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ANÁLISE SISTEMA DE CAPTAÇÃO E ARMAZENAMENTO DE ÁGUA ALFA

METÁLICOS

Essa análise visou avaliar as condições atuais de captação e armazenamento


do sistema de abastecimento de água da Alfa Metálicos, isso com vistas a
verificar se o sistema atual atende a demanda da empresa.

Para avaliação da demanda (máxima e média mensal; máxima e média diária),


foram utilizados os dados registrados no site da Smart Energy. Em relação à
capacidade de explotação (2 m³/h), teve-se por base o volume outorgado. Por
fim, quanto à capacidade de reservação, foram levantadas as medidas de cada
um dos reservatórios existentes na empresa e, tendo por resultado, o volume
de cada um e total.

Foi considerado também, para efeito de avaliação da capacidade de


reservação, a vazão das bombas, uma vez que o sistema é interligado. Foi
realizado cálculo em marcha, abrangendo o horário de funcionamento da
empresa (das 7h às 17h), com vistas a avaliar a capacidade de recuperação do
sistema, isso considerando os limites de cada reservatório e conjunto de
bombeamento (entrada e saída).

Dos Sistema de Captação e Armazenamento


O sistema de captação e armazenamento de água da Alfa Metálicos é
composto por:
a) Motobomba schneider modelo SUB25-15NY4E8, capacidade de altura
monométrica variando de 27 a 89 m.c.a e vazão de 8 a 2 m³/h
respectivamente;
b) Um poço tubular com 126 m, capacidade de vazão estabilizada em 2,56
m³/h, nível dinâmico a 60,8 m e nível estático a 42,5 m;
c) Quatro reservatórios totalizando capacidade de armazenamento de 42
m³;
d) Sistema de medição (hidrômetro e horímetro);
e) Sistema de registro de informações automatizada via site Stmart Energy.
Do Dimensionamento dos Reservatórios
Todos os reservatórios de armazenamento têm o formato cilíndrico, sendo
assim, para efeito dos cálculos, utilizamos a seguinte fórmula:

Fórmula 1: cálculo do volume em m³

{ [( ) ] }
2
d
V= π x xh
2

Reservatório poço artesiano


Considerando as medidas apresentadas a seguir, o reservatório que fica ao
lado do poço tem a capacidade de armazenar 16 m³. Tendo como volume
morto 0,12 m³.

Medidas:
 Diâmetro: 2,30 m
 Altura: 3,93 m

Reservatório Briquete
Considerando as medidas apresentadas a seguir, o reservatório no setor do
Briquete tem a capacidade de armazenar 6 m³. Tendo como volume morto 0,13
m³.

Medidas:
 Diâmetro1: 0,85 m
 Altura1: 3,55 m
 Diâmetro2: 1,48 m
 Altura2: 3,69 m

Reservatório I Pátio Sucata


Considerando as medidas apresentadas a seguir, o reservatório que fica no
pátio sucata, mais especificamente o que se encontra à esquerda, isso
considerando sentido briquete ao prédio administrativo, tem a capacidade de
armazenar 15 m³. Tendo como volume morto 0,21 m³.
Medidas:
 Diâmetro: 1,63 m
 Altura: 7,37 m

Reservatório II Pátio Sucata


Considerando as medidas apresentadas a seguir, o reservatório que fica no
pátio sucata, mais especificamente o que se encontra à direita, isso
considerando sentido briquete ao prédio administrativo (próximo à prensa), tem
a capacidade de armazenar 5 m³. Tendo como volume morto 0,22 m³.

