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A LEI MORAL A LEI

CERIMONIAL 1
1. EXISTIU ANTES DO
PECADO. 1. FOI DADA DEPOIS DA
GEN. 02:07; 03:01-07; ROM.
QUEDA DO HOMEM.
05:12 E 13; 04:15; I SÃO
GEN. 03:11; 04:03-07: 08:20 E
JOÃO 03:04.
21: LEVÍTICO E
DEUTERONÔMIO
2. FOI DADA POR DEUS.
ÊXODO 20:01-17, DEUT. 2. FOI DADA POR MOISÉS
04:12-13, 05:22
ÊXODO 21:01; 24:03; NEEMIAS
09:14; II REIS 21:08
3. FOI ESCRITA POR DEUS
EM DUAS TÁBUAS DE 3. FOI ESCRITA POR MOISÉS
PEDRA. EM UM LIVRO.
ÊXODO 31:18; 32:16; DEUT. ÊXODO 24:04 E 07; DEUT. 31: 09
05:22; 10:01-05 E 24

4. FOI COLOCADA DENTRO


DA ARCA. 4. FOI COLOCADA AO LADO
DEUT. 10:01-05; I REIS 08:09 DA ARCA
DEUT. 31: 24 A 26: II REIS 22: 08
5. OS DEZ MANDAMENTOS
SÃO CHAMADOS A LEI 5. É CHAMADA A LEI DE
DE DEUS MOISÉS
ÊXODO 24:12; DEUT. 04:13; I DAN. 09:10, 11 E 13; JOSUÉ
CRÔN. 22:12; ROM. 07:07 E 22
23:06. É TAMBÉM
CHAMADA A LEI DO
SENHOR. S. LUCAS 02:22 E
23.
6. REVELA NOSSO DEVER
MORAL PARA COM 6. RECORRE A UM SISTEMA
DEUS E PARA COM O REMEDIÁVEL, DIZENDO AO
NOSSO PRÓXIMO. HOMEM O QUE DEVE
ÊXODO 12:13 E 14; S. TIAGO
02:08-12 FAZER PARA LIBERTAR-SE
DO PECADO E
RECONCILIAR-SE COM
DEUS.
LEV. 04, 16 E 20
LEI MORAL LEI CERIMONIAL
2
7. NELA NADA EXISTE DE
OFERTAS OU 7. RELACIONA-SE
ORDENANÇAS TÍPICAS UNICAMENTE COM OS
ÊXODO 20: 01-17; JEREMIAS SACRIFÍCIOS, TIPOS OU
07:22 E 23
SOMBRAS
HEB. 10:01, 09 E 10
8. É ETERNA E IMUTÁVEL
SALMOS 11:07 E 08; S.
8. DEVIA CESSAR COM A
MATEUS 05:17-19
CRUZ.
OSÉIAS 02:11; HEB. 07:12;
ATOS 15:05-24; EFÉSIOS
02:15-17
9. É BOA PERFEITA E
ESPIRITUAL 9. NÃO ERA BOA, PERFEITA
ROM. 07:12 E 14: SALMOS E ESPIRITUAL
19:07 EZEQUIEL 20:25; HEB. 07:18-
19, 09:09-11
10. O SÁBADO DO
DECÁLOGO NÃO FOI 10. AS FESTAS ANUAIS E OS
ABOLIDO PELA CRUZ, SÁBADOS ANUAIS E AS
POR ISSO OS CRISTÃOS LUAS NOVAS CESSARAM
PRIMITIVOS COM A CRUZ,
CONTINUARAM A CONSEQÜENTEMENTE
GUARDA-LOS APÓS A OS CRISTÃOS NÃO SÃO
CRUCIFIXÃO. OBRIGADOS A
S. LUCAS 23:56; ATOS 13:42- CELEBRAR ESSAS
44; 15:21: 17:02: 18:01-04
CERIMÔNIAS. S. MARC.
15:37-38; HEB. 10:01-23, COL.
02:14-1.

QUAL O DESTINO DOS SÁBADOS CERIMONIAIS?

