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Relatório de aula – 27 de Setembro 2022

Unidade Curricular: Tratores e Equipamentos Automotrizes

Docente responsável: Prof. Doutor Anacleto Pinheiro

Discente:

José Pedro Paulo – 48050


Na passada terça-feira, dia 27 de Setembro, a aula da unidade curricular de tractores e
equipamentos automotrizes teve lugar em duas explorações agrícolas, primeiramente
visitámos a Herdade da Fonte Coberta e de seguida uma exploração de amendoal.
Com a visita à Herdade da Fonte Coberta o principal objetivo era vermos de perto e com
atenção a máquina automotriz de vindimar a trabalhar, infelizmente as duas máquinas
automotrizes que a herdade possuí estavam avariadas. Como alternativa e em
substituição tinham em trabalho uma máquina de vindimar rebocável, no caso uma
Pellenc Grapes Line 25 (Figura 1).

Figura 1 - Pellenc Grapes Line 25

Num primeiro contacto visual com a máquina em questão conseguimos logo observar
alguns aspetos técnicos, outros que não eram visíveis e que não eram explícitos para
nós foram sempre sendo esclarecidos pelo professor responsável Anacleto Pinheiro.
O que inicialmente nos chamou à atenção foi o facto de o tractor utilizado para rebocar
a máquina de vindimar ser um trator de 95cv, já que a máquina de vindimar parecia ter
algumas exigências para trabalhar sem falhas, mas essas exigências eram preenchidas
pelo seu sistema hidráulico independente (Figura 2) pelo que a única exigência

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requerida pelo tractor eram as 540 rpm da tomada de força (tdf). Como consequência
também podemos apurar que é mais económica que a máquina automotriz.

Figura 2- Sistema hidráulico independente da máquina vindimadora

Também tivemos a oportunidade de observar a máquina em transporte, e assim


comparar a sua posição quando está em transporte e em trabalho. Quando está em
modo transporte ela fica centralizada com o tractor, já quando está em trabalho ela fica
descentralizada para que o tractor possa ir no centro da entrelinha e a máquina no
centro da linha (Figura 3). Também tem a capacidade de regular a altura das tremonhas
individualmente para que possa contrariar o desequilíbrio estático a trabalhar em solos
com declive, como é o caso das vinhas instaladas a norte do país. Todas estas
regularizações são efetuadas através de um joystick próprio da máquina que está dentro
do trator e que faz acionar os cilindros hidráulicos.

Figura 3- Máquina em trabalho, observação da descentralização

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Quanto ao processo de colheita da máquina, os braços de colheita fazem vibrar as
videiras e a uva cai para uns tapetes sem fim que dirigem a uva até aos alcatruzes que
fazem elevar a uva que cai posteriormente por gravidade para dentro das tremonhas.
Quando estas tremonhas atingem a sua capacidade de armazenamento a uva é
despejada para dentro de um semirreboque que transporta a uva até à adega. Nas
imagens seguintes (Figura 4 e 5) podemos observar a videira antes de ser colhida e após
ser colhida.

Figura 4- Videira antes da colheita Figura 5- Videira após a colheita

Como foi referido anteriormente, quando a máquina atinge o seu potencial máximo de
armazenamento tem a necessidade de fazer a descarga da uva para um semirreboque
para poder continuar a vindimar. Na descarga que tivemos a oportunidade de ver, o
operador acionou a elevação de uma tremonha de cada vez, a elevação destas
tremonhas teve o auxílio de cilindros hidráulicos (Figura 6 e 7).
Depois de carregado o semirreboque, este segue para a adega que está em pleno
funcionamento e necessita da matéria prima, a uva, para que não pare a produção do
produto final, o vinho. Quantos mais tempos mortos existir num dia de trabalho mais
encarece a produção do produto, e o objetivo é obter o maior lucro possível.
Para evitar que existam tempos mortos, verificamos que existiam dois tratores com
semirreboque para a máquina (Figura 8), um deles estava de prevenção para situações
futuras, como por exemplo uma avaria do tractor principal que acompanha o trator que
tinha acoplado a máquina de vindimar ou mesmo quando esse trator principal fosse
descarregar a uva à adega e não chegasse a tempo para a máquina de vindimar fazer a
descarga para o semirreboque.
Para além da obtenção do maior lucro possível também querem garantir a qualidade do
produto, para isso utilizavam semirreboques de inox apropriados para a uva (Figura 9)
de modo a evitar a sua oxidação, pois o inox consegue manter uma temperatura ótima

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até que a uva chegue à adega, o que não acontecia com os semirreboques de ferro. Dos
semirreboques pudemos apurar que estavam acoplados à boca de lobo do trator e que
tinham ligados unicamente uma mangueira hidráulica ao tractor (Figura 10), pois,
utilizava um cilindro hidráulico de simples
efeito para fazer a báscula da uva (Figura
11).

Figura 7- Descarga segunda tremonha

Figura 6- Descarga primeira tremonha

Figura 8- Observação do sistema de gestão de logística, dois semirreboques para a máquina de vindimar

Figura 9- Semirreboque de inox


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Figura 10- Semirreboque acoplado ao tractor

Figura 11- Cilindro hidráulico de simples efeito

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Depois de fazermos uma visita rápida à adega da Herdade da Fonte Coberta que conta
com 500ha, dos quais 250ha são de vinha finalizámos a aula com a visita à exploração
de amendoal com uma área de 400ha.
Assim que entrámos dentro do amendoal foi possível verificar que usavam mais que
uma variedade, estando estas identificadas com estacas de cores diferentes. Isto
acontece porque a variedade que tem mais interesse para esta exploração, aquela que
ocupa 50% das variedades utilizadas, não é autopolinizadora pelo que precisam de
recorrer a outras variedades para que haja fecundação e crescimento do fruto.
Infelizmente não tivemos a oportunidade de ver os vibradores a trabalhar, mas vimos a
deslocarem-se para o parque de máquinas, os vibradores com que esta exploração
trabalha são os Buggy Pellenc Maxi 5000 (Figura 12).

Figura 12- Buggy Pellenc Maxi 5000

Não conseguimos ver a primeira fase da colheita mecânica da amêndoa, o vibrador a


sacudir a árvore e fazer com que a amêndoa caia, mas vimos algumas das fases
seguintes. Fomos encaminhados pelo Engenheiro responsável pela exploração para
observarmos a varredora (Figura 13) que coloca as nozes todas num “cordão” (Figura 14
e 15), depois uma máquina - Exact E3850 (Figura 15) – rebocada por um tractor faz a
recolha das nozes.

Figura 13- Varredora

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Figura 14 e 15 - Cordão feito pela varredora

Figura 16- Exact E3850

Depois de as nozes serem recolhidas são descarregadas, através do efeito de um cilindro


hidráulico (Figura 17) para um tapete sem fim rebocável que as transportam até a um
contentor (Figura 18) que terá como destino a fábrica onde irá ocorrer o descasque das
amêndoas, em Viana do Alentejo.

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Figura 17- Cilindro hidráulico

Figura 18- Tapete sem fim e contentor

Com esta última visita de campo de dia 27 de Setembro demos por concluída a aula,
aula essa que foi bastante produtiva e nos fez estar perto do trabalho de duas
explorações agrícolas distintas, e com isso tomarmos conhecimento de realidades
diferentes. Apoio esta iniciativa das aulas dentro de uma sala serem substituídas por
aulas de campo, pois, ajudam-nos a tomarmos decisões no futuro quando tivermos à
frente de uma exploração.

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