Medidas:
 Diâmetro1: 0,90 m
 Altura1: 5,90 m
 Diâmetro2: 1,10 m
 Altura2: 2,20 m

Cálculo Evolutivo Capacidade Recuperação do Volume


Para chegar à capacidade de recuperação do volume dos reservatórios foram
consideradas as seguintes variáveis:
a) Capacidades de armazenamento de cada reservatório
1. Reservatório ao lado do poço: 16 m³;
2. Reservatório Briquete: 6 m³;
3. Reservatório I Pátio Sucata: 15 m³;
4. Reservatório II Pátio Sucata: 5 m³.
b) Vazão e o tempo de explotação outorgados
1. Vazão outorgada: 2,05 m³/h;
2. Tempo: 16 h.
c) Vazão das bombas
1. Bomba poço artesiano: limitada manualmente via registro para
vazão de 2 m³/h;
2. Bomba reservatório ao lado do poço: 3 m³/h;
3. Bomba reservatório Briquete: 13 m³/h;
4. Bomba reservatório Pátio Sucata: 1,7 m³/h.
Logo, a capacidade de reservação é de 41 m³, já deduzido o volume morto de
cada reservatório.

Tabela 1: Evolução capacidade de recuperação do volume de água


Horário (h) Volume (m³)
7 -
8 6
9 3
10 3
11 3
12 3
13 3
14 3
15 3
16 3
17 -
Total 30
De acordo com os cálculos realizados, a capacidade de recuperação do
volume, dentro do horário de expediente da empresa, é de 30 m³. Observa-se
que a capacidade de recuperação fica limitada à capacidade de reservação da
caixa que fica no briquete, que é de 6 m³.

Análise Demanda de Água


A seguir são apresentados dados inerentes ao consumo de água (em metro
cúbico por mês), volume máximo registrado (em metro cúbico por mês) e
número de inconformidades (em dia por mês), isso tanto para o ano de 2022
quanto para o ano de 2023.

O ano de 2021 e os meses de janeiro a março de 2022, não entraram nos


cálculos devido há existências de registros com volume igual a zero, ou seja, o
consumo não havia sido estabelecido ainda.

Para efeito de análise, foram considerados como inconformidades, volumes


superiores a 32 m³/d, diferente das inconformidades registradas de acordo com
a vazão e tempo outorgados à época (3,0 m³/h e 8,25h). Os dados foram
extraídos da plataforma Smart Energy.
Tabela 2: Registro consumo de água Alfa para os anos de 2022 e 2023
2022 2023
Volume Volume
Mês Médio Máximo Nº Inconf. Mês Médio Máximo Nº Inconf.
Janeiro - - - Janeiro 14.37 36.50 1
Fevereiro - - - Fevereiro 14.71 26.82 0
Março - - - Março 18.93 34.80 4
Abril 26.60 37.14 8 Abril 7.96 27.31 0
Maio 22.01 37.29 5 Maio 10.14 19.64 0
Junho 26.53 37.35 11 Junho 15.59 32.05 1
Julho 27.87 37.22 5 Julho 17.94 28.58 0
Agosto 25.79 38.50 13 Agosto 19.46 38.14 4
Setembro 28.79 45.75 14 Setembro 20.41 37.61 6
Outubro 30.72 52.71 16 Outubro 16.78 37.12 2
Novembro 18.08 32.50 1 Novembro 17.57 52.45 5
Dezembro 12.96 23.26 0 Dezembro 14.85 31.96 0

De acordo com os dados apresentados na TAB. 2, a maior média de consumo


mensal foi registada em outubro de 2022, atingindo o volume médio de
aproximadamente 31 m³. Já para o ano de 2023, a maior média mensal foi
registrada em setembro, atingindo valor pouco acima de 20 m³.

No mês de outubro do ano 2022, foi registrado o maior número de


inconformidades, ou seja, maior número de vezes em que o volume diário
ultrapassou os 32 m³ (valor considerado para análise em razão da outorga
atual, sendo vazão de 2,05 m³/h e tempo de explotação de 16 h/d).
Gráfico 1: Consumo de água na Alfa considerando o período correspondente
ao ano de 2022

Análise Consumo de Água Alfa 2022


60
52.71
50 45.75

40 37.14 37.29 37.35 37.22 38.5


32.5
30
23.26
20

10

0
ro iro ço ril ai
o
nh
o
lh
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o ro br
o
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o
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Se
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N De

Volume Médio (m³) Volume Máximo (m³) Nº Inconformidades

Gráfico 2: Consumo de água na Alfa considerando o período correspondente


ao ano de 2023

Análise Consumo de Água Alfa 2023


60
52.45
50

40 36.5 38.14 37.61 37.12


34.8
32.05 31.96
30 26.82 27.31 28.58

19.64
20

10

0
ro ro ço ril ai
o
nh
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o
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m
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N

