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IDOSOS

 Competência política e administrativa dos conselhos (SAFA)


Supervisão
Acompanhamento
Fiscalização
Avaliação

INFORMAÇÕES GERAIS
 Se aplica ao com idade maior ou igual 60 anos;
 tarifa de onibus grátis acima de 65 anos;
 se o idoso está doente a ordem de quem cuida é a seguinte: Curador; família; Médico
 obrigação de alimentos é SOLIDÁRIA
 cabe transação perante MP ou defensor público com eficácia título extrajudicial
 Em todo atendimento de saúde, os maiores de 80 anos terão preferência especial sobre os
demais idosos, exceto em caso de emergência
 A operadora do plano de saúde tem o dever de custear as despesas de acompanhante do
paciente idoso no caso de internação hospitalar. STJ. 3ª Turma. REsp 1.793.840-RJ, Rel.
Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 05/11/2019 (Info 660).
 Ao idoso que esteja no domínio de suas faculdades mentais é assegurado o direito de
optar pelo tratamento de saúde que lhe for reputado mais favorável. Não estando o idoso
em condições de proceder à opção, esta será feita: I – pelo curador, quando o idoso for
interditado; II – pelos familiares, quando o idoso não tiver curador ou este não puder ser
contactado em tempo hábil; III – pelo médico, quando ocorrer iminente risco de vida e não
houver tempo hábil para consulta a curador ou familiar; IV – pelo próprio médico, quando
não houver curador ou familiar conhecido, caso em que deverá comunicar o fato ao
Ministério Público.
 Os casos de suspeita ou confirmação de violência praticada contra idosos serão objeto de
notificação compulsória pelos serviços de saúde públicos e privados à autoridade sanitária,
bem como serão obrigatoriamente comunicados por eles a quaisquer dos seguintes
órgãos: I – autoridade policial; II – Ministério Público; III – Conselho Municipal do Idoso; IV
– Conselho Estadual do Idoso; V – Conselho Nacional do Idoso.
 A participação dos idosos em atividades culturais e de lazer será proporcionada mediante
descontos de pelo menos 50% nos ingressos para eventos artísticos, culturais, esportivos
e de lazer, bem como o acesso preferencial aos respectivos locais
 LOAS só para idosos com mais do que 65 anos
 Todas as entidades de longa permanência, ou casa-lar, são obrigadas a firmar contrato de
prestação de serviços com a pessoa idosa abrigada. No caso de entidades filantrópicas, ou
casa-lar, é facultada a cobrança de participação do idoso no custeio da entidade. Não
poderá exceder a 70% de qualquer benefício previdenciário ou assistencial recebido pelo
idoso (o conselho municipal do idoso ou de assistência social regulará)
 A assistência integral na modalidade de entidade de longa permanência será prestada
quando verificada inexistência de grupo familiar, casa-lar, abandono ou carência de
recursos financeiros próprios ou da família
 As instituições devem manter identificação externa visível, sob pena de interdição
 Reserva de unidades em programas habitacionais: pelo menos 3%
 Reserva vagas de estacionamento: 5%
 Intervenção do MP é obrigatória nas ações que tratem dos direitos da lei, sob pena
de nulidade, a ser reconhecida de oficio pelo juiz ou mediante requerimento de
qualquer interessado. Intimação do MP deve ser sempre pessoal
 Ações para defesa dos direitos do idoso devem ser propostas no foro do seu domicilio, que
terá competência ABSOLUTA. São as ações envolvendo (sem exclusão de outras): I –
acesso às ações e serviços de saúde; II – atendimento especializado ao idoso portador de
deficiência ou com limitação incapacitante; III – atendimento especializado ao idoso
portador de doença infecto-contagiosa; IV – serviço de assistência social visando ao
amparo do idoso.
 Legitimidade para as ações coletivas, concorrentemente: I – o Ministério Público; II – a
União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios; III – a Ordem dos Advogados do
Brasil; IV – as associações legalmente constituídas há pelo menos 1 ano e que incluam
entre os fins institucionais a defesa dos interesses e direitos da pessoa idosa, dispensada a
autorização da assembléia, se houver prévia autorização estatutária.
 Em caso de desistência ou abandono da ação por associação legitimada, o Ministério
Público ou outro legitimado deverá assumir a titularidade ativa (estatuto da pessoa com
deficiência e ECA falam em PODERÁ)
 As multas não recolhidas até 30 dias após o trânsito em julgado da decisão serão exigidas
por meio de execução promovida pelo Ministério Público, nos mesmos autos
 O juiz poderá conferir efeito suspensivo aos recursos, para evitar dano irreparável à parte
 Decorridos 60 dias do trânsito em julgado da sentença condenatória favorável ao idoso
sem que o autor lhe promova a execução, deverá fazê-lo o Ministério Público, facultada,
igual iniciativa aos demais legitimados, como assistentes ou assumindo o polo ativo, em
caso de inércia desse órgão.
 Nas ações de que trata este Capítulo, não haverá adiantamento de custas, emolumentos,
honorários periciais e quaisquer outras despesas. Não se imporá sucumbência ao
Ministério Público
 O Ministério Público poderá instaurar sob sua presidência, inquérito civil, ou requisitar, de
qualquer pessoa, organismo público ou particular, certidões, informações, exames ou
perícias, no prazo que assinalar, o qual não poderá ser inferior a 10 dias

RESUMINHO DA PARTE PENAL


 ação penal incondicionada;
 Não admite Imunidade Absoluta nem Relativa;
 pena aumenta 1/3 se o cuidador do idoso ficar vilipendiando o idoso;
 aumenta pena 1/2 se vc poderia evitar alguma lesão e não faz nada;
 aumenta pena 3x se vc poderia evitar a morte dele e não faz nada;
 não prevê forma culposa
Pena máxima superior a 2 anos e inferior a 4 anos

 Pena máxima superior a 2 anos e inferior a 4 anos: aplica-se lei 9.099/95 (JUIZADOS
quanto ao procedimento - célere, favorável ao idoso, mas será julgado pelo juízo comum,
sem os institutos despenalizadores que seriam favoráveis ao réu)
 Pena inferior ou igual a 2 anos: aplica-se lei 9.099/95 quanto ao procedimento e a
transação penal.

- crimes previstos:

- discriminação ao idoso, impedindo ou dificultando seu acesso (na mesma pena


incorre quem desdenha, humilha, menospreza) – aumento de 1/3 se a vítima estava sob os
cuidados ou responsabilidade do agente
- deixar de prestar assistência quando possível sem risco à pessoa em caso de perigo
(aumento de ½ se lesão grave e triplo se morte)
- abandono em hospitais e afins ou não suprir necessidades básicas quando obrigado
por lei
- expor a perigo submetendo a condições desumanas, degradantes ou privando de
alimento (qualificado se resulta lesão grave e se resulta morte – penas distintas)
- obstar acesso a cargo, emprego, atendimento, deixar de cumprir ordem judicial, omitir
dados indispensáveis para as ações da lei quando requisitados pelo MP
- apropriar-se ou desviar bens
- negar acolhimento por recusa outorga procuração
- reter cartão magnético de conta ou documentos para assegurar recebimento valores
ou ressarcimento de dívida
- exibir ou veicular informações depreciativas ou injuriosas
- induzir idoso sem discernimento a outorgar procuração para dispor de bens
- coagir a doar, contratar, testar
- lavrar ata notarial de idoso sem discernimento sem a devida representação legal
- impedir ato do MP ou outro agente fiscalizador

INSTITUIÇÕES DE LONGA PERMANÊNCIA PARA IDOSOS (ILPI)


- São instituições governamentais ou não governamentais, de caráter residencial,
destinada a domicílio coletivo de pessoas com idade igual ou superior a 60 anos, com ou sem
suporte familiar, em condição de liberdade, dignidade e cidadania.

ENTIDADES DE ATENDIMENTO

- Entidades de atendimento ao idoso só têm a obrigação de fornecer vestuário


adequado caso sejam publicas
- As entidades governamentais e não governamentais de assistência ao idoso ficam
sujeitas à inscrição de seus programas, junto ao órgão competente da Vigilância Sanitária e
Conselho Municipal da Pessoa Idosa, e em sua falta, junto ao Conselho Estadual ou Nacional
da Pessoa Idosa. Serão fiscalizadas pelos Conselhos do Idoso, Ministério Público, Vigilância
Sanitária
- As instituições filantrópicas ou sem fins lucrativos prestadoras de serviço ao idoso
terão direito à assistência judiciária gratuita

- Art. 50 Constituem obrigações das entidades de atendimento:

I – celebrar contrato escrito de prestação de serviço com o idoso, especificando o tipo de


atendimento, as obrigações da entidade e prestações decorrentes do contrato, com os
respectivos preços, se for o caso;
II – observar os direitos e as garantias de que são titulares os idosos;
III – fornecer vestuário adequado, se for pública, e alimentação suficiente;
IV – oferecer instalações físicas em condições adequadas de habitabilidade;
V – oferecer atendimento personalizado;
VI – diligenciar no sentido da preservação dos vínculos familiares;
VII – oferecer acomodações apropriadas para recebimento de visitas;
VIII – proporcionar cuidados à saúde, conforme a necessidade do idoso;
IX – promover atividades educacionais, esportivas, culturais e de lazer;
X – propiciar assistência religiosa àqueles que desejarem, de acordo com suas crenças;
XI – proceder a estudo social e pessoal de cada caso;
XII – comunicar à autoridade competente de saúde toda ocorrência de idoso portador de
doenças infecto-contagiosas;
XIII – providenciar ou solicitar que o Ministério Público requisite os documentos necessários
ao exercício da cidadania àqueles que não os tiverem, na forma da lei;
XIV – fornecer comprovante de depósito dos bens móveis que receberem dos idosos;
XV – manter arquivo de anotações onde constem data e circunstâncias do atendimento, nome
do idoso, responsável, parentes, endereços, cidade, relação de seus pertences, bem como o
valor de contribuições, e suas alterações, se houver, e demais dados que possibilitem sua
identificação e a individualização do atendimento;
XVI – comunicar ao Ministério Público, para as providências cabíveis, a situação de abandono
moral ou material por parte dos familiares;
XVII – manter no quadro de pessoal profissionais com formação específica.

- Penalidades por descumprimento:


I – as entidades governamentais:
a) advertência;
b) afastamento provisório de seus dirigentes;
c) afastamento definitivo de seus dirigentes;
d) fechamento de unidade ou interdição de programa
II – as entidades não-governamentais:
a) advertência;
b) multa; - NÃO TEM NO ECA!
c) suspensão parcial ou total do repasse de verbas públicas;
d) interdição de unidade ou suspensão de programa
e) proibição de atendimento a idosos a bem do interesse público (só
tem previsão para a entidade não governamental. Não há dispositivo semelhante no estatuto
da pessoa com deficiência ou no ECA – os outros são iguais)
- Havendo danos aos idosos abrigados ou qualquer tipo de fraude em relação ao
programa, caberá o afastamento provisório dos dirigentes ou a interdição da unidade e a
suspensão do programa.

- Infrações administrativas:

- Deixar a entidade de atendimento de cumprir os requisitos da lei (se o fato não for
crime). Cabe interdição até irregularidades serem sanadas, com transferência dos idosos para
outra entidade, custeada pela interditada)
- Deixar o profissional de saúde ou o responsável por estabelecimento de saúde ou
instituição de longa permanência de comunicar à autoridade competente os casos de crimes
contra idoso de que tiver conhecimento
- Deixar de cumprir as determinações desta Lei sobre a prioridade no atendimento ao
idoso

- O procedimento para a imposição de penalidade administrativa por infração às


normas de proteção ao idoso terá início com requisição do Ministério Público ou auto de
infração elaborado por servidor efetivo e assinado, se possível, por 2 testemunhas
- prazo para defesa: 10 dias
- Nos casos em que não houver risco para a vida ou a saúde da pessoa idosa
abrigada, a autoridade competente aplicará à entidade de atendimento as sanções
regulamentares, sem prejuízo da iniciativa e das providências que vierem a ser adotadas pelo
Ministério Público ou pelas demais instituições legitimadas para a fiscalização.

- Apuraçao irregularidade entidades

- O procedimento de apuração de irregularidade em entidade governamental e não-


governamental de atendimento ao idoso terá início mediante petição fundamentada de pessoa
interessada ou iniciativa do Ministério Público (no ECA há previsão de ofício pelo juiz)
- cabe afastamento provisório do dirigente se houver motivo grave. A autoridade
superior deve providenciar substituição em 24h
- prazo para defesa: 10 dias

VAGAS RESERVADAS

- Aos maiores de 65 anos fica assegurada a gratuidade dos transportes coletivos


públicos urbanos e semi-urbanos, exceto nos serviços seletivos e especiais, quando
prestados paralelamente aos serviços regulares.
- Nos veículos de transporte coletivo de que trata este artigo, serão reservados 10%
dos assentos para os idosos, devidamente identificados com a placa de reservado
preferencialmente para idosos.
- No caso das pessoas compreendidas na faixa etária entre 60 e 65 anos, ficará a
critério da legislação local dispor sobre as condições para exercício da gratuidade.

