CONCENTRAÇÃO DE SÓLIDOS EM SUSPENSÃO NA BAÍA DE GUANABARA

Luiz Felipe Machado Faria de Sousa 1, Lino Augusto Sander de Carvalho 2, Mauro Cirano 3, Priscila
Kienteca Lange 4, Fernanda Silva Soares 5, Áurea Maria Ciotti 6
1
Universidade Federal do Rio de Janeiro, luizfelipemfds@ufrj.br; 2Universidade Federal do Rio de Janeiro,
lino.sander@igeo.ufrj.br; 3Universidade Federal do Rio de Janeiro, mauro.cirano@igeo.ufrj.br; 4Universidade Federal do Rio
de Janeiro, priscilalange@igeo.ufrj.br; 5Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro,
fernanda.soares@ifrj.edu.br; 6Centro de Biologia Marinha da Universidade de São Paulo, ciotti@usp.br

RESUMO 1. INTRODUÇÃO

A Baía de Guanabara (BG) é considerada um ecossistema
estuarino cuja degradação da qualidade da água reflete
negativamente no desenvolvimento socioambiental local.
Como forma de compreender a dinâmica de qualidade da
água local, este trabalho tem como objetivo analisar
espacialmente a Concentração de Sólidos em Suspensão
(CSS) sazonalmente, em um período de 21 anos. Foram
utilizados dados do sensor MODIS (Aqua e Terra) com
resolução espacial de 250 m e temporal de 1 dia além do
algoritmo proposto por Nechad et al., (2010) para estimar a
CSS. Os resultados mostram que os maiores valores de CSS
ocorrem na desembocadura dos rios de maior vazão, e este é
maior para os períodos chuvosos (Verão e Primavera).
Também há diferença horária na distribuição de CSS, sendo
maior às 13 UTC/ 10 BRT na região nordeste e noroeste da
baía e menor na região central até a entrada.
Palavras-chave — Águas costeiras, qualidade da água,
sensoriamento remoto da água, algoritmo global.
ABSTRACT
The Guanabara Bay (GB) is considered an estuarine
ecosystem whose water quality degradation reflects
negatively on the local socio-environmental development.
As a way to understand the dynamics of local water quality,
this work aims to spatially analyze the Concentration of
Suspended Solids (CSS) seasonally, over a period of 21
years. Data from the MODIS sensor (Aqua and Terra) with
a spatial resolution of 250 m and a temporal resolution of 1
day were used, in addition to the algorithm proposed by
Nechad et al., (2010) to estimate the CSS. The results show
that the highest CSS values ​occur at the mouth of the rivers
with the highest flow, and this is higher for the rainy
seasons (summer and spring). There is also a time
difference in the distribution of CSS, being higher at 13
UTC/10 BRT in the northeast and northwest regions of the
bay and lower in the central region up to the entrance.
A Baía de Guanabara (BG) é um ambiente marinho costeiro
com elevada degradação ambiental. A extensa malha urbana
e industrial que se localiza ao longo dos rios e seus
tributários, sem tratamento adequado no despejo de
efluentes contribui para adições de material orgânico e
inorgânico em suspensão indiscriminados na BG,
principalmente por rios próximos à reserva ecológica da
Guanabara [1].
O aumento da concentração do material orgânico e
inorgânico na BG afeta diretamente os ecossistemas
marinhos, alterando a irradiância disponível para os
produtores primários desse ambiente [2]. A redução da
produção primária pode acarretar na diminuição da pesca e,
em decorrência, na renda das comunidades que sobrevivem
da pesca. Não somente as comunidades pesqueiras, mas a
sociedade em geral também é afetada uma vez que a
qualidade da água é um serviço ecossistêmico de relevância
reforçando a necessidade de monitoramento de variáveis
físico-químicos na água, incluindo a Concentração de
Sólidos em Suspensão (CSS).
Tradicionalmente, o monitoramento de qualidade da
água ocorre por meio de dados in situ, porém, é uma
abordagem que requer uma grande quantidade de recursos
humanos e financeiros a fim de estabelecer um
monitoramento sistemático, sendo assim, o sensoriamento
remoto surge como uma ferramenta para a realização de
estudos ambientais. A obtenção de CSS em alta resolução
temporal (duas passagens em um dia) é a utilização dos
sensores orbitais MODIS, parte integrante das plataformas
Aqua e Terra, em que ambos possuem bandas em 645 nm
(vermelho) e 859 nm (infravermelho próximo) com
resolução espacial suficiente para a serem utilizados na BG.
Este estudo tem como objetivo analisar espacialmente e
temporalmente a variabilidade da CSS na BG, por meio de
dados de sensoriamento remoto orbital entre os anos 2000 a
2021.
