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ENGENHARIA ELÉTRICA
CORNÉLIO PROCÓPIO
2018
ANA LUÍSA FUNARI PIMENTA
CORNÉLIO PROCÓPIO
2018
Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Campus Cornélio Procópio
Departamento Acadêmico de Elétrica
Curso de Engenharia Elétrica
FOLHA DE APROVAÇÃO
______________________________________________
Prof(a). Dr(a). Vander Teixeira Prado - Presidente (Orientador)
______________________________________________
Prof(a). Me(a). Ângelo Feracin Neto - (Membro)
______________________________________________
Prof(a). Dr(a). Luis Fernando Caparroz Duarte - (Membro)
PIMENTA, Ana Luísa Funari. Projeto de Filtros Analógicos. 2018. 135 f. Trabalho de
Conclusão de Curso (Graduação em Engenharia Elétrica), Universidade Tecnológica Federal
do Paraná. Cornélio Procópio, 2018.
Este trabalho elabora um estudo da teoria, simulação e solução de alguns casos considerando a
utilização de filtros analógicos ativos e passivos, visando complementar o estudo na área de
eletrônica do curso de Engenharia Elétrica da UTFPR Campus Cornélio Procópio. No trabalho
apresenta-se desde a teoria básica necessária para a compreensão do tema, abordando conceitos
sobre função de transferência, métodos de projeto (Butterworth, Chebyshev, Cauer e Bessel, ou
mesmo métodos empíricos) e circuitos para implementação a partir de circuitos eletrônicos
(circuitos passivos RLC e ativos KRC e biquad), até a realização do projeto do filtro,
englobando a simulação utilizando-se os softwares MATLAB® e Proteus® e implementação
em laboratório. São considerados neste trabalho os casos de um filtro passa-baixas anti-
aliasing, um filtro notch de 60 Hz e um filtro passa-faixa para extrair uma senoide a partir de
uma onda quadrada. A análise dos filtros exemplificados é fundamentada na comparação entre
os diferentes métodos de projeto e implementação, considerando-se realizações com valores
teóricos e reais dos componentes utilizados.
Palavras-chave: Filtro analógico. Filtro passivo. Filtro ativo. Projeto de filtros. Função de
transferência. Diagrama de Bode.
ABSTRACT
PIMENTA, Ana Luísa Funari. Analog Filters Design. 2018. 135 f. Trabalho de Conclusão de
Curso (Graduação em Engenharia Elétrica), Universidade Tecnológica Federal do Paraná.
Cornélio Procópio, 2018.
Tthis work elaborates a study of the theory, simulation and solution of some cases considering
the use of active and passive analog filters, aiming to complement the study in the electronics
area of the Electrical Engineering course of the Federal Technological University of Paraná,
Cornélio Procópio Campus. In this paper, is presented the basic theory required to understand
the subject, approaching concepts about transfer function, design methods (Butterworth,
Chebyshev, Cauer and Bessel, or even empirical methods) and circuits for implementation from
electronic circuits ( RLC passive and KRC and biquad active circuits), until the filter design,
encompassing the simulation using MATLAB® and Proteus® software and laboratory
implementation. This paper considers the cases of an anti-aliasing low pass filter, a notch filter
of 60 Hz and a bandpass filter to extract a sinusoid from a square wave. The analysis of the
exemplified filters is based on the comparison between the different methods of design and
implementation, considering realizations with theoretical and real values of the components
used.
Keywords: Analog filter. Passive filter. Active filter. Analog filters design. Transfer function.
Bode diagram.
LISTA DE FIGURAS
AD Analógico-digital
AmpOp Amplificador Operacional
cc Corrente Contínua
DA Digital-analógico
PA Passa-altas
PB Passa-baixas
PF Passa-faixa
PS Processamento de Sinais
PT Passa-todas
RF Rejeita-faixa
SV State-Variable
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 13
1.2 JUSTIFICATIVA ........................................................................................................... 14
1.3 OBJETIVOS ................................................................................................................... 15
1.3.1 Objetivo geral ........................................................................................................... 15
1.3.2 Objetivos específicos................................................................................................ 15
1.4 ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO.............................................................................. 15
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ...................................................................................... 17
2.1 FILTROS ANALÓGICOS E SEUS CONCEITOS INICIAIS....................................... 17
2.1.1 Decibel (dB) ............................................................................................................. 17
2.1.2 Frequência de corte .................................................................................................. 19
2.1.3 Função de transferência, polos e zeros ..................................................................... 20
2.1.4 Resposta em frequência e o Diagrama de Bode ....................................................... 23
2.1.5 Classificação............................................................................................................. 23
2.1.6 Especificação de um filtro ........................................................................................ 26
2.2 FILTROS DE 1a ORDEM .............................................................................................. 27
2.2.1 Filtros PB de 1ª ordem ............................................................................................. 28
2.2.2 Filtros PA de 1ª ordem ............................................................................................. 29
2.2.3 Filtros PT de 1ª ordem.............................................................................................. 30
2.3 FILTROS DE 2a ORDEM .............................................................................................. 31
2.3.1 Filtros PB de 2ª ordem ............................................................................................. 33
2.3.2 Filtros PA de 2ª ordem ............................................................................................. 33
2.3.3 Filtros PF de 2ª ordem .............................................................................................. 34
2.3.4 Filtros notch de 2ª ordem ......................................................................................... 36
2.3.5 Filtros PT de 2ª ordem.............................................................................................. 38
2.4 FILTROS DE ORDENS SUPERIORES ........................................................................ 40
2.4.1 Aproximação Butterworth ........................................................................................ 41
2.4.2 Aproximação Chebyshev ......................................................................................... 46
2.4.3 Aproximação Cauer.................................................................................................. 50
2.4.4 Aproximação Bessel................................................................................................. 50
2.5 TRANSFORMAÇÕES DE FILTROS ........................................................................... 54
2.6 IMPLEMENTAÇÃO DE FILTROS ANALÓGICOS ................................................... 57
2.6.1 Filtros passivos e ativos de 1ª ordem ....................................................................... 58
2.6.2 Filtros passivos de 2ª ordem ..................................................................................... 60
2.6.3 Filtros ativos de 2ª ordem utilizando o circuito de Antoniou................................... 65
2.6.4 Filtros ativos de 2ª ordem Biquadráticos.................................................................. 71
2.6.5 Filtros ativos de 2ª ordem 𝐾𝑅𝐶 ................................................................................ 78
2.7 SENSIBILIDADE .......................................................................................................... 84
2.8 PROJETO DE FILTROS ................................................................................................ 86
3 SIMULAÇÃO E IMPLEMENTAÇÃO DE FILTROS ANALÓGICOS ....................... 89
3.1 CASO 1 – FILTRO PB ANTI-ALIASING .................................................................... 89
3.2 CASO 2 – FILTRO RF NOTCH DE 60Hz .................................................................... 97
3.2.1 Implementação passiva RLC .................................................................................... 99
3.2.2 Implementação ativa utilizando indutância de Antoniou ....................................... 102
3.2.3 Implementação ativa utilizando topologia biquadrática......................................... 106
3.2.4 Implementação ativa utilizando topologia KRC .................................................... 109
3.3 CASO 3 – FILTRO PF DE 1kHz ................................................................................ 113
3.3.1 Implementação ativa utilizando topologia KRC .................................................... 116
4 ANÁLISE EXPERIMENTAL DE FILTROS ANALÓGICOS .................................... 120
4.1 LISTA DE MATERIAIS E EQUIPAMENTOS ..................................................... 120
4.2 CASO 2 – FILTRO RF NOTCH DE 60Hz .................................................................. 121
4.3 CASO 3 – FILTRO PF DE 1kHz ................................................................................. 128
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................ 131
REFERÊNCIAS ................................................................................................................... 133
13
INTRODUÇÃO
Em nosso cotidiano estamos cercados por sinais, como por exemplo, os de voz,
vídeo ou imagem. Proakis; Manolakis (2006) define um sinal como um conjunto de dados ou
informações que variam com o tempo, espaço ou com qualquer outra variável independente.
Em seu processo de transmissão esses sinais sofrem algumas interferências, como
por exemplo, ruídos. Ruídos são informações aleatórias que alteram algumas características do
sinal, como, por exemplo, magnitude e fase instantânea. Dependendo do nível do ruído em
relação ao sinal, pode-se descaracterizar totalmente a informação. Estas anomalias no sinal
podem ocorrer no canal de transmissão, como cita Lathi (2007), ou mesmo originar-se nos
circuitos de emissão ou recepção da informação, como, por exemplo, um ruído de 60 Hz da
rede elétrica proveniente da fonte que alimenta o circuito receptor.
Em diversos processos, a ocorrência do ruído afeta diretamente o funcionamento
do sistema. O ruído pode possuir componentes em diferentes frequências que, por sua vez,
podem ser amplificadas devido a frequências de ressonância em equipamentos e podem vir a
causar danos nos mesmos. A fim de recuperar a informação original, ou seja, separar o sinal de
um ruído que o degrada, é realizado o processamento de sinais (PS), através da filtragem dos
mesmos. As áreas de aplicação do PS são cada vez mais numerosas, sendo de muita utilidade
no controle e análise de sistemas físicos de interesse a diversas áreas, não só da engenharia,
como também economia, medicina, biologia, entre outras. Entretanto, sua aplicação mais
comum é a filtragem de sinais para extração da informação de interesse.
Há dois tipos principais de filtro: o analógico e o digital. Eles são bastante distintos
tanto na implementação física como em seu funcionamento. Um filtro analógico usa circuitos
eletrônicos analógicos constituídos de componentes como resistores, indutores, capacitores e
amplificadores operacionais para produzir o efeito de filtragem exigido e é implementado a
nível de hardware, enquanto os filtros digitais utilizam um processador digital para executar
cálculos numéricos em valores amostrados do sinal de entrada, implementado em controladores
discretos.
