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3º SIMULADO EXTENSIVO ENEM CHROMOS

PROVA DE LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS E REDAÇÃO


PROVA DE CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS

enem enem en
em em
en e
m ne
e ne m

2023
1° DIA

em

en
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en
nem enem enem
CADERNO

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m
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1

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LEIA ATENTAMENTE AS INSTRUÇÕES SEGUINTES:

1. Este CADERNO DE QUESTÕES contém 90 questões, numeradas de 01 a 90 e a Proposta de Redação,


disposta da seguinte maneira:
a) questões de número 01 a 45 relativas à área de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias;
b) proposta de redação;
c) questões de número 46 a 90 relativas à área de Ciências Humanas e suas Tecnologias.
ATENÇÃO: as questões de 01 a 05 são relativas à língua estrangeira, podendo ser feitas pela opção Inglês
ou Espanhol, uma vez que essas possuem o mesmo gabarito.
2. Para cada uma das questões objetivas, são apresentadas 5 opções. Apenas uma responde corretamente
à questão.
3. À medida que você for preenchendo o gabarito, as suas respostas serão salvas automaticamente no nosso
sistema. Desse modo, caso você saia do sistema antes de concluir a prova, não perderá o que já fez.
4. O prazo para a realização deste simulado é das 13 horas e 30 minutos de domingo (28/05/2023)
às 23 horas e 59 minutos da quarta-feira (31/05/2023).
5. O tempo sugerido para esta prova é de cinco horas e trinta minutos.
6. Para anexar a imagem de sua redação, clique em INSERIR REDAÇÃO.
7. Quando terminar a prova, verifique se todo o gabarito foi preenchido e clique no botão ENVIAR RESPOS-
TAS. Após clicar nesse botão, o seu gabarito será enviado para o nosso sistema e você não poderá alte-
rá-lo mais.
8. O gabarito oficial será publicado em nosso site (www.chromos.com.br) na quinta-feira, 01/06/2023, com o
arquivo contendo as questões comentadas para auxiliá-lo em seus estudos.
LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS authoritarian rule.
Questões de 01 a 45 The word Tropicalia comes from an installation
Questões de 01 a 05 (opção inglês) by the artist Hélio Oiticica, who created environments
that were designed to encourage the viewer's
Questão 01 emotional and intellectual participation. Oiticica called
them "penetrables" because people were originally
encouraged to enter them. They mimic the improvised,
colourful dwellings in Rio de Janeiro's favelas, or shanty
towns. The lush plants and sand help to convey a
sense of the tropical character of the city. When Oiticica
exhibited the work, he also included live parrots.
From its beginning, Tropicália was seen as a
rearticulation of Anthropophagia ("cannibalism"), an
artistic ideology promoted by Oswald de Andrade.
Disponível em: https://www.tate.org.uk(adaptado).

De acordo com o texto, a Tropicália


A. congregou artistas de diversos matizes ideológi-
cos, tanto favoráveis como contrários ao Regime
Militar.
B. foi um movimento eminentemente musical, que
transmitia o otimismo da década de 1950.
C. foi um movimento artístico-cultural que se apro-
priou do ideário da Antropofagia.
D. foi um movimento cultural interrompido pelo regi-
me militar.
E. teve seu ápice incentivado pela explosão industrial
nos estados do Rio de Janeiro e de São Paulo.

Disponível em: https://br.pinterest.com/pin/311029917999955246/. Questão 03


O humor da tira decorre do fato de The Amazon rainforest is now emitting more car-
A. o menino estar com o relógio parado. bon dioxide than it is able to absorb, scientists have
confirmed for the first time. The emissions amount to
B. as máquinas ajudarem humanos no trabalho e no
a billion tones of carbon dioxide a year, according to a
lazer.
study. The scientists said the discovery that part of the
C. o menino ser controlado por uma máquina. Amazon was emitting carbon even without fires was
D. o tigre considerar inverossímil a história de ficção particularly worrying. They said it was most likely the
científica. result of each year's deforestation and fires making
E. o tigre ter ficado com medo das máquinas. adjacent forests more susceptible the next year. The
trees produce much of the region's rain, so fewer trees
Questão 02 means more severe droughts and heatwaves and more
tree deaths and fires.
Tropicália
Disponível em: www.theguardian.com (adaptado).
Tropicália is used to describe the explosion of cultural
creativity in Rio de Janeiro and São Paulo in 1968 as O trecho "fewer trees means more severe droughts" é
Brazil's military regime tightened its grip on power. um exemplo da relação entre
Many of the artists, writers and musicians associated A. causa e efeito.
with Tropicália came of age during the 1950s in a B. comparação e propósito.
time of Intense optimism when the cultural world had C. ênfase e sequência.
been encouraged to play a central role in the creation D. concessão e adição.
of a democratic, socially just and modern Brazil.
E. condição e contraste.
Nevertheless, a military coup in 1964 had brought to
power a right-wing regime at odds with the concerns of
left-wing artists. Tropicalla became a way of exposing
the contradictions of modernisation under such an
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Questão 04 Questões de 01 a 05 (opção espanhol)

Questão 01

Échame La Culpa

Tengo en esta historia algo que confesar


Ya entendí muy bien qué fue lo que pasó
Y aunque duela tanto tengo que aceptar
Que tú no eres la mala
Que el malo soy yo
Disponível em: http://www.gocomics.com/JustinBayed.
No me conociste nunca de verdad
O comentário foi postado após um artigo sobre Ya se fue la magia que te enamoró
A. o uso de helicópteros por pais para supervisionar Y es que no quisiera estar en tu lugar
jovens adultos que moram em universidades.
Porque tu error solo fue conocerme
B. algumas das novas experiências que a vida no
campus universitário propicia.
C. o saudável controle dos pais sobre a vida univer- No eres tú, no eres tú
sitária dos filhos. No eres tú, soy yo (soy yo)
D. o crescimento do comércio ao redor dos campi No te quiero hacer sufrir
universitários. Es mejor olvidar y dejarlo así (así)
E. a cobrança por supervisão dos pais nos ambien- Échame la culpa
tes universitários. No eres tú, no eres tú
Questão 05 No eres tú, soy yo (soy yo)
No te quiero hacer sufrir
Es mejor olvidar y dejarlo así (así)
Échame la culpa.
Disponível em: https://www.vagalume.com.br/luis-fonsi/echame-la-
culpa-feat-demi-lovato.html. Acesso em: 6 jun. 2022.

Com relação ao tema, pode-se entender que a ideia


central do texto é
A. a falta de amor pelo outro.
B. o excesso de amor pelo outro.
C. o reconhecimento da própria culpa.
D. a falta de conhecimento do outro.
E. o reconhecimento de que acabou a relação.

Disponível em: www.quolationspage.com .

A citação de Bernard Shaw permite concluir que, para


ele,
A. a comunicação efetiva nunca é uma ilusão.
B. a desvantagem da comunicação é que ela não
acontece em qualquer lugar.
C. a comunicação é o maior dos problemas nas rela-
ções humanas.
D. a ilusão de que a comunicação acontece é o pro-
blema.
E. a comunicação só ocorre se há ilusão.

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Questão 02 Questão 03

MAITENA. Disponível em: http://www.amnistiacatalunya.org.

Disponível em : http://david-pardo.blogspot.com.br/2010/02/mafalda- A reação do garoto após o diálogo mantido pelas se-


en-clase-mi-mama-me-mima.html.
nhoras se deve ao fato de que sua mãe
A fala de Mafalda na última cena da tira demonstra que A. decidiu impor-lhe limites.
A. ela está muito satisfeita com as coisas que sua B. o orientou a trabalhar.
professora ensina. C. se converteu em sua amiga.
B. para ela parece interessante repetir a frase: “mi D. está o educando severamente.
mamá me mima”.
E. disse que o colocará em uma escola integral.
C. não está nada satisfeita com as coisas que sua
professora ensina.
D. ela é muito amiga de sua professora e gosta das
suas aulas.
E. está contente com todas as aulas que estuda.

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Questão 04 Questão 05
El Botero “El verdadero pintor es aquel que es capaz de
pintar escenas extraordinarias en medio de un desierto
Cuando tenga un millón, vacío. El verdadero pintor es aquel que es capaz de
cuando seamos ricos pintar pacientemente una pera rodeada de los tumultos
me compraré zapatos, de la historia”.
te compraré un vestido. DALI, S. La vida secreta de Salvador Dalí, apud DESCHARNES, R. y
NERET, G. Salvador Dalí. 1904 – 1989. Barcelona: Tashen, 1993.
Te llevaré al paseo,
donde pasan los gringos Ao dizer isso, Dalí ressalta que o verdadeiro pintor:
y compraré una caja entera de cigarrillos. A. se concentra em sua arte sem prender-se ao que
o rodeia.
Estribillo
B. necessita viver no deserto ou ocupar-se dos movi-
Agua, el agua, la lluvia sobre el río.
mentos da história.
Cuando tenga un millón,
C. sabe inventar um mundo não importa onde, pin-
te casaré el domingo tando suas flores e seus frutos.
a la deriva total, qué apuro tienen los ricos. D. não pode afastar-se de sua história e do mundo
Cuando tenga un millón, para que sua arte seja extraordinária.
cuando seamos ricos, E. vive pacientemente no ambiente que gosta de vi-
en la proa descalzo, ver, ainda que prefira pintar a natureza morta.
te quitaré el vestido.

O significado mais profundo da canção "El Botero",


expressa, além das suas ambições, sentimento de
A. ambição por ser rico um dia com a sua namorada.
B. amor que leva ao sonho e o desejo da pessoa
amada.
C. sofrimento por viver uma vida simples e sem luxo.
D. satisfação por sua condição financeira ser mais
favorável.
E. prazer em conseguir uma vida feliz.

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LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS
Questões de 06 a 45

Questão 06
Vladimir: E se nos arrependêssemos?
Estragon: Do quê?
Vladimir Ahnnn… (Reflete) Não precisamos entrar em detalhes.
Estragon: De termos nascido? (Vladimir rompe numa gargalhada, prontamente contida, levando as mãos ao
púbis, rosto contraído.)
Vladimir: Nem rir ousamos mais.
Estragon: Terrível privação.
Vladimir: Apenas sorrir. (Seu rosto abre-se num sorriso máximo que se fixa, dura um certo tempo, depois se
desfaz repentinamente) Não é a mesma coisa. Enfim… (Pausa) Gogô?
Estragon: (Irritado) O quê?
Vladimir: Você já leu a Bíblia?
BECKETT, Samuel. Esperando Godot. São Paulo: Companhia das Letras, 2017.

As rubricas em itálico, como as trazidas no trecho de Samuel Beckett, em uma atuação teatral, constituem
A. exigência, porque elas determinam as características do texto teatral.
B. prioridades, porque as encenações precisam ser fiéis às diretrizes do autor.
C. preciosismo, porque são irrelevantes para a encenação, já que apenas o texto dramático tem a sua importân-
cia para a composição de uma leitura ou uma peça teatral.
D. possibilidade, porque são apenas indicações, que podem ser adaptadas de tempos em tempos, pois são
elementos como entonação, figurino e cenário.
E. imposição, porque elas reforçam a autoridade máxima do autor do texto ao longo do tempo, não validando a
autonomia de companhias de teatro ou mesmo adaptações para o cinema ou televisão.

Questão 07
Poema tirado de uma notícia de jornal
João Gostoso era carregador de feira livre e morava no morro da
[Babilônia num barracão sem número.
Uma noite ele chegou no bar Vinte de Novembro
Bebeu
Cantou
Dançou
Depois se atirou na Lagoa Rodrigo de Freitas e morreu afogado.

Manuel Bandeira. Libertinagem.

Nesse poema de Bandeira, manifesta-se com bastante ênfase um aspecto temático amplamente considerado
pela crítica como um dos mais característicos da poesia do autor, considerada em seu conjunto. Trata-se da
A. profunda nostalgia em relação às coisas e pessoas já desaparecidas.
B. hibridização textual, cujo caráter jornalístico e prosaico marca o deslocamento da noção de poético.
C. figuração dramática da pobreza, para fins de militância política de esquerda.
D. indicação de nomes de lugares como garantia da veracidade da cena narrada.
E. utilização de frases curtas, características de textos do gênero jornalístico

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Questão 08 Questão 09
Comportamento geral Sou o coração do folclore nordestino

