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Curso de Pós Graduação em

ARQUITETURA DE HOSPITAIS, CLÍNICAS E LABORATÓRIOS

Paisagem e Ambientes de Saúde

Profa. D Sc. Jeanne Almeida da Trindade


Curso de Pós Graduação ARQUITETURA DE HOSPITAIS, CLÍNICAS E LABORATÓRIOS
Paisagem e Ambientes de Saúde
Profa. D Sc. Jeanne Almeida da Trindade

APRESENTAÇÃO:

Formação acadêmica
1985 - Graduação em Arquitetura e Urbanismo - Universidade Santa Úrsula.
1995 - Especialização em Planejamento Ambiental e Paisagístico - SNA / CEAMADE.
2000 - Mestrado em Arquitetura - Universidade Federal do Rio de Janeiro, UFRJ.
2013 - Doutorado em Urbanismo - Universidade Federal do Rio de Janeiro, UFRJ.

Atuação Profissional
1986 – 2016 – Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro

Atuação Acadêmica / Graduação


2020 – atual – IBMR/RJ - Curso de Arquitetura e Urbanismo
2019 – 2019 – Faculdades Integradas Silva e Souza
Curso de Arquitetura e Urbanismo
1998 – 2018 – Universidade Estácio de Sá
Cursos de Arquitetura e Urbanismo e Design de Interiores

Pós-graduação
2021 – atual – Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
2014 – atual - Instituto Brasileiro de Educação Continuada, INBEC.
2007 – 2018 – Universidade Estácio de Sá
2008 – 2015 - Centro Universitário UNINOVAFAPI.
2004 – 2005 - Instituto Camillo Filho, ICF.
Curso de Pós Graduação ARQUITETURA DE HOSPITAIS, CLÍNICAS E LABORATÓRIOS
Paisagem e Ambientes de Saúde
Profa. D Sc. Jeanne Almeida da Trindade

OBJETIVO:
Permitir ao aluno o entendimento teórico-prática sobre as a importância das áreas
verdes para tornar os ambientes de saúde mais humanizados, proporcionando bem-
estar para seus frequentadores. Oferecer aos alunos ferramentas para compreender,
avaliar e projetar projetos paisagísticos para ambientes de saúde que consigam
atender às necessidades dos pacientes, visitantes e funcionários, auxiliando para
melhoria da saúde física e mental dos usuários do local, além da preocupação com a
preservação do meio ambiente.

EMENTA:
Áreas verdes e os efeitos associados à saúde humana. Conforto humano, ambiental e
biofilia em áreas externas. Profissionais que atuam nas áreas verdes. Integração
entre os espaços edificados e os espaços livres de edificação. Jardins sensoriais,
terapêuticos e de prazer. Serviços ecossistêmicos das áreas verdes. Arborização e
cobertura vegetais. Metodologia de concepção dos projetos paisagísticos e
estratégias de execução. Paisagismo com vasos e jardineiras. Superfícies aquáticas,
paredes e tetos verdes. Mobiliário de uso externo.

METODOLOGIA:
Aulas expositivas com recursos audiovisuais e discussão coletiva com a turma.
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PROCEDIMENTOS:

SEXTA-FEIRA: Apresentação da disciplina. Critérios de avaliação e referências


bibliográficas. Contextualização histórica do paisagismo em ambientes de saúde.
Conceitos iniciais e a importância do paisagismo para tornar os ambientes de saúde
mais humanizados. Áreas verdes e os efeitos associados à saúde humana. Profissionais
que atuam nas áreas verdes. Biofilia em áreas externas.

SÁBADO: Introdução aos aspectos ambientais dos projetos paisagísticos.


Componentes de base ecológica e sua importância no clima das cidades.
Infraestrutura Verde: jardins de chuva, pavimentos permeáveis, teto-jardim,
árvores, jardins verticais, brise vegetal. Composições em áreas externas e internas
com uso de vegetação, revestimentos e mobiliário de jardim.

Metodologia da concepção do projeto. A compreensão do sítio: recolhimento e análise


de dados. Percepção dos elementos intangíveis. Conceito de intervenção: abordagem
formal. Análise do terreno, Estratégias de execução e exemplos paradigmáticos.

DOMINGO: Apresentação da análise de um projeto paisagístico contemporâneo para


ambientes de saúde com discussão coletiva com a turma.
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REFERÊNCIAS/ BIBLIOGRAFIA:
ABBUD, Benedito. Criando paisagens: guia de trabalho em arquitetura paisagística.
São Paulo: Editora Senac São Paulo, 2006.
BITENCOURT, Fábio; COSTEIRA, Elza. Arquitetura e engenharia hospitalar. Rio de
Janeiro: RioBooks, 2014.
CARPMAN, Janet R.; GRANT, Myron A. Design That Cares Planning Health
Facilities: Planning Health Facilities for Patients and Visitors. São Francisco: Jossey-
Bass, 2016.
MAGALHÃES, Manuela Raposo. A arquitectura paisagista. Lisboa: Editorial
Estampa, 2001.
MARCUS, Clare Cooper; SACHS, Naomi A. Therapeutic Landscapes: An Evidence-
Based Approach to Designing Healing Gardens and Restorative Outdoor Spaces. Nova
Jersey: Wiley; 2013
LORENZI, Harri; SOUZA, Hermes Moreira de. Plantas Ornamentais no Brasil. 3ª
ed. São Paulo: Plantarum, 2014.
NORD, Romano Del. Lo stress ambientale nel progetto dell'ospedale pediatrico.
Indirizzi tecnici e suggestioni architettoniche. Milano: Motta Architettura, 2006.
WATERMAN, Tim. Fundamentos de paisagismo. Porto Alegre: Bookman, 2012.
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REFERÊNCIAS ELETRÔNICAS:
ANDRADE, Inês El-Jaick . Notes on the therapeutic values applied on historic
gardens in neoclassical hospitals in Rio de Janeiro (1830-1900). Gardens and
Landscapes of Portugal , 2018. Disponível em:
https://www.researchgate.net/publication/334891752_Notes_on_the_therapeutic_
values_of_historic_gardens_in_neoclassical_hospitals_in_Rio_de_Janeiro_1830-
1900 Acesso 18 ago. 2023.
DOBBERT, Léa Yamaguchi. Áreas verdes hospitalares – percepção e conforto.
Dissertação, Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, Piracicaba, 2010.
Disponível em: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11150/tde-10022011-
144702/publico/Lea_Yamaguchi_Dobbert.pdf Acesso 18 ago. 2023.
SANTOS, Lisa Margarida Câmara. Paisagens Terapêuticas. Princípios de Desenho e
Tipos de Jardins Terapêuticos. Dissertação (Mestrado em Arquitectura Paisagista) -
Instituto Superior de Agronomia, da Universidade de Lisboa. Lisboa, 2015. Disponível
em: https://www.repository.utl.pt/handle/10400.5/11113 Acesso 18 ago. 2023.
ULRICH, Roger S. Health Benefits of Gardens in Hospitals. Center for Health
Systems and Design, Texas, 2012. Disponível em:
https://greenplantsforgreenbuildings.org/news/health-benefits-of-gardens-in-
hospitals/ Acesso 18 ago. 2023.
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REFERÊNCIAS ELETRÔNICAS:

BAGNATI, M. M.; FEDRIZZI, B. M. ESPAÇOS ABERTOS DO HOSPITAL ESPÍRITA DE PORTO


ALEGRE: USO EM REVISÃO POR UM AMBIENTE APOIADOR. Revista Projetar - Projeto e
Percepção do Ambiente, [S. l.], v. 6, n. 3, p. 97–112, 2021. DOI: 10.21680/2448-
296X.2021v6n3ID25171. Disponível em:
https://periodicos.ufrn.br/revprojetar/article/view/25171. Acesso em: 18 ago. 2023

GOBBI, M. E. ; ROLA, S. M.; SANTOS, M. C. O. Jardins Terapêuticos: A qualidade ambiental e


social para a comunidade local. I SEMINÁRIO DA PAISAGEM URBANA E SUSTENTABILIDADE
(SEPAS). Anais do..... Goiânia, 2017. Disponível em:
https://www.researchgate.net/publication/340260703_JARDINS_TERAPEUTICOS_A_QUALI
DADE_AMBIENTAL_E_SOCIAL_PARA_A_COMUNIDADE_LOCAL. Acesso em: 18 ago. 2023.

GRESSLER, S. C.; GÜNTHER, I. de A.. Ambientes restauradores: definição, histórico,


abordagens e pesquisas. Estud. psicol. (Natal) 18 (3) • Set 2013. Disponível em:
https://doi.org/10.1590/S1413-294X2013000300009. Acesso em: 18 ago. 2023.

FISCHER, M. Biofilia: produção de vida ativa em cuidados paliativos. In: Saúde em Debate. 43.
949-965. Disponível em: https://doi.org/10.1590/0103-1104201912223. Acesso em: 18 ago. 2023.

LIMA, G. P.; FARAH, A. P. O jardim como espaço terapêutico: seus benefícios e suas qualidades
espaciais paisagísticas. Cadernos de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo, São Paulo, v.
22, n.1, p. 100-118, 2022. DOI 10.5935/cadernospos.v22n1p100-118. Disponível em
https://editorarevistas.mackenzie.br/index.php/cpgau/article/download/jardim.espaco.terapeuti
co.cadernos.pos.au.2022.1/11328. Acesso em: 18 ago. 2023.
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SITES COM PROJETOS PAISAGÍSTICOS

PARA AMBIENTES DE SÁUDE

➢https://crja.com/projects/

➢ http://www.vburtdesigns.com

➢ http://www.vertechsdesign.com

➢ https://www.verticalgarden.com.br/paisagismo-hospitalar-

sustentavel
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AVALIAÇÃO:
Trabalho Proposto: Análise de um projeto paisagístico contemporâneo para ambientes de saúde,
observando os critérios abaixo e relacionando com o texto de estudo e os temas abordados
durante as aulas. Sugerimos as unidades da Rede SARAH (Fortaleza, São Luís, Salvador, Belém,
Rio de Janeiro, Brasília, Brasília – Lago Norte, Belo Horizonte e Macapá), os Maggie’s Centers na
Grã Bretanha ou outra de escolha do grupo.

Forma de apresentação: O trabalho de pesquisa será desenvolvido pela equipe e será apresentado
no domingo pela manhã com imagens e/ou textos, durante 20 (vinte) minutos, e entrega digital da
cópia do arquivo para o e-mail: profa.jeannetrindade@gmail.com.

Avaliação:
• Contextualização inicial (nome do projeto, localização, autor/equipe, data da implantação,
descrição do projeto) – 2,0 (dois) pontos ;
• Análise das diretrizes do projeto e seus referências teóricos – 5,0 (cinco) pontos;
• Apresentação gráfica – 1,0 (um) ponto;
• Apresentação oral – 2,0 (dois) pontos (NOTA INDIVIDUAL).

