Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Neste ponto do projecto realiza-se a etapa 1 tendo em conta os critérios citados, que são
utilizados para a execução desta tarefa.
Para o projecto em causa tem-se uma peça (biela) de tamanho médio, configuração
geométrica um tanto quanto simples e com um programa de produção anual de Qa=2100
peças.
Segundo a Tabela (?) escolhe-se a produção em série média, em que para a melhoria da
eficiência de produção é necessário que se utilizem bastante os métodos de tratamento de
maior produtividade e o equipamento especial e especializado de acção rápida e
automatizada.
Tipo de produção
Massa da peça, kg. Unitária, Em série pequena, Em série média, Em série grande, Em massa,
Quantidade de Quantidade de quantidade de Quantidade de Quantidade de
peças peças peças peças peças
<1.0 <10 10-2.000 1.500-100.000 75.000-200.000 200.000
1.0-2.5 <10 10-1.000 1.000-50.000 50.000-100.000 100.000
2.5-2.5 - 10-500 500-35.000 35.000-75.000 75.000
5.0-10 <10 10-300 300-25.000 25.000-50.000 50.000
10 <10 10-200 200-10.000 10.000-25.000 25.000
Tabela 1: Escolha prévia do tipo de produção
Dentro da produção em série média, esta pode ser com cadeia (o que resulta numa melhor
organização no meio de trabalho e maior fluidez do processo pois as etapas de trabalho da
peça bruta até ela se tornar acabada estão sequenciadas em termos da organização das
máquinas-ferramentas que operam em cada etapa, porém pode acarretar custos que
encarecem o processo de produção se este método for aplicado numa oficina/fábrica que
tenha as máquinas ferramentas fixas como a do departamento de engenharia mecânica da
Faculdade de Engenharia, por exemplo) ou sem cadeia (o que resulta no corte de custos
adicionais resultantes da ‘‘personalização’’ da oficina/fábrica para operar especialmente no
processo de produção de uma peça específica, entretanto, estendendo muito o tempo de
produção pois além do tempo em que a peça está sendo trabalhada, soma-se também o tempo
de transporte das peças de um sector de tratamento para o outro que pode estar em uma outra
secção, para além de reduzir o grau de organização do processo).
Para o projecto em questão, tendo em conta que se pretende uma eficiência o mais elevada
possível, recorre-se a produção em série com cadeia.
A Quantidade das peças acabadas num lote Q pal pode ser tomada como sendo igual ao
número mensal de peças produzidas, então:
Qa 2100
Q pal = = =175 p eças acabadas num lote /mês
12 12
Para compensar as possíveis peças defeituosas, aumenta-se 8% o número de peças por lote,
pelo que então a Quantidade das peças brutas num lote Q pbl é dada por:
A Biela é feita de Aço SAE 4340. Em condições normais este aço já é plástico (alongamento
relativo de 12.5%), propriedade esta que se torna melhor ainda quando este é tratado à quente sob
pressão para a obtenção de peças brutas, por processos como a laminagem, o forjamento, a
estampagem, a extrusão, e.t.c. Tais processos são os mais adequados para o projecto pois permitem a
produção de uma peça bruta com forma e dimensões aproximadas as da peça acabada, gastando
menos energia no processo já que o metal vai se encontrar no ápice da sua elasticidade (por estar
quente) facilitando os processos de conformação já citados que por sua vez garantem melhores
propriedades mecânicas à peça comparativamente aos demais processos (como fundição por
exemplo).
Para o projecto, escolhe-se o forjamento em matriz, que vai permitir adicionar flexibilidade e
poupança de tempo de trabalho na produção da peça bruta, para além de garantir melhores
propriedades mecânicas para esta, dentre as quais a resistência mecânica é uma das
principais.
As peças obtidas por forjamento podem ser semi-acabadas ou acabadas. Para o caso da biela,
a peça produzida neste processo é semi-acabada, já que após o processo ela passará por mais
tratamentos.
A peça bruta tem dois furos que vão tornar-se após o processo todo, os olhais superior e inferior. Estes
furos são concebidos já na peça bruta pelo facto de possuirem grande diâmetro e que caso não fossem
previstos na produção da peça bruta, acaretariam grande retirada de material aquando da sua produção
nos tratamentos de usinagem, implicando num alto coeficiente de uso da ferramenta, baixo coeficiente
de uso do maerial e baixa eficiência do processo. Esta afirmação pode ser sustentada pelo cálculo do
coeficiente de uso de material através dos volumes das peças brutas com e sem furos previstos.
Volumes:
V pa 202287.758
C um = = =0.5554 ≅ 55.4 %
1
V p 364 205.4276
b1
V pa 202 287.758
C um = = =0.4 36 ≅ 4 3.6 %
2
Vpb2
464 232.9555
Eis que o coeficiente de uso de material da peça bruta 1 é maior que o da peça 2, e é por isso que se
prevêm os furos na peça bruta.
Figura 1: Versões das peças brutas com e sem furos
F F
As dimensões da peça bruta (diâmetro dos furos para olhais, sobreespessuras e o volume da peça
bruta) estão determinadas e descritas no capítulo (?).
Também se pode usar em alternativa o processo de estampagem para produzir a peça bruta, entretanto
o processo seria muito caro (concretamente a concepção do punção e da matriz), tendo em conta que a
estampagem é muito usada para produção de peças muito pequenas e que não necessitem de ser
tratadas a quente (preferenciamente).
