Você está na página 1de 90

Custo de máquinas agrícolas

ECONOMIA E ENERGIA
Custo de máquinas agrícolas

 O setor agrícola tem se deparado com um rápido


aumento nos custos dos insumos o que ocasiona a
redução na rentabilidade do negócio.
 Uma análise crítica dos custos envolvidos e a
definição das prioridades para minimizá-los, sem
que isso afete a produtividade das culturas, é uma
forma de se evitar a perda da rentabilidade.
Custo de máquinas agrícolas

 O ponto inicial para minimizar o custo de máquinas


agrícolas é o correto dimensionamento do número de
conjunto necessários para cada operação .
 Um superdimensionamento de máquinas agrícolas
ocasiona elevação dos custos de produção
 Um subdimensionamento acarreta insuficiência de
recursos para a produção agrícola
Custo de máquinas agrícolas

Etapas para dimensionamento de maquinário agrícola


e estimativa de custos

1. Levantamento do número de operações


2. Determinação da época das operações
3. Estimativa do tempo disponível
4. Estimativa do ritmo operacional
5. Estimativa do número de conjuntos
6. Estimativa do custo operacional.
Etapas iniciais

 1. Levantamento do número de operações


 2. Determinação da época das operações

 Pode-se usar o gráfico de Gantt que fornece as datas


e as operações a serem realizadas.
 A operação a ser executada e a sua relação com o
tempo é mostrado no mesmo espaço.
Gráfico de Gantt

Mês
AGO SET OUT NOV DEZ JAN FEV MAR ABR
Quinzena
1 2 1 2 1 2 1 2 1 2 1 2 1 2 1 2 1 2
Aração
Calagem
Gradagem
Aplicação de Herbicida
Semeadura
Aplicação de Herbicida
Aplicação de Inseticida
Colheita
3.Estimativa do tempo disponível

 O tempo disponível para a realização das operações


agrícolas depende basicamente:
1. número de dias totais reservados para a operação
(Nt)
2. número de dias de descanso (Ndf)
3. número de dias impróprios para o trabalho das
máquinas (Nimp)
4. jornada de trabalho (J)
5. eficiência de Gestão (Eg)
3. Estimativa do tempo disponível

 
TD   N t  N df  N imp   J t  E g 
 TD é o tempo disponível para realizar cada operação em horas;
 Nt é o número de dias contido no período determinado para a
realização da operação;
 Ndf é o número de domingos e feriados, quando respeitados, existentes
no período;
 Nimp é o número de dias úteis impróprios ao trabalho das máquinas;
 Jt é a jornada de trabalho adotada em horas;
 Eg é a eficiência gerencial ou administrativa.
3. Estimativa do tempo disponível

 A jornada de trabalho (Jt) e os dias de descanso


remunerados (Ndf) devem estar de acordo com o
sistema de trabalho da propriedade e a legislação
vigente.
 A grande dificuldade para o planejamento do
número de conjuntos está relacionada com a
estimativa do número de dias impróprios - Nimp.
3. Estimativa do tempo disponível

 O clima e a umidade do solo são os dois fatores que


determinam o número de dias disponíveis, e
conseqüentemente dos dias impróprios, de trabalho
da maquinaria ao longo do ano.
 A variabilidade climática traz consigo as incertezas
para o dimensionamento dos equipamentos
necessários.
3. Estimativa do tempo disponível

 As alternativas podem ser as seguintes:

 1) Dimensionar a frota para atender as condições


mais críticas, o que traz como conseqüências a pouca
utilização em anos normais e aumento nos custos
 2) Dimensionar para os anos favoráveis, reduzindo o
investimento e aumentando o retorno mas
aumentando os riscos de perdas da cultura por não
se realizar as operações dentro dos prazos
estipulados.
3. Estimativa do tempo disponível

 O fator mais considerado para o calculo dos dias


disponíveis é aquele que se refere a traficabilidade
das máquinas agrícolas e a sua operacionalidade,

 Preparo de solo – umidade do solo


 Colheita – umidade do solo e do ar
 Pulverização – velocidade do vento e temperatura
3. Estimativa do tempo disponível

