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MEDITAÇÃO DA 2ª

Texto do seu parágrafo

DE NOSSA SENHORA
(Santo Afonso de Ligório)
INSTITUTO HESED

2ª DOR: A FUGA PARA O EGITO


Maria, companheira da dor
Maria é companheira da dor, assim como o
cervo ferido carrega sua dor para onde vai com
a flecha que o atingiu.
Após a profecia de Simeão, Maria, sempre
levava consigo a constante lembrança da
Paixão de seu Filho. Algrino explica neste ponto
a passagem dos Cânticos: “E até mesmo os
cabelos da vossa cabeça são como franja roxa
do rei” (Ct 7,8). Esses cabelos de cor roxa eram
os pensamentos contínuos de Maria sobre a
paixão de Jesus que a fazia ver a cada momento
o sangue saindo de suas chagas. O Filho era a
flecha no coração de Maria, e quanto mais
amável se lhe mostrava, mais a feria
profundamente a dor de ter que perdê-lo um
dia por uma morte tão cruel.
Vamos considerar a segunda espada de dor
que a feriu, quando teve que fugir para o Egito,
para salvar seu filho da perseguição de
Herodes.
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Quando Herodes ouviu falar que o Messias havia


nascido, temeu estupidamente que ele vinha
para roubar o seu trono, de modo que São
Fulgêncio, advertindo a sua loucura, assim diz:
“Herodes, por que te perturbas isso? Este rei que
acaba de nascer não está vindo para destronar
os reis lutando, mas para subjugá-los tão
admiravelmente morrendo por eles”. Esperava o
ímpio que os Magos lhe trouxessem a notícia do
rei, onde ele nasceu para tirar sua vida. Mas ao
ver-se iludido pelos magos mandou matar todos
os meninos de Belém. Então, o anjo apareceu em
sonho para São José e lhe disse: “Levanta-te,
toma o menino e sua mãe e foge para o Egito”
(Mt 2, 13). Segundo o parecer de Gerson, naquela
mesma noite, São José disse a Maria e tomando a
criança, fugiram. É o que se entende pelas
palavras do Evangelho: “José levantou-se durante
a noite, tomou o menino e sua mãe e partiu para
o Egito” (Mt 2, 14).
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“Oh Senhor, disse então Maria (como considera


Santo Alberto Magno) Deve fugir dos homens
aquele que veio para salvar os homens?” E a
mãe, em meio à aflição, percebeu que estava
começando a se cumprir no Filho a profecia
Simeão: “Este Menino está destinado a ser um
sinal que provocará contradições” (Lc 2, 34).
Uma vez que, apenas nascido, já era perseguido
e desejavam a sua morte. O sofrimento do
coração de Maria, diz São Pedro Crisólogo, ouvir
a ordem para ir com seu Filho a um exílio tão
cruel. Foge dos seus para os estranhos, do
templo do Deus verdadeiro para a terra dos
ídolos. Há maior tribulação do que ver um
recém-nascido ao redor do pescoço de sua mãe
e ela obrigada a partir em fuga?
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Maria no caminho do desterro


Cada um pode considerar como Maria sofreu
nesta viagem. Era grande a distância para o
Egito, uma viagem de muitos dias, segundo
Sebastião Barradas, seriam mais de cem horas
de viagem. Boaventura Barrádio diz que a
estrada era acidentada, desconhecida e pouco
utilizada, de clima sombrio e cortada por
carrascos. Era inverno e a Sagrada Família
viajou sob aguaceiros, ventos e neves,
enfrentando estradas alagadas e lamacentas.
Maria era jovem e delicada, e não estava
acostumada a essas viagens. Eles não tinham
servos para lhes atender. Eles mesmos eram os
servos e os senhores ao mesmo tempo, como
diz São Pedro Crisólogo. Oh Senhor, que
vergonha ver essa Virgem tão jovenzinha
carregando em seus braços essa criança recém-
nascida que estava fugindo do mundo!
Boaventura Baduário pergunta: como eles
conseguiriam comer?
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Onde passariam a noite? Em que lugares


ficariam hospedados? O que mais eles
poderiam comer senão um pão duro levado por
São José ou que receberam de esmolas? Onde
pernoitariam durante a longa viagem de
travessia do deserto se não havia casas nem
hospedarias? Onde, senão ao abrigo de
qualquer arbusto, ao relento, à mercê de
saqueadores, ladrões e bestas selvagens?
Quem se encontrasse com esses três
personagens, os mais ilustres do mundo, os
teriam por três mendigos sem-teto.
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Maria com São José e seu Filho no Egito


