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PRIMEIRA PARTE
SEGUNDA PARTE
TERCEIRA PARTE
PRIMEIRO SANGUE
DAVID MORRELL
Tradução de WILMA RONALD DE CARVALHO
- E quem gosta?
- Não. Foi algo que me veio à cabeça. Acho que não faz
muita diferença saber isso. Mas, de qualquer modo...
para onde está indo?
- E talvez não.
- Correto.
- Exatamente.
CUIDADO.
- O quê?
- Não.
- Para onde?
- Não suo.
"Por que não lhe explica isso? Por que não se limpa um
pouco? Ou deseja enfrentar o problema que está por vir?
Será que está desejando um pouco de ação, é isso? Para
que lhe possa mostrar o quanto vale?"
- A correspondência já chegou?
Nada a vista.
- Mágica.
- Entre no carro.
- Isso não vem ao caso. A lei diz que o carro de trás está
sempre sem razão.
- Mas...
- Não estou a fim de discutir com você - falou Teasle. -
Por favor, entregue-me a carteira de motorista, o seguro
e o certificado de propriedade. - Olhou para o local onde
deixara Rambo e, é claro, este tinha sumido.
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HOTEL.
- Entre no carro.
- Ei, rapaz, estou falando com você. Olhe para mim. Mas
Rambo não o fez.
Estenda os pulsos.
- Ward.
- Não pode ter dito isso. Não posso acreditar que tenha
ouvido bem.
- Não tenho.
- Às vezes.
- Inocente.
Estou atrasado.
"Está claro que você vai lutar. Sobre isso não restam
dúvidas. Olhe para si mesmo. Já está tremendo todo. Já
sabe o que esse local o faz recordar.
- Nada.
- O que me diz da roupa que o mandei apanhar?
- Não há necessidade.
Por uma vez, o rapaz fez o que lhe fora ordenado. O mais
lentamente que lhe foi possível, é lógico. Os músculos do
estômago estavam retesados e tinha, no peito, três
cicatrizes retas.
O rapaz encarou-o.
- Sim, vai sim. Além daquilo que pode ter escondido aí,
não sinto o menor interesse pela sua bunda fedorenta.
Trate de fazer o que mandei. Agora abaixe-se e separe as
nádegas. Vamos com isso. Não gosto desse tipo de visão.
Aí. Sabe de uma coisa, quando trabalhei em Louisville,
um dos prisioneiros tinha introduzido no rabo uma faca
de sete centímetros e meio dentro de uma bainha de
couro. Sempre fiquei intrigado, pois não posso
compreender como conseguia sentar-se.
- Shingleton já os convocou.
- Terei de cortá-lo.
- De que está falando? Não vai cortar meu cabelo. Não
vai se aproximar de qualquer ponto de minha cabeça,
segurando um par de tesouras.
Teria sido seu aspecto que os levara a lhe dar uma nova
oportunidade?
- Afaste-se.
Rambo contorceu-se.
Preston está vivo. Não sei por quanto tempo mais. Está
saindo sangue por seus olhos.
- Está certo, vou falar com ele, porém não lhe posso
prometer que virá.
Sabe muito bem de que jeito fica quando está treinando
os cães.
- Os outros passaram.
- Orval.
- Claro que sim! Porém não entendi por que mandar esse
policial para me ajudar a metê-los dentro da Kombi -
replicou Orval, já no topo, diminuindo a velocidade. -
Olhe para o sol. Daqui a uma hora já estará escuro.
- O quê?
- Com lua ou sem ela, temos que sair atrás dele agora
mesmo - falou, dirigindo-se a Orval. - Perseguimo-lo até
fora de nossa jurisdição e a única maneira de
continuarmos nossa tarefa é não a interrompermos. Se
esperar até amanhã, serei obrigado a entregar o trabalho
para a polícia estadual.
- Não.
- Talvez.
O velho riu.
- Antes de você.
- Não.
- Tem certeza?
- Hora de acordar.
- Lang.
Olhe para esses cães. O cheiro dele está tão fresco que
nem precisam encostar o focinho no chão.
"Muito bem", disse de si para si. "O erro foi todo seu,
agora terá que pagar por ele."
Totalmente aturdido.
- Sei que ele não pode fazer nada para impedir isso, mas,
Deus do Céu, que cheiro!
Perguntou Mitch.