- No sistema de transporte coletivo interestadual aplica-se a partir de 60 anos e


observar-se-á, nos termos da legislação específica:
I – a reserva de 2 vagas gratuitas por veículo para idosos com renda igual
ou inferior a 2 salários-mínimos;
II – desconto de 50%, no mínimo, no valor das passagens, para os idosos
que excederem as vagas gratuitas, com renda igual ou inferior a 2 salários-mínimos.
- A reserva de 2 (duas) vagas gratuitas por veículo para idosos com renda igual ou
inferior a 2 (dois) salários-mínimos, prevista no art. 40, I, do Estatuto do Idoso, não se limita ao
valor das passagens, abrangendo eventuais custos relacionados diretamente com o
transporte, em que se incluem as tarifas de pedágio e de utilização dos terminais. STJ. 1ª
Turma. REsp 1543465-RS, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, julgado em 13/12/2018 (Info
641).
 É assegurada a reserva de vaga, para os idosos, nos termos da lei local, de 5 %
das vagas nos estacionamentos públicos e privados, as quais deverão ser posicionadas
de forma a garantir a melhor comodidade dos idosos.
 A prioridade do atendimento ao idoso (no capitulo do acesso à justiça no estatuto) não
menciona o atendimento no MP
 Nos termos da jurisprudência consolidada do STJ, não é obrigatória a intervenção do
Ministério Público nas ações que envolvam interesse de idoso, exceto se comprovada
a situação de risco de que cuida o art. 43 da Lei nº 10.741/2003.

Art. 74. Compete ao Ministério Público:

I – instaurar o inquérito civil e a ação civil pública para a proteção dos direitos e interesses
difusos ou coletivos, individuais indisponíveis e individuais homogêneos do idoso;
II – promover e acompanhar as ações de alimentos, de interdição total ou parcial, de
designação de curador especial, em circunstâncias que justifiquem a medida e oficiar em
todos os feitos em que se discutam os direitos de idosos em condições de risco;
III – atuar como substituto processual do idoso em situação de risco, conforme o
disposto no art. 43 desta Lei;
IV – promover a revogação de instrumento procuratório do idoso, nas hipóteses previstas
no art. 43 desta Lei, quando necessário ou o interesse público justificar;
V – instaurar procedimento administrativo e, para instruí-lo:
a) expedir notificações, colher depoimentos ou esclarecimentos e, em caso de não
comparecimento injustificado da pessoa notificada, requisitar condução coercitiva, inclusive
pela Polícia Civil ou Militar;
b) requisitar informações, exames, perícias e documentos de autoridades municipais,
estaduais e federais, da administração direta e indireta, bem como promover inspeções e
diligências investigatórias;
c) requisitar informações e documentos particulares de instituições privadas;
VI – instaurar sindicâncias, requisitar diligências investigatórias e a instauração de
inquérito policial, para a apuração de ilícitos ou infrações às normas de proteção ao idoso;
VII – zelar pelo efetivo respeito aos direitos e garantias legais assegurados ao idoso,
promovendo as medidas judiciais e extrajudiciais cabíveis;
VIII – inspecionar as entidades públicas e particulares de atendimento e os programas de
que trata esta Lei, adotando de pronto as medidas administrativas ou judiciais necessárias à
remoção de irregularidades porventura verificadas;
IX – requisitar força policial, bem como a colaboração dos serviços de saúde, educacionais
e de assistência social, públicos, para o desempenho de suas atribuições;
X – referendar transações envolvendo interesses e direitos dos idosos previstos nesta Lei.
Art. 45. Verificada qualquer das hipóteses previstas no art. 43, o Ministério Público ou o Poder
Judiciário, a requerimento daquele, poderá determinar, dentre outras, as seguintes medidas:

I – encaminhamento à família ou curador, mediante termo de responsabilidade;


II – orientação, apoio e acompanhamento temporários;
III – requisição para tratamento de sua saúde, em regime ambulatorial, hospitalar ou
domiciliar;
IV – inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio, orientação e tratamento a
usuários dependentes de drogas lícitas ou ilícitas, ao próprio idoso ou à pessoa de sua
convivência que lhe cause perturbação;
V – abrigo em entidade;
VI – abrigo temporário.

JURISPRUDÊNCIA

- O Estatuto do Idoso (Lei n. 10.741/2003) tem aplicação imediata sobre todas as


relações jurídicas de trato sucessivo, ainda que firmadas anteriormente à sua vigência, por se
tratar de norma cogente.
- O art. 88 do Estatuto do Idoso, que prevê a possibilidade de pagamento das custas
processuais ao final do processo, aplica-se somente às ações referentes a interesses difusos,
coletivos e individuais indisponíveis ou homogêneos. Não há permissão legal para que o réu
imputado por improbidade seja considerado isento de custas.
- É desnecessária a intervenção do Ministério Público na qualidade de fiscal da lei em
demandas que não envolvam direitos coletivos ou em que não haja exposição de idoso aos
riscos previstos no art. 43 da Lei n. 10.741/2003.
- Em regra, é válida a cláusula de reajuste por faixa etária em contrato de seguro de
vida. Essa cláusula somente não será válida nos casos em que o contrato já tenha previsto
alguma outra técnica de compensação do “desvio de risco” dos segurados idosos, como nos
casos de constituição de reserva técnica para esse fim, a exemplo dos seguros de vida sob
regime da capitalização (em vez da repartição simples). STJ. 3ª Turma. REsp 1.816.750-SP,
Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, julgado em 26/11/2019 (Info 663).

DEFICIENTES
- Considera-se pessoa com deficiência aquela que tem impedimento de longo prazo de
natureza física, mental, intelectual ou sensorial, o qual, em interação com uma ou mais
barreiras, pode obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de
condições com as demais pessoas. A avaliação será Biopsicossocial.

CONSENTIMENTO
- O consentimento prévio, livre e esclarecido da pessoa com deficiência é
INDISPENSÁVEL para a realização de tratamento, procedimento, hospitalização e pesquisa
científica.
- Em caso de pessoa com deficiência em situação de curatela, deve ser assegurada
sua participação, no maior grau possível, para a obtenção de consentimento.
- A pesquisa científica envolvendo pessoa com deficiência em situação de tutela ou de
curatela deve ser realizada, em caráter excepcional, apenas quando houver indícios de
benefício direto para sua saúde ou para a saúde de outras pessoas com deficiência e desde
que não haja outra opção de pesquisa de eficácia comparável com participantes não tutelados
ou curatelados.
- A pessoa com deficiência somente será atendida sem seu consentimento prévio, livre
e esclarecido em casos de risco de morte e de emergência em saúde, resguardado seu
superior interesse e adotadas as salvaguardas legais cabíveis.

*Os casos de suspeita ou de confirmação de violência praticada contra a pessoa


com deficiência serão objeto de notificação compulsória pelos serviços de saúde públicos e
privados à autoridade policial e ao Ministério Público, além dos Conselhos dos Direitos
da Pessoa com Deficiência.
*Os tradutores e intérpretes da Libras atuantes na educação básica devem, no mínimo,
possuir ensino médio completo e certificado de proficiência na Libras;
*Os tradutores e intérpretes da Libras, quando direcionados à tarefa de interpretar nas
salas de aula dos cursos de graduação e pós-graduação, devem possuir nível superior, com
habilitação, prioritariamente, em Tradução e Interpretação em Libras.
*A colocação competitiva da pessoa com deficiência pode ocorrer por meio de trabalho
com apoio
* É vedada a recusa de oferta de obra intelectual em formato acessível à pessoa com
deficiência, sob qualquer argumento, inclusive sob a alegação de proteção dos direitos de
propriedade intelectual
*O desenho universal será sempre tomado como regra de caráter geral. Nas hipóteses
em que comprovadamente o desenho universal não possa ser empreendido, deve ser adotada
adaptação razoável.
*É assegurado à pessoa com deficiência, mediante solicitação, o recebimento de
contas, boletos, recibos, extratos e cobranças de tributos em formato acessível.
*Os fornecedores devem disponibilizar, mediante solicitação, exemplares de bulas,
prospectos, textos ou qualquer outro tipo de material de divulgação em formato acessível.
*Nos editais de compras de livros, inclusive para o abastecimento ou a atualização de
acervos de bibliotecas em todos os níveis e modalidades de educação e de bibliotecas
públicas, o poder público deverá adotar cláusulas de impedimento à participação de editoras
que não ofertem sua produção também em formatos acessíveis.
*o poder público deve desenvolver plano específico de medidas de tecnologia assistiva,
a ser renovado a cada 4 anos. Os procedimentos previstos no plano deverão ser avaliados a
cada 2 anos.
*é vedada a instalação de seções eleitorais exclusivas para a pessoa com deficiência

ASSENTOS RESERVADOS:

Art. 3o da lei 10.048: As empresas públicas de transporte e as concessionárias de


transporte coletivo reservarão assentos, devidamente identificados, aos idosos, gestantes,
lactantes, pessoas portadoras de deficiência e pessoas acompanhadas por crianças de colo. (o
obeso não está incluído).
Art. 1o decreto 3691: As empresas permissionárias e autorizatárias de transporte
interestadual de passageiros reservarão dois assentos de cada veículo, destinado a serviço
convencional, para ocupação das pessoas portadoras de deficiência, comprovadamente
carentes, no sistema de transporte coletivo interestadual (parecido com idoso maior de 60, que
tem direito a dois assentos gratuitos no interestadual se tiver renda igual ou inferior a 2 salários
mínimos, e desconto de pelo menos 50% para os que excederem as vagas nessas condições)

DESCUMPRIMENTO DAS OBRIGAÇÕES DA LEI DE PRIORIDADE DE ATENDIMENTO


 Sujeitará os responsáveis:
o No caso de servidor ou de chefia responsável pela repartição pública, às penalidades
previstas na legislação específica;
o No caso de empresas concessionárias de serviço público, a MULTA de R$ 500,00 a
R$ 2.500,00, por veículos sem as condições previstas nos arts. 3o e 5o; (elevadas em
dobro no caso de reincidência)

CRIMES DO ESTATUTO

Discriminação: 1 - 3 anos (aumento de 1/3 se a vítima se encontrar sob cuidado e


responsabilidade do agente)
Comunicação (discriminação por meio de): 2 - 5 anos
Desvio ou apropriação bens do deficiente: 1 - 4 anos (aumento de 1/3 se a vítima se o crime é
cometido por tutor, curador, inventariante e etc ou por pessoa em ofício ou profissão)
Abandono em hospitais e asilos: 6m - 3 anos (incorre na mesma pena quem não prover as
necessidades básicas quando obrigado)
Cartão (reter para obter vantagem para si ou outrem. Abrange também documento) 6m - 2anos
(aumento de 1/3 se a vítima se o crime é cometido por tutor, curador APENAS)

PASSEIO PÚBLICO

Elemento obrigatório de urbanização e parte da via pública, normalmente segregado e


em nível diferente, destina-se somente à circulação de pedestres e, quando possível, à
implantação de mobiliário urbano e de vegetação

SEMÁFOROS PARA PEDESTRES

Instalados nas vias públicas deverão estar equipados com mecanismo que emita sinal
sonoro suave, intermitente e sem estridência, ou com mecanismo alternativo, que sirva de guia
ou orientação para a travessia de pessoas portadoras de deficiência visual, se a intensidade do
fluxo de veículos e a periculosidade da via assim determinarem.
Os semáforos instalados em vias públicas de grande circulação, ou que deem acesso
aos serviços de reabilitação, devem obrigatoriamente estar equipados com mecanismo que
emita sinal sonoro suave para orientação do pedestre.

AUXÍLIO-INCLUSÃO

REQUISITOS
Ter deficiência moderada ou grave
+
Receber o BPC e passar a exercer atividade remunerada que a enquadre como segurado
obrigatório do RGPS
ou
Ter recebido, nos últimos 5 anos o BPC e exercer atividade remunerada que a enquadre como
segurado obrigatório do RGPS.

POLÍTICA NACIONAL PARA A INTEGRAÇÃO DA PESSOA PORTADORA DE


DEFICIÊNCIA

Príncipios = "RED"

Respeito às pessoas portadoras de deficiência...


Estabelecimento de mecanismos e instrumentos...
Desenvolvimento de ação conjunta do Estado e da sociedade civil...

Instrumentos = FAFFA

Fomento à formação de recursos humanos...


Aplicação da legislação específica...
Fomento da tecnologia de bioengenharia...
Fiscalização do cumprimento da legislação pertinente à pessoa portadora de deficiência.
Articulação entre entidades governamentais e não-governamentais...
A dispensa de empregado DEFICIENTE, quando se tratar de contrato por prazo
determinado, superior a 90 dias, e a dispensa imotivada, no contrato por prazo
indeterminado, somente poderá ocorrer após a contratação de substituto em condições
semelhantes.

