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AS SETE LEIS ESPIRITUAIS DO SUCESSO

Deepak Chopra

Os sábios da Antiguidade descreveram a forma mais simples de nos ligarmos ao universo e


a realizarmos nossos desejos.
O lema que os guiava mostra-se deliciosamente simples:
Aja de acordo com as leis da natureza.

- Deepak Chopra
Introdução

Apesar do título As Sete Leis Espirituais do Sucesso, poderíamos igualmente


chamá-lo de As Sete Leis Espirituais da Vida, porque são os mesmo princípios usados pela
natureza para criar tudo que tem existência material – tudo que podemos ver, ouvir, cheirar,
saborear ou tocar. Quando esse conhecimento torna-se presente em nossa consciência, nos
dá a capacidade de criar, sem esforço, riqueza ilimitada e vivenciar o sucesso em cada
empreendimento.
O sucesso da vida pode ser definido como uma expansão contínua de felicidade e a
realização progressiva de metas valiosas. Ele encerra muitos aspectos, dos quais a riqueza
material é apenas um. Além disso, é uma viagem, não um destino. A abundância material,
em todas as suas expressões, apenas torna a viagem mais agradável, mas o sucesso inclui
saúde, energia e entusiasmo pela vida, relacionamentos gratificantes, liberdade criativa e
uma sensação de bem-estar.
O sucesso é a capacidade de realizar sem esforço nossos desejos. No entanto, sua
obtenção, inclusive a criação de riqueza, sempre foi considerado um processo que exige
trabalho árduo; e, com freqüência, julga-se ser obtido à custa dos demais. Precisamos ter
uma abordagem mais espiritual do sucesso e da riqueza, que é o fluir abundante, em nossa
direção, de todas as coisas boas da vida.
Em termos espirituais, o sucesso é medido pelo grau de eficiência e de
ausência de esforço com que nós operamos na cocriação com o universo. Trabalho árduo,
dificuldade e frustração são o oposto daquilo que os sábios ancestrais ensinaram; eles
sabiam que o espírito se localiza na fonte de todas as realizações da vida. Eles sempre
começaram nela, e a definiram como potencialidade pura, que é, em essência, a consciência
não manifestada. O maravilhoso de começar na fonte é que ali reside o poder – o poder de
nosso ser interior, de nosso espírito.
Em cada semente se encontra a promessa de uma floresta. A energia invisível flui
em manifestação material. As leis físicas do universo são, de fato, o processo pelo qual o
não manifesto, desconhecido e invisível, é transformado no manifesto, conhecido e visível.
Nossos desejos mais acalentados são a consciência pura em busca da expressão, partindo do
não manifesto para o manifesto. E se dermos oportunidade ao nossos instintos, o sucesso na
vida não será somente possível, mas inevitável.
Graças ao conhecimento e à prática das sete leis espirituais, nós nos alinhamos com
a inteligência da natureza, e nossos sonhos e desejos são facilmente realizados. Quando
compreendemos essas leis, e as aplicamos em nossas vidas, tudo o que queremos pode ser
criado.
1

A LEI DA POTENCIALIDADE PURA

No começo não havia existência ou inexistência. Todo este mundo era energia não
manifestada...

- Hino da Criação, Rig Veda

A primeira lei espiritual do sucesso, a lei da potencialidade pura, afirma que


esse é nosso estado essencial. Essa é a consciência pura, campo de todas as possibilidades e
da criatividade infinita. Nosso corpo físico, o universo físico – tudo o que existe no mundo
material -, provém do mesmo lugar: de um campo de percepção silenciosa e imóvel, a partir
do qual tudo é possível. Não há separação entre esse campo energético e nossa essência
espiritual, nosso Eu. Esse campo constitui nosso próprio Eu. E quando sabemos que nossa
natureza essencial consta de pura potencialidade, nós nos alinhamos com o poder que
manifesta tudo no universo.
O conhecimento de quem realmente somos nos dá a capacidade de realizar qualquer
sonho que tenhamos, porque o mesmo campo que a natureza utiliza para criar uma floresta,
uma galáxia ou um corpo humano também pode efetuar a realização de nossos sonhos.
Tudo é possível no campo da potencialidade pura, pois ele é a fonte de todo poder e
inteligência, e da infinita capacidade de organização.
Portanto, o sucesso da vida depende de sabermos quem realmente somos. Quando
nosso ponto de referência interno é nosso espírito, nosso verdadeiro Ser, experimentamos
todo o poder dele. Quando nosso ponto de referência é o ego ou a autoimagem, nos
sentimos separados de nossa fonte, e a incerteza dos acontecimentos cria medo e dúvida. O
ego é influenciado por objetos externos ao Eu – circunstâncias, pessoas e coisas. É
fortalecido pela aprovação alheia. Quer controlar porque vive com medo. Mas o ego não é
o que nós realmente somos: ele é nossa máscara social, o papel que interpretamos.
As necessidades de receber aprovação, de controlar as coisas e de exercer poder
externo se baseiam no medo. Esse tipo de poder não é o poder da potencialidade pura, o
poder do Eu, ou poder verdadeiro. O poder do Eu é poder autêntico porque se apóia nas leis
da natureza, e vem do autoconhecimento. O poder do Eu atrai coisas que desejamos para
nós; ele magnetiza as pessoas, as situações e as coisas para apoiarem nossos desejos. Esse
apoio das leis da natureza é o estado de graça. Quando estamos em harmonia com a
natureza, criamos uma ligação entre nossos desejos e o poder de levá-las à materialização.

Como você pode vivenciar a lei da potencialidade pura?