Texto base para todos os grupos:


PARIS, B. C.; MUKAI, H. .; ROESLER, D. A. JARDINS TERAPÊUTICOS HOSPITALARES: BASES
TEÓRICAS E DIRETRIZES PROJETUAIS. Revista Projetar - Projeto e Percepção do
Ambiente, [S. l.], v. 6, n. 3, p. 84–90, 2021. DOI: 10.21680/2448-296X.2021v6n3ID25099.
Disponível em: https://periodicos.ufrn.br/revprojetar/article/view/25099. Acesso em: 19 jan.
2023.
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ESTRUTURA DE APRESENTAÇÃO DO TRABALHO

Início das atividades: Domingo às 8:00h.

Ordem de apresentação: Sorteador na internet

Dinâmica da apresentação: 20 minutos de apresentação do grupo +


20 minutos de debates

Forma de apresentação: imagens e/ou textos com apresentação


dos pontos principais do texto específico de cada grupo e análise da
unidade de saúde escolhida de acordo com as diretrizes apontadas
no texto geral.

Entrega do trabalho: 1 pessoa do grupo envia a cópia do arquivo


para o e-mail: profa.jeannetrindade@gmail.com.
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FALE UM POUCO DE SUA EXPECTATIVA COM A DISCIPLINA.


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CONCEITOS PRELIMINARES
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O que é paisagem?

A paisagem não é apenas formada por elementos


naturais e construídos pelo ser humano. É
também uma relação que se estabelece entre o
indivíduo que observa/vivencia e o meio que o
circunda. Essa relação acontece por intermédio
da dimensão polissensorial própria das
experiências paisagísticas que podem, e devem,
envolver todos os sentidos humanos, além da
cultura social.
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O que é paisagismo?

O paisagismo é um termo genérico que costuma ser utilizado para designar as


diversas escalas e formas de ação e estudo sobre a paisagem, que podem
variar do procedimento de plantio de um jardim até o planejamento de
recuperação de áreas com fragilidades ambientais.
(MACEDO, 1999)
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O campo de intervenção do paisagismo é


definido como todo o espaço que rodeia
o ser humano, dele se excluindo os
espaços edificados e os interiores dos
edifícios.
(MAGALHÃES, 2001, adaptado)
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Desenho Robson Granado

Desenho Robson Granado


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Desenho Robson Granado


Desenho Robson Granado
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O projeto paisagístico não exige necessariamente a


utilização de vegetação para sua concretização como, por
exemplo, em calçadões de praia, praças secas ou jardins de
pedras japonês.
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No entanto, um projeto paisagístico para ambientes de


saúde necessariamente exige a utilização de vegetação e
de outros materiais naturais para os benefícios para
saúde física e mental dos usuários possam ser desfrutados.

versions/2015/10/1920w_x1920h_c-ETCH-RoofGarden_2.jpg
https://crja.com/website-admin/wp-content/media-
Jardim do Terraço do Hospital Infantil do Leste de
Tennessee - Knoxville, TN
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Qual o objetivo dos projetos paisagísticos?

Ordenar o espaço livre de edificação para a construção


de um melhor habitat para as pessoas.

Qualificar funcional, estética, social e ambientalmente


o espaço livre de edificações.
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• estética – busca a criação de ambientes prazerosos para as


pessoas do ponto sensorial isto é, aquilo que é agradável aos
olhos, ao toque, ao ouvido, olfato e paladar.

• funcional – busca a criação de ambientes que facilitem as


atividades neles desenvolvidas, além de proporcionar conforto do
corpo humano e segurança para o desenvolvimento dessas
atividades.

• social – busca a criação de espaços inclusivos, de socialização


democrática, estimulando o relacionamento e convivência
comunitária.

• ambiental – busca utilizar elementos que não diminuam ou


agridam o menos possível os recursos naturais do planeta, como
forma de garantir a sobrevivência da espécie humana por muitos
anos.
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Profissionais que atuam nas áreas verdes

Existe uma prática muito comum entre os leigos de


confundir as atribuições profissionais de diversas
categorias que atuam sobre a paisagem,
principalmente quando o assunto está relacionado a
vegetação.
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Jardinagem
Responsável por
cuidar do jardim dos
prédios, casas,
empresas, parques,
condomínios, escolas e
etc. Repara o solo,
aduba a terra, rega as
plantas, poda os
arbustos, faz a
manutenção da grama
e dos canteiros,
planta sementes ou
mudas de flores e
arbustos, entre
outras funções.
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Botânica Pesquisa a evolução dos


vegetais, identifica e
classifica cada um
deles, analisa de que
maneira fatores
ambientais como água,
luz e nutrientes do
solo interferem no
desenvolvimento das
plantas. Participa de
pesquisas de melhoria
genética, para
aumentar a
produtividade das
plantas e sua
resistência a pragas.
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Engenharia agronômica
Busca aumentar a
produtividade dos
produtos agrícolas,
cuidando do controle
de pragas ou da
renovação da terra,
por exemplo. Estuda
e aplica melhores
métodos de
adubação, de
irrigação, de
produtos que matem
micróbios e ervas
daninhas na lavoura.
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Engenharia florestal Estuda e promove a


exploração
sustentável de
recursos da
floresta. Seleciona
sementes e mudas
de plantas,
identifica e
classifica espécies
florestais e procura
melhorar suas
características,
analisando as
condições
necessárias à sua
adaptação ao meio
ambiente.
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Arquitetura da paisagem
Concebe e executa
projetos para
espaços livres de
edificação,
privados ou
públicos, isolados
ou em sistemas,
dentro de várias
escalas, inclusive a
territorial.
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Da mesma forma que em um projeto de edificação são necessários


diversos profissionais para realizar essa construção, a
materialização de um projeto paisagístico pode envolver muitos
profissionais, dependendo da complexidade do projeto.
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Nos processos de construção da paisagem incidem vários


fatores, tais como:

1. Aspectos geográficos

2. Aspectos tecnológicos

3. Aspectos culturais

4. Ação do tempo

A forma pela qual a paisagem é projetada e construída,


reflete, de perto, certos gostos e modas que se baseiam,
tanto na observação objetiva do ambiente, quando em
conceitos filosóficos permanentemente em evolução.

(LEITE, Maria Angela Faggin Pereira)


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A partir da experiência de domesticar plantas e


animais silvestres, deu-se a origem da agricultura e
da pecuária. A prática do cultivo estimulou a
sedentarização das populações.

Com o desenvolvimento da agricultura, o ser humano


foi se transformando de habitante da paisagem
para construtor da própria paisagem.

O desenvolvimento das práticas agrícolas foi


acompanhado da modificação, cada vez maior do
ambiente natural.
(PANZINI, 2013, adaptado)
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Stonehenge, Inglaterra
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O mais famoso monumento da pré-história pode ter sido um centro


de cura, para onde iam peregrinos, há mais de 4.500 anos.

A afirmação é de um grupo de arqueólogos que trabalha nas


primeiras escavações em mais de 40 anos no monumento.

O grupo acredita ter encontrado indícios que podem finalmente


explicar os mistérios da construção de blocos de pedra.

A equipe descobriu um encaixe que, no passado, abrigou as


chamadas pedras azuis, rochas vulcânicas de tom azulado, a maioria
já desaparecida, que formava a primeira estrutura construída no
monumento.

Eles acreditam que as pedras azuis podem confirmar a tese de que


Stonehenge era um local onde as pessoas iam em busca de cura.

(Wikipédia)
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https://dicasarquitetura.com.br/os-jardins-suspensos-da-babilonia/

Jardins Suspensos da Babilônia


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Houve também, ao lado da Acrópole, o Jardim


Suspenso, como é chamado, que foi construído, não por
Semiramis, mas por um rei da Síria mais tarde para
agradar uma de suas concubinas; ela, dizem eles, sendo
um persa por origem e sentindo saudade de suas
montanhas, pediu ao rei que imitasse, através de um
jardim plantado, a paisagem distinta da Pérsia.
(Wikipédia)
Jardins Egípcios, c. 2000 A.c.

http://ozelenenie.in.ua/wp-
content/uploads/2015/01/%D0%B5%D0%B3%D0%B8%D0%BF%D0%B5%D1%82%D1%81%D0%BA%
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Paisagem e Ambientes de Saúde

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https://media-cdn.tripadvisor.com/media/photo-s/0d/63/67/49/house-of-the-vettii-peristyle.jpg
Casa dos Vettii (Pompéia)
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Nas Cruzadas (XI e XIII)


os cristãos lutaram contra
os muçulmanos, para
recuperar Jerusalém e a
Terra Santa para os
domínios de sua religião.

As abadias e mosteiros
localizados nas trilhas das
Cruzadas tinham como
finalidade primordial
oferecer abrigo e
hospedagem aos
peregrinos, estando eles
sadios ou não, assistindo-os
material e espiritualmente.
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O surgimento de jardins restauradores na Europa


ocorreu nos monastérios da Idade Média, quando os
primeiros hospitais do mundo ocidental eram
enfermarias em comunidades monásticas nas quais
plantas medicinais e orações constituíam o foco de
cura.

DOBBERT, Léa Yamaguchi. Áreas verdes hospitalares – percepção e conforto.


Dissertação, Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, Piracicaba, 2010.
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https://live.staticflickr.com/7330/13586198964_a74aecfd03_b.jpg
Monastério de Saint Gall, Suíça (séc. IX)
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http://www.abbayedefontenay.com/images/slideshowju/slide-va1.jpg
Abadia de Fontenay – França (séc. XII) / Patrimônio Mundial da UNESCO (1981)
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https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/2/2a/ID1862_Abbaye_de_Fontenay_PM_48232.jpg

Os jardins da Abadia foram refeitos depois da 2 ª Guerra Mundial


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As cidades existentes ao longo das rotas comerciais


foram beneficiadas pelas atividades comerciais,
inclusive retomado o antigo hábito das feiras em
espaços públicos.

Praça do Anfiteatro, Lucca – Itália Praça do Mercado, Rothenburg - Alemanha


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Na renascença as organizações hospitalares foram, cada vez mais,


adquirindo o caráter municipal. Era a consequência do movimento que a partir
do século XIII começou a subtrair os hospitais da influência monástica
medieval.

O progresso da ciência foi, naturalmente, determinando o aperfeiçoamento


gradual dessas casas de assistência.

Principalmente a cirurgia tomou bom impulso não só pelo melhoramento dos


conhecimentos anatômicos, como, também, pelo abandono da obediência ao
édito da igreja, de 1163, que proibia ao clero a realização de operações que
demandassem derramamento de sangue. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 1944)

Nos moldes modernos, o Hospital Real de Todos-os-Santos, também chamado


de Hospital Grande de Lisboa, somava duzentas camas, diferindo das casas
hospitalares da Idade Média, que tinham até dez leitos. O hospital dava
assistência aos pobres e aos doentes separadamente. Quem ficava
responsável pela “casa dos pedintes andantes” era o hospitaleiro, mas ali o
pobre poderia apenas pernoitar. Ofereciam-se cama, roupa de casa e ao
menos duas refeições. (SILVA, 2015)
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Profa. D Sc. Jeanne Almeida da Trindade

O Hospital Real de Todos os Santos, na Praça do Rossio, Lisboa. Autor desconhecido. Fonte: Wikipedia.
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Paisagem e Ambientes de Saúde
Profa. D Sc. Jeanne Almeida da Trindade

O elemento verde, especialmente arborização, só


mostrará a sua força compositiva nos espaços públicos a
partir da segunda metade do século XVII na Europa.

