se virar referência. Isso
será mais possível se souber inovar com espontaneidade,
que é quando os fatos políticos ocorrem sem aparente
objetivo eleitoral.

4
 PASSO 2:
CONTEÚDO: O QUE O
POLÍTICO DEVE MOSTRAR?

5
 Aqui está a cereja do bolo. As pessoas têm várias ideias DUAS DICAS IMPORTANTES DE CONTEÚDO:
preestabelecidas sobre os políticos. É comum se ouvir:
• Promover informação de utilidade pública. Ex: “Você sabia
• Político trabalha pouco. que recentemente foi aprovada uma lei aqui na Assembleia
• Político é tudo corrupto. Legislativa que gera tal direito”.
• Não ouve a população. • Elemento educativo. Explique como funciona o órgão
• Só faz o que lhe interessa. onde está situado (prefeitura, secretaria, câmara) e o seu
• É bom de falação, mas não de ação. mandato.
• Promete, mas não cumpre.

Mesmo o político que é sério, honesto e comprometido com o

trabalho sofre com a má fama atual da classe política.
O político que não incorre nessas práticas maliciosas pode
adotar algumas práticas de comunicação para se “descolar”
dessas marcas. Um passo muito importante nessa direção é

“
produzir conteúdos nas suas mídias sociais para mostrar
que esses ditames não se aplicam a ele. Como assim? Que ENVOLVA A SUA REDE NO
conteúdos? MANDATO DE MANEIRA
As pessoas entendem pouco sobre a prática da política no
dia a dia. Na verdade, grande parte das pessoas não sabem o
que o Poder Legislativo faz. Explicar o que um parlamento
CONTÍNUA. TEM MUITA GENTE
DISPOSTA A COLABORAR.
“
tem competência para fazer e, consequentemente, o que
um parlamentar pode executar, agrega muito valor para o
cidadão. E ajuda a desconstruir esses tabus criados por
maus políticos e que contaminam toda a classe política. Esses
conteúdos podem ser vídeos explicativos da rotina política.

6
 PASSO 3:
COMECE COM UM
PILOTO DE INOVAÇÃO

7
 Não acredito em um modelo definido de política aberta e
digital. Acho que existem vários caminhos, desde que (sempre)
baseados em alguns princípios essenciais (transparência,
participação e ética). E no mundo de hoje, com tanta
informação e ferramenta disponível, o que faz a diferença
são a criatividade e a capacidade de iniciativa de cada um.
Como se começa? Fazendo testes. Por isso, vale muito a
pena realizar pilotos com experiências inovadoras de
abertura. Assim, o político, sua equipe e os cidadãos vão se
acostumando aos poucos com aquele novo processo. Aqui
cito uma experiência de transparência bastante interessante
e relativamente fácil de se implementar. Serve de inspiração
para quem quiser. Muitas outras podem ser inventadas ou
adaptadas a partir deste exemplo, o da agenda aberta.
AGENDA ABERTA
1. Visão da floresta: divulgar a agenda.
• Publicar na Internet os compromissos de maneira a
informar bem os cidadãos que acompanham o trabalho
político. Mas não estou falando daquela divulgação de
fotos de participação em eventos e reuniões. Isso não
cola, é chato, superficial e antiquado. As pessoas querem
ter informações mais detalhadas sobre sua agenda. Então
publique a agenda do mês inteiro, por exemplo.
8
2. Visão particularizada de algumas árvores: o político
pode divulgar encontros e reuniões específicas com mais
detalhes. Em outras palavras, vale a pena selecionar
algumas reuniões para se divulgar com antecedência e
transmitir ao vivo aquela reunião na internet (se se sentir
bem em fazendo isso). Essa reunião deve conter alguns
elementos:
• O que se vai discutir. Qual é o problema a ser conversado
neste encontro?
Ex. Faltam professores de qualidade na cidade
• Com quem?
Ex. encontro com líder comunitário
(uma associação de pais)
• O que se pode fazer? O que se espera que o político faça?
Ex: um discurso, apresentar projeto de lei,
marcar uma reunião com o secretário de educação
3. (agora vem algo muito importante): chame os cidadãos
para PARTICIPAR desse momento.
4. Pergunte aos cidadãos que estão assistindo o encontro:
“O que você acha que eu devo fazer?”
5. Após sua ação (seja ela qual for), divulgue os resultados
6. Envie para a lista de e-mails, ou para o grupo de WhatsApp,
ou grupo no Facebook (que você ou alguém criou) para que
os interessados sejam informados do resultado daquele
encontro. Assim, se fecha o ciclo, ganha confiança
daquele grupo e fortalece a sua rede de apoio.
 PASSO 4:
ORGANIZE SEU CONTEÚDO
DE MANEIRA CRIATIVA