Uma forma de fazê-lo é através da prática do silêncio e da meditação. Significa
silenciar o mundo e reservar tempo para simplesmente ser. Na Bíblia há a expressão “Fique
em silêncio e saiba que eu sou Deus”. O silêncio é o primeiro requisito para a manifestação
de nossos desejos, porque no silêncio você se conecta com o campo de percepção pura e de
infinito poder organizador.
Imagine-se jogando uma pedrinha em um lago tranqüilo e observando a formação
de ondulações. E isso o que você faz quando entra em silêncio e introduz sua intenção.
Mesmo a mais tênue provoca ondulações través do campo da consciência universal que
conecta seu desejo com todas as outras coisas. Esse campo pode orquestrar para você uma
infinidade de detalhes. Mas se sua mente for um oceano turbulento, você pode explodir
uma bomba e não notar nenhuma alteração.
Praticar o não julgamento é outra forma de experimentar a lei da potencialidade
pura. E quando você está constantemente julgando as coisas como certas ou erradas, boas
ou más, acaba criando turbulência em seu diálogo interno. Essa turbulência restringe o
fluxo de energia entre você e o campo de potencialidade pura. No espaço silencioso entre
os pensamentos existe um estado de consciência pura, um silêncio interior que liga você ao
verdadeiro poder. Por intermédio da prática do não julgamento você silencia a mente e tem
acesso a sua inquietude interior.
Outra forma de ter a experiência da lei da potencialidade pura é passar momentos
em contato com a natureza. Pela observação você começa a sentir a harmonia entre todos os
elementos e forças da vida. A pródiga manifestação de abundância no universo é uma
expressão da mente criativa da natureza. Se você se ligar na mente da natureza, terá acesso
ao campo de potencialidade pura e criatividade infinita, e espontaneamente receberá
pensamentos criativos.
Seja num curso de água, numa floresta, numa montanha ou no mar, a ligação com a
inteligência da natureza lhe traz uma sensação de união com todas as formas de vida,
dando-lhe suporte para entrar em contato com a essência mais íntima do seu ser. Essa
essência está repleta de magia e mistério. Ela não tem medo, é livre. Quando você se
concentra no conhecimento do seu verdadeiro Eu, não sente medo nem insegurança com
relação a dinheiro ou à realização de seus objetivos. Você nunca sente culpa por sentir
ambição ou por ter alguma coisa em abundância, porque entende que toda a essência da
riqueza material é a energia vital. Você sabe que seus desejos estão ligados de forma
inseparável a tudo mais. Seu próprio desejo não é seu; é um impulso evoluitov se
manifestando por seu intermédio; logo, por que você o questionaria? Esse impulso é parte
de um padrão mais abrangente, que é crescer e evoluir para alcançar mais abundância e
criatividade.
A lei da potencialidade pura estabelece que você é sua própria consciência, com
ambas as manifestações: no mundo material e na latente em seu ser individual. Graças ao
conhecimento e à prática dessa lei você pode se colocar em harmonia com a natureza e
criar, sem preocupações, alegria e amor. Onde quer que você vá, em plena atividade,
carregue sua paz interior dentro de si. Desta forma, a atividade caótica em torno de você
jamais será um obstáculo a seu sucesso ao campo de potencialidade pura.

Para vivenciar a lei da potencialidade pura:

Reserve tempo diariamente para ficar em silêncio, sintonizar-se com seu espírito,
para apenas ser.
Pratique o não julgamento. Comece cada dia com a afirmativa “Hoje não julgarei o
que acontecer”, e em seu decorrer, continue a lembrar-se dessa afirmativa cada vez
que se pegar emitindo julgamentos.
Entre em comunhão com a natureza. Observe silenciosamente a inteligência
inerente a tudo. Assista a um pôr-do-sol, ouça o barulho do mar ou simplesmente
aprecie o perfume de uma flor.

A LEI DA DOAÇÃO

Várias dádivas infinitas chegam a mim em minhas mãos tão pequeninas. O tempo
passa e ainda as derramais, e ainda há espaço a preencher.