Entretanto pesquisas apontam que na Antuérpia, no


século XVI, foram utilizadas árvores no contexto
urbano, quer seja em praça pública (Place Verte ou
Groenplaats), nos passeios ou nas largas vias de
circulação sobre os muros das fortificações. (SEGAWA,
1996)
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https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/8/8d/Invalides_aerial_view.jpg/350px-Invalides_aerial_view.jpg
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Nos séculos seguintes


(XV-XVII) alguns
hospitais foram
construídos ou
reformados e planejaram
pátios internos com
canteiros geométricos
ajardinados e a presença
de árvores alinhadas,
como o “Les Invalides”
(Paris, 1671), para serem
disfrutados no local ou
pelas janelas dos
quartos.
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Após a Revolução Industrial


as cidades passaram a ter
fábricas de todos os tipos
que utilizavam o carvão
como principal fonte de
energia, que gerava fumaça,
escurecia o ar, sujava as
roupas e corroía a
estrutura dos prédios.

Essas grandes fornalhas


exalavam gases, detritos e
mau cheiro e as fábricas
jogavam esgoto, sem
tratamento, nos corpos
hídricos.
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As habitações operárias
situavam-se em vielas
estreitas, sem iluminação e
ventilação adequadas.

O sistema de higiene era


precário, com valas a céu
aberto, contaminando os
cursos d’água.

A inexistência de lugar de
estar dentro das habitações
provocava a transferência
desta função para as ruas.
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Nesse período, o número de habitantes começou a


crescer rapidamente em vários centros urbanos
europeus, causando vários problemas, como a
disseminação de epidemias.

Isso levou ao avanço do estudo e debate sobre a


disseminação de doenças e sua profilaxia, especialmente
na França, onde o primeiro curso universitário de higiene
pública foi criado em 1794, na Universidade de Paris.

No final do século XIX, os tratados de higiene pública


sugeriram a criação de normas que ecoem a legislação,
especialmente as leis municipais.
(ANDRADE, 2018)
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Nos séculos XVII e XVIII, o papel da natureza como


restauradora do corpo e da mente foi explorado e
estimulado, além da importância dada à higiene,
proporcionada pelo ar fresco e ventilação cruzada.

Entre os séculos XVIII e início do XIX, hospitais


psiquiátricos sofreram grandes mudanças; o cultivo de
plantas e a implantação de áreas ajardinadas foram
incorporados em seus projetos com o intuito de
proporcionar benefícios terapêuticos.

DOBBERT, Léa Yamaguchi. Áreas verdes hospitalares – percepção e conforto.


Dissertação, Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, Piracicaba, 2010.
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No âmbito da enfermagem, é notável a contribuição da enfermeira


italiana Florence Nightingale (1820-1910) para a promoção do
equilíbrio da relação indivíduo-ambiente no processo de
restauração dos pacientes (DARTON, 1996 apud BAGNATI, 2019).
Os estudos de Nightingale fundamentam a Teoria Ambientalista na
enfermagem, que trata o paciente como ser humano único e que
possui o poder vital, que atua na própria recuperação.

Segundo a teoria o meio afeta diretamente o poder vital do


indivíduo, ou seja, se algo estiver em desequilíbrio, o poder vital vai
ser desviado da recuperação da saúde, com a finalidade de
compensar a perturbação do ambiente (GILL; GILL, 2005). Do
período vale destacar: as reformas nos hospitais psiquiátricos, que
passaram a envolver os pacientes em atividades de manutenção dos
jardins e hortas dos hospitais (GERLACH-SPRIGGS et al, 1998 apud
SOUSA, 2016) e a construção de parques e jardins em estâncias
termais (HIPÓLITO-REIS, 2006).
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A partir da Revolução Industrial devido, entre outras


razões, ao crescimento acelerado e desordenado das
cidades, à retirada progressiva da vegetação nativa, as
péssimas condições de habitação dos operários e um
quadro de epidemias sucessivas, os governantes
começam a se preocupar mais intensamente com a
introdução do elemento vegetal, espacialmente as
árvores, dentro dos ambientes urbanos.
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Desta forma, a construção de parques públicos passa a ser


necessária objetivando: embelezar as cidades; aumentar as
áreas verdes urbanas; resolver os problemas causados pela
Revolução Industrial; além de educar e civilizar a classe
operária segundo os padrões de comportamento da classe
mais abastada.

Até esse momento, as áreas ajardinadas eram privilégio das


classes dominantes, que podiam arcar com os elevados custos
de sua implantação e conservação. A partir do início do século
XIX a construção de parques públicos passa
sistematicamente a fazer parte das preocupações dos
planejadores urbanos, voltados para satisfazer as exigências
higiênicas, recreativas e educativas de todos os habitantes.
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A Inglaterra – mais
especificamente Londres –
foi o local onde inicialmente
verificou-se a necessidade
de criar parques públicos
para o uso de todos os
habitantes. A introdução
desses parques se deu de
duas maneiras distintas:

a primeira com a abertura


de parques privados para a
utilização da população em
geral como, por exemplo: o
Saint James Park e o Hyde
Park.
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E a segunda, com
introdução de novos
parques públicos.

A composição formal dos


parques públicos dessa
época passa a seguir os
caminhos traçados pelo
paisagismo romântico
inglês, buscando
Regent’s Park inspiração estética em
padrões da natureza.
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Durante o governo
do Imperador
Napoleão III
(1852-1870) foi
elaborado um
plano de
remodelação
urbanística em
Paris, organizado
pelo prefeito
Haussmann que
contemplava a
criação de um
conjunto de
grandes avenidas
arborizadas e
reforma ou
construção de Plano de Haussmann para Paris, onde em verde estão indicados os principais parques e jardins
construídos ou reformados; em roxo as novas avenidas. Disponível em:
vários parques. <http://www.larousse.fr/encyclopedie/images/Paris_le_plan_Haussmann/1009147>.
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Avenue Foch (Jean-Charles Alphand, 1854), contendo aproximadamente 4000 árvores.


Disponível em: <https://i.pinimg.com/originals/8a/2d/dc/8a2ddc9e3bd046b37e4b40e2d204356d.jpg>
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Nos Estados Unidos, durante a segunda metade do


século XIX, as ideias da inserção de parques no
planejamento das cidades também adquiriram ampla
expressão tendo na figura de Frederick Law Olmsted
um grande defensor.

Olmsted acreditava as áreas verdes proporcionariam


uma vida mais saudável para os habitantes das cidades, a
partir dos “efeitos tranquilizadores da natureza capaz
de tranquilizar a mente, a recreação e a contemplação
de elementos da natureza poderiam promover a saúde
física e mental”.
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Sistema de parques de Boston, Estados Unidos (Olmsted, 1894).


Disponível em: https://www.emeraldnecklace.org/wp-content/uploads/2015/11/enparks-en-map.jpg .
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A ideia da implantação de espaços verdes em conjunto com as


iniciou-se desde a metade do século XIX porém, em 1898 Ebenezer
Howard intensifica esses benefícios com a sua proposta para sua
Cidade Jardim.
https://urbanidades.arq.br/wp-content/uploads/2009/12/tres_imas.jpg

https://i.pinimg.com/originals/b5/05/d3/b505d3fd05e8335ec7e9b6e7
d828f5af.jpg
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Jardins del Recinte Històric de L'hospital de la Santa Creu I Sant Pau, 1901
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Os benefícios terapêuticos do

https://i.pinimg.com/originals/c8/98/4e/c8984ec6f9dde979a14d865e1e9feb91.png
cultivo de plantas e árvores são
disseminados no final do século
XIX e, o conhecimento da flora
passa a ser valorizado pelo
cidadão comum e, as pessoas
começam a sentir falta do contato
com a natureza.

Para suprir essa deficiência,


alguns recursos surgem para
inserir a vegetação no interior das
edificações. O jardim de inverno é
criado, assim como mobiliário
específico para vegetação dentro
das residências como cachepot,
jardineiras e terrários para
receber plantas.
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A natureza nos ambientes residenciais

https://i.pinimg.com/originals/8e/33/e2/8e33e2faed31eca3b1909e461ab90de4.jpg
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Dresden, Alemanha Varsóvia, Polônia

Florença, Itália Hiroshima, Japão


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Na segunda década do século XX o arquiteto Le Corbusier sugere


que as cidades tenham o número de vias reduzidas e substituído por
grandes eixos rodoviários arborizados e o parcelamento da terra
seja refeito privilegiando grandes lotes, de modo que a nova cidade
surja como um grande parque urbano onde as vias e as edificações
estão inseridas no mesmo conjunto.
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As descobertas da assepsia (1865), por Joseph Lister, e da existência da


bactéria, por Louis Pasteur, apesar de serem avanços significativos em
termos científicos, esses progressos influenciaram negativamente o projeto
de edificações hospitalares, que não necessitavam mais usar um espaço
físico tão grande para terem ambientes higiênicos (HEATHCOTE, 2010
apud BAGNATI, 2019).

Assim, a tipologia de hospitais mais enxuta, no formato de arranha-céu,


ganhou espaço dentre os projetos arquitetônicos do ramo.

O desenvolvimento da indústria farmacêutica e da psicologia contribuíram


para a redução da conexão entre pacientes e a natureza, na forma de
jardim como promotor de saúde.

Ao passo que os grandes jardins cederam espaço para estacionamentos e


foram limitados ao paisagismo das entradas principais (MARCUS; SACHS,
2014 apud BAGNATI, 2019).

(Sarmento, 2020)
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Hospital Clementino Fraga – Rio de Janeiro, RJ


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No final do século passado, a partir dos anos 80, as preocupações com a


saúde pública e com a sua promoção fundamentaram inúmeras investigações
científicas relacionadas com os impactos da degradação ambiental e da
privação do contato com o ambiente natural para a saúde humana.

A partir de meados de 1990, aliadas a uma tendência crescente de


humanização dos ambientes ligados às unidades de saúde, as evidências
científicas face aos benefícios do contato com a natureza conduziram a uma
mudança de paradigma relativamente ao papel dos jardins nas mesmas:
estes deixam de ser considerados supérfluos e passam a ser interpretados
e concretizados com a finalidade de complementarem o tratamento e
contribuírem para o bem-estar físico e psicológico dos utilizadores.

Emergem, assim, a criação de jardins terapêuticos e a reaproximação do


ambiente hospitalar com os benefícios do contato com a natureza (MARCUS
et al, 2014 apud SOUSA, 2016).

(Sarmento, 2020)
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Fonte: Sousa, 2016 apud Sarmento, 2020


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Segundo Sennett (1988), o homem contemporâneo teria se tornado


mais passivo, mais individualista e intimista.

Sua experiencia passa a ser a do consumo, afastando qualquer outro


propósito mais complexo, político ou comunitário, e rompendo o
compromisso do homem com a sua cidade.

O homem teria se tornado passivo, primeiramente, por excesso de


informação via mídia de massa, e depois pela experiencia alienante
do fragmentado espaço moderno.