Você deve estampar sempre um ar de alegria Eu sou Mateus e Bastião do Boi-bumbá


E dizer: tudo tem melhorado Sou o boneco de Mestre Vitalino
Você deve rezar pelo bem do patrão Dançando uma ciranda em Itamaracá
E esquecer que está desempregado Eu sou um verso de Carlos Pena Filho
Num frevo de Capiba
Você merece Ao som da Orquestra Armorial
Você merece Sou Capibaribe
Tudo vai bem, tudo legal Num livro de João Cabral
Cerveja, samba, e amanhã, seu Zé Sou mamulengo de São Bento do Una
Se acabarem com teu carnaval Vindo no baque solto de maracatu
Eu sou um auto de Ariano Suassuna
Você deve aprender a baixar a cabeça No meio da Feira de Caruaru
E dizer sempre: muito obrigado Sou Frei Caneca do Pastoril do Faceta
São palavras que ainda te deixam dizer Levando a flor da lira
Por ser homem bem disciplinado Pra Nova Jerusalém
Sou Luiz Gonzaga
Deve pois só fazer pelo bem da nação E sou do mangue também
Tudo aquilo que for ordenado Eu sou mameluco, sou de Casa Forte
Pra ganhar um fuscão no juízo final Sou de Pernambuco, sou o Leão do Norte
E diploma de bem-comportado
LENINE; PINHEIRO, P.C. Leão do Norte. In: LENINE; SUZANO, M.
GONZAGUINHA. Luiz Gonzaga Jr. Rio de Janeiro: Odeon. 1973 Olho de peixe. São Paulo: Vetas. 1993 (fragmento).
(fragmento).
O fragmento faz parte da canção brasileira contempo-
Pela análise do tema e dos procedimentos argumenta- rânea e celebra a cultura popular nordestina. Nele, o
tivos utilizados na letra da canção composta por Gon- artista exalta as diferentes manifestações culturais pela
zaguinha na década de 1970, infere-se o objetivo de
A. valorização do teatro, música, artesanato, lite-
A. ironizar a incorporação de ideias e atitudes con-
ratura, dança, personagens históricos e artistas
formistas.
populares, compondo um tecido diversificado e
B. convencer o público sobre a importância dos de- enriquecedor da cultura popular como patrimônio
veres cívicos. regional e nacional.
C. relacionar o discurso religioso à resolução de pro- B. identificação dos lugares pernambucanos, mani-
blemas sociais. festações culturais, como o bumba meu boi, as ci-
D. questionar o valor atribuído pela população às fes- randas, os bonecos mamulengos e heróis locais,
tas populares. fazendo com que essa canção se apresente como
E. defender uma postura coletiva indiferente aos va- uma referência à cultura popular nordestina.
lores dominantes. C. exaltação das raízes populares, como a poesia, a
literatura de cordel e o frevo, misturadas ao eru-
dito, como a Orquestra Armorial, compondo um
rico tecido cultural, que transforma o popular em
erudito.
D. caracterização das festas populares como identi-
dade cultural localizada e como representantes de
uma cultura que reflete valores históricos e sociais
próprios da população local.
E. apresentação do Pastoril do Faceta, do maracatu,
do bumba meu boi e dos autos como representa-
ção da musicalidade e do teatro popular religioso,
bastante comum ao folclore brasileiro.
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Questão 10 Questão 11
Dia 20/10 Gírias das redes sociais caem na boca do povo
É preciso não beber mais. Não é preciso sentir
Nem adianta fazer a egípcia! Entendeu? Veja o glos-
vontade de beber e não beber: é preciso não sentir
sário com as principais expressões da internet
vontade de beber. É preciso não dar de comer aos uru-
bus. É preciso fechar para balanço e reabrir. É preciso
Lacrou, biscoiteiro, crush. Quem nunca se deparou
não dar de comer aos urubus. Nem esperanças aos
com ao menos uma dessas palavras não passa muito
urubus. É preciso sacudir a poeira. É preciso poder
tempo nas redes sociais. Do dia para a noite, palavras
beber sem se oferecer em holocausto. É preciso. É
e frases começaram a definir sentimentos e aconteci-
preciso não morrer por enquanto. É preciso sobreviver
mentos, e o sucesso desse tour foi parar no vocabulário
para verificar. Não pensar mais na solidão de Rogério,
de muita gente. O dialeto já não se restringe só à web.
e deixá-lo. É preciso não dar de comer aos urubus. É
O contato constante com palavras do ambiente on-line
preciso enquanto é tempo não morrer na via pública.
acaba rompendo a barreira entre o mundo virtual e o
TORQUATO NETO. In: MENDONÇA, J. (Org.) Poesia (im)popular mundo real. Quando menos se espera, começamos a
brasileira. São Bernardo do Campo: Lamparina Luminosa, 2012.
repetir, em conversas do dia a dia, o que aprendemos
O processo de construção do texto formata uma men- na internet. A partir daí, juntamos palavras já conheci-
sagem por ele dimensionada, uma vez que das do nosso idioma às novas expressões.
A. configura o estreitamento da linguagem poética.
Glossário de expressões
B. reflete as lacunas da lucidez diante da paz interior.
C. projeta a persistência das emoções reprimidas. Biscoiteiro: alguém que faz de tudo para ter atenção
D. repercute a consciência da agonia antecipada. o tempo inteiro, para ter curtidas.
E. usa da repetição para representar a fragmentação Chamar no probleminha: conversar no privado.
das relações humanas. Crush: alguém que desperta interesse.
Divou: estar muito produzida, sair bem em uma foto,
assim como uma diva.
Fazer a egípcia: ignorar algo.
Lacrou/sambou: ganhar uma discussão com bons
argumentos a ponto de não haver possibilidade de
resposta.
Stalkear: investigar sobre a vida de alguém nas redes
sociais.
Disponível em: https://odia.ig.com.br. Acesso em: 19 jun. 2019
(adaptado).

Embora migrando do ambiente on-line para o vocabu-


lário das pessoas fora da rede, essas expressões não
são consideradas como características do uso padrão
da língua porque
A. definem sentimentos e acontecimentos corriquei-
ros na web.
B. constituem marcas específicas de uma determina-
da variedade.
C. passam a integrar a fala das pessoas em conver-
sas cotidianas.
D. são empregadas por quem passa muito tempo
nas redes sociais.
E. complementam palavras e expressões já conheci-
das do português.

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Questão 12 Questão 14
Resumo
Gerou os filhos, os netos,
Deu à casa o ar de sua graça
e vai morrer de câncer.
O modo como pousa a cabeça para um retrato
é o da que, afinal, aceitou ser dispensável.
Espera, sem uivos, a campa, a tampa, a inscrição:
1906-1970.

Saudade dos seus, Leonora. Prado, A. Bagagem. Rio de Janeiro:


Record, 2007.

O poema de Adélia Prado apresenta uma mulher cuja


vida se “resume”. Sua expressão poética revela
A. contradições do universo feminino infeliz.
Andrea Mantegna. Lamentações sobre o Cristo morto, 1480.
B. frustração relativa às obrigações cotidianas. Pinacoteca de Brena, Milão.
C. busca de identidade no universo familiar. Disponível em: http://www.historiadasartes.com/nomundo/arte-
renascentista/renascimento/. Acesso em:16 abr.2023.
D. desculpas de uma existência complexa.
E. submissão diante da condição social imposta. A pintura representa, no martírio de Cristo, os seguintes
princípios culturais do Renascimento:
A. A imitação das formas artísticas medievais e a ên-
Questão 13 fase na natureza espiritual de Cristo.
Expressões Idiomáticas B. A preocupação intensa com a forma artística e a
ausência de significado religioso do quadro.
Expressões idiomáticas ou idiomatismo são ex-
C. A disposição da figura de Cristo em perspectiva
pressões que se caracterizam por não identificar seu
geométrica e o conteúdo realista da composição.
significado através de suas palavras individuais ou no
sentido literal. Não é possível traduzi-las em outra lín- D. A gama variada de cores luminosas e a concep-
gua e se originam de gírias e culturas de cada região. ção otimista de uma humanidade sem pecado.
Nas diversas regiões do país, há várias expressões E. A idealização do corpo do Salvador e a noção de
idiomáticas que integram os chamados dialetos. uma divindade desvinculada dos dramas huma-
Disponível em: www.brasilescola.com. Acesso em: 24 abr. 2010
nos.
(adaptado).

O texto esclarece o leitor sobre as expressões idiomá-


ticas, utilizando-se de um recurso metalinguístico que
se caracteriza por
A. influenciar o leitor sobre atitudes a serem tomadas
em relação ao preconceito contra os falantes que
utilizam expressões idiomáticas.
B. externar atitudes preconceituosas em relação às
classes menos favorecidas que utilizam expres-
sões idiomáticas.
C. divulgar as várias expressões idiomáticas existen-
tes e controlar a atenção do interlocutor, ativando
o canal de comunicação entre ambos.
D. definir o que são expressões idiomáticas e como
elas fazem parte do cotidiano do falante perten-
cente a grupos regionais diferentes.
E. preocupar-se em elaborar esteticamente os sen-
tidos das expressões idiomáticas existentes em
regiões distintas.

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Questão 15 Questão 16
TEXTO I A realidade do Renascimento é absolutamente
diferente daquela do Ocidente Medieval. O século
Barreira da língua XVI viu dissolverem-se, aos poucos, esses países
Cenário: um posto de saúde no interior do Mara- maravilhosos que, como miragens, tinham atraído os
nhão. europeus para fora da Europa. Era preciso reconhecer
a evidência: as regiões longínquas não eram como
— Buenos dias, señor, o que siente? – pergunta
antes se imaginava.
o médico.
DELUMEAU, J. A civilização do Renascimento. Lisboa: Editorial
— Tô com dor no bucho, comi uma tapioca reimo- Estampa, 1994. (adaptado).
sa, me deu um empachamento danado. Minha cabeça
ficou pinicando, deu até um farnizim no juízo. Entre os séculos XV e XVI, o progresso das técnicas,
que é uma das características do Renascimento,
— Butcho? Tapiôka? Empatchamiento? Pinicón?
provocou novas percepções de mundo, indicando um
Far new zeen???
profundo sintoma de mudança geral. Sobre a cultura
O trecho acima é de uma piada que circula no Hos- do Renascimento, pode-se afirmar que
pital das Clínicas de São Paulo sobre as dificuldades
A. o Homem encontrava-se balizado entre o Pecado
de comunicação que os médicos estrangeiros deverão
Original e o Juízo Final, ideias que atuavam como
enfrentar nos rincões do Brasil. (...)
as fronteiras inicial e derradeira das possibilidades
Claúdia Colucci, Folha de S. Paulo, 03/07/2013. humanas.
TEXTO II B. a concepção de Homem era estática, devido às
enormes limitações que as potencialidades so-
No texto "Barreira da língua", a jornalista Cláudia ciais e individuais sofriam.
Collucci reproduz uma piada ouvida no Hospital das
C. a arte era, acima de tudo, religiosa, com destaque
Clínicas, em São Paulo, para criticar a iniciativa do
para a vida dos santos e para a oposição clara
governo de abrir a possibilidade de que médicos es-
entre o sagrado e o profano.
trangeiros venham a trabalhar no Brasil. Faltou dizer
duas obviedades ululantes para qualquer brasileiro: D. houve o desenvolvimento da noção de indivíduo,
expresso na criação dos retratos e autorretratos,
1) A maioria dos ilustres médicos que trabalham no
o que indicava a presença de uma autoafirmação.
Hospital das Clínicas teria tantas dificuldades quanto
um estrangeiro para entender uma frase recheada E. houve o regresso à Antiguidade e à corrente de
de regionalismos completamente desconhecidos nas pensamento humanista, cuja visão teocêntrica
rodas das classes média e alta por onde circulam; colocava a autoridade da Igreja como centro do
universo.
2) A quase totalidade deles não tem o menor inte-
resse em mudar para uma comunidade carente, seja
no interior do Maranhão, seja num vilarejo amazônico,
e lá exercer sua profissão. (...)
José Cláuver de Aguiar Júnior, “Painel do leitor”, Folha de S. Paulo,
04/07/2013.

De acordo com o Texto II, os regionalismos usados na


piada transcrita no Texto I
A. seriam de difícil compreensão para qualquer bra-
sileiro.
B. demonstram variações geográficas e sociais do
idioma.
C. são imprecisos, pois são usados apenas em co-
munidades carentes.
D. dificultam a comunicação apenas entre brasileiros
e estrangeiros.
E. indicam que o português é falado do mesmo modo
em qualquer lugar.

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Questão 17 Nessa charge, o recurso morfossintático que colabora
para o efeito de humor está indicado pelo(a)
Alma minha gentil, que te partiste
A. emprego de uma oração adversativa, que orienta
Tão cedo desta vida descontente, a quebra da expectativa ao final.
Repousa lá no Céu eternamente, B. uso de conjunção conclusiva, que cria uma rela-
E viva eu cá na terra sempre triste. ção de causa e efeito entre as ações.
C. retomada do substantivo “mãe”, que desfaz a am-
Se lá no assento etéreo, onde subiste, biguidade dos sentidos a ele atribuídos.
Memória desta vida se consente, D. utilização da forma pronominal “la”, que reflete um
tratamento informal do filho em relação à “mãe”.
Não te esqueças daquele amor ardente
E. repetição da forma verbal “é”, que reforça a rela-
Que já nos olhos meus tão puro viste.
ção de adição existente entre as orações.

E se vires que pode merecer-te Questão 19


Alguma coisa a dor que me ficou Leia este trecho, em que se faz referência à construção
Da mágoa, sem remédio, de perder-te, do mundo moderno:
“... os modernos são os primeiros a demonstrar que o
conhecimento verdadeiro só pode nascer do trabalho
Roga a Deus, que teus anos encurtou,
interior realizado pela razão, graças a seu próprio
Que tão cedo de cá me leve a ver-te, esforço, sem aceitar dogmas religiosos, preconceitos
Quão cedo de meus olhos te levou. sociais, censuras políticas e os dados imediatos for-
Camões. Sonetos, 2001. necidos pelos sentidos”.
CHAUÍ, Marilena. "Primeira filosofia". 4. ed. São Paulo: Brasiliense,
No soneto, o eu lírico 1985. p. 80.

A. suplica a Deus que suas memórias afetivas lhe A leitura do trecho nos permite identificar caracterís-
sejam subtraídas. ticas do Renascimento e do Classicismo. Assinale a
B. expressa o desejo de que sua amada seja em bre- afirmativa que contém essas características.
ve restituída à vida. A. Nova postura com relação ao conhecimento, a
C. expressa o desejo de que sua própria vida tam- qual transforma o modo de entendimento do mun-
bém seja abreviada. do, do próprio homem e reforça novas formas de
produção artísticas e literárias.
D. suplica a Deus que sua amada também se liberte
dos sofrimentos terrenos. B. Ruptura com as concepções antropocêntricas, a
qual modifica as relações hierárquicas senhoriais.
E. lamenta que sua própria conduta tenha antecipa-
do a morte da amada. C. Ruptura com o mundo antigo, a qual caracteriza
um distanciamento do homem face aos diversos
Questão 18 movimentos religiosos.
D. Adaptações do pensamento contemplativo, as
quais reafirmam a primazia do conhecimento da
natureza em relação ao homem.
E. A utilização do senso crítico não esteve ligada ao
conhecimento do divino em nenhuma das falas
oferecidas pela coletânea.

Disponível em: http://clubedamafalda.blogpspot.com.br.


Acesso em: 21 set. 2011

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Questão 20 Questão 21
“Sob a forma de cartas, diários, tratados ou crô-
nicas esses textos informativos foram escritos prin-
cipalmente por portugueses e compõem o chamado
Período de Informação, Literatura de Informação,
ou Literatura Colonial, nas cronologias da literatura
brasileira.”
Antonio Carlos Olivieri, Página 3 Pedagogia & Comunicação.