 Embora previsto que a jornada deva durar um


determinado número de horas as perdas de tempo
associadas a falhas administrativas concorrem para a
redução dessa jornada.
 Atrasos na entrega de insumos ou no reparo das
máquinas, tempos desperdiçados pelo operador,
erros na alocação de máquinas compõe alguns dos
fatores associados à eficiência de gerenciamento, não
podendo ser atribuídos às máquinas.
4. Estimativa do ritmo operacional

 O ritmo operacional é o rendimento necessário ou


quantidade de trabalho necessário para ser realizado
dentro do tempo disponível para cada operação e
calculado como:
At
RO 
TD

 RiO = Ritmo operacional em ha h-1;


 At é a área a ser trabalhada em hectares (ha)
 TD = Tempo disponível para a operação
5. Estimativa do numero de conjuntos

 Número de conjuntos ou máquinas necessárias para


atender as operações dentro do tempo disponível é
calculado como

RiO
NC 
CT

 NC é o número de conjuntos;
 CT é a capacidade de trabalho das máquinas
agrícolas (ha.h-1).
5. Estimativa do numero de conjuntos

 A capacidade de trabalho é o rendimento de trabalho


de um conjunto de maquinas.
 A razão entre a quantidade de trabalho a realizar,
ritmo operacional, e a capacidade de trabalho
determina o número necessário de conjuntos ou
máquinas para a realização da operação.
Exemplo

 Deseja-se calcular o custo de aração de um campo


com 1000 ha.
 O primeiro passo é definir o número de conjuntos
necessários.
 O Gráfico de Gantt mostra que a operação pode ser
realizada entre a 1ª quinzena de agosto e 1ª
quinzena de novembro, portanto em uma janela de
105 dias (TD).
Exemplo

 Neste intervalo ocorrem 16 domingos e feriados. O


numero de dias agronomicamente impróprios é 16
dias também. A jornada de trabalho é de 8 horas com
uma eficiência gerencial de 85%.
Exemplo

 
TD   Nt  Ndf  Nimp   J t  Eg 

TD  105  16  16 8  0,85


 TD = 496 dias
 Ritmo operacional (RiO) = At/TD = 1000/496 = 2,01
 Rendimento necessário para fazer 1000 ha em 496
dias, ou seja 2,01 ha/hora.
Exemplo

 NC = RiO/CT  NC = 2,01/1,24 = 1,62

 É necessário 2,01  2 conjuntos – custo mais


ha/hora para fazer 1000 elevado
ha em 496 dias
 A capacidade de  1 conjunto – risco de não
trabalho, ou seja, o que poder concluir os 1000
se observa no campo é ha em 496 dias.
que o conjunto faz 1,24
ha por hora (CT)
Custos de máquinas e capacidade de trabalho

 Uma vez corretamente dimensionados os


equipamentos agrícolas, os custos horários devem
ser estimados.
 Com os custos horários e as capacidades de campo,
os custos por área podem ser estimados a partir da
capacidade de campo.
 A capacidade de campo nada mais é que o
rendimento das operações, ou seja, quanto de área
ou de tonelagem se faz por unidade de TEMPO.
Custo de máquinas

 A determinação de custos de máquinas é importante


para aqueles envolvidos na produção agrícola –
produtores, operadores e pesquisadores.
 Os produtores podem usar as informações sobre
custos de máquinas para formular orçamentos que
são úteis no planejamento e controle de suas
propriedades
Custo de Máquinas

 Muitos dos itens dos custos de produção estão além


do controle do produtor no curto prazo, mas em
geral eles tem algum controle sobre alguns custos.
 Um dos itens mais relevantes nos custos de produção
são os custos de máquinas agrícolas, que está
relativamente sob controle do produtor.
 Um bom gerenciamento de custos de máquinas
requer atenção a questões como:
Custo de máquinas

 1. Dimensionamento do maquinário agrícola


 2. Dias Agronomicamente aptos
 3. Área
 4. Investimentos
 5. Controle de custos
 6. Controle de qualidade das operações
 7. Controle de tempos
Metodologia

 A metodologia aqui apresentada foi adaptada dos


padrões da ASABE (American Society of Agricultural
Engineers).
Determinação de custos de máquinas

 Os custos de máquinas podem estar


associados à:
 Propriedade e uso das máquinas
 Somente ao uso.