Os meios de comunicação de massa resultavam em uma sobrecarga


de informações, imagens e experiencias não vividas e consumidas,
levando o homem a alienação e passividade em relação a vida real.
(DARODA, 2019).

Richard Sennett, “O Declínio do Homem Público” (1988).


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JORNAL DA USP (https://jornal.usp.br/atualidades/brasil-vive-surto-de-depressao-e-ansiedade/)


Brasil vive surtos de depressão e ansiedade
23/08/2018
O Brasil é considerado o país mais ansioso e estressado da América Latina. Segundo a
Organização Mundial da Saúde (OMS), nos últimos dez anos o número de pessoas com
depressão aumentou 18,4%, isso corresponde a 322 milhões de indivíduos, ou 4,4% da
população da Terra. No Brasil, 5,8% dos habitantes – a maior taxa do continente latino-
americano – sofrem com o problema.

Em relação à ansiedade, o Brasil também lidera, com 9,3% da população. Esse problema
engloba efeitos como fobia, transtorno obsessivo-compulsivo, estresse pós-traumático e
ataque de pânico. As mulheres sofrem mais com a ansiedade: cerca de 7,7% das mulheres
são ansiosas e 5,1%, deprimidas. Já entre os homens, o número cai para 3,6% nos dois
casos.
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https://www.pragmatismopolitico.com.br/wp-content/uploads/2016/10/capitalismo-ideologia-
O Brasil enfrenta uma segunda
pandemia, desta vez na Saúde
Mental. O impacto emocional
das perdas familiares, o
sentimento de medo, a falta de
socialização e a instabilidade no
trabalho aumentaram o nível de
estresse e sofrimento psíquico
dos brasileiros. “O aumento nos
transtornos ansiosos e
depressivos é uma tendência
dos últimos anos, mas atingiu

individualismo-solidao-seculo-xxi.png
patamares muito mais
alarmantes após a crise
sanitária”, afirma a
coordenadora da Comissão
Nacional de Enfermagem em
Saúde Mental (Conasem/Cofen),
professora Dorisdaia Humerez.
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Pesquisas realizadas em um hospital suburbano da


Pensilvânia entre 1972 e 1981 mostraram
que pacientes operados da vesícula biliar se
recuperaram mais rápido e com menor dose de
analgésicos quando as janelas dos seus quartos se
voltavam para uma vista natural ao em oposição aos
pacientes cujos quartos tinham com janelas voltadas
para uma edificação.

Ulrich, R.S. View Through a Window May Influence Recovery from Surgery, 1984
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images/26/8688742/images/4-0.png
https://docplayer.me/docs-
Ulrich, R.S. View Through a Window May Influence Recovery from Surgery, 1984
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Os estímulos do meio ambiente são sentidos, ainda que


os usuários de áreas verdes hospitalares não percebam
e mesmo que não se tenha consciência disso.

Outros estudos também comprovaram a redução do


estresse e de dor de cabeça em área urbana a partir do
contato ou da visualização de uma área verde.

DOBBERT, Léa Yamaguchi. Áreas verdes hospitalares – percepção e conforto.


Dissertação, Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, Piracicaba, 2010.
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Pesquisas identificaram que 95% dos entrevistados relataram uma mudança


positiva no humor depois de passar um tempo ao ar livre.
Mais de 60% concorda que elementos do mundo vegetal, como árvores e
flores, acionam essa mudança de humor (Marcus CC & Barnes M, 1999)
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BANHO DE FLORESTA
• Aumenta a imunidade
• Diminui o cortisol, a frequência cardíaca e pressão sanguínea
• Alivia a depressão
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Espaços verdes, arborização e sono


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O sono insuficiente está associado a riscos elevados de lesões no


local de trabalho, acidentes de trânsito, ganho de peso e
mortalidade prematura. Pesquisas desenvolvidas na Austrália
indicam que pessoas em contato com mais áreas verdes e áreas com
árvores mais copadas tiveram menores chances de sono insuficiente
prevalente, isto é, menos do que 6 horas de sono por dia.

Does sleep grow on trees? A longitudinal study to investigate potential


prevention of insufficient sleep with different types of urban green space
Thomas Astell-Burt, Xiaoqi Feng, Elsevier, April 2020.
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O espaço verde pode influenciar a duração do sono por meio de três


caminhos de domínio: (i) mitigação; (ii) restauração; e (iii)
motivação. Sobre mitigação, estudos relatam que a proximidade de
espaços verdes pode ajudar na redução da poluição do ar e incômodo
com o ruído. Sobre a restauração, muitos experimentos de campo
relataram que o contato com o espaço verde pode levar à redução
do estresse, restauração das capacidades cognitivas e proteção da
saúde mental. Por fim, os espaços verdes podem ajudar a motivar a
prática de diferentes tipos de recreação física ao ar livre e
socialização.
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Biofilia

Conexão com a natureza

Ao pé da letra, biofilia é o amor pela vida, isso é: a necessidade da


conexão entre a afetividade emocional inata dos seres humanos e as
demais espécies naturais.

Em ambientes urbanos, não é tão fácil encontrar espaços que


desperte a biofilia nas pessoas. A tecnologia atual produz um
distanciamento da natureza maior do que nunca. Avanços
tecnológicos, maior tempo gasto no interior de edifícios e carros
reforçam a desconexão entre os seres humanos e a natureza.

https://www.ecycle.com.br/component/content/article/63-meio-ambiente/4584-biofilia-nossa-conexao-com-a-
natureza-pode-ser-chave-a-conservacao-do-planeta-amor-biophilia-philia-genetica-hipotese-ecologia-educacao-
ambiental-biofilico-arquitetura-biophilic-design-saude-evolutivo-atracao-filosofico-ligacao-emocional-.html
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O estudo de Maas et al. (2009), que analisou os relatórios


médicos de 195 clínicos gerais da Holanda, descobriu que
pessoas residentes em áreas a menos de um quilômetro de
espaços verdes, têm menores chances de contrair algumas
doenças, com destaque para ansiedade e depressão.

Já o estudo de Park e Mattson (2009), que utilizou vasos de


plantas e flores nos quartos de pacientes que se
recuperavam de tireoidectomia, percebeu que essas pessoas
tiveram a recuperação mais rápida, fizeram uso de menos
analgésicos e, ainda, manifestaram menos dores, ansiedade e
fadiga do que os pacientes do grupo controle

Nogueira, Zilda & Favareto, Ana & Arana, Alba. (2022). Saúde mental e ambientes
restauradores urbanos em tempos de covid-19. Psicologia USP. 33. 10.1590/0103-
6564e220012.
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Ulrich (1995) afirmou que os ambientes biofílicos têm


efeitos benéficos em uma variedade de indicadores de
saúde, como ansiedade, pressão arterial, recuperação
pós-operatória, o uso de medicação analgésica e a
duração do ficar.

Fornecer estímulos da natureza, como plantas ou luz


natural no ambiente de saúde, pode encurtar o tempo
de internação do paciente.

HEALING ENVIRONMENT HOW_CAN_GARDEN_HELP| Mohd Hafizi Ahmad Zaki


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A questão em si não é
somente especificar

http://vburtdesigns.com/projects/healing-gardens/university-hospitals-schneider-healing-
plantas para ambientar o
seu espaço e sim,
incentivar a visualização
de elementos visuais
agradáveis.

É planejar ambientes que


criem conexões visuais e
físicas com elementos
naturais, buscando causar
o menor impacto no meio
ambiente, sempre
trazendo para o ambiente
urbano a tranquilidade e

garden//
espiritualidade do habitat
natural. University Hospitals Schneider Healing Garden – Cleveland
(EUA)
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É também especificar, quando possível, móveis, objetos e produtos que


possuem aspecto diretamente ligado à natureza, feitos de
componentes 100% naturais, como fibras e outras matérias-primas
renováveis.

https://crja.com/website-admin/wp-content/uploads/2015/10/Stoneman-Healing-
Garden_15.jpg
Instituto do Câncer Dana-Farber, Yawkey Center for Cancer Care | Boston, MA
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CDPI Corporate, Rio de Janeiro - RJ


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Richard Louv, no livro Last Child in the Woods: Saving our Children from Nature-
Deficit, levanta a hipótese de que a redução do convívio com a natureza tem efeitos
negativos na saúde de crianças e adolescentes, denominando essa falta como
Transtorno do déficit de natureza.
O termo foi utilizado não como um vocábulo médico, mas como um meio explicativo da
condição que tem sido progressivamente observada por pediatras em seus consultórios,
resultando, entre outras recomendações da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP),
o acesso de crianças e adolescentes à pelo menos uma hora diária a oportunidades
de convívio com a natureza, como contribuição para os seus plenos desenvolvimentos
físico, mental, emocional e social (Paris et.al. 2021).
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Com a pandemia da Covid-19, apesar da falta de artigos científicos


analisando com profundidade o tema em razão da
contemporaneidade dos acontecimentos, notam-se indícios da
extensão das consequências da privação do contato com o meio
natural sobre a saúde física e mental humana, devido aos
períodos de isolamento domiciliar.

Em entrevista para o jornal The New York Times (2020), Richard


Louv, destaca que as medidas de isolamento contribuíram para a
consciência da necessidade do contato humano com a natureza.
Além disso, a matéria traz também relatos de alteração
comportamental notada em crianças do meio urbano durante os
períodos de quarentena, principalmente nas que vivem em
apartamentos (MCKIVIGAN, 2020).
PARIS, B. C.; MUKAI, H. .; ROESLER, D. A. JARDINS TERAPÊUTICOS HOSPITALARES: BASES
TEÓRICAS E DIRETRIZES PROJETUAIS. Revista Projetar - Projeto e Percepção do Ambiente, [S.
l.], v. 6, n. 3, p. 84–90, 2021. DOI: 10.21680/2448-296X.2021v6n3ID25099. Disponível em:
https://periodicos.ufrn.br/revprojetar/article/view/25099. Acesso em: 19 jan. 2023.
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Promovendo saúde e bem-estar por meio de florestas urbanas


A regra 3-30-300
(Cecil Konijnendijk van den Bosch)

As florestas urbanas fornecem uma ampla gama de benefícios essenciais. No


entanto, o estado atual da pesquisa e da prática, a urgência de tornar nossas cidades
e bairros verdes me fazem defender uma nova regra prática para a arborização
urbana e a arborização urbana: a regra 3-30-300.

Ver 3 árvores
de cada casa
A primeira
regra é que
todo cidadão
deve poder ver
pelo menos
três árvores
(de tamanho
decente) de
sua casa.
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30 por cento de cobertura das copas das árvores em todos os bairros


Estudos têm mostrado uma associação entre o dossel da floresta urbana e, por
exemplo, melhoria microclimática, saúde física ou mental e, possivelmente também,
redução da poluição do ar e do ruído. Ao criar bairros mais arborizados, também
incentivamos as pessoas a passar mais tempo ao ar livre e a interagir com seus
bairros (o que, por sua vez, promove a saúde social).
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300 metros do parque ou espaço verde mais próximo


Muitos estudos destacaram a importância da proximidade e do fácil acesso
a espaços verdes de alta qualidade que podem ser usados para recreação. O
Escritório Regional Europeu da Organização Mundial da Saúde recomenda
uma distância máxima de 300 metros até ao espaço verde mais próximo (de
pelo menos 1 hectare). Isso incentiva o uso recreativo do espaço verde com
impactos na saúde física e mental.
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O paisagismo é uma expressão artística em que


participam os cinco sentidos do ser humano.

