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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ – UFPA

INSTITUTO TECNOLÓGICO – ITEC


FACULDADE DE ENGENHARIA MECÂNICA – FEM

LUBRIFICAÇÃO INDUSTRIAL

PLANO DE LUBRIFICAÇÃO – QUESTÃO E –


(EMPRESA DE FABRICAÇÃO DE CIMENTO)

PROFESSOR: CARLINDO LINS

ALUNO: JANDSON MARTINS DA SILVA 06021002901


CÁSSIO PATRICK NUNES MENDES 06021001401
LUBRIFICAÇÃO INDUSTRIAL 2009

SUMÁRIO
I. Introdução Página 3
II. Objetivo do trabalho Página 3
III. Processo de fabricação do cimento Página 3
IV. Plano de lubrificação Página 6
V. Soluções para a manutenção/lubrificação Página 7
VI. Modelo de relatório para controle Página 8

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I. INTRODUÇÃO
Como engenheiros mecânicos e gerentes de manutenção, devemos ter o controle
desde a fase de construção e montagem, aprimoramentos até a manutenção dos
processos de fabricação projetados para atender as demandas de bens pela sociedade.
O plano de lubrificação de uma empresa para a fabricação de bens deve visar a
otimização e eficiência das fases de processo e seus aprimoramentos quanto a
executabilidade e tecnologias. É esse plano de lubrificação que influencia de maneira
direta nos custos para manutenção, diminuição das despesas com peças de reposição e
com lubrificantes, além de melhorar as condições de segurança do serviço de
lubrificação.
A situação dada para o desenvolvimento do plano de lubrificação foi:

“Empresa de fabricação de cimento possui na sua linha de produção equipamentos que


trabalham em condições altamente desfavoráveis, sendo necessário definir um
programa de lubrificação eficiente de forma a manter as máquinas funcionando
satisfatoriamente.
Considerando que a equipe de manutenção necessita lubrificar semanalmente as
máquinas para atender ao programa de lubrificação e, para isso, deve definir toda a
estrutura necessária de forma a evitar danos operacionais, pede-se que seja
desenvolvido um projeto contemplando:
Etapa 1 – Identificação das máquinas que estão em condições desfavoráveis de
funcionamento;
Etapa 2 – Redução da incidência de manutenções corretivas por equipamento;
Etapa 3 – Ações para reduzir a incidência de ocorrências de várias naturezas;”

II. OBJETIVO DO TRABALHO


Programar o plano de lubrificação para atender aos seguintes objetivos:
(i) Objetivo do programa (com as etapas definidas na introdução);
(ii) Tipos de parâmetros a serem definidos para elaborar o programa
de lubrificação;
(iii) Modelo de relatório de controle mensal.

III. PROCESSO DE FABRICAÇÃO DO CIMENTO


O processo de fabricação do cimento é executado em diversas etapas e é
susceptível a danos causados pelo meio de trabalho, por este ser extremamente
agressivo aos equipamentos e materiais utilizados. As etapas de fabricação são as
apresentadas a seguir:
i. Extração: Onde o uso de explosivos para o desmonte da rocha ocorre para que
seja feita a retirada de calcário. Geralmente esse processo é feito em jazidas
subterrâneas ou à céu aberto, que é o mais comum no Brasil. Nessa etapa ocorre
também a extração de argila. Devido a interesses geopolíticos e ambientais, o controle
da preservação do meio ambiente é mais presente nessa etapa.
ii. Britagem: É a etapa de redução das dimensões do calcário para o
processamento e é nessa etapa que é feito o transporte do mesmo em caminhões, como
mostram as figura abaixo. Ocorre a eliminação de impurezas no calcário.

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Figura 1. Extração do calcário.

Figura 2. Transporte.

