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Centro Educacional Serra da Mesa.

FASEM – Faculdade Serra da Mesa.

Disciplina: Direito civil II

Professor: Isabel Gonçalves

Aluno(a) : Renata Morais de Melo

Resenha crítica, do documentário”O Mercador de Veneza”

A história do filme acontece em Veneza, durante o século XVI. Tendo como


base a obra de mesmo nome feita por William Shakespeare, o principal tema
abordado é a discriminação sofrida pelas comunidades judias, que eram
consideradas estrangeiras, não-cidadãs e sofriam constante humilhação pela
dominante comunidade cristã.
Os acontecimentos do filme são voltados a Shylock, um judeu agiota de grande
fortuna; Antônio, um mercador cristão à beira da falência; Pórcia, uma jovem
princesa que vive em Belmonte e Bassânio, amigo do mercador que o solicitou
um empréstimo para viajar em busca de conquistar a princesa.
O contrato, feito para viabilizar o empréstimo, foi feito entre Shylock e Antônio.
Nele, estava especificado que o judeu cederia 3 mil ducados ao mercador e,
caso este não conseguisse efetuar o pagamento no prazo estipulado, teria
direito de retirar uma libra de carne de seu peito, em frente à corte.
Devido ao atraso de Bassânio à entregar o dinheiro a Antônio, e este não tendo
recursos para sanar a dívida, o judeu fez valer o que estava assinado no
contrato e convocou uma audiência. Durante o julgamento, ele se mostrava
completamente irredutível, determinado a fazer valer seu desejo de retirar uma
libra de carne do cristão, chegando inclusive a rejeitar ofertas muito superiores
aos 3 mil ducados originais.
Nesse momento, a princesa Pórcia, disfarçada como um jovem juiz chamado
Baltazar, inicia sua participação no julgamento e, em pouco tempo, percebe
falhas no contrato, induzindo e deixando Shylock em uma situação
comprometedora, onde só teria a perder.
fim, o judeu implora clemência ao então réu e, mesmo perdendo parte de seus
bens para o Estado, é permitido à ficar com 50% de seu patrimônio. No
entanto, como exigência para que se sele de vez a sentença, Antônio diz que
Shylock deveria abdicar do judaísmo e se tornar cristão.
O filme também retrata a questão do contrato. Na vigência do atual Código Civil
brasileiro, este negócio jurídico seria nulo. Tendo em vista que, a validade de
um negócio jurídico requer objeto lícito, possível, determinado ou
indeterminado. No caso em questão, seria ilícito ter como garantia para uma
obrigação pecuniária um fragmento do corpo.
Ademais, de acordo com o artigo 422 do Código civil os contratantes são
obrigados a guardar os princípios da probidade e da boa-fé, em que as partes
têm o dever de agir com honradez e lealdade na conclusão do contrato e na
sua execução (BRASIL, 2002).
O dispositivo supracitado não foi respeitado. Pois, o personagem judeu poderia
ter aceito o pagamento da dívida por Bossânio, relevar o atraso e evitar
sofrimento alheio, mas, como ele tinha Antônio como inimigo, agiu de má-fé.
Outrossim, ao comparar a legislação de Veneza da época, com a Constituição
da República Federativa de 1988, pode-se afirmar que haveria lesão ao
Princípio da Dignidade da Pessoa Humana, que está situada no art. 1º, III do
texto constitucional (BRASIL, 1988). Uma vez que, ao falar em “cortar um tira
de couro”, há uma violação do direito à vida, que é resguardado no art. 5° da
Lei Maior (BRASIL, 1988).
Diante do exposto, conclui-se que a obra “O Mercador de Veneza”, auxilia a
compreensão de noções elementares da Teoria Geral dos Contratos e da
efetivação dos direitos estabelecidos na Constituição de 1988.
Por fim, afirma-se que o Direito se modifica e evolui junto com a sociedade.
Costumes que no passado eram aceitos, hodiernamente não são mais
possíveis de serem vistos legalmente.

REFERÊNCIA: https://www.webartigos.com/artigos/resenha-critica-o-mercador-de-
veneza/132545

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