E o olfato, a audição, o paladar, o tato, além da visão,


e proporciona uma rica vivência sensorial, ao somar
as mais diversas e completas experiências
perceptivas.

Quanto mais um espaço paisagístico consegue aguçar


todos os sentidos, melhor cumpre seu papel,
principalmente em jardins terapêuticos.
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Audição

Através dos projetos


paisagísticos é possível
valorizar ou dar
condições ao surgimento
de sons interessantes
e/ou promover uma
barreira acústica aos
sons desagradáveis.
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Olfato
Nas composições
paisagísticas vários tipos
de vegetação têm seu
cheiro facilmente
percebido pelo homem e,
alguns elementos em
contato com a água exalam
cheiro característico
como por exemplo a terra
molhada.
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Paladar

Nas composições
paisagísticas pode
ser estimulado o
prazer da
degustação de
frutos, flores,
folhas e raízes
comestíveis.
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Tato

Percebemos a
temperatura,
consistência,
textura, a presença
de espinhos; de
substâncias
pegajosas, macias,
duras, com pelos,
frias ou quentes.
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Visão

Percebemos a forma,
volume, cor, tom,
escala. O ato de ver
está relacionado
diretamente à luz.
Todos os elementos
visuais nos são
revelados através da
luz.
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A maneira pela qual cada sentido é percebido varia


de pessoa para pessoa, tanto no que diz respeito a
intensidade quanto no que é agradável ou não.

Oferecer em um projeto paisagístico diversas


formas de prazer é proporcionar múltiplas
possibilidades ao espaço planejado.

É presentear o frequentador do espaço com o


desfrute de diferentes sensações, pouco percebidas
ou exploradas no seu cotidiano e valorizar o projeto
em todas as suas potencialidades.
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Jardim Sensorial

Para um jardim sensorial você tem deve escolher as plantas e


materiais que, de olhos fechados, transmitam sensações agráveis
para o usuário.

No jardim sensorial o ideal é explorar todos os sentidos - tato,


audição, visão, olfato e sabor - pelas texturas (de plantas e pisos),
pelos ruídos de vento nas folhas, repuxos de água, pelo aroma e
sabor de diferentes plantas e pelas cores diferentes.

Devem ser evitadas as plantas tóxicas, alergênicas, espécies com


espinhos e galhos pontiagudos.

Podem ser utilizadas plantas frutíferas, de tempero, medicinais, de


perfume, de texturas variadas ou aquáticas.
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A escolha da textura das plantas podem


gerar sensações de aconchego, elegância,
leveza, sobriedade, etc.
Elas podem ser lisas ou pilosas, coreáceas
ou suculentas.
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Pitanga, goiaba, cajá, jabuticaba, manga, acerola


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Melissa officinalis Rosmarinus officinalis

Lavanda angustifolia
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Alecrim, salsinha, sálvia, tomilho, manjericão, majerona, orégano


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HORTA URBANA
https://www.ualg.pt/sites/ualg.pt/files/gcp/Cursos/urban-
agriculture.png
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HORTA URBANA
https://blogdoprofessorfred.files.wordpress.com/2018/04/hortas-urbanas.png?w=600
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Um jardim não é capaz de curar uma doença, mas


dentre outros benefícios, facilita a redução do
estresse tanto de pacientes quanto de funcionários;
ajuda o paciente a concentrar forças para sua
recuperação; alivia os sintomas, melhorando a sensação
de bem-estar.

MATTOS, K. A. ; CONSTANTINO, N. R. T. . Jardins Terapêuticos: Humanização de espaços livres em áreas


hospitalares. In: VII Seminário Projetar, 2015, Natal - RN. VII Seminário Projetar - originalidade, criatividade
e inovação no projeto contemporâneo: ensino, pesquisa e prática. Natal: Firenzze, 2015. v. 1. p. 1-15.
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Dessa forma , Hartig e Marcus (2006) descrevem que


[...] o termo “healing garden” ou “jardim de cura”, pode
ser equivocado em razão de associar ao
reestabelecimento completo, como se o jardim por si só
fosse capaz de tal feito, quando o espaço na verdade
serve como ambiente de suporte e complemento ao
tratamento. Portanto, descrevem que as nominações
como “jardim terapêutico” e “jardim restaurativo”
servem mais adequadamente a esses espaços.

PARIS, B. C.; MUKAI, H. .; ROESLER, D. A. JARDINS TERAPÊUTICOS HOSPITALARES:


BASES TEÓRICAS E DIRETRIZES PROJETUAIS. Revista Projetar - Projeto e Percepção do
Ambiente, [S. l.], v. 6, n. 3, p. 84–90, 2021. DOI: 10.21680/2448-296X.2021v6n3ID25099.
Disponível em: https://periodicos.ufrn.br/revprojetar/article/view/25099. Acesso em: 19 jan.
2023.
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Jardins Terapêuticos

O termo “terapêutico” é bastante amplo, mas em geral é usado para


referir o bem-estar, físico ou psicológico, dos indivíduos, que
resulta de um benefício. Assim sendo espaços exteriores
terapêuticos são áreas naturais ou seminaturais capazes de ajudar
na recuperação dos laços das pessoas com os seus ambientes
naturais, ajudando a manter ou recuperar a sua saúde física e
mental, o que por conseguinte se reflete no bem-estar.

Os espaços terapêuticos podem cobrir várias tipologias, incluindo


espaços para pessoas com deficiência e idosos, jardins hospitalares,
ambientes infantis, hortas, e jardim projetados especificamente
para pessoas com algum tipo concreto de doença.
(Lina Fidalgo Fernandes, 2014)
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Jardins Terapêuticos
Os jardins terapêuticos são destinados não só aos doentes, mas
também às pessoas saudáveis, pois incentiva a sociabilidade entre
usuários, além de promover o relaxamento por meio da
contemplação e conforto dos visitantes e funcionários.

Os jardins terapêuticos não curam, mas são essenciais para


contribuir com o bem-estar dos usuários, auxiliando os processos
de medicina terapêutica.

Kaplan e Kaplan (1989) defendem o contato com a natureza é uma


experiência restauradora (Attention Restauration Theory – ART),
na mesma direção encontramos os estudos de Ulrich (2003) com
sua “Theory of Supportive Garden Design”.
(DOBBERT, 2010)
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Jardins Terapêuticos
Ulrich fundamentou a Teoria dos Jardins de Apoio - Theory of
Supportive Garden Design (ULRICH, 1999), a qual reafirma os
benefícios para a saúde por meio da redução do estresse através
do contato com a natureza. Para o autor, sendo o estresse um
problema recorrente em hospitais, a implantação desses jardins é
justificável e indicada.

Para tanto, elenca quatro aspectos que tais ambientes devem


atender para serem benéficos na redução do estresse, sendo eles:
1) senso de controle, 2) suporte social, 3) movimentos físicos e
exercícios e 4) distrações naturais positivas.

PARIS, B. C.; MUKAI, H. .; ROESLER, D. A. JARDINS TERAPÊUTICOS HOSPITALARES: BASES TEÓRICAS E


DIRETRIZES PROJETUAIS. Revista Projetar - Projeto e Percepção do Ambiente, [S. l.], v. 6, n. 3, p. 84–90,
2021. DOI: 10.21680/2448-296X.2021v6n3ID25099. Disponível em:
https://periodicos.ufrn.br/revprojetar/article/view/25099. Acesso em: 19 jan. 2023.
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Jardins Terapêuticos
Na Teoria do Restauro da Atenção (ART, na sigla em inglês), os autores
afirmam que ambientes restaurativos devem propiciar quatro sensações :
• Escape: implica afastar-se da fonte do estresse, seja mentalmente,
imaginando outro local; fisicamente, mudando de ambiente ou visualmente,
olhando através de uma janela, por exemplo.
• Ambiência: o local para o qual se vai ou se desvia a atenção deve
proporcionar a sensação de estar em um lugar novo.
• Fascinação: o local deve possuir atrativos suficientes para ocasionar
fascínio, causar interesse e incentivar a exploração. Os autores enfatizam
que os elementos da natureza, por sua ampla variedade de fauna, flora,
água, contrastes de luzes, detalhes e de processos, como crescimento,
entre outros, tendem a causar tal sensação nas pessoas.
• Compatibilidade: está relacionado com a possibilidade de adequação dos
desejos dos usuários ao local; por exemplo, se o desejo é ficar sozinho,
encontrar um lugar para se sentar afastado de lugares movimentados.

PARIS, B. C.; MUKAI, H. .; ROESLER, D. A. JARDINS TERAPÊUTICOS HOSPITALARES: BASES TEÓRICAS E


DIRETRIZES PROJETUAIS. Revista Projetar - Projeto e Percepção do Ambiente, [S. l.], v. 6, n. 3, p. 84–90,
2021. DOI: 10.21680/2448-296X.2021v6n3ID25099. Disponível em:
https://periodicos.ufrn.br/revprojetar/article/view/25099. Acesso em: 19 jan. 2023.
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Benefícios dos Jardins Terapêuticos


a) Benefícios ao nível cognitivo:
– Aprendizagem de novas habilidades e linguagem;
– Melhoria do processo, individual, de tomada de decisão/resolução de
problemas;
– Aprendizagem da forma de trabalhar com independência
– Aumento da consciência do mundo à sua volta.
– Recuperação da fadiga provocada pela atenção direcionada;

b) Benefícios a nível psicológico:


– Melhoria da autoestima e autoconfiança;
– Sentido de responsabilidade no envolvimento ativo com o espaço
(trabalho com as plantas);
– Aumento da motivação e produção;
– Aumento da autonomia e competência de observação;
– Incentivo à criatividade;
– Alívio do stress e da raiva e em consequência o controle das emoções.

(Lina Fidalgo Fernandes, 2014)


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Benefícios dos Jardins Terapêuticos

c) Benefícios a nível físico:


– Aumento da intensidade do movimento;
– Melhoramento das habilidades motoras, da coordenação e equilíbrio;
– Aumento da força muscular;
– Estímulo das atividades musculares por parte daqueles que necessitam
movimentar os músculos.
d) Benefícios a nível social:
– Aumento da interação social e apoio;
– Aumento das funções imunológicas e do humor;
– Oportunidade de trabalho compartilhado quando existe a prática de
jardinagem e horticultura;
– Espaços de combate ao isolamento;
– Aumento da autoestima e autoconfiança;
– Diminuição do stress.
(Lina Fidalgo Fernandes, 2014)
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Benefícios dos Jardins Terapêuticos

e) Benefícios gerais:
– Depressão reduzida;
– Maior satisfação entre profissionais da saúde;
- Maior satisfação entre os pacientes;
- Melhor sono;
- Menor stress para pacientes;
- Menor stress para profissionais da saúde;
- Menor tempo de internação;
- Menor dor.
(Ulrich et al, 2008 apud Felippe et al, 2019)
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A vegetação é o elemento que mais deve ser utilizados nos jardins


terapêuticos, pois oferecem além das melhorias no conforto térmico
no microclima de uma edificação, dos níveis de umidade do ar e
exposição ao sol e vento, oferecem ampla variedade de estímulos,
contrastes de luzes, cores, aromas, textura, olfato e até paladar
movimentos e de processos, como crescimento, entre outros,
Marcus & Barnes (1999) recomendam que o espaço seja distribuído
entre 30% de elementos construídos e 70% destinado a vegetação.
Segundo Ulrich (1999), o projeto de jardins terapêuticos deve estar
sempre focado em seus usuários e deve contemplar o senso de
controle, suporte social, exercícios físicos e distrações positivas
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Metodologia de concepção e análise dos projetos


paisagísticos.