A produção textual desenvolvida no Brasil colonial,


também conhecida por literatura de informação
A. insere-se num gênero literário específico, intro-
duzido nas terras americanas por padres jesuítas
com o objetivo de catequizar os indígenas brasi-
leiros.
B. já antecipa, pelo tom grandiloquente de sua lin-
guagem, a concepção idealizadora que os român-
ticos brasileiros tiveram do indígena.
C. é exemplo de produção tipicamente literária, em
que o imaginário renascentista transfigura os da-
dos de uma realidade objetiva.
D. pertence a um conjunto de documentos da tradi-
Adorei a pergunta, darling! Tem muita gente que ção histórico-literária brasileira, cujo objetivo prin-
não sabe se comportar no elevador do prédio onde cipal era apresentar à metrópole as característi-
mora nem no da empresa em que trabalha. Anote as cas da colônia recém-descoberta.
minhas dicas para o bom convívio de todos: entre e E. é exemplo característico do estilo árcade, na me-
saia rapidamente (nada de segurar a porta para ter- dida em que valoriza poeticamente o “bom selva-
minar o bate-papo com a sua amiga); ao embarcar, gem”, motivo recorrente na literatura brasileira do
cumprimente os que já estão presentes; encerre a século XVIII.
conversa com o seu colega ao lado ou no celular an-
tes de entrar; não entre se o elevador estiver cheio (o
ambiente fica insuportável para todos); espere para
embarcar, pois a preferência é sempre de quem está
desembarcando; se você sair com o seu pet ou car-
regando objetos grandes, espere até que ele esteja
vazio ou use as escadas.
Ana Maria, 20 jan. 2012.

Nas regras de etiqueta, a linguagem coloquial promove


maior proximidade do leitor com o texto. Um recurso
para a produção desse efeito, no texto lindo, constitui
um desvio à variedade padrão da língua portuguesa.
Trata-se do uso
A. de palavras estrangeiras, como “darling” e “pet”,
pois afrontam a identidade nacional.
B. do verbo “ter”, que foi utilizado em lugar de “haver”
com o sentido de “existir”.
C. da forma verbal “adorei”, uma expressão exagera-
da de emoção e sentimento.
D. do modo imperativo, típico das conversas infor-
mais.
E. do substantivo “bate-papo”, que é uma gíria inade-
quada para regras de etiqueta.

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Questão 22 Questão 23
Entrei numa lida muito dificultosa. Martírio sem fim Seu nome define seu destino. Será?
o de não entender nadinha do que vinha nos livros e
“O nome próprio da pessoa marca a sua identidade
do que o mestre Frederico falava. Estranheza colos-
e a sua experiência social e, por isso, é um dado es-
so me cegava e me punha tonto. Acho bem que foi
sencial na sua vida”, diz Francisco Martins, professor
desse tempo o mal que me acompanha até hoje de
do Instituto de Psicologia da Universidade de Brasília
ser recanteado e meio mocorongo. Com os meus, em
e autor do livro Nome próprio (Editora UnB). “Mas não
casa, conversava por trinta, tinha ladineza e entendi- dá para dizer que ele conduz a um destino específico.
mento. Na rua e na escola – nada; era completamente É você quem constrói a sua identidade. Existe um
afrásico. As pessoas eram bichos do outro mundo que processo de elaboração, em que você toma posse do
temperavam um palavreado grego de tudo. Já sabia nome que lhe foi dado. Então, ele pesa, mas não é
juntar as sílabas e ler por cima toda coisa, mas des- decisivo”. De acordo com Martins, essa apropriação
crencei e perdi a influência de ir à escola, porque diante do nome se dá em várias fases: na infância, quando
dos escritos que o mestre me passava e das lições se desenvolve a identidade sexual; na adolescência,
marcadas nos livros, fiquei sendo um quarta-feira de quando a pessoa começa a assinar o nome; no casa-
marca maior. Alívio bom era quando chegava em casa. mento, quando ela adiciona (ou não) o sobrenome do
BERNARDES, C. Rememórias dois. Goiânia: Leal, 1969.
marido ao seu. “O importante é a pessoa tomar posse
do nome, e não ficar brigando com ele”.
O narrador relata suas experiências na primeira escola CHAMARY, J. V.; GIL, M. A. Knowledge, jul. 2010.
que frequentou e utiliza construções linguísticas pró-
prias de determinada região, constatadas pelo Pronomes funcionam nos textos como elementos de
coesão referencial, auxiliando a manutenção do tema
A. registro de palavras como “estranheza” e “cega- abordado. No trecho da reportagem, o vocábulo “nome”
va”. é retomado pelo pronome destacado em
B. emprego de regência não padrão em “chegar em A. “Seu nome define seu destino”.
casa”.
B. “É você quem constrói a sua identidade”.
C. uso de dupla negação em “não entender nadinha”.
C. “Existe um processo de elaboração, em que você
D. emprego de palavras como “descrencei” e “ladi- toma posse do nome [...]”.
neza”. D. “[...] você toma posse do nome que lhe foi dado”.
E. uso de substantivo “bichos” para retomar “pessoas”. E. “[...] não ficar brigando com ele”.

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Observe a pintura mural A Última Ceia, de Leonardo Da Vinci, para responder às questões 24 e 25.

Disponível em: https://www.culturagenial.com/a-ultima-ceia/. Acesso em: 16 abr. 2023.

Questão 24
A Última Ceia ficou famosa como primeira afirmação clássica dos ideais do Alto Renascimento. Vendo a compo-
sição como um todo, percebe-se de imediato
A. sua imperfeição e seu desequilíbrio.
B. sua harmonia e seu equilíbrio.
C. falta de brilho e ausência de claro-escuro.
D. fragmentação geométrica e falta de perspectiva.
E. ausência de claro-escuro e composição em diagonal.

Questão 25
A pintura mural de Leonardo da Vinci manifesta concepções filosóficas da sociedade do período e traços artísticos
da Renascença, como
A. organização matemática da composição em que se distinguem a visão em profundidade e a simetria.
B. a composição dramática e exaltada do sofrimento de Cristo por meio de sua gesticulação grandiloquente e
teatral.
C. a contraposição dos desenhos do salão e da mesa em grandes dimensões com os tamanhos reduzidos das
personagens.
D. representação do incorpóreo e do abstrato no uso das linhas verticais no desenho dos corpos e da arquite-
tura.
E. impressão de afastamento ou de distanciamento das reações dos apóstolos em relação às atitudes humanas.

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Questão 26 Questão 27
As alegres meninas que passam na rua, com suas
pastas escolares, às vezes com seus namorados.
As alegres meninas que estão sempre rindo, comen-
tando o besouro que entrou na classe e pousou no
vestido da professora; essas meninas; essas coisas
sem importância.
O uniforme as despersonaliza, mas o riso de cada
uma as diferencia. Riem alto, riem musical, riem desa-
finado, riem sem motivo; riem.
Hoje de manhã estavam sérias, era como se nunca
mais voltassem a rir e falar coisas sem importância.
Faltava uma delas. O jornal dera notícia do crime.
O corpo da menina encontrado naquelas condições,
em lugar ermo. A selvageria de um tempo que não
MEIRELLES, Victor. A primeira Missa no Brasil, (1860). deixa mais rir.
As alegres meninas, agora sérias, tornaram-se
A imagem retratada recupera o acontecimento católico adultas de uma hora para outra; essas mulheres.
que inaugura o período quinhentista no Brasil com
ANDRADE, C. D. Essas meninas. Contos plausíveis.
uma primeira missa. Em relação a esse movimento, Rio de Janeiro: José Olympio, 1985.
pode-se inferir que
No texto, há recorrência do emprego do artigo “as” e
A. é um período bastante produtivo da literatura bra-
do pronome “essas”. No último parágrafo, esse recurso
sileira, com importantes poetas nacionais exaltan-
linguístico contribui para
do as qualidades da nova terra.
A. intensificar a ideia do súbito amadurecimento.
B. é o primeiro movimento literário ocorrido no Brasil,
tendo como destaque o poeta Basílio da Gama. B. indicar a falta de identidade típica da adolescên-
É uma escola de exaltação do sentimento de me- cia.
lancolia a partir das discussões sobre identidade. C. organizar a sequência temporal dos fatos narra-
C. é um período em que não se pode falar numa lite- dos.
ratura brasileira, e sim em literatura ligada ao Bra- D. complementar a descrição do acontecimento trá-
sil, que reflete as ambições e intenções do homem gico.
europeu. E. expressar a banalidade dos assuntos tratados na
D. é composta de crônicas de viagem e de uma vasta escola.
e exclusiva produção jesuítica, com objetivos de
descrever o interior do Brasil e converter índios e
negros à fé católica.
E. é uma fase inicial da nossa literatura, mas essen-
cial para a formação cultural brasileira pela qua-
lidade dos poemas e romances nela produzidos.

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Questão 28 Questão 29
Quando Rubem Braga não tinha assunto, ele abria O Sermão do Bom Ladrão
a janela e encontrava um. Quando não encontrava,
dava no mesmo, ele abria a janela, olhava o mundo [...] Suponho finalmente que os ladrões de que
e comunicava que não havia assunto. Fazia isso com falo não são aqueles miseráveis, a quem a pobreza e
tanto engenho e arte que também dava no mesmo: a vileza de sua fortuna condenou a este gênero de vida,
crônica estava feita. Não tenho nem o engenho nem porque a mesma sua miséria, ou escusa, ou alivia o
a arte de Rubem, mas tenho a varanda aberta sobre seu pecado, como diz Salomão.
a Lagoa ― posso não ver melhor, mas vejo mais. [...] O ladrão que furta para comer, não vai, nem leva
Nelson Rodrigues não tinha problemas. Quando não ao inferno; os que não só vão, mas levam, de que
havia assunto, ele inventava. Uma tarde, estacionei eu trato, são outros ladrões, de maior calibre e de
ilegalmente o Sinca-Chambord na calçada do jornal. mais alta esfera, os quais debaixo do mesmo nome
Ele estava com o papel na máquina e provisoriamente e do mesmo predicamento, distingue muito bem São
sem assunto. Inventou que eu descia de um reluzente Basílio Magno.
Rolls Royce com uma loura suspeita, mas equivalente Não são só ladrões, diz o santo, os que cortam
à suntuosidade do carro. Um guarda nos deteve, eu bolsas ou espreitam os que se vão banhar, para lhes
tentei subornar a autoridade com dinheiro, o guarda colher a roupa: os ladrões que mais própria e digna-
não aceitou o dinheiro, preferiu a loura. Eu fiquei sem mente merecem este título são aqueles a quem os reis
a multa e sem a mulher. Nelson não ficou sem assunto. encomendam os exércitos e legiões, ou o governo das
CONY, C. H. Folha de S. Paulo. 2 jan. 1998 (adaptado). províncias, ou a administração das cidades, os quais
já com manha, já com força, roubam e despojam os
O autor lançou mão de recursos linguísticos que o povos.
auxiliaram na retomada de informações dadas sem
Os outros ladrões roubam um homem: estes rou-
repetir textualmente uma referência. Esses recursos
bam cidades e reinos; os outros furtam debaixo do seu
pertencem ao uso da língua e ganham sentido nas
risco: estes sem temor, nem perigo;
práticas de linguagem. É o que acontece com os usos
do pronome “ele” destacados no texto. Com essa es- Os outros, se furtam, são enforcados: estes furtam
tratégia, o autor conseguiu e enforcam.
A. confundir o leitor, que fica sem saber quando o Diógenes, que tudo via com mais aguda vista que
texto se refere a um ou a outro cronista. os outros homens, viu que uma grande tropa de varas
e ministros de justiça levavam a enforcar uns ladrões,
B. comparar Rubem Braga com Nelson Rodrigues,
e começou a bradar: — Lá vão os ladrões grandes a
dando preferência ao primeiro.
enforcar os pequenos.
C. referir-se a Rubem Braga e a Nelson Rodrigues
usando igual recurso de articulação textual. [...]
Pe Antonio Vieira. Sermões escolhidos.
D. sugerir que os dois autores escrevem crônicas so- São Paulo: Martin Claret, 2003.
bre assuntos semelhantes.
Glossário:
E. produzir um texto obscuro, cujas ambiguidades
impedem a compreensão do leitor. Vileza: vilão.
Escusa: desculpa.
O trecho acima revela
A. críticas contra o sistema de governo que na época
não tinha leis para punir aqueles que fossem jul-
gados e condenados por roubo ao espólio.
B. duras críticas contra a corrupção dos membros da
elite, da Aristocracia da época e dos administrado-
res por delegação dos reis.
C. haver ladrões em todas as camadas da sociedade
da época.
D. a existência de ladrões de “colarinho branco” nas
esferas do governo.
E. a submissão da própria igreja a figuras importan-
tes e de renome, pois eram também aliados às
corrupções da época.

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Questão 30 Questão 31
Há o hipotrélico. O termo é novo, de impensada Entre os artistas do Barroco italiano, Bernini (1598-
origem e ainda sem definição que lhe apanhe em todas 1680), sem dúvida, é o mais importante e completo,
as pétalas o significado. Sabe-se, só, que vem do bom pois foi arquiteto, urbanista, escultor, decorador e
português. Para a prática, tome-se hipotrélico que- pintor.
rendo dizer: antipodático, sengraçante imprizido; ou
talvez, vicedito: indivíduo pedante, importuno agudo,
falta de respeito para com a opinião alheia. Sob mais
que, tratando-se de palavra inventada, e, como adiante
se verá, embirrando o hipotrélico em não tolerar ne-
ologismos, começa ele por se negar nominalmente a
própria existência.
ROSA, G. Tutameia: terceiras estórias.
Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001 (fragmento).

