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fácil acesso, de baixo custo financeiro e de alta qualidade!
Nossa inspiração é acreditar que a ampla divulgação do conhecimento
científico pode mudar para melhor o mundo em que vivemos!

Equipe RFB Editora


Ednilson Ramalho (Editor)

Volume 1

PESQUISAS EM TEMAS DE
CIÊNCIAS HUMANAS

1ª Edição

Belém-PA
RFB Editora
2023
© 2023 Edição brasileira
by RFB Editora
© 2023 Texto
by Autor
Todos os direitos reservados

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Editor-Chefe Revisão de texto


Prof. Dr. Ednilson Souza Autor
Diagramação e capa Bibliotecária
Worges Editoração Janaina Karina Alves Trigo Ra-
Imagem da capa mos
Canva.com Produtor editorial
Nazareno Da Luz

Catalogação na publicação
RFB Editora

I61

Interculturalidade e educação popular: bionarrativas sociais para a diversidade /


Danilo Seithi Kato, Luciana A. S. Teixeira (Organizadores). – Belém: RFB, 2022.

Livro em PDF

152 p.

ISBN: 978-65-5889-433-9
DOI: 10.46898/rfb.9786558894339

1. Interculturalidade e educação popular. I. Kato, Danilo Seithi. II. Teixeira, Luciana


A. S. (Organizadores). III. Título.

CDD 306

Índice para catálogo sistemático

I. Cultura e instituições.


Conselho Editorial
Prof. Dr. Ednilson Sergio Ramalho de Souza - UFOPA
(Editor-Chefe)
Prof. Dr. Laecio Nobre de Macedo-UFMA
Profª. Ma. Rayssa Feitoza Felix dos Santos-UFPE
Prof. Me. Otávio Augusto de Moraes-UEMA
Prof. Dr. Aldrin Vianna de Santana-UNIFAP

Profª. Ma. Luzia Almeida Couto-IFMT


Profª. Drª. Raquel Silvano Almeida-Unespar
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Prof. Me. Antonio Santana Sobrinho-IFCE
Prof.ª Drª. Maria de Fatima Vilhena da Silva-UFPA
Profa. Dra. Dayse Marinho Martins-IEMA

Prof. Me. Darlan Tavares dos Santos-UFRJ


Prof. Dr. Daniel Tarciso Martins Pereira-UFAM

Prof.ª Drª. Elane da Silva Barbosa-UERN


SUMÁRIO
CAPÍTULO 1
O ESTRESSE EMOCIONAL E A TERAPIA COGNITIVO COM-
PORTAMENTAL...................................................................................... 11
APRESENTAÇÃO
Autores e autoras,
Apresento a vocês o volume 8 da Coleção Pesquisas em Te-
mas de Ciências Humanas, publicado pela RFB Editora, com a certeza
de que essa é mais uma obra que contribuirá para a promoção da qua-
lidade de vida das pessoas.
Os capítulos apresentados neste livro, em sua maioria frutos
de profícuos trabalhos acadêmicos (TCC, monografia, dissertação,
tese), decerto contribuem, cada um a seu modo, para o aprofunda-
mento de discussões na área da Ciência Humana brasileira; pois são
pesquisas germinadas, frutificadas e colhidas de temas atuais que vêm
sendo debatidos nas principais universidades nacionais e que refle-
tem o interesse de pesquisadores experientes e novatos no desenvol-
vimento social e científico que possa melhorar a qualidade de vida de
homens e de mulheres.
Acredito, verdadeiramente, que a ampla divulgação do co-
nhecimento científico pode mudar para melhor o mundo em que vi-
vemos!
Esse livro é parte da materialização dessa utopia.

Ednilson Ramalho
Editor-Chefe
CAPÍTULO 1

O ESTRESSE EMOCIONAL E A TERAPIA


COGNITIVO COMPORTAMENTAL

EMOTIONAL STRESS AND COGNITIVE


BEHAVIORAL THERAPY

Silvaneide Joaquina Alves Rocha Felipe Queiroz da Silva6


Vieira1 Gabriel Dias Teodoro7
Luiz Filipe Almeida Rezende2 Raquel de Oliveira Rabelo8
Lustarllone Bento de Oliveira3 Heron Flores Nogueira9
Rosana da Silva Lima4 Aldenira Barbosa Cavalcante10
Giulia Natália Santos Mendonça5
DOI: 10.46898/rfb.be9e42cb-9e-
01-44d3-9f4a-4e8f48388476