 No primeiro caso devem ser determinados


os custos fixos e variáveis e no segundo caso
apenas os custos variáveis
Custos Fixos e Propriedade

 Os custos fixos dizem respeito aos recursos


imobilizados como investimento (a saber juros,
depreciação, abrigo, seguros e taxas). Como o
proprietário é o responsável pelo investimento é ele
quem deve arcar com os custos fixos relacionados ao
investimento.
 Caso o proprietário seja usuário do maquinário, ele
arca também com os custos operacionais ou de uso
(combustível, lubrificantes, graxas, operador)
Custos de Máquinas

 Custos Fixos:
 Depreciação
 Juros
 Abrigo
 Seguro
 Taxas

 Custos Variáveis
 Combustível
 Lubrificantes
 Reparos e Manutenção (Pela ASABE estes custos são variáveis)
 Operador
Custos Fixos

 Os custos fixos devem ser determinados apenas


quando as máquinas e equipamentos são de
propriedade do empresário.
 São aqueles custos que se arca pelo fato de possuir
a máquina:
 Depreciação
 Juros
 Abrigo
 Seguro
 Taxas
Depreciação

 A depreciação ocorre devido á idade, uso e


obsolescência. Os custos anuais da depreciação
econômica são determinados pela diferença entre o
valor da máquina no início do ano em análise e o fim
do ano. Estes custos refletem a redução no valor de
um ativo com o uso e com o tempo.
Depreciação

 A depreciação total real não deve ser conhecida até o


equipamento ser vendido; entretanto uma estimativa
pode ser feita de vários métodos.
 Para determinação de custos de produção, a
depreciação deve ser distribuída sobre o uso
acumulado do equipamento em horas ou ha.
Depreciação Horária


Estimativas de valores

 O valor de mercado de máquinas usadas pode


auxiliar na determinação da depreciação. Muitas
publicações tem estes valores. A inflação e
excedentes ou escassez de máquinas usadas no
mercados causam grandes variações nos valores
previstos.
 Para ver os efeitos da inflação na depreciação de
máquinas agrícolas ver USDA (2002).
Juros

 O encargo de juros para o uso do


dinheiro no investimento de uma
máquina é um custo de propriedade.
Juros simples sobre a média do capital
investido sobre a vida da máquina
podem ser adicionados á depreciação
anual para estimar os custos anuais de
propriedade da máquina.
Juros

 Um método para determinar o custo de capital


de propriedade da máquina que inclui o valor
do dinheiro no tempo faz uso de um fator de
recuperação do capital.
 O investimento na máquina é multiplicado por
um fator próprio de recuperação do capital,
para dar uma série de pagamentos iguais sobre
a vida da máquina que inclui juros e
depreciação.
Juros horários

Vi  Vf  1
J  r u
 2 

 Juros = Juros (R$/hora)


 Va = Valor de aquisição
 Vf = valor final
 r = taxa de juros
 u = horas de uso no ano
Outros custos de propriedade

 Taxas, abrigo, seguro: os custos anuais são estimados


como porcentagem do preço inicial da máquina:
 Taxas
 Abrigo
 Seguro
Outros custos de propriedade (ASABE)

 A ASABE propõe estes percentuais para as condições


americanas:

 Taxas: 1% sobre o valor inicial da máquina ao ano


 Abrigo: 0,75% sobre o valor inicial da máquina ao
ano
 Seguro: 0,25% sobre o valor inicial da máquina ao
ano
 Para se obter o custo horário basta dividir os valores
pelo uso de horas no ano (u)
Impostos sobre máquinas agrícolas Brasil