1.1. Área de estudo

Keywords — Coastal waters, water quality, remote A BG, localiza-se entre as latitudes 22º40’S e 22º58’S e as
sensing of water, global algorithm. longitudes 43º01’O e 43º 18’O (Figura 1).

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Figura 1. Localização da Baía de Guanabara.
A BG é considerada um ecossistema estuarino que
abriga outros ecossistemas costeiros como manguezais e
praias, cujo espelho d’água compreende cerca de 380 km²
[3]. Em termos de extensão, possui aproximadamente 30 km
de norte a sul e 28 km de leste a oeste. A região mais
estreita da BG é localizada em sua entrada com
aproximadamente 1,6 km entre o Forte de São João, a oeste,
e a Fortaleza de Santa Cruz, a leste [4].
Uma das principais forçantes que determina a
circulação no ambiente estuarino e influência significamente
na entrada de materiais em suspensão na BG é a descarga
fluvial [1]. Os rios de maior vazão a noroeste da BG são os
rios Iguaçu e Saracuruna, totalizando cerca de 10,2 m³/s.
Para nordeste, o rio de maior vazão seria o Macacu com
cerca de 8,6 m³/s, seguidos pelos rios Guapimirim, Caceribu
e Guaxindiba, que somados alcançam a vazão de 15,6 m³/s
[5].
Por esta razão, as sub-bacias do noroeste e nordeste
contribuem consideravelmente para o aporte de CSS. O
noroeste é caracterizado pela alta degradação hídrica,
devido a grande densidade urbana e industrial da região
metropolitana do Rio de Janeiro, recebendo altas descargas
de esgoto doméstico e resíduos industriais [1]. No nordeste
também há rios degradados por ações antrópicas, que
contribuem com muitos poluentes [1]. Porém, é no nordeste
que ocorre a maior entrada de CSS, com destaque para os
rios Caceribu e Macacu, em que esta região é situada em
uma APA (Área de Proteção Ambiental) denominada
Estação Ecológica da Guanabara, sendo assim, é uma água
com muito sedimento em suspensão e matéria orgânica
proveniente do manguezal [1].
2. MATERIAL E MÉTODOS
O quadro geral da metodologia utilizada neste estudo é
apresentado na Figura 2, a seguir:
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Figura 2. Fluxograma metodológico
Esse estudo utiliza imagens das versões 6 dos produtos
MOD09GQ (Terra) e MYD09GQ (Aqua) via plataforma
GEEng já corrigidas para reflectância da superfície, porém
não é uma correção atmosférica específica para estudos
aquáticos. O horário de revisita do satélite na área de estudo
é de 13 UTC/ 10 BRT para o MODIS-Terra e 16 UTC/ 13
BRT para o MODIS-Aqua.
As imagens do MODIS (Aqua e Terra) utilizadas via
plataforma GEEng passaram por um filtro de nuvens para
obter as imagens com até 20% de nuvens sobre a área de
estudo, sendo posteriormente agrupadas sazonalmente. As
estações foram definidas considerando os meses de
dezembro, janeiro e fevereiro como estação de verão, os
meses de março, abril e maio como estação de outono, os
meses de junho, julho e agosto como estação de Inverno e
os meses de setembro, outubro e novembro como estação da
primavera.
Em seguida, foi aplicado o algoritmo global de
estimativa de CSS proposto por [6] para os produtos
MODIS (Aqua e Terra) em cada imagem. O algoritmo
funciona com base na absorção e retroespalhamento
específico da CSS utilizando as bandas do vermelho e
infravermelho próximo, sendo que neste estudo, foi
utilizado somente a banda do vermelho.
Por fim, é feito uma mediana em cada pixel e gerados
os mapas de distribuição espacial na BG entre os anos 2000
(MODIS Terra)/2002 (MODIS Aqua) até abril de 2021.
3. RESULTADOS
Atendendo ao objetivo de analisar espacialmente a CSS na
BG, a Figura 3 mostra os mapas sazonais a partir das
imagens do sensor MODIS-Terra às 13 UTC/10 BRT entre
os anos de 2000 a 2021.
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Figura 3. Mapa sazonal de distribuição espacial de CSS na BG
às 10 BRT/13 UTC.
O mapa sazonal de distribuição espacial da CSS às 13
UTC/ 10 BRT mostra para o verão, valores abaixo de 2,0
mg/l na entrada. Na região mais estreita, há valores entre 6,0
mg/l a 9,0 mg/l. A região central possui valores abaixo de
2,0 mg/l que aumenta gradativamente ao norte atingindo
valores próximos à 11,0 mg/l, sendo as regiões noroeste e
nordeste com valores acima de 12,0 mg/l e 17,0 mg/l,
respectivamente na desembocadura dos rios.