Em sua estadia no Egito, a Sagrada Família viveu
em uma cidade chamada Matarieh, segundo
Bucardo de Saxônia e Jansênio Gandense. Segundo
a opinião de Strabo, eles moravam na cidade de
Heliópolis. Eles viviam com muitas dificuldades
durante os sete anos em que estiveram escondidos
no Egito, conforme diz Santo Antonino e São Tomás
e outros autores. Eram desconhecidos, sem renda,
sem dinheiro, sem parentes. Eles dificilmente
poderiam se sustentar com seus empregos
modestos. São Basílio diz: Como eram pobres, eles
tinham grandes dificuldades para ganhar o
suficiente para viver com o suor de suas testas.
Ludolfo da Saxônia dá testemunho, e que sirva de
consolo aos pobres, que Maria assim em situação
de extrema pobreza, uma vez que passavam fome,
não tinha nem mesmo um pedaço de pão para dar
ao filho, quando este lhe pedia.
São Mateus relata que estando morto Herodes, o
anjo voltou a aparecer em sonhos a São José e
disse-lhe para
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voltar para a Judéia. Boaventura Baduário relata


sobre esta viagem, que a Virgem Maria sofreu
mais do que a primeira, pois Jesus tinha cerca
de sete anos, e nessa idade era grande demais
para os braços de Maria, mas ainda tão
pequeno para enfrentar o difícil caminho.
Jesus, Maria e São José percorreram o mundo
como peregrinos e fugitivos. Nós também
devemos passar a vida na terra como
peregrinos, sem se apegar aos bens que o
mundo tem para oferecer, porque em breve
teremos que largar tudo para passarmos para a
vida eterna. “Não temos aqui cidade
permanente, mas vamos em busca da futura”
(Hb 13, 14). E acrescenta Santo Agostinho: “És
um visitante neste mundo, apenas o veja de
passagem”. Jesus e Maria também nos ensinam
a abraçar as cruzes, porque não podemos viver
neste mundo sem elas.
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A venerável Verônica de Binasco, agostiniana,


pôde em espírito acompanhar Maria com o
Menino Jesus e São José nesta viagem do Egito.
Ao fim do trajeto lhe disse a Mãe de Deus:
“Filha, viste o trabalho que tivemos nesta
viagem, lembre-se que nenhuma graça vem
sem sofrimento. Mas aquele que deseja ser
aliviado nos sofrimentos desta vida, precisa
levar em companhia a Jesus e Maria.
“Leve a criança e sua mãe”, disse o anjo a São
José. Aqueles que carregam em seus corações,
com amor este Filho e esta Mãe, tornam leve,
doce e amável todas as dores. Amemos e
consolamos Maria, acolhendo em nossos
corações o seu Filho, que agora também é
perseguido e maltratado pelos homens por
causa dos pecados.
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EXEMPLO
Nossos pecados
ofendem à Maria

Nossa Senhora apareceu em certa ocasião à Beata


Maria Coleta, franciscana, e mostrou-lhe o Menino
Jesus todo chagado, e disse-lhe: Assim os
pecadores tratam continuamente o meu Filho,
renovando sua morte e minhas dores. Ore por
eles, minha filha, para que se convertam. E a
venerável Irmã Joana de Jesus e de Maria, também
franciscana, um dia enquanto meditava sobre o
Menino Jesus perseguido por Herodes, ouviu um
grande estrondo, como homens armados que
estavam perseguindo alguém, e, em seguida, viu
diante de si um menino muito formoso, todo
assustado, que veio correndo para junto dela e lhe
disse: “Joana, me ajude a se esconder, eu sou Jesus
de Nazaré, estou fugindo dos pecadores que como
Herodes me perseguem e querem me matar.
Me salve.”
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ORAÇÃO SUPLICANDO
AJUDA E PERDÃO
Como é possível, Virgem Maria, que mesmo
depois que vosso filho tenha morrido nas mãos
dos homens, que o perseguiram ferozmente,
ainda continuem estes ingratos o perseguindo
com seus pecados e a afligir-vos, ó Mãe
dolorosa? E eu mesmo que também sou um
desses ingratos? Minha Mãe dulcíssima, dai aos
meus olhos lágrimas para chorar tamanha
ingratidão. E pelas dores que sofrestes na Fuga
para o Egito, socorrei-me com vosso auxílio em
minha viagem para a eternidade, para que
possa finalmente chegar a amar para sempre,
junto a vós, o meu Salvador perseguido, na
terra dos bem-aventurados. Amém.
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Oração retirada do nosso


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