CONCEITOS
 Atendente pessoal: pessoa, membro ou não da família, que, com ou sem
remuneração, assiste ou presta cuidados básicos e essenciais à pessoa com
deficiência no exercício de suas atividades diárias, excluídas as técnicas ou os
procedimentos identificados com profissões legalmente estabelecidas;
 Profissional de apoio escolar: pessoa que exerce atividades de alimentação, higiene
e locomoção do estudante com deficiência e atua em todas as atividades escolares
nas quais se fizer necessária, em todos os níveis e modalidades de ensino, em
instituições públicas e privadas, excluídas as técnicas ou os procedimentos
identificados com profissões legalmente estabelecidas;
 Acompanhante: aquele que acompanha a pessoa com deficiência, podendo ou não
desempenhar as funções de atendente pessoal.
 Residências inclusivas: unidades de oferta do Suas localizadas em áreas
residenciais da comunidade, com estruturas adequadas, que possam contar com apoio
psicossocial para o atendimento das necessidades da pessoa acolhida, destinadas a
jovens e adultos com deficiência, em situação de dependência, que não dispõem de
condições de autossustentabilidade e com vínculos familiares fragilizados ou rompidos.
 Moradia para a vida independente da pessoa com deficiência: moradia com
estruturas adequadas capazes de proporcionar serviços de apoio coletivos e
individualizados que respeitem e ampliem o grau de autonomia de jovens e adultos
com deficiência
 barreiras urbanísticas: as existentes nas vias e nos espaços públicos e privados
abertos ao público ou de uso coletivo; X barreiras arquitetônicas: as existentes nos
edifícios públicos e privados.
 pessoa com mobilidade reduzida: aquela que tenha, por qualquer motivo, dificuldade
de movimentação, permanente ou temporária, gerando redução efetiva da mobilidade,
da flexibilidade, da coordenação motora ou da percepção, incluindo idoso, gestante,
lactante, pessoa com criança de colo e obeso.
 Acessibilidade: é direito que garante à pessoa com deficiência ou com mobilidade
reduzida viver de forma independente e exercer seus direitos de cidadania e de
participação social.

PERCENTUAIS DOS DIREITOS DA PCD

2% vagas em estacionamento (pelo menos 1) (idoso é 5%)


3% programas habitacionais - aqui, lembrar dos 3 porquinhos kkk (idoso também é 3%)
5% brinquedos em parques
5% servidores/funcionários/terceirizados capacitados para uso e interpretação em Libras
10% quartos em pousadas e hotéis (pelo menos 1)
10% telecentros e lanhouses
10% frotas de táxi
Locadora de veículo - 1 veículo adaptado para cada 20 veículos da frota
Concursos públicos - mínimo de 5% - até 20% das vagas
- caso a aplicação do referido percentual resulte em número fracionado, este deverá ser
elevado até o primeiro número inteiro subsequente, desde que respeitado o limite máximo
do percentual legal das vagas oferecidas no certame.
- A reserva de vagas em concursos públicos destinadas às pessoas com deficiência não
pode se restringir àquelas oferecidas por localidade, devendo ser computadas pela
totalidade de vagas oferecidas no certame.
- De acordo com as disposições do Decreto n. 3.298/1999, a avaliação da compatibilidade
entre as atribuições do cargo e a deficiência do candidato deve ser feita por equipe
multiprofissional durante o estágio probatório e não no decorrer do concurso público.
- visão monocular: deficiente; surdez unilateral: não deficiente.

*Se uma pessoa com deficiência for adquirir um automóvel, ela não precisará pagar o IPI
sobre o veículo comprado. Isso fará com que o preço por ela pago seja menor. Essa
isenção está prevista no art. 1º da Lei 8.989/95. Vale ressaltar, no entanto, que, pelo art. 2º
da Lei, essa isenção somente poderá ser utilizada uma vez a cada 2 anos. A isenção de
IPI para aquisição de automóvel por pessoa com necessidades especiais (art. 1º, IV, da
Lei 8.989/1995) poderá ser novamente concedida antes do término do prazo de 2 anos
contado da aquisição (art. 2º) se o veículo vier a ser roubado durante esse período. O art.
2º da Lei n.° 8.989/95 deve ser interpretado de maneira a satisfazer o caráter humanitário
da política fiscal, primando pela inclusão das pessoas com necessidades especiais e não
restringindo seu acesso.

AVALIAÇÃO DA DEFICIÊNCIA
 Quando necessária, será biopsicossocial
 Realizada por equipe multiprofissional e interdisciplinar
 Considerará: os impedimentos nas funções e nas estruturas do corpo; os fatores
socioambientais, psicológicos e pessoais; a limitação no desempenho de atividades e
a restrição de participação
 O Poder Executivo criará instrumentos para avaliação da deficiência.

RESERVA DE CARGOS EM EMPRESAS


100 à 200 = 2%
201 à 500 = 3%
501 à 1.000 = 4%
+ de 1.000 = 5%

A educação do aluno com deficiência deverá iniciar-se na educação infantil, a partir de zero
ano.

RESERVAR ASSENTO: não entra o OBESO


As empresas públicas de transporte e as concessionárias de transporte coletivo reservarão
assentos, devidamente identificados, aos idosos, gestantes, lactantes, pessoas portadoras de
deficiência e pessoas acompanhadas por crianças de colo.

ATENDIMENTO PRIORITÁRIO: entra o OBESO


As pessoas com deficiência, os idosos com idade igual ou superior a 60 anos, as gestantes, as
lactantes, as pessoas com crianças de colo e os obesos terão atendimento prioritário, nos
termos desta Lei.

OBRIGADOS A FORNECER ACESSIBILIDADE NOS SÍTIOS DA INTERNET


- Empresas com sede ou representação comercial no País
- Órgãos de governo

OBRIGADOS A FORNECER EQUIPAMENTOS E INSTALAÇÕES ACESSÍVEIS


- Lan houses
- Telecentros comunitários que receberem recursos públicos federais para seu custeio ou sua
instalação
MEDIDAS DA LEI 13.146 QUE DEPENDEM DE SOLICITAÇÃO POR PARTE DO
DEFICIENTE

Art. 30. Nos processos seletivos para ingresso e permanência nos cursos oferecidos pelas
instituições de ensino superior e de educação profissional e tecnológica, públicas e privadas,
devem ser adotadas as seguintes medidas:
IV - Disponibilização de recursos de acessibilidade e de tecnologia assistiva adequados,
previamente solicitados (...)
V - Dilação de tempo (...) mediante prévia solicitação e comprovação da necessidade;

Art. 62. É assegurado à pessoa com deficiência, mediante solicitação, o recebimento de


contas, boletos, recibos, extratos e cobranças de tributos em formato acessível.

Art. 69, § 2º Os fornecedores devem disponibilizar, mediante solicitação, exemplares de


bulas, prospectos, textos ou qualquer outro tipo de material de divulgação em formato
acessível.

Art. 95. É vedado exigir o comparecimento de pessoa com deficiência perante os órgãos
públicos quando seu deslocamento, em razão de sua limitação funcional e de condições de
acessibilidade, imponha-lhe ônus desproporcional e indevido (...)
II - Quando for de interesse da pessoa com deficiência, ela apresentará solicitação de
atendimento domiciliar ou fará representar-se por procurador constituído para essa finalidade.

DEFICIÊNCIA FÍSICA

- Alteração completa ou parcial de um ou mais segmentos do corpo humano,


acarretando o comprometimento da função física, apresentando-se sob a forma de paraplegia,
paraparesia, monoplegia, monoparesia, tetraplegia, tetraparesia, triplegia, tetraparesia,
hemiplegia, hemiparesia, ostomia, amputação ou ausência de membro, paralisia cerebral,
nanismo, membros com deformidade congênita ou adquirida, EXCETO as DEFORMIDADES
ESTÉTICAS E AS QUE NÃO PRODUZAM DIFICULDADES PARA O DESEMPENHO DE
FUNÇÕES.

INERPRETES E TRADUTORES
 Na Educação Básica: ensino médio completo + certificado de proficiência na Libras.
 Na graduação e pós-graduação: nível superior + habilitação, PRIORITARIAMENTE,
em Tradução e Interpretação em Libras

CURATELA

- Somente quando necessário. É MEDIDA PROTETIVA EXTRAORDINÁRIA,


proporcional às necessidades e às circunstâncias de cada caso, e durará o menor tempo
possível. O curador deve prestar contas anualmente.
- Afetará tão somente os atos relacionados aos direitos de natureza patrimonial e
negocial.
- A definição da curatela não alcança o direito ao próprio corpo, à sexualidade, ao
matrimônio, à privacidade, à educação, à saúde, ao trabalho e ao voto.
- No caso de pessoa em situação de institucionalização, ao nomear curador, o juiz deve
dar preferência a pessoa que tenha vínculo de natureza familiar, afetiva ou comunitária com o
curatelado.
- Para emissão de documentos oficiais, não será exigida a situação de curatela da
pessoa com deficiência.
- Em casos de relevância e urgência e a fim de proteger os interesses da pessoa com
deficiência em situação de curatela, será lícito ao juiz, ouvido o Ministério Público, de oficio ou
a requerimento do interessado, nomear, desde logo, curador provisório, o qual estará sujeito,
no que couber, às disposições do Código de Processo Civil.
LEIS
 LEI Nº 10.048, DE 8 DE NOVEMBRO DE 2000: Dá prioridade de atendimento às pessoas
 LEI Nº 10.098, DE 19 DE DEZEMBRO DE 2000: Estabelece normas gerais e critérios
básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência ou com
mobilidade reduzida
 LEI Nº 11.126, DE 27 DE JUNHO DE 2005: Dispõe sobre o direito do portador de
deficiência visual de ingressar e permanecer em ambientes de uso coletivo
acompanhado de cão-guia
o É assegurado à pessoa com deficiência visual acompanhada de cão-guia o direito de
ingressar e de permanecer com o animal EM TODOS OS MEIOS DE TRANSPORTE
e em estabelecimentos abertos ao público, de uso público e privados DE USO
COLETIVO, desde que observadas as condições impostas por esta Lei.
 LEI Nº 13.146, DE 2015: Institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência
(Estatuto da Pessoa com Deficiência)

TIPOS DE EDIFICAÇÕES E SUAS CARACTERÍSTICAS:

TODOS OS TIPOS DEVEM TER ENTRADA INDEPENDENTE!!!


 EDIFICAÇÕES DE USO PÚBLICO A SEREM CONSTRUÍDAS:
o SANITÁRIOS DEVE TER NO MÍN: 1 CABINE PARA CADA SEXO EM CADA
PAVIMENTO
o OBEDECER ÀS NORMAS DA ABNT
 EDIFICAÇÕES DE USO PÚBLICO JÁ EXISTENTES:
o PRAZO DE 30 MESES PARA GARANTIR PELO MENOS 1 BANHEIRO ACESSÍVEL
POR PAVIMENTO
 EDIFICAÇÕES DE USO COLETIVO A SEREM CONSTRUÍDAS (AMPLIADAS /
REFORMADAS):
o DEVE TER BANHEIROS DE USO PÚBLICO
o OBEDECER ÀS NORMAS DA ABNT.
 EDIFICAÇÕES DE USO COLETIVO JÁ EXISTENTES
o SANITÁRIOS LOCALIZADOS EM PAVIMENTOS ACESSÍVEIS ÀS PCDs
o OBEDECER ÀS REGRAS DA ABNT.

LEI 10.048/00
O que dispõe essa lei? Dá prioridade de atendimento às pessoas que especifica, e dá outras
providências.
Sobre o que mais versa essa lei?
1. Que os logradouros e sanitários públicos, bem como os edifícios de uso público, terão
normas de construção destinadas a facilitar o acesso e o uso desses locais.
2. Veículos que existiam antes da lei terão 180 dias para se adaptar.
3. Veículos produzidos após 12 meses dessa lei já serão planejados para facilitar o acesso
das pessoas P.C.D
4. Quem não cumprir: multa de 500 a 2500 por veículo, dobrando o valor em caso de
reincidência

VULNERABILIDADE
 Em regra, a pessoa com deficiência não é considerada vulnerável, salvo nos casos:
1. Situações de risco
2. Situação de emergência
3. Estado de calamidade
4. Especialmente vulnerável (Art. 5º, parágrafo único)
5. Criança com deficiência
6. Adolescente com deficiência
7. Mulher com deficiência
8. Idoso com deficiência
TECNOLOGIA ASSISTIVA

 O poder público desenvolverá plano de medidas, renovado a cada 4 anos, com a


finalidade de:

o Facilitar o acesso a crédito especializado, inclusive com oferta de linhas de crédito


subsidiadas, para aquisição de tecnologia assistiva;
o Agilizar, simplificar e priorizar procedimentos de importação de tecnologia
assistiva, especialmente as questões atinentes a procedimentos alfandegários e
sanitários;
o Criar mecanismos de fomento à pesquisa e à produção nacional de tecnologia
assistiva, inclusive por meio de concessão de linhas de crédito subsidiado e de
parcerias com institutos de pesquisa oficiais;
o Eliminar ou reduzir a tributação da cadeia produtiva e de importação de tecnologia
assistiva;
o Facilitar e agilizar o processo de inclusão de novos recursos de tecnologia assistiva
no rol de produtos distribuídos no âmbito do SUS e por outros órgãos
governamentais.
 Os procedimentos constantes do plano específico de medidas deverão ser avaliados, pelo
menos, a cada 2 anos.

