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O Filme o Mercador de Veneza, escrita por Willian Skesper trás como ponto central a interpretação

do contrato.

Para ajudar o amigo Bassanio a se casar com Portia, o mercador Antônio recorre a um agiota judeu
Shylock que lhe faz um empréstimo de três mil ducados, a ser pago em três meses. A garantia é um
pedaço de sua própria carne.

Vislumbra-se que o Princípio da Autonomia da Vontade não foi violado, uma vez que, houve
liberdade de decisão entre as partes.

Se tal fato tivesse se passado no Brasil, o atual Código Civil não permitiria que a dívida fosse paga
com uma parte do corpo. Pois, o ordenamento jurídico brasileiro não permite coação física, e a
consequente violação ao princípio constitucional da dignidade da pessoa humana.

Na vigência do atual Código Civil brasileiro, este negócio jurídico seria nulo. Tendo em vista que, a
validade de um negócio jurídico requer objeto lícito, possível, determinado ou indeterminado. No
caso em questão, seria ilícito ter como garantia para uma obrigação pecuniária um fragmento do
corpo.

de acordo com o artigo 422 do Código civil os contratantes são obrigados a guardar os princípios da
probidade e da boa-fé, em que as partes têm o dever de agir com honradez e lealdade na conclusão
do contrato e na sua execução

com a Constituição da República Federativa de 1988, pode-se afirmar que haveria lesão ao Princípio
da Dignidade da Pessoa Humana, que está situada no art. 1º, III do texto constitucional (BRASIL,
1988). Uma vez que, ao falar em “cortar um tira de couro”, há uma violação do direito à vida, que é
resguardado no art. 5° da Lei Maior (BRASIL, 1988).

Diante do exposto, conclui-se que a obra “O Mercador de Veneza”, auxilia a compreensão de


noções elementares da Teoria Geral dos Contratos e da efetivação dos direitos estabelecidos na
Constituição de 1988.

Vale notar também que na Constituição de 1988, você não é preso e nem condenado a pagar por
uma dívida, ela prescreve após 5 (cinco) anos, mas antes desta mesma Constituição, ao não pagar
uma dívida você poderia ser preso por não cumprir determinada lei.

Por fim, afirma-se que o Direito se modifica e evolui junto com a sociedade. Costumes que no
passado eram aceitos, hodiernamente não são mais possíveis de serem vistos legalmente.

REFERÊNCIAS

BRASIL. Lei n. 10.406, 10 de janeiro de 2002. Institui o Código Civil. Diário Oficial da União, Brasília,
DF, 11 jan. 2002.

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado Federal: Centro


Gráfico, 1988.
 A história apresentada neste filme se passa em Veneza, no século XIV. O personagem
Bassânio deseja casar-se com Pórcia, herdeira de uma fortuna inestimada. Para realizar
tal desejo, ele precisa fazer uma viagem pelo mar, mas ele não tem dinheiro para isso.

Assim, Bassânio pediu a Antônio três mil ducados, mas como este não tinha no momento,
pediu que Bossânio pedisse emprestar, tendo Antônio como seu filiador. Bassânio então
consegue o valor necessário com Shylock, inimigo de Antônio.

Contudo, o contrato pactuado diz que se o dinheiro não fosse pago no prazo determinado,
seria retirado de Antônio uma libra de carne do seu corpo.

No decorrer do filme, Bassânio casa-se com Pórcia, e Antônio não consegue pagar sua
dívida, indo a julgamento.

Pórcia, disfarçada de homem e de advogada, interpreta o contrato e fala que de fato


Shylock tem direito à uma libra de carne de Antônio, mas ele não pode derramar uma gota
do seu sangue do cristão em julgamento, estando sujeito de pena de morte. No fim,
Shylock rasga o pacto, perde metade de sua fortuna e é obrigado a se converter ao
cristianismo.

Diante disso, durante a realização do pacto entre Bassânio e Sheylock, vislumbra-se que o
Princípio da Autonomia da Vontade não foi violado, uma vez que, houve liberdade de
decisão entre as partes.

É possível percebermos também que, o contrato é válido, seguindo os princípios das leis
de Veneza e dos costumes judaicos da época. Porém, se tal fato tivesse se passado no
Brasil, o atual Código Civil não permitiria que a dívida fosse paga com uma parte do corpo.
Pois, o ordenamento jurídico brasileiro não permite coação física, e a consequente
violação ao princípio constitucional da dignidade da pessoa humana.

O filme também retrata a questão do contrato. Na vigência do atual Código Civil brasileiro,
este negócio jurídico seria nulo. Tendo em vista que, a validade de um negócio jurídico
requer objeto lícito, possível, determinado ou indeterminado. No caso em questão, seria
ilícito ter como garantia para uma obrigação pecuniária um fragmento do corpo.

Ademais, de acordo com o artigo 422 do Código civil os contratantes são obrigados a
guardar os princípios da probidade e da boa-fé, em que as partes têm o dever de agir com
honradez e lealdade na conclusão do contrato e na sua execução (BRASIL, 2002).

O dispositivo supracitado não foi respeitado. Pois, o personagem judeu poderia ter aceito o
pagamento da dívida por Bossânio, relevar o atraso e evitar sofrimento alheio, mas, como
ele tinha Antônio como inimigo, agiu de má-fé.

Outrossim, ao comparar a legislação de Veneza da época, com a Constituição da


República Federativa de 1988, pode-se afirmar que haveria lesão ao Princípio da
Dignidade da Pessoa Humana, que está situada no art. 1º, III do texto constitucional
(BRASIL, 1988). Uma vez que, ao falar em “cortar um tira de couro”, há uma violação do
direito à vida, que é resguardado no art. 5° da Lei Maior (BRASIL, 1988).

Diante do exposto, conclui-se que a obra “O Mercador de Veneza”, auxilia a compreensão


de noções elementares da Teoria Geral dos Contratos e da efetivação dos direitos
estabelecidos na Constituição de 1988.

Por fim, afirma-se que o Direito se modifica e evolui junto com a sociedade. Costumes que
no passado eram aceitos, hodiernamente não são mais possíveis de serem vistos
legalmente.

REFERÊNCIAS
BRASIL. Lei n. 10.406, 10 de janeiro de 2002. Institui o Código Civil. Diário Oficial da
União, Brasília, DF, 11 jan. 2002.

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado Federal:


Centro Gráfico, 1988.

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