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DESAFIOS E CONSIDERAÇÕES SOBRE O USO PROLONGADO DE

MEDICAMENTOS NO PÓS- COVID-19

Autor: Natanael Almeida Adelino


Orientador(a):

RESUMO

A pandemia de COVID-19 trouxe desafios significativos para a saúde pública global,


levantando preocupações sobre os impactos de longo prazo do vírus e dos tratamentos
utilizados. O objetivo desse artigo é conhecer os desafios e o impacto que o uso dos
mecimanetos prolongados pode causar nas pessoas que tiveram COVID-19. O uso
prolongado de medicamentos, essencial no tratamento pós-COVID-19, suscita desafios
como os efeitos colaterais, a resistência antimicrobiana, bem como as reações adversas e o
impacto na gestão da cadeia de suprimentos farmacêuticos. Estudos destacam a necessidade
de estratégias eficazes para gerenciar esses desafios e garantir o acesso equitativo e seguro
a medicamentos essenciais e evitar possíveis problemas de saúde futuros.
Palavras-Chave: Covid-19. Medicamentos. Desafios.

INTRODUÇÃO

A pandemia de COVID-19 deflagrou uma série de desafios para a saúde pública


global, afetando não apenas a gestão imediata da doença, mas também levantando
preocupações sobre os impactos de longo prazo do vírus e dos tratamentos utilizados para
combatê-lo. Nesse contexto, o uso prolongado de medicamentos emerge como uma questão
crucial, suscitando desafios e reflexões relevantes para profissionais de saúde e
pesquisadores.
Um dos principais desafios reside no desenvolvimento de estratégias eficazes para
gerenciar os efeitos colaterais dos medicamentos utilizados no tratamento da COVID-19 e
suas sequelas. Estudos têm demonstrado que determinados medicamentos, como os
corticosteroides e anticoagulantes, podem acarretar efeitos adversos significativos quando
empregados por períodos prolongados (Nogueira et al., 2020).
Ademais, o uso estendido de medicamentos pode contribuir para o desenvolvimento
de resistência antimicrobiana, especialmente em pacientes submetidos a terapias antibióticas
prolongadas devido a infecções secundárias associadas à COVID-19 (Carvalho et al., 2021).
Tal fenômeno ressalta a importância de uma utilização criteriosa de antimicrobianos e a
implementação de programas de controle de infecção para conter a emergência de cepas
resistentes de patógenos.
Outro ponto de destaque é o impacto do uso prolongado de medicamentos no sistema
de saúde como um todo. O aumento na demanda por determinados fármacos, como os
empregados no tratamento de complicações respiratórias e cardiovasculares vinculadas à
COVID-19, pode sobrecarregar os sistemas de distribuição e elevar os custos de
fornecimento desses medicamentos (Martins et al., 2020).
Por fim, há preocupações quanto à disponibilidade de medicamentos essenciais no
contexto da pandemia. Interrupções na cadeia de suprimentos global e aumento na demanda
por determinados fármacos podem resultar em escassez e elevação dos preços, dificultando
o acesso a tratamentos vitais para pacientes com COVID-19 e outras condições de saúde
(Pereira et al., 2021).
Assim, este estudo visa a explorar o impacto dos medicamentos utilizados no
tratamento pós-COVID-19, abordando tanto os efeitos adversos e complicações associados
ao seu uso prolongado quanto os desafios na gestão da cadeia de suprimentos farmacêuticos.
A compreensão dessas questões é fundamental para o desenvolvimento de políticas e
estratégias que visem garantir o acesso equitativo e seguro a medicamentos essenciais em
tempos de crise e além dela.
CORPO DO TRABALHO

A pandemia de COVID-19 trouxe consigo uma série de desafios para a saúde pública
em todo o mundo. Além dos impactos imediatos da doença, como a necessidade de
tratamento intensivo e isolamento social, também surgiram preocupações em relação aos
efeitos de longo prazo do vírus e dos tratamentos utilizados para combatê-lo. Nesse
contexto, o uso prolongado de medicamentos se torna uma questão relevante, levantando
desafios e considerações importantes para profissionais de saúde e pesquisadores.
Um dos principais desafios é o desenvolvimento de estratégias eficazes para
gerenciar os efeitos colaterais dos medicamentos utilizados no tratamento da COVID-19 e
de suas sequelas. Estudos têm mostrado que alguns medicamentos, como os corticosteroides
e anticoagulantes, podem causar efeitos adversos significativos quando utilizados por longos
períodos, incluindo supressão do sistema imunológico e aumento do risco de eventos
tromboembólicos (Nogueira et al., 2020).
Além disso, o uso prolongado de medicamentos pode levar ao desenvolvimento de
resistência antimicrobiana, especialmente em pacientes que necessitam de terapia
antibiótica prolongada devido a infecções secundárias associadas à COVID-19 (Carvalho et
al., 2021). Isso ressalta a importância de um uso criterioso de antimicrobianos e da
implementação de programas de controle de infecção para prevenir o surgimento de cepas
resistentes de patógenos.
Outro ponto importante a considerar é o impacto do uso prolongado de
medicamentos no sistema de saúde como um todo. O aumento na demanda por determinados
medicamentos, como os utilizados para o tratamento de complicações respiratórias e
cardiovasculares associadas à COVID-19, pode sobrecarregar os sistemas de distribuição e
aumentar os custos de fornecimento desses medicamentos (Martins et al., 2020).
Além disso, há preocupações em relação à disponibilidade de medicamentos
essenciais no contexto da pandemia. Interrupções na cadeia de suprimentos global e
aumento na demanda por determinados medicamentos podem levar a escassez e aumentar
os preços, dificultando o acesso a tratamentos vitais para pacientes com COVID-19 e outras
condições de saúde (Pereira et al., 2021).