No outono, a distribuição de CSS mostra valores abaixo
de 2,0 mg/l na entrada. A região mais estreita, mostra
valores entre mais ou menos 3,0 mg/l a 5,0 mg/l. A região
central possui valores abaixo de 2,0 mg/l mas que
aumentam para o norte com valores entre 3,0 mg/l a 6,0
mg/l e aumentam em direção ao leste/nordeste e
oeste/noroeste com valores próximos a 11,0 mg/l, sendo
estes, com valores acima de 12,0 mg/l a aproximadamente
17,0 mg/l na desembocadura dos rios.
Para o inverno, as regiões da entrada e da parte mais
estreita da BG possuem distribuição similar à estação de
outono. A região central também mostra distribuição
parecida com a estação anterior, porém, os valores
aumentam mais conforme se afastam do centro variando
entre 5,0 a aproximadamente 6,0 mg/ em direção ao norte.
As regiões leste/nordeste e oeste/nordeste também têm
distribuição parecida com a estação do outono, sendo os
valores um pouco maiores na desembocadura dos rios a
noroeste e menor à nordeste.
Finalmente, na primavera, a entrada possui valores
abaixo de 2,0 mg/l. Na parte mais estreita os valores variam
entre 3,0 mg/l a 6,0 mg/l. A região central possui valores
abaixo de 2,0 mg/l e aumenta gradativamente para as
regiões norte, leste e oeste com a maior parte dos valores
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entre 3,0 mg/l a 5,0 mg/l e próximos a 8,0 mg/l nas bordas.
As regiões do extremo norte, nordeste e noroeste, possuem
valores acima de 8,0 mg/l que aumentam gradativamente
para a foz dos rios atingindo valores próximos a 13,0 à
noroeste e 17,0 mg/l à nordeste.
O mapa sazonal da Figura 4 mostra a distribuição da
CSS para o horário de 16 UTC/ 13 BRT.
Figura 4. Mapa sazonal de distribuição espacial de CSS na BG
às 16 BRT/10 UTC.
A Figura 4 mostra para o verão, valores entre 1,0 mg/l a
3,0 mg/l na entrada. Na região mais estreita, há valores entre
3,0 mg/l a 6,0 mg/l. A região central possui valores um
pouco acima de 3,0 mg/l atingindo valores próximos a 6,0
mg/l em direção ao norte. A região noroeste possui valores
similares à região central e a região nordeste possui valores
de 8,5 mg/l que se estende nas bordas ao extremo norte.
Em relação ao outono, a distribuição de CSS mostra
valores de 2,0 mg/l na entrada. A região mais estreita,
mostra valores entre 3,0 mg/l a 5,0 mg/l. A região central
possui valores próximos a 3,0 mg/l. Ao norte, observa-se
valores entre 5,0 mg/l a 7,0 mg/l. As regiões nordeste e
noroeste, possuem valores em torno de 8,5 mg/l, com
valores próximos a 12,0 mg/l na desembocadura dos rios à
nordeste.
Para o inverno, há praticamente uma distribuição
uniforme da entrada até a região central com valores entre
2,5 mg/l a 4,0 mg/l. A partir da região central ao norte, a
CSS aumenta para valores entre 4,0 mg/l a 6,0 mg/l. As
regiões nordeste e noroeste, possuem valores de 8,5 mg/l,
com valores próximos a 12,0 mg/l na desembocadura dos
rios à nordeste.
E, na primavera, a entrada possui valores entre 1,0 mg/l
a 3,0 mg/l. Na parte mais estreita os valores são em torno de
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 3,0 mg/l a 5,0 mg/l. A região central possui valores de 3,0
mg/l que se estende de forma quase uniforme ao norte e
noroeste com alguns locais em que os valores são em torno
de 6,0 mg/l. A região nordeste possui os maiores valores,
partindo da desembocaduras com CSS em torno de 16,0
mg/l que diminui gradativamente em direção ao interior da
BG com atingindo valores próximos a 8,5 mg/l.
4. DISCUSSÃO
Em relação ao algoritmo proposto por [6] para estimar CSS,
este é um algoritmo global, sendo assim, os resultados
obtidos na BG podem estar subestimados ou
superestimados, o que ressalta a necessidade de dados in
situ para reparametrizar o algoritmo e possuir estimativas
locais. Também vale ressaltar que a não utilização de
correção atmosférica específica para água. Apesar da
literatura apresentar estudos utilizando métodos de correção
atmosférica não apropriados para corpos de água [7], este é
um passo ainda necessário para garantir a acurácia das
estimativas de CSS na BG.