Os filtros digitais possuem algumas vantagens sobre os analógicos. Entre elas estão
o fato do seu desempenho não depender dos elementos do circuito nem das condições do
ambiente e de proporcionarem uma grande amplificação no sinal de entrada. Ademais, devido
às suas características construtivas, o filtro digital consegue implementar com facilidade filtros
de ordem elevada e sua resposta em frequência poder ser mais facilmente modificada. Todavia,
considerando as etapas de conversão AD e DA e o processamento propriamente dito, os filtros
14
digitais apresentam uma velocidade de resposta inferior se comparados aos filtros analógicos.
Ainda, os erros inerentes aos processos de quantização e aproximação podem levar filtros
recursivos de alta ordem à instabilidade.
Apesar de muitas aplicações de filtros serem manipuladas por técnicas de
processamento digital de sinal e filtros digitais, Schaumann; Valkenburg (2001) ressaltam que
há muitas situações nas quais o uso de filtros analógicos demonstra-se necessário ou
proporciona uma solução mais econômica. Além de serem mais baratos e simples em sua
aplicação, estes possuem uma velocidade de resposta maior e são amplamente usados como
controladores de processo. Ainda, há situações em que a utilização de tais filtros mostra-se
necessária, por exemplo, quando deseja-se filtrar um sinal analógico antes de convertê-lo para
digital a fim de evitar o efeito de aliasing, como cita Lathi (2007), ou quando o processamento
de sinal deve ser realizado distante do sistema de aquisição, devido à periculosidade ou
condições adversas para o sistema de processamento. Os filtros analógicos são, portanto, o foco
principal deste trabalho.
Segundo Sedra; Smith (2007), a tecnologia mais antiga para a execução de filtros
analógicos faz uso de resistores, indutores e capacitores e os circuitos resultantes são chamados
de filtros passivos. Esses filtros, apesar de sua simplicidade e praticidade, apresentam um fator
negativo em aplicações de baixas frequências visto que, os indutores necessários são pesados,
volumosos e caros, podendo impossibilitar sua utilização, dependendo da aplicação.
Os filtros ativos por sua vez, são aqueles constituídos da associação de elementos
passivos a elementos ativos, tais como: válvulas, transistores e amplificadores. Pertence (2003)
aponta que, apesar dos filtros ativos exigirem uma fonte de alimentação e de que os
amplificadores operacionais utilizados na sua construção limitam a sua resposta em frequência,
eles apresentam certas vantagens, tais como, possibilitar a implementação de filtros sem a
utilização de indutores, obter a amplificação do sinal de entrada (ganho) e proporcionar maior
facilidade em projetos mais complexos, uma vez que eles podem ser facilmente associados em
cascata. Portanto, os filtros ativos têm se tornado cada vez mais úteis no campo da eletrônica
em geral.
1.2 JUSTIFICATIVA
1.3 OBJETIVOS
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Segundo Pertence (2003), um filtro elétrico pode ser definido como “um quadripolo
capaz de atenuar determinadas frequências do espectro do sinal de entrada e permitir a
passagem das demais”.
A fim de se compreender melhor a teoria sobre filtros analógicos, é necessário um
estudo prévio de alguns conceitos iniciais que serão salientados a seguir.
deve variar de forma logarítmica. Deste modo, o decibel relaciona dois níveis de potência 𝑃 e
𝑃 de acordo com a equação (1).
𝑃
𝐺𝑃 = 10 log (1)
𝑃
𝑉
𝑃 𝑅
𝐺𝑃 = 10 log = 10 log
𝑃 𝑉
𝑅
𝑉 𝑅 𝑉 𝑅
𝐺𝑃 = 10 log . = 10 log + 10 log
𝑉 𝑅 𝑉 𝑅
𝑉 𝑅
𝐺𝑃 = 20 log + 10 log (2)
𝑉 𝑅
Visto que, usualmente, grande parte da análise dos filtros analógicos é feita através
do ganho de tensão, ou seja, da relação entre a tensão de saída e a tensão de entrada do sistema,
pode-se inferir da equação (2), fazendo-se 𝑅 = 𝑅 , que este é dado por:
19
𝑉
𝐺𝑉 = 20 log (3)
𝑉
𝑉
𝑅 𝑉 1
𝐺𝑃 = = =
𝑉 𝑉 2
𝑅
𝑉 1
= = 0,707 → 𝑉 = 0,707. 𝑉
𝑉 √2
Deste modo,
0,707. 𝑉
𝐺𝑉 = 20 log = 20 log (0,707) = 20(−0,15) = −3𝑑𝐵
𝑉
Dada essa dedução, Mussoi (2004) conclui que, a frequência de corte de qualquer
filtro que respeite as relações demonstradas anteriormente é aquela na qual a resposta em
frequência possui um ganho de -3 dB, ou seja, a tensão de saída é aproximadamente 70,7% da
tensão de entrada.
A designação de frequência de corte explicitada nesta secção é considerada a
definição clássica, utilizada amplamente pelas referências na área. Entretanto, entende-se que
dada uma situação, cabe ao projetista especificar qual a frequência de corte a ser utilizada e o
ganho do filtro concernente a tal frequência.
20
𝑌(𝑠) ℒ[𝑠𝑎í𝑑𝑎]
𝑇(𝑠) = = (4)
𝑋(𝑠) ℒ[𝑒𝑛𝑡𝑟𝑎𝑑𝑎] çõ
Sedra; Smith (2007) definem que os filtros são circuitos lineares que podem ser
representados por uma malha geral de dois acessos (entrada e saída) e, portanto, sua função de
transferência pode ser definida como a descrita por Ogata (2010). Assim, pode-se transcrever a
equação (4) como uma razão de dois polinômios,
𝑉 (𝑠) 𝑎 𝑠 + 𝑎 𝑠 + ⋯+ 𝑎
𝑇(𝑠) = = (5)
𝑉 (𝑠) 𝑏 𝑠 +𝑏 𝑠 + ⋯+ 𝑏
De volta à equação (5), Sedra; Smith (2007) apontam que os seus polinômios podem
ser fatorados e T(s) pode ser expresso na forma
𝑎 (𝑠 − 𝑧 )(𝑠 − 𝑧 ) … (𝑠 − 𝑧 )
𝑇(𝑠) = (8)
𝑏 (𝑠 − 𝑝 )(𝑠 − 𝑝 ) … (𝑠 − 𝑝 )
Sedra; Smith (2007) apontam que para um filtro ser considerado estável todos os
seus polos devem estar à esquerda do plano complexo e, portanto, 𝑝 , 𝑝 , ..., 𝑝 devem todos
ter partes reais negativas. Caso os polos estejam posicionados no semiplano direito, a saída
crescerá indefinidamente ocasionando na prática a saturação do filtro ou até mesmo o dano de
algum componente. Se localizados no eixo imaginário, a resposta se mostrará oscilatória e com
magnitude constante. A resposta do filtro ocasionada por cada situação está representada na
Figura 3.
Figura 3 - Respostas de acordo com a localização dos polos. (a) Polos no semiplano esquerdo. (b) Polos no
semiplano direito. (c) Polos no eixo imaginário.
Como em sua faixa de bloqueio é necessário que a transmissão seja nula ou muito
pequena, os zeros do filtro geralmente são posicionados sobre o eixo imaginário 𝑗𝜔 nas
frequências da faixa de bloqueio. Assim como os polos, os zeros complexos também ocorrem
aos pares conjugados.
23
2.1.5 Classificação
Os filtros podem ser classificados sob dois aspectos: quanto à tecnologia empregada
e quanto à função executada (PERTENCE, 2003). O primeiro aspecto de classificação dos
filtros eletrônicos nos permite dividi-los em três tecnologias fundamentais:
Filtros passivos;
Filtros ativos;
Filtros digitais.
Os dois primeiros tipos citados são ditos “filtros analógicos” e se diferenciam entre
si pelos elementos utilizados em suas construções. Os filtros passivos são aqueles construídos
através da associação de resistores com elementos passivos, ou seja, elementos que possuem a
24
capacidade de armazenar energia, tais como capacitores e indutores. Ademais, esse tipo de filtro
é caracterizado pelo fato do ganho de tensão ser sempre menor ou igual a 1, pois não possuem
nenhum dispositivo ativo capaz de amplificar os sinais. Esse tipo de filtro possui diversas
aplicações em corrente alternada, tais como filtrar sinais de som, imagem e ruídos elétricos em
transmissões de dados. Em contrapartida, o seu uso em baixas frequências se mostra limitado
uma vez que exige indutores relativamente caros, volumosos e pesados.
Segundo Franco (2002), percebeu-se que com a incorporação de um amplificador
a um circuito de filtro tornaria possível a obtenção virtual de qualquer resposta, porém, sem a
utilização dos indutores. Esses filtros que são constituídos com elementos passivos associados
a elementos ativos, como por exemplo, os amplificadores operacionais, e portanto, são
chamados “filtros ativos”.
Os filtros digitais, segundo Pertence (2003), utilizam de componentes digitais em
sua composição. Um sinal analógico é convertido em sinal digital através de um sistema de
conversão analógico-digital. O sinal binário representativo do sinal de entrada, obtido pelo
processo citado, é filtrado pelo filtro digital e o resultado é convertido em sinal analógico por
um sistema de conversão digital-analógico. Tais filtros são utilizados em processos que
possuem uma baixa frequência e, apesar se serem mais caros quando comparados aos
analógicos, oferecem um desempenho superior.
A segunda classificação considera quatro tipos básicos de filtros (PERTENCE,
2003):
Filtro Passa-Baixas (PB);
Filtro Passa-Altas (PA);
Filtro Passa-Faixa (PF);
Filtro Rejeita-Faixa (RF).
Os filtros PB são aqueles que só permitem a passagem de componentes do sinal
com frequências abaixo de uma determinada frequência de corte 𝑓 , atenuando as superiores.
