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IINTRODUCAO

O homem, criado à imagem e semelhança do Deus Altíssimo, perdeu a sua perfeição e a


comunhão com o Pai quando desobedeceu à Sua voz, ultrapas​sando o limite que havia sido
imposto por Ele.
Naquele exato momento, a raça humana perdeu também a paz, a força, o poder, o amor e o
domínio que possuía antes sobre toda a Terra.
E como a pessoa se torna serva daquele a quem obedece à voz, o homem conheceu a
influência do diabo e teve a sua natureza deformada.
O Criador, Santo e perfeito, nunca pode aceitar o pecado ou a imperfeição. Ele criou todas
as coisas, e elas subsistem até hoje por causa do Seu perfeito poder. Mas Ele não criou a
imperfeição: quem a criou foi o diabo.
Sendo a Fonte de toda a justiça e retidão, o Senhor não pode aceitar o errado. Se aceitasse,
não seria mais Deus. Por isso, quem trilha o caminho do mal não pode ter comunhão com
Ele.
Isto é a morte! Morte significa justamente não ter comunhão com Deus. Morte é também a
separa​ção entre a luz e as trevas, a santidade e o pecado, a pureza e a impureza.
A justiça de Deus, sagrado princípio da Sua própria existência e santidade, requer que Ele
Se separe daquilo que é errado e imperfeito, e ninguém pode estar acima desta regra
fundamental, porque faz parte da natureza divina.
O homem foi lançado fora da presença de Deus justamente por causa disso. E somente o
Espírito Santo, o Espírito da Criação, pode consertar toda esta situação e guiar o homem ao
seu destino original.
Mas como pode o Espírito Santo agir na vida daqueles que ainda estão nas mãos do diabo,
sob a sentença de morte e banidos da Sua presença? Como pode a justiça de Deus ser
cumprida e os homens serem salvos? É o que será mostrado nas páginas que se seguem.
A CRIACAO: GRANDE AMOR
“Também disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança;
tenha ele domí​nio sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus, sobre os animais
domésticos, sobre toda a terra e sobre todos os répteis que rastejam pela terra. Criou
Deus, pois, o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os
criou.”
Gênesis 1.26,27
O que poucas pessoas sabem a respeito da criação de todo o Universo é que Deus, o
Supremo Ser, queria, e ainda quer, compartilhar a Sua glória com as Suas criaturas.
Desde o começo, o Seu plano era fazer com que os seres humanos se tornassem deuses, não
para serem adorados – pois adorar só a Deus – mas
serem como Jesus.
Os planetas; as formas de energia; a luz e as trevas; as terras e os mares; a fauna e a flora;
tudo, enfim, foi criado não apenas para impressionar – muito menos para nos assustar, de
forma que obedecêssemos pelo medo – mas revelar aos homens a grande glória e o poder
do Pai.
Era o sonho do paraíso, onde Deus viria ao pôr-do-Sol, dia após dia, para ensinar à Sua
criatura todo o conhecimento, o princípio da Ciência e as leis da Física. Nessa perfeita
comunhão de sentimentos e mistérios de todas as coisas, o Criador queria que a Sua criatura
se tornasse como Ele.
Devemos lembrar que, no início, todos os minerais e metais, todas as pedras preciosas e as
formas de produção de energia – como o vento, a água, o carvão, a eletricidade, os
combustíveis e todas as leis da Física e da Química – estavam apenas esperando para serem
dominados pelo homem. Sim, pois Deus disse:
“...Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; tenha ele domínio
sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus, sobre os animais domésticos, sobre toda a
terra e sobre todos os répteis que rastejam pela terra.”
Gênesis 1.26
Portanto, Deus fez o homem segundo a Sua imagem e semelhança, e com o potencial para um
dia ser como Ele mesmo, conforme está escrito: “Eu disse: sois deuses, sois todos filhos do
Altíssimo.” (Salmos 82.6).
Você, meu amigo leitor, pode por um momento meditar nisto? Pode imaginar que o Eterno
Deus nos ama de tal maneira, que o Seu desejo é nos fazer iguais a Ele?
É isto mesmo! Você se imaginaria sendo capaz de compreender toda a Ciência, e sendo tão
perfeito que jamais usaria o seu poder para fazer o mal? Tendo pleno conhecimento de todas
as coisas e o perfeito amor?
Parece impossível, mas eu lhe digo: Este é o objetivo final de Deus! Por esta razão, e para
cumprir este projeto para os Seus escolhidos, Deus tem suportado todos os pecados e
crimes que a humanidade vem cometendo contra Ele.
A respeito destes crimes e pecados, devemos lembrar que desde quando o primeiro homem
foi separado da presença de Deus, o desenvol​vimento humano se tornou tão lento, que
séculos foram perdidos em guerras,
destruição, inveja, crimi​na​​lidade e perversidade.
Assim, medo, dúvidas, doenças e muitas outras coisas negativas vieram ocupar mentes e
corações, em vez da inspiração vinda de Deus.
A triste situação em que a humanidade se encontra, distante de Deus, dá chance ao maligno
para desenvolver rapidamente o seu reino, através de todo tipo de doenças, guerras, crimes
e tantas armadilhas que os homens
não enxergam.
Nossos melhores cientistas gastam fortunas e anos de pesquisa, para encontrarem a cura de
doenças e pragas, mas logo novas doenças e pragas surgem!
Eu me lembro, quando menino, que as pessoas falavam apavoradas de tuberculose. Depois,
antibióticos foram descobertos e aquela doença já não assustava; contudo, antes que se
pudesse comemorar, o câncer se tornou a
grande ameaça.
Agora, antes mesmo de se conseguir a cura desta doença, aparece o vírus da Aids, que está
matando milhões de pessoas em todo o mundo. Longe de Deus, a humanidade luta pela
sobrevivência, vítima de seus próprios pecados.
O homem precisou de milhares de anos, por exemplo, para descobrir a eletricidade – que já
existia desde o início, mas ninguém podia ver – e como extraí-la dos ventos e quedas
d’água.
O resultado da nossa distância de Deus é estupidez e tempo perdido. Aquilo que Ele
revelaria ao Seu filho amado em poucos dias, no paraíso, demorou séculos para ser
descoberto, por motivo da Sua ausência no homem.
Resumindo, Deus criou o homem para ser como Ele, colocando-o no paraíso, para que
pudesse desenvolver a Sua criatura através de permanente comunhão, alcançando a
perfeição e a compreensão de todas as coisas.
Deus não criou o homem doente ou pobre, nem miserável ou cheio de temor; ao contrário,
Ele o criou à Sua imagem e semelhança, a fim de dominar sobre toda a Terra, e com
potencial para ser um dia, no futuro,
exatamente como o Altíssimo.

Deus, o Supremo Ser, queria, e ainda quer, compartilhar a Sua glória com as Suas
criaturas
MORTE: SEPARACAO INEVITAVEL

“Vê que proponho, hoje, a vida e o bem, a morte e o mal;”