- Rabindranath Tagore, Gitanjali

A segunda lei espiritual do sucesso, a lei da doação, se apóia no fato de que tudo no
universo opera por intermédio da troca dinâmica. Toda relação envolve dar e receber,
pois estes constituem aspectos diversos do fluxo energético no universo. Se
interrompermos o fluxo de energia, iremos interferir na inteligência da natureza.
Precisamos dessa troca para manter a circulação do dinheiro, ou do que desejarmos em
nossas vidas.
“Moeda corrente”, forma como nos referimos ao dinheiro, deriva de uma palavra
latina que significa “escorrer ou fluir”. O dinheiro é um símbolo da energia vital que
damos e da qual recebemos em decorrência do que fazemos pelos outros. Tal como
num rio, o fluxo do dinheiro precisa ser mantido para se evitar que comece a acumular e
estagnar. A circulação o conserva vivo e vital. Se interrompermos a circulação de
energia vital, se nossa intenção é nos agarrar ao dinheiro e fazê-lo acumular, nós o
impedimos de retornar à nossa vida.
A intenção por trás dos atos de dar e receber é o elemento mais relevante. Quando a
ação de doar é genuína, incondicional e ditada pelo coração, então a energia subjacente
à doação é multiplicada. Mas se fazemos uma doação relutante, não há energia por trás
dela. Se encararmos o ato de doar como uma perda, então a dádiva não foi realmente
concedida e não produzirá nenhum efeito.
A lei da doação é simples: se você quer amor, aprenda a dar amor; se você quer
atenção e apreço, aprenda a dar o mesmo; se você quer abundância material, ajude
outros a se tornarem materialmente felizes. Se você deseja ser agraciado com todas as
boas coisas da vida, aprenda a silenciosamente abençoar a todos com o mesmo. Quanto
mais se doar, mais receberá. Em seu empenho em dar aquilo que está buscando, você
irá manter a abundância do universo circulando em sua vida.
A abundância tem expressão material, mas o que realmente está em circulação é a
consciência. Até o pensamento de doar, o pensamento de abençoar ou uma simples
oração tem o poder de influenciar os demais. Somos feixes de pensamentos num
universo pensante, e esses têm o poder de transformar.
A melhor forma de experimentar a lei da doação é presentear a todos com que você
tem contato, não necessariamente com coisas materiais. As doações de carinho, de
afeto, apreço e amor são as mais preciosas que você pode oferecer, e não lhe custam
nada.
Uma das coisas que me ensinaram na infância é nunca chegar à casa de alguém sem
levar um presente. Você talvez diga: “Como posso doar aos demais se eu não tenho nem o
suficiente?” Você pode levar uma nota por escrito que diga alguma coisa sobre seus
sentimentos à pessoa que está visitando. Você pode levar uma flor, um cumprimento ou
uma prece.
Sempre que encontrar alguém, mande uma bênção silenciosa para aquela pessoa.
Essa espécie de dádiva silenciosa tem muito poder. Procure doar em todos os lugares por
onde passar e, de acordo com a forma que o fizer, irá receber. À medida que for recebendo,
maior se tornará sua capacidade de doar, e mais confiança irá adquirir nos efeitos
miraculosos dessa lei.
Não há nada que lhe faça falta, porque sua natureza essencial é de potencialidade
pura e de possibilidades infinitas. Você detém uma afluência inerente, não importa quanto
dinheiro tenha, porque a fonte de toda a riqueza é o campo de potencialidade pura que sabe
como atender cada necessidade.
Dar e receber são o mesmo que o fluxo da vida – a integração harmoniosa de todos
os elementos e forças que estruturam o campo da existência. A troca energética é um
processo que tem um cronograma, uma organização e beleza próprios. Sua vida se expande
da mesma forma. Tudo o que vem a você não é algo que tenha trabalhado para ganhar, e
sim uma dádiva concedida pelo universo, o que resulta de uma profunda consciência
daquilo de que você necessita.
Pense em todas as coisas que lhe foram dadas de graça., sem a necessidade de tê-las
pedido. A mera experiência da gratidão lhe permite participar da lei da doação. A natureza
apóia cada necessidade e desejo, inclusive sua necessidade de alegria, amor, risos,
harmonia e conhecimento. Procure obter, primeiro, essas coisas – não só para si, como para
os outros – e todo o resto voltará espontaneamente.

Para vivenciar a lei da doação:

Dê um presente a cada pessoa que encontrar, seja um cumprimento, uma flor ou


uma prece. Isso dará início ao processo de circulação da alegria e da afluência em sua vida
e na dos outros.
Receba com gratidão todas as dádivas que a vida lhe oferecer. Esteja aberto a
receber, quer se trate de um presente material, cumprimento ou uma prece de outrem.
Em silêncio, deseje a cada pessoa encontrada felicidade, alegrias e risos. Por
meios de atos de dar e receber carinho, afeição, apreço e amor você manterá a riqueza
circulando em sua vida.
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A LEI DO CARMA OU DE CAUSA E EFEITO

O carma é a eterna afirmativa da liberdade humana... Nossos pensamentos, palavras e


atos são os fios da rede que lançamos à nossa volta.

- Swami Vivekananda

A terceira lei espiritual do sucesso é a lei do carma ou lei de causa e efeito. O carma
é, ao mesmo tempo, a ação e a conseqüência dela. Todos já ouviram a expressão “Colherás
aquilo que semeastes”. Se quisermos criar felicidade em nossas vidas, precisamos aprender
a semear felicidade. Portanto, a lei do carma implica a ação de fazer escolhas conscientes.
Quando escolhemos ações que levam felicidade e sucesso aos outros, o fruto de nosso
carma será o mesmo.
A cada momento temos acesso a uma infinidade de escolhas. Algumas delas são
feitas de forma consciente, outras, não. Infelizmente, muitas de nossas escolhas, por terem
sido feitas sem consciência, não nos parecem escolhas – no entanto, são. Em conseqüência
do condicionamento, muitas vezes elas são levadas por pessoas e circunstâncias a
resultados previsíveis.
Se eu lhe fizesse uma ofensa, você provavelmente escolheria se sentir ofendido. Se
eu lhe fizer um elogio, você provavelmente escolheria se sentir adulado. Mas pense bem na
questão: você poderia escolher por não se sentir ofendido por um insulto, nem adulado por
um elogio.
A melhor forma de usar a lei do carma é se distanciar e testemunhar as escolhas que
você está fazendo a cada momento. Quando fizer uma opção, pergunte a si mesmo duas
coisas: “Quais são as conseqüências dessa escolha?” e “Será que a escolha que estou
fazendo vai trazer felicidade para mim e para os que me cercam?”. Sempre há uma opção
que vai criar o máximo de felicidade para você e seu entorno. Essa opção é a ação
espontânea e correta, porque é a ação que alimenta a você e a todos os outros influenciados
por ela.
Como fazer escolhas espontâneas e corretas? Prestar atenção à sensação de conforto
ou desconforto em seu corpo. No momento em que fizer uma escolha, pergunte ao seu
corpo: “Quais são as conseqüências dessa escolha?” Se ele enviar uma mensagem de
conforto, esta é a opção correta. Se enquanto faz a pergunta você se sentir desconfortável
fisicamente, então não é a opção adequada.
Para alguns, a mensagem de conforto ou desconforto se localiza na região do plexo
solar, mas para a maioria é na região do coração. Concentre-se no coração e pergunte a ele
o que fazer. Depois preste atenção ao modo como se sente. A reação talvez esteja no nível
mais sutil do sentimento, mas está ali. Você vai saber que a resposta está correta porque se
sentirá correto, sem qualquer dúvida. O coração conhece a resposta certa porque ele entra
em contato com o campo da potencialidade pura e de infinito poder organizador, e leva
tudo isso em consideração. O coração é intuitivo e holístico; sua orientação leva todos à
vitória. Embora a resposta possa não parecer racional, o coração é mais preciso que
qualquer outra coisa na esfera do pensamento racional.
Você pode usar a lei do carma para criar dinheiro e o fluxo de todas as coisas
aprazíveis em sua direção. Mas, acima de tudo, esteja consciente das escolhas que está
fazendo a cada momento. Quanto mais consciente estiver das próprias escolhas, maior a
freqüência com que as fará espontaneamente de forma correta – tanto para si quanto para
seu entorno.