1 http://lattes.cnpq.br/6860161286434197
2 http://lattes.cnpq.br/2383488025748741
3 http://lattes.cnpq.br/8523196791970508
4 http://lattes.cnpq.br/2128923612174572
5 http://lattes.cnpq.br/7050425831114339
6 http://lattes.cnpq.br/7871496795942356
7 http://lattes.cnpq.br/4430858049551190
8 http://lattes.cnpq.br/9803388426826070
9 http://lattes.cnpq.br/6160431300792648
10 http://lattes.cnpq.br/0861446391049113
Ednilson Ramalho (Editor)

RESUMO

A s constantes pressões que as pessoas são submetidas,


com situações impostas pela sociedade, e a busca por
querer se destacar sempre, acabam gerando um desgaste, tanto físico,
mental e psicológico, ocasionando fatores determinantes de doenças,
assim como transtornos relacionados ao estresse. As situações gera-
doras de estresse tem sido tema de diversos estudos, por serem ob-
servados fatores que contribuem para situações somatizadas na vida
do indivíduo, desencadeando cansaço físico e mental. Levando em
consideração os motivos apresentados, considera-se de grande inte-
resse, um estudo sobre os fatores relacionados ao estresse, pelo fato de
causar grandes danos à saúde, comprometendo danos psicológicos,
mentais, físicos e perda da produtividade, além de causar sofrimento
e angústia. Dessa maneira, este capítulo aborda algumas situações de
estresse, assim como aspectos desencadeadores e suas consequências
no indivíduo, e apontando sugestões de como a abordagem cognitiva
comportamental pode contribuir para uma melhora, visando dimi-
nuir ou prevenir os níveis de estresse.
Palavras-chave: Estresse. Terapia Cognitivo Comportamental. Preven-
ção.

ABSTRACT

The constant pressures that people are subjected to, with si-
tuations imposed by society, and the search for always wanting to
stand out, end up generating wear, both physical, mental and psy-
chological, causing determining factors for diseases, as well as stress-
-related disorders. Stress-generating situations have been the subject
of several studies, as factors that contribute to somatized situations
in the individual’s life are observed, triggering physical and mental

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PESQUISAS EM TEMAS DE CIÊNCIAS HUMANAS - VOLUME 8

fatigue. Taking into account the reasons presented, a study on stress-


-related factors is considered of great interest, as it causes great dama-
ge to health, compromising psychological, mental, physical damage
and loss of productivity, in addition to causing suffering and anguish.
Thus, this chapter addres some stress situations, as well as triggering
aspects and their consequences for the individual, and pointed out
suggestions on how the cognitive-behavioral approach can contribute
to an improvement, aiming to reduce or prevent stress levels.
Keywords: Stress. Causes. Cognitive behavioral therapy. Prevention.

1. INTRODUÇÃO

A necessidade de estudar os diversos contextos que influenciam


o comportamento do ser humano, e compreender como as pressões
vivenciadas no cotidiano, podem alterar a homeostase do organismo,
afetando a qualidade de vida e consequentemente, as decorrências
advindas do estresse. Desta forma, é necessário investigar fatores que
podem ser considerados fontes de estresse e quais estratégias a serem
aplicadas para reduzir as sequelas que impactam a saúde do indivíduo,
explorando os fatores causadores do estresse e suas possíveis causas,
há a necessidade de mais pesquisas que trate das principais causas e
consequências que afetam o comportamento psicológico e fisiológico,
além dos efeitos que sucedem a somatização na vida do indivíduo, e
como sugestão de intervenção, a aplicação da abordagem cognitivo-
comportamental, como finalidade de diminuir o nível de estresse e
suas causas emocionais.

2. VARIÁVEIS INFLUENCIADORAS DO ESTRESSE E


SUAS CONSEQUÊNCIAS

No período da Revolução industrial, nos séculos XVIII e XIX,


época em que o homem passou a trabalhar nas indústrias, e não mais

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Ednilson Ramalho (Editor)