1. a partir do cliente – seu perfil socioeconômico, cultural, seus


desejos, necessidades;
2. a partir da paisagem – da sua morfologia e conteúdo: das
estruturas, elementos (recursos e valores), processos e
sistemas naturais e culturais. Dentre os elementos e sistemas
naturais destacam-se a geomorfologia e a topografia;
3. a partir das características intrínsecas do lugar – lugar cultural
como princípio formal;
4. a partir das intenções de projeto.
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1. a partir do cliente: pesquisa direta (entrevistas), indireta


(IBGE, etc) e observação;
De uma maneira geral, os projetos de paisagismo para ambientes
hospitalares envolvem tipos de públicos distintos:

• Cliente objetivo – EMPREENDEDOR (público ou privado)


• Cliente subjetivo – PACIENTE E ACOMPANHANTES
• Cliente ocasional - VISITANTES
• Funcionários atividade fim – PROFISSIONAIS DA ÁREA DE
SAÚDE
• Funcionários de apoio (permanentes ou ocasionais) –
PROFISSIONAIS DA ÁREA ADMINISTRATIVA SEGURANÇA, E
MANUTENÇÃO

➢ Para todos os clientes


• Entendimento dos anseios e necessidades.
• Aspectos culturais e socioeconômicos.
• Imagem que o empreendedor deseja que seja transmitida.
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http://www.vertechsdesign.com/projects/healthcare/hospitals/st-josephs

St. Joseph's Healthcare – Toronto, Canadá


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https://www.swbr.com/wp-content/uploads/2014/01/University-of-Rochester-
Healing-Garden-1-1200x575.jpg

Golisano Children’s Hospital at the University of Rochester Medical Center.


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http://www.healinglandscapes.org/blog/wp-content/uploads/2012/05/lounge-550x412.jpg

Jacqueline Fiske Healing Garden, Jupiter Medical Center, Jupiter, FL


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2. a partir da paisagem;

➢ Hierarquia das vias (expressa, arterial, coletora ou local).


Observar a intensidade de ruídos e de poluição.

➢ Gabarito das edificações.

➢ Emissores de ruídos (supermercado, templos, atividades


esportivas e recreativas).

➢ Marcos da paisagem: naturais, urbanos e arquitetônicos (até


onde a vista alcança).

➢ Componentes de base ecológica: o relevo, a água e a vegetação


e sua relação com o clima local (pesquisa direta e indireta).
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2. a partir da paisagem;

http://ateliearqurb.wixsite.com/mariebianca
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2. a partir da paisagem;
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2. a partir da paisagem;
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2. a partir da paisagem;
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2. a partir da paisagem;
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2. a partir da paisagem;
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2. a partir da paisagem;
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2. a partir da paisagem;
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3. a partir das características intrínsecas do lugar – lugar cultural


como princípio formal.

Paisagens terapêuticas bem-sucedidas abordam os contextos


sociais e culturais de sua localização, bem como responder às
necessidades ambientais, mentais e físicas de cada usuário.
As paisagens são experimentadas de maneiras diferentes por
pessoas diferentes. Diferentes orientações culturais também
podem levar a diferentes experiências do mesmo espaço, dessa
forma é importante conhecer as características culturais do lugar
para poder valorizá-las.
Importante reforçar os aspectos culturais e históricos para
fortalecer as relações de identidade e pertencimento.
(Marques, 2021)
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3. a partir das características intrínsecas do lugar – lugar cultural


como princípio formal.

HOSPITAL KHOO TECK PUAT (KTPH) - SINGAPURA


Frank Dieter Lara Padilha Lorena Garcia Luciana Dourado
Marina Polizel Roberta Linhares Rosa Afonso
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3. a partir das características intrínsecas do lugar – lugar cultural


como princípio formal.

HOSPITAL KHOO TECK PUAT (KTPH) - SINGAPURA


Frank Dieter Lara Padilha Lorena Garcia Luciana Dourado
Marina Polizel Roberta Linhares Rosa Afonso

Sentimentos de solidão e o isolamento pode ser mitigado pelo


envolvimento na jardinagem comunitária, bem como a prática de
propagação e cultivo de plantas.
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4. a partir das intenções de projeto, por exemplo:

PRAZER FUNCIONAL SOCIAL AMBIENTAL


beleza e convívio de
fragrância segurança pacientes escoamento de água
áreas de redução de
pássaros sombra brincadeiras poluição do ar
convívio exclusivo
para equipe de
barulho da água praticidade saúde redução térmica
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O desenvolvimento das cidades no século XX foi marcado pela


erradicação de ecossistemas nativos e áreas ecologicamente
relevantes para dar lugar a grandes áreas impermeáveis e
jardins sem nenhuma relação com seu ambiente geográfico e
botânico original.

As atividades humanas afetaram diretamente os


ecossistemas originais, sendo necessário elaborar um
pensamento sistêmico, considerando que vivemos em sistemas
interdependentes.
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Segundo a Carta de Ottawa (1986), a saúde é resultado de


uma conjunção de fatores físicos e sociais, a serem
construídos com a participação ativa dos indivíduos. (...)

Portanto, a saúde é transversalizada por conceitos


abrangentes de bem-estar que incluem paz, habitação,
educação, alimentação, renda, ecossistema estável, recursos
sustentáveis, justiça social e equidade (WHO, 1986).

(SPERANDIO, A. M. G. et al., 2022)


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A União Internacional de Arquitetos (UIA) promoveu em 2022 o “Ano do Design para a Saúde”.
Objetivo foi discutir o papel do design (arquitetura, planejamento urbano e áreas afins) na
proteção, promoção e restauração da saúde nas cidades.

Arquitetos de todo o mundo estão sendo incentivados a explorar como um bom design pode
contribuir para a segurança, a cura e o bem-estar que vão muito além das instalações de saúde,
atingindo nossas casas, nossas escolas, nossos espaços públicos e nossas instituições.
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Índice Integrado de Seca (IIS) referente ao mês de JANEIRO de 2023 nas escalas: 3 meses
(IIS-3, esquerda) e 6 meses (IIS-6, direita). O IIS-3 é indicado para avaliação dos impactos da
seca na agricultura, especialmente para culturas de ciclo curto (até 90 dias). O IIS-6, por sua
vez, representa as condições de seca considerando os últimos 6 meses, portanto, indica a
condição de déficit hídrico de médio prazo.
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Porto Alegre, junho 2023


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A vegetação pode absorver


grande parte radiação
solar incidente, sendo que
fachadas sombreadas por
árvores de grande porte
podem apresentar
diferença de 2ºC a 5ºC a
menos que às em que o sol
incide diretamente.

Também segundo os
autores, essa vegetação
pode contribuir no
conforto acústico,
atenuando ruídos por meio
da absorção de ondas
sonoras.
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Paisagem e Ambientes de Saúde
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https://serambientaltingua.files.wordpress.com/2018/11/11752049_101529935292325
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Paisagem e Ambientes de Saúde
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A Organização Mundial de Saúde (OMS) e o Programa das Nações


Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) avaliam que as condições de
conforto térmico afetarão milhares de pessoas, uma vez que estão
relacionadas ao clima e à forma de apropriação e interação com os
espaços construídos (OBSERVATÓRIO DO CLIMA, 2009).

Em geral, populações carentes sofrem mais com o calor excessivo e


têm dificuldades de adaptação às novas condições em virtude da
falta de recursos financeiros. Também as áreas urbanas são mais
afetadas que as rurais, sobretudo por causa da abundância de
superfícies que retêm o calor. Desse modo, o aumento de
temperatura afetará a saúde humana de diversas maneiras e em
diferentes proporções na população humana (OBSERVATÓRIO DO
CLIMA, 2009).
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De acordo com Saldiva (1994), as pessoas poderão sofrer


alterações fisiológicas, a maioria delas sem nenhuma manifestação
clínica. Ressalta, ainda, que as respostas humanas podem levar
muito tempo para se manifestar. O resultado da exposição à
radiação UV ou a poluentes atmosféricos pode aparecer depois de
décadas (OBSERVATÓRIO DO CLIMA, 2009).

Acredita-se que haverá um aumento no número e na gravidade de


condições bem definidas, como doenças cardíacas, asma e
infecções. Mortes decorrentes de ondas de calor estão
relacionadas a doenças cardiovasculares, cerebrovasculares e
respiratórias e se concentram, principalmente, entre pessoas idosas
e indivíduos com doenças preexistentes (SALDIVA, 1994).
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A vegetação pode ser usada de forma externa à edificação para


moderar a temperatura interna da unidade arquitetônica, por meio
do plantio de plantas e árvores nos locais em que seja necessário
sombreamento para paredes ou janelas.

Árvores com copas altas podem ser dispostas, de forma a propiciar


sombra às paredes leste /oeste, sendo muito úteis para reduzir os
ganhos de calor no verão. O plantio de árvores ou outro tipo de
elementos também pode ser útil como barreira contra ventos
indesejáveis.