Como você pode aplicar a lei do carma às escolhas que já fez? A maioria das
pessoas paga suas dívidas de carma – inconscientemente, é claro. Às vezes passamos por
grande sofrimento, mas a lei do carma estabelece que nenhuma dívida no universo ficará
sem quitação.
Se você quiser transformar seu carma numa experiência mais desejável, procure a
semente da oportunidade dentro de cada situação adversa e ligue a seu darma, ou objetivo
de vida. Isso lhe permitirá converter a adversidade em benefício e transformar o carma
numa nova expressão.
Comece por perguntar-se: “Que mensagem o universo está me enviando? O que
posso aprender com essa experiência e como torná-la proveitosa para meus semelhantes?”
Por exemplo, se você quebrar a perna enquanto está praticando esportes, talvez a
mensagem seja de que precisa reduzir o ritmo e ser mais atencioso com seu corpo. E se o
seu propósito na vida for ensinar aos demais, então, ao perguntar “O que posso aprender
com essa experiência, e como posso torná-la proveitosa para meus semelhantes?”, talvez
resolva compartilhar o que aprendeu escrevendo um livro sobre a segurança na prática de
esportes. Isso transforma seu carma em experiência positiva.
Você também pode transcender as sementes do seu carma ao se tornar independente
dele. A forma de fazer isso é continuar a vivenciar o Eu, seu espírito, por meio da
meditação silenciosa e voltar a sair dela. Isso é comparável a lavar em água corrente um
tecido sujo. Cada vez que o lavar, removerá algumas manchas, e ele ficará cada vez mais
limpo.
Cada ação é um episódio de carma, já que a ação gera a lembrança, que gera o
desejo, que torna a gerar a ação. Quando você vai ficando consciente dessas sementes de
manifestação, vai se tornando autor de escolhas conscientes, as ações geradas por você
serão revolucionárias – tanto para si quanto para os circunstantes -, e o fruto do carma será
felicidade e sucesso.

Para vivenciar a lei do carma:

Seja testemunha das escolhas que faz a cada momento. A melhor forma de se
preparar para qualquer momento do futuro é estar plenamente consciente do presente.
Sempre que fizer uma escolha, pergunte a si mesmo duas coisas: “Quais são as
conseqüências dessa escolha?” e “Será que a que estou fazendo vai trazer felicidade para
mim e para os que me cercam?”
Peça orientação a seu coração, se deixando guiar por sua mensagem de conforto
ou desconforto. Se a sensação for confortável, prossiga com a escolha. Se for
desconfortável, descarte a opção.
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A LEI DO MÍNIMO ESFORÇO

Um ser integral conhece sem ir, vê sem olhar e realiza sem fazer.

- Lao-tsé

A quarta lei espiritual do sucesso, a lei do mínimo esforço, é fundamentada no fato


de que a inteligência da natureza funciona sem esforço, com desenvoltura, harmonia e
amor. Este é o princípio do “fazer menos e realizar mais”. Quando aprendemos essa lição,
facilmente realizamos nossos desejos.
Se observarmos o funcionamento da natureza, veremos que esta emprega um
esforço mínimo. A grama não se esforça para crescer – apenas cresce. Os peixes não se
esforçam para nadar – apenas nadam. Tal é sua natureza intrínseca. A natureza do sol é
brilhar. E a natureza do ser humano é fazer com que nossos sonhos se tornem uma
realidade palpável – facilmente, sem esforço. Aquilo que chamamos de “milagre” é, na
verdade, uma expressão da lei do mínimo esforço.
O menor esforço é despendido quando nossas ações são motivadas pelo amor,
porque natureza se mantém em equilíbrio graças à energia do amor. Quando queremos ter
poder e controle sobre as pessoas, desperdiçamos energia. Quando buscamos dinheiro
somente para ganho pessoal, cortamos o fluxo da energia em nossa direção e interferimos
na expressão da inteligência da natureza. Desperdiçamos a energia correndo atrás da ilusão
de sermos felizes, em vez de desfrutar a felicidade do momento. A atenção aos caprichos
do ego consome enorme quantidade de energia. Mas quando nosso ponto referencial
interno é espírito, nossas ações são motivadas pelo amor, e não há mais gasto desnecessário
de energia. Nossa energia é multiplicada, e o excedente energético que reunimos pode ser
canalizado para criar qualquer coisa que desejamos, inclusive riqueza ilimitada. Quando
dominamos o poder de harmonia e amor, usamos nossa energia criativa para a experiência
de afluência e evolução.

Como você pode colocar em ação a lei do mínimo esforço?


