Êxodo 22 é uma continuação das leis e regulamentos que governam
vários aspectos da vida diária da comunidade israelita. O capítulo descreve os princípios de justiça e responsabilidade social e enfatiza a importância de tratar os outros com respeito e justiça. O capítulo abrange uma ampla gama de tópicos, incluindo roubo, danos à propriedade, má conduta sexual e responsabilidade social.
A primeira seção de Êxodo 22 descreve as leis que regem o roubo e
danos materiais. O capítulo estipula que, se alguém roubar ou danificar a propriedade de outra pessoa, ela deve indenizar a perda. O capítulo também descreve as leis que regem o tratamento da propriedade emprestada e a responsabilidade do mutuário de devolver a propriedade em boas condições. A segunda seção de Êxodo 22 descreve as leis que regem a má conduta sexual. O capítulo estipula que se um homem seduzir uma mulher solteira, ele deve fornecer um dote para ela e tomá-la como esposa. O capítulo também descreve as leis que regem o estupro e a agressão sexual e a punição para aqueles que cometem esses crimes.
A terceira seção de Êxodo 22 enfatiza os princípios da responsabilidade social.
O capítulo nos lembra da importância de cuidar dos membros vulneráveis da sociedade, incluindo viúvas, órfãos e estrangeiros. O capítulo também enfatiza a importância da honestidade e integridade nos negócios e a necessidade de tratar os outros com compaixão e justiça.
Em conclusão, Êxodo 22 é um capítulo que enfatiza os princípios de
justiça e responsabilidade social na comunidade israelita. O capítulo descreve as leis e regulamentos que regem vários aspectos da vida diária e enfatiza a importância de tratar os outros com respeito e justiça. Isso nos lembra do valor da vida humana e da necessidade de assumir a responsabilidade por nossas ações e de restituir qualquer dano que causemos. No geral, Êxodo 22 é um testemunho da importância de viver em comunidade e de defender os valores de justiça, compaixão e responsabilidade em nossos relacionamentos com os outros. Comentário de Êxodo 22 Êxodo 22:1-4 Assim como o roubo nos EUA, no século 19, era muitas vezes punido com o enforcamento (pois havia uma grande perda sofrida pela vítima), a subtração de um boi ou uma ovelha também acarretava pesadas penalidades. Geralmente, a indenização era maior do que o valor do próprio animal.
Se um ladrão entrasse em uma casa durante o dia e fosse morto, ou
seja, se o sol houver saído sobre ele, aquele que o matou teria feito uso indevido da força (lex talionis, Êx 21.23-25). O correto seria levar o ladrão aos juízes para que ressarcisse a perda da pessoa lesada. Caso o ladrão não pudesse pagar pela perda, o que é chamado na Bíblia de restituição, seria vendido como escravo. Êxodo 22:5-13 A restituição também era imposta quando alguém permitia que seu rebanho pastasse em um campo que não fosse o próprio (v. 5); quando um indivíduo causasse um incêndio que prejudicasse as plantas e a colheita de outrem (v. 6); quando posses e mercadorias fossem deixadas aos cuidados de terceiros e estas desaparecessem em circunstâncias suspeitas (v. 7,8). Como nas leis anteriores, acreditamos que cada uma dessas sentenças foi o resultado de casos específicos de queixas levadas até Moisés para que este proferisse uma resposta vinda de Deus. Êxodo 22:10-13 Em alguns casos de má administração, um juramento diante do Senhor era aceito como testemunho de inocência. Em outras situações, requeria-se uma restituição, a menos que se provasse que a perda se dera em circunstâncias que fugiam ao controle do responsável pela segurança do animal.
Êxodo 22:14, 15 O empréstimo também tinha as suas consequências,
da mesma forma que acontece hoje em dia. Entretanto, se algo fosse perdido ou danificado na presença do dono do bem, não haveria a necessidade de restituição. Êxodo 22:16, 17 Deitar-se com uma mulher virgem sem o compromisso do casamento era considerado uma afronta grave. Logo, o homem deveria pagar o preço de seu dote e casar-se com ela (com a permissão do pai). Esta penalidade visava desencorajar o comportamento negligente dos rapazes.
Êxodo 22:18-21 A Bíblia não registra nenhuma execução de feiticeiros,
mas relata as mortais consequências da falsa adoração (Êx 32; Nm 25). Êxodo 22:22-24 Uma preocupação em particular foi expressa a respeito das viúvas e dos órfãos, pois eram pessoas desamparadas. Assim, aqueles que poderiam vir a ser seus potenciais molestadores precisavam ficar cientes de que não sairiam impunes, pois Deus estava do lado mais fraco. A afirmação eles clamaram a mim e a consequência desse clamor demonstram o quão importantes para o Senhor eram os oprimidos. [Veja comentário em Êxodo 8.2.] Isso é corroborado pela declaração minha ira se acenderá. Ninguém em perfeito juízo provocaria a ira divina. A destruição do ofensor colocaria a sua própria família em igual condição de desamparo. A questão que envolve o modo de tratar as viúvas e os órfãos se configura um tema importante da moralidade pública e privada no pensamento bíblico. Êxodo 22:25-27 Deus também teve uma preocupação especial com os pobres de Israel. Estes não deveriam ficar sujeitos às práticas abusivas dos agiotas e tampouco ter as posses de que necessitavam para sobreviver confiscadas como garantia. Concluindo este versículo, o Senhor declara por que é certo e apropriado para aquele em desgraça clamar por Ele. Deus diz: sou misericordioso, antecipando a grande revelação de Seu caráter compassivo a Moisés em Êxodo 34.6,7.
Êxodo 22:28 Os juízes não amaldiçoarás. A mesma honra dada a Deus,
o soberano Rei, tinha de ser devida aos Seus representantes. Então, blasfemar contra um juiz ou um príncipe, proferindo maldição, representava um desrespeito à autoridade divina.
Êxodo 22:29, 30 A oferta dos primeiros frutos e a apresentação dos
primogênitos ao Senhor deveriam ser feitas prontamente. Os filhos tinham de ser consagrados a Deus (Êx 13.11-16) no oitavo dia. Este ato lembrava os israelitas de que tudo o que eles possuíam era um presente do Senhor. Êxodo 22:31 A ordem ser-me-eis homens santos demonstra que Israel foi separada pelo Senhor das outras nações, considerada povo de Deus (Êx 19.5,6). Em virtude disso, foi-lhe exigido não comereis carne despedaçada no campo. Provavelmente, tal alimento não podia ser consumido porque todo o sangue ainda não tinha se esvaído da carne. A ingestão de sangue tornava a pessoa impura (Lv 7.24-27).