Deuteronômio 30.15
“Desventurado homem que sou! Quem me livrará do corpo desta morte?”
Romanos 7.24
Algo que precisamos entender é que Deus é Santo, por Sua própria escolha e opção. Isto
significa que se Ele decidir mudar e Se tornar mau, ninguém poderá Lhe punir ou impedir.
Muitas vezes evitamos aquilo que é errado pelo medo da punição. A Bíblia diz que “O
temor do Senhor é o princípio do saber, mas os loucos desprezam a sabedoria e o ensino.”
(Provérbios 1.7).
Nada disso, porém, acontece com Deus; Ele é perfeito e puro, acima de tudo o que foi
criado, e sustenta todas as coisas pelo poder das Suas mãos. Ele é Santo e sem pecado,
porque escolheu ser desta forma; não teme a ninguém, porque ninguém é maior que Ele.
Você perceberá isto claramente em Jó, o qual, creio, foi o primeiro livro da Bíblia a ser
escrito. Também acredito ter sido Moisés quem o escreveu, no deserto do Sinai, e cuja
história contribuiu para mudar a sua vida.
Nos últimos capítulos do livro, Deus questiona Jó a respeito da Sua grandeza. Deus, falando
de Si, pergunta:
“Onde estavas tu, quando eu lançava os fundamentos da terra? Dize-mo, se tens
entendimento. Quem lhe pôs as medidas, se é que o sabes? Ou quem estendeu sobre ela o
cordel? Sobre que estão fundadas as suas bases ou quem lhe assentou a pedra angular,
quando as estrelas da alva, juntas, alegremente cantavam, e rejubilavam todos os filhos
de Deus?
Ou quem encerrou o mar com portas, quando irrompeu da madre; quando eu lhe pus as
nuvens por vestidura e a escuridão por fraldas? Quando eu lhe tracei limites, e lhe pus
ferrolhos e portas, e disse: até aqui virás e não mais adiante, e aqui se quebrará o
orgulho das tuas ondas?”
Jó 38.4-11
Também no livro do profeta Isaías está escrito:
“Quem guiou o Espírito do Senhor? Ou, como seu conselheiro, o ensinou? Com quem
tomou ele conselho, para que lhe desse compreensão? Quem o instruiu na vereda do
juízo, e lhe ensinou sabedoria, e lhe mostrou o caminho de entendimento?”
Isaías 40.13,14
Deus não tem Criador, conforme afirma a Bíblia; Ele é o começo de tudo e existe de
eternidade em eternidade. Todas as forças de perfeição no Universo são expressões da Sua
própria perfeição.
Todos os bilhões de moléculas de toda a matéria foram criados por Ele, obedecendo e
trabalhando em harmonia com a Sua voz. Ele é Santo por decisão própria; nunca muda,
nunca! Está escrito:
“Não vos enganeis, meus amados irmãos. Toda boa dádiva e todo dom perfeito são lá do
alto, descendo do Pai das luzes, em quem não pode existir variação ou sombra de
mudança.”
Tiago 1.16,17
Para ser como Deus, o homem primeiro precisa escolher ser igual a Ele. Ninguém pode ser
perfeito pela escolha de outrem. É necessário decidir por
si mesmo, e, por esta razão, o Senhor tem dotado os homens com inteligên​cia e liberdade,
para que sejam capazes de raciocinar e tomar as suas próprias decisões, de acordo com as
suas consciências.
Sendo Deus Santo e perfeito, e tendo criado a Sua criatura para ser a Sua semelhança, nunca
pode aceitar o mal, o pecado ou a imperfeição. Dessa forma, alertou ao homem que se ele
decidisse tomar o outro caminho, o caminho da imperfeição, não poderia mais ter comunhão
com Ele.
Isto é a morte! Morte significa não ter comunhão com Ele. Sendo a Fonte de toda justiça e
retidão, o Senhor não pode aceitar o errado. Se aceitasse, não seria mais Deus; perderia o
Seu poder e os Seus atributos, pois Ele é a essência da perfeição em todo o Universo e em
todas as coisas criadas, que subsistem até hoje, por causa do Seu perfeito poder.
Em outras palavras, a morte separa o certo do errado; o santo do pecador; o perfeito do
imper​feito; a luz das trevas; a imposição requerida pela justiça, do Deus Criador, que
expressa em Si mesmo as forças da perfeição, existindo esponta​neamente, desde o início.
Quando o nosso primeiro pai, Adão, encarregado de governar toda a Terra, desobedeceu à
voz de Deus, ouvindo a voz do diabo, naquele exato momento perdeu a sua perfeição e a
comunhão com o Pai. Já não podia comandar as forças da natureza e, enganado e temeroso,
escondeu-se, como escreveu Moisés:
“Quando ouviram a voz do Senhor Deus, que andava no jardim pela viração do dia,
esconderam-se da presença do Senhor Deus, o homem e sua mulher, por entre as árvores
do jardim. E chamou o Senhor Deus ao homem e lhe perguntou: Onde estás? Ele
respondeu: Ouvi a tua voz no jardim, e, porque estava nu, tive medo, e me escondi.”
Gênesis 3.8-10
Podemos notar que, naquele momento, Adão havia atravessado o limite, sentindo medo e
vergonha, tornando-se um covarde. Perdeu a paz, a força, o poder, o amor e o domínio que
possuía antes.
Agora, no reino da desobediência, o homem conheceu a influência do diabo. Desde então, a
natureza humana ficou deformada e passamos a receber, como nossa herança, o medo e a
vergonha.
Pode-se notar isso claramente com relação às crianças, que nascem sob esta influência.
Você não precisa ensiná-las o mal, porque pela própria natureza já nascem amedrontadas,
rodeadas pelo egoísmo e a mentira.
Quantas não foram as vezes em que vi uma criança com dúzias de brin​quedos, mas que era
incapaz de dar ao menos um para outra criança?
Eu me lembro de, certa vez, ter pego o meu filho, na época com cinco anos, sozinho à noite,
na cozinha, com a geladeira aberta e a sua luz revelando um rostinho lambuzado de bolo de
chocolate.
Embora as suas mãos e o seu pijama estivessem sujos, e o chão cheio de farelo, ele
seriamente declarou: “Não tenho nada a ver com esta bagunça! É tudo culpa da minha irmã”.
Paulo, em sua carta aos cristãos em Roma, escreveu:
“Porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem nenhum, pois o querer
o bem está em mim; não, porém, o efetuá-lo. Porque não faço o bem que prefiro, mas o
mal que não quero, esse faço.”
Romanos 7.18,19
A justiça de Deus requer que Ele Se separe daquilo que é errado e imperfeito. Esta grande
separa​ção entre a luz e as trevas, santidade e pecado, pureza e impureza, é a morte, às vezes
chamada de grande abismo.
Assim foi como Deus criou todas as coisas. Ele não criou a imperfeição; quem a criou foi o
diabo. Imperfeição não pertence à lógica original da
Criação; está fora, fica do outro lado e permanece lá, pela justiça de Deus.
Ninguém pode estar acima desta regra fundamental, porque faz parte da natureza de Deus.
Mudar isto seria o mesmo que mudá-Lo!
Vencer a morte significaria ser como Ele! Diria até que a mais poderosa e protetora força de
Deus é a morte, que separa o certo do errado. Nenhum pecador pode voltar da morte, nunca!
Note quando Deus falava a Jó. Ele descrevia o Seu infinito poder nesta seqüência: Deus,
morte e finalmente Criação:
“Então, o Senhor, do meio de um redemoinho, respondeu a Jó: Cinge agora os lombos
como homem; eu te perguntarei, e tu me responderás. Acaso, anularás tu, de fato, o meu
juízo? Ou me condenarás, para te justificares? Ou tens braço como Deus ou podes
trovejar com a voz como ele o faz? Orna-te, pois, de excelência e grandeza, veste-te de
majestade e de glória. Derrama as torrentes da tua ira e atenta para todo soberbo e
abate-o. Olha para todo soberbo e humilha-o, calca aos pés os perversos no seu lugar.
Cobre-os juntamente no pó, encerra-lhes o rosto no sepulcro. Então, também eu
confessarei a teu respeito que a tua mão direita te dá vitória. Contempla agora o
hipopótamo, que eu criei contigo, que come a erva como o boi.”
Jó 40.6-15
Nosso Senhor Jesus falou a respeito de um mendigo, chamado Lázaro, e de um homem rico.
Ambos morreram e foram enterrados. O mendigo foi para o Céu e o rico para o inferno.
Lá, o homem rico viu Abraão com Lázaro ao longe e, estando em agonia, no fogo, pediu
água. Mas Abraão disse: “...está posto um grande abismo entre nós e vós, de sorte que os
que querem passar daqui para vós outros não podem, nem os de lá passar para nós.”
(Lucas 16.26).
Nunca ninguém voltou deste tipo de morte em que se encontrava o homem rico. Aqueles que
a Bíblia menciona que foram ressuscitados não estavam naquela morte, mas na dos santos,
ou dormindo, conforme disse Jesus a respeito de Lázaro: “...Nosso amigo Lázaro
adormeceu, mas vou para despertá-lo.” (João 11.11). Uma vez mais, falando a respeito da
filha de Jairo:
“...Não choreis; ela não está morta, mas dorme. E riam-se dele, porque sabiam que ela
estava morta. Entretanto, ele, tomando-a pela mão, disse-lhe, em voz alta: Menina,
levanta-te! Voltou-lhe o espírito, ela imediatamente se levantou, e ele mandou que lhe
dessem de comer.”
Lucas 8.52-55
Se o espírito dela estivesse onde estava o do homem rico, ela jamais poderia ter voltado.
Então, meu amigo leitor, ao final deste segundo capítulo vamos guardar na mente que a
morte é o lugar fora da presença de Deus, onde o homem se lançou por decisão própria,
quando desobedeceu e se tornou imperfeito.
Morte é também o lugar fora da esfera da Criação de Deus. O homem foi lançado fora pelo
grande poder de Deus, que separa Satanás e seus anjos, os espíritos das trevas, da Sua luz.
Em outras palavras, a morte separa o certo do errado, o santo do pecador, o perfeito do
imperfeito, a luz das trevas.

Deus é o começo de tudo e


existe de eternidade em eternidade.
Todas as forças de perfeição no Universo
são expressões da Sua própria perfeição
PLANO DE REDENCAO: O ESCAPE PARA O
HOMEM

“Enviou ao seu povo a redenção; estabeleceu para sempre a sua aliança; santo e
tremendo é o seu nome.”
Salmos 111.9
“Ora, ao começarem estas coisas a suceder, exultai e erguei as vossas cabeças; porque a
vossa redenção se aproxima.”
Lucas 21.28
Prevendo em Sua onisciência a ruína do homem, e, conseqüen​temente, a perda daquilo que
lhe foi concedido, Deus jamais criaria o homem sem ter um plano de redenção, capaz de
salvar as Suas criaturas, sem, contudo, quebrar os Seus imutáveis padrões de justiça.
Afastado da presença de Deus, a história do homem se tornou uma contínua seqüência de
erros. A atuação dos espíritos malignos, comandados
por seu líder, Satanás, manifestou-se de maneira devastadora. A tendência humana para o
mal conduziu o homem continuamente à sua destruição.
Em certa altura, a situação era tal que Deus Se arrependeu de ter criado o homem, e, através
do dilúvio, condenou a todos, exceto Noé e sua família. E uma vez mais, os espíritos
malignos tomaram o controle da Terra.
Lembre-se de que, no paraíso, não possuindo um corpo para se expressar, o espírito de
Satanás entrou em uma serpente, para enganar Adão e
Eva. Mas depois da queda do homem, os espíritos malignos não precisaram mais usar
serpentes, e passaram a usar os corpos das pessoas, levando-as a todas as formas de
ilusões.
Raramente aparecia alguém para lutar contra essa situação, mas apenas aqueles que estavam
completamente voltados para o Senhor, tais como os profetas e alguns outros da Bíblia.
Quando lemos a respeito dos mandamentos da Lei, ordenando a matança daqueles que
haviam cometido crimes graves, ou quando Deus ordenou a Josué matar todas as nações que
havia na Terra Prometida, muitos acham Deus injusto.
Na verdade, cometer crimes graves ou viver sob o domínio da idolatria significava já estar
morto, possuído por espíritos malignos, que não podiam ser expulsos. A ordem de matar
apenas trouxe para a dimensão da carne o que já existia na dimensão do espírito.
O que quero dizer é que o castigo capital, que parece ser tão cruel, era na verdade apenas o
cortar do fôlego daqueles que já estavam mortos. Eles eram possuídos por espíritos
malignos, que ninguém podia expulsar, nem Abraão, nem Moisés e nem o rei Davi.
Somente após o sacrifício do Senhor Jesus na cruz, e a conseqüente vinda do Espírito Santo,
é que foi possível expulsar aqueles espíritos do mal, em o nome de Jesus.
Durante o dilúvio, nos dias de Noé, Deus viu com tristeza que a Sua Criação se tornara um
instrumento nas mãos do diabo de tal maneira, que não havia quem não estivesse possuído,
com exceção de Noé e de sua família.
Pensar que Deus matou aquelas pessoas é errado. Elas próprias se mataram, por terem
aceitado e invocado os espíritos malignos em seus corpos. O mesmo acontece em nossos
dias. Existem muitas pessoas respirando e vivendo, mas estão completamen​te mortas em
seus erros e pecados.
Da mesma forma há muitos que já faleceram, porém estão vivos, porque vida é comunhão
com Deus, e morte é não ter comunhão com Ele, não importando o tempo nem o lugar ou a
situação da nossa existência, seja no corpo ou no espírito.
Veja a resposta de Jesus, quando um dos Seus discípulos Lhe disse: “...Senhor, permite-me
ir primeiro sepultar meu pai. Replicou-lhe, porém, Jesus: Segue-me, e deixa aos mortos o
sepultar os seus próprios mortos.” (Mateus 8.21,22).
Imagine o que aconteceu naquela ocasião. Certamente que naquele funeral havia muitas
pessoas chorando em volta daquele corpo. Na verdade elas também estavam mortas; a única
diferença era que ainda estavam em seus corpos.
O plano de redenção mostra com clareza a vontade de Deus em fazer a Sua criatura ser igual
a Ele. É inacreditável como os homens têm recusado serem aperfeiçoados e transformados
pela comunhão com Deus.
Ao invés disso, têm escolhido a comunhão com Satanás, para serem degradados e
destruídos por ele.
A loucura da humanidade tem feito com que os homens se recusem a ser filhos de Deus, para
se tornarem cativos do diabo.
O período da Lei trouxe temor aos corações humanos, mas falhou no sentido de consertar
toda a situação. Desgraçados, os homens se tornaram escravos do diabo e dos seus desejos.
A justiça de Deus, sagrado princípio da Sua própria existência e santidade, exigia-Lhe o
mesmo castigo do pecador e a separação da Sua presença.
Este temor trouxe terror aos homens, mas mesmo amedrontados não conseguiam resistir à
tentação do diabo. Somente o Espírito Santo, o Espírito da Criação, poderia consertar toda
esta situação e guiar o homem ao seu destino original.
Como poderia o Espírito Santo agir na vida daqueles que ainda estavam nas mãos do diabo,
sob a sentença de morte e banidos da Sua presença? Como poderia a justiça de Deus ser
cumprida e os homens serem salvos?
Seria possível a alguém tomar o lugar do homem e receber a punição por ele? Sendo esta
punição a morte, o lugar escuro do Universo, poderosa força, seria possível a alguém voltar
de lá? Cumpriria perfeitamente a justiça d’Ele?
Resgatado de sua miserável situação, poderia então o homem receber o Espírito Santo e a
natureza de Deus, e reassumir o seu destino, tornando-se como o seu Criador?
Poderia o homem receber a autoridade sobre o diabo e os seus demônios? Se alguém
surgisse e morresse pelos homens, poderia tal demonstração de amor tirá-los dos seus maus
caminhos e trazê-los à presença de Deus, alcançando finalmente o que o temor da Lei não
pôde fazer?
Poderia a morte ser verdadeiramente vencida? O que aconteceria se esta tentativa falhasse?
Que tipos de armas estaria Satanás preparando para usar, de forma a evitar a sua derrota
final?
Quem seria capaz de morrer e voltar da morte, uma vez que não havia quem pudesse ajudar,
até mesmo Deus, impedido por Seus próprios princípios de justiça?
O GRANDE DIA: EXPECTATIVA EM TODO O
UNIVERSO

“Assim será no dia em que o Filho do Homem se manifestar.”