1- RISCADOS. COL. 02:14


2- PREGADOS NA CRUZ. COL. 02:16 E 17
3- FOI ORDENADO POR CAUSA DAS TRANSGRESSÕES,
ATÉ QUE VIESSE A POSTERIDADE A QUEM A
PROMESSA TINHA SIDO FEITA.
LEV. 23:37 E 38; GÁLATAS 03:16-19.
OBS.: EFÉSIOS 02:15 = “NA SUA CARNE (JESUS)
DESFEZ A INIMIZADE, ISTO É, A LEI DOS
MANDAMENTOS, QUE CONSISTIA EM ORDENANÇAS,
PARA CRIAR EM SI MESMO DOS DOIS (GENTIOS E
JUDEUS) UM NOVO HOMEM, FAZENDO A PAZ”.
COPILAÇÃO, PREPARAÇÃO E RESPONSABILIDADE - ALCIDES SIQUEIRA GOMES

A LEI E A GRAÇA
“No mundo religioso tem sido ensinada uma doutrina de graça tão
errônea que não é nada menos que uma doutrina de desgraça. O salvador
tem sido mais apresentado como Alguém que nos livra de guardar os
mandamentos de Deus, do que como Aquele que nos salva de os transgredir.
Uma chamada fé dessa espécie tem sido apresentada como substituto da
obediência a santa lei de Deus”.
É deveras lamentável que o mundo chamado cristão apresente tipo de graça
que tem mais o sentido de indulgência ou de manto acobertador de certas
iniqüidades do que propriamente o dom divino que consiste em amorável
oferecimento de salvação aos transgressores da lei moral.
A tecla surradíssima da lei contra a graça (a maior deturpação teológica dos
tempos) é insistentemente batida pelos nossos opositores. Chama-se a isto
dispensacionalismo, que pretende definir das épocas distintas, uma da lei, outra
da graça – idéia que hoje é desprezada pelos mais cultos pesquisadores do Livro
Santo. Afirma-se que a lei foi abolida e substituída pela graça. Afirma-se que
não estamos debaixo da lei, mas debaixo da graça, dando a entender que
uma coisa destruiu a outra. Com vamos demonstrar, só mesmo uma
irremediável vesguice teológica poderia estabelecer contradição entre a lei e
a graça, ou entre a lei e o evangelho.
Colocando a Lei no seu devido lugar, definindo seu uso legitimo, sua
verdadeira função e, conseqüentemente, sua inab-rogabilidade, precisamos
considerar o legitimo conceito da graça. Não vamos entrar em terreno
especulativo. Não consideraremos, por exemplo, a graça “universal” como
entendia Wesley; nem o conceito restrito de Arminio ou a singular graça “da
criação”, defendida por Pelágio. Para maior luz no assunto, temos que nos
distanciar desses backgrounds teológicos discordes e até rebarbativos. Há uma
deturpação no conceito de graça entre os professos cristãos, como se observa nos
dias atuais, para justificarem a não-observância dos mandamentos de Deus.
Qual é a graça? Responde, com propriedade, o teólogo batista A. H. Strong:
“A graça é favor imerecido concedido aos pecadores”. É uma atitude de
liberalidade divina, generosidade inefável, concedendo-nos a salvação como um
dom, já que estávamos irremediavelmente condenados. É uma oportunidade
conferida aos pecadores e que tem o sentido de uma divida perdoada, de um
indulto outorgado, de uma libertação qualquer paga, de um jugo desatado, de
uma carga retirada dos ombros. Graça é a mais alta expressão do amor de Deus,
que se tornou objetiva no sacrifício oblativo de Jesus em favor dos pecadores, ou
seja, dos transgressores da lei divina.
A lei é exigente e Condena, e justamente porque ela traz condenação e não
provê salvação, temos que e apelar para a graça. Definindo a relação entre a lei e
a graça, disse Agostinho “A lei é dada para que a Graça possa ser exigida; a
Graça é concedida para que a Lei possa ser cumprida”.
Entende, no entanto, os oponentes que a graça anulou a lei, repetido
surrado e superado desconchavo teológico.
Mas contra este absurdo levanta-se Strong, o batista, e diz claramente: “A
graça, contudo, não deve ser entendida como se ab-rogasse a lei, mas sim como
reafirmando-a e estabelecendo-a (Rom: 3:31 ‘estabelecemos a lei’). A graça
assegura o perfeito cumprimento da lei, removendo: da mente de Deus os
obstáculos ao perdão, e habilitando o homem a obedecer (Rom, 8:4 ‘para que a
