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PROVA – MÁQUINAS TÉRMICAS 2

MATHEUS FELIPE MIYASAKI GONÇALVEZ

O estudo de caso foi elaborado pelo grupo responsável pelos Sprints, com
finalidade de discutir e implementar melhores ideias.

Empresa de pneus – 03 caldeiras

Weco Modelo HR – 15 ton/h (cavaco)

Weco RV1500 – 4500 ton/h (diesel)


Bremer HBFI – 10 ton/h (cavaco e lenha)

a) Como garantir o nível de pressão de vapor na linha mais constante?


O que pode gerar essa variação?
a. Analise as possibilidades
b. Explique o porquê delas
c. Como poderia conferir a veracidade de sua análise?

Os problemas com variação de pressão podem estar associados a uma


série de defeitos, listados a seguir:

Vazamentos:

• Vazamentos no sistema causam redução de pressão no


mesmo, gerado pela danificação da sede de válvula, má
instalação da junta de tampa ou flange, rachaduras nos
tubos e superaquecimento seguido de resfriamento
rápido (fazendo com que os tubos soltem os espelhos).

Obstruções:

• Obstruções na linha atrapalham a fluidez do vapor


superaquecido, aumentando o arrasto e ocasionando em
perda de pressão.

Corrosão:

• A corrosão da tubulação modifica o coeficiente de atrito


dele, ocasionando perda de carga no sistema gerado pela
corrosão interna, oxidação generalizada do ferro e
corrosão galvânica, salina, entre outros.

Defeitos nas válvulas de controle:

• Por controlar a quantidade de valor expelido, afetando a


pressão do sistema.

Problemas na instrumentalização de medição:

• Podendo assim indicar valores errados perante medição.

Purgadores:

• Garantir que os purgadores estejam posicionados


corretamente, evitando assim o armazenamento de
condensado, que pode resultar na obstrução do tubo.

Desnivelamento:

• A tubulação deve ter seu curso em desnível com a entrada


de vapor acima da saída. Isso garante que o condensado
dentro da tubulação não retorne à caldeira.

Choque térmico:

• Ocorre em razão de frequente parada e partida da câmara


de combustão, um exemplo é a alimentação da caldeira
com água fria descontinuamente, fazendo com que as
temperaturas dos tubos variem ocasionando contrações e
dilatações térmicas.

Arrasto d’água:

• Este fenômeno se dá devido ao depósito nos


superaquecedores turbinas e válvulas pós caldeira,
comprometendo o funcionamento da caldeira e decaindo
o rendimento da caldeira.
Possivelmente todos os problemas citados acima são ocasionados
pela negligência na manutenção e cuidados diários imprescindíveis para
o funcionamento da caldeira.

Referente a isso, podemos adotar atitudes que podem corrigir o defeito


delas, sendo eles:

• Manutenção regular: Realização de inspeções periódicas a fim de


identificar e corrigir problemas.
• Calibração correta dos instrumentos de controle de pressão: a fim de ter
uma melhor e mais confiável obtenção de dados referentes ao sistema
• Treinamento da equipe e dos operadores: garantindo assim uma
detecção precoce e a busca de medidas corretivas antes que o problema
se agrave.

Além de seguir as normas vigentes na NR 13, responsável por condicionar


inspeção de segurança e operação das caldeiras

b) Por que o aumento de consumo de combustível? Quais as possíveis


causas? Analise e proponha solução?

A injeção de ar pode ser ineficiente (no modelo RV1500), produzindo


monóxido de carbono em excesso, resultado de um processo de combustão
incompleta, perdendo eficiência. O excesso de ar também é prejudicial, devido
a presença de nitrogênio, responsável por diminuir a temperatura dos gases de
combustão.

Já nos modelos HR16 e HBFI, onde os combustíveis são sólidos (lenha e


cavaco) devem possuir umidade baixa, caso contrário diminui o poder calorífico
e necessita de mais energia para a queima.

Existem algumas melhorias provindas da manutenção regular das


caldeiras trazem:

• Regulagem da combustão na relação de ar e combustível;


• Limpeza dos tubos da caldeira;
• Controle da temperatura de saída dos gases;
• Melhor modulação, aprimorando a sequência da queima de um
ou vários estágios na câmara de combustão da caldeira.

O uso de aditivos específicos contribui na regulação da queima dos


combustíveis, como por exemplo os aditivos D880 e BEC900 fornecidos pela
Formosa Perfume.

A instalação de pré-aquecedores de ar influencia diretamente na


eficiência da caldeira pois faz com que o ar da combustão seja fornecido à uma
temperatura mais elevada, diminuindo a quantidade de calor que o mesmo
precisa receber.

c) Quanto as solicitações da CIPA, quais medidas a tomar?


Investimento (Quais)? Treinamento (Em que)?