Há três coisas que pode fazer. A primeira delas é aceitar as pessoas, situações e
acontecimentos do jeito que são, e não do jeito como gostaria que fossem, neste momento.
Este momento é como deveria ser, porque para fazê-lo foi preciso o universo inteiro.
Quando você luta contra ele, está lutando contra todo o universo. Você pode querer que as
coisas sejam diferentes no futuro, mas neste momento aceite-as como são.
A segunda coisa é responsabilizar-se por sua situação pessoal e por todas as
ocorrências que considere problemáticas. Isso quer dizer não jogar a culpa em alguém,
inclusive em si mesmo, nem em alguma coisa, pela situação em que você se encontra. A
responsabilidade representa a capacidade de oferecer uma resposta criativa para a situação
tal como se apresenta agora. Todos os problemas contêm as sementes da oportunidade, e
essa percepção lhe permite tomar posse do momento e tranformá-lo numa situação melhor.
Se o fizer, cada situação perturbadora se transformará numa oportunidade para a
criação de algo novo e belo; cada pessoa que lhe atormenta ou tiraniza se tornará seu
professor. As relações que você atraiu para sua vida são precisamente aquelas que necessita
neste momento; em todas as ocorrências existe um significado oculto que está servindo à
evolução do indivíduo. Ao optar pela interpretação da realidade dessa maneira você terá
muitos professores e muitas oportunidades de evolução.
Uma terceira forma de colocar em ação a lei do mínimo esforço é praticar a
vulnerabilidade. Isso quer dizer abrir mão da necessidade de convencer os outros do seu
ponto de vista. Dessa forma você garantirá acesso a grande quantidade de energia que
anteriormente desperdiçou.
Quando não há argumentos a defender, você para de lutar e resistir, e pode vivenciar
plenamente o presente, que é uma dádiva. Quando assume o presente, você começa a
vivenciar o espírito interior de cada coisa viva, e dentro de você nasce a alegria. Quando
tira das costas o fardo da atitude defensiva e do ressentimento, você se torna
despreocupado, jovial e livre. Nessa liberdade jubilosa e simples você saberá que aquilo
que deseja está ao seu alcance sempre que precisar, uma vez que sua necessidade está se
originando no estado de felicidade, e não de ansiedade e medo.
A lei do mínimo esforço nos garante que sempre existe um caminho simples e
natural para a realização. A inteligência da natureza se desenvolve espontaneamente por
meio do mínimo esforço e da resistência nula. Esta é a forma pela qual você também pode
viver. Ao combinar aceitação, responsabilidade e vulnerabilidade, sua vida flui
espontaneamente, sem esforço. Seus sonhos e desejos fluem com os da natureza. Então
você pode abdicar de suas intenções, sem apego, e seus desejos florescerão em realidade,
quando chegar a estação adequada.

Para vivenciar a lei do mínimo esforço:

Aceite as pessoas, circunstâncias e acontecimentos do jeito que são neste momento.


Diante de um desafio, lembre-se: “Este momento é como deveria ser” porque o
universo inteiro é como deveria ser.
Assuma a responsabilidade por sua situação, sem jogar a culpa em ninguém, nem
em si mesmo ou em qualquer coisa. Cada problema é uma oportunidade de tomar
posse do momento e transformá-lo em um benefício maior.
Abdique da necessidade de defender seu ponto de vista. Na vulnerabilidade você se
mantém aberto a todos eles, sem se apegar rigidamente a nenhum em particular.
5

A LEI DA INTENÇÃO E DO DESEJO

No princípio havia só desejo, que foi a primeira semente da mente...

- Hino da Criação, Rig Veda

A quinta lei espiritual do sucesso, a lei da intenção e do desejo, afirma que nossas
intenções e desejos, quando libertados no campo da potencialidade pura, têm infinito poder
organizador. Pelo simples fato de introduzir uma intenção no solo fértil da potencialidade
pura, ativamos esse campo e colocamos seu infinito poder de organização para trabalhar em
nosso favor. Não se trata de um conceito místico: cada vez que desejamos caminhar ou
levantar os braços, incitamos milhares de reações químicas e impulsos elétricos que
obedecem às leis naturais fixas. Essa quinta lei espiritual diz que são inerentes a cada
desejo os mecanismos necessários à sua realização, e esses se aplicam aos desejos que se
estendem para além do corpo físico.
A energia e a informação existem em toda a parte da natureza; no nível da
consciência pura não há nada senão energia e informação. Isso quer dizer que não há
limites bem definidos entre nosso corpo físico e o estendido – o universo. Podemos mudar
conscientemente a energia e a informação do nosso corpo estendido – nosso meio ambiente
– e levar coisas a se manifestarem dentro dele.
Essa mudança é efetivada por duas qualidades inerentes à consciência: a atenção e a
intenção. A atenção energiza e a intenção transforma. Tudo aquilo em que colocamos
atenção torna-se mais forte em nossa vida; tudo o que retiramos a atenção definha e
desaparece. A intenção deflagra a transformação da energia e informação e organiza sua
própria realização. A qualidade da intenção sobre o objeto da atenção orquestra uma
infinidade de detalhes para provocar o resultado almejado.
Vemos a expressão desse poder organizador em cada folha, cada flor e em tudo o
que está vivo. No esquema da natureza, tudo está conectado e correlacionado. A marmota
emerge de sua toca na terra e sabemos que ela vai saltar. Os pássaros começam a migrar em
certa direção em determinado momento do ano. A natureza é uma sinfonia que está sendo
orquestrada em silêncio no território da criação. Desde que não violemos as outras leis da
natureza, podemos usar a intenção consciente para comandar os poderes da natureza e
realizar nossos sonhos e desejos.
A intenção é o poder real por trás destes, porque ela é desejo sem apego ao
resultado. Na maioria das pessoas o desejo significa o contrário. Porém, quando
combinamos intenção com desapego, nosso objetivo está voltando para o futuro, enquanto
nossa atenção está no presente. A consciência do momento presente é poderosa, pois o
futuro é criado por nossas ações presentes. Não podemos empreender ações no passado ou
no futuro, pois estes são frutos da imaginação. Só o presente, que é a consciência, é real e
eterno.
Se praticarmos a consciência do momento presente, os obstáculos imaginários – que
correspondem a mais de 90% - desaparecerão. Os obstáculos restantes podem ser
transformados em oportunidades por meio da intenção focalizada. Isso significa manter a
atenção fixa no resultado almejado, com um propósito tão inflexível que nos recusamos a
permitir que consumam ou dissipem a qualidade focalizada de nossa atenção. Este é o
poder do emprego simultâneo da intenção focalizada e do desapego.

