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Processos de Usinagem

Jorge Diniz
Processos de Usinagem – Aula 5

Sumário

• Usinagem econômica
• Introdução
• Objetivos
• Vida útil da ferramenta
• Escolha da ferramenta
• Custo de produção
• Introdução
Processos de Usinagem – Aula 5

Introdução

A usinagem econômica implica na utilização eficiente dos recursos envolvidos na fabricação. A


usinagem é somente parte do processo de produção, porém deve ser otimizada.
Alguns parâmetros que influenciam o custo de produção serão analisados de modo a obterem-se
meios de otimização do custo pelo fato de trabalhar correto, sem grandes investimentos.
Será apresentada uma rotina de cálculos para possibilitar a determinação do intervalo de máxima
eficiência, bem como o custo final da peça.
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Objetivos

• Baixo custo de produção


• Alta qualidade do produto
• Pequeno tempo de produção
Entretanto não necessariamente esses objetivos são obtidos simultaneamente, ou sem que haja
investimento que inviabilizem a implementação.
Na realizada o que a indústria almeja é o equilíbrio entre:
• Custo
• Qualidade
• Tempo de usinagem
O equacionamento racional desses itens é certamente uma preocupação constante do gestor do
processo de produção, sobretudo quanto a produção é seriada
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Objetivos

Como referência tem-se os seguintes percentuais para custos de um processo de usinagem


• Ferramentas de corte – 2,5%
• Outras ferramentas – 5%
• Maquinas operatrizes – 20%
• Matéria prima – 15%
• Mão de obra – 37,5%
• Outros custos – 20%
Estoque, espaço, energia elétrica, manutenção, etc.
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Objetivos

O custo em ferramentas de usinagem da ordem de 2,5 a 3% do total da obra, porem um estudo bem
feito pode ser capaz de diminuir o custo final em números da ordem de 20%.
A atuação abrange:
• Reduzir custo operacional da máquina
• Evitar investimentos em novos equipamentos, a menos que seja mandatório
• Aumentar produtividade da mão de obra
• Reduzir o chamado “overhead”, que engloba estoque, layout, espaço, custo financeiro, etc.
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Objetivos

O tempo de usinagem é outro fator importante na produção. Uma estimativa é que o tempo de corte
gira entre 10 a 20 % do tempo.
Uma distribuição típica para o tempo de fabricação é:
Máquina parada - 25 a 35%
Uso incompleto do turno de trabalho - 25 a 45%
Panes - 5%
Preparação (setup) - 5%
Troca da ferramenta - 5 a 10%
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Usinagem econômica

Os dados apresentados são orientativos e podem apresentar alguma variação, a depender do status
do local que se deseja implementar a metodologia.
As providencias a serem tomadas dever ser função do estudo detalhado de cada caso, pois alterações
imperceptíveis inicialmente, podem ser prejudiciais ao processo.
Um roteiro básico pode ser sugerido. Este pode ser aplicado em uma peça em produção ou mesmo
para desenhar um processo de usinagem, que ainda não foi iniciado.
• Estudo detalhado da peça a ser fabricada
• Verificação da matéria prima a ser utilizada (dureza, acabamento, fornecimento, etc)
• Escolher ferramenta mais adequada e definir parâmetros de trabalho adequados.
• Quando possível executar testes piloto e avaliar a curva de vida da ferramenta
• Calcular parâmetros para custo mínimo e produção máxima
• Quando possível realizar testes de acabamento, tolerâncias, repetitividade, etc.
• Calcular o retorno do investimento (se for o caso) e projetar parâmetros com equipamento a ser
adquirido, se assim o retorno for positivo
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Vida útil da ferramenta