Lucas 17.30
“O sol se converterá em trevas, e a lua, em sangue, antes que venha o grande e glorioso
Dia do Senhor.”
Atos 2.20
Neste capítulo, com o mais profundo respeito do meu coração, tentarei descrever o que
creio ser o mais importante evento da História, desde que Deus disse “...Haja luz...”
(Gênesis 1.3), isto é, o sacrifício do nosso Senhor Jesus na cruz, concedendo-nos a
salvação.
Desde o início, o Criador sabia da queda da Sua criatura e a conseqüente morte que veio ao
homem e a este mundo. Deus jamais teria criado o homem sem ter um plano de redenção;
caso contrário, tudo que Ele havia feito não teria sentido algum. Portanto, em Jesus Cristo
dependia o sucesso de tudo, conforme está escrito:
“No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no
princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e, sem ele, nada do
que foi feito se fez.”
João 1.1-3
Jesus veio; o grande sacrifício substituto para morrer no lugar do homem e, desta maneira,
satisfazer a justiça de Deus, purificando a Criação em Seu sangue santo.
A respeito d’Ele todos os profetas falaram, e todos, desde o justo Abel, aguardaram a Sua
redenção. A grande obra de Jesus, entretanto, não foi apenas o Seu sacrifício na cruz, mas
ter ido à morte, o lado negro do Universo, onde Deus não foi, pois nunca morreu.
A morte, aliás, é exatamente o lugar longe da presença d’Ele. Jesus sabia que Deus não iria
estar lá com Ele, e que só voltaria se fosse perfeito, vencendo como ser humano todas as
tentações e fraquezas.
Ele, e somente Ele, enfrentaria a morte. Nunca havia estado lá e Deus não O ajudaria,
porque na cruz o Senhor Jesus era a imperfeição do homem. A justiça de Deus exigia que
Ele punisse o pecador, não lhe concedendo a Sua presença. Portanto, Deus não deu a Jesus o
conforto da Sua presença.
Por esta razão, na noite anterior à Sua morte, nosso Senhor clamou a Deus três vezes; e
tamanha era a Sua agonia, que Ele disse aos Seus discípulos: “...A minha alma está
profundamente triste até à morte; ficai aqui e vigiai comigo.” (Mateus 26.38).
Não era o sacrifício físico, mas a verdadeira morte que Lhe afligia. Não foram a coroa de
espinhos, as chicotadas, os pregos, a cruz e os socos dos soldados que causaram no Senhor
Jesus uma dor indescritível, mas a morte sem Deus e sem o Espírito Santo.
Seu coração batia tão rápido naquela noite, que a pressão sangüínea rompeu uma pequena
veia e Jesus Cristo suou gotas de sangue.
Por que estava o nosso Senhor tão aterrori​zado? Estaria com medo dos romanos ou dos
judeus? Não, absolutamente não! Certa vez Ele mesmo
disse: “Não temais os que matam o corpo e não podem matar a alma...” (Mateus 10.28).
Na verdade, o Senhor Jesus estava para ir àquela morte da alma, de onde ninguém jamais
voltou e Deus jamais esteve; Ele sabia que para voltar de lá dependeria apenas de Si
mesmo.
Somente sendo perfeito, como Deus, poderia voltar da morte (ressuscitar). Se houvesse algo
de errado n’Ele, um pensamento mau ou sentimento maligno em Seu coração, Ele jamais
ressuscitaria da morte.
Deus estava impedido, por Sua própria Lei, de ressuscitar Jesus da morte. Talvez você
esteja pensando no que disse o apóstolo Paulo:
“Se habita em vós o Espírito daquele que ressuscitou a Jesus dentre os mortos, esse
mesmo que ressuscitou a Cristo Jesus dentre os mortos vivificará também o vosso corpo
mortal, por meio do seu Espírito, que em vós habita.”
Romanos 8.11
“Paulo, apóstolo, não da parte de homens, nem por intermédio de homem algum, mas por
Jesus Cristo e por Deus Pai, que o ressuscitou dentre os mortos,”
Gálatas 1.1
“e qual a suprema grandeza do seu poder para com os que cremos, segundo a eficácia da
força do seu poder; o qual exerceu ele em Cristo, ressuscitando-o dentre os mortos e
fazendo-o sentar à sua direita nos lugares celestiais,”
Efésios 1.19,20
Deixe-me esclarecer: Deus realmente concedeu a ressurreição do nosso Senhor Jesus Cristo
quando criou a morte, não para reter Aquele que é Santo.
Sendo perfeito e Santo, a morte não podia Lhe segurar. Mas se Jesus tivesse um só pecado,
jamais poderia ter voltado da verdadeira morte, e Deus estaria também impedido de
socorrer Seu Filho.
É claro que Jesus tinha maior discernimento a este respeito do que Paulo; tanto que disse:
“...porque eu dou a minha vida para a reassumir.” (João 10.17).
Mais uma vez, Ele não deixou dúvida alguma quando disse: “...Destruí este santuário, e em
três dias o reconstruirei.” (João 2.19).
Na cruz, o Senhor Jesus, mostrando a impossibilidade de Deus estar presente, e
simbolizando os pecados da humanidade, disse: “...Deus meu, Deus meu, por que me
desampa​raste?” (Mateus 27.46).
Finalmente, quando voltou da morte, Jesus disse a Maria: “...Não me detenhas; porque
ainda não subi para meu Pai...” (João 20.17).
Todo o inferno estava contra Ele, pois a Sua vitória sobre a morte salvaria também os
homens da punição de Deus – Jesus pagou o preço que Deus exigia do homem. Esta foi a
razão por que Satanás fez os judeus testemunharem contra Ele:
“Ora, os principais sacerdotes e todo o Sinédrio procuravam algum testemunho falso
contra Jesus, a fim de o condenarem à morte. E não acharam, apesar de se terem
apresentado muitas testemunhas falsas. Mas, afinal, compareceram duas, afirmando:
Este disse: Posso destruir o santuário de Deus e reedificá-lo em três dias.”
Mateus 26.59-61
Jesus falava do Seu próprio corpo. Quando, certa vez, alguns escribas e fariseus pediram
um sinal, Ele respondeu:
“...Uma geração má e adúltera pede um sinal; mas nenhum sinal lhe será dado, senão o
do profeta Jonas. Porque assim como esteve Jonas três dias e três noites no ventre do
grande peixe, assim o Filho do Homem estará três dias e três noites no coração da
terra.”
Mateus 12.39,40
Alguns certamente irão questionar: “Mas Jesus não ficou três dias e três noites no coração
da terra, uma vez que morreu na sexta-feira à tarde e ressuscitou no domingo pela manhã”.
Na verdade, um dia antes da crucificação, Ele estava no Getsêmani, e disse: “...A minha
alma está profundamente triste até à morte...” (Mateus 26.38). Uma vez que as Suas
orações não eram mais respondidas pelo Pai, Jesus Se encontrava longe de Deus, ou seja,
na morte espiritual.
Satanás e seus seguidores duvidaram disso e tentaram de tudo para Lhe impedir. A derrota
deles viria no momento em que o nosso Senhor Jesus vencesse a morte, pagando o preço por
nós, e, finalmente, redimindo os homens perante Deus Pai.
Agora a hora estava próxima. Em diversas ocasiões Jesus havia falado sobre este momento,
e certamente conhecia todas as profecias. Mas tamanha era a Sua angústia naqueles
momentos, que por três vezes Ele orou: “...Aba, Pai, tudo te é possível; passa de mim este
cálice; contudo, não seja o que eu quero, e sim o que tu queres.” (Marcos 14.36).
Creio que o fato de o Senhor Jesus ter orado, dizendo tudo ser possível ao Pai, e Ele não ter
Lhe respondido, mostra-nos que o Seu sacrifício está acima daquele “tudo”.
Deus criou todas as coisas que existem, exceto a morte, que está fora de tudo que Ele
planejara, e que é exatamente o lugar fora da Sua presença. Salvar Jesus Cristo do Seu
sacrifício era a impossibilidade de Deus, e, portanto, Ele não poderia responder.
Precisamos entender que o Pai é absolutamente perfeito. Aceitar o errado, o pecado, o
imperfeito, resultaria na destruição da natureza de Deus e
de todo o Universo, e Ele não seria mais Deus. E Jesus, no Seu sacrifício por nós, tornou-Se
pecado, conforme está escrito:
“Mas ele foi traspassado pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniqüidades; o
castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados.”
Isaías 53.5
Por esta razão, Deus Se retirou e deixou Jesus suportar todos os pecados do mundo. O Pai
não estava lá e não Lhe respondeu. Na cruz, Jesus gritou: “...Eli, Eli, lamá sabactâni? O
que quer dizer: Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?” (Mateus 27.46).
O nosso Senhor Jesus mesmo nos ensinou a orar, dizendo: “...Pai nosso, que estás nos
céus...” (Mateus 6.9). Ora, Ele próprio nos disse para chamarmos Deus de Pai, mas naquele
momento em que estava morrendo por nós, Ele estava orando “...Deus meu, Deus meu...”
(Mateus 27.46).
Ele assim o fez porque lá, naquela cruz, Ele não era mais o Filho de Deus, mas um maldito
pelos nossos pecados.
Certa vez, Ele disse a um paralítico: “...Tem bom ânimo, filho; estão perdoados os teus
pecados.” (Mateus 9.2). Mas com respeito aos Seus perseguidores, Ele pediu a Deus:
“...Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem...” (Lucas 23.34).
Na noite anterior à Sua morte na cruz, Judas, o traidor, veio com soldados para Lhe
prenderem. Judas havia ido antes ao sumo sacerdote e aos fariseus, para negociar a captura
de Jesus por trinta moedas de prata, como profetizou Zacarias:
“Eu lhes disse: se vos parece bem, dai-me o meu salário; e, se não, deixai-o. Pesaram,
pois, por meu salário trinta moedas de prata. Então, o Senhor me disse: Arroja isso ao
oleiro, esse magnífico preço em que fui avaliado por eles. Tomei as trinta moedas de
prata e as arrojei ao oleiro, na Casa do Senhor.”
Zacarias 11.12,13
Quando Judas Iscariotes chegou com os soldados, o sinal era um beijo. Jesus sabia disso;
mesmo assim, ofereceu a Sua face. Judas deu o beijo da traição; Jesus, porém, beijou-o com
o mesmo amor.
As Suas últimas palavras para ele foram: “...Amigo, para que vieste? Nisto, aproximando-
se eles, deitaram as mãos em Jesus e o prenderam.” (Mateus 26.50).
Jesus chamou Judas de Seu amigo, mostrando-lhe que Ele era a mesma Pessoa que o
chamara um dia para ser um homem de Deus; que lhe ensinara as Escrituras e que viera para
morrer por ele e salvar a sua alma.
Naquele momento, os soldados prenderam Jesus, levando-O primeiro a Anás e depois a
Caifás, o sumo sacerdote, onde os doutores da Lei e os anciãos estavam reunidos.
Havia setenta membros, mais um presidente dentre todos, e apenas dois, José de Arimatéia
e Nicodemos, não odiavam Jesus. Aquela noite foi muito difícil para Ele. Uma após outra,
chegaram testemunhas para Lhe insultarem e humilharem.
Os membros do Sinédrio O julgaram culpado porque havia dito que destruiria o templo e o
reconstruiria em três dias. Ele foi considerado
culpado do mais importante acontecimento do