Considerando a condição ideal, para frequências abaixo da 𝑓 há um ganho de tensão 𝐾, que
pode ser igual a 1, estabelecendo que a tensão na saída possua a mesma magnitude da tensão
de entrada, ou, ser maior ou menor que a unidade, amplificando ou atenuando o sinal,
respectivamente, de acordo com o desejado. Já para frequências acima de 𝑓 , o ganho é nulo,
isto é, a tensão de saída será zero. Contudo, no caso do filtro real, sinais com frequência abaixo
de 𝑓 já sofrem atenuação, isto é, apresentam ganho menor do que 𝐾, e frequências acima da
frequência de corte não são eliminadas, mas sim atenuadas, como pode ser observado na Figura
25
Figura 4 - Curvas de respostas ideais e reais para os filtros PB, PA, PF E RF.
𝑎 𝐾𝜔
𝑇(𝑠) = = (10)
𝑠+𝜔 𝑠+𝜔
𝑎 𝑠 𝐾𝑠
𝑇(𝑠) = = (11)
𝑠+𝜔 𝑠+𝜔
Para frequências muito menores que 𝜔 , a função descrita na equação (11) pode ser
aproximada por 𝐾𝑠/𝜔 , a qual possui a característica da magnitude crescer 20 dB/década, como
ilustrado na Figura 8. A assíntota demonstra um comportamento crescente com uma taxa de 20
dB/década até atingir a frequência de corte 𝜔 de modo que, para as frequências acima da
frequência de corte, esta assume um comportamento continuo e o circuito passa a ter um ganho
𝐾.
30
Outro tipo relevante de filtro de primeira ordem apontado por Sedra; Smith (2007)
é o filtro passa-todas, representado na Figura 9. Esse tipo de filtro tem função de transferência
do tipo
𝑠−𝜔
𝑇(𝑠) = −𝑎 (12)
𝑠+𝜔
Esse tipo de filtro, como o próprio nome diz, deixa passar qualquer sinal sem
modificar a sua amplitude, desde que 𝑎 = 1. Contudo, introduz um atraso de fase que varia de
0° a -180°, com um valor de -90° em 𝜔 = 𝜔 (FRANCO, 2002).
Sendo assim, a principal função do filtro PT é atuar como deslocador de fase em
sistemas que necessitam condicionar a fase, como por exemplo, no projeto de equalizadores de
frequências, que são circuitos que fazem com que o tempo de atraso total de um sistema de
transmissão seja constante, independente da frequência.
31
𝑎 𝑠 +𝑎 𝑠+𝑎
𝑇(𝑠) = (13)
𝑠 + (𝜔 ⁄𝑄 )𝑠 + 𝜔
1
𝑝 ,𝑝 = − 𝜔 ± 𝑗𝜔 1 − (1⁄2𝑄) (14)
2𝑄
Os polos apresentados pela equação (14) são complexos conjugados com módulo
𝜔 . Deste modo, 𝜔 representa a distância radial dos polos a partir da origem, também chamada
de “frequência do polo”, e 𝑄, junto a 𝜔 , determina a distância dos polos ao eixo 𝑗𝜔 e é
denominado “fator de qualidade do polo”. Ambos os parâmetros estão representados no plano
𝑠 na Figura10.
Figura 11 - Típicas respostas de 2ª ordem para diferentes valores de 𝑸: (a) Filtro PB e (b) Filtro PA.
𝑎
𝑇(𝑠) = (15)
𝑠 + (𝜔 ⁄𝑄 )𝑠 + 𝜔
Para frequências muito maiores que 𝜔 , a função descrita na equação (15) pode ser
aproximada por 𝐾𝜔 /𝑠 , a qual possui a característica da magnitude decrescer a 40
dB/década.
𝑎 𝑠
𝑇(𝑠) = (16)
𝑠 + (𝜔 ⁄𝑄 )𝑠 + 𝜔
𝑎 𝑠
𝑇(𝑠) = (17)
𝑠 + (𝜔 ⁄𝑄 )𝑠 + 𝜔
central 𝜔 . Para frequências elevadas, aproxima-se a função para 𝐾𝜔/𝑄𝑠, a qual apresenta uma
magnitude que decresce a 20 dB/década.
Conforme Sedra; Smith (2007), a seletividade desse filtro é usualmente medida por
sua faixa de passagem a 3 dB. Esta faixa está representada na Figura 14 pela diferença das
frequências 𝜔 e 𝜔 , que correspondem às frequências nas quais o módulo da resposta
apresenta 3 dB abaixo de seu valor máximo. Constata-se então que, à medida que 𝑄 aumenta,
a faixa de passagem diminui, ou seja, o filtro atuará em uma faixa menor do espectro de
frequências, e, consequentemente, se tornará mais seletivo. Por conseguinte, quanto maior o
valor de 𝑄, mais estreita é a faixa de passagem e, desta forma, maior é a atenuação para
frequências próximas à frequência central 𝜔 . O ganho máximo do filtro será 𝐾, como ilustrado
na Figura 15, para 𝐾 = 1.
Os filtros notch também são citados em algumas referências, como em Sedra; Smith
(2007), que os destaca como filtros “dente”, devido à caracterização do gráfico da magnitude
da resposta do filtro, como ilustrado na Figura 16.
Adverso ao filtro PB, para 𝜔 < 𝜔 o filtro apresenta todos os polos dispostos
depois da frequência na qual o ganho é nulo, configurando um filtro PA com zeros em 𝜔 = 𝜔 .
Para frequências inferiores a 𝜔 (faixa de bloqueio), a magnitude do ganho deixa de ser nula,
tendendo a um valor constante menor que o ganho em altas frequências, como representado na
Figura 17(c).
Figura 17 - Plano 𝒔 e Diagrama de Bode para filtros dente de segunda ordem: (a) RF, (b) PB e (c) PA.
As funções dos filtros notch, assim como seus ganhos, estão representados na
Tabela 1.
𝑻(𝒔) Ganho
𝑠 +𝜔
Notch RF 𝑇(𝑠) = 𝑎 Ganho CC = Ganho em altas frequências = 𝑎
𝑠 + (𝜔 ⁄𝑄 )𝑠 + 𝜔
𝑠 +𝜔
𝑇(𝑠) = 𝑎 Ganho CC = 𝑎 𝜔 ⁄𝜔
Notch PB 𝑠 + (𝜔 ⁄𝑄 )𝑠 + 𝜔
Ganho em altas frequências = 𝑎
𝑐𝑜𝑚 𝜔 ≫ 𝜔
𝑠 +𝜔
𝑇(𝑠) = 𝑎 Ganho CC = 𝑎 𝜔 ⁄𝜔
Notch PA 𝑠 + (𝜔 ⁄𝑄 )𝑠 + 𝜔
Ganho em altas frequências = 𝑎
𝑐𝑜𝑚 𝜔 ≪ 𝜔
Fonte: Adaptado de Sedra; Smith (2007).
Franco (2002) ainda destaca, por meio da Figura 18, a resposta em termos do fator
𝑄 para o caso do filtro notch regular RF. Nota-se que, quanto maior o valor de 𝑄, mais estreito
o dente se torna, ou seja, mais seletiva a sua resposta.
compensação de fase, visto que, introduz um atraso de fase no sinal, sem provocar quaisquer
alterações em sua amplitude. Referindo-se ao plano 𝑠, os dois zeros de transmissão estão à
direita do eixo 𝑗𝜔, posicionados simetricamente em relação aos polos. Este filtro pode
apresentar um ganho 𝑎 diferente de 1 e igual para todas as frequências, apresentando uma
função de transferência, dada por Sedra; Smith (2007), equivalente a
𝑠 − (𝜔 ⁄𝑄 )𝑠 + 𝜔
𝑇(𝑠) = 𝑎 (18)
𝑠 + (𝜔 ⁄𝑄 )𝑠 + 𝜔
Franco (2002) ainda aponta que o fator de qualidade do filtro PT é dado em função
da sua fase, como ilustrado na Figura 20.
𝒏 Taxa de atenuação
1 ±20dB/década ±6dB/oitava
2 ±40dB/ década ±12dB/ oitava
3 ±60dB/ década ±18dB/ oitava
4 ±80dB/ década ±24dB/ oitava
5 ±100dB/ década ±30dB/ oitava
6 ±120dB/ década ±36dB/ oitava
Fonte: Autoria própria.
Tendo em vista ainda um filtro PB, se os sinais que devem ser rejeitados e os que
devem passar possuírem frequências muito próximas, por exemplo 60 Hz e 100 Hz,
respectivamente, as características de corte de um filtro de primeira ou segunda ordem não
serão suficientes para garantir que a resposta desejada seja atingida.
Como já comentado no item 2.1.2 e ressaltado nesta segmentação, quanto maior for
a ordem de um filtro, maior será a sua seletividade. Sendo assim, para se obter uma resposta
mais próxima da ideal é necessário o uso de filtros que possuem ordem maior que 2, os quais
são comumente conhecidos como filtros de ordens superiores.
A obtenção desses filtros de ordens superiores será abordada nessa seção por meio
das aproximações de filtros (Butterworth, Chebyshev, Cauer e Bessel) para o caso do filtro PB.
O projeto dos demais tipos de filtros será obtido por meio da transformação de filtros discutida
no item 2.5.
1
|𝑇(𝑗𝜔)| =
𝜔 (19)
1+𝜖 𝜔
𝜖= 10 ⁄ −1 (20)
𝐴 = 20𝑙𝑜𝑔 1 + 𝜖 (21)
Como comentado previamente e ainda ressaltado por Franco (2002), uma das
características desse tipo de aproximação é a sua máxima planicidade. Isso se deve ao fato de
que as primeiras 2𝑛 − 1 derivadas de |𝑇(𝑗𝜔)| são zero em 𝜔 = 0, indicando uma curva o mais
plana possível em 𝜔 = 0.
Na Figura 22 estão representadas as respostas em módulo para filtros com
aproximação Butterworth de várias ordens, considerando 𝜖 = 1, e, consequentemente, 𝐴 =
3 dB.
