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ESTUDO TÉCNICO PRELIMINAR

1 NECESSIDADE

O interesse no desenvolvimento econômico e social do estado de Mato


Grosso do Sul, por meio dos programas do governo estadual para implantação de
empreendimentos do setor de infraestrutura, devem ocorrer de modo sustentável,
integrado a políticas de preservação e equilíbrio ambientais.

Para isso, as demandas dos empreendimentos, os quais possuam poços


tubulares profundos, estarão sujeitos à outorga de direito de uso dos recursos hídricos
pelo Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul – IMASUL, conforme
estabelecido pela Política Estadual de Recursos Hídricos, Lei Estadual n°2.406, de 29
de janeiro de 2002, regulamentada pelo Decreto Estadual n° 13.990, de julho de 2014.

A Outorga de Direito de Uso é o ato administrativo mediante o qual o Poder


Executivo Estadual faculta ao outorgado o direito de uso de recursos hídricos, em
condições pré-estabelecidas e por tempo determinado, nos termos e nas condições
expressas no respectivo ato, considerando as legislações específicas vigentes.

Quanto à elaboração do Inventário de Gases de Efeito Estufa e dos estudos


geológicos de mapeamento para identificação de dolinas, essas são demandas
diretamente ligadas ao processo específico de renovação de Licença de Operação do
Aeroporto Regional de Bonito/MS, Processo n° 71/401294/2020, que resultou na
notificação n° NT006638/2023 e no Auto de Infração n° AI013970/2023 pelo Instituto
de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul - IMASUL.

1.1 Descrição da necessidade

Em atenção ao ordenamento jurídico que trata da regularização ambiental


de empreendimentos, a necessidade de exigência de obtenção de outorga de direito
de uso, estabelecida a nível estadual pela Lei Estadual n°2.406/2002, está vinculada
com os usos do recurso, que podem ser:
Art. 11. Estão sujeitos a outorga pela Secretaria de Estado de Meio
Ambiente, Cultura e Turismo, dentre outros estabelecidos pelo Conselho Estadual dos
Recursos Hídricos, os seguintes usos do recurso:

I - derivação ou captação de parcela da água existente em um corpo de


água para consumo final, inclusive abastecimento público, ou insumo de processo
produtivo;

II - extração de água de aquífero subterrâneo para consumo final ou


insumo de processo produtivo;

III - lançamento em corpo de água de esgotos e demais resíduos líquidos


ou gasosos, com o fim de sua diluição, transporte ou disposição final;

IV - aproveitamento de potenciais hidrelétricos;

V - outros usos que alterem o regime, a quantidade ou a qualidade da água


existente em um corpo de água. (Lei nº 2.406, de 29 de janeiro de 2002).

Sobre os demais objetos dessa contratação, conforme exposto na


notificação NT006638/2023, de 20 de junho de 2023, foram solicitados:

(...)12. POR SE TRATAR DE AMBIENTE CÁRSTICO (CALCÁRIOS),


PROPENSOS A PROCESSOS DE DOLINAS, NECESSÁRIO SE FAZ O
MAPEAMENTO GEOLÓGICO DE DETALHE DA ÁREA OPERACIONAL DO
AEROPORTO, COM A FINALIDADE DE SE IDENTIFICAR PROCESSOS INICIAIS
DE DOLINA. CASO IDENTIFIQUE INÍCIO DE PROCESSOS DE DOLINA, OS
ESTUDOS DEVEM SER APROFUNDADOS, INCLUSIVE COM ESTUDO
GEOFÍSICO. REFERIDOS ESTUDOS DEVEM SER REALIZADOS POR
GEÓLOGOS COM EMISSÃO DE ART;

(...) 20. APRESENTAR, O INVENTÁRIO DE GASES DE EFEITO ESTUFA


GERADOS PELO EMPREENDIMENTO, DE ACORDO COM AS DIRETRIZES DO
DECRETO N° 15.798, DE 3 DE NOVEMBRO DE 2021, DISCIPLINADA PELA
RESOLUÇÃO SEMADESC/MS N°023/2023.
1.2 Problema a ser resolvido

Objetivamente, o problema a ser resolvido consiste na regularização


ambiental de diversos empreendimentos, visando a proteção do meio ambiente, o
combate à poluição em qualquer de suas formas e o desenvolvimento sustentável.