Vida útil da ferramenta de corte, representada pela letra T de Taylor, que foi o pesquisador que atuou
inicialmente nessa área, é o tempo em que a ferramenta permanece usinando em condições
adequadas de uso.
Entende-se por condições adequadas:
• Perda da capacidade de corte
• Integridade da aresta de corte
• Alterações das dimensões da ferramenta, que possam comprometer as tolerâncias de fabricação
• Alterações no acabamento superficial da peça fabricada, que não sejam aceitas em projeto
• Aumento das forças e potencia requerida para corte, que inviabilizem ou onerem a operação
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Equação de Taylor

Para o estudo das condições econômicas de usinagem é necessário conhecer a relação entre a
velocidade de corte (V) e a vida da ferramenta (T). Essa relação é expressa pela curva de vida da
ferramenta ou simplesmente curva TV ou curva de Taylor.
Pala construção da curva de Taylor, é necessário:
• Primeiro estabelecer o valor de desgaste
máximo aceitável
• Levantar o tempo para atingir esse desgaste,
em várias velocidades de corte diferentes
(A)
• Plota-se esses dados em um diagrama
log x log e obtém-se a curva.
(B)
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Equação de Taylor

A apresentação da equação de Taylor é:


𝑉 ∗ 𝑇𝛼 = 𝐶
Onde:
V – velocidade de corte em metros por minuto
T – tempo de corte em minutos
 e C são constantes da equação e obtidas para determinadas condições de trabalho.

Parâmetros que influenciam a curva da ferramenta ( e C)


Profundidade de corte
Avanço
Dureza superficial da peça
Acabamento superficial da peça (presença de carepa ou irregularidades, por exemplo)
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Custo de usinagem

O custo resultante de um trabalho de usinagem é obtido a partir de dois componentes variáveis com
os parâmetros de corte utilizados, custo de máquina e o custo da ferramenta, e de custos fixos, que
independem destes parâmetros.
Determinando-se o avanço e a profundidades de corte, o fator importante é a velocidade de corte.
A figura no próximo slide mostra a importância da velocidade de corte no custo da peça e na
quantidade de peças produzidas, bem como a parcela referente aos custos fixos, independente da
velocidade de corte utilizada.
Essa visão conjunta é importante para a tomada de decisão do gestor do processo. Possibilita decidir
por exemplo uma aceleração da produção (proximidade da data limite) ou otimizar recursos, durante
um período de baixa demanda e férias coletivas).
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Custo de usinagem

Do diagrama ao lado pode-se analisar a


gama do processo produtivo, onde
pode-se optar por mais economia,
mais produtividade, conhecendo os
parâmetros de custo, de usinagem em
relação às peças a serem produzidas.

CM – Custo de máquina por peça


Cf – Custo fixo
CF – Custo de ferramenta por peça
CP – Custo total de produção por peça
a – Velocidade de custo mínimo
b – Velocidade de máxima produção
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Horas produtivas – Disponibilidade da máquina operatriz


Entendemos como disponibilidade da máquina operatriz, a situação em que ela esteja apta
ao trabalho, ou seja, possa desempenhar o papel a qual foi designada e adquirida.
Entendemos também por indisponibilidade o tempo que, por algum motivo relacionado a
quebras, ou paradas para manutenção, a máquina esteja indisponível.
A grandeza D representa a disponibilidade do equipamento.
𝑇𝑚𝑒𝑑
𝐷=
𝑇𝑚𝑒𝑑 + 𝑇𝑚𝑟
D – disponibilidade (adimensional)
𝑇𝑚𝑒𝑑 – Tempo médio entre paradas
𝑇𝑚𝑟 – tempo médio entre reparos
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Custo de produção x produtividade x lote de produção


Quando o engenheiro de produção for projetar a produção de determinado lote, tendo como foco
principal o custo, deve-se realizar algumas ponderações de forma a obter os menores custos de
produção.
Alguns fatores dever ser considerados:
1 – todas as opções a serem consideradas atendem à qualidade e acabamento especificados.
2 – Máquina moderna ou máquina convencional?
3 – máquina automática ou máquina manual?
4 – lote de fabricação?
5 – tempo de preparação da máquina (setup)?
6 – custo horário da máquina
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Custo de produção x produtividade x lote de produção


Cálculo do custo de produção

O custo de produção considera o custo total da peça, a quantidade de peças e custo horário da máquina,
já incluso insumos e operador.