Pela análise da figura nota-se que os polos se localizam ao longo do círculo de raio
𝜔 (1⁄𝜖 ) e são espaçados por ângulos iguais equivalentes a 𝜋⁄𝑛, com o primeiro polo
distanciado em um ângulo 𝜋⁄2𝑛 em relação ao eixo 𝑗𝜔. Sedra; Smith (2007) ainda ressalta que,
como os polos possuem distâncias radiais iguais, a partir da origem todos têm as mesmas
frequências 𝜔 = 𝜔 (1⁄𝜖 ) .
Assim, uma vez encontrada a ordem do filtro e a posição de seus polos, sua função
de transferência será dada por
𝐾𝜔
𝑇(𝑠) = (23)
(𝑠 − 𝑝 )(𝑠 − 𝑝 ) … (𝑠 − 𝑝 )
A fim de facilitar o cálculo das posições dos polos, Santos (2003) propõe o uso de
valores tabelados dos polinômios de Butterworth para determinadas especificações. Na Tabela
3 estão representados os polinômios da aproximação Butterworth para 𝑛 = 1, . . . ,10,
normalizados para frequência 𝜔 = 1. Caso se demonstre necessário a utilização de outro valor
/
para 𝜔 na função, substitui-se 𝑠 por 𝑠 .
𝒏 Denominador de 𝑻(𝒔)
1 (𝑠 + 1)
2 (𝑠 + √2𝑠 + 1)
3 (𝑠 + 1) (𝑠 + 𝑠 + 1)
4 (𝑠 + 0,76537𝑠 + 1)(𝑠 + 1,84776𝑠 + 1)
5 (𝑠 + 1)(𝑠 + 0,61803𝑠 + 1)(𝑠 + 1,61803𝑠 + 1)
6 (𝑠 + 0,51764𝑠 + 1)(𝑠 + √2𝑠 + 1)(𝑠 + 1,93185𝑠 + 1)
7 (𝑠 + 1) (𝑠 + 0,44504𝑠 + 1)(𝑠 + 1,247𝑠 + 1)(𝑠 + 1,80194𝑠 + 1)
8 (𝑠 + 0,3902𝑠 + 1)(𝑠 + 1,1111𝑠 + 1)(𝑠 + 1,6629𝑠 + 1)(𝑠 + 1,9616𝑠 + 1)
9 (𝑠 + 1)(𝑠 + 0,3473𝑠 + 1) (𝑠 + 𝑠 + 1)(𝑠 + 1,5321𝑠 + 1)(𝑠 + 1,87939𝑠 + 1)
10 (𝑠 + 0,3129𝑠 + 1)(𝑠 + 0,908𝑠 + 1)(𝑠 + √2𝑠 + 1)(𝑠 + 1,782𝑠 + 1)(𝑠 + 1,9754𝑠 + 1)
Fonte: Adaptado de Santos (2003).
Tabela 4 - Valores tabelados de frequência e fator de qualidade, normalizados em 1 Hz, para filtros PB de
𝒏 ordens.
Filtro PB Butterworth
2 1 0,707 1 12,30
3 1 1,000 1 18,13
O processo descrito pode ser facilitado com o uso de softwares específicos para o
projeto de filtros analógicos de ordens superiores, como por exemplo o FilterPro, da Texas
Instruments. Outra ferramenta amplamente utilizada para a determinação dos parâmetros do
filtros é o software MATLAB® que, por meio das funções ‘buttord’ e ‘butter’, realiza o cálculo
46
da ordem e frequência de corte do filtro Butterworth e a obtenção de seus zeros, polos e ganho,
respectivamente.
A função em módulo para uma aproximação Chebyshev, assim como sua atenuação
máxima na faixa de passagem, são definidas em Franco (2002) por
47
1
|𝑇(𝑗𝜔)| = −
𝜔 (24)
1 + 𝜖 cos 𝑛 cos 𝜔
𝐴 = 10log(1 + 𝜖 ) (25)
𝜖= 10 ⁄ −1 (26)
Por meio da equação (27) nota-se que, para todos os valores práticos de 𝜖, a
aproximação Chebyshev produz uma atenuação mínima 𝐴(𝜔 ) maior em relação ao seu
correspondente Butterworth de mesma ordem, ou seja, o filtro Chebyshev requer uma ordem
menor do que o Butterworth para atender à mesma especificação (PAARMANN, 2001).
Ainda, os polos do filtro Chebyshev são encontrados através de
2𝑘 − 1 𝜋 1 1 2𝑘 − 1 𝜋 1 1
𝑝 = −𝜔 sin sinh sinh + 𝑗𝜔 cos cosh sinh (28)
𝑛 2 𝑛 𝜖 𝑛 2 𝑛 𝜖
𝑘𝜔
𝑇(𝑠) = (29)
𝜖2 (𝑠 − 𝑝 )(𝑠 − 𝑝 ) … (𝑠 − 𝑝 )
Deste modo, Sedra; Smith (2007) resume o projeto de filtros do tipo Chebyshev em
quatro etapas:
1. Determinar 𝜖 pela equação (26);
48
(a) 𝑨𝒎𝒂𝒙 = 𝟎, 𝟐𝟓 𝒅𝑩
Numerador
𝒏 Denominador de 𝑻(𝒔)
Constante 𝑲
1 (𝑠 + 4,10811) 4,10811
2 (𝑠 + 1,79668𝑠 + 2,11403) 2,05405
3 (𝑠 + 0,76722) (𝑠 + 0,76722𝑠 + 1,33863) 1,02702
4 (𝑠 + 0,42504𝑠 + 1,16195)(𝑠 + 1,0261𝑠 + 0,45485) 0,51352
5 (𝑠 + 0,43695)(𝑠 + 0,27005𝑠 + 1,09543)(𝑠 + 0,707𝑠 + 0,53642) 0,25676
(b) 𝑨𝒎𝒂𝒙 = 𝟎, 𝟓𝟎 𝒅𝑩
Numerador
𝒏 Denominador de 𝑻(𝒔)
Constante 𝑲
1 (𝑠 + 2,86278) 2,86278
2 (𝑠 + 1,42562𝑠 + 1,51620) 1,43138
3 (𝑠 + 0,62646) (𝑠 + 0,62646𝑠 + 1,14245) 0,71570
4 (𝑠 + 0,35071𝑠 + 1,06352)(𝑠 + 0,84668𝑠 + 0,356412) 0,35785
5 (𝑠 + 0,362332)(𝑠 + 0,22393𝑠 + 1,03578)(𝑠 + 0,58625𝑠 + 0,47677) 0,17892
(c) 𝑨𝒎𝒂𝒙 = 𝟏, 𝟎𝟎 𝒅𝑩
Numerador
𝒏 Denominador de 𝑻(𝒔)
Constante 𝑲
1 (𝑠 + 1,96523) 1,96523
2 (𝑠 + 1,09773𝑠 + 1,10251) 0,98261
3 (𝑠 + 0,49417) (𝑠 + 0,49417𝑠 + 0,99420) 0,49130
4 (𝑠 + 0,27907𝑠 + 0,98650)(𝑠 + 0,67374𝑠 + 0,27940) 0,24565
5 (𝑠 + 0,28949)(𝑠 + 0,17892𝑠 + 0,98831)(𝑠 + 0,46841𝑠 + 0,42930) 0,12283
Fonte: Adaptado de Santos (2003).
49
Tabela 6 - Valores tabelados de frequência e fator de qualidade, normalizados em 1 Hz, para filtros PB de
𝒏 ordens.
9 1,027 10,178 0,913 3,145 0,705 1,585 0,449 0,822 0,290 80,60
10 1,022 12,522 0,928 3,921 0,754 2,044 0,524 1,127 0,304 0,590 92,04
9 0,998 18,029 0,881 5,527 0,662 2,713 0,377 1,260 0,159 91,06
10 0,998 22,263 0,902 6,937 0,721 3,561 0,476 1,864 0,212 0,749 102,50
Nos estudos das aproximações Butterworth, Chebyshev e Cauer, não foram levadas
em consideração a distorção da fase introduzida pelos filtros, porém, dependendo da aplicação
pode-se distorcer o sinal de forma significativa. Em vista disso, a informação da fase foi
considerada na aproximação Bessel ou Thomson, apresentada por Daryanani (1976). O objetivo
ao usar este tipo de aproximação é obter uma característica de atraso mais plana possível na
banda de passagem.
A função para uma característica ideal de atraso é dada por
51
𝑇(𝑠) = 𝑒 (30)
𝐵 (𝑠)
𝑇(𝑠) = (31)
𝐵 (0)
𝐵 (𝑠) ≃ 1 e 𝐵 (𝑠) = 𝑠 + 1
e
𝐵 (𝑠) = (2𝑛 − 1)𝐵 (𝑠) + 𝑠 𝐵 (𝑠) (32)
𝑠 + 3𝑠 + 3
𝑇(𝑠)| =
3
Novamente o uso de uma tabela que apresenta as formas fatoradas das funções de
aproximação se demonstra útil para a realização dos cálculos. Na Tabela 7 estão representados
os parâmetros para a aproximação Bessel para 𝑛 = 1, … , 5, quando 𝑇 = 1 𝑠. É importante
lembrar que, caso o atraso não seja 𝑇 = 1 𝑠, 𝑠 deve ser substituído nas funções de aproximação
por 𝑠𝑇 .
Outra maneira de se obter a função 𝑇(𝑠) é por meio do esboço da atenuação e do
atraso da aproximação Bessel para n ordens, representados nas Figuras 25 e 26,
respectivamente. Nelas, a frequência normalizada 𝛺 é dada por
𝛺 = 𝜔𝑇 (33)
52
2 1,274 0,577
10 1,949 0,504 1,987 0,538 2,068 0,620 2,211 0,810 2,485 1,145
𝑓 = 𝑓 /𝑓 ( ) (34)
𝑇 (𝑗𝛺) → 𝑇 , , (𝑗𝜔)
55
Figura 27 - Transformação de um filtro PB, normalizado na frequência 𝛺, para os filtros PA, PF e RF de-
normalizados na frequência 𝜔.
