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2º Trim.

de 2024: A CARREIRA QUE NOS ESTÁ PROPOSTA: o caminho da salvação, santidade e


perseverança para chegar ao céu

PORTAL ESCOLA DOMINICAL


2º Trimestre de 2024 - CPAD
A CARREIRA QUE NOS ESTÁ PROPOSTA: o caminho da salvação, santidade e
perseverança para chegar ao céu
Comentários da revista da CPAD: Osiel Gomes da Silva
Comentário: Pr. Caramuru Afonso Francisco

ESBOÇO Nº 1

A) INTRODUÇÃO AO TRIMESTRE

Estamos a iniciar um novo trimestre letivo da Escola Bíblica Dominical, mais


um trimestre temático, em que estudaremos sobre “a carreira que nos está proposta”.

O título do trimestre remete-nos para o texto de Hb.12:1-3, quando o autor daquela


carta, depois de ter dado o testemunho dos chamados “heróis da fé”, ou seja, os justos do Antigo Testamento
que, crendo na promessa da salvação, mantiveram-se fiéis ao Senhor (Cf. Hb.11:13-16), exorta os destinatários
de sua epístola, que eram os cristãos judeus, que habitavam Israel, e que estavam pensando em abandonar a
fé, a que tivessem um mesmo comportamento, ainda mais agora que a salvação havia chegado na pessoa de
Jesus e tínhamos o Seu exemplo a seguir.

Nesta passagem bíblica é nítida a correspondência que o escritor faz da nossa vida
com Cristo aqui na Terra como uma “carreira”, como uma “peregrinação”, como um “caminho”.

Esta concepção de nossa vida espiritual enquanto estamos neste mundo como um
“caminho”, como uma “caminhada”, uma “carreira”, uma “peregrinação” era tão forte e presente na igreja
primitiva que os cristãos e os judeus davam o nome de “Caminho” à própria doutrina cristã (Cf. At.19:9,23;
22:4; 24:14,22).

Esta imagem não se limitou aos tempos apostólicos. A mais antiga obra doutrinária
cristã conhecida, a “Didaqué”, que é do século II, começa precisamente com a indicação dos “dois caminhos”,
retomando o ensino de Cristo no sermão do monte, mostrando que a vida cristã é “o caminho da vida”.

Já algum tempo após a Reforma Protestante, teremos a contribuição de John Bunyan


(1628-1688), com sua obra “O peregrino”, o livro mais vendido da história depois da Bíblia Sagrada, que
retomará a vida cristã como uma “caminhada”, uma “peregrinação” da Cidade da Destruição até a Cidade
Celestial.

Estes dois exemplos bem ilustram como a consideração da vida com Cristo como
“carreira”, “caminho”, “caminhada”, “peregrinação” bem traduz a quintessência da espiritualidade cristã e
como é extremamente proveitoso meditarmos e refletirmos sobre o que é ser cristão à luz desta figura.

Estaremos, pois, neste trimestre a estudar a vida cristã como “o caminho da


salvação, santidade e perseverança para chegar ao céu”, uma conscientização do que é ser discípulo de
Cristo Jesus nesta Terra, uma salutar complementação do estudo do trimestre anterior, onde estudamos a
Igreja.

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2º Trim. de 2024: A CARREIRA QUE NOS ESTÁ PROPOSTA: o caminho da salvação, santidade e
perseverança para chegar ao céu
Sabendo agora o que é a Igreja, passaremos a refletir e meditar sobre como devemos
viver sobre esta Terra, qual deve ser a nossa compreensão a respeito de nossa existência terrena, para que não
percamos o foco e, a exemplo dos justos do Antigo Testamento, estejamos cientes de que aqui estamos de
passagem e que temos um destino, a saber, a pátria celestial.

A capa da nossa revista apresenta-nos o que aparenta ser uma família, pais e filha, que,
de mãos dadas, vão andando num caminho, uma estrada bem pavimentada, que é levemente ascendente e que
vai até uma montanha, além da qual não se consegue ver o que há.

Tal ilustração, por primeiro, mostra-nos que, para se estar no caminho da salvação,
necessário se faz que se esteja de acordo com os ditames divinos, que haja obediência e observância da Palavra
de Deus.