Por outro lado, os resultados obtidos mostram valores e
distribuição de CSS similares ao estudo de [1] para o
período seco (inverno), usando imagens do sensor OLI a
bordo do satélite Landsat-8 que possui resolução espacial de
30 m e horário de revista às 13 UTC/ 10 BRT. No estudo de
[1], verificou-se que os maiores valores da CSS ocorrem
próximo aos rios de maior vazão a nordeste e que devido a
área de manguezal que ali se encontra, esta retém parte da
CSS mais grosseiro, sendo assim, a entrada de CSS nesta
região é de um material mais fino. Outra região com altos
valores de CSS ocorre na região nordeste, porém, os rios e
seus tributários recebem uma grande quantidade de material
orgânico devido a intensa presença urbana e industrial
nesses rios, contribuindo para matérias de maior tamanho
em relação à região nordeste. A partir dessas regiões citadas
(nordeste e noroeste) o que se observa é uma diminuição
gradual da CSS até a entrada da BG que ocorre devido a
rápida deposição dos materiais em suspensão no fundo da
baía.
Ao compararmos com a Figura 3, que mostra a
distribuição de CSS às 13 UTC/ 10 BRT, horário de revisita
do sensor MODIS-Terra e o mesmo horário de revisita do
Landsat-8, as características de distribuição encontradas por
[1] para o período, praticamente se repete para as demais
estações do ano. De fato, a diferença mais significativa neste
horário, é a maior entrada da CSS da região nordeste em
direção a região central na BG no verão, sendo esta estação,
considerada chuvosa, ou seja, período de maior vazão dos
rios e possivelmente maior entrada de sedimentos na BG.
Em termos de comparação entre as Figuras 3 e 4, é
notável a diferença dos valores e distribuição da CSS de 13
UTC/ 10 BRT para 16 UTC/ 13 BRT, em que a CSS é
menor e maior no período vespertino na região noroeste e
central, respectivamente. Essa diferença horária pode ser
ocasionada pela influência das marés e/ou por mudanças de
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Powered by TCPDF (www.tcpdf.org)
circulação, porém, por falta de dados in situ e estudos de
CSS para este horário, a discussão sobre esses resultados
fica em aberto.
5. CONCLUSÕES
Este estudo teve como objetivo analisar a distribuição
espacial e horária da CSS na BG sazonalmente. Observou-se
que os maiores valores ocorrem na região nordeste e
noroeste, enquanto menores valores ocorrem da região
central até a entrada da BG. A diferença de distribuição de
CSS mostra maiores valores na região central até a entrada
para o horário de 16 UTC/ 10 BRT e maior para o horário de
13 UTC/ 10 BRT na região nordeste e noroeste.
6. AGRADECIMENTOS
Luiz Felipe Machado Faria de Sousa foi bolsista de
Iniciação Científica fomentado pelo Sistema de
Monitoramento da Costa Brasileira (SiMCosta).
7. REFERÊNCIAS
[1] F. S. Soares. Dinâmica de Um Ambiente Estuarino a Partir de
Dados Espectrais, O Estudo de Caso Sinótico da Baía de
Guanabara, Em um Período Seco. Tese (Doutorado), Universidade
Federal Fluminense, 2017.
[2] D. H. David, J. A. Taylor. The influence of turbidity on net
phytoplankton photosynthesis in some Irish lakes, Freshwater
Biology, Vol. 8, pp. 573–584, 2006.
[3] E. S. Amador. Baía de Guanabara e Ecossistemas Periféricos:
Homem e Natureza. Edição do Autor, Rio de Janeiro, 1997.
[4] B. Kjervfe, C. H. A. Ribeiro, G. T. M. Dias, A. M. Filippo, V.
S. Quaresma. Oceanographic characteristics of an impacted coastal
bay: Baía de Guanabara, Rio de Janeiro, Brazil, Continental Shelf
Research, Vol. 17, pp. 1609–1643, 1997.
[5] COPPETEC – Fundação Coordenação de Projetos, Pesquisas e
Estudos Tecnológicos. Plano Estadual de Recursos Hídricos do
Estado do Rio de Janeiro, Relatório Síntese, Rio de Janeiro – RJ,
2014.
[6] B. Nechad, K. G. Ruddick, Y. Park. Calibration and validation
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[7] L. Feng, C. Hu and J. Li. Can MODIS land reflectance
products be used for estuarine and inland waters?, Water Resources
Research, Vol. 54, pp. 3583–3601, 2018.
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