1
𝑇 (𝑗𝛺) =
(𝑠 + 1)(𝑠 + 𝑠 + 1)
1
𝑇 (𝑗𝜔) =
𝑠 𝑠 𝑠
𝜔 +1 𝜔 +𝜔 +1
1 1
𝑇 (𝑗𝜔) = =
𝜔 𝜔 𝜔 𝜔 +𝑠 𝜔 + 𝑠. 𝜔 + 𝑠
𝑠. 𝜔 + 1 𝑠 .𝜔
+ 𝑠. 𝜔 + 1 𝑠 𝑠
57
1 𝑠
𝑇 (𝑗𝜔) = =
1 𝑠+𝜔 𝑠 + 𝜔 .𝑠 + 𝜔
𝑠+𝜔 𝑠 + 𝜔 .𝑠 + 𝜔
𝑠
𝑇 (𝑗𝛺) = 𝑇′ (𝑗𝜔)| /
1 1
𝑇 (𝑗𝜔) = =
𝜔 𝜔 𝜔 𝜔 +𝑠 𝜔 + 𝜔 .𝑠 + 𝑠
𝑠 +1 𝑠 + 𝑠 +1
𝑠 𝑠
1 𝑠
𝑇′ (𝑗𝜔) = =
1 𝑠+𝜔 𝑠 + 𝜔 .𝑠 + 𝜔
𝑠+𝜔 𝑠 + 𝜔 .𝑠 + 𝜔
𝑠
Tipo do Filtro 𝑻𝑷𝑩 (𝒋𝜴) → 𝑻𝑷𝑨,𝑷𝑭,𝑹𝑭 (𝒋𝝎) 𝑻𝑷𝑩 (𝒋𝝎) → 𝑻𝑷𝑨,𝑷𝑭,𝑹𝑭 (𝒋𝝎)
𝜔 𝜔
PA 𝑠= 𝑠=
𝑠 𝑠
𝑠 +𝜔 (𝑠 + 𝜔 )𝜔
PF 𝑠= 𝑠= 𝐵 =𝜔 −𝜔
𝐵 𝐵
𝐵 𝐵
RF 𝑠= 𝑠= 𝜔 = 𝜔 𝜔
𝑠 +𝜔 (𝑠 + 𝜔 )𝜔
Figura 30 - Implementações para filtros PA de primeira ordem: (a) passiva e (b) ativa.
Observando os circuitos propostos para o caso PA, constata-se que sua obtenção é
garantida por meio da manipulação dos elementos passivos dos circuitos correspondentes ao
caso PB, de modo que a análise desses circuitos é feita de maneira análoga a tal caso.
Na análise passiva, visto que neste caso a posição dos elementos passivos são
invertidas se comparadas ao circuito da Figura 29(a), em altas frequências a tensão de saída
assume um valor praticamente igual ao da tensão de entrada, ou seja, o circuito permite a
passagem das altas frequências. Em contrapartida, submetido a sinais de baixas frequências, o
circuito apresenta ganho aproximadamente nulo, atenuando tais sinais.
Comparando os filtros de primeira ordem PB e PA, nota-se que as implementações
ativas são bem mais versáteis que as suas correspondentes passivas, uma vez que, além de
possuírem uma impedância de saída muito baixa, o que possibilita uma ligação em cascata e
consequentemente a obtenção de filtros com ordens superiores, seus ganhos são ajustáveis,
60
podendo ser projetados modificando-se apenas alguns parâmetros da função transferência sem
que outros sejam afetados.
A análise dos filtros 𝑅𝐿𝐶 é feita, segundo Smith; Sedra (2007), a partir do
ressonador 𝑅𝐿𝐶 paralelo, apresentado na Figura 31.
1 1
𝑠 + 𝑠+ =0 (35)
𝑅𝐶 𝐿𝐶
𝜔 = 1/√𝐿𝐶 (36)
𝑄 = 𝜔 𝐶𝑅 (37)
𝑉 (𝑠) 𝑍 (𝑠)
𝑇(𝑠) = = (38)
𝑉 (𝑠) 𝑍 (𝑠) + 𝑍 (𝑠)
Os zeros de transmissão então, serão os valores de 𝑠 em que 𝑍 (𝑠) é nulo (sem que
𝑍 (𝑠) seja nulo simultaneamente) e 𝑍 (𝑠) é infinito (sem que 𝑍 (𝑠) seja infinito
simultaneamente). Deste modo, realizando os procedimentos previamente descritos nesta
seção, é possível obter diferentes tipos de filtros por meio da manipulação da conexão dos nós
62
Figura 33 - Implementação de filtros de segunda ordem utilizando o ressonador LCR: (a) PB; (b) PA; e (c)
PF.
1
𝐿 𝐶 = (39)
𝜔
𝐶 +𝐶 =𝐶 (40)
64
𝐿 ||𝐿 = 𝐿 (41)
Por meio das equações (40) e (41), nota-se que, eliminando o sinal de entrada, o
circuito será equivalente ao ressonador observado na Figura 31, implicando que os modos
naturais do circuito se mantém preservados.
Na Figura 35 estão destacadas as estruturas dos filtros notch e suas características.
Figura 35 - Implementação de filtros de segunda ordem do tipo notch utilizando o ressonador LCR: (a) RF;
(b) PB; e (c) PA.
𝑉 (𝑠) 𝑉 (𝑠) 𝑉 𝑠𝐶 𝑅 𝑅 𝑅
= 𝑠𝐿 → = =
𝐼 (𝑠) 𝐼 (𝑠) 𝑉𝑅 𝑅
𝑠𝐶 𝑅 𝑅 𝑅
𝐶𝑅 𝑅 𝑅
𝐿= (42)
𝑅
Em uma situação real de projeto, Smith; Sedra (2007) diz que os capacitores e
resistores do circuito de simulação de Antoniou são determinados de modo que
𝑅 = 𝑅 = 𝑅 = 𝑅 = 𝑅 e 𝐶 = 𝐶, resultando na relação 𝐿 = 𝐶𝑅 . Empiricamente, os valores
sugeridos para o capacitor estão na faixa de 100 𝜇F a 0,01 𝜇F e o valor correspondente ao
resistor é determinado baseando-se no valor de 𝐿.
O outro modo de simulação de um indutor citado por Kumar & Shukla (1989), o
circuito de indutância flutuante, se diferencia da proposta de Antoniou pelo fato de consistir em
um circuito não aterrado, como mostra a Figura 38.
Figura 39 - (a) Ressonador 𝑹𝑪-Amp Op com substituição do indutor do circuito 𝑳𝑪𝑹 pelo circuito de
Antoniou. (b) Implementação de um amplificador de acoplamento 𝑲.
𝜔 = 1/𝐶𝑅 (43)
𝑄 = 𝑅 /𝑅 (44)
𝑟
𝑉 = 𝑉 (45)
𝑟 + 𝑟
Figura 40 - Implementação de algumas funções do filtro de 2ª ordem da Figura 38(a). (a) Filtro PB; (b)
Filtro PA; (c) Filtro PF; (d) Filtro notch regular.
Figura 42 - Diagrama de blocos do circuito biquad. (a) Integradores; (b) Somador; (c) Associação dos dois
integradores e do somador resultando no circuito biquad.
1 𝜔 1 𝜔
𝑉 = 𝐾𝑉 − 𝑉 − 𝑉 (46)
𝑄 𝑠 𝑄 𝑠
A equação (46) revela que o sinal de entrada 𝑉 , que alimenta os dois integradores,
é obtido por meio do circuito somador com pesos da Figura 42(b).
Ainda, a versatilidade deste circuito, comentada previamente, pode ser observada
verificando-se os sinais de saída do mesmo. Nota-se que a saída do primeiro e do segundo
integrador correspondem às funções dos filtros PF, com ganho na frequência central igual a
– 𝐾𝑄, e PB com granho cc igual a 𝐾, respectivamente, como demonstra as equações (47) e (48).
𝜔
− 𝑠 𝑉 𝐾𝜔 𝑠
= 𝜔 = 𝑇 (𝑠) (47)
𝑉 𝑠 +𝑠 𝑄 +𝜔
𝜔
𝑉 𝐾𝜔
𝑠 (48)
= 𝜔 = −𝑄𝑇 (𝑠)
𝑉 𝑠 +𝑠 𝑄 +𝜔
73
Figura 43 – (a) Circuito biquad KHN obtido pela implementação direta do diagrama de blocos da Figura
41(c) e (b) os pesos somados às saídas do filtro a fim de se obter um filtro PT.
1
𝑉 =− 𝑉 (49)
𝑠𝑅 𝐶
74
1
𝑉 =− 𝑉 (50)
𝑠𝑅 𝐶
𝑅 (𝑅 + 𝑅 ) 𝑅 𝑅 (𝑅 + 𝑅 )
𝑉 = 𝑉 − 𝑉 + 𝑉 (51)
𝑅 (𝑅 + 𝑅 ) 𝑅 𝑅 (𝑅 + 𝑅 )
𝑅 1
𝜔 = . (52)
𝑅 𝑅 𝑅 𝐶𝐶
𝑅 𝑅 +𝑅 𝑅 𝑅 𝐶
𝑄= . . (53)
𝑅 𝑅 +𝑅 𝑅 𝑅 𝐶
𝑅 𝑅 +𝑅
𝐾= . (54)
𝑅 𝑅 +𝑅
𝑅 𝑅 𝑅 𝑅 𝜔 𝑅 𝜔
𝑉 = 1+ 𝑉 + 1+ − 𝑉 − 𝑉 (55)
𝑅 +𝑅 𝑅 𝑅 +𝑅 𝑅 𝑠 𝑅 𝑠
𝜔 = 1/𝑅𝐶 (56)
𝑅
2𝑄 = +1 (57)
𝑅
𝐾 = 2 − (1/𝑄) (58)
Uma característica interessante desta topologia é que ela pode ser utilizada na
implementação de filtros notch. Essa configuração é obtida por meio do acoplamento do
circuito da Figura 42(b) aos terminais de saída 𝑉 , 𝑉 e 𝑉 do filtro 𝐾𝐻𝑁, resultando na soma
dos pesos dessas saídas. Matematicamente, essa relação pode ser expressa através da equação
(59).