A família, primeira instituição criada por Deus, é a demonstração de que não há como
trilhar o caminho se não se estiver de acordo com o Senhor, ou seja, com as Suas ordens, mandamentos e
ditos. Como diz o profeta: “À lei e ao testemunho! Se eles não falarem segundo esta palavra, nunca verão a
alva” (Is.8:210).

Por segundo, o fato de todos estarem de mãos dadas, mostra-nos que não há como
trilharmos o caminho da salvação se não formos membros em particular do corpo de Cristo (I Co.12:27), se
não houver a comunhão entre os discípulos (At.2:42), o que, aliás, acabamos de estudar no trimestre anterior.
Temos de pertencer à “família de Deus” (Ef.2:19) e “seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo
n’Aquele que é a cabeça, Cristo, do qual todo o corpo, bem ajustado e ligado pelo auxílio de todas as juntas,
segundo a justa operação de cada parte, faz o aumento do corpo, para sua edificação em amor” (Ef.4:15,16).

Por terceiro, nota-se que o caminho é apertado, fazendo-nos lembrar dos ensinos de
Jesus no sermão do monte, que diz que, no caminho da salvação, a porta é estreita e o caminho, apertado
(Mt.7:13,14), sendo poucos os que trilham por ele, como mostra a ilustração, onde só há três pessoas no
caminho.

Por quarto, vemos que o caminho está bem pavimentado, nele não há buracos, fendas,
ondulações, pois é o caminho reto, o caminho justo, o caminho que é o próprio Cristo (Jo.14:6), o que permite
que haja sempre segurança no andar nele.

Por quinto, o caminho é levemente ascendente, mostrando que quem nele anda está
sempre crescendo, aproximando-se de Deus. É o caminho santo, feito para o povo de Deus, onde até os loucos
não errarão (Is.35:8). Como diz conhecido cântico sacro: “A cada passo que eu dou na vida, é um degrau a
mais que subo ao céu (…) A cada passo vou me aproximando daquele lar que Cristo prometeu. E passo a
passo sigo caminhando, a cada instante mais perto de Deus”.

Por sexto, nota-se uma iluminação à frente dos caminhantes, a nos mostrar que não há
como andar neste caminho se não formos orientados pela Palavra de Deus que é “lâmpada para os nossos pés
e luz para o nosso caminho” (Sl.119:105).

Por sétimo, nota-se que os caminhantes têm um alvo bem certo, sabem para onde estão
indo, embora não possam ver o que está além da montanha para onde estão indo. Isto nos fala da fé que é o
que anima a caminhada, “o combustível da jornada”, que é o fundamento das coisas que se esperam e a prova
das coisas que não se veem” (Hb.11:1).

Paulo afirmava que tinha um alvo para o qual estava prosseguindo e que outro não era
senão a cidade celestial, conclamando a que todos o imitassem nesta disposição e propósito
(Fp.3:13,14,20,21).

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perseverança para chegar ao céu
O trimestre está dividido em três blocos. O primeiro fala do “caminho da salvação”,
ou seja, o que significa a salvação e como ela nos faz dar início à nossa peregrinação rumo ao céu.

Assim, iniciaremos falando do “início da caminhada”, depois sobre “a escolha entre a


porta estreita e a porta larga” e “o céu – o destino do cristão”, as três primeiras lições.

Em seguida, abordaremos “o caminho da santidade”, ou seja, como devemos agir


durante a caminhada para que não deixemos o “caminho apertado” e possamos chegar aos céus. É o que
estudaremos das lições 4 a 10.

Por fim, falaremos do “caminho da perseverança”, ou seja, os fatores que nos permitem
manter o ânimo e não abandonar esta estrada que nos levará a cidade celestial, que abrange as três últimas
lições.

O comentarista deste trimestre é o pastor Osiel Gomes da Silva, presidente das


Assembleias de Deus em Tirirical, São Luís/MA, foi diretor da Faculdade Evangélica do Meio Norte (Faeme),
tendo formação em Teologia, Direito, Filosofia, Pedagogia e Psicanálise e que já há alguns anos tem escrito
as Lições Bíblicas da CPAD.