Volume Médio (m³) Volume Máximo (m³) Nº Inconformidades

Analisando os dados da TAB. 2 e dos GRÁF. 1 e 2, é possível verificar que há


diferença significativa entre volume médio mensal e o volume máximo
registrado no mês (diferenças de 14 e 18 m³, para os anos de 2022 e 2023
respectivamente).
Para o ano de 2022, o consumo médio diário foi de aproximadamente 24 m³,
tendo em média registro de maior consumo em 38 m³, com pico diário
registrado a 53 m³. Já para o ano de 2023, essa diferença foi ainda mais
significativa, onde o consumo médio diário foi de aproximadamente 16 m³,
tendo em média registro de maior consumo em 34 m³, com pico diário
registrado a 52 m³. Isso significa que há consumos pontuais significativos
acima da média de consumo mensal.

Com vistas a identificar qual ou quais atividades proporcionam esse aumento


pontual no consumo de água na empresa, foram correlacionados os dados
diários registrados na plataforma da Smart Energy com a atividade de fusão,
não sendo encontrada correlação.

Conversamos como o colaborador Mateus (setor de qualidade) e o mesmo nos


alertou sobre prováveis situações, a saber: a) abastecimento do caminhão pipa
com água da caixa para umectação das vias; b) abastecimento do caminhão
pipa com água da caixa para ficar como apoio em dias de limpeza de máquinas
na oficina.

Entramos em contato com o colaborar Aélcio (motorista do caminhão pipa) e o


mesmo nos informou que o abastecimento do caminhão pipa com água da
caixa somente é autorizado em casos de emergência (incêndio, socorro ao
setor de Fundição no objetivo de abastecer a caixa d’água do lavador de gás e
resfriar o forno). O mesmo nos informou também que em dias quentes e secos,
chega a consumir em média 60 m³/d, isso para atender demanda de
umectação das vias, todavia, a água utilizada não é oriunda do sistema de
abastecimento.

Conclusão
Para tornar a informação mais precisa, se faz necessário calcular o intervalo de
acionamento das bombas para abastecimento, isso considerando o start de liga
e desliga de cada uma das bombas, levando em consideração a altura
manométrica. Para minimizar a possibilidade de interpretação equivocada,
utilizamos o fator margem de segurança em 15%.
Considerando a demanda máxima diária registrada de 46 m³, uma vez que
para o volume registrado na data de 18/10/2023 (53 m³), analisando as
informações do gráfico e em conversa com o funcionário Mateus (setor de
qualidade), muito provável ter ocorrido vazamento, assim, tal valor foi
desconsiderado para efeito de análise dos dados; a capacidade total inicial de
armazenamento atual de 41 m³; a capacidade evolutiva de recuperação do
volume de água dentro do período de funcionamento da empresa (7 às 17h),
que é de 30 m³; a vazão outorgada 2 m³/h; volume morto de 1 m³; margem de
segurança de 15%; concluímos que o volume outorgado, a capacidade de
armazenamento e de recuperação, atendem à demanda atual da empresa,
isso considerando uso habitual da água. Contudo, os picos de consumo,
caso ocorram de forma sequencial e/ou mais de duas vezes na semana,
poderá comprometer as atividades que demandam o uso de água
originada do sistema de abastecimento.

Há de considerar que, uma vez que, atualmente, a nossa média de consumo


habitual é de 20 m³/d, o abastecimento do caminhão pipa em caráter de
emergência, fica limitado a uma única vez no dia (10 m³), não podendo
sobrepor aos picos de consumo relatados anteriormente.

Por fim, registramos a necessidade de que seja instalado um dispositivo que


monitore o tempo de explotação do poço (funcionamento da bomba) e, por
conseguinte, limite esse tempo a 16h (tempo de explotação outorgado), de
modo a não permitir inconformidades no que se refere a esse parâmetro.

Sete Lagoas, 22 de janeiro de 2024

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Tales Souza Teixeira
Analista Ambiental

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