9
 Como vimos no começo deste e-book, um dos grandes
problemas de parlamentares antiquados é a falta de coerência
entre o que ele FALA (e promete) e o que ele realmente FAZ. Se
você quer se diferenciar e ser um político(a) modernizado(a),
aberto(a) e que trabalha com redes, seria importante que
você comunicasse muito claramente no seu portal que o
que você fala está conectado com o que você faz. Seria uma
grande prova de coerência, algo raro entre políticos atuais.
Por isso, sugiro que crie duas sessões no seu portal: O QUE
FALO e O QUE FAÇO.
O QUE SE FALA:
• Organize os discursos, pronunciamentos e falas menores
de maneira temática. As pessoas geralmente procuram
conteúdos nos temas de seu interesse. Então, se há ações
na área da saúde, organize suas falas nesse assunto, de
acordo com títulos bem específicos. Por exemplo: saúde
da criança, uso de SUS para tratamento de câncer, etc.
• Deixa os áudios disponíveis no seu website para download.
Assim, rádios e blogueiros podem baixar e inserir sua
fala em alguma reportagem. Sempre sintetize em poucas
palavras escritas (5 linhas, por exemplo) cada áudio que
você disponibiliza.
10
• Se tiver recursos tecnológicos para isso, crie visualizações
de dados sobre seus discursos de maneira a facilitar seu
acompanhamento pelos cidadãos. Aqui alguns exemplos
nesse sentido. Perceba que tais ferramentas a seguir
são desenvolvidas em software livre e tem licença para
livre uso, ou seja, você pode usá-las para incluir seus
discursos. No entanto, precisará de alguém especializado
em tecnologia para essa tarefa:
• Retórica Parlamentar: http://retorica.labhackercd.net/
• Assim, facilita-se a observação do cidadão quanto ao seu
trabalho real.
O QUE SE FAZ:
• Organize também as informações sobre como você vota e
os projetos que apresenta, principalmente por tema.
• Apresente justificações bem explicadas, com vídeos
didáticos e infográficos.
“ COMUNICAR DE MANEIRA MODERNA
SOBRE POLÍTICA TEM MUITO A VER
COM EDUCAÇÃO CÍVICA. COMUNIQUE
INFORMANDO E ENSINANDO:
SEMPRE DE MANEIRA ÍNTEGRA.
“
 PASSO 5:
MONTE SUA ESTRATÉGIA DE
COMUNICAÇÃO NAS REDES SOCIAIS

11

Bom, aqui está um dos principais desafios. Como definir
uma estratégia de uso de redes sociais? É possível estar
em todas, ou nas principais plataformas de redes sociais?
Ou é preferível investir principalmente em uma delas? Não
pretendo responder tais questões aqui neste e-book, pois
demandam respostas, de certa forma, complexas. Mas dou
algumas dicas sobre as principais plataformas.
YOUTUBE
• Repositório principal dos seus conteúdos de vídeos. Crie
seu canal.
• Excelente canal para construir autoridade e credibilidade.
As pessoas inscritas no seu canal passam a lhe assistir
como se fosse um programa de TV.
• Uma boa plataforma para publicar vídeos com informações
de utilidade pública.
• Os nativos digitais (abaixo dos 25 anos) adoram Youtube.
• As recomendações de vídeos do Youtube fazem com que
o usuário navegue em conteúdos mais ligados ao seu
interesse.
12
FACEBOOK (Crie uma página de seguidores)
• Pode funcionar mais como um diário. No entanto, use com
moderação.
• Live do Facebook é bacana para ações ao vivo: ex:
flagrantes do seu trabalho ou reuniões.
• Tipo de audiência específica: facebook tem uma faixa etária
que varia entre 25 a 50 anos. Os nativos digitais (abaixo
dos 25 anos) não gostam do Face.
• Bom para fazer campanhas sobre algum projeto ou causa.
• Na fan page, não há limite de seguidores e são permitidas
diversas formas de publicidade: posts patrocinados,
anúncios nas laterais, os principais anúncios que
aparecem na timeline, ações de captação de likes, abas
personalizadas e botões de ação.
• Você consegue atingir um público segmentado por meio
do impulsionamento pago. No entanto, isso está cada vez
mais complexo. Saber usar o impulsionamento é muito
efetivo e está virando uma arte.
WHATSAPP
• Colocar a equipe para acompanhar as discussões de
alguns grupos e participar pessoalmente de alguns deles
de vez em quando.
• Evitar fazer spam em grupos, ou seja, sair postando
mensagens prontas e iguais em tudo que é grupo que você
participa. Isso irrita os participantes.
• Plataforma que contribui muito para a viralização de
conteúdos, principalmente memes e vídeos.
 TWITTER