Que, ao final deste trimestre, estejamos aptos a correr, com paciência, a carreira que nos
está proposta, olhando para Jesus, o autor e consumador da nossa fé, para que cheguemos ao mesmo gozo de
que já desfruta Nosso Senhor e Salvador e, com Ele, estejamos em Seu trono no céu.

B) LIÇÃO Nº 1 – O INÍCIO DA CAMINHADA

INTRODUÇÃO
- A vida cristã pode ser figurada como uma caminhada que nos leva das trevas espirituais para a pátria celestial.

- O novo nascimento é o início desta caminhada.

I – A VIDA CRISTÃ COMO UM CAMINHO

- Estamos a iniciar mais um trimestre letivo da Escola Bíblica Dominical, em que nos debruçaremos sobre “a
carreira que nos está proposta”, ou seja, a nossa existência sobre a face da Terra a partir do instante em que
cremos em Jesus como nosso Senhor e Salvador.

- A conceituação da nossa vida como uma jornada, uma peregrinação já se apresenta desde as primeiras
páginas das Escrituras. Ao pecar o primeiro casal, Deus já avisou o homem que sua existência sobre a Terra
seria temporária, porque, em virtude do pecado, o homem tinha como destino o pó de onde havia sido formado
(Gn.3:19).

- Daí porque cedo se denominou o tempo em que passamos sobre a Terra como “peregrinação” (Gn.47:9;
Sl.119:19), o que o apóstolo Pedro depois denominaria “tempo da vossa peregrinação” (I Pe.1:17).

- Esta ideia da vida como um “caminho”, como uma “viagem”, como uma “peregrinação” mostra-se, pois,
como uma importante figura para que reconheçamos que esta existência terrena não somente é temporária e
passageira, como é uma via que nos leva a algo que está além do tempo, à eternidade, aquilo que os judeus
costumam chamar de “mundo do além” (“Olam Habah”).

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- Vivemos dias em que a própria consciência de que esta existência terrena é apenas um estágio, uma etapa de
nossa existência tem se perdido. O secularismo e o materialismo têm levado muitos a crerem que esta
existência é a única e que a morte física é o final de tudo, o famoso “morreu, acabou”.

- Esta concepção enganosa, embora tenha sido muito divulgada e difundida notadamente a partir do século
XIX, não é nova. Já no Antigo Testamento, o profeta mencionava a existência deste pensamento, como vemos
em Is.22:13, quando, mesmo em meio à iminência da ruína, os judaítas rebeldes ao Senhor mantinham-se em
seus pecados, dizendo: “Eis aqui gozo e alegria, matam-se vacas e degolam-se ovelhas, come-se carne e bebe-
se vinho e diz-se: comamos e bebamos, porque amanhã morreremos”.

- Este pensamento é típico dos “inimigos da cruz de Cristo”, como bem nos explica o apóstolo Paulo que
afirma que quem assim pensa e age tem como deus o seu próprio ventre e cuja glória é para sua confusão, pois
só pensam nas coisas terrenas (Fp.3:19).

- Ao termos consciência de que “há vida no além” (como diz o missionário e poeta sacro Joel Carlson – 1889-
1942 - na terceira estrofe do hino 355 da Harpa Cristã), sabemos que temos de aqui ter uma vida que nos
permite chegar à eternidade com Deus a fim de que possamos viver para sempre com Ele.

- Em Seu ensino, o Senhor Jesus sempre enfatizou esta figura da vida como um caminho. No sermão do
monte, Cristo deixou bem claro que existem dois caminhos: o caminho apertado, que se inicia com a porta
estreita, e que conduz à salvação e o caminho espaçoso, que se inicia com a porta larga, e que conduz à
perdição, sendo que a maioria das pessoas trafega neste último caminho (Mt.7:13,14).

- Jesus disse mesmo ser Ele o Caminho, a única via para se ter acesso ao Pai (Jo.14:6), ensino este tão
impactante que fez com que os judeus passassem a chamar os discípulos do Senhor como sendo os “do
Caminho” (At.19:9, 22:4; 24:14,22).

- O escritor aos hebreus, em sua defesa da fé em Cristo, faz ver àqueles crentes que eram destinatários de sua
epístola e que estavam querendo retornar ao judaísmo, que os patriarcas eram exímios peregrinos, pessoas
que, mesmo tendo de Deus a promessa de herdarem a terra de Canaã como sua possessão, tinham em vista a
pátria celestial, não se apegando a esta vida (Hb.11:13-16).