ACESSIBILIDADE

É instituído, no âmbito da Secretaria de Estado de Direitos Humanos do Ministério da


Justiça, o Programa Nacional de Acessibilidade, com dotação orçamentária específica, cuja
execução será disciplinada em regulamento.

PROTEÇÃO E DIREITOS DAS PESSOAS PORTADORAS DE TRANSTORNOS MENTAIS –


LEI Nº 10.216/01

- internação, em qualquer de suas modalidades, só será indicada quando os recursos


extra-hospitalares se mostrarem insuficientes.
- O tratamento visará, como finalidade permanente, a reinserção social do paciente em
seu meio.
- O tratamento em regime de internação será estruturado de forma a oferecer
assistência integral à pessoa portadora de transtornos mentais, incluindo serviços médicos, de
assistência social, psicológicos, ocupacionais, de lazer, e outros.
- É vedada a internação de pacientes portadores de transtornos mentais em instituições
com características asilares, ou seja, aquelas desprovidas dos recursos mencionados e que
não assegurem aos pacientes os direitos enumerados na lei.
- O paciente há longo tempo hospitalizado ou para o qual se caracterize situação de
grave dependência institucional, decorrente de seu quadro clínico ou de ausência de suporte
social, será objeto de política específica de alta planejada e reabilitação psicossocial
assistida, sob responsabilidade da autoridade sanitária competente e supervisão de
instância a ser definida pelo Poder Executivo, assegurada a continuidade do tratamento,
quando necessário.
- A internação psiquiátrica somente será realizada mediante laudo médico
circunstanciado que caracterize os seus motivos.
- A pessoa que solicita voluntariamente sua internação, ou que a consente, deve
assinar, no momento da admissão, uma declaração de que optou por esse regime de
tratamento. O término da internação voluntária dar-se-á por solicitação escrita do paciente ou
por determinação do médico assistente.
- A internação voluntária ou involuntária somente será autorizada por médico
devidamente registrado no Conselho Regional de Medicina - CRM do Estado onde se
localize o estabelecimento.
- A internação psiquiátrica involuntária deverá, no prazo de 72 horas, ser comunicada
ao Ministério Público Estadual pelo responsável técnico do estabelecimento no qual tenha
ocorrido, devendo esse mesmo procedimento ser adotado quando da respectiva alta.
- O término da internação involuntária dar-se-á por solicitação escrita do familiar, ou
responsável legal, ou quando estabelecido pelo especialista responsável pelo tratamento.
- Evasão, transferência, acidente, intercorrência clínica grave e falecimento serão
comunicados pela direção do estabelecimento de saúde mental aos familiares, ou ao
representante legal do paciente, bem como à autoridade sanitária responsável, no prazo
máximo de 24 horas da data da ocorrência.
- Pesquisas científicas para fins diagnósticos ou terapêuticos não poderão ser
realizadas sem o consentimento expresso do paciente, ou de seu representante legal, e sem a
devida comunicação aos conselhos profissionais competentes e ao Conselho Nacional de
Saúde.

URBANÍSTICO
ESTATUTO DA CIDADE

- Política urbana:

- Objetivo: ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e da


propriedade urbana.

- Diretrizes gerais:

I – garantia do direito a cidades sustentáveis


II – gestão democrática com participação da população e associações
III – cooperação entre os governos, iniciativa privada e demais setores
IV – planejamento do desenvolvimento das cidades e distribuição espacial da
população
V – oferta de equipamentos urbanos e comunitários, transporte e serviços
públicos adequados
VI – ordenação e controle do uso do solo.
VII – integração entre as atividades urbanas e rurais
VIII – adoções de padrões de sustentabilidade
IX – justa distribuição dos benefícios e ônus
X – adequação dos instrumentos econômicos/tributários para privilegiar os
geradores de bem estar geral
XI – recuperação dos investimentos do poder público que gerarem valorização
XII – proteção, preservação e recuperação do meio ambiente
XIII – audiência pública com população interessada
XIV – regularização fundiária
XV – simplificação da legislação
XVI – isonomia
XVII – estímulo às tecnologias que reduzam impactos ambientais
XVIII – prioridade para infraestrutura de energia, telecomunicações, água e
saneamento
XIX – condições de acessibilidade

- PRINCÍPIO DA FUNÇÃO SOCIAL DA CIDADE: Pretende atender as necessidades


da sociedade por meio de ações estabelecidas no plano diretor, regulando utilização de
áreas públicas, questões de moradia e sanitárias, de meio ambiente artificial sadio. A
função social da cidade é considerada um direito difuso.
- Nos casos de programas e projetos habitacionais de interesse social, desenvolvidos
por órgãos ou entidades da Administração Pública com atuação específica nessa área, a
concessão de direito real de uso de imóveis públicos poderá ser contratada coletivamente.

- CONTEÚDO MÍNIMO DO PLANO DIRETOR

a) a delimitação da área sujeita ao parcelamento, edificação ou ocupação


compulsórios, fixando -se prazos e condições previstos no art. 182, § 4º, da
Constituição Federal, como forma de aproveitamento do solo não utilizado ou
subutilizado;
b) disposições acerca do exercício do direito de preempção pelo município. O
direito de preempção vem a ser o direito de preferência, a favor do poder público
municipal, na aquisição de um imóvel urbano, objeto de alienação entre
particulares. O imóvel objeto de preferência deve integrar área delimitada no plano
diretor, o qual também deverá fixar um prazo de vigência deste direito, não superior a
cinco anos (art. 25, §§ 1º e 2 º, da Lei nº 10.257/01). Trata-se de uma medida que
visa racionalizar a atividade administrativa de desapropriação de imóveis para
implantação de projetos habitacionais, equipamentos urbanos ou comunitários, ou demais
finalidades elencadas no art. 26, do Estatuto da Cidade, reduzindo os custos de um
procedimento expropriatório tradicional
c) disposições sobre outorga onerosa do direito de construir, instrumento
previsto no art. 28, do Estatuto da Cidade. Cabe ao plano diretor da cidade fixar área
onde o direito de construir possa exceder o chamado coeficiente de
aproveitamento básico adotado, que é a relação estabelecida entre a área
edificável e a área do terreno. Para que este direito de construir exceda o coeficiente
de aproveitamento básico, deverá o empreendedor efetuar contrapartida financeira ao
município. Este coeficiente de aproveitamento básico pode ser fixado, no plano diretor,
de forma única para toda a região urbana, ou diferenciado para áreas específicas (art.
28, § 2º, do Estatuto da Cidade), atendendo às diferenças de infraestrutura básica existente
em cada área do município. De qualquer sorte, deverá o plano definir os limites máximos
de tal coeficiente (art. 28, § 3º, do Estatuto da Cidade). O coeficiente básico não
poderá ser fixado em limite tão baixo que conduza à subutilização do imóvel, pois isso
seria retirar a função social, inerente ao direito de propriedade. Isso acontecendo,
caracterizado estará o desvio legislativo e consequente nulidade da norma definidora desse
coeficiente;
d) disposições sobre operações urbanas consorciadas (art. 32, do Estatuto da
Cidade). Cabe ao plano diretor delimitar a área de aplicação destas operações, que
vêm a ser um conjunto de intervenções urbanas com participação de proprietários,
moradores, usuários e investidores privados, sob coordenação do poder público
municipal, para a realização de transformações urbanísticas estruturais que
possam trazer melhorias sociais e valorização ambiental. Destinam-se a promover a
recuperação de áreas deterioradas ou inadequadas diante das novas exigências da urbe
moderna;
e) disposições sobre a transferência do direito de construir, instrumento este
previsto no art. 35, do Estatuto da Cidade, através do qual se permite transferir o
potencial construtivo de um imóvel, situado em determinado local da cidade, para
outro imóvel, situado em outra localidade. Caberá ao plano diretor delimitar as
áreas, dentro da política de zoneamento local, onde poderá incidir tal direito de
transferência. Esta transferência não é feita aleatoriamente, pois seu exercício depende
da previsão do plano diretor, além de prévia autorização legislativa (consoante
determina o caput, do art. 35 e seu § 2º, do Estatuto da Cidade), a ser concedida
exclusivamente para as hipóteses previstas nos três incisos do caput: I –
implantação de equipamentos urbanos e comunitários para atender à demanda
crescente; II – preservação de imóvel com valor histórico, ambiental, paisagístico,
social ou cultural; III – para programas de regularização fundiária, urbanização de
ocupações por população de baixa renda e habitação de interesse social. Deverão ser
garantidos no processo de elaboração do plano diretor e de fiscalização de sua
implementação, a promoção de audiências públicas e debates com a participação da
população e de associações representativas dos segmentos da comunidade, além da
publicidade quanto aos documentos e informações produzidos.

Dispõe o art. 52, inc. VII, do Estatuto da Cidade, que incorrerá em improbidade
administrativa o prefeito que não adotar as providências para garantir a revisão do plano
diretor, a cada dez anos, bem como não providenciar na elaboração e aprovação do
plano diretor até 09/10/2006, no caso de municípios que ainda não o possuam e
tenham obrigação de aprová-lo neste prazo (municípios com mais de 20.000 habitantes,
ou que integrem regiões metropolitanas e aglomerações urbanas).

- O plano diretor deve ser revisto pelo menos a cada 10 anos e é obrigatório para
as cidades:

I – com mais de 20 mil habitantes;


II – integrantes de regiões metropolitanas e aglomerações urbanas;
III – onde o Poder Público municipal pretenda utilizar os instrumentos previstos no
§ 4o do art. 182 da Constituição Federal;
IV – integrantes de áreas de especial interesse turístico;
V – inseridas na área de influência de empreendimentos ou atividades com
significativo impacto ambiental de âmbito regional ou nacional.
VI - incluídas no cadastro nacional de Municípios com áreas suscetíveis à ocorrência
de deslizamentos de grande impacto, inundações bruscas ou processos geológicos ou
hidrológicos correlatos.
- Referidas cidades também devem elaborar plano de rotas acessíveis, compatível
com o plano diretor no qual está inserido, que disponha sobre os passeios públicos a serem
implantados ou reformados pelo poder público, com vistas a garantir acessibilidade da pessoa
com deficiência ou com mobilidade reduzida, sempre que possível de maneira integrada com
os sistemas de transporte coletivo de passageiros.
- No caso de cidades com mais de 500 mil habitantes, deverá ser elaborado um
plano de transporte urbano integrado, compatível com o plano diretor ou nele inserido

USUCAPIÃO ESPECIAL DE IMÓVEL URBANO: (PRO MISERO OU PRO HABITATIONE –


ART. 1240 CC, 9 DO ESTATUTO E 183 CF)

 Previsto na CF e regulamentado pelo art. 9º da Lei 10.257/2001 (Estatuto da Cidade):


aquele que possuir como sua área ou edificação urbana de até duzentos e
cinquenta metros quadrados, por cinco anos, ininterruptamente e sem oposição,
utilizando-a para sua moradia ou de sua família , adquirir-lhe-á o domínio, desde que
não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural. Não se exige justo título ou boa fé.
 O título de domínio será conferido ao homem ou à mulher, ou a ambos,
independentemente do estado civil. O direito não será reconhecido ao mesmo possuidor
mais de uma vez.
 Para fins de usucapião, o herdeiro legítimo continua, de pleno direito, a posse de seu
antecessor, desde que já resida no imóvel por ocasião da abertura da sucessão.
 em razão do seu cunho social, cada pessoa só será beneficiada uma única vez,
evitando-se assim a concentração de imóveis pelo mesmo proprietário por meio desse
instrumento.
 A lei exige a destinação do imóvel para moradia, mas não impõe o uso exclusivo.
Dessa maneira, o fim comercial de parte do imóvel não descaracteriza a usucapião,
desde que, preponderantemente, o bem seja usado como residência. -
 A lei exige o animus domini do ocupante, que deve exercer sobre o bem as
mesmas faculdades do proprietário. Por tal razão, não se aplica este instituto aos
locatários que, na vigência do contrato, exercem posse ad interdicta, sem ânimo de
dono do bem.
 Sucessio possesssionis: o dispositivo legal prevê a transferência da posse causa
mortis. Para que ocorra a continuidade no cômputo do prazo, é preciso que o
herdeiro já resida no local na época do óbito, não bastando, nesse caso, a posse
decorrente da saisine.
o No caso de haver mais de um herdeiro, e nem todos habitarem o imóvel, a doutrina
admite o aproveitamento da posse de um para os demais, de modo a considerar a
posse exercida pelo autor da herança.
 Objeto da usucapião: o limite legal de metragem abrange o terreno e a construção.
A área urbana, assim considerada, é a definida em lei municipal, como previsto no
Estatuto da Cidade. -
 Outros requisitos para a aquisição da propriedade: O prazo de 5 anos não começa
a contar a partir do advento da Lei 10.257/2001, mas do texto constitucional,
documento que primeiro previu essa modalidade de usucapião. - ATENÇÃO!!
 Vale ressaltar que a Lei 10.257/2001, diferentemente do Código Civil, não exige
justo título, nem boa-fé do adquirente para configurar a usucapião
 É possível usucapião especial urbana de apartamentos (nesse caso, quando for calcular se
o tamanho do imóvel é menor que 250m2, não se incluirá a área comum, como salão de
festas etc, mas tão somente a parte privativa).