Universo: Sua grande vitória sobre a morte!
A partir deste momento, cada um começou a Lhe espancar sem misericórdia. Todos vieram
para Lhe esbofetearem e cuspirem n’Ele. Alguns puxaram os fios da Sua barba,
amaldiçoando-O.
Pelo fato de Israel ser, naquele tempo, dominado pelos romanos, eles não podiam sentenciar
Jesus à morte sem o consentimento do governador romano na Judéia. Portanto, cedo, pela
manhã, Ele foi levado a Pilatos.
Este descobriu que Ele era galileu, mandando-O a Herodes, o governador da Galiléia. De
um palácio a outro, a distância era de aproximadamente dois ou três quilômetros. Ao longo
deste caminho, a multidão crescia; todos gritavam e O amaldiçoavam.
No palácio de Herodes, eles O vestiram como um palhaço e O mandaram de volta a Pilatos.
Ninguém veio para Lhe ajudar ou defender. Onde estavam todos os enfermos, leprosos,
cegos, surdos e mudos, que Jesus havia curado?
Onde estava Lázaro, a quem Ele dera a vida novamente, ou os Seus discípulos, aos quais
Ele amava tanto? Ninguém veio. Todos O deixaram só. Entre sete e oito horas, Jesus estava
de volta a Pilatos, e toda a multidão, a uma só voz, gritava: “...Crucifica-o! Crucifica-o!”
(Lucas 23.21).
No lugar do homem que fora preso por insurreição e assassinato, Barrabás, sentenciaram
Jesus para morrer na cruz. Quando Pilatos lavou as mãos diante dos judeus, proclamando a
sua inocência, o povo todo respondeu: “...Caia sobre nós o seu sangue e sobre nossos
filhos!” (Mateus 27.25).
Quando fui a Jerusalém, visitei um lugar chama​do Museu do Holocausto. Lá podem ser
vistos fotos e filmes dos terríveis crimes que ocorreram durante a Segunda Guerra Mundial.
Há um lugar especial, em memória das milhões de crianças assassinadas durante aqueles
dias. Naquele lugar, eu me lembrei da tristeza de Jesus por Jerusalém:
“Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas e apedrejas os que te foram enviados!
Quantas vezes quis eu reunir teus filhos como a galinha ajunta os do seu próprio ninho
debaixo das asas, e vós não o quisestes!”
Lucas 13.34
Quando Pilatos decidiu atender ao clamor do povo, mandou os seus soldados – uma
companhia inteira – insultarem e espancarem Jesus. Após todo o sofrimento durante a noite,
subindo e descendo em Jerusalém, nosso Senhor estava exausto.
Então, vestiram Jesus de púrpura e Lhe colocaram uma coroa de espinhos na cabeça. Vez
após vez, eles batiam com um caniço na Sua cabeça e Lhe cuspiam. Logo o Seu rosto ficou
completamente deformado, exatamente conforme estava escrito:
“...não tinha aparência nem formosura; olhamo-lo, mas nenhuma beleza havia que nos
agradasse. Era desprezado e o mais rejeitado entre os homens; homem de dores e que
sabe o que é padecer; e, como um de quem os homens escondem o rosto, era desprezado, e
dele não fizemos caso.”
Isaías 53.2,3
Chicotearam Jesus, conforme estava escrito: “Sobre o meu dorso lavraram os aradores;
nele abriram longos sulcos.” (Salmos 129.3). E depois fizeram-No carregar a cruz, sobre
as costas ensangüentadas. Às nove horas da manhã, eles O pregaram na cruz.
A oração que Jesus fez na cruz foi revelada sete​centos anos antes, ao rei Davi, pelo Espírito
Santo, e está escrita no capítulo 22 do livro de Salmos. Vejamos:
“Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste...” (Salmos 22.1) – estas são as exatas
palavras que Jesus disse na cruz, enfrentando o Seu verdadeiro sacrifício, que era muito
mais espiritual que físico.
Indo para a morte, Ele estava completamente só. Não havia anjos, nem o Espírito Santo,
nem o próprio Pai; nenhuma resposta à Sua oração. Jesus estava afastado de Deus, como o
rico estava longe de Lázaro e Abraão, separado pelo grande abismo (Lucas 16).
O sacrifício de Jesus não foi o mesmo dos mártires do cristianismo, como Estêvão, que
estava cheio do Espírito Santo enquanto morria, e contemplava a Deus e a Jesus nos Céus.
Conforme a Bíblia relata, após orar ele adormeceu (Atos 7.54-60). O martírio de Jesus foi
inteiramente diverso. Deus estava muito longe e o Espírito Santo também. Ele não
adormeceu, mas bradou em alta voz e foi para a morte.
“...Por que se acham longe de minha salvação as palavras de meu bramido? Deus meu,
clamo de dia, e não me respondes; também de noite, porém não tenho sossego. Contudo,
tu és santo, entronizado entre os louvores de Israel.”
Salmos 22.1-3
A agonia desta morte alcançou a alma e o espírito de Jesus, que clamava dia e noite,
incessantemente, sem receber resposta. Contudo, Ele continuava adorando a Deus.
“Nossos pais confiaram em ti; confiaram, e os livraste. A ti clamaram e se livraram;
confiaram em ti e não foram confundidos. Mas eu sou verme e não homem; opróbrio dos
homens e desprezado do povo.”
Salmos 22.4-6
Aqui o nosso Senhor Se colocava na situação de um simples judeu, cujos pais haviam
recebido resposta e ajuda do Pai, mas Ele próprio havia sido abandonado.
Longe de Deus, abandonado por todos os Seus amigos e desprezado por todos os homens.
“Todos os que me vêem zombam de mim; afrouxam os lábios e meneiam a cabeça:
Confiou no Senhor! Livre-o ele; salve-o, pois nele tem prazer.” (Salmos 22.7,8) – a este
respeito, aqueles que lá estavam escreveram:
“Os que iam passando blasfemavam dele, meneando a cabeça e dizendo: Ó tu que
destróis o santuário e em três dias o reedificas! Salva-te a ti mesmo, se és o Filho de
Deus, e desce da cruz! (...) Confiou em Deus; pois venha livrá-lo agora, se, de fato, lhe
quer bem...”
Mateus 27.39-43
Estas foram as longas seis horas que o nosso Senhor passou na cruz: desde as nove horas da
manhã até as três horas da tarde. O número seis, na Bíblia, representa o homem, que foi
criado no sexto dia, assim como o número três representa a Trindade: Deus Pai, o Filho e o
Espírito Santo.
A besta tem o número 666, que significa o homem (6) que quer ser como Deus (3). Portanto,
Jesus este​ve na cruz por seis horas, porque Ele estava morrendo pelo homem.
Aquela gente não conseguia entender por qual motivo Deus não O ajudou, se Ele era o Seu
Filho. Era a impossibilidade de Deus.
“Contudo, tu és quem me fez nascer; e me preservaste, estando eu ainda ao seio de minha
mãe. A ti me entreguei desde o meu nascimento; desde o ventre de minha mãe, tu és meu
Deus”.
Salmos 22.9,10
Agora, Jesus está falando acerca da perseguição que sofreu pelo diabo desde o Seu
nascimento, quando não tinha lugar para ficar em Belém, e quando precisou fugir para o
Egito, porque Herodes procurava Lhe matar.
“Não te distancies de mim, porque a tribulação está próxima, e não há quem me acuda”.
(Salmos 22.11) – mesmo na cruz, após horas e horas de sofrimento, o nosso Senhor deixava
claro que o grande sofrimento estava próximo – a morte.
O grande abismo, o lado escuro do Universo, onde Deus nunca esteve e nunca estaria. O
lugar de onde Jesus só poderia voltar se fosse completamente perfeito. Um pequeno erro ou
pecado O deixaria eternamente na morte.
“Muitos touros me cercam, fortes touros de Basã me rodeiam. Contra mim abrem a boca,
como faz o leão que despedaça e ruge.” (Salmos 22.12,13) – ao redor do Calvário estavam
Satanás e seus seguidores. Juntos tentavam fazer com que o nosso Senhor falhasse.
Eles sabiam que se conseguissem fazer Jesus falhar, estaria destruído todo o plano de Deus
e seria evitada a derrota final satânica. Lá, eles sabiam que Jesus estaria só e em grande
angústia, sem o Espírito Santo e sem Deus Pai.
Durante o tempo em que o nosso Senhor estava pregando em Israel, houve uma ocasião em
que Ele foi para o outro lado do Mar da Galiléia, onde dois homens estavam terrivelmente
possuídos por espíritos malignos.
Jesus estava tão cansado àquela noite, que dormiu no barco, a despeito da tempestade.
Quando chegou à outra margem, os demônios começaram a gritar, por intermédio da​que​les
homens possessos, porque Jesus lhes ordenara que saíssem deles.
Eles eram tão violentos, que ninguém podia passar por aquele caminho. E disseram: “...Que
temos nós contigo, ó Filho Deus! Vieste aqui atormentar-nos antes do tempo?” (Mateus
8.29).
Então imploraram a Jesus para deixá-los na região, e Ele os mandou a uma grande manada
de porcos, que pastava não muito longe dali. Jesus permitiu que entrassem nos porcos, e
toda a manada se precipitou despenhadeiro abaixo, para dentro do mar.
A Bíblia diz que o povo daquela cidade, quando viu isso, pediu a Jesus que deixasse suas
terras. Mas aqueles que antes procediam como loucos estavam agora completamente
libertos e curados.
Quando os espíritos malignos pediram permissão a Jesus para permanecerem na área,
estavam na verdade desafiando-O, pois sabiam que chegaria o dia em que o Senhor ficaria
só, na cruz, e então eles O ameaçariam.
Além do mais, eles tentaram mostrar a Jesus o poder das trevas, porque logo após a morte
da manada voltaram à Sua presença, usando agora o povo daquela cidade.
E esta, penso eu, foi a pior desfeita recebida por Jesus. Aquele povo preferiu os porcos ao
próprio Filho de Deus, e pediu que Ele Se retirasse dali.
Agora, todos os demônios estavam ao redor da cruz, com Satanás, usando os inimigos de
Jesus um após o outro, para fazê-Lo falhar.
“Derramei-me como água, e todos os meus ossos se desconjuntaram...” (Salmos 22.14) –
as seis horas que o nosso Senhor passou na cruz, depois de todo aquele sofrimento da noite
anterior, levaram-No à completa exaustão. E ainda com a tensão da proximidade da morte,
toda a Sua força se acabara e os Seus ossos se desconjuntaram.
“...meu coração fez-se como cera, derreteu-se dentro de mim.” (Salmos 22.14) – isto
aconteceu nos últimos momentos do Seu sacrifício, quando o Seu coração foi rompido,
causando a Sua morte.
Lemos ainda no livro de Salmos: “O opróbrio partiu-me o coração, e desfaleci...” (Salmos
69.20). Você, meu amigo leitor, pode imaginar tamanho sofrimento, capaz de romper o
coração de um homem?
Quando tiraram Jesus da cruz, um dos soldados abriu o Seu lado com uma lança, e logo
jorrou sangue e água. Há pessoas que alegam que Ele não estava morto neste momento, uma
vez que jorrar sangue e água só poderia acontecer se o coração ainda estivesse batendo.
Ora, o diabo jamais desistirá de tentar destruir a vitória da cruz. O que aconteceu foi que o
coração do nosso Senhor estava verdadeiramente quebrado, em conseqüência de todo o