- Notamos, portanto, a importância de considerarmos a nossa existência terrena como algo transitório e
passageiro, como uma simples viagem, como um caminho para um destino que está além deste mundo, pois
nos permite perceber a necessidade de estarmos em comunhão com Deus, de procurar agradar-Lhe, a fim de
que sejam por Ele recebidos na eternidade para termos a Sua companhia para todo o sempre.

II – ESCOLHENDO O CAMINHO A SEGUIR

- Por primeiro, devemos lembrar que, quando o homem foi criado, ele foi posto no Éden, onde Deus havia
criado um jardim para que, ali, desfrutasse da comunhão com o seu Criador (Gn.2:7,8).

- Estava, pois, o homem estabelecido num local, onde tinha todo o necessário para a sua sobrevivência tanto
material quanto espiritual (Gn.2:9,10) e Deus vinha ao seu encontro toda viração do dia (Gn.3:8).

- O homem, então, encontrava-se num estado de permanente comunhão com o Senhor, uma vida eterna, ainda
que na face da Terra e dependente da renovação diária.

- Pois bem, quando pecou, o primeiro casal perdeu esta comunhão com o Senhor, perdeu esta vida (pois vida,
na Bíblia, nada mais é que comunhão, união), tanto que foi expulso do Éden e negado o acesso dele à árvore
da vida (Gn.3:22,23).

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- Diante desta separação, motivada pelo pecado (Is.59:2), o homem foi lançado no caminho da perdição, aquele
caminho espaçoso mencionado por Cristo no sermão do monte (Mt.7:13), caminho no qual, aliás, já estavam
o diabo e seus anjos.

- A grande novidade, que surpreendeu Satanás, é que o Senhor já havia feito um caminho para a salvação, o
que somente revelou no dia mesmo da queda. Este caminho apertado, com uma porta estreita, foi anunciado
pelo próprio Deus: a semente da mulher que pisaria a cabeça da serpente e teria seu calcanhar ferido (Gn.3:15).

- Este caminho da vida, apresentado pelo Senhor no dia mesmo da queda, foi uma promessa a todos os
homens até que fosse definitivamente aberto, o que ocorreu precisamente quando a semente da mulher feriu
a cabeça da serpente e teve seu calcanhar ferido, o que ocorreu quando Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo
morreu por nós na cruz do Calvário, tirando o pecado do mundo (Jo.1:29) e Se fazendo a propiciação pelos
pecados de todos (I Jo.2:2).

- Por isso o escritor aos hebreus afirma que Cristo Jesus abriu novo e vivo caminho que Ele nos consagrou
pela Sua carne (Hb.10:20), até porque, como Ele mesmo disse, este caminho tem início na porta estreita
(Mt.7:13), porta que é o próprio Senhor Jesus (Jo.10:9).

- Antes do sacrifício vicário de Cristo, as pessoas creram que viria o Salvador e, nesta fé, já viviam neste
mundo almejando a cidade em que habitariam com o Senhor no “mundo do além” e, por isso mesmo,
invocavam o nome do Senhor, como bem demonstra o escritor aos hebreus ao elencar a conhecida “galeria
dos heróis da fé” no capítulo 11 de sua epístola.

- Não é por outro motivo que os doutores da lei mosaica costumam dizer que o resumo de toda a lei é a
expressão do profeta Habacuque: “o justo viverá pela fé” (Hc.2:4), expressão retomada pelo apóstolo Paulo
para resumir a salvação resultante da fé na pregação do Evangelho (Rm.1:16,17).

- Há, portanto, um caminho de salvação, um caminho de vida, que, apresentado por Deus desde o dia mesmo
da queda, foi aberto por Cristo e são os homens convidados a entrar nele para que tenham novamente vida, ou
seja, comunhão com o Senhor.

- Este caminho foi proposto por Deus ao homem não só no anúncio da salvação no dia da queda, mas
mediante a resposta às invocações, como vemos nos casos de Abel, Sete, Enoque e Noé como também dos
patriarcas Abraão, Isaque e Jacó e, com a formação do povo de Israel, mediante a lei que lhes foi dada, em
que expressamente se conclamava a escolher a vida (Dt.30:11-20).