Com relação à sinalização, deve-se exigir o cumprimento da NR-26 do


item 26.1 e 26.2.4, que se referem com base em cores e rotulagem.

Para corrigir os colaboradores que não usam EPI corretamente,


aplicamos a NR 6 para exigir o comprimento da norma, exigindo do empregador
a análise e definição dos equipamentos adequados que cada funcionário deve
utilizar. O fornecimento de EPI de forma gratuita e em perfeito estado de
conservação e funcionamento é função da empresa.

d) Como diminuir problemas de fuligem nos gases de combustão?


Investimento? (Em que, especifique)
Controle da entrada de ar para a queima do combustível de forma mais
eficiente, no caso da caldeira de vapor a gás (RV1500).
Para a primeira e terceira caldeira, cujo combustível é o cavaco ou lenha,
deve ser feito o controle da umidade na matéria prima.
Uso de tecnologias de filtragem para reduzir a emissão (ex:filtro de
manga, ciclone e lavagem de gases), verificando uma boa vedação para que o
ar quente que entra através da vedação não arraste as partículas para a
chaminé.
Projeto da fornalha muito bem tecnicamente como por exemplo o uso de
tijolos refratários.
e) Sobre o TEM, quais documentos verificar? Que documentos cada
caldeira deve possuir? Onde devem estar disponíveis?

A caldeira deve possuir, segundo a NR-13:

• Placa de identificação, disponível em um local de fácil acesso e


bem visível, contendo: nome do fabricante, número da ordem,
ano de fabricação, pressão máxima de trabalho, pressão de
teste, capacidade de produção, área de superfície de
aquecimento, tipo de projeto, categoria da caldeira e número de
identificação;
• Prontuário da caldeira fornecido pelo fabricante, contendo:
código de projeto, especificação dos materiais, procedimentos
de fabricação, montagem e inspeção, metodologia PMTA,
registro de execução de teste, conjunto de desenhos e dados
sobre a vida útil da caldeira, características funcionais, dados
dos dispositivos de segurança, ano de fabricação e categoria;
• Registro de segurança disponibilizado pelo profissional
habilitado inspetor da caldeira constituído por um livro
numerado contendo as informações capazes de influenciar nas
condições de segurança da caldeira, inspeções de segurança
inicial, periódica e extraordinária, condições operacionais, nome
legível e assinatura do PH e do operador da caldeira presente
na inspeção;
• Projeto da instalação elaborado também pelo profissional
habilitado, que contém o posicionamento dos equipamentos e
sistemas de segurança dentro das instalações, bem como
inventário de válvulas de segurança;
• Projeto de alteração ou reparo elaborado quando ocorrer
modificação ou reparos que comprometem a segurança;
• Relatórios de inspeção de segurança feitos iniciais, periódicas
ou extraordinárias. Como as três caldeiras pertencem a
categoria B (pressão de operação entre 60 kPa e 1960 kPa)
deve ser feito a cada 12 meses;
• Certificado de calibração, na qual é realizado a calibração junto
à inspeção e deve atender os padrões rastreáveis pela RBC
(rede brasileira de calibração).

f) Dimensione um trocador duplo tubo para solucionar o problema


apontado.
Inicialmente para os cálculos foi necessário buscar as propriedades termo
físicas dos fluidos quente e frio, os dados foram retirados do Incropera 8°
edição dos apêndices A.5 para glicerina e A.6 para condensado (água),
os dados foram inseridos de acordo com a seguinte tabela.
Também foi necessário inserir os dados de incrustação, consideramos
0,0008 para as partes em contato com o condensado e 0,0002 para as
partes em contato com a glicerina, de acordo com a FISPQ do produto,
ele não reage com o aço, inclusive é recomendado sua armazenação em
bombonas de aço.

Selecionado esses dados o próximo passo foi selecionar o diâmetro


interno e externo, sua espessura, o comprimento do tubo e a
condutividade térmica do material do tubo, neste caso consideramos
tubos fabricados em aço carbono com condutividade térmica estimada em
70 W/m°C.

Sabendo que a potência necessária é de 18,84 kW, o coeficiente global


interno é de 145 W/m2°C e a média logarítmica da diferença de
temperatura é 28,24°C temos que a área para troca térmica necessária é
de 4,6 m2, usamos esse valor como base para estipular os próximos
parâmetros.

O próximo passo de decisão seria o número de tubos no trocador de calor,


para este caso foi escolhido 7 tubos levando a 3,5 grampos e um
comprimento total de 42 metros de tubulação interna no trocador,
totalizando uma área de 4,41 m2.
Essas escolhas resultaram em um erro percentual de 4,18%, obedecendo
o máximo de 5% previamente estipulado.
A perda de carga nos tubos também foi verificada foi estipulado
inicialmente que não poderia ultrapassar 0,7 bar, os valores estão na
seguinte imagem.

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