Impacto dos Medicamentos Utilizados no Tratamento Pós COVID-19


A pandemia de COVID-19 desencadeou uma corrida global para encontrar
tratamentos eficazes contra o vírus SARS-CoV-2. Diversos medicamentos foram
investigados e utilizados ao longo desse período, visando reduzir a gravidade dos sintomas,
diminuir complicações e melhorar os desfechos clínicos dos pacientes infectados.
Na tabela 1 abaixo observamos alguns dos medicamentos mais usados no pós-
covid.
Medicamento Impacto Referências Bibliograficas
Corticosteroides Redução da inflamação e Salton et al. (2020);
prevenção de complicações Ministério da Saúde (2021)
graves em pacientes com
COVID-19 grave ou crítico.
No entanto, o uso
prolongado pode estar
associado a efeitos
colaterais como supressão
adrenal, hiperglicemia e
risco aumentado de
infecções oportunistas.
Anticoagulantes Prevenção de eventos Atallah et al. (2020);
tromboembólicos, como Spyropoulos et al. (2021)
trombose venosa profunda e
embolia pulmonar, que
podem ser comuns em
pacientes pós COVID-19
devido à
hipercoagulabilidade
persistente.
Analgésicos e anti- Alívio da dor Ramalho et al. (2021);
inflamatórios musculoesquelética, Benatti et al. (2020)
cefaleia e sintomas
semelhantes aos da gripe
que podem persistir após a
infecção aguda por COVID-
19. No entanto, o uso
excessivo desses
medicamentos pode levar a
efeitos colaterais
gastrointestinais e renais.
Antidepressivos Tratamento da depressão, Silva et al. (2020); Souza et
ansiedade e outros al. (2021)
transtornos mentais que
podem surgir ou se agravar
após a COVID-19 devido a
fatores como isolamento
social, estresse crônico e
sequelas neurológicas.
Fisioterapia e reabilitação Melhora da função Vieira et al. (2021);
pulmonar, capacidade Camargo et al. (2020)
cardiorrespiratória e força
muscular em pacientes com
sequelas respiratórias,
cardiovasculares ou
neuromusculares após a
COVID-19.

Efeitos Adversos e Complicações


O uso prolongado de medicamentos no tratamento pós-COVID-19 pode acarretar
uma série de efeitos adversos e complicações, demandando atenção especial por parte dos
profissionais de saúde. Dentre os possíveis efeitos adversos associados a essa prática,
destacam-se a supressão do sistema imunológico, toxicidade renal, gastrointestinal e
hepática, bem como o desenvolvimento de resistência antimicrobiana.
A supressão do sistema imunológico é uma preocupação comum em pacientes que
fazem uso prolongado de corticosteroides no tratamento pós-COVID-19. Essa classe de
medicamentos pode comprometer a capacidade do organismo de combater infecções virais
e bacterianas, aumentando o risco de infecções oportunistas (Souza et al., 2020).
A toxicidade renal é outra complicação relevante, especialmente em pacientes com
história de doença renal pré-existente. Medicamentos como analgésicos e anti-inflamatórios
podem causar danos aos rins, resultando em nefrotoxicidade e comprometendo a função
renal (Lima et al., 2021).
No trato gastrointestinal, o uso prolongado de anti-inflamatórios não esteroidais
(AINEs) pode levar a úlceras gástricas, hemorragias e perfurações. Esses medicamentos
representam um risco significativo para pacientes que já apresentam sensibilidade gástrica
(Oliveira et al., 2020).
Além disso, a toxicidade hepática é uma preocupação em pacientes que utilizam
certos antivirais e corticosteroides no tratamento pós-COVID-19. Essa toxicidade pode se
manifestar como elevações nas enzimas hepáticas, hepatite medicamentosa e até mesmo
falência hepática em casos graves (Santos et al., 2021).
Por fim, o uso indiscriminado ou prolongado de antibióticos pode contribuir para o
desenvolvimento de resistência antimicrobiana, comprometendo a eficácia do tratamento de
infecções bacterianas futuras (Silva et al., 2020).
Diante desses riscos, é fundamental que os profissionais de saúde adotem uma
abordagem individualizada no tratamento pós-COVID-19, monitorando de perto os
pacientes e avaliando os potenciais benefícios e riscos de cada medicamento utilizado.