 No Brasil, 16,25% do preço pago nas concessionárias


são destinados aos impostos (7% de ICMS e 9,25%
do PIS/Confins), o dobro das tarifas que incidem nos
Estados Unidos (8%).
 O IPI não incide sobre as máquinas agrícolas, mas
como ele é cobrado sobre a produção dos
componentes acaba impactando o preço final do
produto.
 Assim, consideramos o valor de taxas como 2% do
valor das máquinas ao ano para o Brasil.
Custo de Abrigo

 O valor de 0,75% sobre o valor inicial das máquinas


foi proposto com base no espaço requerido para
abrigar a máquina, no custo de construção e
manutenção do abrigo e no uso de horas anuais da
máquina.
Custo de Seguro

 Mesmo não sendo prática no âmbito da agricultura


brasileira é necessário considerar o custo de seguro
das máquinas e implementos como gasto repassado
a uma seguradora ou como poupança para constituir
um fundo visando ao ressarcimento de riscos de
danos que podem ocorrer com o bem.
 A CONAB propõe um percentual de 0,75% sobre o
valor inicial da máquina ao ano, como prêmio a ser
pago sobre o valor médio do capital
Custos de Taxa Abrigo e Seguro em R$/hora

 Impostos e Taxas:
 T = 2%Vi/u

 Abrigo:
 H = 0,75%Vi/u

 Seguro:
 I = 0,75%.(Vi+Vf)/2.u
Custos variáveis - Combustível

 Para determinar o custo de uma operação em


particular deve-se determinar a quantidade média de
combustível requerida, que deve ser baseado na
potência real requerida para a operação.
 Qm = 0,166 x Pt
 Onde:
 Qm = quantidade de combustível (litros/hora)
 0,166 é o consumo específico de diesel em litros por Hp-hora (Se for
outro combustível, o consumo específico é outro)
 Pt = Potência da máquina em hp
Custo de combustível

 Para determinar o custo de máquinas, em R$/hora,


utilizamos o custo de óleo diesel e a eficiência de
campo:

Cc  Qm  Pc

 Onde Cc = custo de combustível por área (R$/hora)


 Pc = preço do diesel R$/litro
 Qm = consumo médio de diesel (em litros/hora)
Consumo de óleos lubrificantes e filtros

 O Consumo de óleos lubrificantes e graxas é baseado


num intervalo de trocas de 100 horas.
 O consumo em cada troca varia de 0,0378 a 0,0946
l/h, dependendo do volume e capacidade da
máquina.
 Os filtros são trocados em cada duas trocas de óleo,
mas em geral, o custo total de lubrificação é de 15%
do custo total de combustível .

 Co = 0,15 x Cc
Custos acumulados de reparos e manutenção

 Despesas que são necessárias para manter a


máquina operável devido ao uso, quebras, acidentes
e deterioração natural.
 Os custos de reparo de uma máquina são altamente
variáveis.
 Um bom gerenciamento deve manter estes custos o
mais baixo possível.
 O tamanho da máquina, refletido no preço e
montante de uso são fatores que afetam os custos.
Custos e uso são expressos de forma acumulada para
reduzir sua variabilidade entre anos.
Custos acumulados de reparo e
manutenção
 Custos de reparo e manutenção acumulados
durante todo o tempo de uso da máquina numa
velocidade de campo típica podem ser
determinados com a seguinte relação usando
fatores de reparo e manutenção RF1 e RF2, e as
horas de uso acumuladas das máquinas:
RF2
 h 
Crm  RF1  P  
1000 
Custos acumulados de reparo e manutenção

 Onde:
 Crm = custos de reparo e manutenção acumulados
para o total de horas já acumuladas pela máquina
(R$/total de horas de uso acumuladas)
 RF1 = Fator de reparo 1
 P = preço da máquina
 h = horas de uso acumulada
 RF2 = Fator de reparo 2
 1000, porque se considera que a partir de 1000
horas já incorrem custos de reparo e manutenção
Eficiência, velocidade e fatores de reparo