- Entretanto, por ter o homem a natureza pecaminosa, o fato é que, inevitavelmente, quando adquire o
homem a consciência, ele começa a trilhar no caminho da morte, porque a sua imaginação é
continuamente má (Gn.8:21).

- Assim, a partir do instante em que foi aberto o caminho da salvação, tem o homem de empregar força para
entrar nele, ou seja, é necessário que decida mudar de caminho, deixar o caminho da perdição para passar a
trafegar no caminho da salvação.

- Para que isto aconteça, necessário se faz, primeiramente, que a pessoa ouça a pregação do Evangelho, pois
ele é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê (Rm.1:16). Só quem ouve a palavra da verdade,
o evangelho da salvação, pode crer na mensagem e reconhecer que é um pecador e que precisa de um Salvador
e que este Salvador é Jesus Cristo (Ef.1:13).

- Quem se arrepende de seus pecados e crê no Evangelho alcança a salvação. Como diz o apóstolo Paulo,
somos justificados pela fé e, pela fé, temos entrada na graça de Deus (Rm.5:1,2). A fé vem pelo ouvir e ouvir
pela Palavra de Deus (Rm.10:17).

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- O início da caminhada se dá, portanto, pela oitiva do Evangelho e a fé em Cristo e, então, a pessoa decide
deixar o caminho da perdição e entrar pela porta estreita, que nada mais é que crer em Jesus como único e
suficiente Senhor e Salvador.

- Em sua alegoria, no livro “O peregrino”, John Bunyan bem ilustra esta realidade espiritual, mostrando que
Cristão, ao ter contato com a Palavra de Deus, por meio de Evangelista, percebeu que estava na “Cidade da
Destruição” e que tinha, necessariamente, de sair dali e iniciar sua jornada para a “Cidade Celestial”.

- Não se trata de algo que venha da mente humana. Todos nós temos uma “fé natural”, que é “…usar a
força de vontade para aceitar algo…” (SILVA, Antônio Gilberto da. Um estudo da doutrina da fé. In: Bíblia
com comentários de Antônio Gilberto, p.2298). Quando convencidos pelo Espírito Santo, ao ouvirmos a
palavra da verdade, esta crença recebe a “fé salvadora” ou “fé salvífica” que, “…estritamente falando, é divina,
sobrenatural. É atributo de Deus. É força vital divina, criativa, fé sobrenatural…” (ibid.). É esta fé que, ativada
pela pregação, faz-nos confessar nossos pecados e receber a Cristo como Salvador.

- Note-se aqui que se trata de uma decisão tomada pelo indivíduo. Jesus propõe que a pessoa entre pela
porta estreita. Quem tem de entrar é cada um de nós, é um ato voluntário de cada um. É preciso “empregar
força”, ou seja, reconhecer-se pecador, condenado e crer que Jesus pode perdoar os pecados e lhe dar uma
nova vida. É imperioso renunciar à impiedade e às concupiscências mundanas, bem como decidir viver neste
presente século sóbria, justa e piamente (Tt.3:12).

- O início da caminhada é o “novo nascimento” mencionado por Cristo ao mestre de Israel, Nicodemos. É
preciso morrer para o mundo e para o pecado, que é o caminho da perdição, e nascer de novo, passar a ter uma
nova existência, no caminho da salvação. “Se alguém quiser vir após Mim, negue-se a si mesmo, e tome a sua
cruz, e siga-Me” (Mc.8:34b), disse claramente Nosso Senhor e Salvador.

- Não é por outro motivo que o item 6 do Cremos da Declaração de Fé das Assembleias de Deus afirma que
“[CREMOS] na necessidade absoluta do novo nascimento pela graça de Deus mediante a fé em Jesus Cristo
e pelo poder atuante do Espírito Santo e da Palavra de Deus para tornar o homem aceito no Reino dos Céus
(Jo.3:3-8; Ef.2:8,9)”.

- O início da caminhada advém de uma escolha pela vida, de uma atitude de fé no Evangelho. Crendo
em Jesus, a graça de Deus que se manifestou aos homens trazendo-lhes salvação, qualquer um pode ser salvo
e entrar pela porta estreita, dando início a esta marcha rumo ao céu.