- E três dos meus cães foram junto com ele. E outros dois
foram mortos a tiro - disse Orval. Sua voz mantinha-se
num único tom, como o som de uma máquina, e todos
viraram para seu lado estranhando aquilo. - Cinco.
- Escutem.
- Ó meu Deus.
"...feito."
"E daí? Ainda que fosse pela centésima vez... recuar teria
sido muito melhor do que isso. Mas, deixe isso para lá.
Acabe com isso. Vá embora."
"O quê? Não foi por isso que agiu assim? Admita que
desejou que tudo isso acontecesse. Procurou esta
situação... para que lhe pudesse mostrar tudo quanto
sabia, surpreendê-lo, quando descobrisse que você era o
camarada errado para pôr à prova e com quem lidar.
Você gosta disso..."
"Não fui eu quem procurou nada. Mas que diabo, é
verdade que me estou divertindo. Esse canalha vai me
pagar."
- Vocês ouviram?
Ward parou.
Teasle sacudiu-o.
- Perguntei-lhe se o viu. Não fique assim!
- Perguntei-lhe se ouviu.
Um fio.
"Por Orval."
"Por mim."
- Não posso.
- Não?
- E adiantaram?
- Bastante.
- O que aconteceu?
- Sou Teasle.
- Seu rapaz?
Mas aquilo não era a mesma coisa, não era tão simples
assim. Havia alguma coisa a mais escondida sob a voz de
Trautman, algo tão inusitado numa situação como aquela
que Teasle estava tendo problemas para conseguir
classificá-lo e, quando o conseguiu, ficou fora de si.
Por que tem tanta certeza de que o rapaz ainda está por
aqui?
- O quê?
- Sinto muito. Acho que desta feita agi errado. Não ligue
para isso. Não consigo sentir-me feliz, a menos que sofra,
de vez em quando. Mais uma vez estava acontecendo
aquela clara repetição de uma cena anterior, ou melhor,
duas noites antes, quando Orval tinha dito: "Daqui a uma
hora já estará escuro", ele replicara "Acha que não sei?",
para logo depois se desculpar junto ao amigo, usando
praticamente as mesmas palavras de ainda há pouco,
com Trautman.
- Ora, claro que sim, não tenho dúvida sobre isso. E foi
exatamente isto que lhe salvou a vida.
Mas Rambo não fez caso do que ouvira. Por ele, Teasle
poderia levar quantos homens quisesse para as
montanhas e que viessem de todos os lados. Não fazia
mal. Eles passariam bem ao lado dele... sabia para onde
ir.
- Está começando.
- Eu sei.
"Ainda não está livre, ainda não. Ainda terá que fazer
muitas coisas antes de alcançar as estradas."
"Num instante."
- Eu?
- Meu Deus!
- O quê?
- Lá. É ele.
- Não sei nada sobre isso. Só disseram que ele não pode
vir.
- Já vai.
- Prometeu a quem?
- A eles.
"Mas não farão nada disso. Sabe que terá que seguir a
brisa e passar por onde estão os morcegos. Não sabe?
Sabe muito bem."
"Não. O pior é isso aqui. Não pode haver nada pior mais
adiante."
As trevas...
- Isso não vem ao caso. Desejo apenas saber que fim deu
a eles?
- Não.
“Anna."
- Will?
- Não.
- Oh, Will!
- O que foi?
- Não diga uma coisa dessas. Não foi por isso que lhe
telefonei.
- Não posso.
- Não posso. Por favor, pare com isso. Não faça com que
me arrependa de lhe ter telefonado. Temia que isso
acontecesse e quase não completei a ligação.
- Certo.
- Por quê?
- Realmente tenho de desligar. Sinto muito.
- Adeus.
- Mas como?
Saia daí!
Não precisava..."
- Escute.
- Acalme-se. Fez tudo quanto estava a seu alcance. Deixe
que cuidemos de tudo daqui em diante.
- Mas ele não está lá atrás - disse Teasle. Mas era tarde
demais. Kern e os homens já se tinham afastado. - Lá
atrás não - repetiu para si mesmo. -
- O que?
- Espere.
- Mas claro.
Meu Deus!
- Você me promete.
- Está bem.
Exceto Trautman.
Espere.
Muito bem. Era melhor pensar para ver se não tinha mais
alguma coisa a fazer, algo importante que tivesse
esquecido. Retesou-se, devido à dor.
Por exemplo?
- Sim.
- O quê?
- Nada.
- Sim.