USUCAPIÃO COLETIVA URBANA

 Tem como fim principal as favelas/comunidades e invasões que surgem


desordenadamente, sendo uma ocupação indistinta das pessoas que vivem no local. -
 Discute-se na doutrina a constitucionalidade da forma coletiva da usucapião,
considerando que a CF/88 previu apenas a modalidade individual.
 No entanto, há que se considerar que a usucapião é forma de aquisição da
propriedade e, sendo matéria de Direito Civil, dispensa assento constitucional,
bastando, para sua legalidade a previsão na legislação federal pertinente.
 Requisitos: A doutrina aponta como requisitos dessa forma de usucapião:
o terreno COM MAIS de duzentos e cinquenta metros quadrados, mas cuja área total
dividida pelo numero de possuidores seja inferior a 250m²;
o ocupado por POPULAÇÃO DE BAIXA RENDA para sua moradia, que não seja
possuidora de outro imóvel;
o por 5 CINCO anos, ininterruptamente;
o SEM oposição;
o NÃO for possível identificar os terrenos ocupados por cada possuidor;
o que os possuidores NÃO sejam proprietários de outro imóvel urbano ou rural.
 esta espécie de usucapião dispensa inclusive o JUSTO TÍTULO e a BOA -FÉ do
possuidor. -
 Accessio possessionis: distintamente da forma individual, a lei permite a soma de
posses entre pessoas vivas, desde que estas sejam contínuas.
 Criação de condomínio: o juiz, ao reconhecer a usucapião, criará um condomínio
entre os ocupantes da área. Na sentença, o juiz atribuirá igual fração ideal de terreno a
cada possuidor, independentemente da dimensão do terreno que cada um ocupe, salvo
hipótese de acordo escrito entre os condôminos, estabelecendo frações ideais
diferenciadas.
o A indivisibilidade do condomínio decorre da natureza da ocupação, que não
autoriza a identificação da posse exercida por cada um.
o A extinção do condomínio só será possível após a urbanização, quando
destacável cada propriedade e mediante a aprovação de 2/3 dos condôminos.
o As deliberações se darão por maioria simples.
o Por falta de previsão legal, não se aplica aqui o direito de preferência entre os
condôminos

OBS

 Na pendência da ação de usucapião especial urbana, ficarão sobrestadas quaisquer


outras ações, petitórias ou possessórias, que venham a ser propostas relativamente ao
imóvel usucapiendo.
 São partes legítimas para a propositura da ação de usucapião especial urbana: I – o
possuidor, isoladamente ou em litisconsórcio originário ou superveniente; II – os
possuidores, em estado de composse; III – como substituto processual, a associação
de moradores da comunidade, regularmente constituída, com personalidade jurídica,
desde que explicitamente autorizada pelos representados.
 Na ação de usucapião especial urbana é obrigatória a intervenção do Ministério
Público
 O autor terá os benefícios da justiça e da assistência judiciária gratuita, inclusive perante
o cartório de registro de imóveis (presunção relativa de hipossuficiência)
 A usucapião especial de imóvel urbano poderá ser invocada como matéria de
defesa, valendo a sentença que a reconhecer como título para registro no cartório de
registro de imóveis
 O rito processual a ser observado é o sumário.

DIREITO DE SUPERFÍCIE – PODE TUDO

- Tempo determinado ou indeterminado – pode tudo


- Gratuita ou onerosa – pode tudo
- mediante escritura pública registrada no CRI
- abrange o direito de utilizar o solo, o subsolo ou o espaço aéreo – pode tudo
- Superficiário responde integralmente pelos encargos e tributos
- direito pode ser transferido a terceiros
- no caso de morte do superficiário, os direitos são transmitidos aos herdeiros
- no caso de alienação do terreno ou do direito de superfície, incide direito de
preferencia ao superficiário e ao proprietário, respectivamente
- extingue-se pelo termo ou descumprimento obrigações
- não há indenização por benfeitorias e acessões, SALVO se as partes
convencionaram de forma distinta no contrato

DIREITO DE PREEMPÇÃO

- Confere ao poder público municipal preferência para aquisição de imóvel urbano


objeto de alienação onerosa entre particulares.
- a área em que incidirá o direito de preempção será definida por lei municipal, que
fixará o prazo de vigência não superior a 5 anos, renovável a partir de 1 ano após o decurso
do prazo inicial de vigência.
- é usado para quando o poder público precisar de áreas para regularização fundiária,
projetos habitacionais, expansão urbana, unidades de conservação, etc
- O proprietário deverá notificar sua intenção de alienar o imóvel para que o M se
manifeste por escrito no prazo máximo de 30 dias
- Transcorrido o prazo sem manifestação, o proprietário fixa autorizado a realizar a
alienação para terceiros, nas condições apresentadas ao M, devendo apresentar cópia do
instrumento de venda em 30 dias
- A alienação processada em condições diversas da proposta apresentada é NULA de
pleno direito. Nesse caso, o M poderá adquirir o imóvel pelo valor da BC do IPTU ou pelo valor
da proposta, o que for menor

OUTORGA ONEROSA DO DIREITO DE CONSTRUIR

- O plano diretor poderá fixar áreas nas quais o direito de construir poderá ser
exercido acima do coeficiente de aproveitamento básico adotado, mediante contrapartida a
ser prestada pelo beneficiário
- lei municipal específica estabelecerá as condições a serem observadas, com forma
de cálculo, casos de isenção e contrapartida do beneficiário

OPERAÇÕES URBANAS CONSORCIADAS

- depende de lei municipal específica


- Considera-se operação urbana consorciada o conjunto de intervenções e medidas
coordenadas pelo Poder Público municipal, com a participação dos proprietários,
moradores, usuários permanentes e investidores privados, com o objetivo de alcançar
em uma área transformações urbanísticas estruturais, melhorias sociais e a valorização
ambiental.
- deve ser elaborado um plano com definição da área, programa, finalidade, EIV e
contrapartida dos beneficiados
- A partir da aprovação da lei específica, são NULAS as licenças e autorizações a
cargo do Poder Público municipal expedidas em desacordo com o plano de operação urbana
consorciada.
- A lei específica que aprovar a operação urbana consorciada poderá prever a emissão
pelo Município de quantidade determinada de certificados de potencial adicional de construção,
que serão alienados em leilão ou utilizados diretamente no pagamento das obras necessárias à
própria operação. Os certificados serão livremente negociados, mas conversíveis em direito de
construir somente na área objeto da operação
- Nas regiões metropolitanas ou nas aglomerações urbanas instituídas por lei
complementar estadual, poderão ser realizadas operações urbanas consorciadas
interfederativas, aprovadas por leis estaduais específicas.

TRANSFERÊNCIA DO DIREITO DE CONSTRUIR

- Lei municipal, baseada no plano diretor, poderá autorizar o proprietário de imóvel


urbano, privado ou público, a exercer em outro local, ou alienar, mediante escritura
pública, o direito de construir previsto no plano diretor ou em legislação urbanística dele
decorrente, quando o referido imóvel for considerado necessário para fins de:
I – implantação de equipamentos urbanos e comunitários;
II – preservação, quando o imóvel for considerado de interesse histórico,
ambiental, paisagístico, social ou cultural;
III – servir a programas de regularização fundiária, urbanização de áreas
ocupadas por população de baixa renda e habitação de interesse social.

PARCELAMENTO E EDIFICAÇÃO COMPULSÓRIO

 É um modo de intervenção na propriedade privada, previsto no Estatuto da Cidade como


instrumento de política urbana, destinado a solo urbano não edificado, subutilizado ou
não utilizado, pois que há descumprimento de sua função social.
 Procedimento para determinar o parcelamento e edificação compulsórios: É necessária
lei municipal específica para área incluída no plano diretor e notificação ao
proprietário averbada no cartório de registro de imóveis. Observa-se que não é
válida previsão genérica.
 A notificação será feita por funcionário da prefeitura ao proprietário ou por edital quando
frustrada por 3 vezes a tentativa de notificação.
 É necessária a existência de plano diretor e da edição de uma lei específica para
cada caso, prevendo a instituição da obrigação em uma determinada área constante
do plano diretor
 Prazos para o cumprimento da obrigação:
o A lei municipal específica deverá fixar os prazos de cumprimento, que não poderão ser
inferior a:
 um ano, a partir da notificação, para que seja protocolado o projeto no órgão
municipal competente;
 dois anos, a partir da aprovação do projeto, para iniciar as obras do
empreendimento.
 consequências da transmissão do imóvel após a notificação: Seja transmissão por ato
inter vivos seja por causa mortis, as obrigações de parcelamento e edificação
são transferidas, sem interrupção em quaisquer dos prazos
 Em caso de descumprimento, incidirá IPTU progressivo.
*a alíquota máxima não excederá a 2 vezes o valor referente ao ano anterior e não poderá
ultrapassar 15%
- Decorridos 5 anos de cobrança do IPTU progressivo sem que o proprietário tenha
cumprido a obrigação de parcelamento, edificação ou utilização, o Município poderá proceder à
desapropriação do imóvel, com pagamento em títulos da dívida pública.
- M terá 5 anos para realizar o aproveitamento adequado, de forma direta ou
alienação/concessão a terceiros. O adquirente terá a mesma obrigação de
parcelamento/edificação

ESTUDO DE IMPACTO DE VIZINHANÇA – EIV

- O EIV será executado de forma a contemplar os efeitos positivos e negativos do


empreendimento ou atividade quanto à qualidade de vida da população residente na área
e suas proximidades, incluindo a análise, no mínimo, das seguintes questões:
I – adensamento populacional;
II – equipamentos urbanos e comunitários;
III – uso e ocupação do solo;
IV – valorização imobiliária;
V – geração de tráfego e demanda por transporte público;
VI – ventilação e iluminação;
VII – paisagem urbana e patrimônio natural e cultural.
- Os documentos integrantes do EIV serão públicos e ficarão disponíveis para consulta,
no órgão competente do Poder Público municipal, por qualquer interessado.
- A elaboração do EIV não substitui a elaboração e a aprovação de estudo prévio de
impacto ambiental (EIA), requeridas nos termos da legislação o ambiental.

GESTÃO DEMOCRÁTICA DA CIDADE

- Deve ser garantida por meio de:


I – órgãos colegiados de política urbana, nos níveis nacional, estadual e
municipal;
II – debates, audiências e consultas públicas;
III – conferências sobre assuntos de interesse urbano, nos níveis nacional,
estadual e municipal;
IV – iniciativa popular de projeto de lei e de planos, programas e projetos de
desenvolvimento urbano

CONSÓRCIO IMOBILIÁRIO

- O poder público municipal poderá facultar ao proprietário da área atingida pela


obrigação de parcelamento, a edificação ou a utilização compulsórios do solo urbano não
edificado, subutilizado ou não utilizado, ou objeto de regularização fundiária urbana para fins de
regularização fundiária, o estabelecimento de consórcio imobiliário como forma de viabilização
financeira do aproveitamento do imóvel.
- Considera-se CONSÓRCIO IMOBILIÁRIO a forma de viabilização de planos de
urbanização, de regularização fundiária ou de reforma, conservação ou construção de
edificação por meio da qual o proprietário transfere ao poder público municipal seu
imóvel e, após a realização das obras, recebe, como pagamento, unidades imobiliárias
devidamente urbanizadas ou edificadas, ficando as demais unidades incorporadas ao
patrimônio público.
- O valor das unidades imobiliárias a serem entregues ao proprietário será
correspondente ao valor do imóvel antes da execução das obras.
- A instauração do consórcio imobiliário por proprietários que tenham dado causa à
formação de núcleos urbanos informais, ou por seus sucessores, não os eximirá das
responsabilidades administrativa, civil ou criminal

ATOS DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA DO PREFEITO PREVISTOS NO ESTATUTO

II – deixar de proceder, no prazo de 5 anos, o adequado aproveitamento do


imóvel incorporado ao patrimônio público, conforme o disposto no § 4o do art. 8o desta Lei;
III – utilizar áreas obtidas por meio do direito de preempção em desacordo com o
disposto no art. 26 desta Lei;
IV – aplicar os recursos auferidos com a outorga onerosa do direito de construir
e de alteração de uso em desacordo com o previsto no art. 31 desta Lei;
V – aplicar os recursos auferidos com operações consorciadas em desacordo
com o previsto no § 1o do art. 33 desta Lei;
VI – impedir ou deixar de garantir os requisitos contidos nos incisos I a III do § 4o do
art. 40 desta Lei;
VII – deixar de tomar as providências necessárias para garantir a observância do
disposto no § 3o do art. 40 e no art. 50 desta Lei;
VIII – adquirir imóvel objeto de direito de preempção, nos termos dos arts. 25 a 27
desta Lei, pelo valor da proposta apresentada, se este for, comprovadamente, superior ao
de mercado.