sofrimento que Ele suportou por nós, enchendo de tal maneira o Seu peito com sangue que a
pressão fez com que este jorrasse.
“Secou-se o meu vigor, como um caco de barro...” (Salmos 22.15) – completamente
abandonado, e depois de todo aquele sofrimento, a única força de Jesus provinha do Seu
maravilhoso amor por nós.
“...e a língua se me apega ao céu da boca; assim, me deitas no pó da morte.” (Salmos
22.15) – na cruz, nosso Senhor sofreu uma sede intensa, porque Ele já havia perdido muito
sangue. Neste momento, foi-Lhe dado vinagre, conforme está escrito:
“Depois, vendo Jesus que tudo já estava consumado, para se cumprir a Escritura, disse:
Tenho sede! Estava ali um vaso cheio de vinagre. Embeberam de vinagre uma esponja e,
fixando-a num caniço de hissopo, lha chegaram à boca.”
João 19.28,29
Aquele que havia curado e abençoado a tantos não tinha agora ninguém que Lhe desse água.
“Cães me cercam...” (Salmos 22.16) – falando como um judeu, estas palavras se referiam
aos soldados romanos, que haviam pregado Jesus na cruz pelas mãos e os pés.
Naquele tempo, os judeus costumavam chamar de “cães” todos aqueles que não eram
judeus. Certa vez, Jesus encontrou uma mulher cananéia, cuja filha sofria terrivelmente, com
possessão maligna:
“Ela, porém, veio e o adorou, dizendo: Senhor, socorre-me! Então, ele, respondendo,
disse: Não é bom tomar do pão dos filhos e lançá-lo aos cachorrinhos. Ela, contudo,
replicou: Sim, Senhor, porém os cachorrinhos comem das migalhas que caem da mesa dos
seus donos. Então, lhe disse Jesus: Ó mulher, grande é a tua fé! Faça-se contigo como
queres. E, desde aquele momento, sua filha ficou sã.”
Mateus 15.25-28
Sendo cananéia, e não judia, aquela mulher foi chamada de “cachorrinha”.
“...uma súcia de malfeitores me rodeia; traspassaram-me as mãos e os pés.” (Salmos
22.16) – o rei Davi, em toda a sua vida, nunca havia visto alguém ser
crucificado. Em seu tempo, a punição capital era o apedrejamento. Somente o Espírito Santo
poderia fazê-lo prever o tipo de sacrifício que Jesus faria.
“Repartem entre si as minhas vestes e sobre a minha túnica deitam sortes.” (Salmos
22.18) – eram quatro soldados, e o número 4, na Bíblia, representa o mundo – os quatro
cantos da Terra – e Jesus estava morrendo pelo mundo.
Aqueles soldados que repartiam as Suas vestes e lançavam sortes sobre a Sua túnica jamais
poderiam imaginar que estavam cumprindo uma profecia, feita setecentos anos antes.
“Os soldados, pois, quando crucificaram Jesus, tomaram-lhe as vestes e fizeram quatro
partes, para cada soldado uma parte; e pegaram também a túnica. A túnica, porém, era
sem costura, toda tecida de alto a baixo. Disseram, pois, uns aos outros: Não a
rasguemos, mas lancemos sortes sobre ela para ver a quem caberá—para se cumprir a
Escritura: Repartiram entre si as minhas vestes e sobre a minha túnica lançaram sortes.
Assim, pois, o fizeram os soldados.”
João 19.23,24
Uma das grandes humilhações da crucificação era o fato de a vítima ficar nua. Nesta
situação esteve o nosso Senhor Jesus na cruz, por seis longas horas.
Todas as pessoas naquele dia estavam muito ocupadas, porque era o tempo da festa mais
importante para os judeus: a Páscoa. Jerusalém estava cheia. Até mesmo o rei Herodes
estava lá, e todas as famílias preparavam o cordeiro, o que faziam religiosamente por dois
mil anos.
Ninguém, porém, apercebia-se de que o verdadeiro Cordeiro de Deus estava sendo
sacrificado sozinho, no monte. Tal era o sofrimento de Jesus, que aqueles que
testemunharam o que acontecia àquele dia escreveram na Bíblia que o Sol se ofuscou e o
céu escureceu, como se todo o Universo gemesse.
Mas mesmo em toda esta terrível situação, quando o maligno e seu bando O torturavam,
tentando fazê-Lo falhar; quando todos os Seus amigos se foram, e lá Deus não podia estar
com Ele, Jesus mostrou o Seu maravilhoso amor e santidade.
Ele só entregou a Sua alma quando um dos ladrões crucificados – um estava à Sua direita e
outro à Sua esquerda – vendo o Seu grande sofrimento, e ainda a Sua pureza e santidade,
arrependeu-se, aceitando-O em seu coração.
Somente depois de ter salvo a Sua última ovelha no Seu ministério físico, foi que Jesus
entregou a Sua vida. E durante três dias houve expectativa em todo o Universo.
Os discípulos ficaram atônitos e confusos. Os inimigos de Jesus pensavam que o Seu
ministério havia chegado ao fim, e que dentro de alguns dias ninguém se lembraria d’Ele, ou
das Suas palavras.
As legiões do inferno fizeram de tudo, derramando o seu ódio para impedir a Vitória da
Cruz. Mas ao terceiro dia Ele ressuscitou! A morte não era forte o suficiente para segurá-Lo,
porque Ele era perfeito!
Como o primeiro raio de sol, Ele cruzou o abismo e, em glória triunfante, voltou da morte!
Aleluia! Assim como o Deus Pai surgiu do nada, existindo desde a eternidade, Jesus veio da
morte por Sua própria glória!
Agora, Satanás estava completamente derrotado! Ele já não podia mais acusar os homens
por seus pecados. O preço estava pago!
Jesus, e somente Ele, voltou do lado escuro, pagando o preço requerido pela justiça de
Deus, e nos comprou pelo preço do Seu santo sangue, conforme está escrito:
“tendo cancelado o escrito de dívida, que era contra nós e que constava de ordenanças, o
qual nos era prejudicial, removeu-o inteiramente, encravando-o na cruz; e, despojando
os principados e as potestades, publicamente os expôs ao desprezo, triunfando deles na
cruz.”
Colossenses 2.14,15
Após a Sua morte, certa mulher chorou por três dias, porque sentia a Sua falta. Ela havia
sofrido muito no passado, e havia obtido alívio no dia em que O havia encontrado, porque
Jesus expulsou sete espíritos malignos do seu corpo.
Ela era Maria Madalena. Quando O viu na cruz, não podendo se apro​xi​​mar, por não ter
coragem de vê-Lo nu, decidiu, então, vê-Lo quando O pusessem no sepulcro. Domingo, pela
manhã, ela estava no jardim próximo ao túmulo de Jesus, chorando, quando ouviu uma voz:
“...Mulher, por que choras? A quem procuras? Ela, supondo ser ele o jardineiro,
respondeu: Senhor, se tu o tiraste, dize-me onde o puseste, e eu o levarei. Disse-lhe Jesus:
Maria! Ela, voltando-se, lhe disse, em hebraico: Raboni (que quer dizer Mestre)!
Recomendou-lhe Jesus: Não me detenhas; porque ainda não subi para meu Pai, mas vai
ter com os meus irmãos e dize-lhes: Subo para meu Pai e vosso Pai, para meu Deus e
vosso Deus.”
João 20.15-17
Este encontro enche o meu coração de fé e esperança. Após tamanha vitória, que restaurara
todo o plano de Deus para a Sua Criação e para o Universo, quando Ele deveria ter ido para
o Céu, e receber todas as honras e louvores das legiões de anjos, e Se assentar ao lado
direito do Deus Pai, Jesus encontrou tempo para falar com uma simples mulher, que nunca,
por seus próprios méritos, poderia ser recebida por um rei deste mundo.
Ela recebeu, entretanto, a grande glória de ver o Rei dos reis primeiro, e Ele lhe disse:
“...ainda não subi para meu Pai...” (João 20.17).
Querido leitor, Jesus é o grande nome em todo o Universo. Ele tem este nome e este lugar
não só porque Deus O escolheu, mas porque Ele ganhou a Sua vitória em sacrifício por nós.
O Seu nome é o nosso poder e a nossa vitória. Faça d’Ele a sua força pessoal; faça do Seu
sacrifício a rocha na qual você coloca a sua fé. Creia n’Ele
e seja cheio do Espírito Santo, e o inferno jamais prevalecerá contra você!
Durante todo o Seu ministério terreno, Jesus Cristo cuidou para que Judas não fizesse o que
fez. Mas é espantoso como se encontrava cego pelo maligno. Por algum tempo, ele roubou
dinheiro do grupo, sendo o tesoureiro.
Judas Iscariotes teve todas as oportunidades para mudar. Jesus o perdoou por tudo e o
manteve com o grupo, na esperança do seu arrependimento. Alguns dias antes, Ele mesmo
lavou os pés dos Seus discípulos, inclusive os de Judas.
Assim fazendo, dava-lhe mais uma vez exemplo para ajudá-lo e evitar a sua desgraça. Tudo
foi feito. A última tentativa de ajuda foi por ocasião da Ceia, quando Ele falou claramente a
respeito do traidor.
Todos viram que seria Judas, que ouviu, mas não entendeu. O diabo o convenceu de que
poderia ganhar dinheiro, pois, no final, Jesus jamais seria morto. Afinal de contas, Ele era
inocente.
Todos O amavam e viriam Lhe ajudar, porque fizera bem a tantos necessitados... Pouco
tempo antes, aquela mulher havia derramado um perfume caro na cabeça de Jesus. Ah, sim,
Jesus tinha muitas pessoas que poderiam Lhe ajudar...
Somente quando Judas viu o Senhor condenado é que percebeu o que o diabo havia feito na
sua vida. Agora estava feito, e o desespero invadiu a sua alma. Ele tinha mulher e filhos,
mas ninguém podia confortá-lo.
Isto é o que o diabo tem feito com muitas pessoas, desde o início. São usadas e só percebem
quando tudo já está consumado. Judas, na tentativa de
aliviar a sua grande depressão, a sua angústia e retirar a culpa das suas mãos, quis devolver
as moedas, mas os sacerdotes não aceitaram.
Então ele as lançou para dentro do Templo. Depois saiu e se enforcou. Que terrível fim para
quem estava tão próximo do Senhor! Certa vez Jesus disse aos Seus doze discípulos,
incluindo Judas:
“...Em verdade vos digo que vós, os que me seguistes, quando, na regeneração, o Filho do
Homem se assentar no trono da sua glória, também vos assentareis em doze tronos para
julgar as doze tribos de Israel.”
Mateus 19.28
Como poderia alguém trocar um trono de glória por trinta amaldiçoadas moedas de prata?
Querido leitor, Jesus prometeu nos levar à Sua eterna glória. Eu não sei, mas talvez alguma
coisa esteja lhe impedindo de aceitá-Lo como Senhor da sua vida.
Talvez você tenha adiado a decisão porque se envolveu com amante; ou está enganando
pessoas no seu trabalho e enriquecendo; ou talvez você seja um escravo de vícios...
Não sei, mas de uma coisa eu sei muito bem: Seja lá o que for que esteja lhe impedindo de
vir a Jesus, não passa de trinta malditas moedas de prata. Elas nunca satisfarão a sua alma e,
no fim, ainda o mandarão para o inferno.
Judas está lá hoje. Ali é o lugar para aqueles que trocam o Senhor por uma, por trinta ou por
milhões de moedas de prata. Não permita, pois, que o diabo lhe use para depois lhe
descartar.
NOSSA NOVA SITUACAO: MAIS QUE
VENCEDORES