justiça da lei se cumprisse em nós’) “grifo nosso”.
Ai está um conceito exato de renomado mestre batista que leva o nosso
pleno endosso. E prossegue: “Assim a revelação da graça, conquanto esta
compreendia e inclua em si mesma a revelação da lei, acrescenta algo diferente
em espécie, a saber, a manifestação do amor pessoal do Legislador. Sem a graça,
a lei tem apenas um aspecto exigente. Somente em harmonia com a graça é que
ela se torna ‘a lei perfeita da liberdade’ (S. Tia. 1:25) “grifo nosso”. E a lei
mencionada por Tiago (cap. 2:10-12) é insofismavelmente o decálogo.
De fato, como foi dito, se a lei tivesse sido abolida, não haveria
transgressão e, necessariamente, não haveria condenação. E não havendo
condenação, não há necessidade de graça. Sem lei não há graça. Uma
pressupõe a outra. A graça além de nos salvar da condenação da lei, habilita-nos a
viver em harmonia como os preceitos celestiais, com o padrão divino. Não há
contradição, mas uma interdependência entre lei e graça. Elas se harmonizam e
completam-se em suas funções.
É errôneo crer que, depois de Cristo, a graça suplantou a lei, substituiu-a,
anulou-a, destruiu-a. É errôneo afirmar que, com a morte de Cristo, findou-se a
jurisdição da lei, iniciando-se a da graça. E é desse jeito que entende ele o “estar
debaixo da lei”, realçando que a graça existe da morte de Cristo para cá. Se isto
fosse verdade, gostaríamos de perguntar como se arrumaram os pecadores dos
tempos do Velho Testamento? Como se teriam salvo? Este ponto não pode ser
passado por alto, porquanto as Escrituras ensinam clarissimamente que a salvação
é obtida unicamente pela graça. E se a graça não existia antes da cruz, segue-se
que os pecadores que viveram nos tempos patriarcais e posteriores não se
salvaram. Viveram antes da graça, para sua perdição. Ou – se como querem
alguns – os pecadores do Velho Testamento se teriam guardado a lei (e isto seria
um insulto a Jesus, um ultraje ao seu Sacrifício e ao Seu Sangue), ao passo que o
povo que viveu depois da cruz lá estaria a proclamar humildemente os louvores
de Cristo, que lhes deu a vida eterna. Seria isto possível? Seria concebível?
Não, não há na Bíblia tal coisa: uma jurisdição da lei e outra da graça,
separadas pela cruz. Isto é danosa invencionice humana, ofensa ao plano de Deus.
Tal conceito é blasfemo e deve ser rejeitado. A verdade é bem outra. Diz a Bíblia
que a graça vem de “tempos eternos” (Rom. 16:25). Que o “Cordeiro foi morto
desde a fundação do mundo” (Apoc. 13:8) e que “a graça nos foi dada em Cristo
Jesus antes dos tempos dos séculos” (II Tim. 1:9). Portanto, os pecadores sob o
Velho Testamento também se salvaram pela graça. Como afirma que veio depois
da cruz?
Abraão foi salvo pela graça, Gal. 3:8, Rom. 4:3
Davi não se abalou pelos próprios méritos, mas pela fé em Cristo, Rom.
4:6.
A graça está estendida a todos os homens. Tito 2:11; Rom. 5:18. Estava
planejada antes mesmo da queda e começou a vigorar desde Gen. 3:15, mas um
ida será retirada. Apoc. 10:11-13. Cessará então de vigorar. Em matéria de
salvação todos os homens, em todos os tempos estiveram debaixo da graça.
Em Heb. 11 se alinham os vultos exponenciais do Velho Testamento que agiram,
viveram e se salvaram pela fé. Os sacrifícios de cordeiros e oferendas que o Israel
fazia na antiguidade, simbolizavam a sua fé no futuro Messias – verdadeiro
“Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” Era a maneira de expressar a fé
em Cristo. Não expressava obras, mas fé.
No céu só haverá uma classe de pessoas: a dos salvos pelo Cordeiro. Eis a
descrição dos remidos, na bela antevisão joanina. “E cantavam um novo cântico,
dizendo: Digno és de tomar o livro e de abrir os seus selos, porque foste morto e
com o Teu sangue compraste para Deus homens de toda a tribo, e língua, e
povo, e nação”.Apoc. 5:9. Portanto, a graça abrange Todos os períodos da
Historia.