Fator de reparo

Tratores RF1 RF2

0 a 79 hp, tração em 2 rodas 0,007 2,0

1 a 79 hp, tração em 4 rodas 0,003 2,0

80 a 149 hp, tração em 2 rodas 0,007 2,0

80 a 149 hp, tração em 4 rodas 0,003 2,0

mais que 150 hp, tração 2 rodas 0,007 2,0

mais que 150 hp, tração 4 rodas 0,003 2,0


Eficiência, velocidade e fatores de reparo

Fator de Reparo
Equipamentos de Colheita RF1 RP2
Enfardadeira circular 0,43 1,8
Enfardadeira retangular 0,10 1,8
Colheitadeira 0,04 2,1
Colheitadeira de milho 0,14 2,3
Colheitadeira de algodão 0,11 1,8
Colheitadeira de forrgaem 0,15 1,6
Segadora 0,03 2,0
Ancinho ratativo 0,44 1,4
Colhedora enleiradora 0,18 1,6
Colhedora enleiradora autopropelida 0,06 2,0
Fatores de reparo

Equipamentos de Preparo
Fator de Reparo
de Solo
RP1 RP2
Arado de disco 0,18 1,7
Cultivador 0,17 1,4
Grade 0,27 1,4
Arado aiveca 0,28 1,4
Compactador 0,29 1,8
Cultivador 0,17 2,2
Perfuradora 0,32 2,1
Plantadora 0,32 2,1
Fatores de reparo

Fatores de
Equipamentos Outros
Reparo
RP1 RF2
Distribuidor de adubo 0,63 1,3
Picador de Forragem 0,22 1,8
Distribuidor de adubo orgânico 0,19 2,0
Empilhadeira 0,16 2,0
Pulverizador a ar 0,2 1,6
Pulverizador articulável 0,41 1,3
Custos anuais de reparo e manutenção

 Para determinar o custo horário de reparos e


manutenção num determinado ano (em R$/hora),
tem-se

  h  u 
RF2
   h 
RF2

 P  FR1       P  RF1    
  1000     1000  
Crm  
u
Custos anuais de reparo e manutenção

 Crm = custos de reparo e manutenção (R$/hora)


 RF1 = Fator de reparo 1
 P = preço da máquina
 h = horas de uso acumulada, até o início do ano em
análise
 RF2 = Fator de reparo 2
 u = horas de uso no ano em análise
Custo de reparos e manutenção

 A primeira expressão mostra o custo de reparos e


manutenção total, ou seja, o tempo de uso atual da
máquina
 A segunda expressão mostra o custo de reparos e
manutenção, até as horas de uso acumulada no início
do ano em análise.
 Subtraindo-se uma da outra tem-se os custos de
reparo e manutenção do ano em análise. Dividindo-
se pelo u (número de horas de uso do ano em
análise), tem-se o custo por hora de reparos e
manutenção do ano em análise.
Custos de reparo e manutenção

 Esta expressão fornece uma estimativa dos custos


totais de peças de reposição, despesas de compra e
custo de mão-de-obra para manter a máquina em
boas condições de uso. No entanto, estes custos
variam muito em função de diferenças na qualidade
da manutenção e gerenciamento das máquinas.
 Esta relação não se aplica quando se extrapola para
além da vida útil estimada da máquina. Para
máquinas utilizadas além da vida útil estimada,
assume-se que os custos acumulados de reparos e
manutenção crescem a uma taxa constante ao fim da
vida útil estimada
Exemplo
Exemplo

 Como o trator no exemplo será usado cerca de 400 horas por ano,
terá acumulado 6,000 horas de operação no fim de 15 anos de vida
útil econômica (400 horas x 15 anos = 6,000 horas). De acordo com
a tabela, após 6,000 horas de uso, os custos acumulados totais serão
iguais a 25%de seu valor novo. Então, os custos acumulados de
reparo podem ser estimados como:
 Custo de reparos acumulados = 0.25 x $110,000
= $27,500
 O custo médio de reparo por hora pode ser calculado dividindo o
total de custos de reparo acumulados pelo número total de horas de
uso.
 Custo de reparo/ horas de uso = $27,500 / 6,000 horas
= $4.58/hora
Custos do operador