Nesse trecho de uma obra de Guimarães Rosa,


depreende-se a predominância de uma das funções
da linguagem, identificada como
A. metalinguística, pois o trecho tem como propósito
essencial usar a língua portuguesa para explicar a
própria língua, por isso a utilização de vários sinô-
nimos e definições. Disponível em: https://www.romapravoce.com/extase-santa-teresa-
bernini/. Acesso em: 27 abr. 2023.
B. referencial, pois o trecho tem como principal obje-
tivo discorrer sobre um fato que não diz respeito A obra acima, de Bernini, revela características da
ao escritor ou ao leitor, por isso o predomínio da escultura barroca, como
terceira pessoa. A. o rosto e os gestos das personagens, que eviden-
C. fática, pois o trecho apresenta clara tentativa de ciam fortes emoções revelando dramaticidade,
estabelecimento de conexão com o leitor, por isso sugestão e ambiguidade.
o emprego dos termos “sabe-se lá” e “tome-se hi- B. a ausência de movimento e um equilíbrio entre os
potrélico”. aspectos intelectuais e emocionais.
D. poética, pois o trecho trata da criação de palavras C. uma forte dramaticidade herdada do Renascimen-
novas, necessária para textos em prosa, por isso to e o equilíbrio entre os aspectos intelectuais e
o emprego de “hipotrélico”. emocionais.
E. expressiva, pois o trecho tem como meta mostrar D. um forte equilíbrio entre a razão e a fé e uma total
a subjetividade do autor, por isso o uso do advér- ausência de sentimento e dramaticidade.
bio de dúvida “talvez”.
E. a ausência de movimento e de efeitos decorativos
revelando todo racionalismo do artista.

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Questão 32 Questão 33
O sedutor médio
Vamos juntar
Nossas rendas e
expectativas de vida
querida,
o que me dizes?
Ter 2, 3 filhos
e ser meio felizes?
VERISSIMO, L. F. Poesia numa hora dessas?!
Rio de Janeiro: Objetiva, 2002.

No poema "O sedutor médio", é possível reconhecer


a presença de posições críticas
A. nos três primeiros versos, em que “juntar expec-
tativas de vida” significa que, juntos, os cônjuges
poderiam viver mais, o que faz do casamento uma
convenção benéfica.
B. na mensagem veiculada pelo poema, em que
os valores da sociedade são ironizados, o que é
acentuado pelo uso do adjetivo “médio” no título e
A frase, título do filme, reproduz uma variedade lin-
do advérbio “meio” no verso final.
guística recorrente na fala de muitos brasileiros. Essa
C. no verso “e ser meio felizes?”, em que “meio” é estrutura caracteriza-se pelo(a)
sinônimo de metade, ou seja, no casamento, ape-
A. uso de uma marcação temporal.
nas um dos cônjuges se sentiria realizado.
B. imprecisão do referente de pessoa.
D. nos dois primeiros versos, em que “juntar rendas”
indica que o sujeito poético passa por dificuldades C. organização interrogativa da frase.
financeiras e almeja os rendimentos da mulher. D. utilização de um verbo de ação.
E. no título, em que o adjetivo “médio” qualifica o su- E. apagamento de uma preposição.
jeito poético como desinteressante ao sexo opos-
to e inábil em termos de conquistas amorosas. Questão 34
Leia a estrofe XXVI (Canto X) de Caramuru, obra
arcadista do poeta Frei de Santa Rita Durão.
Em cuidadosa escola o temor santo,
Antes das Artes a qualquer se ensina;
Dão-lhe lições de ler, contar, de canto,
E o Catecismo da Cristã Doutrina:
Vendo-os o rude Pai, concebe espanto,
E pelo filho a Mãe à Fé se inclina,
Nem de meio entre nós mais apto se usa,
Que aquela Gente bárbara reduza.
Caramuru, 2001.

Nessa estrofe, evidencia-se


A. o respeito ao ensinamento dos índios mais velhos.
B. a defesa da preservação da cultura indígena.
C. o elogio do comportamento obediente dos nativos.
D. a descrição da amizade entre portugueses e indí-
genas.
E. a exaltação do trabalho evangelizador dos portu-
gueses.
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Questão 35 Questão 37
O mundo é grande Acaso são estes
O mundo é grande e cabe os sítios formosos,
Nesta janela sobre o mar. aonde passava
O mar é grande e cabe os anos gostosos?
Na cama e no colchão de amar. São estes os prados,
O amor é grande e cabe aonde brincava,
No breve espaço de beijar enquanto pastava,
ANDRADE, Carlos Drummond de. Poesia e prosa.
o manso rebanho
Rio de Janeiro. Nova Aguilar, 1983. que Alceu me deixou?
Nesse poema, o poeta realizou uma opção estilística: a Disponível em: https://www.triplov.com/poesia/Tomas_Antonio_
Gonzaga/Marilia_de_Dirceu/Marilia1/Lira_05.htm.
reiteração de determinadas construções e expressões Acesso em: 16 abr. 2023.
linguísticas, como o uso da mesma conjunção para
estabelecer a relação entre as frases. Essa conjunção Os versos acima, de Tomás Antônio Gonzaga, são
estabelece, entre as ideias relacionadas, um sentido de expressão de um momento estético em que o poeta
A. oposição. A. buscava expressão para o sentimento religioso
associado à natureza, revestindo frequentemente
B. comparação.
o poema do tom solene da meditação.
C. conclusão.
B. tentava exprimir a insatisfação do mundo contem-
D. explicação. porâneo, dava grande ênfase à vida sentimental,
E. adição. tornando o coração a medida mais exata de sua
existência.
Questão 36
C. buscava a "naturalidade". O que havia de mais
O projeto DataViva consiste na oferta de dados simples, mais "natural", tal como a vida dos pasto-
oficiais sobre exportações, atividades econômicas, res e a contemplação direta da natureza.
localidades e ocupações profissionais de todo o D. tinha predileção pelo soneto, exercitando a preci-
Brasil. Num primeiro momento, o DataViva construiu são descritiva e dissertativa, o jogo intelectual, a
uma ferramenta que permitia a análise da economia famosa "chave de ouro".
mineira embasada por essa perspectiva metodológica
E. acentuava a busca da elegância e do requinte for-
complexa e diversa. No entanto, diante das possibili-
mal, perdendo-se na minúcia descritiva dos obje-
dades oferecidas pelas bases de dados trabalhadas,
tos raros: vasos, taças, leques.
a plataforma evoluiu para um sistema mais completo.
De maneira interativa e didática, o usuário é guiado
por meio das diversas formas de navegação dos apli-
cativos. Além de informações sobre os produtos expor-
tados, bem como acerca do volume das exportações
em cada um dos estados e municípios do País, em
poucos cliques, o interessado pode conhecer melhor
o perfil da população, o tipo de atividade desenvolvida,
as ocupações formais e a média salarial por categoria.
MANTOVANI. C. A. Guardião de informações. Minas faz Ciência.
n. 58. jun.-jul.-ago. 2014 (adaptado).

Entre as novas possibilidades promovidas pelo desen-


volvimento de novas tecnologias, o texto destaca a
A. auditoria das ações de governo.
B. publicidade das entidades públicas.
C. obtenção de informações estratégicas.
D. disponibilidade de ambientes coletivos.
E. comunicação entre órgãos administrativos.

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Questão 38 Questão 39
A Lira XIV, reproduzida a seguir, foi extraída da
obra Marília de Dirceu, publicada em 1792; já a canção
"Tempos Modernos" pertence ao álbum homônimo,
lançado em 1982.
Lira XIV – parte I
(...) Ornemos nossas testas com as flores.
E façamos de feno um brando leito,
Prendamo-nos, Marília, em laço estreito,
Gozemos do prazer de sãos Amores.
O anúncio publicitário está intimamente ligado ao Sobre as nossas cabeças,
ideário de consumo quando sua função é vender um Sem que o possam deter, o tempo corre;
produto. No texto apresentado, utilizam-se elementos E para nós o tempo, que se passa,
linguísticos e extralinguísticos para divulgar a atração Também, Marília, morre.
“Noites do Terror”, de um parque de diversões. O en-
Tempos Modernos
tendimento da propaganda requer do leitor
(...) Hoje o tempo voa amor
A. a identificação com o público-alvo a que se desti-
Escorre pelas mãos
na o anúncio.
Mesmo sem se sentir
B. a avaliação da imagem como uma sátira às atra-
Não há tempo
ções de terror.
Que volte amor
C. a atenção para a imagem da parte do corpo huma- Vamos viver tudo
no selecionada aleatoriamente.
Que há pra viver
D. o reconhecimento do intertexto entre a publicida- Vamos nos permitir...
de e um dito popular.
Lulu Santos
E. a percepção do sentido literal da expressão “noi-
tes do terror”, equivalente à expressão “noites de Disponível em: https://www.letras.mus.br/lulu-santos/47144/.
Acesso em: 16 abr. 2023.
terror”.
Por meio de uma leitura comparativa entre os dois
textos, pode-se inferir que
A. apesar de o tempo ser sempre o mesmo em to-
das as épocas, na modernidade ele parece passar
mais rápido; daí a urgência do amor, presente na
canção contemporânea de Lulu Santos, mas au-
sente na lira de Gonzaga, do século XVIII.
B. embora os textos tratem do mesmo tema, eles se di-
ferem quanto à abordagem adotada. Na lira de Gon-
zaga, prevalece a idealização amorosa e a relação
com a natureza; na canção de Lulu Santos, por sua
vez, prevalece a relação entre amor e tempo.
C. ambos os textos apontam para a necessidade de
se viver o tempo presente, decorrente da brevida-
de da existência; na lira de Gonzaga, o amor é tra-
tado de forma idealizada, ao passo que, na can-
ção de Lulu Santos, ele é essencialmente carnal.
D. embora escritos em épocas distintas, os textos
tratam do mesmo tema e utilizam a mesma es-
tratégia: o eu poético tenta persuadir a amada a
gozar os amores no momento presente, com base
no argumento da fugacidade do tempo e da im-
possibilidade de se recuperá-lo.
E. ambos os textos tratam do amor como intenção,
poder e vidência do artista, que valoriza a vida
simples, mas sempre relembrando a importância
da ostentação.

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Questão 40 Questão 41

TEXTO I Já da morte o palor me cobre o rosto,


O canto do guerreiro Nos lábios meus o alento desfalece,
Aqui na floresta Surda agonia o coração fenece,
Dos ventos batida, E devora meu ser mortal desgosto!
Façanhas de bravos
Não geram escravos,
Que estimem a vida Do leito embalde no macio encosto
Sem guerra e lidar. Tento o sono reter!… já esmorece
— Ouvi-me, Guerreiros, O corpo exausto que o repouso esquece…
— Ouvi meu cantar.
Eis o estado em que a mágoa me tem posto!
Valente na guerra,
Quem há, como eu sou?
Quem vibra o tacape O adeus, o teu adeus, minha saudade,
Com mais valentia? Fazem que insano do viver me prive
Quem golpes daria
Fatais, como eu dou? E tenha os olhos meus na escuridade.
— Guerreiros, ouvi-me;
— Quem há, como eu sou? Dá-me a esperança com que o ser mantive!
Gonçalves Dias Volve ao amante os olhos por piedade,
TEXTO II
Olhos por quem viveu quem já não vive!
Macunaíma
(Epílogo) AZEVEDO, A. Obra completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2000.

Acabou-se a história e morreu a vitória. O núcleo temático do soneto citado é típico da segunda
Não havia mais ninguém lá. Dera tangolomângolo geração romântica, porém configura um lirismo que
na tribo Tapanhumas e os filhos dela se acabaram de o projeta para além desse momento específico. O
um em um. Não havia mais ninguém lá. Aqueles luga- fundamento desse lirismo é a(o)
res, aqueles campos, furos puxadouros arrastadouros A. angústia alimentada pela presença angelical.
meios-barrancos, aqueles matos misteriosos, tudo era B. melancolia que frustra a possibilidade de reação
solidão do deserto... diante da perda.
Um silêncio imenso dormia à beira do rio Urari- C. descontrole das emoções provocado pela auto-
coera. piedade.
Nenhum conhecido sobre a terra não sabia nem D. desejo de morrer como alívio para a desilusão
falar da tribo nem contar aqueles casos tão pançudos. amorosa.
Quem podia saber do Herói?
E. gosto pela escuridão como solução para as ques-
Mário de Andrade
tões espirituais.
A leitura comparativa dos dois textos acima indica que
A. ambos têm como tema a figura do indígena brasi-
leiro apresentada de forma realista e heróica, como
símbolo máximo do nacionalismo romântico.
B. a abordagem da temática adotada no texto escrito
em versos é discriminatória em relação aos povos
indígenas do Brasil.
C. as perguntas “— Quem há, como eu sou?” (Texto I) e
“Quem podia saber do Herói?” (Texto II) expressam
diferentes visões da realidade indígena brasileira.
D. o texto romântico, assim como o modernista,
aborda o extermínio dos povos indígenas como
resultado do processo de colonização no Brasil.
E. os versos em primeira pessoa revelam que os indí-
genas podiam expressar-se poeticamente, mas fo-
ram silenciados pela colonização, como demonstra
a presença do narrador, no segundo texto.