 É possível que seja instituída uma região metropolitana ou aglomeração urbana


envolvendo Municípios pertencentes a Estados-membros diferentes. No entanto, neste
caso, deverão ser aprovadas leis complementares pelas assembleias legislativas
de cada um dos Estados envolvidos.
o Até a aprovação das leis complementares por todos os Estados envolvidos, a
região metropolitana ou a aglomeração urbana terá validade apenas para os
Municípios dos Estados que já houverem aprovado a respectiva lei (art. 4º, caput
e parágrafo único).
 O plano de desenvolvimento urbano integrado é um instrumento (documento) no
qual são definidas as diretrizes para o desenvolvimento urbano da região metropolitana
ou da aglomeração urbana.
o Todas as regiões metropolitanas e as aglomerações urbanas deverão possuir
um plano de desenvolvimento urbano integrado, que deverá ser aprovado
mediante lei estadual.
o Deverá ser elaborado no âmbito da estrutura de governança interfederativa e
aprovado pela instância colegiada deliberativa antes de ser enviado à assembleia
legislativa.
o O Ministério Público deverá acompanhar o processo de elaboração do plano,
além de fiscalizar a sua efetiva aplicação.
 A União apoiará as iniciativas dos Estados e dos Municípios voltadas à governança
interfederativa.
o Para que a União apoie a região metropolitana ou a aglomeração urbana,
será exigido que essa região ou aglomeração possua gestão plena.
o Diz-se que a região metropolitana ou a aglomeração urbana possui gestão
plena quando ela atende aos seguintes requisitos: está formalizada e
delimitada mediante lei complementar estadual; possui estrutura de
governança interfederativa própria, nos termos do Estatuto da Metrópole; e já
aprovou plano de desenvolvimento urbano integrado mediante lei estadual.

ATENÇÃO: Art. 21. Incorre em IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA, nos termos da Lei n.


8.429, de 1992:
I – o governador ou agente público ou prefeito que atue na estrutura de
governança interfederativa que deixar de tomar as providências necessárias para
garantir o cumprimento do disposto no caput do art. 10 desta Lei (aprovação do
plano de desenvolvimento integrado), no prazo de 3 anos da instituição da região
metropolitana ou da aglomeração urbana mediante lei complementar estadual;

PARCELAMENTO DO SOLO URBANO – LEI 6.766/79

- Considera-se LOTEAMENTO a subdivisão de gleba em lotes destinados a edificação,


COM ABERTURA DE NOVAS VIAS de circulação, de logradouros públicos ou
prolongamento, modificação ou ampliação das vias existentes.
- Considera-se DESMEMBRAMENTO a subdivisão de gleba em lotes destinados a
edificação, COM APROVEITAMENTO DO SISTEMA VIÁRIO EXISTENTE, desde que não
implique na abertura de novas vias e logradouros públicos, nem no prolongamento,
modificação ou ampliação dos já existentes.
- A infra-estrutura básica dos parcelamentos é constituída pelos equipamentos
urbanos de escoamento das águas pluviais, iluminação pública, esgotamento sanitário,
abastecimento de água potável, energia elétrica pública e domiciliar e vias de circulação.
- A infra-estrutura básica dos parcelamentos situados nas zonas habitacionais
declaradas por lei como de interesse social (ZHIS) consistirá, no mínimo, de: I - vias de
circulação; II - escoamento das águas pluviais; III - rede para o abastecimento de água
potável; e IV - soluções para o esgotamento sanitário e para a energia elétrica domiciliar
– ATENÇÃO: nos parcelamentos em ZHIS não se exige iluminação pública, só domiciliar!
- Constitui LOTEAMENTO DE ACESSO CONTROLADO a modalidade de loteamento,
cujo controle de acesso será regulamentado por ato do poder público Municipal,
sendo VEDADO O IMPEDIMENTO DE ACESSO a pedestres ou a condutores de
veículos, não residentes, devidamente identificados ou cadastrados.
- Desdobro: não tem previsão na lei de parcelamento, mas é aceito pela doutrina se
previsto em lei estadual ou municipal. Não é a divisão da gleba como no desmembramento
ou no loteamento, mas sim a divisão do LOTE.
- Arruamento: Caracteriza-se unicamente pela abertura de vias de circulação na
gleba, como início de urbanização, a ser realizado pelo proprietário, com aprovação da
prefeitura, e transferência gratuita das áreas das ruas ao município. O ente público local
também pode realizar o arruamento, mediante indenização aos titulares do domínio da
área, para a interligação das novas ruas ao sistema viário municipal existente. Desse
modo, pode ocorrer o arruamento sem loteamento ou desmembramento. No loteamento,
ele é requisito prévio.

- Quem pode ser responsável por parcelamento, o chamado empreendedor?

a) o proprietário do imóvel a ser parcelado; (LEI 14118/21)


b) o compromissário comprador, cessionário ou promitente cessionário, ou o
foreiro, desde que o proprietário expresse sua anuência em relação ao empreendimento
e sub-rogue-se nas obrigações do compromissário comprador, cessionário ou promitente
cessionário, ou do foreiro, em caso de extinção do contrato; (LEI 14118/21)
c) o ente da administração pública direta ou indireta habilitado a promover
a desapropriação com a finalidade de implantação de parcelamento habitacional ou
de realização de regularização fundiária de interesse social, desde que tenha ocorrido a
regular imissão na posse; (LEI 14118/21)
d) a pessoa física ou jurídica contratada pelo proprietário do imóvel a ser
parcelado ou pelo poder público para executar o parcelamento ou a regularização fundiária,
em forma de parceria, sob regime de obrigação solidária, devendo o contrato ser
averbado na matrícula do imóvel no competente registro de imóveis; (LEI 14118/21)
e) a cooperativa habitacional ou associação de moradores, quando
autorizada pelo titular do domínio, ou associação de proprietários ou compradores que
assuma a responsabilidade pela implantação do parcelamento. (LEI 14118/21)

- Em quais locais se admite parcelamento do solo para fins urbanos?

- Somente zonas URBANAS, DE EXPANSÃO URBANA OU DE URBANIZAÇÃO


ESPECÍFICA.

- NÃO será admitido:

I - em terrenos alagadiços e sujeitos a inundações, antes de tomadas as


providências para assegurar o escoamento das águas;
Il - em terrenos que tenham sido aterrados com material nocivo à saúde
pública, sem que sejam previamente saneados;
III - em terrenos com declividade igual ou superior a 30%, salvo se
atendidas exigências específicas das autoridades competentes;
IV - em terrenos onde as condições geológicas não aconselham a
edificação (ÚNICO QUE NÃO ADMITE CORREÇÃO OU SANEAMENTO DO VÍCIO);
V - em áreas de preservação ecológica ou naquelas onde a poluição
impeça condições sanitárias suportáveis, até a sua correção.

- Requisitos mínimos loteamento:


*As edificações localizadas nas áreas contíguas às faixas de domínio público dos trechos
de rodovia que atravessem perímetros urbanos ou áreas urbanizadas passíveis de serem
incluídas em perímetro urbano, desde que construídas até a data de promulgação deste
parágrafo, ficam dispensadas da observância da exigência prevista no inciso III do caput
deste artigo, salvo por ato devidamente fundamentado do poder público municipal ou
distrital. (LEI 13913/19)

- O Poder Público competente poderá complementarmente exigir, em cada loteamento,


a reserva de faixa non aedificandi destinada a equipamentos urbanos (equipamentos
públicos de abastecimento de água, serviços de esgoto, energia elétrica, coletas de águas
pluviais, rede telefônica e gás canalizado).
- Consideram-se comunitários os equipamentos públicos de educação, cultura, saúde,
lazer e similares.

- Projeto do loteamento:

- Se inicia com a solicitação do interessado junto à Prefeitura da definição das diretrizes


para uso do solo, traçados dos lotes e vias, espaços livres, áreas reservadas para
equipamentos urbanos e comunitários. Deve apresentar planta com características,
dimensões e etc
- As diretrizes expedidas vigorarão por 4 anos
- Os Municípios com menos de 50 mil habitantes E aqueles cujo plano diretor contiver
diretrizes de urbanização para a zona em que se situe o parcelamento poderão dispensar,
por lei, a fase de fixação de diretrizes.
- Orientado pelas diretrizes, deve ser elaborado projeto a ser apresentado na Prefeitura
com a matrícula atualizada do imóvel e certidão negativa de débitos
- Caso se constate, a qualquer tempo, que a certidão da matrícula apresentada como
atual não tem mais correspondência com os registros e averbações cartorárias do tempo
da sua apresentação, além das consequências penais cabíveis, serão consideradas
insubsistentes tanto as diretrizes expedidas anteriormente, quanto as aprovações
consequentes.

- Projeto de desmembramento:

- Exige-se requerimento com matrícula atualizada e planta do imóvel com indicação


das vias, uso predominante e lotes pretendidos

- Aprovação projetos loteamento e desmembramento:

- Deve ser feita pela Prefeitura. O projeto aprovado deve ser executado no prazo do
cronograma, sob pena de CADUCIDADE da aprovação
- É vedada a aprovação de projeto de loteamento e desmembramento em áreas de
risco definidas como não edificáveis, no plano diretor ou em legislação dele derivada
- M inseridos no cadastro nacional de áreas de risco para deslizamentos de grande
impacto, inundações bruscas etc, a aprovação fica vinculada ao cumprimento dos
requisitos da carta geotécnica de aptidão à urbanização
- Os E devem disciplinar por Decreto a aprovação pelos M nos casos de áreas de
interesse especial (mananciais, proteção cultural, histórica, etc, assim definidas por lei
estadual ou federal); áreas limítrofes de M ou de mais de um M, regiões metropolitanas ou
aglomerações urbanas; e loteamento de mais de 1.000.000 m². Obs: se for região
metropolitana, quem analisará e aprovará será a autoridade metropolitana.
- A lei municipal definirá os prazos para que um projeto de parcelamento apresentado
seja aprovado ou rejeitado e para que as obras executadas sejam aceitas ou recusadas.
- Transcorridos os prazos sem a manifestação do Poder Público, o projeto será
considerado rejeitado ou as obras recusadas, assegurada a indenização por eventuais
danos derivados da omissão.
- Nos Municípios cuja legislação for omissa, os prazos serão de 90 dias para a
aprovação ou rejeição do projeto e de 60 dias para a aceitação ou recusa fundamentada
das obras de urbanização.
- Os espaços livres de uso comum, as vias e praças, as áreas destinadas a edifícios
públicos e outros equipamentos urbanos, constantes do projeto e do memorial descritivo,
não poderão ter sua destinação alterada pelo loteador, desde a aprovação do loteamento,
salvo as hipóteses de caducidade da licença ou desistência do loteador
- Aprovado o projeto, deve ser REGISTRADO no CRI em 180 dias, sob pena de
caducidade da aprovação, acompanhados de certidões negativas tributárias, cíveis e
criminais dos últimos 10 anos (histórico dos títulos de propriedade deve ser de 20 anos),
declaração de consentimento do cônjuge e exemplar do contrato padrão de promessa de
compra e venda. Obs: a declaração do cônjuge NÃO dispensa a anuência para os atos de
alienação dos lotes posteriormente
- É válida a estipulação, na escritura de compra e venda, espelhada no contrato-padrão
depositado no registro imobiliário, de cláusula que preveja a cobrança, pela administradora
do loteamento, das despesas realizadas com obras e serviços de manutenção e/ou
infraestrutura, porque dela foram devidamente cientificados os compradores, que a ela
anuíram inequivocamente. STJ. 3ª Turma. REsp 1.569.609-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi,
julgado em 07/05/2019 (Info 648).
- A existência de protestos, de ações pessoais ou de ações penais, exceto as
referentes a crime contra o patrimônio e contra a administração, NÃO IMPEDIRÁ o
registro do loteamento se o requerente comprovar que esses protestos ou ações não
poderão prejudicar os adquirentes dos lotes. Se o Oficial do Registro de Imóveis julgar
insuficiente a comprovação feita, suscitará a dúvida perante o juiz competente. A regra das
ações e protestos é impedimento relativo com presunção juris tantum, cabendo prova da
ausência de prejuízo. No caso das ações penais contra o patrimônio e adm, porém, o
impedimento é absoluto, jure et de jure, e nem cabe a suscitação de dúvida pq a proibição
decorre de norma cogente.
- O pedido de registro será publicado em edital em 3 dias consecutivos, podendo ser
impugnado em 15 dias. Se não for impugnado, será feito imediatamente. Se for
impugnado, partes de manifestam em 5 dias e o feito é enviado ao juiz para decisão.
Ouvido o MP em 5 dias, o juiz decidirá.
- Quando a área loteada estiver situada em mais de uma circunscrição imobiliária, o
registro será requerido primeiramente perante aquela em que estiver localizada a maior
parte da área loteada.
- NENHUM LOTE PODERÁ SITUAR-SE EM MAIS DE UMA CIRCUNSCRIÇÃO.
- É defeso ao interessado processar simultaneamente, perante diferentes
circunscrições, pedidos de registro do mesmo loteamento, sendo nulos os atos praticados
com infração a esta norma.
- O indeferimento do registro do loteamento em uma circunscrição não determinará o
cancelamento do registro procedido em outra, se o motivo do indeferimento naquela não se
estender à área situada sob a competência desta, e desde que o interessado requeira a
manutenção do registro obtido.
- Desde a data de registro do loteamento, passam a integrar o domínio do Município as
vias e praças, os espaços livres e as áreas destinadas a edifícios públicos e outros
equipamentos urbanos, constantes do projeto e do memorial descritivo.