no meio rural, foi marcado por uma rotina rígida de trabalho, mui-
ta miséria e péssimas condições de alimentação e moradia, foi nesse
momento que surgiu a necessidade de investigar a saúde do traba-
lhador em seu contexto laboral. Já no período contemporâneo, devi-
do ao avanço tecnológico, o homem está conectado ao trabalho até
mesmo fora dele, gerando mais tensão, pressão e competitividade de
estar sempre atualizado, buscando cada vez mais acesso ilimitado às
informações e notícias, buscando sempre ficar à frente de seus colegas
de trabalho (GUIMARÃES et al., 1999). Conforme Selye (1926), o es-
tresse é um conjunto de respostas que o organismo desenvolve ao ser
confrontado mediante uma condição que precise de uma adaptação.
Conforme a perspectiva de Zanelli (2005), o estresse ou o distresse,
acontece quando o indivíduo esgota as possibilidades da utilização
dos recursos frente à tensão, trazendo consigo, um desgaste e um sen-
timento de fracasso. Diferente com o que acontece com o chamado de
estresse positivo ou eustresse, podendo ser benéfico, devido a ativa-
ção do organismo diante de um desafio a ser atingido, trazendo re-
sultados positivos, e um sentimento de satisfação. Lazarus e Folkman
(1984), compreendem que as alterações orgânicas que estão ligadas
ao estresse, além da fase biológica, tem a fase que envolve a função
cognitiva, emocional e comportamental responsável pela intensidade
dessas alterações. Destacando o modelo interacionista, onde acontece
uma avaliação cognitiva, que se relaciona o evento e o significado de
bem estar do indivíduo. O estresse é uma situação conflituosa, onde o
indivíduo passa por um evento de inquietude e ansiedade, onde aca-
ba resultando em uma grande tensão, afetando o seu comportamen-
to. Considerando que o nível de estresse pode ser uma determinante
para cada indivíduo, o estresse pode resultar em grandes problemas
relacionados à saúde, causando variados tipos de problemas na vida
do indivíduo, comprometendo dessa maneira, a diminuição da quali-

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PESQUISAS EM TEMAS DE CIÊNCIAS HUMANAS - VOLUME 8

dade de vida e como consequência um desgaste emocional (FRANÇA;


RODRIGUES, 2005).
O conceito do estresse como uma reação de defesa fisiológica
do organismo em resposta a qualquer estímulo, nomeando de Síndro-
me Adaptação Geral (SAG). O SAG é dividido em três fases, sendo
elas a Reação de Alarme, de Resistencia e de Exaustão. Quando o in-
divíduo vivencia algum fator de tensão que compromete a homeosta-
se do organismo, passa a apresentar agentes causadores de estresse
que atuam no organismo e as suas reações, o endocrinologista descre-
veu essas alterações como Síndrome Geral de Adaptação ao Estresse
(SAG), que podem ser classificadas em três fases, sendo elas: A fase
do Alarme, onde o corpo se manifesta e responde com um estado de
prontidão a exposição tensora ; A Fase de Resistência, que acontece
com a exposição contínua à situação estressora, onde o agente causa-
dor da tensão, é desenvolvido com uma resposta hormonal, ocorren-
do alterações nos hormônios glicocorticoide, prejudicando o sistema
imunológico, alterações na adrenalina e no sono, prejudicando tam-
bém a memória, raciocínio e causando cansaço e fadiga. Caso essa fase
persista, o organismo pode ir para a terceira fase do estresse, sendo
ela, a Fase de Exaustão, onde a pessoa fica esgotada com a ação pro-
longada do estresse, caracterizando dessa forma, um aumento no de-
senvolvimento de um gerador causador de estresse com o qual o cor-
po se adaptou, podendo ser irreversíveis e levando em muitos casos, a
morte (BALLONE, 2001; SEYLE apud AYRES, 1995). As enfermidades
físicas e emocionais, muitas vezes, são consequências acometidas do
estresse crônico (PERKINS, 1995). A psicóloga Marilda Novaes Lipp
(2003), aderiu além das três fases, incluiu a fase de “Quase-Exaustão”,
sendo designada pelo “enfraquecimento da pessoa que não mais está
conseguindo se adaptar ou resistir ao estressor” (p.19). sendo essa, a
fase onde o indivíduo tem dificuldades para exercer suas tarefas no