- Não há “predestinação incondicional”. Quando Jesus diz que devemos entrar pela porta estreita, reafirma
o que o Senhor já dissera aos israelitas: há uma proposta para que cada um escolha a vida. Observe-se bem:
proposta, não imposição. Segundo os adeptos da “predestinação incondicional”, haveria uma imposição:
alguns seriam postos, mesmo contra a vontade, no caminho da salvação e, outros, no caminho da perdição.

- O Senhor Jesus foi bem claro ao mostrar que quem entrar pela porta, que é Ele mesmo, será salvo. Tem-se,
portanto, uma “predestinação condicional”. Somente será salvo quem crer em Jesus, o único e suficiente
Salvador, pois “em nenhum outro há salvação, porque também debaixo do céu nenhum outro nome há dado
entre os homens pelo qual devamos ser salvos” (At.4:12). “Quem crer e for batizado será salvo e quem não
crer será condenado” (Mc.16:16).

III – COMEÇANDO A ANDAR NO CAMINHO DA SALVAÇÃO

- Tomada a decisão de seguir a Cristo, que é seguir o caminho (Jo.14:6), o que se dá mediante a fé salvadora,
que foi ativada mediante a oitiva da pregação do Evangelho e do convencimento do Espírito Santo (Jo.16:7-
11), faz-se preciso começar a andar neste caminho. Não se trata apenas de deixar o caminho da perdição, em
que se está, mas entrar na porta estreita, começar a andar no caminho da vida.

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- Para se iniciar este caminho, uma vez sendo transportados das trevas para a luz (At.26:18; Cl.1:13; I Pe.2:9),
que passamos a ver por causa do Evangelho (II Co.4:4), necessário se faz crescer na fé, pois a fé deve ser
como um grão de mostarda, que, sendo a menor de todas as sementes, torna-se a maior de todas as hortaliças
(Mc.4:31,32).

- Uma vez mais nos reportando à obra de Bunyan, vemos que o primeiro obstáculo que Cristão teve de
enfrentar em sua jornada foi o “Pântano da Desconfiança”, “…o escoamento de todas as dúvidas e as
imundícies que conduzem ao pecado…” (BUNYAN, John. O peregrino – parte 1: as aventuras do peregrino.
Trad. de Simone Lacerda de Almeida e Viviane Borges Soares Andrade, p.122).

- A fé tem de ser crescente (II Co.10:15; II Ts.1:3) e, para tanto, é preciso desenvolver a “fé ativa”, ou seja,
“…Depois que aceitamos a Cristo, alcançamos uma fé duradoura, ou seja, uma crença firme e resoluta em
Deus. Mediante esta, permanecemos confiando em Deus independente das circunstâncias. A fé viva impede-
nos de sermos vencidos pelas provações (II Co 4.13).…” (SILVA, Antônio Gilberto da. Lição 8 – Fidelidade:
o fruto da confiança. In; Lições Bíblicas CPAD. 1 trim 2005. Disponível em:
https://www.estudantesdabiblia.com.br/licoes_cpad/2005/2005-01-08.htm Acesso em 06 fev. 2024).

- Levados pelo Senhor do caminho da perdição para o caminho da salvação, entramos na porta estreita, que é
Cristo, e lá, como ocorreu com Cristão na alegoria do peregrino, ficamos livres do fardo do pecado e passamos
a estar sob o faro leve e o jugo suave de Jesus.

- Ao aceitarmos o fardo leve de Jesus e o jugo suave de Jesus, abandonamos a nossa própria vontade, porque
renunciamos a nós mesmos, passando agora a fazer a vontade de Deus, a agradar-Lhe. Somente podemos
agradar a Deus se tivermos fé (Hb.11:6) e, aqui, como ensina o saudoso pastor Antônio Gilberto (1917-2018),
“…é tanto confiar em Deus como confiar-se a Deus” (id., p.2299).