Para tal, deverão ser realizados processos de solicitação de outorga de


poços tubulares profundos e os estudos ambientais solicitados pelo IMASUL
(Inventário de Gases de Efeito Estufa e estudos geológicos de mapeamento para
identificação de dolinas) para dar início ou prosseguir no processo de licenciamento
ambiental dos seguintes empreendimentos:

 Aeroporto Regional de Bonito/MS (coord. geográfica: 21°14’38.16”S


56°27’3.43”O) - Inventário de Gases de Efeito Estufa, estudos geológicos de
mapeamento para identificação de dolinas e execução de serviços de regularização
de poço tubular (Outorga) para renovação de Licença de Operação (RLO);
 Poço tubular profundo localizado na área patrimonial do Bioparque
Pantanal (coord. geográfica: 20°27’21.73”S 54°34’35.61”O) - Execução de serviços de
regularização de poço tubular (Outorga);
 Poço tubular profundo localizado próximo ao batalhão da Policia Militar
Ambiental (coord. geográfica: 20°26’56.47”S 54°34’0.62”O) – Execução de serviços
de regularização de poço tubular (Outorga);
 Poço tubular profundo localizado na Praça Polícia Militar Rodoviária
Estadual na rodovia MS-162, Km 166 (coord. geográfica: 21°34'17.11"S
55°11'14.62"O) – Execução de serviços de regularização de poço tubular (Outorga).

1.3 Requisitos legais e normativos a serem observados

Em termos de regulação pertinente à outorga de poços tubulares


profundos, deve-se atender à legislação ambiental federal e estadual. Dentre elas: Lei
n° 9.433/1997 (Política Nacional de Recursos Hídricos – PNRH), Lei n°2.406/2002
(Política Estadual de Recursos Hídricos – PERH), Decreto nº 13.990/2014 e
Resolução SEMAGRO Nº 774/2022.
No tocante à elaboração de Inventário de Gases de Efeito Estufa, este é
legislado pela Lei n° 4.555/2014 (Política Estadual de Mudanças Climáticas – PEMC),
Decreto nº 15.798/2021 e Resolução SEMADESC/MS n° 023/2023.

Conforme a Instrução Normativa n°02/2017, a presença de dolinas está


associada a existência de unidades espeleológica, o que demonstra a importância na
sua identificação. Desta forma, a proteção dessas áreas de potencial espeleológico é
regulada pelo Decreto nº 10.935/2022 e Instrução Normativa n°02/2017.

Além das normas acima referida, devem ser observadas as normas de


outras esferas de regulamentação como de meio ambiente, de mineração, de
patrimônio histórico e cultural, etc. tomando-as como referências adicionais para
definições dos estudos e documentações adicionais a comporem a documentação
técnica do projeto a ser elaborado.

1.4 Garantias e serviços acessórios a contemplar

Dado o valor da contratação e a relativa técnica das eventuais soluções


possíveis, as exigências de garantias conforme legislação são suficientes, não
havendo necessidades peculiares ao caso.

1.5 Requisitos e critérios de sustentabilidade a considerar

Os requisitos e critérios de sustentabilidade a serem considerados,


referem-se aos que regulam à atividade de outorga de poços e elaboração de estudos
ambientais em harmonia com os preceitos ambientais regulamentados.

2 LEVANTAMENTO DE MERCADO

Analisando a demanda comparativamente a outras similares, identifica-se


no mercado alternativas comuns já utilizadas.