PRÉ-CRUZ OU PÓS-CRUZ

Mas – e vem a objeção – Paulo não disse claramente aos romanos, que não
estavam mais “debaixo da lei” mas “debaixo da graça?” Sim, disse. Mas com tais
expressões queria ele acaso dizer que não necessitamos guardar os mandamentos
contra o adultério, a idolatria, o homicídio, o roubo, a mentira, etc., enfim o
conteúdo do Decálogo? De modo nenhum, pois os argumentos expendidos na
mesma epístola são contrários a essa desastrosa: conclusão. Leiam-se, por
exemplo, os cap. 7:12, 14 e 22; 3:31 e outras passagens.
Analisemos, com muita atenção, o verdadeiro sentido da expressão paulina.
Qual o assunto que Paulo tinha em mente ao escrever os crentes de Roma? Estaria
ele querendo diferenciar a lei do Velho Testamento e alei do Novo Testamento?
Não! Queria ele estabelecer conflito ou contradição entre lei e graça? Também
não! Estaria indicando varias maneira de salvação? Não!! (Rom. 3:31). Então a
que se referia o apostolo, ao dizer “debaixo da lei” e “debaixo da graça?” Referia-
se à mudança que ocorre no individuo por ocasião de sua conversão, mudança
do “velho homem” para o “novo homem”, do pecado para a santidade, da
condenação fatal para a graça livradora.
Paulo está se dirigindo a homens crentes, cristãos batizados, a homens
convertidos. Não a ímpios, pagãos ou a transgressores da lei divina. Leiam-se os
versos 2 e 4. Diz o verso 6: “sabendo isto, que o nosso homem velho foi com Ele
crucificado, para que o corpo do pecado seja desfeito. Par que não mais sirvamos
ao pecado”. Claro como a luz que o capitulo se refere à conversão e não há
mudança de dispensações. Notemos cuidadosamente que ele diz: “assim também
considerai-vos como mortos para o pecado, mas vivos pra Deus em Cristo Jesus
nosso Senhor”.(v.11).
A respeito de quem se afirma isso? Somente a respeito do homem
convertido - membros da igreja Roma, que não mais transgrediam a lei, pois
viviam em harmonia com ela. Paulo os exorta a não mais volverem ao pecado.
“Não reine, portanto, o pecado em vosso corpo mortal...” (v.12). Pecado - como o
define a palavra de Deus é transgressão da lei. I S. João 3:4. Paulo está exortando
os romanos a não se deixarem arrastar pelas paixões carnais, voltando assim a
transgredir a lei de Deus. E no v. 14: “Porque o pecado não terá domínio sobre
vós...” Porquê? Porque a lei foi abolida? Não. Mas porque já tinham abandonado
o pecado, cessaram de transgredir alie. O próprio argumento Paulino mostra, de
modo inequívoco, que era precisamente isto que ele queria dizer. “... o pecado
não terá domínio sobre vós. Porque não estais debaixo da lei (não mais a
transgredis, não estais mais sujeitos à sua condenação, não vos colocais debaixo
dela como antes), mas debaixo da graça (do favor imerecido que Deus vos
concedeu de serdes redimidos por Cristo)”.
Sim, é a Conversão o grande tema vertente de Paulo.
O sentido exato e completo do v. 14 é este: “tendo abandonado os vossos
pecados, tendo cessado de quebrar a lei, tendo crido em Cristo e sendo
batizados, vós agora não sois mais governados pelo pecado ou pelas paixões,
nem sois mais governados pela lei, porque achastes graça à vista de Deus,
que vos concedeu está favor imerecido, e os vossos pecados foram
perdoados”.
Claríssimo! Portanto não estar debaixo da lei, é não estar sob sua
condenação. Não há conflito entre lei e graça. “Pois quê? Pecaremos (isto é
transgrediremos a lei) porque não estamos debaixo da lei (da sua condenação),
mas debaixo da graça (do favor divino)? De modo nenhum”, Portanto, a própria
conclusão paulina destrói inteiramente a tese de um suposto conflito entre lei e
graça. Mesmo porque se “não estar debaixo da lei” significa que não devemos
obedecer-lhe, segue-se então o que podemos transgredi-la à vontade. Porem Paulo
faz sustar imediatamente esta idéia blasfema com um categórico “De modo
nenhum”.
Credenciada autoridade evangélica sentenciou, com relação a Rom. 6:14:
“A graça não importa em liberdade para pecar, mas numa mudança de senhores, e
numa nova obediência e serviço. A graça não anula a santa lei de Deus, mas
unicamente a falsa relação do homem para com ela”.
