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do contrato.
Para ajudar o amigo Bassanio a se casar com Portia, o mercador Antônio recorre a um agiota judeu
Shylock que lhe faz um empréstimo de três mil ducados, a ser pago em três meses. A garantia é um
pedaço de sua própria carne.
Vislumbra-se que o Princípio da Autonomia da Vontade não foi violado, uma vez que, houve
liberdade de decisão entre as partes.
Se tal fato tivesse se passado no Brasil, o atual Código Civil não permitiria que a dívida fosse paga
com uma parte do corpo. Pois, o ordenamento jurídico brasileiro não permite coação física, e a
consequente violação ao princípio constitucional da dignidade da pessoa humana.
Na vigência do atual Código Civil brasileiro, este negócio jurídico seria nulo. Tendo em vista que, a
validade de um negócio jurídico requer objeto lícito, possível, determinado ou indeterminado. No
caso em questão, seria ilícito ter como garantia para uma obrigação pecuniária um fragmento do
corpo.
de acordo com o artigo 422 do Código civil os contratantes são obrigados a guardar os princípios da
probidade e da boa-fé, em que as partes têm o dever de agir com honradez e lealdade na conclusão
do contrato e na sua execução
com a Constituição da República Federativa de 1988, pode-se afirmar que haveria lesão ao Princípio
da Dignidade da Pessoa Humana, que está situada no art. 1º, III do texto constitucional (BRASIL,
1988). Uma vez que, ao falar em “cortar um tira de couro”, há uma violação do direito à vida, que é
resguardado no art. 5° da Lei Maior (BRASIL, 1988).
Vale notar também que na Constituição de 1988, você não é preso e nem condenado a pagar por
uma dívida, ela prescreve após 5 (cinco) anos, mas antes desta mesma Constituição, ao não pagar
uma dívida você poderia ser preso por não cumprir determinada lei.
Por fim, afirma-se que o Direito se modifica e evolui junto com a sociedade. Costumes que no
passado eram aceitos, hodiernamente não são mais possíveis de serem vistos legalmente.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Lei n. 10.406, 10 de janeiro de 2002. Institui o Código Civil. Diário Oficial da União, Brasília,
DF, 11 jan. 2002.
Assim, Bassânio pediu a Antônio três mil ducados, mas como este não tinha no momento,
pediu que Bossânio pedisse emprestar, tendo Antônio como seu filiador. Bassânio então
consegue o valor necessário com Shylock, inimigo de Antônio.
Contudo, o contrato pactuado diz que se o dinheiro não fosse pago no prazo determinado,
seria retirado de Antônio uma libra de carne do seu corpo.
No decorrer do filme, Bassânio casa-se com Pórcia, e Antônio não consegue pagar sua
dívida, indo a julgamento.
Diante disso, durante a realização do pacto entre Bassânio e Sheylock, vislumbra-se que o
Princípio da Autonomia da Vontade não foi violado, uma vez que, houve liberdade de
decisão entre as partes.
É possível percebermos também que, o contrato é válido, seguindo os princípios das leis
de Veneza e dos costumes judaicos da época. Porém, se tal fato tivesse se passado no
Brasil, o atual Código Civil não permitiria que a dívida fosse paga com uma parte do corpo.
Pois, o ordenamento jurídico brasileiro não permite coação física, e a consequente
violação ao princípio constitucional da dignidade da pessoa humana.
O filme também retrata a questão do contrato. Na vigência do atual Código Civil brasileiro,
este negócio jurídico seria nulo. Tendo em vista que, a validade de um negócio jurídico
requer objeto lícito, possível, determinado ou indeterminado. No caso em questão, seria
ilícito ter como garantia para uma obrigação pecuniária um fragmento do corpo.
Ademais, de acordo com o artigo 422 do Código civil os contratantes são obrigados a
guardar os princípios da probidade e da boa-fé, em que as partes têm o dever de agir com
honradez e lealdade na conclusão do contrato e na sua execução (BRASIL, 2002).
O dispositivo supracitado não foi respeitado. Pois, o personagem judeu poderia ter aceito o
pagamento da dívida por Bossânio, relevar o atraso e evitar sofrimento alheio, mas, como
ele tinha Antônio como inimigo, agiu de má-fé.
Por fim, afirma-se que o Direito se modifica e evolui junto com a sociedade. Costumes que
no passado eram aceitos, hodiernamente não são mais possíveis de serem vistos
legalmente.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Lei n. 10.406, 10 de janeiro de 2002. Institui o Código Civil. Diário Oficial da
União, Brasília, DF, 11 jan. 2002.