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Oportunidades de Melhoramento Processo Produtivo

Setor Pátio Briquete

Em visita ao setor, avaliamos o processo produtivo do briquete, isso com vistas


a identificar oportunidades de melhoramento com foco na redução de custo,
aumento da qualidade e produtividade.

Etapas do Processo produtivo


1. O processo de produção do briquete se inicia com a abertura manual da
escotilha do silo de armazenamento do blend, a qual é realizada pelo
operador B;
2. O operador A aciona o botão de start que liga o motor o qual provoca a
vibração do referido silo;
3. Via processo vibratório e mediante a força da gravidade, o blend cai em
um segundo silo (menor que o primeiro), o qual se configura em uma
balança;
4. Após aferição do peso via painel de led, o operador A, o qual é
responsável pela qualidade do processo de mistura, informa ao operador
B para que este último realize o fechamento da escotilha do silo
superior, de modo a sessar o fluxo de descida do blend;
5. O operador A aciona o funcionamento da correia de alimentação da
panela;
6. Considerando o peso do blend, o operador A insere no painel a
quantidade de melaço que será lançado na panela;
7. O operador A, também considerando a quantidade de blend que entrou
no processo, estima a quantidade de cal hidratada que será colocada na
panela e adiciona a cal hidratada na panela de forma manual;
8. Uma vez que a mistura fica homogenia, o operador A movimenta uma
manivela, de modo a abrir a escotilha da panela, permitindo assim que a
mistura caia por força da gravidade na esteira de alimentação da prensa;
9. A mistura é transportada na correia até chegar no silo da prensa;
10. O processo segue com fluxo via força da gravidade e o cilindro (forma
do briquete) pressiona o material mantendo fluxo contínuo, de modo que
o material alimenta as formas, formando assim o briquete;
11. De imediato, o briquete cai em uma canaleta de peneiramento, de modo
que o material solto (arenoso) cai em um segundo compartimento (neste
ponto ocorre uma bifurcação no processo);
12. O material que passa pela peneira é direcionado a uma esteira a qual
transporta o material e o descarrega em ponto imediatamente posterior à
saída de material da panela, retornando assim à esteira que transporta o
material até o silo de prensagem;
13. O briquete, logo após o peneiramento, segue por esteira até o
descarregamento;
14. O briquete é transportado para o pátio para passar por processo de
maturação;
15. Após maturação, avalia-se a qualidade do briquete e verifica se há
necessidade de passar por processo de peneiramento ou não;
16. No caso de necessidade de peneiramento, o briquete é transportado até
outra planta e colocado em um silo;
17. O briquete segue fluxo por força da gravidade até passar por uma grade
de peneiramento, de modo que o material arenoso segue por uma
esteira e o briquete (agora peneirado), segue por uma segunda esteira;
18. O briquete é transportado e descarregado em carroceria dos caminhões.

Oportunidades de Melhoramento
Linha de produção
Verificamos que o processo de alimentação com o melaço é realizado de forma
automática, o que garante confiabilidade quanto a entrada do produto no
processo. É importante avaliar se há alteração na qualidade ou custo produtivo
do briquete em função do tipo de melaço utilizado (de cana ou de soja).

Em relação ao blend, verificamos que a passagem de material pelo silo é


realizada de forma parcialmente manual. A parte automática ocorre por
acionamento do motor que promove a vibração do silo. Já a parte manual
ocorre pelo processo de abrir e fechar da escotilha do silo. Essa operação
manual demanda a mão de obra de um colaborador durante o processo de
produção do briquete. Caso o acionamento da escotilha do silo de
armazenamento do blend ocorra de forma automatizada, essa mão de obra
será reduzida.
Além disso, de modo semelhante, se faz necessário que o processo de abrir e
fechar da escotilha do silo da balança também ocorra de forma automática. Da
forma que se encontra, o material perpassa a área da balança, de modo que
parte do material não é pesado, ou seja, a informação de peso que o operador
A utiliza não é real, logo, a mistura é realizada de forma empírica,
possibilitando assim margem de erro.

A adição de cal hidratada é realizada manualmente, sendo que o operador A


estima a quantidade de cal em função da quantidade de blend. Uma vez que o
peso do blend é incerto, a quantidade de cal também utilizada nas misturas não
é uniforme. Importante avaliar qual a interferência causada na qualidade do
briquete em razão de maior ou menor quantidade de cal hidratada na mistura.