Outra passagem – muito do gosto dos negadores da lei – é Gal. 5:18: “... se
sois guiados pelo Espírito na estais debaixo da lei”.Também neste caso, quais os
que não estão debaixo da lei? Somente os que são guiados pelo Espírito, ou seja,
os convertidos, os fiéis, os crentes, os que não seguem as concupiscências, aos
que não transgridem a lei d Deus – em suma - os que não cometem pecados. Os
ímpios, os pecadores não são guiados pelo Espírito, portanto eles estão debaixo
da lei, da sua condenação, porque a transgridem. Não há ai a mais leve alusão à
abolição da lei de Deus. Só uma exegese obtusa conduziria a tal conclusão.
Consideremos agora a absurda posição dos oponentes. Dizem que pela
expressão “não estamos debaixo da lei” Paulo quis dizer que lei foi abolida e,
portanto, não precisamos mais cumprir os seus preceitos. Passou a lei, sua época e
sua função – segundo dizem.
Ora, se isto é verdade, então ninguém esta debaixo da lei, quer seja ou não
guiado pelo Espírito. Daqui não há fugir. Mas Paulo profliga este erro, declarando
explicitamente que a fim de não estamos debaixo da lei, temos que ser guiados
pelo Espírito. Como se destrói por si a conclusão errônea dos anominianos!
A idéia de se estar “livre da lei” e, portanto, não sujeito à sua obediência,
na é nova. Ela surgiu, pela primeira vez, em 608 a.C. aproximadamente, nos
tempos do profeta Jeremias. Naquele tempo, este argumento indigno foi
empregado pelo rebelde povo de Judá a fim de justificar a sua transgressão da lei
de Deus. Consulte-se de preferência nas versões Brasileira ou Trinitária, a
repreensão de Deus ao Seu povo, em Jer. 7:8-10: “Eis que vós confiais... furtareis,
matareis, adulterareis... e direis: fomos livrados a fim de fazer todas estas coisas”.
Um fato inegável: os cristãos de qualquer denominação crêem que eles não
devem jurar, matar, furtar, mentir, cobiçar, etc, em outras palavras, crêem que
devem guardar os mandamentos. Os adventistas crêem o mesmo, com a diferença
que o fazem em relação a todo o decálogo, incluindo necessariamente o quarto
mandamento. Ora, se nós, os Adventistas do Sétimo Dia, estamos “debaixo da
lei” porque cremos na guarda dos Dez mandamentos, então os demais cristãos
estão nove décimos (ou noventa por cento) debaixo da lei, pelo fato de guardarem
nove preceitos do decálogo. “Coerência, és uma jóia”.
Outro fato de suma gravidade: costuma-se usar a expressão “não estar
debaixo da lei” mais “debaixo da graça” unicamente para se justificar a
desobediência ao quarto mandamento. Ninguém a emprega para justificar a
quebra de outros mandamentos do decálogo. Creio honestamente que aquele que
a usa para fugir à guarda do sábado, não sentem nenhum desejo de roubar, matar
ou adulterar. Sei que estas coisas lhes causam horror. Mas, com tal atitude, apenas
provam que não é o mandamento de Deus que os inibe de adulterar, matar,
cobiçar, etc., mas sim a educação que receberam, a vigilância social e a opinião
publica. Se a pratica desses horríveis pecados fosse coisa aceita (como o eram em
alguns ritos bárbaros), então não titubeariam em dizer que praticariam tais coisas
porque “não estão debaixo da lei, mas debaixo da graça”. A tal extremo
conduziria o anominianismo, servindo-se de suas bases capciosas de
argumentação. Note-se que há índios e nativos antropófagos que matam
impiedosamente e a sua consciência não os acusa. Erro crasso é supor que a
guarda dos mandamentos é questão de consciência. A religião crista não se baseia
na consciência, mas é uma religião revelada. Está escrito o que devemos fazer e
o que devemos evitar fazer e isto é cumprido quando o Espírito nos toca o
coração. A consciência muitas vezes, mesmo crendo estar sendo dirigida por
Deus, acomoda-se. A consciência não é um guia seguro. O seguro está na
revelação. Vamos cumpri-la. A Escritura te muito que dizer sobre a consciência,
como base precária e enganosa. Fala de “consciência cauterizada” (I Tim. 4:2),
consciência “fraca” (I Cor. 8:7). Somente a revelação divina não se cauteriza nem
se enfraquece. E inalterável porque o seu elemento é só divino.