Como você pode dominar o poder da intenção para realizar seus sonhos e desejos?
É possível obter os resultados por meio do esforço, mas se seguir esses cinco passos
da lei da intenção e do desejo irá gerar seu próprio poder:
1) Centre-se no espaço silencioso entre os pensamentos – no estado essencial do
Ser;
2) Liberte suas intenções e desejos para que floresçam no momento certo;
3) Mantenha seus desejos para si; não os revele a ninguém senão pessoas
intimamente ligadas a você;
4) Abra mão do apego aos resultados;
5) Deixe o universo cuidar dos detalhes.

Lembre-se de que sua verdadeira natureza é potencialidade pura. Não é necessário


olhar para si através dos olhos do mundo nem se deixar influenciar pelas opiniões de
terceiros. Permaneça estabelecido na consciência de seu verdadeiro Eu. Leve sempre
consigo a consciência do seu espírito, liberte delicadamente seus desejos e o universo
orquestrará todos os detalhes para você.

Para vivenciar a lei da intenção e do desejo:

Faça uma lista deles, e examine-a antes de ficar em silêncio, de ir dormir è noite e
quando acordar pela manhã.
Liberte seus desejos ao campo de potencialidade pura, confiando que ele cuidará de
todos os detalhes para você. Lembre-se de que quando as coisas parecem contrárias
aos seus desejos, há uma razão para isso.
Pratique a consciência do momento presente em todas as suas ações. Recuse-se a
permitir que obstáculos consumam sua atenção no momento presente.
6

A LEI DO DISTANCIAMENTO

O ego e o Eu moram no mesmo corpo.


O primeiro come as fritas doces e as ácidas da árvore da vida, enquanto o último observa
tudo com desapego.

- Mundaka Upanishad

A sexta lei espiritual do sucesso, a lei do distanciamento, afirma que o modo de


adquirir alguma coisa no universo é abdicar de nosso apego. Isso não quer dizer abandonar
a intenção de criar nosso desejo; não renunciamos à intenção, tampouco ao desejo. Nós
abrimos mão do apego ao resultado. No momento em que combinarmos intenção focalizada
com distanciamento ao resultado, obteremos aquilo que desejamos.
Tudo o que queremos pode ser adquirido por intermédio do distanciamento, pois
este se fundamenta na confiança inquestionável do poder do Eu. A fonte da fortuna – ou de
qualquer coisa no mundo físico – é o Eu, o campo da potencialidade pura que sabe
manifestar tudo. Tudo o que precisamos fazer é alimentar no coração nossas intenções mais
recônditas e seguir a corrente.
O distanciamento se origina de uma convicção íntima de que somos um padrão de
comportamento de inteligência superior. Quando as coisas parecem contrariar nossos
desejos, podemos nos desvincular de nossa idéia de como as coisas deveriam ser. Sabemos
que em nossa limitada percepção não somos capazes de enxergar os padrões sincronísticos
e harmoniosos do universo de que fazemos parte, nós e nossas intenções.
O apego, por sua vez, implica dúvida e desconfiança na inteligência da natureza e
seu infinito poder de organização. O apego é o melodrama do ego, pois se baseia no medoe
na insegurança originados na falta de percepção do poder do Eu. Os que procuram
segurança a perseguem por toda a vida sem nunca encontrá-la, porque a segurança jamais
poderá surgir somente da riqueza material. Há quem diga: “Quando eu tiver um milhão de
dólares terei independência financeira; então estarei seguro”, mas isso jamais acontece. O
apego ao dinheiro e à segurança só criam insegurança, não importa a quantia que você
tenha no banco.
O apego a símbolos de riqueza – carros, casas, dinheiro – cria ansiedade, uma vez
que os símbolos são transitórios; eles vem e vão. Quando trocamos nosso Eu pelos
símbolos de nosso Eu, sentimos um vazio interior.
A busca da segurança é realmente um apego à certeza, ao conhecido, que é a prisão
de nosso conhecimento passado. A libertação do nosso passado está na sabedoria da
incerteza. Sem ela a vida é apenas a repetição de lembranças desgastadas. Não há nisso
nenhuma evolução, e na ausência desta surgem a estagnação, a entropia e a decadência.
Nas antigas tradições de sabedoria a solução para esse dilema estava em nossa
disposição a nos afastar do conhecido, penetrar no desconhecido e entregar nossos desejos à
mente criativa responsável pela orquestração da dança do universo. O desconhecido é o
campo de todas as possibilidades, sempre inédito, novo e aberto à criação de novas
manifestações. Esse campo pode orquestrar uma infinidade de eventos de espaço-tempo
para efetuar o resultado visado. Mas quando nossa intenção fica presa a uma mentalidade
rígida, perdemos a fluidez, a flexibilidade e a criatividade inerentes ao campo.
O apego ao resultado específico congela nosso desejo numa estrutura rígida e,
assim, interfere em todo o processo de criação. A verdadeira consciência da riqueza é a
capacidade de ter tudo o que quisermos, no momento que desejarmos, com um mínimo de
esforço. Distanciamento é sinônimo de consciência de riqueza, porque junto a ele existe a
liberdade de criar. Como podemos criar se estivermos agarrados, ávidos e ansiosos? Não
precisamos ter uma idéia completa e rígida do que faremos na semana que vem ou no ano
seguinte, porque, se ficarmos rigidamente agarrados àquela idéia, nos fecharemos para uma
série completa de possibilidades.
A lei do distanciamento não interfere no estabelecimento de metas. Nós ainda temos
a intenção de seguir em determinada direção, mas entre os pontos A e B existem
possibilidades infinitas. Se incluirmos no cálculo a incerteza, poderemos mudar de direção
se encontrarmos um ideal mais elevado ou alguma coisa mais instigante. Quando a
vivenciarmos, estaremos no caminho certo, e ele é o solo fértil da criatividade pura e da
liberdade.