- Ainda nos reportando ao saudoso mestre das Assembleias de Deus no Brasil, “…A fé salvadora envolve
quatro fatores pessoais: o conhecimento da verdade divina, mediante a Palavra (Rm.10:17); o assentimento
do intelecto às verdades divinas da salvação; o consentimento da vontade pessoal quanto à salvação e a
confiança total no Salvador Jesus, o que implica a apropriação pessoal de Seus méritos, a entrega pessoal a
Ele…” (id., p.2299).

- Sair do caminho da perdição e iniciar o trajeto no caminho da salvação é abandonar o ego, deixar de
andar conforme a sua própria vontade, “seguir a sua cabeça”, o que somente é possível no caminho
espaçoso e da porta larga.

- Quem entra pela porta estreita, está num “caminho apertado”, onde não há margem para manobras
próprias, onde não se conduz conforme se deseja, mas, antes, preso ao jugo de Cristo, é preciso trilhar no
rumo determinado pelo Senhor, sem se desviar nem para a direita nem para a esquerda (Nm.22:26; Dt.5:32;
Js.1:7; 23:6; Pv.4:27; Is.30:21), seguindo as Suas pisadas (I Pe.2:21).

- O início da caminhada dá-se, portanto, pela fé, fé que, iniciando-se pela fé salvífica, dada por Deus e que
ativa a nossa fé e nos faz crer no Evangelho e decidir mudar de vida, confessando e se arrependendo dos
pecados, desenvolve-se em fé ativa, pela qual passamos a confiar no Senhor e a seguir-Lhe, submetendo-se à
Sua vontade.

- É bem por este motivo que o apóstolo Paulo afirma que, no Evangelho se descobre a justiça de Deus de fé
em fé (Rm.1:17), pois “…a fé deve ser gradual, crescente no crente, ‘de fé em fé’…” (GILBERTO, Antônio.
A fé bíblica. In: op.cit., p.1998).

- Quando cremos em Jesus Cristo, entregamo-nos a Ele. Daí porque ser muito oportuna a expressão
“entregar-se para Jesus”, que costumeiramente ouvíamos durante nossa infância e adolescência nos apelos ao

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término dos cultos. Crer em Jesus é entregar-se a Ele, renunciar à condução da própria vida, passando a viver
para Cristo.

- Bem por isso o salmista Davi afirma que devemos entregar o caminho ao Senhor, confiar n’Ele que Ele tudo
fará (Sl.37:5). A demonstração de que realmente cremos em Jesus é este ato de entrega, esta abnegação, a
ponto de não mais vivermos, mas Cristo viver em nós, como disse o apóstolo Paulo (Gl.2:20), descrevendo
uma realidade que se instalou na sua vida no momento da sua conversão, já que, caído ao chão por causa da
refulgente luz que lhe cegou, não pôde fazer outra coisa senão entregar-se, senão render-se a Jesus: “Senhor,
que queres que faça?” (At.9:6).

- O novo nascimento ou regeneração é um ato imediato, decorrente da fé em Jesus. Nasce “a nova


criatura” (II Co.5:17), que adquire de imediato a vida eterna, pois é vivificado em Cristo. O perdão dos pecados
faz com que voltemos a ter comunhão com o Senhor e, deste modo, passamos a ter vida, pois quem crê em
Jesus passa da morte para a vida (Jo.5:24).

- Entretanto, assim como o recém-nascido já tem vida mas não tem condições de viver plenamente desde já,
tendo de ser alimentado, transportado de um lado para outro até começar a andar, bem como aprender o
necessário para sobreviver e viver na companhia das demais pessoas, assim também é a nova criatura em
Cristo Jesus.

- O novo convertido, posto sobre a rocha, precisa firmar seus passos para poder iniciar sua caminhada até o
céu (Sl.40:2). Esta firmeza lhe será dada pelo auxílio dos demais conservos, a começar pelo discipulado e pela
integração, que fará com que o neoconverso possa iniciar sua jornada rumo ao céu.

- Lembramo-nos aqui de Lázaro que, tornando à vida pelo poder de Cristo, foi desligado das faixas que o
envolviam para que pudesse caminhar e ir para a sua casa por parte das pessoas que estavam a ver a realização
deste milagre do Senhor.