𝐶𝑛 = 𝑇 + 𝑛 ∗ 𝑡 ∗ 𝐶𝑚
𝐶𝑛 – custo total de um lote de peças
n – numero de peças
T – tempo de preparação de uma máquina
t – tempo de usinagem de uma peça
𝐶𝑚 - custo horário (ou por minuto) da máquina

Com isso temos o custo total de um lote de peça.


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Custo de produção x produtividade x lote de produção


Cálculo do custo de produção
Com variações nos tempos de processo, tempos de setup e custos horários, é de se esperar que a
quantidade de peças tenha influência em qual máquina deve ser a escolhida para desempenhar a tarefa.
Inicialmente temos que determinar o ponto de equilíbrio, ou seja, a quantidade de peças em que o custo
total de fabricação seja igual.
Igualando a equação de custo, temos:

𝑇𝐴 𝑥 𝐶𝑀𝐴 −𝑇𝐵 𝑥 𝐶𝑀𝐵


𝑛= 𝑡𝐵 𝑋 𝐶𝑀𝐵 −𝑡𝐴 𝑋 𝐶𝑀𝐴

𝐶𝑀𝐴 – custo total de operação da maquina A, por minuto


𝐶𝑀𝐵 – custo total de operação da maquina B, por minuto
n – numero de peças de equilíbrio
𝑇𝐴 – tempo de preparação da maquina A
𝑇𝐵 – tempo de preparação da maquina B
𝑡𝐴 – tempo de execução da peça pela maquina A
𝑡𝐵 – tempo de execução da peça pela maquina B
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Custo de produção x produtividade x lote de produção


Cálculo do custo de produção
Uma outra grandeza importante de ser calculada é o custo de preparação, ou seja, o tempo de
preparação multiplicado pelo custo horário ou custo de operação.
Podemos definir esse custo também, como sendo o custo de troca de máquina ou o custo inicial, sem
nem termos iniciado a fabricação.
𝐶𝑛0 = 𝑇 ∗ 𝐶𝑚

𝐶𝑛0 =custo de preparação ou custo inicial , com zero peças fabricadas.


𝐶𝑀 – custo total de operação da maquina, por minuto
T – tempo de preparação da maquina
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Custo de produção x produtividade x lote de produção


Cálculo do custo de produção
Com todas as grandezas calculadas, podemos montar um diagrama onde podemos analisar globalmente
o projeto de produção.