Como você pode aplicar a lei do distanciamento?


Comece praticando o envolvimento desapegado. Toda vez que encontrar um
problema você ficará ancorado na sabedoria da incerteza, enquanto aguarda o surgimento
de uma solução. Se mantiver o distanciamento, não sentirá compulsão por forçar soluções
para os problemas. Isso lhe permite ficar alerta às oportunidades, e, então, o que emergirá
será algo poderoso e estimulante. O estado de predisposição em alerta no presente encontra
seus objetivos e intenções, e lhe permite agarrar a oportunidade dentro de cada problema
que você tenha na vida.
Todo o problema representa a semente de oportunidade para um benefício maior. A
partir do momento em que atingir essa percepção, uma série completa de possibilidades se
abrirá, fato que manterá vivos o encantamento e a excitação. Só a prática do envolvimento
distanciamento lhe permitirá ter alegrias e risos. Assim, a riqueza é criada espontaneamente
e sem esforço.
A palavra universo significa uma canção. Cada intenção ou desejo do coração é
como uma melodia na sinfonia da natureza; você só precisa cantar sua canção. Há um
problema de Rumi que diz: “Quero cantar como cantam os pássaros, sem me preocupar
com os que estão ouvindo, nem com o que eles pensam”. Se você puder canta sua canção
com essa atitude, estará participando da lei do distanciamento, e nada conseguirá deter a
força de suas intenções.
Abandone seu apego ao conhecido, penetre no desconhecido e vivencie toda a
alegria, mistério e magia do que pode acontecer no campo de todas as possibilidades.
Quando sua predisposição encontrar a oportunidade, surgirá uma solução capaz de
beneficiar a você e a todos a seu redor.
O que chamamos de “sorte” é o encontro da predisposição com a oportunidade. Esta
é a receita perfeita para o sucesso, e se baseia na lei do distanciamento.

Para vivenciar a lei do distanciamento:


Pratique o envolvimento sem apego. Fique alerta à oportunidade no interior de cada
problema, distanciando sua idéia de como as coisas deveriam ser.
Aceite a incerteza como parte essencial da sua experiência. Em sua disposição de
aceitar a incerteza surgirão espontaneamente as soluções.
Conserve-se aberto a todas as possibilidades e desfrute cada momento da jornada de
sua vida – toda a alegria, mistério e magia no campo da potencialidade pura.

A LEI DO DARMA OU DO PROPÓSITO DE VIDA

Trabalhar com amor...é tecer a tela com fios tirados do coração, como se aquele tecido
fosse vestir a própria pessoa amada.

- Khalil Gibran, O Profeta

A sétima lei espiritual do sucesso, a lei do darma ou do propósito de vida, afirma


que somos seres espirituais que assumem forma física para cumprir um objetivo. Todos
possuem um objetivo na vida – um talento singular ou especial para dar aos demais, e para
cada talento e sua expressão existem necessidades exclusivas. Quando misturamos o talento
singular com o serviço aos outros, experimentamos o êxtase e a euforia de nosso espírito.
Essa é a mais alta de todas as metas.
A lei do darma encerra três componentes. O primeiro estabelece que cada um de
nós está aqui para descobrir seu verdadeiro Eu, que somos espirituais ou divindades
disfarçadas.
O segundo componente da lei do darma afirma que cada um de nós tem um talento
singular que estamos aqui para expressar. Nosso talento é tão exclusivo que nenhum outro
ser vivo possui igual, tampouco a expressão dele. Quando estamos expressando nosso
talento exclusivo – ou mais de um talento, em muitos casos -, ficamos tão felizes que
perdemos a noção do tempo.
O terceiro componente da lei do darma afirma que estamos aqui para servir com
nosso talento aos seres humanos, nossos semelhantes. Mediante a pergunta “Como posso
ajudar a todos aqueles com os quais eu entrar em contato?” combinamos a expressão de
nosso talento exclusivo com o serviço à humanidade, e fazemos plena utilização dessa lei.
A experiência de nossa espiritualidade associada à expressão de nosso talento à
serviço da humanidade nos dá acesso a abundância ilimitada. Esta é uma centelha
permanente, impossível de ser temporária por ser a verdadeira forma por cujo intermédio
se alcança a verdadeira abundância. Por meio da pergunta “De que forma posso ajudar?”,
em lugar da pergunta “O que há nisso para mim?”, ultrapassamos o diálogo interno do ego
e entramos na esfera de nosso espírito – aquela parte de nossa consciência na qual temos
experiência de nossa universalidade.
A lei do darma implica mais do que procurar o trabalho que nos agrada; implica
nosso destino exclusivo, ligar que ocupamos no plano cósmico. Ela implica uma mudança
de consciência que começa quando nos alinhamos com nossa visão mais elevada e, então,
nos tornamos sua manifestação. A força que serve de ponte para semelhante transformação
é também conhecida como darma.
Primeiro vem o momento em que percebemos que a vida não pode ser bem-
sucedida sem uma visão. Depois chegamos ao mistério máximo – qual é o sentido de
nossas vidas no esquema do universo? A raiz da palavra darma, em sânscrito, nos fornece
uma chave valiosa: ela significa “sustentar, perseverar”. Sabemos que nos tornamos parte
do plano cósmico quando o universo nos sustenta e dá apoio. A sétima lei espiritual do
sucesso conduz à fruição das seis leis anteriores, pois quando dominamos a lei do darma o
universo inteiro se coloca a nosso favor. Cada lei e cada força da natureza nos ajuda e apóia
espontaneamente.
A autoinvestigação não é tarefa a ser realizada e depois abandonada. Cada pessoa é
um projeto interminável do universo. Somos como navios na noite, e a corrente que nos
sustenta e leva em direção ao alvorecer é o darma. Se abrirmos nossos olhos espirituais e
enxergarmos a ilusão do nosso condicionamento, o caminho do darma nos chamará. Ele
esteve ali o tempo todo; agora mesmo ele está a nos chamar das profundezas de nossa
consciência.