Recomenda-se utilizar espécies vegetais nativas, adequadas ao


clima local e ao uso da edificação. A vegetação, na medida do
possível, deve adequar- se à disponibilidade de água no solo para sua
sobrevivência, com suprimento natural em suas fases e épocas de
crescimento.
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Os canteiros, caso não existam, devem ser abertas no passeio público ou calçada, com, no
mínimo 1,00m2 de área, independente do formato e com largura mínima de 0,60m.
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Arborização

3,0m2

1,0m2
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Árvore de grande porte


diâmetro da copa = 9,0m
área permeável = 3,0m²
distância das edificações = 4,5m
Ex: Oiti (Licania tomentosa)

Árvore de médio porte


diâmetro da copa = 6,0m
área permeável = 2,0m²
distância das edificações = 3,0m
Ex: Jabuticabeira (Plinia cauliflora)

Árvore de pequeno porte


diâmetro da copa = 3,0m
área permeável = 1,0m²
distância das edificações,
piscina, muro, etc = 1,5m
Ex: Pitangueira (Eugenia uniflora)
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Desenvolvimento de Pau-brasil
(Caesalpinia echinata)

muda jovem adulto


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Arborização
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Arborização
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Cidade do Rio de Janeiro, 06/02/2019


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Calçadas Verdes
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Estudos revelam que o contato com o espaço arborizado pode levar à redução do
estresse, restauração das capacidades cognitivas e proteção da saúde mental.
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Mais do que embelezar a paisagem e aliviar o calor, a presença de árvores nas


ruas das cidades têm poderes terapêuticos que podem desencadear efeitos
positivos significativos na saúde mental da população. (Bratman et ali, 2015)
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Diminuem a Aumentam a
ansiedade imunidade

Aliviam a
depressão
Reduzem a
pressão
sanguínea
Restauram as
capacidades Diminuem a
frequência
cognitivas
cardíaca

Encurtam o
Diminuem o cortisol
tempo de
internação
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Domínios morfoclimáticos e fitogeográficos do Brasil

Domínio morfoclimático e fitogeográfico, também chamado de


forma abreviada de domínio paisagístico, é a unidade de um sistema
de classificação geográfico baseado em critérios geomorfológicos,
climáticos e botânicos. Tal esquema de regionalização foi
desenvolvido pelo geógrafo brasileiro Aziz Ab’Saber.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Dom%C3%ADnio_morfoclim%C3%A1tico_e_fitogeogr%C3%A1fico

Para a determinação de um domínio morfoclimático são levados em


consideração 5 aspectos da geografia física. Cada domínio constitui
uma área do espaço geográfico com dimensões subcontinentais, na
qual predominam certas características morfoclimáticas – como
relevo, hidrografia, solo e clima – semelhantes, além de um certo
tipo de vegetação.
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Domínio Mares de Morros


Os Mares de Morros possuem este nome em função do relevo ondulado que predomina nas regiões
costeiras do Brasil. Encontramos este domínio desde o Rio Grande do Sul até o Rio Grande do
Norte, passando por regiões mais interiores de São Paulo e Minas Gerais. Toda a região da Serra
do Mar brasileira se encontra neste domínio e é nele que está situada a Mata Atlântica, ou
Floresta Pluvial Atlântica. Estes possuem uma alta biodiversidade, em função das características
da Floresta Ombrófila Densa, que é o ecossistema dominante neste domínio.

https://profalexeinowatzki.wordpress.com/dominios-morfoclimaticos-e-fitogeograficos-do-brasil/
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Mata Atlântica
https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/f/f2/Atlantic_Forest_WWF.jpg

A Mata Atlântica é um bioma de


floresta tropical que abrange a
costa leste, sudeste e sul do
Brasil, leste do Paraguai e a
província de Misiones na
Argentina .

No século XX, a Mata Atlântica


passou por intenso
desmatamento, restando menos
de 20% da cobertura vegetal
original.

Suas formações vegetais são


extremamente heterogêneas,
indo desde campos abertos em
regiões montanhosas até
florestas chuvosas perenes nas
terras baixas do litoral.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Mata_Atl%C3%A2ntica
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Mata Atlântica
Há subdivisões do bioma da
Mata Atlântica em diversos
artigos/reportagens/1155-mata-atlantica-o-bioma-do-rio
http://multirio.rio.rj.gov.br/index.php/leia/reportagens-

ecossistemas devido a
variações de latitude e
altitude.

• Floresta Ombrófila Densa


• Floresta Ombrófila Aberta
• Floresta Ombrófila Mista
• Floresta Estacional
Decidual
• Floresta Estacional
Semidecidual
• Mangues
• Restingas
• Campos de altitude

https://pt.wikipedia.org/wiki/Mata_Atl%C3%A
2ntica
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Floresta ombrófila densa


Floresta ombrófila
densa (também
chamada floresta tropical
http://s2.glbimg.com/9OFURfdhxitu7dVd1jGaIXJPzIo
=/i.glbimg.com/og/ig/infoglobo1/f/original/2016/07

pluvial) é um tipo
de vegetação caracterizado
como mata perenifólia (ou
sempre verde) com árvores de
até 40 m de altura. Possui densa
vegetação arbustiva, composta
por samambaias, bromélias e
palmeiras.
As trepadeiras e epífitas
(bromélias e orquídeas), bem
/11/camurim.jpg

como os cactos e
as samambaias também são
muito abundantes.

https://pt.wikipedia.org/wiki/Floresta_ombr%C3
%B3fila_densa
Açude do Camorim, no Parque da Pedra Branca
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Restinga
A restinga é um espaço
geográfico formado
sempre por depósitos
arenosos paralelos à linha
da costa, de forma
geralmente alongada,
produzido por processos
de sedimentação, onde se
encontram diferentes
comunidades que
https://fotolog.com/mcjc/93696947

recebem influência
marinha, podendo ter
cobertura vegetal. Esse
tipo de vegetação
também pode ser
encontrado em praias,
cordões arenosos e
dunas.

https://pt.wikipedia.org/w
Restinga de Marambaia, Rio de Janeiro iki/Restinga
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Mangue

Manguezal ou mangue é
um ecossistema costeiro de
transição entre
os ambientes terrestre e
content/uploads/2016/03/WP_20160306_155.jpg

marinho, zona
úmida característica de
regiões tropicais e subtropicais.
Associado às margens de baías,
enseadas,
http://cruzandomundo.com.br/wp-

barras, desembocaduras de
rios, lagunas e reentrâncias
costeiras, onde haja encontro
de águas de rios com a do mar,
ou diretamente expostos à linha
da costa, está sujeito ao regime
das marés.

https://pt.wikipedia.org/wiki/Florest
a_ombr%C3%B3fila_densa
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Paisagem e Ambientes de Saúde
Profa. D Sc. Jeanne Almeida da Trindade

Contato com a natureza:


Os jardins devem incluir uma variedade de espécies que floresçam nas
diferentes estações, plantas ou árvores que atraiam borboletas, beija-
flores, pássaros, folhas que se movam com a brisa, elementos que
possibilitem a visão e o som da água escorrendo, e até mesmo a visão do
céu, permitindo a observação das nuvens se movendo.

Devem permitir que os usuários experimentem diretamente a riqueza


sensorial do espaço, com uma enorme variedade de materiais vegetais com
diferentes cores, texturas, formas, fragrâncias, movimentos e períodos.
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Paisagem e Ambientes de Saúde
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Qual a sua contribuição para a criação de cidades e edificações


mais saudáveis?

GHESKIO Tuberculosis Hospital - Port-au-Prince, Haiti (2015), MASS Design Group


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Paisagem e Ambientes de Saúde
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Bosco Verticale – Stefano Boeri, Gianandrea Barreca e Giovanni La Varrari –


Milão, 2014
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Bosco Verticale – Stefano Boeri, Gianandrea Barreca e Giovanni La Varrari –


Milão, 2014
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https://g1.globo.com/mundo
/noticia/2020/09/15/planta
s-invadem-predios-na-china-
e-moradores-abandonam-
imoveis.ghtml
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https://live.staticflickr.com/7127/6882318328_ba9d5e141c_b.jpg
Edifício da Petrobrás – Rio de Janeiro, 1968
Roberto Luis Gandolfi, Jose H. Sanchotene, Abraao Assad, Luis Fortes Netto
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http://arqguia.com/wp-content/uploads/2015/06/17107PR100822_008D.jpg
Edifício da Petrobrás – Rio de Janeiro, 1968
Roberto Luis Gandolfi, Jose H. Sanchotene, Abraao Assad, Luis Fortes Netto
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Torre Rosewood (Mata Atlântica) – São Paulo (Jean Nouvel – 2016)


https://www.youtube.com/watch?v=maewnxhWOjA&list=RDCMUC6uVxjWXlAGJFElRQG-7iuw&index=4
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Pisos Permeáveis
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Pisos Permeáveis ou Drenantes

Pisos drenantes ou permeáveis são ideais para áreas externas por absorverem a água, evitando
poças e garantindo o escoamento direto para o solo. Além disso, são porosos e naturalmente
antiderrapantes, o que evita escorregões e acidentes.
A diferença entre pisos drenantes e permeáveis está na capacidade de escoamento da água. Os
fabricantes dos drenantes garantem escoamento de 80% a 95% da água, dependendo do tipo do
produto e formato. Os pisos permeáveis e/ou drenantes proporcionam maior conforto térmico,
semelhante ao uso de vegetação.
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Piso Drenante
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Piso Elevado
Apresenta-se como uma das alternativas para contribuir com aumento do
desempenho e da eficiência econômica dos edifícios, pois permite a racionalização
da manutenção, além de possibilitar a captação das águas pluviais e possíveis
trocas de revestimentos em obras rápidas e limpas.
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Teto Verde

Vantagens do telhado verde:

- Criação de novas áreas verdes, principalmente em regiões de alta urbanização;


- Diminuição da poluição ambiental;
- Ampliação do conforto acústico no edifício que recebe o telhado verde;
- Melhorias nas condições térmicas internas do edifício;
- Aumento da umidade relativa do ar nas áreas próximas ao telhado verde.
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Parede Verde

Vantagens dos jardins verticais:

• Colabora com a diminuição dos


efeitos da emissão de carbono,
atenuante da poluição do ar;

• Diminui a poluição do ar, melhorando


a qualidade e umidade do ar;

• Isolamento acústico e térmico;

• Contribui para a maior durabilidade


dos prédios, pois diminui a amplitude
térmica;

• Aumenta a oportunidade de convívio


com a natureza em diferentes locais.
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Parede Verde
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Paisagem e Ambientes de Saúde
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https://rmjm.com/portfolio/khoo-teck-puat-hospital-singapore/

Hospital Khoo Teck Puat, Cingapura ( RMJM em parceria com a CPG Consultores ), 2010
2011: 11º SIA Architectural Design Awards – Design Award – Institucional – Melhor Edifício de Saúde
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Hospital Sírio Libanês – São Paulo, SP


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Paisagem e Ambientes de Saúde
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Hospital Sírio Libanês – São Paulo, SP


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Hospital Sírio Libanês – São Paulo, SP


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Hospital Sírio Libanês – São Paulo, SP


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Espaço privado de acesso público

Rochaverá Corporate Towers, Aflalo & Gasperini Arquitetos - 2000, São Paulo
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Espaço privado de acesso público

Rochaverá Corporate Towers, Aflalo & Gasperini Arquitetos - 2000, São Paulo
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Espaço privado de acesso público

Rochaverá Corporate Towers, Aflalo & Gasperini Arquitetos - 2000, São Paulo
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Espaço privado de acesso público

Rochaverá Corporate Towers, Aflalo & Gasperini Arquitetos - 2000, São Paulo
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Recomendações para projetos paisagísticos em ambientes de saúde

Visibilidade:

Quando uma pessoa entra no edifício hospitalar, ou se move através


de suas circulações, é importante que seja capaz de ver o jardim, o
pátio interno ou uma área natural que tenha potencial de ser
utilizada.

COOPER (2001: pp.36-41) visitou 70 hospitais que tinham espaços ao


ar livre utilizáveis, e apenas 3 incluíam sinalização para o jardim.