• Muito lido pela grande mídia, formadores de opinião e

celebridades.
• Acaba virando o principal veículo de comunicação que
sintetiza ideias centrais dos políticos.
• É ainda um importante termômetro social. Muitos analistas
de redes sociais o usam para estudar movimentos nas
redes.

“
INSTAGRAM

• É hoje um dos queridinhos de políticos, celebridades e

JÁ EXISTE UMA INFINIDADE DE
marcas. FERRAMENTAS E APLICATIVOS
• Importante usar o Stories (vídeos rápidos de 15 segundos) GRATUITOS QUE PODEM SER
como chamariz para outros conteúdos do seu Insta ou de USADOS PARA FAZER UM MANDATO “
outras redes sociais. PARTICIPATIVO. TECNOLOGIA NÃO É
• Imagens estéticas e mensagens rápidas (frases) fazem MAIS PROBLEMA.
diferença no Instagram.

13
 PASSO 6:
FAÇA UM TRABALHO
DE REDES

14
 10 princípios fundamentais para o bom funcionamento
de redes de colaboradores do mandato, temáticas ou
organizadas em torno de interesses específicos:
1 Defina uma estratégia de comunicação.
2 Cultive a rede
• Desenvolva conteúdos de qualidade.
• Responda as interações.
• Crie oportunidades de participação.
3 Crie seu persona, ou seja, sua linguagem, perfil e toque
pessoal.
4 Público-alvo
• Faça questionários procurando saber mais do
seu público.
• Explore nichos de atuação em que não há
concorrente político.
5 Organize a sua comunicação de maneira integrada
• Catalogue os e-mails que receber, assim como
crie uma página de inscrição.
• Integre todas as suas redes sociais para divulgar
seu site e/ou seus conteúdos.
6 Crie conteúdos virais
• De vez em quando é importante investir na criação
de posts ou vídeos mais bem produzidos que
tenham potencial viral.
15
7 Participe de outros grupos e discussões nas redes sem
se preocupar em divulgar o mandato
• Entre como um simples participante.
Você será respeitado por isso. Em algum momento,
quando você já tiver alguma confiança do grupo,
poste ações relacionadas ao assunto e convide a
turma para assistir, acompanhar e participar da
sua iniciativa naquela área.
• Pode também ajudar como um participante que
contribui com uma ação própria de um legislador
(se for o caso).
8 Linguagem e etiqueta
• Deve-se preferir a informalidade na escrita,
podendo adotar linguagem oral e abreviações
próprias da internet.
• Utilizar recursos como emojis ou gifs animados
quando o tema permitir leveza e bom humor
• Explicar o conteúdo para leigos, sempre se
preocupando em ser didático, claro, simples e objetivo.
• Tratar todos os cidadãos com respeito e seriedade,
ainda que de modo informal.
• Aceitar críticas e nunca reagir de forma agressiva.
• Há de se ter cuidado especial em assuntos que possam
gerar duplo sentido, má interpretação ou que
sejam temas sensíveis.
 9 Seja interativo
• É recomendado responder às perguntas postadas
por usuários no prazo de 24 horas.
• Todas as perguntas feitas diretamente pelos
usuários devem ser respondidas na mesma
rede sempre que possível.
10 Análise de estatísticas.
• As métricas sobre o uso dos perfis de redes sociais
devem ser analisadas e compreendidas a fundo
para a otimização de uma estratégia de comunicação.