2.1 Soluções típicas de mercado

Outros empreendimentos similares, também são regularizados no aspecto


ambiental através de procedimento junto ao órgão ambiental estadual responsável
pelo licenciamento e fiscalização, o Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul
– IMASUL, seja ele a solicitação de outorga, apresentação de documentos ou mesmo
a elaboração de estudos ambientais pertinentes ao empreendimento.

2.2 Potenciais fornecedores

Existem empresas especializadas e cadastradas na AGESUL, capazes de


prestar esse tipo de serviços considerado para consultoria especializada na prestação
de serviços de outorga de poços e elaboração de estudos ambientais.

2.3 Alternativas Inviáveis para o caso

Se tratando de empreendimentos com a presença de poços tubulares


profundos, a menos que seu uso se enquadre nos estabelecidos no art. 6° do Decreto
Estadual 13.990/2014, deverá ser regido como preconiza a legislação ambiental
estadual e obter as respectivas outorgas de direito de uso.

No tocante à elaboração do Inventário de Gases de Efeito Estufa e dos


estudos geológicos de mapeamento para identificação de dolinas, essas são
demandas diretamente ligadas ao processo específico de renovação de Licença de
Operação do Aeroporto Regional de Bonito/MS, Processo n° 71/401294/2020, que
resultou na notificação n° NT006638/2023 e no Auto de Infração n° AI013970/2023
pelo Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul - IMASUL.

3 DESCRIÇÃO DA SOLUÇÃO

3.1 Justificativa da seleção de solução

Para os Aeroporto Regional de Bonito/MS, os produtos a serem


contratados são os que constam na manifestação do Instituto de Meio Ambiente de
Mato Grosso do Sul - IMASUL, por meio da notificação n° NT006638/2023 e do Auto
de Infração n° AI013970/2023.

Quanto aos demais empreendimentos, poços tubulares profundos


localizados próximo ao batalhão da Policia Militar Ambiental, na área patrimonial do
Bioparque Pantanal e na Praça Polícia Militar Rodoviária Estadual na rodovia MS-162,
todos fazem uso do recurso hídrico com extração de água de aquífero subterrâneo
para consumo final, ou seja, estão sujeitos à outorga de direito de uso conforme
estabelecido em legislação federal e estadual (Política Nacional dos Recursos
Hídricos – Lei n° 9.433/1997 e Política Estadual dos Recursos Hídricos - Lei nº
2.406/2002).

Além disso, conforme o Decreto n° 15.666/2021, que altera a redação,


acrescenta e revoga dispositivos do Decreto nº 13.990/2014, que regulamenta a
outorga do direito de uso dos recursos hídricos de domínio do Estado de Mato Grosso
do Sul, em seu art. 7° estabelece o seguinte:

“§ 4º Os empreendimentos sujeitos ao licenciamento ambiental terão as


suas licenças concedidas, somente, após a expedição da outorga, observado que:

I - a Outorga Preventiva deve ser requerida antes ou concomitante ao


requerimento de Licença Prévia;

II - a Outorga de Direito de Uso de Recursos Hídricos deve ser requerida


antes ou concomitante ao requerimento de Licença de Instalação e Operação (LIO)
ou de Licença de Operação (LO)”.

3.2 Benefícios da solução selecionada

Os benefícios das soluções determinadas pelo órgão ambiental


possibilitam:

 Assegurar o controle quantitativo e qualitativo dos usos da água e o


efetivo exercício dos direitos de acesso à água, através da outorga de direito de uso;
 Contabilizar, no Inventário de Gases de Efeito Estufa, as emissões de
um empreendimento e formular compromissos a serem assumidos para proteção do
sistema climático e transição para uma economia de baixo carbono;
 Por meio do mapeamento geológico de dolinas, atestar processos
evolutivos, realizar análises da paisagem e também identificar áreas mais susceptíveis
a processos erosivos.
4 ESTIMATIVA DE QUANTIDADES E VALORES

4.1 Método de estimativa

A metodologia utilizada para estimativa da quantidade e valores conforme


consta nos Termos de Referência, tem base nos conteúdos a serem abordados nos
estudos, planos e programas ambientais, correlatos, aos honorários de cada
profissional para sua elaboração, conforme a complexidade e quantidade dos estudos
exigidos pelo Instituto de Meio Ambiente do Mato Grosso do Sul – IMASUL.