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Ednilson Ramalho (Editor)

trabalho, assim como também em aspectos socias, físicos e psicológi-


cas. Este modelo da Lipp (2003), tem sido o mais utilizado para pes-
quisas, especialmente no Brasil (REINHOLD,2004).
A autora (LIPP, 2003), também aponta que os efeitos do estres-
se, prejudicam nos aspectos sociais e familiares ao qual o indivíduo
está inserido, acarretando a impactos físicos e psicológicos, além da
dificuldade de concentração, alterações fisiológicas, cansaço mental,
e em casos mais graves, hipertensão, diabetes, disfunção sexual, den-
tre outras. O estresse é regulado por centros corticais e supracorticais,
onde o Hipotálamo, libera o hormônio de corticotrofina, aumentando
dessa forma, o cortisol (hormônio fisiológico do estress que modula o
sistema imunológico), levando a alteração de peso e sono, distúrbios
de comportamento, hormonais, gastrointestinais, além da estimula-
ção na circulação sanguínea a adrenalina e noradrenalina, causando
o aumento do metabolismo basal, atividade mental e músculo-esque-
lética (GOULART SILVA, 2018). Cada fase do estresse acontece como
resultado de uma resposta neuroendócrina do organismo envolven-
do os eixos principais, sendo eles : hipotálamo – hipófise – córtex da
glândula supra-renal e hipotálamo-hipófise – sistema nervoso simpá-
tico- medula da glândula supra-renal (GOULART SILVA, 2018). Essa
maneira de sintetizar o funcionalismo biológico do estresse no orga-
nismo, evidencia a justificativa de como podem surgir algumas doen-
ças, tais como: diabetes, gastrites, úlceras, câncer, problemas inflama-
tórios, dermatológicos, além de hipertensão, distúrbios alimentares
e sexuais, Acidente Vascular Cerebral, dentre muitos outros (LIPP;
TANGANELLI, 2002). É importante destacar também, que o estresse
se manifesta inclusive, na vida laboral do sujeito, ou seja, as pressões
que acontecem nas corporações, podem influenciar no acometimen-
to do estresse, podendo levar a conflitos no trabalho, dependendo da
própria pessoa e da estrutura de sua personalidade (CARVALHO;

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PESQUISAS EM TEMAS DE CIÊNCIAS HUMANAS - VOLUME 8

SERAFIM, 2002, p.31). A Síndrome Geral de Adaptação ao estresse


(SAG), o stress é subdividido em dois tipos: o distresse e o eustresse. O
Distress, acontece quando a situação estressora, decorre de um caráter
negativo, sendo transformada em um evento mais prolongado, ma-
nifestando uma gravidade maior, excedendo assim, um determinado
limite, sendo capaz de modificar a homeostase do organismo, acar-
retando assim uma ameaça (RIBEIRO; RIBEIRO, 2005). O Eustress ou
bom estresse, é a capacidade que o indivíduo tem de possibilitar um
desenvolvimento tanto emocional quanto intelectual, sendo uma res-
posta estimulante e excitatória, proporcionando prazer e crescimento
(LIPP 1996).

3. ESTRATÉGIAS DE TRATAMENTO SOB A


PERSPECTIVA DA ABORDAGEM COGNITIVO-
COMPORTAMENTAL

A Terapia Cognitivo-Comportamental, surgiu entre as déca-


das dos anos 60 e 70, após o Behaviorismo, Humanismo e a Psicanáli-
se, sendo denominada como a “quarta força” da psicologia clínica. Os
fundamentos apresentados na Terapia Cognitivo-Comportamental es-
tão embasados através de três pressupostos sendo que o primeiro está
relacionado ao comportamento influenciado por processos cognitivos;
o segundo, indica a alteração das atividades cognitivas e por último,
admite que a cognição alterada modifica sentimentos e comportamen-
tos (DOBSON; SCHERRER, 2004). De acordo Schmaling, Fruzzetti e
Jacobson (1997), o tratamento voltado na Terapia Cognitivo Compor-
tamental consiste, como parte de um dos processos terapêuticos, a de-
volutiva das informações que foi adquirida na avaliação inicial, sendo
este processo, uma das estruturas básicas da Terapia Cognitiva para
transtornos psicológicos. Parte do processo terapêutico, que determi-
nados temas obtidos no processo de avaliação inicial, são importantes

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Ednilson Ramalho (Editor)