 O custo do operador de máquinas é calculado


utilizando os salários (inclusos, benefícios, impostos
e custos overhead).
 As horas de trabalho do operador são baseadas na
capacidade de campo da máquina.
 É utilizado também um fator de ajuste para
determinar o total de horas de trabalho para a
operação da máquina, incluindo tempo para locação
da máquina, transporte, engate e ajustes de
equipamentos.
Custos do operador

 É dado por:

Co  W 1,25
 Co = custo do operador por hora
 W = salário médio por hora (incluindo benefícios)
 1,25 = fator de ajuste, ou seja, paga-se 25% a mais
em função do tempo ocioso a espera de por a
máquina em funcionamento no campo.
Custos de máquinas e eficiência
 Todos os custos estimados anteriormente foram
dados em R$/hora. Mas muitas vezes interessa a
área possível de trabalhada com as máquinas
disponíveis ou ainda do volume trabalhado com as
máquinas.
 No caso da colheita interessa ainda a quantidade
colhida por unidade de tempo.
 No caso de outras máquinas interesse também a
quantidade processada como as classificadoras
Dimensionamento de máquinas e custos

 No dimensionamento técnico o que se busca é


especificar as características das máquinas que vão
atender às necessidades exigidas pelo sistema de
produção e o econômico avalia os custos envolvidos,
ponto fundamental para o calculo do retorno da
atividade.
 O dimensionamento técnico envolve basicamente a
determinação da capacidade de trabalho e da
potência necessária para a realização das operações e
o econômico o calculo do custo por unidade
trabalhada, área ou do produto.
Dimensionamento de máquinas e custos

 Enquanto que em outras áreas da engenharia como,


por exemplo, na área mecânica, o desempenho dos
equipamentos pode ser obtido com razoável grau de
precisão, nas atividades agrícolas isso nem sempre é
possível.
 Fatores como topografia, tipo de solo, clima,
variações no material a ser trabalhado interferem na
capacidade de trabalho e conseqüentemente no
planejamento dos sistemas.
Capacidade de trabalho

 A análise da capacidade de trabalho das máquinas


agrícolas pode ser realizada de acordo com as
características das operações sendo classificadas em
capacidade: de campo; de produção; de
manipulação.
 A capacidade de campo, é aplicada a máquinas e
implementos que, para executarem uma operação
agrícola, devem se deslocar cobrindo uma
determinada área.
Capacidade de trabalho

 A capacidade de produção é relacionada com


máquinas cujo trabalho é medido em termos de
volume ou massa de produto por unidade de tempo

 A capacidade de manipulação está associada com a


separação de materiais
Capacidade de campo

 A capacidade de campo é dividida em capacidade de


campo teórica, efetiva e operacional sendo que o
mesmo conceito pode ser aplicado à capacidade de
manipulação e de produção.
Capacidade de campo teórica

 A capacidade de campo teórica (em ha h-1)diz


respeito ao tempo teórico para cumprir uma
determinada operação em área:
 Desta forma teoricamente a área cumprida por
unidade de tempo é aquela cumprida em condições
ideais:

 Cct= largura (m) x velocidade da máquina


(km/hora)/10
Capacidades de campo Efetiva
 A capacidade de campo efetiva é dada por:

Área Total Trabalhada A ha


Ct  
Tempo total de campo Tt h

 Onde Tt é o tempo total de campo, ou seja, o tempo


efetivo de operações no campo (Te)e o tempos
perdidos (Tp)
Capacidade de campo efetiva

 A capacidade de campo efetiva é um elemento


fundamental para a determinação dos custos fixos e
variáveis por ha.
 Indica a capacidade de realizar uma operação, num
determinado período de tempo.
 Por exemplo, se numa operação de gradagem gasta-
se 1 hora para completar 2 ha, tem-se a capacidade
de campo efetiva dada por:
 Ca = 2 ha h-1
Capacidades de campo Efetiva

 A capacidade de campo efetiva é dada por:

Área Total Trabalhada A ha


Ct  
Tempo total de campo Tt h

 Onde Tt é o tempo total de campo, ou seja, o tempo


efetivo de operações no campo (Te)e o tempos
perdidos (Tp)
Tempos

 Tempo total de campo: soma de Te e Tp


 Tempo operacional efetivo (Te): tempo durante o
qual a máquina realmente desempenhou a função
para a qual foi projetada.
 Tempos perdidos (Tp): tempos gastos não
trabalhados por problemas causados pelo mau
funcionamento das máquinas, manutenção e
manobras de cabeceira.
Tempo perdido no campo

 As seguintes atividades respondem pela maioria do


tempo perdido no campo:
 Manobras de cabeceira e caminho ocioso
 Manipulação de materiais (Sementes, Fertilizantes,
Defensivos, Água e Material colhido)
 Tamanho e contornos do campo
 Modelos de operação no campo
 Produtividade da cultura
Tempo perdido no campo

 Condições de cultivo.
 Limpeza de equipamentos obstruídos
 Ajuste de máquinas
 Reparos e manutenções eventuais (além do serviço
diário)
 Espera por outras máquinas
Capacidade de campo efetiva

 A capacidade de campo efetiva é um elemento


fundamental para a determinação dos custos fixos e
variáveis por ha.
 Indica a capacidade de realizar uma operação, num
determinado período de tempo.
 Por exemplo, se numa operação de gradagem gasta-
se 1 hora para completar 2 ha, tem-se a capacidade
de campo efetiva dada por:
 Ca = 2.ha/hora
Custos horários e Capacidade Efetiva de Campo


Custos horários e Rendimento Operacional


Eficiência de campo


Eficiência de campo e Capacidade de campo

 A Eficiência de campo pode ser usada para estimar a


capacidade de campo.
 Tendo-se a largura e a velocidade da operação,
estima-se a capacidade teórica.
 A capacidade de campo pode ser obtida
multiplicando-se a capacidade teórica pela eficiência
de campo.

Ca  Ct  Ec
Eficiência de campo

 Viagens para e do campo, reparos maiores,


manutenção preventiva, e atividades de serviço
diárias não são incluídas no tempo de campo ou na
eficiência de campo.
 A eficiência de campo não é constante para uma
máquina em particular, mas varia com o tamanho e
contornos do campo, produtividade da cultura e
condições de cultivo.
Eficiência de campo – Típica e faixa

Equipamentos de Colheita Típica Faixa


(%) (%)

Enfardadeira circular 80 70-90


Enfardadeira retangular 65 55-75
Colheitadeira 75 60-85
Colheitadeira de milho 70 65-80
Colheitadeira de algodão 65 60-75
Colheitadeira de forragem 70 60-75
Segadora 70 60-85
Ancinho rotativo 80 75-85
Colhedora enleiradora 80 70-90
Colhedora enleiradora autopropelida 80 70-85
Eficiência de campo – Típica e faixa

Faixa
Equipamentos de Preparo de Solo Típica (%) (%)

Arado de disco 85 70-90

Cultivador 85 70-91

Grade 85 70-92

Arado aiveca 85 70-93

Compactador 85 70-94

Cultivador 85 70-95

Perfuradora 85 55-80

Plantadora 85 50-75
Eficiência de campo – Típica e faixa

Típica Faixa
Equipamentos Outros (%) (%)

Distribuidor de adubo 70 60-80

Picador de Forragem 70 60-80

Distribuidor de adubo orgânico 90 80-95

Empilhadeira 60 50-70

Pulverizador a ar 60 55-70

Pulverizador articulável 65 50-80


Custos horários e Capacidade Efetiva de Campo


Custos horários e Rendimento Operacional


Bibliografia

 ASAE. STANDARTS EP 496-2, dec 1999


 CONAB. Custos de produção agrícola: a metodologia
da CONAB- Brasília: CONAB, 2010, 60p.
 CROSS, T. Machinery Cost Calculation Methods.
Ae&RD, n.13. University of Tennesse.
 USDA. Commodity Costs and Returns Estimation
Handbook. Ames Iowa, 2000. disponível em
<ftp://ftp-
fc.sc.egov.usda.gov/Economics/care/AAEA/PDF/AA
EA%20Handbook.pdf>
Colheita Mecanizada de Cana
Exemplo

Você também pode gostar