Determinação de Sobreespessuras
Rugosidade – Rz
Camada Defeituosa – h
Defeito no Espaço – ρ
Defeito de Colocação - ε c
Tolerância – T
Onde:
Pelo facto da peça ser simétrica, a sobreespessura para um lado é igual à do outro, então a
expressão fica com o seguinte aspecto:
Para se obter a peça acabada a partir da peça bruta, esta tem que passar por processos de
usinagem, nos quais será levantada certa camada de material de modo a obter as dimensões,
configuração e qualidade superficial desejadas na peça acabada. À esta camada retirada em
cada um dos processos da-se o nome de sobreespessura intermediária, portanto, há que ser
calculada para cada processo pelo qual a peça vai passar.
Estes dois valores dependem do método de obtenção e da dimensão da peça usada para a
produção da peça bruta. No caso da biela, como já determinado no capítulo 4, a peça bruta
será obtida por forjamento e serão usados varões com ∅ 45 mm e comprimento L=127 mm (a
determinação destas dimensões está explicada nos anexos).
Rz=0.3 mm ; h=0.5 mm e¿ 16
Os dados acima extraídos são válidos tanto para os furos quanto para as superfícies planas.
Superfícies Planas
Foi já determinando que o grau de tolerância da peça bruta é ¿=16 (tabela ?), e a dimensão
em causa é maior que 38 mm e não superior a 50, então a tolerância é de 1600 μm.
ρ=T =1.6 mm
Corpo (superfície 4)
¿=16, e a dimensão em causa maior que 18 mm e não superior a 30 mm, então a tolerância é
de 1300 μm
ρ=T =1.3 mm
Rebaixo (superfície 11)
¿=16, e a dimensão em causa maior que 10 mm e não superior a 20 mm, então a tolerância é
de 1100 μm
ρ=T =1.1mm
Para os furos, o defeito no espaço depende de dois valores que são o deslocamento ρd , e a
excentricidade ρe .
ρ=√ ρd + ρe
2 2
ρd =T ∅ ρe =0.25 √ T ∅ + 1
2
√
ρ= T ∅ + ( 0.25 √ T ∅ +1 )
2 2 2
Fazendo-se à tabela, retira-se o valor da tolerância em função do diâmetro do furo (menor que
54 mm e maior que 40 mm) e¿=16.
T ∅ c =1 6 00 μm=1.6 mm
Então:
√
ρc = 1. 6 + ( 0.25 √ 1. 6 +1 )
2 2 2
ρc =1. 668 mm
T ∅ p=1 3 00 μm=1.3 mm
Então:
√
ρ p = 1. 3 + ( 0.25 √ 1. 3 + 1)
2 2 2
ρ p =1.363 mm
Sobreespessuras Intermediárias
Superfícies Planas
1. Fresagem de Desbaste
Os valores dos factores são relativos à operação anterior, isto é ao próprio forjamento, então:
2 Z min =2 ( 0.3+0.5+2∗1.6 )
2 Z min =8 mm
desb
Z min =4 mm
desb
2. Fresagem de Semi-acabamento
Z min / acab=1.42 mm
s
3. Fresagem de Acabamento
Z min =0.56 mm
acab
2 Z min / fino=0.46 mm
ac
Sobreespessura total:
Z min =6.21 mm
TOTAL
Corpo (superfície 4)
Esta superfície vai passar por 3 etapas após o forjamento, que são:
1. Fresagem de Desbaste
Os valores dos factores são relativos à operação anterior, isto é ao próprio forjamento, então:
2 Z min =2 ( 0.3+0.5+2∗1.3 )
2 Z min =6. 8 mm
desb
Z min =3. 4 mm
desb
2. Fresagem de Semi-acabamento
3. Fresagem de Acabamento
2 Z min =1.04 mm
acab
Z min =0.52 mm
acab
Sobreespessura total:
2 Z min =10.28 mm
TOTAL
Z min =5.14 mm
TOTAL
Esta superfície vai passar também por 3 etapas após o forjamento, que são:
1. Fresagem de Desbaste
Os valores dos factores são relativos à operação anterior, isto é ao próprio forjamento, então:
2 Z min =6 mm desb
Z min =3 mm
desb
2. Fresagem de Semi-acabamento
Z min / acab=1.04 mm
s
3. Fresagem de Acabamento
Z min =0.46 mm
acab
Sobreespessura total:
2 Z min =9 mm TOTAL
Z min =4.5 mm
TOTAL
Esta superfície vai passar por 3 etapas após o forjamento, que são:
1. Alargamento de Desbaste
Os valores dos factores são relativos à operação anterior, isto é ao próprio forjamento, então:
√ 2
ρi−1= T ∅ + ( 0.25 √T ∅ +1 ) =0.359 mm
2 2
2 Z min
acab /alar =2 ( 0.04+0. 04 +0.359+0. 25 )
3. Mandrilagem de Acabamento
√ 2
ρi−1= T ∅ + ( 0.25 √T ∅ +1 ) =0.270 m m
2 2
Sobreespessura total:
2 Z min =10.32mm
TOTAL
Z min =5.16 mm
TOTAL
Esta superfície vai passar também por 3 etapas após o forjamento, que são:
1. Alargamento de Desbaste
Os valores dos factores são relativos à operação anterior, isto é ao próprio forjamento, então:
2 Z min desb
=6.93mm
/ alar
Z min desb / alar =3.47 mm
2. Alargamento de Acabamento
√ 2
ρi−1= T ∅ + ( 0.25 √T ∅ +1 ) =0.331 mm
2 2
3. Mandrilagem de Acabamento
√ 2
ρi−1= T ∅2 + ( 0.25 √T ∅2 +1 ) =0.265 mm
Sobreespessura total:
2 Z min =8.94 mm
TOTAL
Z min =4.47 mm
TOTAL
Apresentação dos resultados do cálculo de sobreespessuras intermediárias (para um
lado)