Até n – máquina B menor custo


Depois de n máquina A menor custo

𝐶𝑛0𝐴

𝐶𝑛0𝐵
------- curva de custo de fabricação da máquina A
------- curva de custo de fabricação da máquina B
𝐶𝑛0𝐴 =custo inicial da máquina A n
𝐶𝑛0𝐵 =custo inicial da máquina B
𝑛 − 𝑛ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑑𝑒 𝑝𝑒ç𝑎𝑠 𝑑𝑒 𝑒𝑞𝑢𝑖𝑙í𝑏𝑟𝑖𝑜
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Exemplo - Devem ser usinadas x número de peças, tendo como opções as máquinas A e B. A partir das
informações da tabela abaixo, calcule:
a) O custo de cada máquina para um lote de 200 peças;
b) Ponto de igualdade (equilíbrio)
c) Represente via diagrama as curvas de custo/peça
Máquina Tempo de setup Tempo de operação Custo por minuto
A 360 min 5 min R$ 25,00
B 120 min 10 min R$ 20,00
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Exemplo - Devem ser usinadas x número de peças, tendo como opções as máquinas A e B. a partir das
informações da tabela abaixo, calcule:
a) O custo de cada máquina para um lote de 200 peças;
𝐶𝑁 = 𝑇 + 𝑡 ∗ 𝑁 ∗ 𝐶𝑀
𝐶𝐴𝑁 = 𝑇𝐴 + 𝑡𝐴 ∗ 𝑁 ∗ 𝐶𝑀𝐴 = 360 + 5 ∗ 200 ∗ 25,00 = R$ 34.000,00
𝐶𝐵𝑁 = 𝑇𝐵 + 𝑡𝐵 ∗ 𝑁 ∗ 𝐶𝑀𝐵 = 120 + 10 ∗ 200 ∗ 20,00 = R$ 42.400,00
b) Ponto de igualdade (equilíbrio)
𝑇𝐴 ∗ 𝐶𝑀𝐴 − 𝑇𝐵 ∗ 𝐶𝑀𝐵 360 ∗ 25,00 − 120 ∗ 20,00
𝑛= = = 88 𝑝𝑒ç𝑎𝑠
𝑡𝐵 ∗ 𝐶𝑀𝐵 − 𝑡𝐴 ∗ 𝐶𝑀𝐴 10 ∗ 20,00 − 5 ∗ 25,00
c) Represente via diagrama as curvas de custo/peça (valor 0,5)
R$45.000,00
R$40.000,00
custo 88 peças = R$ 20.000,00 R$35.000,00
𝐶𝐴𝑁 = 𝑇𝐴 + 𝑡𝐴 ∗ 𝑁 ∗ 𝐶𝑀𝐴 = 360 + 5 ∗ 88 ∗ 25,00 = R$ 20.000,00 R$30.000,00
𝐶𝐴𝑁 = 𝑇𝐴 + 𝑡𝐴 ∗ 𝑁 ∗ 𝐶𝑀𝐴 = 360 + 5 ∗ 0 ∗ 25,00 = R$ 9.000,00
R$25.000,00
𝐶𝐵𝑁 = 𝑇𝐵 + 𝑡𝐵 ∗ 𝑁 ∗ 𝐶𝑀𝐵 = 120 + 10 ∗ 0 ∗ 20,00 = R$ 2.400,00 A
R$20.000,00
B
R$15.000,00
R$10.000,00
R$5.000,00
R$-
0 50 100 150 200 250
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Exemplo -
Caso seja disponibilizada a opção de troca da máquina A, pela máquina C:
Calcule:
d) O custo de cada máquina para um lote de 200 peças;
e) Ponto de igualdade (equilíbrio)
f) Represente via diagrama as curvas de custo/peça

Máquina Tempo de setup Tempo de operação Custo por minuto


A 360 min 5 min R$ 25,00
B 120 min 10 min R$ 20,00

Máquina Tempo de setup Tempo de operação Custo por minuto


C 460 min 4 min R$ 28,00
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Exemplo -
Caso seja disponibilizada a opção de troca da máquina A, pela máquina C, calcule:
d) O custo de cada máquina para um lote de 200 peças;
𝐶𝐶𝑁 = 𝑇𝐶 + 𝑡𝐶 ∗ 𝑁 ∗ 𝐶𝑀𝐶 = 460 + 4 ∗ 200 ∗ 28,00 = R$ 35.280,00

e) Ponto de igualdade (equilíbrio) (valor 0,5)


𝑇𝐶 ∗ 𝐶𝑀𝐶 − 𝑇𝐵 ∗ 𝐶𝑀𝐵 420 ∗ 28,00 − 120 ∗ 20,00
𝑛= = = 119,1 𝑝𝑒ç𝑎𝑠
𝑡𝐵 ∗ 𝐶𝑀𝐵 − 𝑡𝐶 ∗ 𝐶𝑀𝐶 10 ∗ 20,00 − 4 ∗ 28,00

f) Represente via diagrama as curvas de custo/peça (valor 0,5)


R$45.000,00
R$40.000,00
R$35.000,00
R$30.000,00
R$25.000,00
C
R$20.000,00
B
R$15.000,00
R$10.000,00
R$5.000,00
R$-
0 50 100 150 200 250

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