- O registro do loteamento só poderá ser cancelado:

I - por decisão judicial;


II - a requerimento do loteador, com anuência da Prefeitura, ou do Distrito
Federal quando for o caso, enquanto nenhum lote houver sido objeto de contrato;
III - a requerimento conjunto do loteador e de todos os adquirentes de lotes,
com anuência da Prefeitura, ou do Distrito Federal quando for o caso, e do Estado.

- A Prefeitura e o Estado só poderão se opor ao cancelamento se disto resultar


inconveniente comprovado para o desenvolvimento urbano ou se já se tiver realizado
qualquer melhoramento na área loteada ou adjacências.
- Se não for por decisão judicial, será publicado edital com prazo para impugnação em
30 dias. Com ou sem impugnação, será remetido ao juiz para homologação, ouvido o MP.
A homologação será precedida de vistoria para comprovar que não há adquirentes
instalados.
- São IRRETRATÁVEIS os compromissos de compra e venda, cessões e promessas
de cessão, os que atribuam direito a adjudicação compulsória e, estando registrados,
confiram direito real oponível a terceiros.
- ADMITE-SE, nos parcelamentos populares, a CESSÃO DA POSSE em que estiverem
provisoriamente imitidas a União, Estados, Distrito Federal, Municípios e suas entidades
delegadas, o que poderá ocorrer por instrumento particular, ao qual se atribui, para todos
os fins de direito, caráter de escritura pública.
- O contrato deve ter quadro resumo com todas as informações, inclusive
consequencias do desfazimento, índices de correção e juros, prazos, valores, número de
registro do loteamento, entre outras
- Identificadas omissões, vendedor deverá regularizar em 30 dias, sob pena de justa
causa para rescisão pelo adquirente
- O contrato particular pode ser transferido por simples trespasse e independe de
anuência do loteador, mas só produzirá efeitos em relação a ele após ciência por
escrito, que o CRI fará em 10 dias se as partes não tiverem feito

- Rescisão por inadimplemento

- Vencida e não paga a prestação, o contrato será considerado rescindido 30 dias


depois de constituído em mora o devedor. O devedor será intimado a requerimento do
credor pelo CRI. Purgada a mora, o contrato convalescerá. Do contrário, o CRI cancelará a
averbação do negócio.
- Deverão ser restituídos os valores pagos pelo adquirente, atualizados com base no
índice contratualmente estabelecido para a correção monetária das parcelas do preço do
imóvel, podendo ser descontados dos valores pagos os seguintes itens: (Lei 13.786/18)

- Somente será efetuado registro do contrato de nova venda se for comprovado o início
da restituição do valor pago pelo vendedor ao titular do registro cancelado na forma e
condições pactuadas no distrato, dispensada essa comprovação nos casos em que o
adquirente não for localizado ou não tiver se manifestado (não se aplica aos contratos com
alienação fiduciária)
- Se ocorrer o cancelamento do registro por inadimplemento, e tiver sido realizado o
pagamento de mais de 1/3 do preço ajustado, o oficial do registro de imóveis mencionará
esse fato e a quantia paga no ato do cancelamento, e somente será efetuado novo registro
relativo ao mesmo lote, mediante apresentação do distrato assinado pelas partes e a
comprovação do pagamento da parcela única ou da primeira parcela do montante a ser
restituído ao adquirente. Tal providência poderá ser dispensada se as partes
convencionarem de modo diverso e de forma expressa no documento de distrato por elas
assinado (Lei 13.786/18)
- Em qualquer caso de rescisão por inadimplemento do adquirente, as benfeitorias
necessárias ou úteis por ele levadas a efeito no imóvel deverão ser indenizadas, sendo
de nenhum efeito qualquer disposição contratual em contrário.
- Não serão indenizadas as benfeitorias feitas em desconformidade com o contrato ou
com a lei. (Lei 13.786/18)
- No prazo de 60 dias, contado da constituição em mora, fica o loteador obrigado a
alienar o imóvel mediante leilão judicial ou extrajudicial, nos termos da Lei nº 9.514, de 20
de novembro de 1997. (Lei 13.786/18)
- É VEDADO vender ou prometer vender parcela de loteamento ou desmembramento
não registrado.
- Verificado que o loteamento não foi registrado, o adquirente deve suspender os
pagamentos e notificar o loteador para regularização. Os valores devidos devem ser
depositados junto ao CRI. A Prefeitura e o MP também podem notificar o loteador.
Regularizado, o loteador precisará formular pedido judicial de autorização para
levantamento dos depósitos, sendo obrigatória participação da Prefeitura e oitiva do MP.
Se não for regularizado ou se a regularização for feita pela Prefeitura, o loteador não pode
levantar os valores. Se a Prefeitura regularizar, ela poderá levantar. A regularização pela
Prefeitura não é obrigatória em qualquer caso.
- Existe o poder-dever do Município de regularizar loteamentos clandestinos ou
irregulares. Esse poder-dever, contudo, fica restrito à realização das obras essenciais a
serem implantadas em conformidade com a legislação urbanística local (art. 40, caput e §
5º, da Lei nº 6.799/79). Após fazer a regularização, o Município tem também o poder-dever
de cobrar dos responsáveis (ex: loteador) os custos que teve para realizar a sua atuação
saneadora. STJ. 1ª Seção. REsp 1164893-SE, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em
23/11/2016 (Info 651).
- Será nula de pleno direito a cláusula de rescisão de contrato por
inadimplemento do adquirente, quando o loteamento não estiver regularmente
inscrito.
- loteamento clandestino x loteamento irregular: Loteamento clandestino é aquele que
não foi aprovado pela administração pública municipal. Loteamento irregular: é aquele que
foi aprovado pela administração pública municipal, mas que: • não foi inscrito ou • não foi
executado em conformidade com o plano e as plantas aprovadas.
- O loteador, ainda que já tenha vendido todos os lotes, ou os vizinhos, são partes
legítimas para promover ação destinada a impedir construção em desacordo com
restrições legais ou contratuais.

- Disposições penais:
- Também é crime registrar loteamento ou desmembramento não aprovado pelos
órgãos competentes, registrar o compromisso de compra e venda, a cessão ou promessa
de cessão de direitos, ou efetuar registro de contrato de venda de loteamento ou
desmembramento não registrado.
- O credor hipotecário tem interesse de agir para propor ação em face do
mutuário visando ao cumprimento de cláusula contratual que determina a
observância dos padrões construtivos do loteamento. STJ. 1ª Turma. REsp 1.400.607-
RS, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 17/05/2018 (Info 628).
- Compete à Corregedoria do Tribunal de Justiça ou ao Conselho Superior da
Magistratura (e não a órgão jurisdicional de segunda instância do Tribunal de Justiça) julgar
recurso intentado contra decisão de juízo que julga impugnação ao registro de loteamento
urbano. Quem define se é a Corregedoria ou o Conselho Superior é o Regimento Interno
do TJ ou a Lei de Organização Judiciária do Estado. Esse recurso é um recurso
administrativo (não se trata de apelação). STJ. 4ª Turma. REsp 1370524-DF, Rel. Min.
Marco Buzzi, julgado em 28/4/2015 (Info 572).

SAÚDE – LEI 8.080/90

- A iniciativa privada poderá participar do Sistema Único de Saúde (SUS), em caráter


complementar

- OBJETIVOS do SUS:

I - a identificação e divulgação dos fatores condicionantes e determinantes


da saúde;
II - a formulação de política de saúde destinada a promover, nos campos
econômico e social, a observância de redução de riscos, acesso universal e igualitário, etc;
III - a assistência às pessoas por intermédio de ações de promoção, proteção
e recuperação da saúde, com a realização integrada das ações assistenciais e das
atividades preventivas.
- O SUS inclui saúde do trabalhador, vigilância nutricional/orientação alimentar;
proteção do meio ambiente (inclusive do trabalho); fiscalização e inspeção de
alimentos/água/bebidas para consumo humano; fiscalização transporte e guarda
psicoativos/tóxicos/radioativos
- Entende-se por vigilância sanitária um conjunto de ações capaz de eliminar, diminuir
ou prevenir riscos à saúde e de intervir nos problemas sanitários decorrentes do meio
ambiente, da produção e circulação de bens e da prestação de serviços de interesse da
saúde.
- Entende-se por vigilância epidemiológica um conjunto de ações que proporcionam
o conhecimento, a detecção ou prevenção de qualquer mudança nos fatores determinantes
e condicionantes de saúde individual ou coletiva, com a finalidade de recomendar e adotar
as medidas de prevenção e controle das doenças ou agravos.

- Princípios:

- universalidade de acesso
- integralidade de assistência
- preservação da autonomia das pessoas
- igualdade de assistência, sem preconceitos e privilégios
- direito à informação
- divulgação de informações
- utilização da epidemiologia para estabelecer prioridades e alocar recursos
- participação da comunidade
- descentralização politico-adm
- integração das ações em nível executivo
- conjugação de recursos
- capacidade de resolução dos serviços
- organização para evitar duplicidade de serviços
- atendimento público específico e especializado para mulheres vítimas de violência
doméstica, com atendimento psicológico e cirurgias reparadoras.

- Organização

- M podem constituir consórcios para desenvolver ações de saúde em conjunto, com


aplicação do princípio da direção única
- A União poderá executar ações de vigilância epidemiológica e sanitária em
circunstâncias especiais, como na ocorrência de agravos inusitados à saúde, que possam
escapar do controle da direção estadual do Sistema Único de Saúde (SUS) ou que
representem risco de disseminação nacional.
- A União não tem legitimidade passiva em ação de indenização por danos decorrentes
de erro médico ocorrido em hospital da rede privada durante atendimento custeado pelo SUS.
Isso porque, de acordo com a descentralização das atribuições previstas na Lei nº 8.080/90, a
responsabilidade pela fiscalização dos hospitais credenciados ao SUS é do Município, a quem
compete responder em tais casos. STJ. 1ª Seção. EREsp 1.388.822-RN, Rel. Min. Og
Fernandes, julgado em 13/5/2015 (Info 563)
- Caberá à União, com seus recursos próprios, financiar o Subsistema de Atenção à
Saúde Indígena. O SUS servirá de retaguarda, devendo, para isso, ocorrer adaptações na
estrutura e organização do SUS nas regiões onde residem as populações indígenas, para
propiciar essa integração e o atendimento necessário em todos os níveis, sem discriminações.
- O atendimento e a internação domiciliares só poderão ser realizados por indicação
médica, com expressa concordância do paciente e de sua família.
- A incorporação, a exclusão ou a alteração pelo SUS de novos medicamentos,
produtos e procedimentos, bem como a constituição ou a alteração de protocolo clínico ou de
diretriz terapêutica, são atribuições do Ministério da Saúde, assessorado pela Comissão
Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS. Será feito por processo adm a ser concluído
em prazo não superior a 180d, contados do protocolo do pedido, admitida a prorrogação por
90d corridos, se necessário. Exige consulta pública e audiência pública, se relevante.
- A concessão dos medicamentos não incorporados em atos normativos do SUS
exige a presença cumulativa dos seguintes requisitos:
a) Comprovação, por meio de laudo médico fundamentado e circunstanciado
expedido por médico que assiste o paciente, da imprescindibilidade ou necessidade do
medicamento, assim como da ineficácia, para o tratamento da moléstia, dos fármacos
fornecidos pelo SUS;
b) incapacidade financeira de arcar com o custo do medicamento prescrito;
c) existência de registro do medicamento na ANVISA, observados os usos
autorizados pela agência.
STJ. 1ª Seção. EDcl no REsp 1.657.156-RJ, Rel. Min. Benedito Gonçalves, julgado em
12/09/2018 (recurso repetitivo) (Info 633).

