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Discente:
José Pedro Paulo – 48050
A última aula da unidade curricular tratores e equipamentos automotrizes, dia 4 de
Outubro, teve lugar em Vila Franca de Xira que a título de curiosidade é a zona do país
onde está concentrado os tractores com maior cavalagem a nível nacional. Deslocamo-
nos para vermos a apanha mecânica do tomate e do arroz e a sua logística, para isso,
tivemos o acompanhamento do Engenheiro Pedro Pinho que é responsável por 1470ha
de tomate (Casa Agrícola Ortigão Costa) e de cerca de 400ha de arroz (Casa Agrícola da
Quinta da Foz) naquela zona.
Primeiramente visitámos a área onde estava instalada a cultura do tomate, as máquinas
automotrizes de colheita de tomate estavam a trabalhar 24/24h tendo uma pausa de
uma hora para fazer a manutenção. Os dias de chuva não permitiram que as máquinas
e tractores entrassem nas parcelas durante 10 dias para acabar a colheita dos 500ha
que ficaram por colher, devido ao elevado peso da maquinaria em questão que resulta
em atascamentos com o solo encharcado, isto originou algum apodrecimento do
tomate (Figura 1) e cada dia que passava correspondia a uma perda de 3% no lucro final
porque a qualidade do produto diminuía.
Figura 1 - Tomate
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Figura 2- Apanha mecânica do tomate
Um dos tractores que rebocava as galeras era o novo John Deere 8RX 370 (Figura 3 e 4),
um tractor que faz com que a pressão exercida no solo, por unidade de superfície, seja
mais baixa do que nos de rodas, distribuindo o peso do tractor numa área de solo maior.
A principal vantagem destes tractores é a menor probabilidade de patinagem e
atascamento, quando comparado a um tractor de rodas. A principal desvantagem é o
maior consumo de combustível porque o esforço de tração é maior, quando comparado
a um tractor de rodas.
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Figura 4- John Deere 8RX 370
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Figura 5- Máquina automotriz de colheita do tomate
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Figura 7- Traseira da máquina
Figura 8- Operadores que fazem a seleção manual do tomate maduro dos subprodutos e resíduos
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É importante referir que todas estas ações feitas pelos órgãos da máquina são acionadas
pela potência que é fornecida pelo motor Diesel diretamente para as várias bombas dos
sistemas hidráulicos da máquina.
Já que referimos o termo potência, tivemos o privilégio de ver de perto o trator com
maior cavalagem que existe em Portugal, um John Deere 96390 (Figura 9 e 10), um
tractor com 530cv. Este tractor é utilizado para desatascar tratores e máquinas e para
rebocar as galeras numa parcela de areia explorado pela Casa Agrícola Ortigão Costa.
Este é um tractor que tem um elevado consumo de combustível, 120l/h , mas apresenta
uma série de vantagens. O aumento da superfície de contacto entre os pneus do tractor
e o solo, possibilita a redução da patinagem, aumento na disponibilidade de força de
tração. Numa operação onde se deve ter mais cuidado com a compactação do solo os
rodados duplos tornam-se uma ótima opção por dividirem o peso total do tractor entre
as rodas duplas o que diminui a pressão exercida no solo, pois a área de contacto será
maior.
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Para terminarmos a visita fomos ver a colheita mecânica do arroz na Quinta da Foz, a
variedade que estava a ser colhida era a Ariete, arroz carolino (Figura 11).
De frisar que para fazermos a colheita do arroz de modo a tirar o maior rendimento esta
deve ser feita quando existe uma humidade relativa baixa, isto porque, depois não se
consegue fazer a separação do grão da palha.
A ceifeira-debulhadora com que estavam a trabalhar era uma John Deere C670i (Figura
12), uma ceifeira-debulhadora com 433cv, com uma frente John Deere 625D (Figura 12)
que tem 7,80m de largura de corte o que equivale à largura de trabalho da ceifeira-
debulhadora.
O funcionamento da ceifeira-debulhadora foi-nos explicado de uma forma breve e
resume-se em vários passos. O moinho acama as plantas contra a barra de corte, depois
de realizado o corte, o moinho encaminha as plantas para o sistema de alimentação
onde depois é transportado para o sistema onde é feito a debulha e a separação do grão
da palha. A palha sai da traseira da ceifeira-debulhadora para o solo e o grão vai através
de um sem-fim e de um elevador para o tegão. Depois de atingida a capacidade máxima
de armazenamento do tegão, o grão de arroz é transportado pelos sem-fim através do
tubo de descarga para o veículo de transporte (Figura 13 e 14).
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Figura 12- John Deere C670i e John Deere 625 D
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Depois de carregado, o veículo pesa o arroz na balança para posteriormente fazer a sua
descarga (Figura 15 e 16) e o arroz passar pelo último processo de produção, os
secadores que procedem à secagem do grão.
A secagem é um processo físico-químico que envolve a utilização de energia térmica,
levando à evaporação da água para o estado de vapor. Com o aumento da temperatura
do meio, a tensão de vapor à superfície externa do grão é maior do que a tensão de
vapor de água no ar ambiente, havendo desde logo a passagem da água do grão para o
ar. A secagem não só permite a redução a necessária da humidade, como baixa o nível
da atividade fisiológica, e tem também um efeito importante sobre diversas outras
propriedades do grão de arroz, tais como: o sabor, a cor, a textura, a viabilidade e a
retenção nutricional. Estas propriedades, que geralmente afetam a qualidade percetível
do produto final, são muitas vezes influenciadas pela temperatura, humidade e pelo
tempo de permanência do produto no secador. Na prática o secador é mais complexo
que uma simples máquina que apenas remove a humidade.
Figura 15 e 16- Arroz descarregado e armazenado antes de passar pelo processo de secagem
Depois de descarregado é colocado num tegão que leva o arroz para duas tararas onde
ocorre uma primeira limpeza, após esta primeira limpeza passa por dois silos onde fica
em repouso e depois entra no primeiro secador que deixa o arroz com entre 15 e 16%
de humidade. Após a primeira secagem passa por 3 silos onde fica em repouso onde
assegura a homogeneidade e qualidade do produto, depois do repouso faz a última
secagem até aos 13,5% de humidade, valor em que é armazenado, e passa para o último
silo (Figura 17).
O arroz passa por uns ciclones para tirar o pó (Figura 18).
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Figura 17- Parte das estruturas que asseguram a secagem
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Mais uma vez foi-nos possível tirar o maior partido deste método de aulas, onde temos
contacto com o realismo da agricultura em Portugal, observámos a questão da logística
das operações e o sentido empresaria, e assim, conseguimos apurar a nossa
sensibilidade agronómica passando por várias realidades. Estas aulas são uma mais valia
para nós, alunos, e uma oportunidade única que não temos mais em nenhuma unidade
curricular do nosso plano de estudos.
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