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Figura 3. Despejo na britadeira para a redução das dimensões.

iii. Depósito: Como na britagem ocorre a separação do calcário e da argila, estes


são estocados em locais diferentes. Na baia do silo há um equipamento de
homogeneização que está sempre ativo. Nessa etapa são feitos ensaios para conhecer as
propriedades das matérias.
iv. Dosagem: 90% de calcário e 10% de argila formam o composto a ser triturado
no moinho de cru. A pesagem é feita com balanças dosadoras (controlam os
parâmetros).
v. Moinho de Cru: A farinha de crua formada pela mistura de calcário e argila
passa por moagem em moinhos de bolas, rolo ou barras, onde se processa o inicio da
mistura das matérias-primas e ao mesmo tempo sua pulverização, de modo a reduzir o
tamanho das partículas a 0,05 mm em média.

Figura 4. Esquema de um moinho de rolos.

vi. Silos de Homogeneização: A mistura crua e devidamente dosada e com a finura


adequada, conhecida como farinha, deve ter a sua homogeneização assegurada para
permitir uma perfeita combinação dos elementos formadores do clínquer. A
homogeneização é feita em silos verticais de grande porte através de processos
pneumáticos e por gravidade.
vii. Forno: A mistura, após ser homogeneizada segue para o forno, o qual é
constituído de um cilindro de aço (revestido por tijolos refratários) com comprimento de
50 m a 150 m e diâmetro de 6 m, nele a mistura é aquecida até 1450ºC, resultando no
clínquer. Geralmente é usado um forno rotativo.

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Figura 5. Forno rotativo.

viii. Resfriador: Nele a temperatura é reduzida a 80ºC aproximadamente. A


clinquerização se completa nessa etapa, quando ocorre um a série de reações químicas
que influenciarão a resistência mecânica do concreto nas primeiras idades, o calor de
hidratação e a estabilidade química do composto.
ix. Depósito de Clínquer: A principal matéria-prima do cimento fica armazenada
em silos, aguardando a próxima etapa.
x. Adições: Junto com o clínquer, adições de gesso, escória de alto forno, pozolana
e o próprio calcário compõem os diversos tipos de cimento. Essas substâncias são
estocadas separadamente, antes de entrarem no moinho de cimento.
xi. Moinho de Cimento: É na moagem final que o clínquer, adicionado ao gesso
ou outras adições resultam no cimento tal como o conhecemos.
xii. Silos de Cimento: O cimento resultante da moagem do clínquer e outras adições
é transportado mecânica e pneumaticamente para os silos de cimento, onde é estocado.
Após os ensaios finais de qualidade, o produto é enviado para expedição.
xiii. Expedição: A remessa do cimento para o mercado consumidor pode ser feita de
duas maneiras: a granel ou em sacas de 50 kg. O ensacamento é feito em máquinas
especiais, que automaticamente enchem os sacos e os liberam assim que atingem o peso
especificado.

IV. PLANO DE LUBRIFICAÇÃO


As etapas para o plano de lubrificação são:
i. Levantamento das máquinas e equipamentos e das suas condições de operação,
bem como o meio de trabalho. Este levantamento deve ser feito por setores da empresa,
preferivelmente os setores responsáveis por cada etapa de produção que condiz a
participação dos equipamentos e máquinas.
Para que haja a manutenção, o levantamento de informações necessita de tratamentos
posteriores, como a confirmação da veracidade dos dados coletados. Esses dados serão
colocados em relatórios, tabelas e gráficos, que serão formatados de acordo com os
destinatários na empresa (relativas às suas funções), para que as decisões sobre o plano
de lubrificação sejam tomadas corretamente.

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ii. Após a rotulação dos equipamentos, do inventário e das condições de operação é


recomendado que as informações sobre a lubrificação oferecida pelos fabricantes para
as relativas condições de trabalho sejam seguidas.
iii. Após os 2 passos anteriores deve-se elaborar o plano de lubrificação para cada
equipamento. Mencionar todos os seus pontos de lubrificação, métodos de lubrificação
a empregar, produtos e tipos de lubrificantes recomendados, e periodicidade da
lubrificação.