4.2 Orçamento estimativo

Em média, o custo de estudos, planos e programas ambientais necessários


ao licenciamento ambiental de empreendimentos, baseia-se em tabela de preço de
consultoria estabelecida por entidade pública e aprovada pelos órgãos de controle,
neste caso específico adotamos como parâmetro a tabela de preços de consultoria do
Sistema de Custos Referenciais de Obras - SICRO do Departamento Nacional de
Infraestrutura Terrestre – DNIT. O valor estimado para a realização dos serviços é de
R$ 82.518,51 (oitenta e dois mil quinhentos e dezoito reais e cinquenta e um
centavos).

4.3 Memória de Cálculo

O cálculo utilizado nas planilhas orçamentárias contabilizou os custos dos


honorários dos profissionais pleno e técnico, da área ambiental ou com atribuições
similares, para a elaboração dos estudos ambientais, considerando os equipamentos
e veículos utilizados, incorporando os cálculos dos encargos sociais, custos
administrativos, remuneração da empresa e despesas fiscais.

5 PARCELAMENTO DO OBJETO

Não parcelar o objeto dessa contratação ambiental, reduz o número de


processos administrativos e burocráticos do sistema, além de ser inviável parcelar o
licenciamento de um projeto, pois dentro do contexto do licenciamento ambiental, a
concepção ambiental do empreendimento como um todo facilita a gestão e as análises
técnicas do licenciamento.

6 OUTRAS CONTRATAÇÕES

Outras contratações ambientais não são aplicáveis ao caso, exceto se a


gestão pública tenha interesse, recomenda-se a contratação de empresa para a
supervisão ambiental durante a fase de implantação do empreendimento.

7 PROVEDÊNCIAS DA ADIMINISTRAÇÃO PÚBLICA

A administração deverá providenciar a forma constitucional de contratação.

8 IMPACTOS SÓCIO-AMBIENTAIS

Considerando que as modificações decorrentes da regularização ambiental


dos diversos empreendimentos já citados, há previsão de impactos sócio ambientais
positivos a serem considerados, como o controle dos usos da água, nos aspectos
quantitativos e qualitativos, além do efetivo exercício dos direitos de acesso à água;
as reduções de emissões e compensação de carbono, que contribuem para mitigação
dos efeitos das mudanças climáticas; e, diminuição do risco de desastres (ex.:
desmoronamentos) e de contaminação de águas subterrâneas relacionados a
ocupação de terrenos com presença de dolinas.

9 VIABILIDADE E ADEQUAÇÃO DA CONTRATAÇÃO

Mediante as demandas de regularização de poços tubulares profundos,


através do processo de outorga, e da elaboração de estudos ambientais pertinentes,
considerando o custo da aquisição desta contratação e o potencial benefício,
admitimos a sua viabilidade, sendo adequada perante legislação ambiental existente
e o compromisso com a harmonia entre a implantação e operação do empreendimento
com o meio ambiente.
9.1 Objeto para contratação

CONTRATAÇÃO DE EMPRESA ESPECIALIZADA PARA EXECUÇÃO


DE SERVIÇOS DE REGULARIZAÇÃO DE POÇOS TUBULARES (OUTORGA) EM
DIVERSOS EMPREENDIMENTOS E ELABORAÇÃO DE INVENTÁRIO DE GASES
DE EFEITO ESTUFA E ESTUDO GEOLÓGICO DE MAPEAMENTO PARA
IDENTIFICAÇÃO DE DOLINAS NO AEROPORTO REGIONAL DE BONITO/MS.

Campo Grande – MS, 30 de novembro de 2023.

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