𝑉 (𝑅 /𝑅 )𝑠 − 𝑠(𝑅 /𝑅 )𝜔0 + (𝑅 /𝑅 )𝜔
= −𝐾 (59)
𝑉 𝑠 + 𝑠(𝜔0 /𝑄) + 𝜔
Figura 44 - Filtro biquad Tow-Thomas. (a) Diagrama de blocos; (b) Implementação prática; (c)
Implementação do circuito biquad com alimentação direta.
A análise matemática deste filtro é feita por Su (2003) de maneira análoga ao filtro
KHN, porém, como aponta Sedra; Smith (2007), desta vez não é utilizado um quarto AmpOp
para viabilizar as demais funções do filtro, mas sim, uma alimentação direta, denominada como
77
feed-forward, como mostra a Figura 44(c). Este tipo de alimentação, comentada por Ogata
(2010), tem como característica principal corrigir o efeito dos distúrbios antes que a saída do
circuito seja afetada.
Tomando então 𝑛 como a saída do integrador, a função de transferência do circuito
da Figura 44(c) pode ser descrita pela equação (60) e utilizada para a obtenção das funções
desejadas, conforme as relações evidenciadas na Tabela 10.
𝐶 1 1 𝑟 1
𝑉 𝑠 𝐶 + 𝑠 𝐶 𝑅 − 𝑅𝑅 +
𝐶 𝑅𝑅
=− (60)
𝑉 1 1
𝑠 + 𝑠 𝑄𝐶𝑅 +
𝐶 𝑅
Função 𝑫𝒂𝒅𝒐𝒔
1
Todos os casos 𝐶 = 𝑎𝑟𝑏𝑖𝑡𝑟á𝑟𝑖𝑜; 𝑅 = ; 𝑟 = 𝑎𝑟𝑏𝑖𝑡𝑟á𝑟𝑖𝑜
𝜔 𝐶
PB 𝐶 = 0; 𝑅 = ∞; 𝑅 = 𝑅/𝑔𝑎𝑛ℎ𝑜 𝑐𝑐; 𝑅 = ∞
𝑅
PT 𝐶 = 𝐶. 𝑔𝑎𝑛ℎ𝑜 𝑛𝑜 𝑝𝑙𝑎𝑛𝑜; 𝑅 = ∞; 𝑅 = ; 𝑅 = 𝑄𝑟/𝑔𝑎𝑛ℎ𝑜
𝑔𝑎𝑛ℎ𝑜
𝑁 (𝑠)
𝑉 𝑡(𝑠) 𝐷 (𝑠) 𝑁 (𝑠) 𝑁 (𝑠)
(𝑠) = = = = (61)
𝑉 1 + 𝐴 (𝑠) 𝑁 (𝑠) 𝐷 (𝑠) + 𝐴𝑁 (𝑠) 1
1+𝐴 𝐴 𝐴 𝐷 (𝑠) + 𝑁 (𝑠)
𝐷 (𝑠)
79
Figura 46 – (a) Rede 𝑹𝑪 (T em ponte) que possui zero de transmissão complexo e (b) rede RC aplicada a
uma malha de realimentação de um filtro ativo.
1 1 1 1
𝑠 +𝑠 𝐶 +𝐶 𝑅 +𝐶 𝐶 𝑅 𝑅
𝑡(𝑠) = (62)
1 1 1 1
𝑠 +𝑠 𝐶 𝑅 +𝐶 𝑅 +𝐶 𝑅 +𝐶 𝐶 𝑅 𝑅
𝜔 1 1 1 1
𝑠 +𝑠 +𝜔 =𝑠 +𝑠 + +
𝑄 𝐶 𝐶 𝑅 𝐶𝐶𝑅 𝑅
1
𝜔 = (63)
𝐶𝐶𝑅 𝑅
𝐶𝐶𝑅 𝑅 1 1
𝑄= + (64)
𝑅 𝐶 𝐶
𝑚 = 4𝑄 (65)
2𝑄
𝐶𝑅 = (66)
𝜔
Uma vez determinado os polos conjugados do filtro, o objetivo passa a ser a injeção
de um sinal de entrada de modo que estes não sejam alterados. Para isso, utiliza-se a
metodologia aplicada ao ressonador 𝐿𝐶𝑅, explicitada na seção 2.6.2, que consiste em
desacoplar um ou mais componentes do circuito do terra e conectá-los ao sinal de entrada.
Considerando-se a Figura 46(b), pode-se colocar a fonte de sinal entre o resistor 𝑅
e o ponto comum do circuito de modo que, ao se anular o efeito da fonte de tensão, tem-se a
mesma resposta natural anterior, não modificando o posicionamento dos polos do circuito. Tal
81
processo é ilustrado na Figura 47. Neste caso, além de inserir a fonte de tensão, dividiu-se o
resistor 𝑅 em duas resistências em paralelo: 𝑅 /𝛼 e 𝑅 /(1 − 𝛼), para valores de 𝛼 entre 0 e
1. Esse procedimento é realizado a fim de ajustar o ganho na frequência 𝜔 .
Figura 47 - Análise em etapas do circuito da Figura 45(b) com a injeção de um sinal de entrada.
𝑉 −𝑠(𝛼/𝐶 𝑅 )
𝑇(𝑠) = = (67)
𝑉 1 1 1 1
𝑠 +𝑠 𝐶 +𝐶 𝑅 +𝐶 𝐶 𝑅 𝑅
Examinando o circuito da Figura 47, nota-se que se trata de um filtro PF com ganho
na frequência central controlado pelo valor de 𝛼, como comentado previamente. Sedra; Smith
(2007) aponta que, demais implementações de filtros, como PB e PA, por exemplo, podem ser
obtidos aplicando-se a transformação linear da malha de realimentação.
82
Tal transformação, modifica o tipo de filtro sem alterar sua resposta natural, ou seja,
sem alterar os polos do circuito e, consequentemente, o denominador da função de
transferência. O procedimento é descrito por Sedra; Smith (2007) em três passos:
1. Trocar a entrada da rede 𝑅𝐶 pelo ponto comum do circuito, ligado ao terra;
2. Trocar as entradas do amplificador operacional;
3. Fazer uma realimentação negativa no AmoOp a fim de garantir a estabilidade.
Aplicando-se os passos descritos na rede 𝑅𝐶 da Figura 46(b), por exemplo, a saída
do AmpOp passa a ser ligada ao resistor 𝑅 , e o resistor 𝑅 e o capacitor 𝐶 passam a ser
conectados ao terra enquanto a saída da rede RC que estava ligada à entrada inversora do
AmpOp passar a ser conectada à entrada não inversora, como explicitado na Figura 48(c).
Figura 48 – (a) Rede RC (T em ponte), (b) aplicação da rede RC na malha de realimentação e (c) aplicação
da transformação complementar da malha da Figura 47(b).
Figura 49 – (a) Rede 𝑹𝑪 (T em ponte) alternativa, (b) rede RC aplicada a uma malha de realimentação de
um filtro ativo e (c) circuito resultante após transformação linear.
1
𝜔 = (68)
𝐶𝐶𝑅 𝑅
𝐶𝐶𝑅 𝑅 1 1
𝑄= + (69)
𝐶 𝑅 𝑅
𝑚 = 4𝑄 (70)
2𝑄
𝐶𝑅 = (71)
𝜔
2.7 SENSIBILIDADE
𝛥𝑦⁄𝑦 𝜕𝑦 𝑥 𝜕 ln 𝑦
𝑆 = lim = = (72)
→ 𝛥𝑥 ⁄𝑥 𝜕𝑥 𝑦 𝜕 ln 𝑥
𝛥𝑦⁄𝑦
𝑆 ≃ (73)
𝛥𝑥 ⁄𝑥
𝒚 𝟏/𝒚 𝒚 𝒚 𝟏 𝒚
(1) 𝑺𝟏/𝒙 = 𝑺𝒙 = −𝑺𝒙 (4) 𝑺𝒙𝒏 = 𝑺
𝒏 𝒙
.
(2) 𝑆 =𝑆 +𝑆 (5) 𝑆 = 𝑛𝑆
/
(3) 𝑆 =𝑆 −𝑆 (6) 𝑆 = 𝑦𝑆
Schaumann; Valkenburg (2001) exemplifica tal conceito por meio do filtro passivo
PB apresentado na Figura 50.
Na teoria, a ordem das seções que estão associadas em cascada é irrelevante, porém
na prática, os filtros devem ser posicionados em ordem crescente do seu fator de qualidade 𝑄 a
fim de evitar distorções nos sinais. Contudo, organizá-los de forma crescente não garante a
extinção dos ruídos internos do filtro. Essa característica é minimizada ao se posicionar os
filtros com 𝑄 mais alto na primeira posição da cascata. Assim, Franco (2002) ressalta que para
se determinar a ordem da cascata deve-se levar em consideração critérios como o espectro do
sinal de entrada, o tipo de filtro a ser utilizado e as características de ruídos de seus
componentes.
