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Ressurreição em minha casa

E, se não há ressurreição de mortos, também Cristo não ressuscitou. E, se Cristo não ressuscitou, logo
é vã a nossa pregação, e também é vã a vossa fé. (I Cor. 15:13-14)

Este é, sem dúvida, um dos versículos mais citados pelos cristãos na época da Páscoa, a base
que nos leva a dizer, ao contrário de outras religiões, que acreditamos num Deus vivo!
Ademais, não teríamos nós caído em absurdo se a nossa fé estivesse fundada em alguém que
não fez o que disse que faria? (Mc. 8:31)

No capítulo 15 de I Coríntios, o apóstolo Paulo defende com veemência a importância da


doutrina da ressurreição. Esta foi, aliás, uma das primeiras doutrinas a ser sistematizada pelos
cristãos primitivos, dada a sua fulcralidade.

A minha intenção aqui não é fazer uma apologia da ressurreição, mas refletir convosco sobre
algumas implicações que esta acarreta para a vida do cristão, para a minha vida. Afinal, o que
significa, em termos práticos, na vida quotidiana, que Cristo /ressuscitou? Como é que isso se
reflete no meu dia a dia, na forma como penso, como falo, como me relaciono com os da
minha casa?

Em primeiro lugar, a ressurreição de Cristo leva-me a refletir sobre o meu valor, a minha
identidade e os meus direitos. Sou filha amada, por quem o próprio Filho de Deus entregou a
Sua vida. Mais valor do que isso? Impossível! Agora acrescentemos a esse valor a advocacia
dAquele que não só pagou o preço pelos meus pecados, mas também ressuscitou de entre os
mortos. Advogado com tamanha autoridade não poderíamos ter. E a cada vez que eu falho (e
são muitas as vezes!) está lá à direita de Deus, a interceder por mim, a lembrar que está tudo
pago. (Rm. 8:34) Sem espaço para a autocomiseração, sem espaço para a condenação do
outro. Erro perdoado é erro apagado. Vamos aplicar isso nas nossas casas, nas nossas
famílias? Contemos a história de Jesus nessas situações, ao irmão mais novo magoado, ao
adolescente que não pode com as suas borbulhas e diz que não vale nada, ao cônjuge que
“pisou na bola.”

Em segundo lugar, a ressurreição leva-nos a focar na eternidade. Nem sempre a vida nos vai
sorrir, nem sempre as relações vão ser livres de conflitos, nem sempre os nossos sonhos serão
concretizados. E, “Se esperamos em Cristo só nesta vida, somos os mais miseráveis de todos
os homens.” (1 Coríntios 15:19) Deus vê, Deus sabe e Deus recompensa. “Ele enxugará dos
seus olhos toda lágrima. Não haverá mais morte, nem tristeza, nem choro, nem dor,...” (Apc.
21:4) A certeza da consolação eterna torna a nossa jornada mais leve. Daí a importância de
focar nas coisas que são de cima, e não nas que são deste mundo. Ensinemos às nossas
crianças, por palavras e pelo exemplo, que vale a pena investir no Reino de Deus. Ensinemos-
lhes que vale a pena usar tempo na leitura da Bíblia. Vamos muni-las de ferramentas que lhes
possam tornar a caminhada mais leve. Vamos deixar que elas vejam que nós somos leitores
ativos da Palavra de Deus e que a amamos. Vamos aproveitar as oportunidades para falar
daquilo que nos dá esperança. Caiu? Fez ferida? Dói? Aproveitemos para falar de Apocalipse
21:4. (Tema para vários dias aqui em casa com as pequenas!) Vamos abrir as portas da nossa
casa e deixar que as visitas vejam o nosso “santuário.” O que diz ele sobre a nossa esperança?
Aponta para a vida eterna? As visitas conseguem enxergar algum versículo bíblico na nossa
casa? Damos graças pela refeição quando estão conosco? Qual o lugar que o Jesus ressurreto
ocupa na nossa casa?

Por fim, a ressurreição aproxima-me de um Deus vivo que é Todo Poderoso. Aquele que
venceu a morte, o último inimigo, está comigo até a consumação dos séculos. (Mt. 8:20) E
não existe a possibilidade de um Deus morto estar presente no meu dia a dia. Se Ele tem
poder para vencer a morte, tem poder para vencer qualquer obstáculo que se apresente na
minha vida. A palavra ressurreição, na sua etimologia (tanto do grego - anastasis- como do
latim- ressurrectio), tem a ideia de um ‘novo levantar,’ um ‘erguer-se de novo.’ Ela ensina-
me a passar pela dor, pelas provações, e erguer-me de novo, porque há uma nova vida para
mim, e essa vida começa já aqui! Através da morte para nós próprios, nos erguemos em
esperança num Deus que tudo pode. Em termos práticos, se resume numa vida de
positivismo. Não no positivismo que os livros de autoajuda professam, mas num positivismo
firmado na fé de que o Deus Todo Poderoso pode transformar o meu caráter impulsivo, pode
trazer a paz ao meu lar, restaurar o meu casamento, trazer o meu filho de volta para casa, agir
nas minhas finanças quebradas. E esse positivismo é expresso em palavras e dirigido aos que
estão à minha volta, gerando vida nova.

Ressurreição em minha casa é vida nova, em certezas, em ações, em palavras, porque Deus,
em Cristo, faz novas todas as coisas!

Anexos:

Falando da ressurreição com as crianças. Ideias para a Páscoa. (Calendário de Páscoa + Caça
ao tesouro de Páscoa)

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