- Os entes da Federação, em decorrência da competência comum, são solidariamente


responsáveis nas demandas prestacionais na área da saúde e, diante dos critérios
constitucionais de descentralização e hierarquização, compete à autoridade judicial direcionar o
cumprimento conforme as regras de repartição de competências e determinar o ressarcimento
a quem suportou o ônus financeiro. STF. Plenário. RE 855178 ED/SE, rel. orig. Min. Luiz Fux,
red. p/ o ac. Min. Edson Fachin, julgado em 23/5/2019 (Info 941).
- São vedados, em todas as esferas de gestão do SUS:
I - o pagamento, o ressarcimento ou o reembolso de medicamento, produto e
procedimento clínico ou cirúrgico experimental, ou de uso não autorizado pela Agência
Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA;
II - a dispensação, o pagamento, o ressarcimento ou o reembolso de
medicamento e produto, nacional ou importado, sem registro na Anvisa.

- Serviços privados

- A assistência à saúde é livre à iniciativa privada


- É PERMITIDA a participação direta ou indireta, inclusive controle, de empresas ou de
capital estrangeiro na assistência à saúde nos seguintes casos:
I - doações de organismos internacionais vinculados à Organização das
Nações Unidas, de entidades de cooperação técnica e de financiamento e empréstimos;
II - pessoas jurídicas destinadas a instalar, operacionalizar ou explorar:
a) hospital geral, inclusive filantrópico, hospital especializado,
policlínica, clínica geral e clínica especializada; e
b) ações e pesquisas de planejamento familiar;
III - serviços de saúde mantidos, sem finalidade lucrativa, por empresas, para
atendimento de seus empregados e dependentes, sem qualquer ônus para a seguridade social;
IV - demais casos previstos em legislação específica.
- as entidades filantrópicas e as sem fins lucrativos terão preferência para participar do
SUS
- Aos proprietários, administradores e dirigentes de entidades ou serviços contratados é
vedado exercer cargo de chefia ou função de confiança no SUS
- Os cargos e funções de chefia, direção e assessoramento, no âmbito do Sistema
Único de Saúde (SUS), só poderão ser exercidas em regime de tempo integral.

- Fontes de recursos

- Orçamento da seguridade social

- são considerados recursos de outras fontes de receitas:


II - Serviços que possam ser prestados sem prejuízo da assistência à saúde;
III - ajuda, contribuições, doações e donativos;
IV - alienações patrimoniais e rendimentos de capital;
V - taxas, multas, emolumentos e preços públicos arrecadados
VI - rendas eventuais, inclusive comerciais e industriais.

- É vedada a transferência de recursos para o financiamento de ações não previstas


nos planos de saúde, exceto em situações emergenciais ou de calamidade pública, na área de
saúde.
- Não será permitida a destinação de subvenções e auxílios a instituições prestadoras
de serviços de saúde com finalidade lucrativa.
- Em tempo de paz e havendo interesse recíproco, os serviços de saúde das Forças
Armadas poderão integrar-se ao Sistema Único de Saúde (SUS), conforme se dispuser em
convênio que, para esse fim, for firmado.
- constitui crime de emprego irregular de verbas ou rendas públicas (Código Penal, art.
315) a utilização de recursos financeiros do Sistema Único de Saúde (SUS) em finalidades
diversas das previstas

- Jurisprudência

- É possível submeter ao rito dos Juizados Especiais Federais as causas que envolvem
fornecimento de medicamentos/tratamento médico, cujo valor seja de até 60 salários mínimos,
ajuizadas pelo Ministério Público ou pela Defensoria Pública em favor de pessoa determinada.
- É cabível a atribuição de efeitos erga omnes à decisão de procedência proferida
em ação civil pública relativa ao fornecimento de medicamentos, incumbindo a cada
titular do direito o ônus de comprovar o seu enquadramento na hipótese prevista pela
sentença.
- É possível o reconhecimento do direito de sucessores ao recebimento de multa diária
imposta em demandas cujo objetivo é a efetivação do direito à saúde, pois referido valor não se
reveste da mesma natureza personalíssima que possui a pretensão principal, tratando-se de
crédito patrimonial, portanto, transmissível aos herdeiros.

LEI DE DIRETRIZES E BASES DA EDUCAÇÃO

- A EDUCAÇÃO abrange os processos formativos que se desenvolvem na vida familiar,


na convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos
sociais e organizações da sociedade civil e nas manifestações culturais.
- A Lei disciplina a educação escolar, que se desenvolve, predominantemente, por
meio do ensino, em instituições próprias.
- Não é possível, atualmente, o ensino domiciliar (homeschooling) como meio lícito de
cumprimento, pela família, do dever de prover educação. Não há, na CF/88, uma vedação
absoluta ao ensino domiciliar. A CF/88, apesar de não o prever expressamente, não proíbe o
ensino domiciliar. No entanto, o ensino domiciliar não pode ser atualmente exercido porque não
há legislação que regulamente os preceitos e as regras aplicáveis a essa modalidade de
ensino.
- EDUCAÇÃO INFANTIL: crianças até 5 anos
- EDUCAÇÃO BÁSICA: dos 4 aos 17 anos. Inclui: a) pré-escola; b) ensino fundamental;
c) ensino médio (ensino infantil, fundamental e médio)
- EDUCAÇÃO SUPERIOR
- O acesso à educação básica obrigatória É DIREITO PÚBLICO SUBJETIVO, podendo
qualquer cidadão, grupo de cidadãos, associação comunitária, organização sindical, entidade
de classe ou outra legalmente constituída e, ainda, o Ministério Público, acionar o poder público
para exigi-lo.
- Comprovada a negligência da autoridade competente para garantir o oferecimento do
ensino obrigatório, poderá ela ser imputada por crime de responsabilidade.
- É dever dos pais ou responsáveis efetuar a matrícula das crianças na educação
básica a partir dos 4 anos de idade
- O ensino é livre à iniciativa privada, atendidas as seguintes condições:
I - cumprimento das normas gerais da educação nacional e do respectivo
sistema de ensino;
II - autorização de funcionamento e avaliação de qualidade pelo Poder Público;
III - capacidade de autofinanciamento

*não se aplica ao ensino militar


*prazo de 2 anos para adaptação pelas instituições

- Os E devem assegurar o ensino fundamental e atuar com prioridade no ensino médio,


além de fornecer transporte escolar a todos os alunos da rede estadual.
- O M devem oferecer educação infantil em creches e pré escolas e atuar com
prioridade no ensino fundamental. Só é permitida a atuação em outros níveis de ensino quando
estiverem atendidas PLENAMENTE as necessidades de sua área de competência e com
recursos ACIMA dos percentuais mínimos vinculados pela Constituição Federal à manutenção
e desenvolvimento do ensino. Também devem fornecer o transporte escolar aos alunos da
rede municipal.
- Os Municípios poderão optar, ainda, por se integrar ao sistema estadual de ensino ou
compor com ele um sistema único de educação básica.
- Os estabelecimentos de ensino devem notificar ao Conselho Tutelar do Município a
relação dos alunos que apresentem quantidade de faltas acima de 30% do percentual permitido
em lei (LEI 13803/2019)

- As instituições de ensino privadas e as comunitárias podem ser certificadas como


filantrópicas e podem qualificar-se como confessionais, atendidas a orientação confessional e a
ideologia específicas. (LEI 13868/19)
- A carga horária mínima anual será de 800 horas para o ensino fundamental e para o
ensino médio, distribuídas por um mínimo de 200 dias de efetivo trabalho escolar, excluído o
tempo reservado aos exames finais, quando houver
- A carga horária mínima anual deverá ser ampliada de forma progressiva, no ensino
médio, para 1400 horas, devendo os sistemas de ensino oferecer, no prazo máximo de 5
anos, pelo menos 1000 horas anuais de carga horária, a partir de 2 de março de 2017
- Os currículos devem abranger, obrigatoriamente, o estudo da língua portuguesa e da
matemática, o conhecimento do mundo físico e natural e da realidade social e política,
especialmente do Brasil.
- O ensino da arte, especialmente em suas expressões regionais, constituirá
componente curricular obrigatório da educação básica.
- A educação física é componente curricular obrigatório da educação básica, sendo sua
prática facultativa ao aluno:
I – que cumpra jornada de trabalho igual ou superior a 6 horas;
II – maior de 30 anos de idade;
III – que estiver prestando serviço militar inicial ou que, em situação similar,
estiver obrigado à prática da educação física;
IV – amparado pelo Decreto-Lei no 1.044, de 21 de outubro de 1969;
VI – que tenha prole.
- O ensino da História do Brasil levará em conta as contribuições das diferentes
culturas e etnias para a formação do povo brasileiro, especialmente das matrizes indígena,
africana e européia.
- No currículo do ensino fundamental, a partir do 6° ano, será ofertada a língua inglesa.
- filmes nacionais são obrigatórios no mínimo 2h/mês
- Conteúdos relativos aos direitos humanos e à prevenção de todas as formas de
violência contra a criança e o adolescente, além de educação alimentar e nutricional,
serão incluídos, como temas transversais, nos currículos escolares, tendo como diretriz
o ECA e observada a produção e distribuição de material didático adequado.
- A inclusão de novos componentes curriculares de caráter obrigatório na Base
Nacional Comum Curricular dependerá de aprovação do Conselho Nacional de Educação e de
homologação pelo Ministro de Estado da Educação
- A educação infantil, primeira etapa da educação básica, tem como finalidade o
desenvolvimento integral da criança de até 5 anos, em seus aspectos físico, psicológico,
intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade. Será oferecida em:
I - creches, ou entidades equivalentes, para crianças de até 3 anos de idade;
II - pré-escolas, para as crianças de 4 a 5 anos de idade.
- A carga horária da educação infantil será de 800h, no mínimo distribuída em 200d e
exige-se frequencia mínima de 60%
- O ensino fundamental obrigatório, com duração de 9 anos, gratuito na escola pública,
iniciando-se aos 6 anos de idade, terá por objetivo a formação básica do cidadão (não
confundir com educação básica, que é dos 4 aos 17 – pré escola faz parte)
- O estudo sobre os símbolos nacionais será incluído como tema transversal nos
currículos do ensino fundamental
- São constitucionais a exigência de idade mínima de quatro e seis anos para ingresso,
respectivamente, na educação infantil e no ensino fundamental, bem como a fixação da data
limite de 31 de março para que referidas idades estejam completas. STF. Plenário. ADPF
292/DF, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 1º/8/2018 (Info 909).
- O ensino religioso, de matrícula FACULTATIVA, é parte integrante da formação
básica do cidadão e constitui disciplina dos horários normais das escolas públicas de ensino
fundamental, assegurado o respeito à diversidade cultural religiosa do Brasil, vedadas
quaisquer formas de proselitismo. As entidades devem ser credenciadas e preferencialmente
sem ônus ao poder público. Pode ter natureza confessional.
- As instituições públicas de educação superior obedecerão ao princípio da gestão
democrática, assegurada a existência de órgãos colegiados deliberativos, de que participarão
os segmentos da comunidade institucional, local e regional
- Entende-se por educação especial, para os efeitos desta Lei, a modalidade de
educação escolar oferecida preferencialmente na rede regular de ensino , para educandos
com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação.
- O atendimento educacional será feito em classes, escolas ou serviços especializados,
sempre que, em função das condições específicas dos alunos, não for possível a sua
integração nas classes comuns de ensino regular.
- A União aplicará, anualmente, nunca menos de 18%, e os Estados, o Distrito
Federal e os Municípios, 25%, ou o que consta nas respectivas Constituições ou Leis
Orgânicas, da receita resultante de impostos, compreendidas as transferências
constitucionais, na manutenção e desenvolvimento do ensino público.
- A parcela da arrecadação de impostos transferida pela União aos Estados, ao Distrito
Federal e aos Municípios, ou pelos Estados aos respectivos Municípios, não será considerada,
para efeito do cálculo previsto neste artigo, receita do governo que a transferir.
- A ação supletiva e redistributiva da União e dos Estados será exercida de modo a
corrigir, progressivamente, as disparidades de acesso e garantir o padrão mínimo de qualidade
de ensino. É calculada a capacidade de atendimento de cada ente, com base nos recursos
obrigatórios da CF e custo anual do aluno. A União poderá fazer a transferência direta de
recursos a cada estabelecimento de ensino, considerado o número de alunos que efetivamente
frequentam a escola. Não poderá ser exercida em favor do ente que ofereça vagas em numero
inferior à sua capacidade. Serão destinados às escolas públicas ou comunitárias, confessionais
e filantrópicas que tiverem finalidade não lucrativa e não distribuírem lucros.
- É permitida a organização de cursos ou instituições de ensino experimentais, desde
que obedecidas as disposições da Lei.
- Qualquer cidadão habilitado com a titulação própria poderá exigir a abertura de
concurso público de provas e títulos para cargo de docente de instituição pública de ensino que
estiver sendo ocupado por professor não concursado, por mais de seis anos.

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