88
% DADOS DO PROJETO
%% APROXIMAÇÃO BUTTERWORTH
[n1,Wn] = buttord(Wp,Ws,Rp,Rs,'s');
[Z,P,K] = butter(n1,Wn,'low','s');
[num,den] = zp2tf(Z,P,K);
G1 = tf(num,den);
figure(1)
opts1 = bodeoptions('cstprefs');
opts1.FreqUnits = 'Hz';
opts1.YLim = {[-100 10];[-1170 490]};
opts1.YLimMode = {'manual';'manual'};
opts1.Title.FontSize = 24;
opts1.XLabel.FontSize = 20;
opts1.YLabel.FontSize = 20;
91
bodeplot(G1,'g',opts1);
title(sprintf('Diagrama de Bode | Filtro PB Anti-aliasing Butterworth n =
%d',n1));
grid on;
%% APROXIMAÇÃO CHEBYSHEV
[n2,Wp] = cheb1ord(Wp,Ws,Rp,Rs,'s');
[Z,P,K] = cheby1(n2,Rp,Wp,'low','s');
[num,den] = zp2tf(Z,P,K);
G2 = tf(num,den);
figure(2)
opts2 = bodeoptions('cstprefs');
opts2.FreqUnits = 'Hz';
opts2.YLim = {[-100 10];[-630 90]};
opts2.YLimMode = {'manual';'manual'};
opts2.Title.FontSize = 24;
opts2.XLabel.FontSize = 20;
opts2.YLabel.FontSize = 20;
bodeplot(G2,'b',opts2);
title(sprintf('Diagrama de Bode | Filtro PB Anti-aliasing Chebyshev n = %d',n2));
grid on;
%% APROXIMAÇÃO BESSEL
n3=25;
[Z,P,K] = besself(n3,2*pi*22.05e3);
[num,den] = zp2tf(Z,P,K);
G3 = tf(num,den);
figure(3)
opts3 = bodeoptions('cstprefs');
opts3.FreqUnits = 'Hz';
opts3.YLim = {[-100 10];[-2400 90]};
opts3.YLimMode = {'manual';'manual'};
opts3.Title.FontSize = 24;
opts3.XLabel.FontSize = 20;
opts3.YLabel.FontSize = 20;
bodeplot(G3,'m',opts3);
title(sprintf('Diagrama de Bode | Filtro PB Anti-aliasing Bessel n = %d',n3));
grid on;
%% APROXIMAÇÃO ELÍPTICA
[n4,Wp] = ellipord(Wp,Ws,Rp,Rs,'s');
[Z,P,K] = ellip(n4,Rp,Rs,Wp,'low','s');
[num,den] = zp2tf(Z,P,K);
G4 = tf(num,den);
figure(4)
opts4 = bodeoptions('cstprefs');
opts4.FreqUnits = 'Hz';
opts4.YLim = {[-100 10];[-90 450]};
opts4.YLimMode = {'manual';'manual'};
opts4.Title.FontSize = 24;
opts4.XLabel.FontSize = 20;
opts4.YLabel.FontSize = 20;
bodeplot(G4,'r',opts4);
title(sprintf('Diagrama de Bode | Filtro PB Anti-aliasing Elíptico n = %d',n4));
grid on;
%% COMPARAÇÃO
figure(5)
opts = bodeoptions('cstprefs');
opts.FreqUnits = 'Hz';
opts.YLim = {[-100 10];[-2400 450]};
92
opts.YLimMode = {'manual';'manual'};
opts.Title.FontSize = 24;
opts.XLabel.FontSize = 20;
opts.YLabel.FontSize = 20;
bodeplot(G1,'g',opts);
hold on
bodeplot(G2,'b',opts);
bodeplot(G3,'m',opts);
bodeplot(G4,'r',opts);
grid on;
hold on
title(sprintf('Diagrama de Bode | Filtro PB Anti-aliasing'));
legend(sprintf('Aproximação Butterworth | n = %d ',n1),sprintf('Aproximação
Chebyshev | n = %d ',n2),sprintf('Aproximação Bessel | n = %d
',n3),sprintf('Aproximação Elíptica | n = %d ',n4));
modo, inseriu-se manualmente valores arbitrários para a ordem a fim de obter a resposta em
frequência a qual se adequasse aos parâmetros exigidos. Todavia, aferindo-se a ordem máxima
permitida pelo algoritmo do programa, correspondente a 25, nota-se que a curva ainda não
condiz com o especificado. Tal característica pode ser constata ao observar-se a Figura 54 que
demonstra que a curva apresenta uma atenuação na frequência de corte de -16,9 dB, valor este
abaixo do estipulado, correspondente a -1 dB.
Como comentado anteriormente na seção 2.4.4, a característica principal deste
tipo de aproximação é apresentar o atraso de fase mais plano possível na banda de passagem.
Comparando-se, então, sua curva de atraso às observadas nas aproximações previamente
analisadas, nota-se que esta apresenta um comportamento superiormente linear.
No caso da aproximação Elíptica, observada na Figura 55, nota-se que a curva
atende às especificações pré-estabelecidas implementando uma ordem inferior às obtidas nas
aproximações Butterworth e Chebyshev.
Além de apresentar uma atenuação acentuada na faixa de bloqueio, outra
característica observada na análise gráfica do diagrama é a presença de ripples, tanto na faixa
de passagem como na faixa de bloqueio. Tais ondulações não interferem na resposta do filtro,
contudo, provocam um comportamento irregular do atraso de fase.
𝑭𝒄 Frequência de corte 60 Hz
𝑸 Fator de qualidade 10
𝒏 Ordem do filtro 2
Fonte: Autoria própria.
% DADOS DO PROJETO
%% DIAGRAMA DE BODE
apresentando uma mudança de fase abrupta. Na prática, o fato do filtro possuir um zero em 60
Hz, implica que o ganho nesta frequência tende a -∞. No entanto, para gerar o gráfico, o
software utilizado atribui alguns valores arbitrários de frequência e calcula os parâmetros para
este caso a partir de tais valores. Ademais, a fim de atingir uma melhor visualização gráfica, o
software interpola os pontos, fazendo com que na frequência próxima a 60 Hz, ilustrada na
Figura 58, o ganho apresente um valor finito, correspondente a -278 dB.
Uma vez que o método de obtenção da função de transferência adotado demonstra-
se objetivo e de fácil compreensão, este caso é utilizado para exemplificar os diferentes tipos
de implementação evidenciados na seção 2.6, simulados através do software Proteus® e, a
posteriori, implementados experimentalmente.
Uma vez que é impraticável obter tais valores teóricos empiricamente, deve-se
considerar os valores comerciais disponíveis para os componentes, visando obter um
equivalente mais próximo possível do projetado, como apresentado na tabela 14.
Tabela 14 – Valores calculados e comerciais dos elementos passivos para filtro RF da Figura 59.
Teórico Comercial
𝑳 [mH] 21,00 21,00
𝑹 [𝛺] 79,16 1 x 68,00 + 1 x 10,00
𝑪 [𝜇F] 335,07 330,00
Fonte: Autoria própria.
Observa-se que, para este caso em particular, uma vez que os valores comerciais,
dos componentes não diferem tanto dos valores teóricos, a frequência de corte verificada
mantém-se a mesma para ambas realizações, verificando-se uma tênue diferença na curva de
magnitude. A fase, por sua vez, mantém o comportamento esperado, apresentando também uma
discrepância desprezível entre as realizações.
Outra análise pertinente a ser realizada neste circuito é a análise no domínio do
tempo, também nomeada de análise de transiente. Este tipo de análise, de acordo com
Alexander; Sadiku (2013), expressa o comportamento da tensão ou corrente de um circuito em
uma frequência específica à medida que o tempo varia. Na Figura 61 observa-se a análise
analógica da tensão do filtro, simulada no intervalo de tempo de 0 a 400 ms. As curvas em
vermelho e verde foram obtidas considerando-se os componentes em seus valores teóricos e
comerciais, respectivamente, ambas simuladas para uma senoide de 60 Hz na entrada. A curva
em azul, por sua vez, representa os componentes em seu valor comercial submetidos a uma
senoide de 10 Hz, escolhida arbitrariamente com o intuito de representar a amplitude da tensão
em frequências divergentes da frequência de corte.
102
62. Analogamente à implementação RLC, este circuito é também alimentado com um tensão
alternada equivalente a 4,08 V.
Uma vez que o ganho estipulado do filtro é unitário e não se tem nenhuma carga
conectada em sua saída, não demonstrou-se necessária a implementação do amplificador de
acoplamento 𝐾, utilizado especificamente para ajustar tal parâmetro e casar a impedância com
a carga.
Comparando-se, então, a função de transferência genérica do filtro RF,
demonstrada na Tabela 1, a equação exibida na Figura 40(d), e, adotando arbitrariamente um
capacitor de 2,2𝜇F, obtiveram-se os valores teóricos para os demais elementos passivos do
circuito. Analogamente à implementação passiva, nesta em questão também serão dispostos os
valores comercias. Contudo, uma vez que os circuitos simulados a partir deste caso também
foram implementados experimentalmente, são considerados na análise os valores reais dos
componentes, aferidos por meio de um multímetro, a fim de se obter a resposta em frequência
mais precisa possível.
104
Tabela 15 - Valores calculados, comerciais e reais para elementos passivos para filtro RF da Figura 62.
Por meio da análise da Figura 63, observa-se que a realização com valores reais
apresenta uma modesta discrepância no valor da frequência de corte se comparado ao valor
esperado de 60 Hz. No entanto, tal divergência é previsível uma vez que deve-se levar em
consideração os erros dos componentes utilizados e do equipamento de medição. O atraso de
fase observado no entanto, é similar ao observado na topologia RLC.
A análise no domínio do tempo, exibida na Figura 65, apresenta valores distantes
dos almejados. A magnitude da tensão, considerando-se os valores teóricos é de,
aproximadamente, 1 V, enquanto a realização real decai apenas cerca de 50 % do valor original
do sinal.
As características observadas não são as ideais pois, neste caso, embora emule-se
um indutor a partir de uma implementação ativa, ainda assim verifica-se uma limitação
referente ao fator de qualidade. No entanto, o comportamento da curva implica que ocorre uma
atenuação da tensão na frequência de corte especificada, embora não na amplitude desejada,
comprovando a funcionalidade do filtro proposto.
106
Tabela 16 - Valores calculados, comerciais e reais para elementos passivos para filtro RF da Figura 66.
Novamente, por meio da análise das Figuras 68 e 69, verifica-se uma tênue
discrepância entre os valores de frequência de corte obtidos para as realizações, equivalente a
60,26 Hz considerando-se valores teóricos e 58,84 Hz para valores reais. Neste caso em
particular, o erro deve-se primordialmente pelos valores aferidos experimentalmente dos
capacitores, que apresentam uma discrepância considerável se comparados aos seus valores
comerciais.