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Questão 42 Questão 43
Reaprender a ler notícias Ela nasceu lesma, vivia no meio das lesmas, mas
não estava satisfeita com sua condição. Não passamos
Não dá mais para ler um jornal, revista ou assistir de criaturas desprezadas, queixava-se. Só somos co-
a um telejornal da mesma forma que fazíamos até o nhecidas por nossa lentidão. O rastro que deixaremos
surgimento da rede mundial de computadores. O Ob- na História será tão desprezível quanto a gosma que
servatório da Imprensa antecipou isso lá nos idos de marca nossa passagem pelos pavimentos.
1996 quando cunhou o slogan “Você nunca mais vai ler
jornal do mesmo jeito”. De fato, hoje já não basta mais A esta frustração correspondia um sonho: a lesma
ler o que está escrito ou falado para estar bem infor- queria ser como aquele parente distante, o escargot. O
mado. É preciso conhecer as entrelinhas e saber que simples nome já a deixava fascinada: um termo fran-
não há objetividade e nem isenção absolutas, porque cês, elegante, sofisticado, um termo que as pessoas
cada ser humano vê o mundo de uma forma diferente. pronunciavam com respeito e até com admiração.
Ter um pé atrás passou a ser a regra básica número Mas, lembravam as outras lesmas, os escargots são
um de quem passa os olhos por uma primeira página, comidos, enquanto nós pelo menos temos chance de
capa de revista ou chamadas de um noticiário na TV. sobreviver. Este argumento não convencia a insatisfei-
ta lesma, ao contrário: preferiria exatamente terminar
Há uma diferença importante entre desconfiar de sua vida desta maneira, numa mesa de toalha adamas-
tudo e procurar ver o maior número possível de lados cada, entre talheres de prata e cálices de cristal. Assim
de um mesmo fato, dado ou evento. Apenas desconfiar como o mar é o único túmulo digno de um almirante
não resolve porque se trata de uma atitude passiva. É batavo, respondia, a travessa de porcelana é a única
claro, tudo começa com a dúvida, mas a partir dela é lápide digna dos meus sonhos.
necessário ser proativo, ou seja, investigar, estudar,
SCLIAR, M. Sonho de lesma. In: ABREU, C. F. et al.
procurar os elementos ocultos que sempre existem A prosa do mundo. São Paulo: Global, 2009.
numa notícia. No começo é um esforço solitário que
pode se tornar coletivo à medida que mais pessoas Incorporando o devaneio da personagem, o narrador
descobrem sua vulnerabilidade informativa. compõe uma alegoria que representa o anseio de
Disponível em: www.observatoriodaimprensa.com.br. A. rejeitar metas de superação de desafios.
Acesso em: 30 set. 2015 (adaptado).
B. restaurar o estado de felicidade de desafios.
No texto, os argumentos apresentados permitem inferir C. materializar expectativas de natureza utópica.
que o objetivo do autor é convencer os leitores a D. rivalizar com indivíduos de condição privilegiada.
A. buscar fontes de informação comprometidas com E. valorizar as experiências hedonistas do presente.
a verdade.
B. privilegiar notícias veiculadas em jornais de gran-
de circulação.
C. adotar uma postura crítica em relação às informa-
ções recebidas.
D. questionar a prática jornalística anterior ao surgi-
mento da internet.
E. valorizar reportagens redigidas com imparcialida-
de diante dos fatos.

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Questão 44 Questão 45
O sertão e o sertanejo Em nenhum outro tipo de literatura a fantasia
desempenha papel tão importante. Sapos se transfor-
Ali começa o sertão chamado bruto. Nesses mam em príncipes, animais conversam com humanos,
campos, tão diversos pelo matiz das cores, o capim mesas se põem sozinhas e contratempos insolúveis
crescido e ressecado pelo ardor do sol transforma-se se resolvem de um parágrafo para outro. Essa falta de
em vicejante tapete de relva, quando lavra o incêndio verossimilhança não afasta o leitor. Pelo contrário, jun-
que algum tropeiro, por acaso ou mero desenfado, tamente com o anonimato dos príncipes e princesas,
ateia com uma faúlha do seu isqueiro. Minando à que não têm personalidade definida e vivem em terras
surda na touceira, queda a vívida centelha. Corra daí distantes sem localização exata, ela facilita a identi-
a instantes qualquer aragem, por débil que seja, e ficação com os personagens. O mundo da fantasia
levanta-se a língua de fogo esguia e trêmula, como abre espaço para que coisas desagradáveis, que não
que a contemplar medrosa e vacilante os espaços seriam toleradas em outros tipos de história, passem
imensos que se alongam diante dela. O fogo, detido em incólumes, como bruxas comedoras de criancinha e
pontos, aqui, ali, a consumir com mais lentidão algum anões cruéis que roubam bebês. Boa parte do fascínio
estorvo, vai aos poucos morrendo até se extinguir de dos contos tem origem justamente nesse mundo som-
todo, deixando como sinal da avassaladora passagem brio. Contos de fadas não constituem sempre histórias
o alvacento lençol, que lhe foi seguindo os velozes agradáveis polvilhadas com açúcar, como a casa de
passos. Por toda a parte melancolia; de todos os lados pão de ló de João e Maria. Pelo contrário, as tramas
tétricas perspectivas. É cair, porém, daí a dias copiosa são recheadas de malvadezas que sobrevivem às de-
chuva, e parece que uma varinha de fada andou por zenas de adaptações. Podem passar despercebidas,
aqueles sombrios recantos a traçar às pressas jardins mas estão lá. Ou é inofensiva a história de uma meni-
encantados e nunca vistos. Entra tudo num trabalho na e sua avó que são devoradas vivas por um lobo?
íntimo de espantosa atividade.” Ou é inocente o conto da menina que é sequestrada
TAUNAY, Visconde de. Inocência. e obrigada a passar a juventude trancada no alto de
O romance romântico teve fundamental importância na uma torre? E o que dizer do bebê condenado à morte
formação da ideia de nação. Considerando o trecho no dia do seu batizado?
acima, é possível reconhecer que uma das principais Disponível em: https://super.abril.com.br. Acesso em: 20 jun. 2019
(adaptado).
e permanentes contribuições do Romantismo para
construção da identidade da nação é a As perguntas ao final do texto estão relacionadas ao
A. possibilidade de apresentar uma dimensão desco- argumento segundo o qual contos de fadas
nhecida da natureza nacional. A. manifestam aspectos obscuros da condição hu-
B. consciência da exploração da terra pelos coloni- mana.
zadores e pela classe dominante local. B. estimulam a fantasia e a imaginação dos leitores.
C. construção, em linguagem simples, realista e do- C. favorecem a identificação com os personagens.
cumental de uma imagem da terra. D. são inadequados para a maioria das crianças.
D. expansão dos limites geográficos da terra, que E. são adaptados aos valores de cada época.
promoveu o sentimento de unidade do território
nacional.
E. valorização da vida urbana e do progresso, em
detrimento do interior do Brasil.

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INSTRUÇÕES PARA A REDAÇÃO

1. O rascunho da redação deve ser feito no espaço apropriado.


2. O texto definitivo deve ser escrito à tinta preta, na folha própria, em até 30 linhas.
3. A redação que apresentar cópia dos textos da Proposta de Redação ou do Caderno de Questões terá o número de linhas
copiadas desconsiderado para efeito de correção.
4. Receberá nota zero, em qualquer das situações expressas a seguir, a redação que:
4.1. tiver até 7 (sete) linhas escritas, sendo considerada “texto insuficiente”;
4.2. fugir ao tema ou que não atender ao tipo dissertativo-argumentativo;
4.3. apresentar parte do texto deliberadamente desconectada do tema proposto;
4.4. apresentar nome, assinatura, rubrica ou outras formas de identificação no espaço destinado ao texto.

TEXTOS MOTIVADORES
TEXTO I [...] Para entender por que o problema acentuou-se ain-
da mais com a chegada do coronavírus, basta saber que a
A fome é a privação de uma alimentação de qualidade, renda – ou antes a falta dela – é a principal engrenagem por
nutritiva e suficiente durante todo o ano, geradora de malnu- trás da fome. “Os principais motivos para a fome no Brasil
trição e/ou desnutrição. Provoca mal-estar físico e psicológico são de natureza econômica: o aumento do desemprego e da
e tem impacto no desenvolvimento, na mortalidade infantil e pobreza, somada à inflação que corrói o poder de compras
na esperança média de vida das populações. dos salários, torna cada vez mais difícil o acesso regular a
Disponível em: https://ddesenvolvimento.com/ alimentos por grande parte da população brasileira”, afirma
portfoliofome/#:~:text=A%20fome%20%C3%A9%20 Faber Paganoto, autor do material de Geografia do Sistema
a%2priva%C3%A7%C3%A3o,m%C3%A9dia%20de%20vida%20 de Ensino pH. [...]
das%20popula%C3%A7%C3%B5es.
Disponível: https://guiadoestudante.abril.com.br/atualidades/as-
TEXTO II origens-da-fome-no-brasil-e-por-que-ela-voltou-a-crescer/.

15.5%
33,1 TEXTO IV

milhões
As células do organismo precisam da energia que vem
dos alimentos para cumprir suas funções. Quando essa
41.3% De brasileiros(as) estão energia não está disponível, elas retiram dos depósitos
15.2% 2021 passando fome de gordura e, posteriormente, dos músculos. Os prejuízos
2022 Mais da metade da causados pela fome não são apenas físicos, mas também
população do país – 125,2 emocionais e, muitas vezes, cognitivos – especialmente entre
milhões de pessoas – vive as crianças, que ainda estão em processo de formação.
com algum grau de
28.0% insegurança alimentar Disponível: https://drauziovarella.uol.com.br/alimentacao/fome-no-
brasil-quais-os-efeitos-da-desnutricao-no-corpo/.

Segurança Insegurança TEXTO V


alimentar alimentar moderada
Insegurança Insegurança A FAO é uma agência especializada das Nações Unidas
alimentar leve alimentar grave que lidera os esforços internacionais para derrotar a fome.
Disponível em:https://olheparaafome.com.br/.
O objetivo é alcançar a segurança alimentar para todos e
garantir que as pessoas tenham acesso regular a alimentos
TEXTO III
de qualidade suficientes para levar uma vida ativa e saudá-
As origens da fome no Brasil e vel. Com 195 membros – 194 países e a União Europeia, a
por que ela voltou a crescer FAO trabalha em mais de 130 países em todo o mundo. [...]
Disponível: https://www.gov.br/cidadania/pt-br/noticias-e-conteudos/
O país encara um quadro pior do que há 30 anos e desenvolvimento-social/noticias-desenvolvimento-social/brasil-
125,2 milhões de brasileiros não têm acesso pleno a alimen- apresenta-acoes-de-combate-a-fome-e-a-pobreza-durante-50a-
tos de qualidade e na quantidade adequada. sessao-do-comite-de-seguranca-alimentar-mundial.

PROPOSTA DE REDAÇÃO

A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto
dissertativo-argumentativo na modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “O cenário da fome no Brasil
contemporâneo”, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione,
de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.

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CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS Questão 48
Questões de 46 a 90 As estruturas geológicas da crosta terrestre re-
fletem os processos que as originaram e ajudam a
Questão 46 reconstituir a história do planeta.
Atente para a seguinte máxima de Epicuro: "A Em relação a esse assunto é correto afirmar que:
carne considera ilimitados os limites do prazer e seria A. Os escudos cristalinos constituem o embasamen-
necessário um tempo também infinito para satisfazê-la. to fundamental das terras emersas, pois origina-
Mas a inteligência que se tornou capaz de compreen- ram-se de dobramentos modernos.
der qual é o fim e o limite da carne e nos liberou do
temor em relação à eternidade proporciona-nos uma B. As bacias sedimentares resultam da ação combi-
vida perfeita e não sentimos mais necessidade de uma nada dos processos destrutivos de erosão e dos
duração infinita. Ela não foge do prazer, todavia, nem processos de acumulação ou sedimentação.
considera, diante das circunstâncias anunciadoras de C. O núcleo da Terra encontra-se em estado pastoso.
que deixaremos de viver, ter sido privada daquilo que D. O manto é o envoltório rochoso da Terra.
oferece a melhor vida". E. Os vulcões são gerados por violentos movimentos
EPICURO. Máximas, XX. Trad. bras. João Quartim de Morais. de massas no interior do núcleo.
São Paulo: Edições Loyola, 2010.

Conforme a máxima acima, a "vida perfeita", a "melhor Questão 49


vida" (a vida feliz), consiste Analise o esquema que apresenta o conjunto de
A. na recusa dos prazeres. processos que promovem modificações na crosta
B. na duração infinita de vida. terrestre.
C. em agir pela inteligência.
1
D. em espiritualizar os prazeres.
E. em espiritualizar as dores.

Questão 47 Tectonismo 2
Recentemente, foi publicado no Brasil o livro do
tenente Thomas O’Neil, da Marinha Britânica, que
testemunhou o embarque da família real portuguesa
ao Brasil, em 1808. 3 Epirogenia Engloba os
processos que
No dia 29, às sete horas, a manhã estava linda: provocam a
ascensão do
uma brisa agradável soprava do quadrante leste fa- magma
zendo com que os navios portugueses deslizassem Movimentos Movimentos
diretamente para fora do Tejo (...). Tivemos então horizontais vercais
da crosta da crosta
a profunda satisfação de ver nossas esperanças e
perspectivas se realizarem totalmente: toda a frota
Os números 1, 2 e 3 observados nesse esquema
portuguesa se dispôs sob proteção de Sua Majestade,
correspondem, respectivamente, a:
enquanto disparava uma saudação recíproca de 21
salvas. Emocionado com o “espetáculo raro de se ver” A. processos endógenos, abalos sísmicos e eusta-
da junção dos navios e das bandeiras de Portugal e sia.
Inglaterra, O’Neil não omite, entretanto, que o único B. processos exógenos, intemperismo e soergui-
espectador insensível à “cena de sublime beleza” era mento.
o “Exército francês que estava nas colinas”. C. processos endógenos, magmatismo e falhamen-
Disponível em: http://glo.bo/3LqMnXq. Acesso em: 20 jul. 2022. to.
As declarações do tenente O’Neil explicitam a(s) D. processos exógenos, vulcanismo e pedogenia.
A. aliança militar entre Portugal e a França. E. processos endógenos, vulcanismo e orogenia.
B. aproximação política entre Portugal e os Estados
Unidos.
C. rivalidades estratégicas entre Portugal e Inglaterra.
D. repercussões da declaração de independência do
Brasil.
E. consequências do Bloqueio Continental de Napoleão.

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Questão 50 Questão 51
Toda a história desse período geológico estava nar-
rada naquelas paredes escuras formadas em tempos
primitivos, quando a Terra era coberta por vegetação
abundante, possuía clima úmido e calor tropical. Com
o passar do tempo, as massas vegetais se transfor-
maram nessa rocha sedimentar de origem orgânica.
CARRASCO, Walcyr (trad.). Viagem ao centro da Terra, 2012.
(adaptado).