Com o objetivo de apresentar propostas de melhoria no processo produtivo do


briquete, avaliamos a necessidade de realizar os seguintes controles:
a) da quantidade real de blend que entra no processo: implantar sistema
automático de abertura e fechamento das escotilhas do silo de
armazenamento e do silo de balança;
b) da quantidade de material que retorna para o processo após
peneiramento (ponto pós prensa do briquete). Propõe-se realizar testes
de velocidade de rotação da prensa, com o objetivo de encontrar o
“tempo ótimo”, o qual irá proporcionar melhor rendimento produtivo com
menor taxa de retorno de material;
c) do teor de umidade da mistura, uma vez que, quanto mais poroso for o
material, maior será a taxa de retorno e, quanto maior for a umidade da
mistura, maior será o custo do briquete, visto que o melaço se constitui
no insumo de maior valor agregado do processo produtivo;
d) da quantidade real de briquete produzido: necessário instalar balança no
final da esteira pós prensa. Esse parâmetro em conjunto com o valor
inerente à quantidade de material que passa pela peneira que está
localizada após prensagem, irá determinar a taxa de retorno. Quanto
maior for a taxa de retorno, menor a eficiência do processo e maior o
custo produtivo. Com essa informação será possível estimar a
quantidade de perda de melaço e de cal hidratada (ajuste do custo de
produção por tonelada de produto); ainda para este parâmetro, se faz
necessária a instalação de uma balança na planta de peneiramento do
briquete, visto que alguns materiais necessitam ser peneirados após
processo de maturação;
e) da quantidade real de cal hidratada por mistura: para isso se faz
necessário implantar um silo com balança e automação do processo de
injeção de cal na mistura;
f) do tempo de batelada: a ineficiência quanto homogeneidade do material
é diretamente proporcional à taxa de retorno e perda.

Manutenção Preventiva
A manutenção preventiva atua de modo a identificar problemas de forma
precoce ou até mesmo evitando danos aos equipamentos.

Dentre os fatores que são favoráveis à adoção da manutenção preventiva,


destacamos que, por meio dessa atividade, é possível realizar agendamentos
quanto a reparos necessários e, dessa forma, minimiza as interrupções
inesperadas que, em sua maioria, trazem prejuízos ao processo produtivo.

Outro fator que consideramos, de não menos importância, é a possibilidade de


aumentar a vida útil do equipamento, de modo a reduzir custos com reparos ou
até mesmo substituição de equipamentos.

No momento da visita, foi possível observar a necessidade imperativa de


manutenção em diversos equipamentos, a saber:
a) caixa de junção: retirar resto de material que está acumulado sobre o
equipamento. Redução de vida útil do equipamento, devido a
sobreaquecimento de componentes;
b) esteira imediatamente abaixo do silo da balança do blend: retirar volume
morto que fica acumulado. Risco de interferência na aferição do peso do
blend;
c) quadro elétricos: retirar resto de material que está acumulado sobre o
equipamento. Redução de vida útil do equipamento, devido a
sobreaquecimento de componentes;
d) roletes da esteira de alimentação do silo de prensagem: retirar resto de
material acumulado. Risco de danificar a esteira; motores de
acionamento;
e) rolamentos da prensa: necessidade de efetuar lubrificação. Desgaste
excessivo de peças com redução de vida útil de componentes. Pode
ocasionar maior dano (quebra) ao equipamento.

Para a tender a demanda do setor, no que se refere à execução de


manutenção preventiva, propõe-se a contratação de um estagiário que tenha
cursado ou esteja cursando em área correlata à demanda (manutenção).

O salário médio no Brasil para estágio remunerado na área de manutenção


está em R$ 1.271,00. De acordo com dados levantados juntamente aos setores
de compra e contábil, foi aferido o valor de R$ XXXXX por mês, isso no que se
refere à aquisição ou reparo de equipamentos para o setor.

Sendo assim, de acordo com os valores apresentados, a contratação de um


estagiário na área de manutenção para o setor Pátio Briquete é justificada,
considerando que ocorrerá redução significativa no custo de aquisição ou
reparo de equipamentos, visto que esse profissional atuará nas ações de
manutenção preventiva.

Expectativas
Com a realização das atividades apresentadas neste relatório, tem-se por
expectativa: a redução do custo com a aquisição ou reparo de equipamentos; a
redução no tempo de parada do processo produtivo em razão da necessidade
de manutenção corretiva e/ou troca de equipamentos; controle efetivo dos
insumos e da produção; registro e análise de dados com vista a identificar
pontos de melhoria do processo produtivo (redução do custo produtivo e
melhoria da qualidade do produto).
Este último item somente poderá ser respondido quanto à sua real efetividade,
quando da análise dos dados os quais propomos serem registrados.

Com o registro dos dados e posterior análise, será possível identificar


variações de tempo de batelada, quantidade de insumos adicionados na panela
(blend, cal hidratada e melaço), teor de umidade na mistura e correlacionar
com os resultados de qualidade do briquete e quantidade de material que
retorna ao processo (peneira pós prensa e pós pátio).

Soma-se a isso, a oportunidade de serem realizados testes amostrais com o


objetivo de encontrar melhor proporção de insumos, tendo em vista a redução
do custo produtivo e aumento da qualidade.

Conclusão
A implantação das melhorias apresentadas neste relatório tem potencial
significativo no que se refere à redução de custos operacionais, melhoria da
qualidade no processo produtivo e, consequentemente do produto e controle
real da produção.

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Hélio
Função

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