A resposta em frequência referente à fase, por sua vez, difere daquela observada na
Figura 60. A diferença retratada deve-se exclusivamente às características construtivas do
circuito utilizado na implementação, que alteram o comportamento da fase sem modificar a
resposta final.
Por meio da Figura 69 nota-se que, tal qual observado nas implementações RLC e
RC utilizando indutância de Antoniou, o comportamento da magnitude da tensão não tende a
zero, divergindo do ideal, embora apresente um decaimento visível quando o circuito opera na
frequência de corte.
109
A última topologia a ser proposta para o caso do filtro notch RF é a KRC explicitada
na seção 2.6.5. Em teoria, um circuito RF é obtido fazendo-se PA + PB ou 1 - PF, ou seja,
somando-se um filtro PA a um PB, com mesmas frequências de corte e fator de qualidade, ou
subtraindo-se do sinal de entrada a saída de um filtro PF. Contudo, uma vez que a função de
transferência característica do filtro PF, apresentada na equação (67), apresenta um sinal
negativo em seu numerador, a implementação RF passa a assumir a forma 1 + PF, o que
corresponde empiricamente, na associação do filtro PF da Figura 47 a um amplificador
somador, como evidencia a Figura 70.
110
Tabela 17 - Valores calculados, comerciais e reais para elementos passivos para filtro RF da Figura 71.
Uma onda quadrada é uma forma de onda básica encontrada frequentemente nas
áreas da eletrônica e do processamento de sinais. Em sua forma ideal, ela alterna regularmente
e instantaneamente entre os dois níveis, que podem ou não incluir o zero.
Fundamentando-se nos conceitos da série de Fourier, sabe-se que uma onda
quadrada é composta por uma frequência fundamental somada a infinitas harmônicas,
representadas por senoides com frequências de valores múltiplos inteiros e ímpares da
frequência fundamental. Pode-se também apresentar um valor em corrente contínua,
relacionado ao offset da onda quadrada.
Para fins de exemplificação, considerou-se, neste caso, uma onda quadrada de 1
kHz na entrada e utilizando-Se um filtro PF para extrair a onda senoidal da frequência
fundamental. Esta seção trata, então, de um filtro PF que atenua as frequências harmônicas de
uma onda quadrada 1 kHz, conforme os dados pré-estabelecidos arbitrariamente pelo projetista,
expostos na Tabela 18.
% DADOS DO PROJETO
%% APROXIMAÇÃO CHEBYSHEV
[n,Wp] = cheb1ord(Wp,Ws,Rp,Rs,'s');
[Z,P,K] = cheby1(n,Rp,Wp,'bandpass','s');
[num,den] = zp2tf(Z,P,K);
N=2*n; % Para filtros PF, a função ‘cheb1ord’ retorna n/2
%% DIAGRAMA DE BODE
opts = bodeoptions('cstprefs');
opts.FreqUnits = 'Hz';
opts.Title.FontSize = 24;
opts.XLabel.FontSize = 20;
opts.YLabel.FontSize = 20;
bodeplot(G,'r',opts);
title(sprintf('Diagrama de Bode | Filtro PF Chebyshev n = %d',N));
grid on;
Figura 75 – Detalhe do ripple na faixa de passagem para filtro PF com aproximação Chebyshev.
Tabela 19 - Valores calculados, comerciais e reais para elementos passivos para filtro PF da Figura 77.
2º ESTÁGIO
3º ESTÁGIO
AMPLIFICADOR DE GANHO 𝑲
Como observado na Figura 77, devido à sensibilidade do filtro aos valores dos
componentes, os limites da faixa de passagem das realizações consideradas diferem em certo
grau, contudo, uma vez que o filtro é projetado para deixar passar apenas a frequência
fundamental de 1 kHz e, sabendo-se que a próxima harmônica de uma onda quadrada de 1 kHz
apresenta a frequência de 3 kHz, considera-se este erro desprezível, visto que tais parâmetros
garantem a performance do filtro.
120
Uma vez que a seção 3 abordou a obtenção da função de transferência do filtro, por
meio do software MATLAB®, e sua simulação computacional com o auxílio do Proteus®, esta
segmentação visa explicitar a montagem prática dos casos simulados previamente a fim de
fornecer, por meio de situações reais, resultados mais concretos e efetivos.
Todas as realizações experimentais foram efetuadas no Laboratório G104 da
UTFPR Campus Cornélio, sob supervisão do orientador deste trabalho, utilizando-se de
materiais disponibilizados pela própria Universidade conforme descrito na seção a seguir.
Resistores Diversos
EQUIPAMENTOS
Tabela 21 – Valores de tensão e período aferidos conforme frequências pré-estabelecidas para filtro RF.
FILTRO RC ANTONIOU FILTRO BIQUAD FILTRO KRC
𝑭 [Hz] 𝑻 [s] 𝑽𝒑𝒑 [V] 𝑭 [Hz] 𝑻 [s] 𝑽𝒑𝒑 [V] 𝑭 [Hz] 𝑻 [s] 𝑽𝒑𝒑 [V]
S1 = [
% Inserir dados exportados do gráfico simulado no Proteus para o filtro Antoniou
];
S2 = [
% Inserir dados exportados do gráfico simulado no Proteus para o filtro biquad
];
S3 = [
% Inserir dados exportados do gráfico simulado no Proteus para o filtro KRC
];
R1 = [
% Inserir dados aferidos experimentalmente para o filtro Antoniou
];
R2 = [
% Inserir dados aferidos experimentalmente para o filtro biquad
];
R3 = [
% Inserir dados aferidos experimentalmente para o filtro KRC
];
Fs2 = S2(:,1);
Vs2_t = S2(:,2);
Vs2_r = S2(:,3);
Fr2 = R2(:,1);
Tr2 = R2(:,2);
Vr2 = R2(:,3);
Fase2 = Tr2*360.*Fr2;
Gd2 = 20*log10(Vr2/8.16);
Fs3 = S3(:,1);
Vs3_t = S3(:,2);
Vs3_r = S3(:,3);
124
Fr3 = R3(:,1);
Tr3 = R3(:,2);
Vr3 = R3(:,3);
Fase3 = Tr3*360.*Fr3;
Gd3 = 20*log10(Vr3/8.16);
figure(1)
plot(Fs1,Vs1_t,'g','linewidth',2);
hold on
plot(Fs1,Vs1_r,'r','linewidth',2);
plot(Fr1,Gd1,'*');
grid on
hold on
title(sprintf('Diagrama de Bode - Magnitude | Filtro RF ANTONIOU'));
figure(2)
plot(Fs2,Vs2_t,'g','linewidth',2);
hold on
plot(Fs2,Vs2_r,'r','linewidth',2);
plot(Fr2,Gd2,'*');
grid on
hold on
title(sprintf('Diagrama de Bode - Magnitude | Filtro RF BIQUAD'));
figure(3)
plot(Fs3,Vs3_t,'g','linewidth',2);
hold on
plot(Fs3,Vs3_r,'r','linewidth',2);
plot(Fr3,Gd3,'*');
grid on
hold on
title(sprintf('Diagrama de Bode - Magnitude | Filtro RF KRC'));
Tabela 22 - Comparação dos valores de frequência de corte obtidos por meio de simulação e
experimentalmente.
RF Antoniou RF Biquad RF KRC
Tabela 23 - Valores de tensão e período aferidos conforme frequências pré-estabelecidas para filtro PF.
FILTRO KRC
divergência das respostas. Para este caso a análise da fase demonstra-se inviável uma vez que
não há dados experimentais suficientes para plotar uma curva legível e passível de comparação.
Ainda, utilizando-se o osciloscópio, obteve-se a análise de transiente da tensão
referenciada aos valores críticos da resposta em frequência, representada por meio dos gráficos
dispostos na Figura 87, na qual o canal 1 representa o sinal de entrada, enquanto o canal 2
exprime a saída do filtro nas frequências críticas de (a) 950 Hz, (b) 995 Hz e (c) 1035 Hz.
Figura 86 - Análise analógica da tensão para filtro PF experimental do Caso 3 (a) no limite inferior
mensurável da frequência, (b) na frequência de corte e (c) no limite superior mensurável da frequência.
(a) (b)
(c)
Fonte: Autoria própria.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
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JOHN WILEY & SONS, 1976.
FRANCO, Sergio. Design with operation amplifiers and analog integrate circuits. 3. ed.
New York: McGraw-Hill, 2002.
HAYKIN, Simon; VAN VEEN, Barry. Signals and systems. 2. ed. New York: John Wiley &
Sons, 2001.
OGATA, Katsuhiko. Modern control engineering. 5. ed. New Jersey: Pearson Prentice Hall,
2010.
ROHDE & SCHWARZ. dB or not dB?. KG, 2015. Disponível em: <https://www.rohde-
schwarz.com/us/applications/db-or-not-db-application-note_56280-15534.html> Acesso em
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SANTOS, João Carlos V. dos. Introdução à teoria de redes. 1. Ed. Canoas: ULBRA, 2003.
SEDRA, Adel S; SMITH, Kenneth C. Microeletrônica. 5a ed. São Paulo: Pearson Prentice
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SU, Kendall. Analog Filters. 2. Ed. Dordrecht: Kluwer Academic Publishers, 2003.
135
TAN, Li; JIANG, Jean. Fundamentals of analog and digital signal processing. 2. Ed.
Georgia: AuthorHouse, 2008.
THOMAS, Lee C. The Biquad: Part I – Some practical design considerations. IEEE, vol.
18, pp. 350 – 357, 1971.
TOW, J. Active TC filters – A state-space realization. IEEE, vol. 56, pp. 1137 – 1139, 1968.
VALKENBURG, M. E. Van. Analog Filter Design. New York: Holt Saunders, 1982.
WHITE, Glenn D.; LOUIE, Gary J. The audio dictionary. 3. Ed. Seattle: University of
Washington Press, 1933.