As paredes escuras descritas no excerto


A. se estruturaram durante a fragmentação da pan-
geia.
B. envolveram a formação dos dobramentos moder-
nos.
C. originaram-se em grandes depósitos de minerais
metálicos.
Disponível em: https://www.significados.com.br/patrimonio-cultural/. D. são formadas por camadas de carvão mineral.
Em 30 de setembro de 2008, a estátua do Cristo E. estão atreladas à formação dos escudos cristali-
Redentor foi tombada pelo Instituto do Patrimônio His- nos.
tórico e Artístico Nacional (Iphan) por sua importância
histórica. O monumento localizado no Corcovado, Questão 52
uma montanha de 704 metros de altitude visitada pela Quando um artífice ou negociante qualquer, exal-
primeira vez no início do século XIX, configura-se hoje tado pela sua riqueza, pela multidão, pela força ou
como um dos pontos turísticos de maior atração da qualquer atributo deste gênero, tentar passar para
cidade do Rio de Janeiro. a classe dos guerreiros, ou um guerreiro para a dos
Disponível em: http://portal.iphan.gov.br/noticias/detalhes/3313/cristo-
chefes e guardiões, esta mudança e confusão serão
redentor-rj-completa-sete-anos-como-patrimonio-cultural. a ruína da cidade.
O monumento identifica um(a) PLATÃO. A República. Tradução de Maria Helena da Rocha Pereira.
Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2001.
A. exemplo de bem imaterial.
No pensamento político de Platão, a mobilidade social
B. forma de exposição da individualidade. como apresentada no texto evidencia a
C. modo de enaltecer os ideais do período colonial. A. solução dos conflitos sociais.
D. manifestação histórico-religiosa de uma popula- B. base da república verdadeira.
ção. C. ascensão dos mais inteligentes.
E. maneira de propor mudanças nos costumes reli- D. origem dos problemas da cidade.
giosos. E. negligência da população da pólis.

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Questão 53 Questão 55
Nas formações proterozoicas, que ocupam cerca Leia o artigo da Declaração de Direitos do Homem
de 4% do território nacional, encontramos a maior parte e do Cidadão, aprovada pela Assembleia Nacional da
dos minerais metálicos do Brasil. França em 26 de agosto de 1789.
Artigo 2º – O objeto de toda associação política é a
conservação dos direitos naturais e imprescritíveis do
homem. Esses direitos são a liberdade, a propriedade,
a segurança e a resistência à opressão.
Apud Jean Carpentier e François Lebrun. Breve história de Europa,
2018. (adaptado).

Os princípios expostos nesse artigo


A. expuseram noções de legitimidade política contrá-
rias à vigência de regimes arbitrários.
B. impuseram a igualdade econômica entre os indiví-
duos como garantia da liberdade política.
C. aplicaram-se com exclusividade aos portadores
No mapa a seguir, a área assinalada pela letra A exem- de direitos políticos nas nações do continente eu-
plifica a importância econômica desses terrenos com ropeu.
a produção mineral de: D. reconheceram a monarquia constitucional como o
A. ferro, no Quadrilátero Ferrífero, sob o controle da sistema político adequado aos povos civilizados.
Companhia Vale do Rio Doce (CVRD) associada E. originaram um período prolongado de paz nas re-
a outras empresas. lações políticas internacionais dos Estados.
B. ouro, no Vale do Jequitinhonha, sob o comando
da Indústria e Comércio de Minérios S.A. (ICOMI). Questão 56
C. manganês, na Serra do Navio, sob o controle do Na medida em que a história de cada país da
Grupo Antunes com capitais nacionais e estran- América Latina corre paralelamente às demais, atra-
geiros. vessando situações bastante semelhantes — a coloni-
zação ibérica, a independência política, a formação dos
D. ferro e manganês, no Maciço de Urucum, controla-
Estados Nacionais, a preeminência inglesa e depois
da pela Indústria e Comércio de Minérios (ICOMI).
a norte-americana, para citar apenas alguns marcos
E. bauxita, no Distrito de Paragominas, comanda- tradicionais — não há, do meu ponto de vista, como
da pela Mineração Rio do Norte, associação da fugir às comparações.
CVRD com outras empresas.
PRADO, Maria Ligia Coelho. América Latina no século XIX:
tramas, telas e textos, 2014.
Questão 54
Na era mesozoica, o Brasil sofreu intenso derrame As histórias dos países da América Latina indepen-
de lavas vulcânicas, especialmente no sul. dente
A. organizaram os mesmos regimes políticos no pe-
A intemperização dessas rochas deu origem
ríodo posterior às independências.
A. a um acúmulo de detritos orgânicos responsável
B. foram radicalmente distintas do ponto de vista do
pela formação do carvão mineral.
desenvolvimento comercial.
B. aos depósitos de minerais como o cobre e o man-
C. reproduziram os mesmos ritmos de industrializa-
ganês.
ção ao longo da história.
C. às mais importantes províncias geológicas forma-
D. inseriram-se igualmente em relações internacio-
das por terrenos pré-cambrianos.
nais de forças hegemônicas.
D. aos solos de baixa fertilidade que predominam na
E. constituíram blocos econômicos coesos de resis-
Campanha Gaúcha.
tência ao domínio estrangeiro.
E. a um dos solos mais férteis do país, a terra roxa.

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Questão 57 Questão 58
Analise o gráfico produzido pelo Observatório Fotografia 3x4
das Migrações Internacionais, publicado no Relatório
Anual de 2020. Eu me lembro muito bem do dia em que eu cheguei
Proporção de imigrantes no mercado formal de trabalho do Brasil Jovem que desce do Norte para a cidade grande
(por sexo e segundo os connentes de origem) – 2019
Os pés cansados e feridos de andar légua tirana
E lágrimas nos olhos de ler o Pessoa
E de ver o verde da cana
Em cada esquina que eu passava, um guarda me
59% parava
70% 70% 65% 67% 74%
86% Pedia os meus documentos e depois sorria
Examinando o três-por-quatro da fotografia
E estranhando o nome do lugar de onde eu vinha
41% Pois o que pesa no Norte, pela lei da gravidade
35% 33%
30% 30% 26%
14%
Disso Newton já sabia, cai no sul grande cidade
São Paulo violento, corre o rio que me engana
Total África Améria Europa América Ásia América
do Norte do Sul Central Copacabana, Zona Norte
e Caribe
E os cabarés da Lapa onde eu morei
Mulher Homem Belchior

O movimento migratório em destaque no texto pode


De acordo com a análise do gráfico e conhecimentos ser descrito como
sobre a população brasileira, verifica-se que
A. sazonal.
A. a população masculina de origem africana é a que
B. pendular.
tem a menor empregabilidade no mercado de tra-
balho do Brasil. C. inter-regional.
B. em comparação direta com os demais continen- D. transumância.
tes, a América do Norte é o que exibe maior equi- E. êxodo urbano.
líbrio de gêneros contratados no mercado de tra-
balho do Brasil.
C. a população feminina mais empregada no merca-
do de trabalho do Brasil é de origem europeia.
D. em comparação direta com os demais continen-
tes, América Central e Caribe apresenta a menor
empregabilidade masculina no mercado de traba-
lho do Brasil.
E. as mulheres de origem asiática são as que menos
conseguem ocupar espaços no mercado de traba-
lho do Brasil.

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Questão 59 Questão 61
“[...] o operário não se reconhece no produto que Na Europa, as forças reacionárias que compunham
criou em condições que escapam a seu arbítrio e às a Santa Aliança não viam com bons olhos a emanci-
vezes até a sua compreensão, nem vê no trabalho pação política das colônias ibéricas na América. […]
qualquer finalidade que não seja a de garantir sua Todavia, o novo Império do Brasil podia contar com
sobrevivência. E a própria ‘produção multiplicada que a aliança da poderosa Inglaterra, representada por
nasce por obra da cooperação dos diferentes indiví- George Canning, primeiro-ministro do rei Jorge IV. […]
duos sob a ação da divisão do trabalho’ aparece aos Canning acabaria por convencer o governo português
produtores como um poder alheio, sobre o qual não a aceitar a soberania do Brasil, em 1825. Uma atitude
têm controle, não sabem de onde procede e sentem coerente com o apoio que o governo britânico dera
como se estivesse situado à margem deles, indepen- aos EUA, no ano anterior, por ocasião do lançamento
dente de sua vontade e de seus atos e que ‘até mesmo da Doutrina Monroe, que afirmava o princípio da não
dirige esta vontade e estes atos’.” intervenção europeia na América.
QUINTANEIRO, Tania. Um toque de clássicos: Marx, Durkheim e MATTOS, Ilmar Rohloff de. ALBUQUERQUE, Luis Affonso Seigneur de.
Weber. 2 ed. Belo Horizonte. Editora: UFMG, 2009, p. 52. Independência ou morte: a emancipação política do Brasil, 1991.

Tendo como base o texto, a situação vivida pelos tra- O texto relaciona
balhadores no século XIX revelava a
A. a restauração das monarquias absolutistas no
A. alienação no processo de trabalho nas fábricas. continente europeu, a industrialização dos Esta-
B. intervenção do Estado no controle das fábricas. dos Unidos e a constituição da Federação dos Es-
C. confirmação de uma legislação trabalhista na Eu- tados Independentes da América Latina.
ropa. B. a influência da Igreja Católica nos assuntos políti-
D. abstenção de movimentos operários em peque- cos europeus, o controle britânico dos mares de-
nas cidades. pois do Ato de Navegação e o avanço imperialista
dos Estados Unidos sobre o Brasil.
E. reunião dos assalariados em cooperativas autos-
suficientes. C. a disposição europeia de recolonização da Améri-
ca, o Bloqueio Continental determinado pela Fran-
Questão 60 ça e os acordos de livre-comércio do Brasil com
os países hispano-americanos.
Ora, o fim último de cada coisa é o que é visado
pelo seu primeiro Autor e causa motora. E o primeiro D. a penetração dos industrializados britânicos nos
Autor e causa motora do universo é uma inteligência. mercados europeus, a tolerância portuguesa em
Por conseguinte, o fim supremo é o bem da inteligên- relação ao emancipacionismo brasileiro e a inde-
cia. Este bem consiste na verdade. Consequentemen- pendência política dos Estados Unidos.
te, a verdade será o fim último de todo o universo, e a E. a reorganização da Europa continental depois da
grande preocupação primária da sabedoria consistirá Era das Revoluções, os processos de indepen-
no estudo desta verdade. dência na América e a ampliação do controle co-
AQUINO, T. Súmula contra os gentios. São Paulo: Nova Cultural, 2000.
mercial mundial pela Inglaterra.

O problema da ordem do universo e dos seres que o Questão 62


compõem é pensado por Tomás de Aquino, conforme
Mais da metade da população no Brasil (55,9%)
o texto, com o estabelecimento do(a)
residia, em 2010, em municípios que formavam os
A. verdade absoluta, obtida pelas opiniões individuais. arranjos populacionais, ou seja, agrupamentos de dois
B. inteligência cósmica, afastada do poder da divin- ou mais municípios com forte integração populacional.
dade. Disponível em: https://agenciadenoticias.ibge.gov.br, 15.05.2019.
C. argumentação filosófica, dada pela habilidade dis- (adaptado).

cursiva. Um exemplo de forte integração populacional entre


D. finalidade dos entes, determinada pelo criador do municípios é
universo. A. a desconcentração industrial.
E. bem maior, compreendido como convenção social. B. a reforma agrária.
C. a densidade demográfica.
D. o movimento pendular.
E. o êxodo rural.

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Questão 63 Questão 65
Ao longo do século XIX, os estímulos à ampla imigra- “E desse modo os respectivos Lordes Espirituais,
ção para o Brasil apresentaram como marcos Temporais e Membros da Câmara dos Comuns (...)
A. a política econômica desenvolvimentista e a for- declaram: Que o pretenso poder de suspender as leis
mação de áreas de união aduaneira. ou executar as leis por autoridade real sem consenti-
B. a escalada de discursos nacionalistas e a ocupa- mento do Parlamento é ilegal;
ção de áreas de fronteira. (...)
C. a independência em relação a Portugal e a proibi- Que a criação ou manutenção de um exército
ção do tráfico de escravizados. permanente no reino em tempos de paz, a menos que
D. a concessão de terras para projetos industriais e com o consentimento do Parlamento, é ilegal”.
a incorporação de mão de obra fabril qualificada.
Traduzido de English Bill of Rights, 1689. Disponível em https://avalon.
E. a superação da segregação racial e a melhora dos law.yale.edu/.
elementos que compõem o IDH.
Considerando o texto da lei e o contexto político da
Questão 64 Inglaterra ao fim do processo revolucionário no sécu-
lo XVII, é possível depreender que a Declaração de
O termo migração corresponde à mobilidade espa- Direitos de 1689
cial da população. Migrar é trocar de país, de estado,
de região ou até de domicílio, processo que ocorre A. suprime todas as prerrogativas do Parlamento.
desde o início da história da humanidade. B. dispensa o aval parlamentar para mudar a legis-
Os fluxos migratórios podem ser desencadeados lação.
por fatores econômicos, políticos, culturais, entre ou- C. impõe limites ao poder monárquico.
tros. No Brasil, o fator que exerce maior influência nos
fluxos migratórios é o de ordem econômica, que força D. impossibilita a criação de um exército.
indivíduos a se deslocarem de um lugar para outro em E. estabelece um regime republicano.
busca de melhores condições de vida e a procurarem
trabalho para suprir suas necessidades básicas. O
Censo 2010 mostrou que 35,4% da população brasi-
leira não residiam no município onde nasceram, sendo
que 14,5% moravam em outro estado.
Disponível em: https://www.ufjf.br/pur/files/2011/04/
Migra%C3%A7%C3%A3o-no-Brasil.pdf; https://cnae.ibge.gov.br/en/
component/content/article/95-7a12/7a12-vamos-conhecer-o-brasil/nos
o-povo/1471-migracao-e-deslocamento.html. Acesso em: 5 fev. 2022.
(parcial e adaptado)

Com base em seus conhecimentos em Geografia,


assinale a alternativa que apresenta corretamente as
informações sobre os tipos de migração.
A. O êxodo rural acontece com a transferência de
populações rurais para o espaço urbano. Esse
tipo de migração é temporário, o que acaba por
gerar a chamada migração de retorno.
B. O êxodo urbano ocorre com a transferência de popu-
lações urbanas para o espaço rural. Esse movimen-
to migratório também é chamado de transumância e
sua principal causa é a industrialização do campo.
C. A migração urbano-urbano se dá com a transfe-
rência de populações de uma cidade para outra.
Esse tipo de migração é definitiva, sendo a grande
responsável pelo surgimento de megalópoles.
D. A migração sazonal caracteriza-se por estar ligada
às estações do ano, tendo como principais causas
a industrialização, a expansão do setor terciário
e a mecanização da agricultura. Está relacionada
ao processo de urbanização.
E. A migração pendular é a migração diária de pes-
soas com o objetivo de trabalhar ou estudar. As
cidades onde esses trabalhadores ou estudantes
residem são chamadas de cidades-dormitório.