V. SOLUÇÕES PARA A MANUTENÇÃO/LUBRIFICAÇÃO


ANÁLISE DO CASO:
 O plano de lubrificação para a indústria de cimento implica na elaboração de um
serviço previsto de lubrificação eficiente. A empresa necessita lubrificar com
periodicidade de 1 semana para atender ao programa de lubrificação vigente. Para evitar
danos operacionais e menor lucro cessante. Para isso, as instruções para cada
equipamento e seus devidos tratamentos devem ser seguidas:
Rolamento do moinho de cru (moinho de rolos): Trabalha em altas temperaturas e
carga elevada no moinho de carvão das cimenteiras. Lubrificado com graxa especial de
sabão de aluminio complexo, lubrificantes sólidos, óleo mineral e aditivos de extrema
pressão. Produto fibroso que pode suporta altas cargas e vibração geradas por um
possível desbalanceamento ou descalibração da máquina.
Ventilador de gás quente (utilizados no resfriamento): Os ventiladores de gás quente
necessitam de lubrificantes especiais para os mancais e acoplamentos. Para os
mancais: Graxa de poliureia para alta rotação, resistente a temperaturas elevadas, onde
pode ocorre alteração da viscosidade. A Relubrificação deve ser semanal. Para o
rolamento do motor elétrico: Graxa de poliureia simples. Para os acoplamentos:
Lubrificante com boa aderência a base de sabão, complexo de lítio e lubrificantes
sólidos, como graxa.
Mancal do moinho de cimento (moinho de rolos): Este mancal sofre extremas cargas
axiais e radiais e vibrações. Obtém-se uma boa lubrificação com o uso de graxa especial
a base de complexo de lítio e lubrificantes sólidos.
Lubrificação de acoplamentos de suporte: Para evitar problemas de oxidação e
corrosão provocada por vibrações e graxa expelida aplica-se nos intervalos de
manutenção uma graxa com óleos graxos que possuam boa aderência.
Aliança de forno: A aliança de forno tem movimentos muito pequenos e altíssimas
cargas. Uma lubrificação hidrodinâmica é impossivel, por isso somente lubrificantes
sólidos, levados através de um veículo carregador, podem formar uma separação
eficiente entre os elementos de contato. O óleo tem de resistir a altíssimas temperaturas
e tem de ter um alto ponto de auto-inflamação.
Máquinas de transporte (terraplenagem): A lubrificação as máquinas de transporte e
de retirada de calcário devem ser do tipo graxa à base de lítio formulada com básicos
parafínicos. Por possuir excelente estabilidade mecânica e suporta altas temperaturas.
Os cabos e engrenagens abertas devem ser lubrificadas por composições betuminosas.
Outras considerações:
i. Como as condições de operação são muito desfavoráveis e contaminantes é
necessário que a selagem de certos componentes (como os roletes) seja feita
regularmente e controlada, assim como a execução da lubrificação dos equipamentos
citados;
ii. Como é necessária a troca dos óleos e graxas com uma freqüência considerada
alta, a escolha de uma graxa com múltiplas aplicações (multipurpose) é a mais indicada,

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pois é mais viável economicamente e resolve os problemas apresentados na situação


dada;
iii. Devem existir comboios de lubrificação para evitar que os equipamentos sejam
tirados do local de trabalho;
iv. Ao gerar as OS para cada serviço de troca de lubrificante, apresentar
informações como tipo de lubrificante, tipo de aplicação do lubrificante, EPI, e
instruções necessárias para que o procedimento de lubrificação seja eficiente. Após a
lubrificação relatar as informações pedidas pelo formulário, como tempo de aplicação e
possíveis defeitos encontrados, a fim de colocar os dados coletados num banco de dados
para possíveis acompanhamentos futuros e evitar problemas de mesma natureza.
v. Após a retirada do lubrificante é recomendado executar ensaios laboratoriais
para identificar as características do mesmo. Caso seja notificado que o lubrificante
ainda possa ser utilizado por um período maior, esta informação deve ser levada para o
responsável do planejamento da manutenção local para ser debatida.
vi. A colocação de indicadores para acompanhar o desempenho e características do
lubrificante pode ser um processo inviável a primeira instância dadas as condições
severas de operação, por isso a expectativa de vida útil dos lubrificantes se tornam
realmente menores.

VI. MODELO DE RELATÓRIO DE CONTROLE MENSAL

Equipamento
Data da última troca
Data da próxima troca
Tipo de lubrificante
Tempo de parada para a aplicação
Tipo de aplicação do lubrificante
Quantidade de lubrificante
Observações

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