Tremenda contradição é afirmar que a lei foi abolida por Jesus. Mas em
fade do irrecorrível argumento dos Adventistas do Sétimo Dia de que, se foi
abolida, não esta em vigor e, portanto, é licito matar, furtar, etc., replicam – em
desespero da causa – que nove dos mandamentos foram revigorados, reafirmados
no Novo Testamento. Ora, se isso é verdade, então qual foi o papel de Cristo?
Aboliu, com Sua divina autoridade, uma lei que, após a Sua morte seria reeditada
em noventa por cento? Como poderia Ele, o Mestre dos mestres ser desautorizado
dessa maneira? Se ele derrogou a lei, qualquer que, posteriormente, a restaurasse
seria um Seu oponente, estaria virtualmente contra uma medida anulatória de
Jesus. Notem os leitores que absurdo! Notem que posição comprometedora!
Vejam a que reduzem a autoridade de Cristo: torna nulo um código e, tempos
depois de Sua morte, os Seus seguidores revogam a anulação e reeditam o mesmo
código. Haverá coisa mais disparatada? Meditem seriamente neste fato as mentes
equilibradas.
Nós cremos, no entanto, que todos os mandamentos se reafirmam no Novo
Testamento. Por preceito ou, por exemplo. Há, nele, alusões inequívocas à guarda
do sábado por motivo de ser o sábado. S. Luc. 4:16; Atos 16:13; S. Luc. 23:56
etc. Não se tratava de “agradar” judeus, mas de guardar o quarto mandamento. E
se não é citado litera ad litera o mandamento é porque, tal era o rigor de sua
guarda, que não havia mister citá-lo. Era ponto pacifico. Ninguém iria contestar a
legitimidade de sua guarda.
A propósito, o mui ilustre batista Alvah Hovey, emérito bacharel em
teologia, referindo-se aos apologistas, em um conhecido trabalho sobre o cânon
do Novo Testamento, em 1881, endossa a declaração de Lightfoot de que o
silencio de um escritor sobre determinado assunto constitui uma evidencia a
favor do mesmo. E conclui: “Era supérfluo apresentar provas a favor daquilo de
que ninguém duvidava”.
Seria admitir que “o silêncio dos servos de Deus no Novo Testamento, no
vale da Judéia, é de mais peso que os trovões do próprio Deus no monte Sinai”. É
pena que haja espíritos que sejam incapazes de ouvir a voz de Deus, por causa do
silêncio dos apóstolos.

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