16
 PASSO 7:
SEJA PARTICIPATIVO

17
 O parlamentar do Século XXI deve aprender a trabalhar
não apenas “para” os cidadãos, mas “com” os cidadãos. Deve
entender que é fundamental construir leis e políticas públicas
com o auxílio dos diversos tipos de contribuições que os
cidadãos podem dar no processo legislativo. Políticos Velha-
guarda acreditam que os cidadãos podem até dar pitacos no
seu trabalho, mas não devem interferir diretamente no seu
trabalho de elaborar leis e políticas públicas. Eles acham
que dar muita abertura para os cidadãos pode ser o começo
da implantação da democracia direta, algo que eles MORREM
de medo de acontecer. Doce engano.
Pelo que tenho visto, quando parlamentares constroem
leis de forma colaborativa, ouvindo de maneira bem aberta e
transparente um grande número de cidadãos, principalmente
grupos e redes que não são geralmente escutadas, seu
trabalho ganha muito mais apoio e visibilidade.
É preciso enfatizar algo aqui muito importante: Receber
contribuições de cidadãos não quer dizer que o político
deva acatá-las. Pelo menos não todas, e nem de forma
integral. Seu compromisso deve ser sempre ouvir, receber
e dar transparência ao seu trabalho. Então, sua atitude de
trabalhar utilizando a inteligência coletiva não deve afetar
sua autonomia de decidir politicamente o que considera
importante acatar quando está na condição de elaborar
texto legislativo, apresentar emenda ou votar em projeto de
lei.
Estar aberto à participação das pessoas não significa perder
seu poder de decidir, ou seja, sua autonomia em deliberar.
Mas significa que suas decisões como parlamentar devem ser,
sim, justificadas e transparentes. Assim, se ganha o respeito
18
dos cidadãos que participaram, que deram algum tipo de
sugestão ou clamaram por algo, mesmo que alguns dos seus
pleitos e ideias não sejam aprovados.
Existem hoje vários tipos de instrumentos de participação
no processo legislativo. Aqui elenco algumas formas
conhecidas, entre outras tantas:
• A participação na elaboração de uma proposta de um
projeto de lei. Explico: o parlamentar chama cidadãos
e especialistas para discutir determinado problema
e construir colaborativamente proposta que ele
oficializará como projeto de lei.
Referência: Parlement & Citoyens (França)
• A participação na elaboração de texto legislativo a partir
de um projeto de lei já existente. Os cidadãos podem
contribuir para aperfeiçoar e complementar um texto
legislativo em discussão no parlamento.
Referência: Portal e-Democracia, ferramenta Wikilegis
(Câmara dos Deputados, Brasil)
• Fiscalização colaborativa. Também podemos obter a
participação dos cidadãos a partir de um processo de
fiscalização e controle de políticas e ações do Poder
Executivo. Como sabemos, cabe ao parlamento avaliar a
qualidade e eficiência das políticas públicas promovidas
pela presidência da República, governo do estado ou
prefeitura (dependendo da unidade de federação, é
claro). E, nesse caso, os cidadãos podem auxiliar bastante
os parlamentares em obter informações sobre se os
projetos do Poder Executivo estão mesmo tendo impacto,
ou gerando problemas colaterais.
Referência: Cidadão Colaborativo
(Assembleia Legislativa de Goiás)
CRISTIANO FERRI

- É gestor de projetos de inovação em política, parlamento, governo e

serviço público desde 2005.
- Como servidor de carreira da Câmara dos Deputados desde 1993,
passou por grande experiência na vida política no legislativo.
- Desenvolveu o Programa e-Democracia de participação digital no
processo legislativo, referência mundial na elaboração de leis com a
colaboração do cidadão.
- Fundou e dirigiu, por 4 anos, o Laboratório Hacker, o lab de inovação
aberta da Câmara e o primeiro lab público do Brasil.
- Doutor em Sociologia e Ciência Política pela UERJ.
- Pesquisador Associado do Ash Center for Democratic Governance
and Innovation da Universidade de Harvard.
- Mestre em Políticas Públicas pela Queen Mary College, na Universidade
de Londres.
- Professor em democracia digital, governo aberto e parlamento digital.
- Autor do livro “O Parlamento Aberto na era da Internet”.
inovacivico crisferri/inovacivico cristianoferri