- Da mesma maneira, em nossos dias, Jesus faz as pessoas tornar a vida, nascer de novo, salvando-as, mas são
os que estão com Ele, os membros em particular do Seu corpo, ou seja, a membresia da Igreja que deve auxiliar
o novo convertido para que ele se desvencilhe dos resquícios da morte, liberte-se dos vestígios da vida na
prática do pecado para que possa, então, com os pés firmes, iniciar a caminhada rumo a pátria celestial.

- Na alegoria de Bunyan, Cristão precisou de Auxílio para poder sair do pântano da desconfiança. Assim,
precisamos todos ser ajudados no início da caminhada para que alcancemos a firmeza.

- Observe que o apóstolo Paulo disse que, tendo entrada na graça pela fé, mantemo-nos firmes nela
(Rm.5:2), a indicar, portanto, que a fé tem de ser seguida pela firmeza. O apóstolo também insta os coríntios
a serem firmes e constantes, sempre abundantes na obra do Senhor, pois só assim alcançarão a glorificação de
que trata quando faz tal exortação (I Co.15:58).

- Barnabé, ao ter contato com os crentes gentios novos convertidos em Antioquia, quando neles viu a graça
de Deus, exortou-se para que tivessem firmeza de coração, pois só assim permaneceriam no Senhor (At.11:23).

- Pedro deixou bem claro a todos nós que os homens abomináveis e enganadores têm como alvo retirar a nossa
firmeza (II Pe.3:17).

- Para termos firmeza, torna-se necessário manter os nossos pés sobre a rocha, rocha que é Cristo (Mt.16:18;
I Co.10:4; I Pe.2:4), e isto nada mais é que seguir as pisadas do Senhor (I Pe.2:21), conduzir-se por onde Ele
nos mandar, já que estamos sob o Seu jugo.

- Para termos firmeza, torna-se necessário andar na verdade, pois Cristo é a verdade (Jo.14:6). O apóstolo
João folgava por saber que seus filhos na fé andavam na verdade (II Jo.4; II Jo.3,4).

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2º Trim. de 2024: A CARREIRA QUE NOS ESTÁ PROPOSTA: o caminho da salvação, santidade e
perseverança para chegar ao céu

- Andar na verdade, permanecer na verdade é observar a Palavra de Deus, que é a verdade (Jo.17:17).
Não há como ser verdadeiro discípulo sem tal conduta (Jo.8:31,32). Por isso mesmo, a Igreja é a coluna e
firmeza da verdade (I Tm.3:15).

- Ao adentrarmos no caminho da salvação, o que se faz pela fé (Ef.2:8), é indispensável que cultivemos esta
fé a cada dia, que procuremos transformar este pequena semente em uma grande hortaliça, pois sem fé não
agradaremos ao Senhor e sobre a fé é que se desenvolvem todas as virtudes, todas as qualidades do cristão.

- Vivemos o tempo do “princípio das dores”, este período imediatamente anterior ao arrebatamento da Igreja
e que é caracterizado, entre outras coisas, pela proliferação de falsos mestres, falsos cristos e falsos profetas,
tanto que o maior cuidado que devemos ter é o engano, como deixa o Senhor Jesus bem claro em Seu sermão
profético (Mt.24:4).

- Para que sejamos enganados é mister que desconheçamos a verdade, ou seja, que não cuidemos de nossa fé
e não venhamos a desenvolver a firmeza. Eis o motivo pelo qual o inimigo de nossas almas, o grande
enganador (Ap.12:9) luta tenazmente para que aqueles que ouvem a palavra da verdade e creem em Jesus não
se firmem na Palavra de Deus.

- Lamentavelmente, uma grande multidão de sedizentes cristãos está como a semente que caiu nos pedregais
e que, embora tenha germinado, logo morreu porque não tinha raiz (Mt.13:5,6), sendo precisamente aquele
que não tem firmeza ante as tribulações desta vida (Mt.13:20,21). E não tem firmeza porque não permanece
na Palavra e não permanece na Palavra porque não medita nela, dela não tem conhecimento.

- Não se pode caminhar para o céu sem que se tenha fé e firmeza e não se tem fé nem firmeza se não se
alimentar espiritualmente e o alimento é a Palavra de Deus (Mt.4:4; Lc.4:4).

Colaboração para o Portal Escola Dominical – Pr. Caramuru Afonso Francisco

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