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Questão 66 Questão 67
Examine os gráficos que mostram os resultados de Sobre o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), é
um estudo sobre estatísticas de gênero, realizado pelo correto afirmar:
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), A. Foi elaborado pelos economistas do Banco Mun-
divulgado em 2018. dial para substituir a renda per capita e o PIB na-
Desigualdade de gênero no Brasil cional na função de indicadores de qualidade de
Educação vida.
População de 25 anos ou mais com ensino superior completo
B. O IDH é útil para medir a ampliação das desigual-
23,50%
20,70%
dades sociais em escala mundial, pois as condi-
ções de saúde e de educação dos países desen-
volvidos se elevam mais rapidamente do que nos
10,40%
7%
países de renda baixa.
C. A ONU, o Banco Mundial e o FMI foram instituídos
pelo Tratado de Bretton Woods com o objetivo de
Mulher Homem Mulher preta Homem preto
branca branca ou parda ou pardo reorganizar o mundo pós Segunda Guerra, razão
pela qual essas instituições adotaram o IDH como
Mercado de trabalho indicador social padrão.
Diferença de rendimento
D. O Índice de Desenvolvimento Humano Municipal
R$ 2.306,00 (IDHM) mede a evolução dos municípios brasilei-
R$ 1.764,00 ros de acordo com as mesmas dimensões do Índi-
ce de Desenvolvimento Humano Global, que são
longevidade, educação e renda.
E. As contradições do subdesenvolvimento se re-
fletem no Índice de Desenvolvimento Humano
Mulher Homem Municipal (IDHM) brasileiro, pois os municípios
com renda per capita mais elevada apresentam
Considerando os dados apresentados e conhecimen- indicadores medianos, o que se deve à natureza
tos sobre a população brasileira, verifica-se que excludente do crescimento econômico em países
A. a diferença entre mulher branca e mulher preta ou periféricos.
parda é maior do que entre homem branco e ho-
mem preto ou pardo no ensino superior.
B. o rendimento dos homens é superior ao das mu-
lheres embora eles apresentem menor participa-
ção no ensino superior.
C. a diferença de cor ou raça não interfere nos per-
centuais de homens e mulheres no ensino supe-
rior.
D. o menor rendimento das mulheres está atrelado
ao reduzido acesso delas ao ensino superior.
E. a diferença entre os rendimentos é consequência
do maior número de homens do que de mulheres
no país.

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Questão 68 Questão 69
Considere o fragmento da Declaração de Indepen- A Inglaterra pedia lucros e recebia lucros. Tudo se
dência dos Estados Unidos, aprovada por represen- transformava em lucro. As cidades tinham sua sujeira
tantes das 13 colônias inglesas na América, em 1776. lucrativa, suas favelas lucrativas, sua fumaça lucrativa,
Consideramos estas verdades como evidentes por sua desordem lucrativa, sua ignorância lucrativa, seu
si mesmas, que todos os homens são criados iguais, desespero lucrativo. As novas fábricas e os novos
dotados pelo Criador de certos direitos inalienáveis, altos-fornos eram como as Pirâmides, mostrando mais
que entre estes estão a vida, a liberdade e a procura a escravização do homem que seu poder.
da felicidade. Que a fim de assegurar esses direitos, DEANE, P. A Revolução Industrial. Rio de Janeiro: Zahar, 1979.
governos são instituídos entre os homens, derivando
O texto faz referência ao pioneirismo inglês na origem
seus justos poderes do consentimento dos governa-
da Revolução Industrial. Dentro dessa perspectiva foi
dos; que, sempre que qualquer forma de governo se
importante o(a)
torne destrutiva de tais fins, cabe ao povo o direito de
alterá-la ou aboli-la e instituir novo governo, baseando- A. governo absolutista na Inglaterra, onde os reis
-o em tais princípios e organizando-lhe os poderes pela através de leis extremamente rígidas, obrigavam
forma que lhe pareça mais conveniente para realizar- a população a se submeter ao trabalho fabril.
-lhe a segurança e a felicidade. B. predominância de um pensamento católico me-
Declaração de Independência dos EUA. Disponível em: https://bit. dieval, o qual defendia a necessidade do enrique-
ly/3LAhobr. Acesso em: 29 jul. 2021. cimento humano para alcançar a salvação, justifi-
cando assim a industrialização.
No texto, claramente, constroi-se uma ponte com as
ideias de pensadores liberais, tais como C. existência de matérias-primas necessárias à in-
dustrialização, graças ao eficiente modelo mer-
A. a separação de poderes, proposta por Montes-
cantilista que incentivava a eliminação de manu-
quieu.
faturas.
B. a natureza voraz dos homens, de Thomas Hob-
D. acumulação de capitais realizada pelos ingleses
bes.
graças ao comércio e o incentivo à pirataria, finan-
C. o princípio da utilidade, de Jeremy Bentham. ciando o desenvolvimento das fábricas inglesas.
D. o conceito de laissez-faire, dos economistas fisio- E. parceria naval com a Holanda, onde a enorme
cratas. marinha holandesa ficava responsável pela dis-
E. os direitos naturais da humanidade, segundo John tribuição dos produtos industrializados por todo o
Locke. mundo.

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Questão 70 Questão 72
Distribuição da população brasileira e dos municípios – 2020 Onde estarão os 10 países mais populosos
do mundo no fim do século
Faixas de tamanho de
população do município
2017 2100
acima de 500.000 67.521.778
49
População Nº Nº População
54.457.497
100.001 até 500.000
277
1,4 bilhão 1 China 3 732 milhões
50.001 até 100.000 24.150.422
351 1,38 bilhão 2 Índia 1 1,09 bilhão
33.828.245 325 milhões 3 EUA 4 336 milhões
20.001 até 50.000
1.110
258 milhões 4 Indonésia 7 229 milhões
10.001 até 20.000 19.063.867
1.334 214 milhões 5 Paquistão 5 248 milhões
8.547.533 212 milhões 6 Brasil 13 165 milhões
5.001 até 10.000
1.200
206 milhões 7 Nigéria 2 791 milhões
4.186.350
até 5.000 1.249 157 milhões 8 Bangladesh 25 81 milhões
0% 5% 10% 15% 20% 25% 30% 35%
146 milhões 9 Rússia 19 106 milhões
Habitantes Município 128 milhões 10 Japão 38 60 milhões

A análise do gráfico e os conhecimentos sobre a dinâ- O gráfico acima mostra os dez países mais po-
mica da distribuição espacial da população brasileira pulosos do mundo em 2017 e a projeção para 2100.
indicam que está ocorrendo
Muitos países que ocupam as primeiras posições na
A. a concentração populacional nas agrovilas de gran- população em 2017 serão ultrapassados por novos
de porte, sendo a maioria desses municípios locali- países nesse ranking até́ o final do século.
zada em áreas metropolitanas.
Assinale a opção correta que explica essa dinâmica
B. a acumulação da população nas megacidades, populacional.
com ênfase para os municípios que integram os
A. Vários países como a Índia e a China terão suas
centros regionais metropolitanos.
populações decrescidas devido ao forte controle
C. o espraiamento populacional nas cidades de pe- de natalidade exercido pelos respectivos gover-
queno porte, com destaque para os municípios lo- nos, como também pelo fraco desempenho eco-
calizados no arco do agronegócio da soja brasileira. nômico estimado até o fim do século.
D. a aglomeração populacional nas cidades de médio B. Os EUA vão se manter entre os quatro países
e grande porte, como consequência da pequena mais populosos do mundo em 2100 por causa de
participação atual do êxodo rural associado ao pro- sua elevada taxa de natalidade que já pode ser
cesso de desconcentração industrial. observada na atualidade.
E. a centralização populacional nas cidades médias, C. Muitos países do Mundo Subdesenvolvido como
resultado das políticas de interiorização do desen- Nigéria vão ascender posições por apresentar
volvimento da década de 1950. uma alta taxa de crescimento demográfico deriva-
da da alta natalidade que é frequente nos países
Questão 71 da África Subsaariana.
O volume anual de população que se incorporará à D. O Brasil perderá posições saindo do grupo dos
faixa de 65 anos e mais aumentará continuamente. Em dez países mais populosos do mundo em 2100
média, anualmente, o acréscimo será, talvez, de mais mais pelo fenômeno da emigração do que pela
de 550 mil idosos, no primeiro quartel do século XXI, queda do crescimento demográfico.
e superará a casa de um milhão, entre 2025 e 2050.
E. O Japão perderá mais da metade de sua popu-
CARVALHO, J. A. M.; RODRIGUEZ-WRONG, L. A transição da lação até 2100 porque seu pequeno território e o
estrutura etária da população brasileira na primeira metade do século
XXI. Cad. Saúde Pública, n. 3, mar. 2008 (adaptado). fraco desempenho econômico obrigarão grande
parte de sua população a emigrar para outros paí-
A dinâmica demográfica descrita resulta no processo ses procurando melhores condições de vida.
de expansão do(a)
A. topo da pirâmide etária.
B. taxa de fecundidade anual.
C. nível de mortalidade infantil.
D. índice de desemprego estrutural.
E. política de controle da natalidade.

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Questão 73 Questão 74
O movimento sedicioso ocorrido na capitania de Considere a seguinte passagem da Declaração
Pernambuco, no ano 1817, foi analisado de formas dos Direitos do Homem e do Cidadão – 1789:
diferentes por dois meios de comunicação daquela Art.1.º - Os homens nascem e são livres e iguais em
época. O Correio Braziliense apontou para o fato de direitos. As distinções sociais só podem ter como fun-
ser “a comoção no Brasil motivada por um desconten- damento a utilidade comum.
tamento geral, e não por maquinações de alguns indi-
víduos”. Já a Gazeta do Rio de Janeiro considerou o Art. 2.º - A finalidade de toda associação política é a
movimento como um “pontual desvio de norma, apenas preservação dos direitos naturais e imprescritíveis do
uma ‘mancha’ nas ‘páginas da História Portuguesa’, tão homem. Esses direitos são a liberdade, a prosperidade,
distinta pelos testemunhos de amor e respeito que os a segurança e a resistência à opressão.
vassalos desta nação consagram ao seu soberano”. Disponível em: https://br.ambafrance.org/A-Declaracao-dos--Direitos-
do-Homem-e-do-Cidadao. Acesso em: 16 set. 2022
JANCSÓ, I.; PIMENTA, J. P. Peças de um mosaico. In: MOTA C. G.
(Org.). Viagem incompleta: a experiência brasileira (1500-2000). São A partir da leitura do texto acima, verifica-se que um
Paulo: Senac, 2000 (adaptado). dos objetivos da Revolução Francesa foi:
Os fragmentos das matérias jornalísticas sobre o A. diminuir o poder da burguesia sobre os campo-
acontecimento, embora com percepções diversas, neses e trabalhadores urbanos, garantindo-lhes
relacionam-se a um aspecto do processo de inde- direitos trabalhistas, vistos como naturais.
pendência da colônia luso-americana expresso em B. aumentar o controle da realeza sobre a opressão
dissensões entre praticada pelos senhores sobre os escravizados,
A. quadros dirigentes em torno da abolição da ordem que, assim, poderiam resistir à exploração.
escravocrata. C. garantir a igualdade de direitos civis a todos os
B. grupos regionais acerca da configuração político- cidadãos, independentemente de sua origem so-
-territorial. cial, negando a ideia de que os reis eram indica-
C. intelectuais laicos acerca da revogação do domí- dos por Deus.
nio eclesiástico. D. preservar os direitos naturais da burguesia france-
D. homens livres em tomo da extensão do direito de sa de explorar as terras da nobreza, assim como
voto. usufruir do trabalho dos servos.
E. elites locais acerca da ordenação do monopólio E. transformar os bens privados em bens de utilidade
fundiário. comum, garantindo igualdade social e maior con-
trole do Estado.

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Questão 75 Questão 76
Na construção da ferrovia Madeira-Mamoré, o que [...] Foi sem dúvida entre os meses de janeiro
dizer dos doentes, eternos moribundos a vagar entre e outubro de 1822 que o Brasil, finalmente, se fez
delírios febris, doses de quinino e corredores da mor- independente: isto é, separou-se de Portugal. Nada
te? O Hospital da Candelária era santuário e túmulo, garantia que essa independência seria duradoura, é
monumento a progresso científico e preâmbulo da es- verdade, mas foi entre esses meses que ela se concre-
curidão. Foi ali, com suas instalações moderníssimas, tizou, exigindo esforços posteriores de consolidação;
que médicos e sanitaristas dirigiram seu combate aos mas seriam antes esforços de reforço de algo que já
males tropicais. As maiores vítimas, contudo, perma- existia do que de criação abrupta de algo novo.
neceriam na sombra à margem do palco, cobaias sem E o que, afinal, ocorreu no dia 7 de setembro
consolo, credores sem nome de uma sociedade que de 1822? Um pequeno acontecimento que não foi
não lhes concedera tempo algum para ser decifrada. imediatamente valorizado justamente por não ser de
FOOT HARDMAN, F. Trem fantasma: modernidade na selva. São grande importância em comparação com os demais
Paulo: Cia. das Letras, 1988 (adaptado). que tinham ocorrido e ainda ocorreriam naquele ano;
mas que posteriormente se tornaria o principal marco
No texto, há uma crítica ao modo de ocupação do
da memória da Independência. Um marco da memória,
espaço amazônico pautada na
e não da história.
A. discrepância entre engenharia ambiental e equilí-
PIMENTA, João Paulo. Independência do Brasil, 2022.
brio da fauna.
B. incoerência entre maquinaria estrangeira e con- Ao tratar da Independência do Brasil em relação a
trole da floresta. Portugal, o excerto enfatiza
C. incompatibilidade entre investimento estatal e pro- A. o caráter processual da emancipação, que resul-
teção aos nativos. tou de diversas articulações e ações políticas.
D. competição entre farmacologia internacional e B. a negociação entre colônia e metrópole, que as-
produtos da fitoterapia. segurou o caráter totalmente pacífico da emanci-
E. contradição entre desenvolvimento nacional e res- pação.
peito aos trabalhadores. C. o esforço do príncipe regente, que visava promo-
ver a consolidação da emancipação econômica.
D. o imediatismo do gesto ruptura, que provocou sur-
presa na população de toda a colônia.
E. a percepção imediata da importância dos eventos
ocorridos às margens do riacho do Ipiranga, que
mudaram radicalmente o país.