Se você quiser vivenciar a lei do darma, há várias coisas que pode fazer. A primeira
é procurar seu Eu superior por meio da prática espiritual e descobrir sua divindade; a
segunda é encontrar seus talentos exclusivos e a terceira é prestar serviços à humanidade
com a expressão dos seus talentos.
Se você não tivesse problemas financeiros e dispusesse de todo o tempo do mundo,
o que faria? Se você fosse fazer as mesmas coisas que faz atualmente, você está no darma,
porque tem paixão pelo que faz. De que forma você se prepararia para melhor servir à
humanidade? Responda a esta pergunta, coloque a resposta em prática e será capaz de gerar
toda a riqueza que desejar.
Quando duas expressões criativas vão ao encontro das necessidades dos outros seres
humanos, a riqueza flui espontaneamente da esfera do espírito para o plano físico. Você
começa a enxergar a vida como expressão miraculosa da divindade – não apenas em
algumas ocasiões, mas o tempo todo. Você conhecerá a verdadeira alegria e o verdadeiro
sentido do sucesso – o êxtase e a euforia do próprio espírito.

Para vivenciar a lei do darma:

Alimente a divindade dentro de você, o espírito que anima seu corpo e sua
mente, levando consigo nas experiências temporais a consciência do Ser atemporal.
Organize uma lista de seus talentos exclusivos. Depois relacione todas as coisas
que gosta de fazer enquanto está expressando esses talentos.
Pergunte a si mesmo todos os dias: “De que modo posso ajudar?” e “Como posso
servir?”. Tais respostas lhe ajudarão a servir com amor aos seus semelhantes.

NOTA DO EDITOR

Manifeste sua divindade interior e tudo ficará organizado harmoniosamente em torno


disso.

- Swami Vivekananda

POSFÁCIO

A mente universal organiza com elegante precisão e inteligência inexorável a


coreografia de tudo o que acontece em bilhões de galáxias. Sua inteligência permeia cada
fibra da existência – do átomo até o cosmos. Essa inteligência opera por intermédio das sete
leis espirituais.
Quando colocamos nelas nossa atenção e praticamos os passos descritos neste livro,
podemos manifestar tudo o que queremos – toda a afluência e sucesso que desejamos. A
vida se torna mais alegre e abundante em todos os aspectos, pois essas são também as leis
espirituais que fazem a vida valer a pena.
Tudo na vida é uma expressão do miraculoso desenvolvimento do espírito. A cada
momento o espírito se expande espontaneamente, e o universo evolui para níveis mais altos
de criatividade, consciência e divindade.
O verdadeiro sucesso é testemunhar a expansão da divindade dentro de nós. É a sua
presença em todos os lugares aonde vamos, em todas as coisas que percebemos – nos olhos
de uma criança, na beleza de uma flor, no vôo de um pássaro. Quando vivenciarmos cada
momento de nossas vidas como expressão miraculosa da divindade, conheceremos o
verdadeiro sentido do sucesso.
Somos viajantes de uma jornada cósmica e este momento é um pequeno parêntese
na eternidade. A vida é eterna, mas suas expressões são momentâneas e temporárias. Buda
outrora afirmou: “Essa nossa existência é tão transitória quanto as nuvens do outono. (...)
Uma vida é como um clarão de relâmpago no céu, passa veloz como uma torrente a se
precipitar de uma montanha escarpada”.
Por um momento nos detivemos para encontrar, conhecer, amar, compartilhar. Se
compartilharmos com empenho, despreocupação e amor, criaremos abundância e júbilo uns
para os outros. Assim este momento terá valido a pena.

Deepak Chopra é um líder mundialmente famoso nos campos da medicina holística


e do potencial humano, e recordista internacional de vendas como autor de numerosos
livros e programas em áudio que contemplam cada aspecto da mente, do corpo e do
espírito. Seus livros foram traduzidos para mais de cinqüenta idiomas, e ele viaja
constantemente pelo mundo para promover a paz, a saúde e o bem-estar.
Médico endocrinologista e nascido na Índia, naturalizou-se nos USA quando foi
fazer sua especialização e lá é considerado também um grande filósofo.

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