“Em todas estas coisas, porém, somos mais que vencedores, por meio daquele que nos
amou.”
Romanos 8.37
“Ao vencedor, dar-lhe-ei sentar-se comigo no meu trono, assim como também eu venci e
me sentei com meu Pai no seu trono.”
Apocalipse 3.21
Quando Jesus encontrou os Seus discípulos após a Sua ressurreição, disse:
“...Toda a autoridade me foi dada no céu e na terra. Ide, portanto, fazei discípulos de
todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo;
ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado. E eis que estou convosco
todos os dias até à consumação do século.”
Mateus 28.18-20
Naquele momento, Jesus falava àqueles Seus discípulos, mas não exclusivamente a eles.
Falava também a todos os Seus discípulos que viriam após aqueles, incluindo a nós, hoje, e
os que virão depois de nós.
Portanto, Jesus estendeu a Sua promessa de estar conosco até a consumação do século, e, ao
dizer que estaria conosco, significa que a Sua autoridade, que está acima de toda
autoridade, estaria conosco também. Ele também disse:
“...Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura. Quem crer e for batizado
será salvo; quem, porém, não crer será condenado. Estes sinais hão de acompanhar
aqueles que crêem: em meu nome, expelirão demônios; falarão novas línguas; pegarão
em serpentes; e, se alguma coisa mortífera beberem, não lhes fará mal; se impuserem as
mãos sobre enfermos, eles ficarão curados.”
Marcos 16.15-18
Como podemos ver, a Sua grande autoridade foi entregue a nós, a todos os que crêem. Se
você, que está lendo este livro agora, está sofrendo,
talvez doente, em um hospital, pode começar, neste momento, a usar a sua autoridade!
Se você crê, repreenda o diabo em sua vida e continue lutando até que ele fuja. Use o
Grande Nome! Não peça a Jesus para curá-lo, mas cure-se a si próprio, crendo em Seu
nome.
Em toda a minha vida como pregador do Evangelho, jamais vi um espírito maligno que
resistisse ao nome de Jesus! Se você tem problemas na família, no trabalho ou qualquer
outro que seja, não aceite a derrota, pois você tem o nome de Jesus! Pise na cabeça do
diabo ao invocar o Seu nome!
Se alguém lhe ameaçou, ou fez bruxarias para destruir a sua vida, não tema! Jesus disse que
nada poderia nos causar dano. Se você compreender a Sua vitória sobre a morte, e aceitá-la
como a sua vitória pessoal, ninguém poderá lhe destruir.
Tenho pregado o nome do Senhor Jesus em vários lugares, e sou uma testemunha do Seu
poder. Se tivesse que escrever todos os milagres que tenho visto, certamente que nem os
anos da minha vida seriam suficientes! Satanás e o seu reino estão destruídos na vida
daquele que crê.
É errado quando um cristão diz que está lutando para derrotar o diabo na sua vida. O diabo
já foi derrotado por Jesus, na cruz. Em vez disso, as pessoas deveriam dizer que estão
lutando contra as suas próprias dúvidas e temores, para assumirem a Sua vitória, porque
quando cremos e assumimos esta vitória em Cristo, ela se torna a nossa vitória.
Quando você crê exatamente no que Deus diz, que você é mais que vencedor, esta verdade
prevalece acima de tudo na sua vida!
Há muitos anos, poucos dias antes da data em que eu deveria prestar exames físicos para a
tropa de pára-quedistas, fiquei muito doente. Havia já alguns anos que eu estava me
preparando e treinando, e não pude entender quando o médico disse que aquela doença me
deixaria de repouso por quase um ano.
Logo perdi dez quilos. Fiquei muito magro. Sentia-me muito enfraquecido. Costumava orar
muito, mas nada acontecia. Li muitos livros sobre milagres e ouvi muitos testemunhos, mas a
minha fé parecia tão fraca e a enfermidade tão forte!
Imaginava que aquilo tudo estava sendo causado por alguma falha ou pecado meu. Talvez
não tivesse bastante fé, ou talvez estivesse sendo castigado pelos meus pecados, ou até
mesmo precisasse receber a oração de um poderoso homem de Deus.
Algumas vezes, confesso, na minha fraqueza, até pensei que não havia Deus, e que tudo que
tinha ouvido e sentido na minha vida cristã não tinha passado de emoções.
Certa noite, ao ler a Bíblia, encontrei a passagem onde Jesus amaldiçoa a figueira. Ele viu a
árvore de longe e foi até ela, para comer um dos seus
frutos. Não encontrando nenhum, Ele amaldiçoou a figueira e foi embora (Mateus 21).
A Bíblia diz que na manhã seguinte, passando perto daquela figueira, junto com Jesus, os
Seus discípulos ficaram maravilhados, porque a figueira estava completamente seca.
A minha situação ficou totalmente esclarecida. Já havia lido essa passagem muitas vezes,
mas pela primeira vez estava compreendendo o óbvio! Jesus sabia de antemão que a árvore
não tinha frutos. Ele sabia de tudo. Voltou lá no dia seguinte para nos ensinar uma grande
lição.
Os Seus discípulos ficaram maravilhados na manhã seguinte porque quando Jesus
amaldiçoou aquela árvore, nada aconteceu imediatamente
diante dos olhos deles, mas isto não significava que Jesus tinha falhado. No momento em
que Ele falou à árvore, ela começou a secar na raiz, a parte escondida dos nossos olhos.
Eu não esperava mais para ver ou sentir algo, a fim de crer que o que Ele disse é a verdade.
As Suas palavras são suficientes. Tenho visto muitas pessoas serem curadas e outras não. A
diferença está apenas na fé delas em crerem no que Ele prometeu.
Você tem a vitória em qualquer circunstância. Não precisamos de uma grande fé, pois uma
pequena é suficiente! Mesmo quando Pedro duvidou, e come​çou a afundar no mar (Mateus
14), Jesus estava lá para estender a Sua mão e salvar-lhe a vida.
Somente você pode se condenar, caso creia mais naquilo que está à sua volta do que nas
palavras d’Ele. Confie sempre, mesmo se a árvore não
mostrar diferença alguma, isto é, mesmo que os seus problemas pareçam não mudar logo
após a sua oração.
Aquele que venceu a morte pode todas as coisas e fará grandes coisas por você, porque Ele
o ama! Repita para si mesmo: Eu posso todas as coisas! Eu tenho o nome de Jesus!
Talvez você esteja lutando pela sua vida financeira, e os seus caminhos pareçam fechados.
Às vezes você sente vontade de desistir e aceitar o insucesso? Por favor, compreenda que
Deus criou cada um de nós com um talento especial.
Assim como os pássaros, que podem voar, ou os peixes, que sabem nadar, todas as criaturas
têm um talento especial para criar condições de sucesso na vida. Você não é diferente: você
também tem um talento especial! Deus lhe deu este talento desde quando você nasceu, como
parte da Sua bênção. Talvez você pergunte: Como posso descobrir o meu talento especial?
É fácil. Responda apenas a estas perguntas: O que você quer fazer? Qual é o seu sonho
desde criança? Você pode ser um professor, um enge​nheiro, um piloto ou o que quiser. Se
Deus lhe deu a vontade, Ele também lhe deu a capacidade.
Ouça a voz do seu coração e comece hoje a
construir o seu sonho com Deus! Se ao longo
do caminho você tiver momentos difíceis, não
desista. Lembre que você tem o nome de Jesus.
Ore e traba​lhe; creia em si próprio e, acima de
tudo, creia em Deus. Não permita que ninguém lhe impeça. Com Ele, tudo é possível.