Questão 77
Nas migrações internas do Brasil, os retirantes corres-
pondem a pessoas que se deslocam
A. no contexto das secas prolongadas na região Nor-
deste.
B. no período de entressafra na região Sudeste.
C. nos momentos de cheia dos rios da Bacia Ama-
zônica.
D. na baixa temporada do turismo no Pantanal Mato-
-Grossense.
E. nos períodos de menor dinamismo industrial da
região Sul.

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Questão 78 Questão 79
TEXTO I TEXTO I
Na Tese 36 declarou: “Qualquer cristão verdadei- Macaulay enfatizou o glorioso acontecimento
ramente arrependido tem direito à remissão plena da representado pela luta do Parlamento contra Carlos I
pena e culpa, mesmo sem carta de indulgência” em prol da liberdade política e religiosa do povo inglês;
LUTERO, 1987, p. 143. significou o primeiro confronto entre a liberdade e a
tirania real, primeiro combate em favor do Iluminismo
TEXTO II
e do Liberalismo.
“Quando houve a irrupção do protestantismo, a
ARRUDA, J. J. A. Perspectivas da Revolução Inglesa. Rev. Bras. Hist.
Espanha, que tinha dado início ao processo de coloni- n. 7, 1984 (adaptado).
zação do recém-descoberto “Novo Mundo”, juntamente
a seu vizinho, Portugal, procurou defender-se da rápida TEXTO II
propagação das ideias de Lutero, Calvino e similares. A Revolução Inglesa, como todas as revoluções,
Além das medidas de contenção tomadas no âmbito foi causada pela ruptura da velha sociedade, e não
político, houve, no âmbito estritamente religioso, a pelos desejos da velha burguesia. Na década de 1640,
criação da Companhia de Jesus em 1534.” camponeses se revoltaram contra os cercamentos,
Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/historiag/papel-
tecelões contra a miséria resultante da depressão e
companhia-jesus-na-contrarreforma.html. os crentes contra o Anticristo a fim de instalar o reino
de Cristo na Terra.
Os textos ilustram o contexto reformista religioso do
século XVI e retratam respectivamente HILL, C. Uma revolução burguesa? Rev. Bras. Hist., n. 7, 1984
(adaptado)
A. a proibição da comercialização de perdões e in-
dulgências e a criação do Tribunal do Santo Ofício. A concepção da Revolução Inglesa apresentada no
Texto II diferencia-se da do Texto I ao destacar a
B. a rejeição da busca capitalista do lucro e a manu-
existência de
tenção do dogma da infalibilidade papal.
A. pluralidade das demandas sociais.
C. a defesa do celibato clerical e a decretação de
uma listagem de livros proibidos. B. homogeneidade das lutas religiosas.
D. a justificação pela fé e o avanço do trabalho mis- C. unicidade das abordagens históricas.
sionário e educativo. D. superficialidade dos interesses políticos.
E. a condenação da usura e a defesa da livre tradu- E. superioridade dos aspectos econômicos.
ção e interpretação dos textos religiosos.

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Questão 80 Questão 82
Surge daí uma questão: é melhor ser amado que
Distribuição da população brasileira por sexo,
temido ou o inverso? A resposta é que o ideal seria
segundo os grupos de idade
desejar ser ambas as coisas, mas, como é difícil
combiná-las, é muito mais seguro ser temido do que
amado, quando se tem de desistir de uma das duas.
Os homens têm menos receio de ofender a quem
se faz amar do que a outro que se faça temer; pois
o amor é mantido por vínculo de reconhecimento, o
qual, sendo os homens perversos, é rompido sempre
que lhes interessa, enquanto o temor é mantido pelo
medo ao castigo, que nunca te abandona.
MAQUIAVEL, N. O Príncipe. São Paulo: Martins Fontes, 2001
(adaptação).

Indicando estratégias para a manutenção do poder, o


texto aponta a necessidade de uma cisão entre:
A. Sentimentos e razão.
B. Principado e reino.
C. Amigos e inimigos.
D. Moral e Política.
E. Amor e ódio.

Questão 81
Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!

Valeu a pena? Tudo vale a pena


Se a alma não é pequena.
Quem quer passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu.
Fernando Pessoa. Mar Português. Obra poética, 1960. Adaptado.

Entre outros aspectos da expansão marítima portugue-


sa a partir do século XV, o poema menciona
A. o fracasso da empreitada, que transformou Por-
tugal na principal potência europeia por quatro
séculos.
B. o reconhecimento do papel determinante da Co-
roa no estímulo às navegações e no apoio finan-
ceiro aos familiares dos navegadores.
A estrutura etária da população brasileira tem passado
C. a fé religiosa como principal motor das navega-
por transformações profundas. Uma tendência futura
ções, o que justifica o reconhecimento da grande-
za da alma dos portugueses. na evolução demográfica brasileira é
D. a percepção das perdas e dos ganhos individuais A. crescimento da população jovem.
e coletivos provocados pelas navegações e pelos B. redução da expectativa de vida.
riscos que elas comportavam. C. elevação da taxa de fecundidade.
E. a dificuldade dos navegadores de reconhecer as D. predomínio da população feminina.
diferenças entre os oceanos, que os levou a con-
fundir a América com as Índias. E. expansão no índice de mortalidade.

CH - 1º dia | Caderno 1 - BRANCO - Página 38


Questão 83 Questão 84
Observe o desenho a seguir: Respondo dizendo que é preciso que quem quer
que conheça perfeitamente algo, conheça tudo que
possa acontecer a ele. Ora, há alguns bens aos quais
pode acontecer de serem corrompidos por males.
Donde Deus não conheceria perfeitamente os bens
a não ser que também conhecesse os males. Ora,
assim é cognoscível o que quer que seja: segundo o
que é. Donde, visto que o ser do mal consista no ser
a privação do bem, pelo próprio fato de Deus conhe-
cer os bens, conhece também os males, assim como
as trevas são conhecidas por meio da luz. Donde diz
Dionísio, no capítulo VII dos Nomes Divinos, que “Deus
alcança a visão das trevas por si mesmo, não vendo
as trevas desde outro lugar que da luz”.
AQUINO, T. Suma Teológica. São Paulo: Loyola, 2003. v. I.

A reflexão apresentada pelo texto de Tomás de Aquino


tinha como objetivo evidenciar a(s)
A. vias da existência de Deus.
B. influência da Igreja do medievo.
C. falhas da metafísica dos antigos.
D. repressão da onipotência divina.
Esse é o Homem Vitruviano, um desenho feito por
Leonardo da Vinci por volta de 1490, uma das obras E. consequências do determinismo das ações.
essenciais para a Renascença. Sua relevância reside
no fato de
A. significar a retomada dos padrões clássicos – no
caso, as proporções.
B. apontar para a futura construção de corpos artifi-
ciais – os primeiros robôs.
C. colocar a divindade (e a alma) como elemento fun-
damental ao Ser Humano.
D. salvar as prescrições estéticas, oriundas da cultu-
ra árabo-islâmica medieval.
E. contrapor a perspectiva da Igreja Católica, na qual
o homem era inferior aos anjos.

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Questão 85 Questão 86
TEXTO I

MIELLI, Maria Elena. Geoatlas. São Paulo: Ática, 2000. p. 114


(adaptado).

A leitura e a interpretação do mapa, por meio da aná-


lise da rede geográfica e dos pontos de referência,
indicam que o município de Sabará se localiza
A. ao norte de Belo Horizonte e ao sul de Caeté.
B. a oeste de Nova Lima e a leste de Santa Luzia. TEXTO II
C. a leste de Belo Horizonte e a oeste de Caeté. “A fome gerava naturalmente a mendicância:
D. a oeste de Raposos e a leste de Santa Luzia. tratava-se da praga dos campos. Mas qual outra saída
E. ao sul de Raposos e ao sul de Taquaraçu de Mi- haveria para os velhos, os órfãos, as viúvas, sem falar
nas. dos enfermos? [...] De toda forma, não havia socorro
para o desemprego: não havia outra saída senão pe-
dir esmola. Ai menos um décimo da população rural
mendigava durante todo o ano, pedindo de fazenda
em fazenda um pedaço de pão ou uma moedinha”.
LEFEBVRE, Georges. O Grande Medo de 1789: seguido de as
multidões revolucionárias. Petrópolis, RJ: Vozes, 2019.

Sobre a realidade histórica tratada pelo autor, “O


Grande Medo” do final do século XVIII, é possível
depreender que
A. foi um dramático acontecimento histórico, ocorri-
do no interior da Revolução Gloriosa.
B. foi um acontecimento fundamentado em reações
coletivas de medo e pânico da população diante
da agressividade da aristocracia.
C. foi um momento de saques, motins e ataques do
povo contra as propriedades dos estados privile-
giados.
D. foi provocado pela burguesia aliada à aristocracia
para a tomada do poder político e a manutenção
do poder econômico.
E. foi articulado pelos girondinos aliados aos sans-
-culotes para combater os privilégios do alto clero.

CH - 1º dia | Caderno 1 - BRANCO - Página 40


Questão 87 Questão 89
Na construção do Estado brasileiro [...] as continui- 0°
dades seriam muitas e fortes. [...] muito da legislação B
e das práticas jurídicas anteriores a 1822 continuaria

em vigência; e as bases territoriais do antigo Império,
com sua organização hierárquica entre regiões e a A
concessão de certos espaços autônomos de exercício 2°
e decisões políticas, não seriam totalmente desarti-
culadas. 3°
20° 21° 22° 23°
PIMENTA, João Paulo. “Questão nacional e Independência do Brasil:
um problema de 200 anos”. Revista USP, n. 133, 2022. Disponível em: http://www.geografiaparatodos.com.br/capitulo_2_a_
localização_no_espaco_e_os_sistemas_de_informacoes_geograficas_
Pode-se exemplificar a afirmação contida no excerto files/image068.gif. Acesso em: 30 maio 2016.
com a manutenção
Para localizar e orientar um ponto na superfície da
A. do sistema federativo de governo e da economia Terra recorre-se à “rede geográfica”, constituída por um
manufatureira. conjunto de linhas de referência que cobrem o globo
B. do pacto colonial e do controle mercantil. terrestre: os meridianos e os paralelos. Na figura foram
C. da proibição do tráfico de escravos e do movimen- demarcados, por meio das coordenadas geográficas,
to abolicionista. dois pontos A e B.
D. do regime monárquico e do trabalho escravo. Dessa maneira, um avião, que deseja realizar uma
E. da Constituição liberal e do exército colonial. viagem do ponto A em direção ao ponto B, deverá
tomar o sentido
Questão 88 A. nordeste.
Entrar numa fábrica pela primeira vez podia ser uma B. sudeste.
experiência aterrorizante: o ruído e o movimento do ma- C. noroeste.
quinário; o ar sufocante, cheio de pó de algodão, muitas D. nor-noroeste.
vezes, mantido opressivamente quente para reduzir a
E. sudoeste.
quebra; o fedor penetrante de óleo de baleia e de gor-
dura animal usados para lubrificar as máquinas (antes
Questão 90
da disponibilidade de produtos petrolíferos) e do suor de
centenas de trabalhadores; os semblantes pálidos e os A Festa é dos Negros
corpos doentios dos operários; o comportamento feroz Atualmente, muitas festas negras ganharam espe-
dos supervisores, alguns dos quais carregavam cintos cial valorização, para além dos próprios grupos ou do
ou chicotes para impor disciplina. Nas salas de tece- interesse pontual de alguns folcloristas. Dentre elas,
lagem, o barulho ensurdecedor de dezenas de teares, jongos, sambas de roda, tambores de crioula e festas
cada um com uma lançadeira recebendo pancadas de do boi receberam o reconhecimento oficial do Instituto
martelo umas sessenta vezes por minuto, impossibili- do Patrimônio Histórico e Artística nacional.
tava que os trabalhadores se ouvissem.
ABREU, M. Revista de História da Biblioteca Nacional, n.100, jan.
FREEMAN, Joshua B. Mastodontes: a história da fábrica e a 2014.
construção do mundo moderno, 2019.
Essas manifestações foram reconhecidas oficialmente
O trabalho nas primeiras fábricas inglesas é caracte- como parte do patrimônio histórico e artístico brasileiro
rizado no excerto porque
A. pela insalubridade e opressão no ambiente de tra- A. reforçam a tradição clássica.
balho.
B. integram a cultura imaterial.
B. pela apropriação do tempo e do excedente do tra-
balho pelo capitalista. C. destacam a estética regional.
C. pelo aumento da produtividade e da otimização do D. preservam a herança europeia.
ritmo de trabalho. E. resgatam a tradição ameríndia.
D. pelo desenvolvimento da tecnologia e da divisão
de tarefas.
E. pelo aproveitamento de energia de origem mine-
ral.

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LC - 1º dia | Caderno 1 - BRANCO - Página 43


2023

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