para serem abordados na sessão de devolução, como por exemplo,


fatores de estresse e as pressões frequentes do cotidiano, onde cada
indivíduo faz a sua interpretação. E por fim, os aspectos relacionados
às interações problemáticas. Através dessas ferramentas, é possível
que haja uma interação entre terapeuta e paciente, onde juntos, po-
dem eleger qual problemática poderá ser priorizada no tratamento,
assim também qual será o procedimento capaz de produzir alívio nas
tensões e reduzir o estresse (DATTILIO, 2004).
Para direcionar o tratamento, na maioria das estratégias da
Terapia Cognitivo Comportamental, são utilizadas técnicas como so-
lução de problemas, onde os pacientes compreendem como podem
distinguir o problema e planejar alternativas de resolver e efetivar no-
vas soluções. Desta maneira, o tratamento inicial é voltado no trabalho
dos pensamentos automáticos do paciente, seguido também das cren-
ças nucleares e subjacentes, onde o terapeuta realiza e avalia o questio-
namento dos pensamentos automáticos, durante as sessões, portanto,
o paciente é motivado a perceber essas distorções cognitivas, desen-
volvendo assim, novas interpretações, e dando novas atribuições e
ressignificando as situações conflituosas (BECK, 2013). É importante
ainda mencionar um método relevante no processo de tratamento que
é conhecido como automonitoramento, esta técnica leva como proce-
dimento, o Registro Diário dos Pensamentos Disfuncionais (RDPD),
e tem como objetivo, fazer o paciente perceber os pensamentos, emo-
ções e comportamentos que tem e como reage em relação a um fato
vivenciado, possibilitando desse modo, a avaliação desses pensamen-
tos inadequados (BECK et al, 1997). Em referência ainda as técnicas da
abordagem cognitivo-comportamental, é de suma relevância utilizar
dentro da terapia, a prevenção de recaídas, cujo procedimento visa a
prevenção de uma recaída e seus sintomas no paciente. Esta técnica
consiste no trabalho do terapeuta de auxiliar em algumas habilidades

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PESQUISAS EM TEMAS DE CIÊNCIAS HUMANAS - VOLUME 8

de enfrentamento para que o paciente saiba conduzir determinados


sintomas de seu transtorno ou problemas significativos quando surgi-
rem (BECK et al, 1997; WHITE,2003).

4. ESTRATÉGIAS PARA COMBATER O NÍVEL DE


ESTRESSE E SUAS CAUSAS

De acordo com tudo que foi explanado, é possível constatar


que o estresse faz parte do cotidiano das pessoas, e que não é possí-
vel eliminá-lo por completo. Todavia, existem inúmeros mecanismos
para evitar que ele se torne prejudicial e consequentemente, acarrete
problemas para o indivíduo. Quando o sujeito, adquire ferramentas
que possibilite o enfrentamento ou situações estressoras, podem gerar
uma grande melhoria na qualidade de vida (LIPP; MALARIS, 1998).
A qualidade de vida para ser garantida, é preciso um equilíbrio com
o qual nomenclatura de seis dimensões da saúde, onde podem con-
tribuir com sua totalidade para a saúde do indivíduo. São elas: físi-
ca referente a hábitos saudáveis como alimentação e atividade física;
emocional, relacionada ao gerenciamento das emoções do cotidiano;
social, capacidade de interação com família e amigos; profissional,
vinculado à realização no trabalho e financeira; intelectual, interligada
à capacidade cognitiva; e a espiritual, relacionada a crenças, com o
intuito de um propósito em valores éticos (PASSOS, 2004).
Sabendo que nem sempre o estresse é maléfico para o indiví-
duo, sugere-se alguns passos para o manejo do estresse, dentre eles,
estão: Estratégias educativas, no qual o indivíduo identifica as fontes
externas e internas do estresse e reconhece os sintomas no corpo, na
mente e nas relações interpessoais; Estratégias situacionais, onde o
foco é eliminar os agentes estressores e aceitar os inevitáveis; Estraté-
gias de enfrentamento de efeito duradouro, onde é possível aprender
técnicas de resolução de problemas, reconhecer e respeitar seus limites

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Ednilson Ramalho (Editor)

e a busca na solução em oposição às emoções causadoras do estresse;


e por fim, estratégias de enfrentamento para atenuar os sintomas, que
consiste na aplicação de técnicas de relaxamento, prática de atividade
física, e manutenção da saúde mental (LIPP, 2002).

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Analisando a abordagem da Terapia Cognitivo Comporta-


mental, percebe-se que essa abordagem pode contribuir no tratamento
de inúmeras patologias, dentre elas o estresse, por serem trabalhados
os pensamentos, comportamentos e emoções disfuncionais do indiví-
duo, cabe destacar, que o delineamento de técnicas da TCC se confi-
gura em grande importância em um bom vínculo terapêutico, além da
reestruturação cognitiva e técnicas aplicadas podem contribuir signi-
ficativamente para a diminuição e prevenção dos níveis de cortisol no
organismo, proporcionando maior qualidade de vida no sujeito.

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