Em vez de dizerem que estão lutando para derrotar o diabo em suas vidas, as pessoas
deveriam dizer que estão lutando contra as suas próprias dúvidas e temores, para
assumirem a Sua vitória
PROXIMO DO FIM: O QUE A BIBLIA DIZ

Ninguém sabe ao certo quando o fim chegará. O próprio Senhor Jesus disse: “Mas a
respeito daquele dia ou da hora ninguém sabe; nem os anjos no céu, nem o Filho, senão o
Pai.” (Marcos 13.32).
Contudo, Jesus nos falou acerca de um tempo que Ele chamou de “próximo ao fim”, que nós
poderíamos saber. Parece que Deus tem um método especial para medir os pecados dos
homens, e quando alcançam o limite, o castigo vem.
Isso aconteceu ao povo que morava na Terra Prometida antes dos israelitas, quando Deus
prometeu a terra para Abraão: “Na quarta geração, tornarão para aqui; porque não se
encheu ainda a medida da iniqüidade dos amorreus.” (Gênesis 15.16).
Muito mais tarde, Jesus veio exatamente no tempo em que os pecados dos israelitas estavam
alcançando a plena medida. Ele era a última esperança deles, antes do grande castigo que
Moisés falou no seu último discurso:
“A mais mimosa das mulheres e a mais delicada do teu meio, que de mimo e delicadeza
não tentaria pôr a planta do pé sobre a terra, será mesquinha para com o marido de seu
amor, e para com seu filho, e para com sua filha; mesquinha da placenta que lhe saiu
dentre os pés e dos filhos que tiver, porque os comerá às escondidas pela falta de tudo, na
angústia e no aperto com que o teu inimigo te apertará nas tuas cidades.”
Deuteronômio 28.56,57
O Senhor Jesus confirmou isso, quando chorou por Jerusalém, dizendo:
“...Ah! Se conheceras por ti mesma, ainda hoje, o que é devido à paz! Mas isto está agora
oculto aos teus olhos. Pois sobre ti virão dias em que os teus inimigos te cercarão de
trincheiras e, por todos os lados, te apertarão o cerco; e te arrasarão e aos teus filhos
dentro de ti; não deixarão em ti pedra sobre pedra, porque não reconheceste a
oportunidade da tua visitação.”
Lucas 19.42-44
Israel teve todas as chances, durante milhares de anos, para se arrepender. Os israelitas
fizeram o que era errado diante de Deus: mataram os
profetas e o Filho de Deus, que veio em uma última tentativa para salvá-los.
Os pecados de Israel alcançaram a plena medida. Alguns anos após o sacrifício de Jesus,
Jerusalém foi sitiada durante cinco meses, por um general roma​no chamado Tito, e seus cem
mil soldados. Eles destruíram Jerusalém, matando quase todos. O grande Templo foi
destruído também, conforme Jesus tinha dito:
“Tendo Jesus saído do templo, ia-se retirando, quando se aproximaram dele os seus
discípulos para lhe mostrar as construções do templo. Ele, porém, lhes disse: Não vedes
tudo isto? Em verdade vos digo que não ficará aqui pedra sobre pedra que não seja
derribada.”
Mateus 24.1,2
O sofrimento era tal, que Josefo, um historiador judeu, escreveu que no mesmo momento em
que os soldados entraram em Jerusalém, sentiram o cheiro de carne assando.
Como a cidade estava sitiada havia muito tempo, e as pessoas que lá viviam não tinham o
que comer, eles foram verificar, encontrando uma mãe escondida comendo o seu próprio
filho.
A profecia de Moisés havia se cumprido. Apenas alguns judeus escaparam da morte. Foram
vendidos como escravos e espalhados por todo o mundo. Pelos séculos subseqüentes,
tornaram-se uma nação sem pátria, vivendo em muitos países, mas não tendo o seu próprio.
A Bíblia diz que, próximo ao fim, os judeus voltariam à sua terra. Mas parecia
completamente impossível, porque durante o longo tempo em que estiveram fora de Israel,
outras nações, especialmente árabes, tomaram o seu lugar.
Em 1945, o mundo vivia sob as bombas da Segunda Guerra Mundial. Hitler, primeiro-
ministro da Alemanha, declarando implacável perseguição anti-semita, dizimou seis
milhões de judeus, dentre eles dois milhões de crianças.
Era o que a História chamou de Holocausto. Satanás estava impedindo o cumprimento da
profecia bíblica sobre o retorno dos judeus. Durante aqueles dias, parecia completamente
impossível ao povo judeu retornar à Terra Santa.
Impossível aos homens, mas não a Deus! Em 1948, a ONU, Organização das Nações
Unidas, declarou que o novo Estado de Israel deveria
ocupar a mesma terra que Deus havia prometido a Abraão. A Bíblia estava certa mais uma
vez!
Em um sábado, pregando em Nazaré, onde Ele havia crescido, Jesus desenrolou o livro do
profeta Isaías e achou o lugar onde estava escrito:
“O Espírito do Senhor está sobre mim, pelo que me ungiu para evangelizar os pobres;
enviou-me para proclamar libertação aos cativos e restauração da vista aos cegos, para
pôr em liberdade os oprimidos, e apregoar o ano aceitável do Senhor. Tendo fechado o
livro, devolveu-o ao assistente e sentou-se; e todos na sinagoga tinham os olhos fitos
nele. Então, passou Jesus a dizer-lhes: Hoje, se cumpriu a Escritura que acabais de
ouvir.”
Lucas 4.18-21
Jesus parou a Sua leitura onde diz “apregoar o ano aceitável do Senhor”. Este é o nosso
tempo! Ainda estamos no ano aceitável do Senhor, chamado
Tempo da Graça. Temos em Jesus acesso direto à presença do Soberano Deus.
A cortina do Templo, que foi rasgada de alto a baixo, no momento em que Jesus morreu na
cruz, continua aberta, dando-nos acesso ao Santo dos santos, onde somente o sumo
sacerdote podia entrar uma vez ao ano, conforme está escrito: “Mas Jesus, dando um
grande brado, expirou. E o véu do santuário rasgou-se em duas partes, de alto a baixo.”
(Marcos 15.37,38).
Isso aconteceu para nos mostrar que, pelo sacrifício de Jesus, todos nós que cremos nos
tornamos sumo sacerdotes aos olhos de Deus. O Santo dos santos está aberto até hoje, mas
não para sempre.
A continuação daquela profecia que Jesus leu diz: “...e o dia da vingança do nosso Deus...”
(Isaías 61.2). Esta parte Ele não podia ler, porque esse dia ainda não havia chegado, mas
chegará, e precisamos todos estar preparados para ele.
Depois de tudo o que Jesus fez por nós na cruz, aqueles que ainda se recusam a aceitá-Lo
não escaparão do dia da vingança, como a Bíblia diz: “como escaparemos nós, se
negligen​ciarmos tão grande salvação?...” (Hebreus 2.3).
Como podemos viver, e assumir a posição que Jesus conquistou para nós na cruz, nesses
últimos dias? Como podemos ter a visão certa da vontade de Deus e a força necessária para
cumpri-la?
Estas perguntas têm uma só resposta: recebendo o Espírito Santo! Próximo ao fim é o tempo
do Espírito Santo, como prevê a profecia de Joel:
“E acontecerá, depois, que derramarei o meu Espírito sobre toda a carne; vossos filhos e
vossas filhas profe​tizarão, vossos velhos sonharão, e vossos jovens terão visões; até
sobre os servos e sobre as servas derramarei
o meu Espírito naqueles dias.”
Joel 2.28,29
O Espírito Santo é o fogo que Jesus veio trazer:
“Eu vim para lançar fogo sobre a terra e bem quisera que já estivesse a arder. Tenho,
porém, um batismo com o qual hei de ser batizado; e quanto me angustio até que o mesmo
se realize!”
Lucas 12.49,50
Este é o fogo que deve arder na sua vida, amigo leitor! Depois do sacrifício de Jesus na
cruz, Ele nos purificou em Si mesmo, dando-nos a possibilidade de termos o Espírito Santo!
Busque-O de todo o coração. Peça a Sua presença na sua vida! Compreenda que sem Ele os
seus olhos nunca verão a glória de Deus, e a sua mente não perceberá também o Seu plano
para você.
O Espírito Santo é tão importante nestes dias, próximos ao fim, quanto Jesus era para os
Seus discípulos, quando estava com eles. Ele lhes
ordenou, após a ressurreição, que não deixassem Jerusalém antes de receberem o Espírito
Santo, conforme está escrito:
“A estes também, depois de ter padecido, se apresentou vivo, com muitas provas
incontestáveis, aparecendo-lhes durante quarenta dias e falando das coisas concernentes
ao reino de Deus. E, comendo com eles, determinou-lhes que não se ausentassem de
Jerusalém, mas que esperassem
a promessa do Pai, a qual, disse ele, de mim ouvistes. Porque João, na verdade, batizou
com água, mas vós sereis batizados com o Espírito Santo, não muito depois destes dias.”
Atos 1.3-5
Só depois que eles receberam este dom, ao qual Jesus Se referia, é que os olhos deles foram
abertos e eles saíram para mudar o mundo do seu tempo.
O Espírito Santo ainda procura por aqueles que querem receber o poder de Deus. Ele é o
único caminho. Sem Ele, ninguém tem a chance para assumir a vitória sobre Satanás e o seu
reino, a qual Jesus nos deu.
Você pode ter uma vida frutífera para o Senhor, e viver acima dos problemas deste mundo,
sem conhecer o significado da palavra “medo”. Você pode curar os doentes e expulsar todos
os tipos de espíritos malignos, proclamando o Evangelho àqueles que estão nas trevas.
É possível para você hoje e agora! Você só precisa do dom que o nosso Senhor nos deu na
cruz! Busque o Espírito Santo de todo o coração e você O receberá. No momento em que
isto acontecer, você sentirá a Sua presença invadir todo o seu ser. A sua vida não será mais
a mesma!
Aconteceu comigo há quase 25 anos, e eu ainda me lembro daquele dia em minha vida,
quando tudo mudou. Desde então, jamais poderei deixar Jesus. Depois de tudo o que já
passei, seguramente posso dizer que sem Ele eu não estaria vivo hoje.
O mais importante tesouro à disposição da humanidade hoje é o Espírito Santo. Escolas e
universidades não ensinam a respeito d’Ele. Reis e presidentes não pedem a Sua direção.
Muitas igrejas sequer mencionam a Sua presença, nem o Seu trabalho hoje.
Mas Ele continua procurando por aqueles que O querem. E você pode recebê-Lo. Ser cheio
do Espírito Santo é a maior experiência que um ser humano pode ter neste mundo.
Até mesmo agora, quando você lê este livro, Ele está ao seu lado, esperando que você O
convide para entrar no seu coração.
A Bíblia diz que a evidência, ou prova, da Sua entrada na nossa vida é o dom de línguas.
Normalmente acontece quando estamos orando. Não se preocupe com isso. Apenas busque-
O de todo o coração, e aí, do jeito d’Ele, Ele fará a sua língua falar em uma língua
completamente dife​rente de todas que você já ouviu.
Seja humilde como uma criança para aceitar a Sua vontade. Após isso, a sua vida estará
completamente mudada e haverá dentro do seu coração um profundo desejo de proclamar o
Seu Evangelho a todos os povos do mundo.
A sua vida terá uma dimensão completamente nova. Guiado e movido pelo poderoso vento
do Espírito, nesse infindável caminho de amor, você estará vivendo no meio da vontade de
Deus no nosso tempo, perto do fim.
A Palavra de Deus diz: “Pois todos os que são guiados pelo Espírito de Deus são filhos de
Deus.” (Romanos 8.14). E ainda:
“Quando, porém, vier o Consolador, que eu vos enviarei da parte do Pai, o Espírito da
verdade, que dele procede, esse dará testemunho de mim; e vós também testemunhareis,
porque estais comigo desde o princípio.”
João 15.26,27
O ESPIRITO SANTO: A GRANDE VITORIA NA
SUA VIDA