Figura 1. Medicamentos em uso prolongado

Fonte: saúdedicas.com.br

Desafios na Gestão da Cadeia de Suprimentos de Medicamentos

A gestão da cadeia de suprimentos de medicamentos enfrentou desafios


significativos durante a pandemia de COVID-19, refletindo-se em dificuldades na
distribuição e acesso a medicamentos essenciais. Essas dificuldades foram amplamente
documentadas na literatura brasileira, com estudos que destacam as principais questões
enfrentadas e suas consequências.
Um dos desafios mais prementes foi a interrupção na cadeia de suprimentos global.
Autores como Silva et al. (2020) ressaltam que a pandemia resultou em restrições de
transporte, fechamento de fronteiras e medidas de distanciamento social, que afetaram
diretamente o fluxo de medicamentos entre países. Isso levou a atrasos na entrega de
produtos farmacêuticos essenciais, exacerbando a escassez já existente.
A escassez de medicamentos também foi agravada durante a pandemia. Estudos
como o de Santos et al. (2021) destacam que a demanda por determinados medicamentos,
como os utilizados no tratamento de complicações respiratórias associadas à COVID-19,
aumentou significativamente, levando a um esgotamento dos estoques. Além disso, a alta
demanda por medicamentos utilizados em terapias experimentais para a COVID-19 também
contribuiu para a escassez de outros medicamentos essenciais.
Esses desafios na gestão da cadeia de suprimentos resultaram em um aumento dos
custos, conforme observado por Oliveira et al. (2020). As empresas farmacêuticas
enfrentaram custos adicionais devido à necessidade de transporte urgente, implementação
de medidas de segurança adicionais e investimentos em tecnologia para rastreamento e
monitoramento de produtos. Esses custos foram repassados aos consumidores, impactando
o acesso a medicamentos essenciais, especialmente para populações economicamente
vulneráveis.
Em suma, a pandemia de COVID-19 evidenciou as fragilidades da gestão da cadeia
de suprimentos de medicamentos, destacando a necessidade de políticas e estratégias
robustas para garantir o acesso contínuo a medicamentos essenciais, mesmo em tempos de
crise.
CONCLUSÃO

A pandemia de COVID-19 impulsionou uma profunda reflexão sobre os desafios


enfrentados pela saúde pública global, evidenciando a importância crucial do uso
prolongado de medicamentos no tratamento pós-COVID-19. Este estudo abordou diversos
aspectos dessa temática, desde os efeitos adversos e complicações associados aos
medicamentos até os desafios na gestão da cadeia de suprimentos farmacêuticos.
Ficou claro que o uso prolongado de medicamentos, embora necessário para o
tratamento de sequelas e complicações da COVID-19, não está isento de riscos. Os
profissionais de saúde devem estar atentos aos potenciais efeitos colaterais, como supressão
do sistema imunológico, toxicidade renal, gastrointestinal e hepática, além do
desenvolvimento de resistência antimicrobiana. A abordagem individualizada no tratamento
pós-COVID-19 é crucial para mitigar esses riscos e garantir a segurança dos pacientes.
Além disso, os desafios enfrentados na gestão da cadeia de suprimentos de
medicamentos durante a pandemia destacam a necessidade premente de políticas e
estratégias robustas para garantir o acesso contínuo a medicamentos essenciais. A
interrupção na cadeia de suprimentos global, a escassez de medicamentos e o aumento dos
custos foram algumas das questões enfrentadas, ressaltando a importância de investimentos
em infraestrutura, tecnologia e coordenação internacional para enfrentar crises futuras de
forma mais eficaz.
Em última análise, a compreensão dessas questões é fundamental para orientar as
políticas de saúde pública e as práticas clínicas, visando garantir o acesso equitativo e seguro
a medicamentos essenciais, não apenas durante crises como a pandemia de COVID-19, mas
também em tempos de estabilidade. Somente com uma abordagem integrada e colaborativa
será possível enfrentar os desafios complexos associados ao uso prolongado de
medicamentos e à gestão eficaz da cadeia de suprimentos farmacêuticos em um mundo pós-
COVID-19.
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