O nosso Senhor disse que a Sua missão de salva​ção na cruz era basicamente preparar a
vinda do Espírito Santo, puri​fi​can​do​-nos em Seu sangue. Vejamos novamente o texto
bíblico:
“Eu vim para lançar fogo sobre a terra e bem quisera que já estivesse a arder. Tenho,
porém, um batismo com o qual hei de ser batizado; e quanto me angustio até que o mesmo
se realize!”
Lucas 12.49,50
O “fogo sobre a terra” que Jesus menciona é o Espírito Santo, e o batismo é a cruz. Em
outras palavras, sem o Espírito Santo estamos perdendo a mais maravilhosa bênção que o
nosso Pai Celestial providenciou para nós, através do sacrifício do Seu Filho Jesus.
Ele poderia dizer: “Vim para trazer salvação”. No entanto, Ele disse “Eu vim para lançar
fogo sobre a terra...” (Lucas 12.49), ou seja, “Eu vim para lançar o Espírito Santo”.
O Espírito Santo é a nossa salvação; sem Ele não há chances para sermos salvos! Ele é
quem nos convence dos nossos pecados e nos dá o dom do arrependimento.
Se logo depois de aceitar Jesus como Salvador a pessoa morresse, indo direto para o Céu,
não seria necessário buscar o Espírito Santo e os Seus dons. Mas, na maioria das vezes, não
se morre imedia​tamente após a conversão; continuamos vivendo neste mundo.
Como mantermos a fé no nosso dia-a-dia, quando temos que enfrentar problemas e tentações
a cada instante? O único caminho é o Espírito Santo atuar na nossa vida!
O nosso Senhor também disse que blasfêmia contra o Espírito Santo jamais será perdoada.
Significa que perdê-Lo é o mesmo que perder a salvação eternamente.
Sim, porque Ele é o nosso Guia, e sem a Sua direção, até mesmo a leitura da Bíblia nos
deixará confusos, conforme está escrito: “...porque a letra mata, mas o espírito vivifica.”
(2 Coríntios 3.6).
Antes da Sua ascensão, Jesus disse que não nos deixaria sós, pois o Espírito Santo tomaria
o Seu lugar, guiando-nos a toda a verdade:
“quando vier, porém, o Espírito da verdade, ele vos guiará a toda a verdade; porque não
falará por si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido e vos anunciará as coisas que hão
de vir.”
João 16.13
Você pode ver que as igrejas, os pastores e a Bíblia são importantes, porém não suficientes.
Somente o Espírito Santo pode nos guiar a toda a verdade.
Quer dizer que você pode ir à igreja, ter um bom pastor e até mesmo ler a Bíblia
regularmente, e ainda estar completa​mente perdido no tocante à vontade de Deus para a sua
vida.
Veja a diferença na vida de Pedro, após a sua experiência com o Espírito Santo. Antes, nós
o vimos negando o nosso Senhor por três vezes. Logo após o seu batismo com o Espírito
Santo, ele pregou a uma multidão de judeus e quase três mil pessoas se converteram naquele
dia: “Então, os que lhe aceitaram a palavra foram batizados, havendo um acréscimo
naquele dia de quase três mil pessoas.” (Atos 2.41).
O Espírito Santo vem para completar o plano de Deus e salvar as nossas almas. No nosso
dia-a-dia, é Ele quem nos dá forças quando estamos fracos; consolação quando estamos
tristes; coragem quando sentimos medo; arrependimento quando cometemos pecados;
entendimento quando temos dúvida em tudo e por tudo.
Ele precisa estar tão presente na nossa vida hoje como o Senhor Jesus esteve presente na
vida dos Seus discípulos, quando pregava em Israel. A este respeito o apóstolo Paulo disse:
“Se vivemos no Espírito, andemos também no Espírito.” (Gálatas 5.25).
Vamos juntos verificar o que a Bíblia diz a respeito do trabalho do Espírito Santo na vida
daqueles que se humilham e ouvem:
“E acontecerá, depois, que derramarei o meu Espírito sobre toda a carne; vossos filhos e
vossas filhas profe​tizarão, vossos velhos sonharão, e vossos jovens terão visões; até
sobre os servos e sobre as servas derramarei o meu Espírito naqueles dias.”
Joel 2.28,29
Podemos ver aqui o maravilhoso plano de Deus para a vida de todos aqueles que O amam:
- O derramamento do Espírito Santo sobre nós.
- O dom de profecia.
- O dom do sonho.
- O dom da visão.
Primeiramente, o Espírito Santo virá sobre nós. Então, Ele nos convencerá dos nossos
pecados e nos dará o dom do arrependimento e a força necessária para deixarmos o pecado
e mudarmos a nossa vida.
Depois vem o batismo com o Espírito Santo, significando que Deus está nos preparando
para testificarmos a respeito de Jesus neste mundo.
Portanto, para edificar a nossa vida, recebemos o dom de línguas, diferente de qualquer
outra deste mundo; uma língua de comunhão direta com Deus, onde oramos em mistério.
Quando oramos em línguas, oramos apenas a Deus. Não há razão para se orar em alta voz
no meio da congregação, uma vez que só Deus compreende o que falamos, a não ser que
alguém presente tenha o dom da interpretação. Paulo disse:
“No caso de alguém falar em outra língua, que não sejam mais do que dois ou quando
muito três, e isto suces​sivamente, e haja quem interprete. Mas, não havendo intérprete,
fique calado na igreja, falando consigo mesmo e com Deus.”
1 Coríntios 14.27,28
A passagem que acabamos de ler nos mostra claramente o caráter de auto-edificação que o
dom de línguas tem, preparando-nos para o trabalho de Deus. Estamos, então, preparados
para o trabalho como obreiros, e, depois, conforme o desejo do nosso coração, como
pastores.
Após o recebimento do dom de línguas vem o dom de profecia. Gostaria, contudo, de alertar
acerca da grande confusão a respeito do tipo de profecia que existe nas igrejas de hoje.
O dom de profecia não se refere a assuntos particulares da vida das pessoas, a decisões que
cada uma precisa tomar sozinha. Infelizmente, algumas pessoas que vivem na carne se
chamam de “profetas”, apenas para assumirem perante as outras a posição de superioridade,
não para ajudar, mas para governar a vida dos outros.
Assim, esses profetas muitas vezes determinam com quem uma pessoa deve casar, ou em
que lugar deve trabalhar, ou até mesmo como deve se vestir.
Eles também gostam de interferir nos negócios alheios, dizendo se as pessoas devem ou não
comprar ou vender algo, viajar ou não a tal lugar; em suma, tentam governar a vida daqueles
que são inocentes, para se fazerem de poderosos.
Sempre falando como se fosse em nome de Deus, esses “profetas” praticam uma espécie de
“horóscopo” em muitas igrejas. A profecia que a Bíblia fala é completamente diferente
disso.
Depois do dom de línguas estamos agora prontos para ajudarmos aqueles que estão
sofrendo, e esta é a razão da profecia: ajudar aqueles que estão com problemas. Vejamos o
que Paulo escreveu na Bíblia a esse respeito:
“Mas o que profetiza fala aos homens, edificando, exortando e consolando. O que fala em
outra língua a si mesmo se edifica, mas o que profetiza edifica a igreja.”
1 Coríntios 14.3,4
Como podemos ver, o dom de profecia não tem nada a ver com um indivíduo; longe disso,
são palavras para edificar a Igreja, através dos seus membros.
Quando um pastor está pregando no altar, na verdade ele está profetizando para aqueles que
o estão ouvindo, isto é, a Igreja. Não individualmente, mas como um corpo, cada membro
receberá as palavras de profecia e será abençoado por elas.
Após o dom de línguas, estamos prontos para profetizarmos, isto é, para ajudarmos as
pessoas com palavras de edificação, exortação e consolo, anunciando-lhes as promessas de
Deus para mudar as suas vidas.
Depois do dom de profecia, a Bíblia fala a respeito do dom de sonho. Podemos distinguir
dois tipos de sonhos: o sonho que temos enquanto dormimos e o sonho que temos enquanto
acordados.
É claro que não podemos confundir o dom do sonho, dado pelo Espírito Santo, com aquele
sonho natural, que temos durante a noite.
O sonho ao qual me refiro, e que é um dom, é aquele que temos quando estamos acordados;
é o sonho da sua vida, que vem tão forte no seu coração que não há dúvidas de que é de
Deus.
Um sonho pode ser impossível hoje, mas como vem de Deus será perfeitamente possível
amanhã. Não é um sonho com espíritos ou mortos. O sonho que a Bíblia se refere é sobre a
nossa vida, e o grande projeto que o nosso grande Deus tem para cada um de nós.
Fala a respeito do sucesso material, sentimental e espiritual; é o melhor para a sua vida!
Lembre-se que o nosso Senhor Jesus Cristo fez este mundo para os Seus filhos, e não para
os filhos do diabo.
Quando temos o Espírito Santo e damos ouvidos a Ele, a nossa vida toma uma outra
dimensão, que traz glória ao Senhor. O sonho do Espírito Santo é o plano de Deus para as
nossas vidas; refere-se ao nosso futuro.
Mas para nos guiar no caminho e nos manter fortes em todas as lutas que teremos de travar,
para conquistarmos o nosso sonho, Deus nos dá o dom da visão.
O dom da visão é a contemplação, pela fé, daquilo que recebemos de Deus, isto é, o nosso
sonho. Quando conversamos com alguém que tem visão, é muito diferente da outra que está
apenas vivendo.
A visão faz daquela uma pessoa forte e firme nos seus objetivos; determinada nas suas
decisões e pronta a sacrificar em favor da sua visão. O
tamanho da sua visão é proporcional à sua capacidade de sacrificar.
Quem tem o dom de visão nunca é derrotado, porque mesmo tendo muitos problemas,
continua lutando, porque os seus olhos estão focalizados na visão que Deus lhe deu.
A pessoa vê na sua visão a sua vitória final, e sabe que nada nem ninguém pode impedir o
seu sonho do Espírito Santo. Quem tem visão luta hoje com os olhos no amanhã. Alcançará
os seus objetivos e abençoará muitas pessoas, vivendo uma vida frutífera para o Senhor!
O batismo com o Espírito Santo é a mais extraordinária experiência que alguém pode ter
neste mundo. Mais, muito mais que tudo neste mundo, busque o Espírito Santo e Lhe peça
para usar a sua vida para glorificar o nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo!
Lembre-se que as últimas palavras do Senhor foram que o Espírito Santo estaria conosco
em todos os momentos. Ele é por nós! A vida sem Ele não tem verdadeiro significado!
Ele, o Espírito Santo, o Espírito de Jesus, é o
verdadeiro significado da cruz. E a Jesus toda a glória para todo o sempre. Amém!

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