Uma sugestão é a instalação de mapas no hall de entrada ou no


elevador, indicando o jardim, bem como a sua proximidade com a
lanchonete.
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• Em áreas de espera sugerir espécies com muitos detalhes (textura e


coloração das galhos e das folhas) para “distrair” o frequentador;

• Evitar espécies pontiagudas, tóxicas ou perfumadas.

https://i.pinimg.com/originals/c2/ea/37/c2ea37dfbe5644b0d2d4b0bf431b521e.jpg
Espera Radiologia e jardim, Rede Sarah Brasília
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Recomendações para projetos paisagísticos em ambientes de saúde


Privacidade:

Os quartos que fiquem em pisos térreos de frente para o jardim


devem ter janelas um pouco mais altas para que exista privacidade
para os pacientes dentro dos quartos, e quando não é possível, o
jardim deve ser desenhado de forma a que quem esteja no interior
consiga observar o jardim, mas quem esteja no jardim não consiga
olhar para dentro.

Desenhar os caminhos e colocar a vegetação de forma a que os


utilizadores do jardim tenham alguma privacidade e que não se
sintam complemente expostos e observados por quem se encontra
dentro do edifício.

Localizar os espaços para a prática de exercício ou de terapias longe


das áreas de maior afluência, para que exista alguma privacidade.
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Centro Hospitalar Serena del Mar (CHSM), Colômbia


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Recomendações para projetos paisagísticos em ambientes de saúde

Segurança:

É essencial que o corpo clínico, os pacientes e os visitantes sintam-se


seguros no jardim, mas sem que se sintam fechados (como num aquário) ou
vigiados.

Os hospitais infantis devem oferecer a oportunidade de brincar nos espaços


livres. As áreas de brincar nos hospitais devem ser semelhantes àquelas
destinadas às crianças saudáveis, só que com um cuidado maior em relação à
acessibilidade de deficientes físicos, ou crianças com gesso.

Na escolha da pavimentação, devem ser evitados materiais como areia e


pedregulho e priorizar pisos antiderrapantes.

Assegurar que as juntas do pavimento não tenham mais do que 3mm de


largura, evitando que rodas de macas ou de cadeiras de rodas, muletas,
bengalas e saltos altos fiquem presos.
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http://www.vertechsdesign.com/projects/educational/childrens-
rehabilitation/erinoak-kids

Erinoak Kids Hospital – Ontário, Canadá


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Recomendações para projetos paisagísticos em ambientes de saúde

Oportunidades de fazer escolhas:

É fundamental que o jardim de ambientes de saúde ofereça locais para


interação social e espaços com alguma privacidade, diferentes vistas ou
bancos para sentar ao sol, bancos para ficar na sombra e até mesmo para se
proteger da chuva.

Também é importante propor um sistema de caminhos com opções de rotas


mais curtas e mais longas que permitam terapia física externa.

Os canteiros para a prática da jardinagem devem ser implantados em alturas


apropriadas, para também ser utilizado por portadores de equipamentos,
como cadeiras de roda.
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• Senso de controle: devem possuir uma variedade de espaços que permitam


diferentes atividades que os usuários possam desejar realizar, como
permanecer sozinho em um lugar mais privado, ou socializar com demais
pacientes e visitantes, caminhos fáceis ou mais desafiantes para
percorrerem, etc.
http://www.vertechsdesign.com/projects/healthcare/long-
term-care/runnymede-healthcare

Runnymede Healthcare Centre – Toronto, Canadá


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Recomendações para projetos paisagísticos em ambientes de saúde

Oportunidades para contato social:

A integração social também é um dos responsáveis pela melhora nos índices


de recuperação de pacientes.

A criação de subespaços que permitem privacidade a pequenos grupos, a


presença de mobília móvel, que permite um arranjo flexível, além da
presença de áreas convidativas a uma agradável refeição podem ser algumas
das ferramentas motivadoras a interação dos usuários.

versions/2015/10/1920w_x1920h_c-
https://crja.com/website-admin/wp-

ETCH-RoofGarden_2.jpg
content/media-
Jardim do Terraço do Hospital Infantil do Leste de
Tennessee - Knoxville, TN
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versions/2015/10/1920w_x1920h_c-ETCH-RoofGarden_2.jpg
https://crja.com/website-admin/wp-content/media-
Jardim do Terraço do Hospital Infantil do Leste de
Tennessee - Knoxville, TN
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Paisagem e Ambientes de Saúde
Profa. D Sc. Jeanne Almeida da Trindade

• Suporte social: implica oferecer espaços adaptáveis a diversas


possibilidades para os pacientes receberem suporte social através de
visitas de grupos de tamanhos mais variados ou de terapeutas. Uma
alternativa é o uso de bancos móveis ou biombos, que podem ser
remanejados conforme o número de pessoas;

http://vburtdesigns.com/projects/healing-
gardens/the-gathering-place/
Norma’s Garden -The Gathering Place – Cleveland (EUA)
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• Exercícios físicos: o jardim deve proporcionar meios para exercício em níveis


de exigência variados; por exemplo, caminhos planos com barras de apoio e
assentos não muito distantes uns dos outros, opção de caminho mais
inclinados, curvos ou com diferentes texturas no pavimento, caminhos que
levem a lugares diferenciados, que contenham algum monumento ou vista
especial, lugares para jogos, entre outros.
https://vitruvius.com.br/media/images/magazin
es/grid_9/022f_arq118-01-12.jpg

Centro infantil Boldrini – Campinas, São Paul


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• Distrações naturais positivas: a natureza por si já é uma das melhores


formas de distração positiva, juntamente com a arte, música e companhia de
animais. Para tanto, o jardim deve proporcionar o contato com a natureza o
máximo possível, despertando juntamente com a visão, o olfato, a audição e o
tato.

http://vburtdesigns.com/projects/healing-
gardens/the-gathering-place/
Norma’s Garden -The Gathering Place – Cleveland (EUA)
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Recomendações para projetos paisagísticos em ambientes de saúde

Elementos de Água:

Sempre que possível incluir um ou mais elementos de água no desenho de um


jardim terapêutico. Eles funcionam como distração positiva, como elemento
de referência espacial, despertam interesse, atraem outros seres vivos e
funcionam também como um elemento sonoro relaxante.

Ter o cuidado no desenho do elemento de água, para que em dias ventosos, a


água não seja arrastada pelo vento molhando os caminhos.

Considerar o potencial interativo de um elemento de água, tendo em conta o


seu design e localização. Algumas pessoas, e as crianças em particular,
gostam de interagir com a água.

Colocar algum mobiliário perto da localização do elemento de água, para


proporcionar uma maior proximidade e apreciação ao mesmo de forma
confortável.
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http://vburtdesigns.com/projects/healing-gardens/university-hospitals-schneider-healing-garden//
University Hospitals Schneider Healing Garden – Cleveland (EUA)
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Recomendações para projetos paisagísticos em ambientes de saúde


Contato com a natureza:

Os jardins devem incluir uma variedade de espécies que floresçam nas


diferentes estações, plantas ou árvores que atraiam borboletas e beija-
flores, folhas que se movam com a brisa, elementos que possibilitem a visão
e o som da água escorrendo, e até mesmo a visão do céu, permitindo a
observação das nuvens se movendo.

Devem permitir que os usuários experimentem diretamente a riqueza


sensorial do espaço, com uma enorme variedade de materiais vegetais com
diferentes cores, texturas, formas, fragrâncias, movimentos e períodos.

Os espaços devem ser universalmente projetados para estimular


experiências, independente das habilidades e desabilidades de seus usuários.

Para se ouvir os sons da natureza é mais eficiente que o espaço seja


implantado longe de tráfego, áreas de estacionamento ou que tenham
ruídos constantes.
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HOSPITAL KHOO TECK PUAT (KTPH) - SINGAPURA


Frank Dieter Lara Padilha Lorena Garcia Luciana
Dourado Marina Polizel Roberta Linhares Rosa
Afonso
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Garantir que todos os percursos do jardim estão iluminados,


especialmente à noite, para que o jardim também possa ser
frequentado e observado neste período.

https://www.tuacasa.com.br/wp-content/uploads/2018/09/iluminacao-de-jardim-46-730x485.jpg
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Colocar a iluminação de forma a que, durante a noite, a luz não entre


e não perturbe os pacientes que estão descansando nos seus quartos.

https://www.foxlux.com.br/wp-content/uploads/2016/08/3991231_orig-2.jpg
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Recomendações para projetos paisagísticos em ambientes de saúde


Acessibilidade:

Garantir que as portas de acesso ao jardim sejam de fácil acesso e de fáceis


abertura.
Projetar o caminho principal plano, sem degraus, e a sua inclinação não deve
exceder os 2%. Sempre que houver desníveis, optar por rampas com
inclinação adequada.

Os caminhos devem ser largos o suficiente para atender pacientes em


cadeira de rodas ou com bengala e andador (mínimo de 1,50m para permitir a
rotação de 360º da cadeira de rodas).

Quando possível, propor pistas acústicas, piso táteis e com fragrâncias para
deficientes visuais, além de pistas visuais para os deficientes auditivos.
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Na colocação de bancos perto dos caminhos, garantir que existe espaço


suficiente adicional no caminho para que uma pessoa de cadeira de
rodas possa estar perto de quem está sentado no banco.
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Recomendações para projetos paisagísticos em ambientes de saúde


Conforto:

Colocar bancos com costas e braços, para que quem os utilize se possa
encostar e descansar quando necessário.

Escolher material para os assentos que não retenha o calor. Evitar materiais
com cores muito claras, de forma a reduzir a reflexão da luz.

Desenhar, em climas em que a precipitação é muito elevada, bancos de forma


a que não retenham água nos seus assentos e que possam ser facilmente
limpos e secos de seguida.

No mobiliário móvel, priorizar materiais leves que possam ser transportados


com facilidade.
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Recomendações para projetos paisagísticos em ambientes de saúde

Características de Familiaridade:

Para Clare Cooper Marcus, os arquitetos não deveriam ter a plástica e a


estética como o principal elemento de um jardim terapêutico. Em vez disto,
ela enfatiza que os pacientes necessitam de um cenário calmo e com
elementos familiares, como espécies vegetais e materiais conhecidos.
Segundo ela, quando estamos estressados queremos observar algo atraente
e familiar.

Introduzir elementos de fácil identificação cultural, gerando a sensação de


pertencimento.

Quando possível, incluir informações sobre a história do local, do jardim e da


unidade de saúde, da vegetação, da fauna, e com outras informações que
possam ser relevantes.
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Quando não for possível fazer um jardim externo, o


ideal é tentar incorporar elementos naturais no interior
dos edifícios, através da existência de jardins de
interior, plantas de interior e imagens de paisagens
naturais, bem como outros elementos biofílicos, tais
como sons e até cores da natureza.

Estes elementos de interior são importantes e


benéficos sobretudo quando o acesso ao exterior não é
possível.
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Paisagismo com vasos e jardineiras


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https://medicinasa.com.br/wp-content/uploads/2019/01/Santa-Catarina2.jpg
Hospital Santa Catarina| São Paulo, SP
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Injustiça Ambiental: como combater?


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Fonte: Rede Nossa São Paulo, 2021


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Paisagem e Ambientes de Saúde
Profa. D Sc. Jeanne Almeida da Trindade

Fonte: Rede Nossa São Paulo, 2021


Curso de Pós Graduação ARQUITETURA DE HOSPITAIS, CLÍNICAS E LABORATÓRIOS
Paisagem e Ambientes de Saúde
Profa. D Sc. Jeanne Almeida da Trindade

Fonte: Rede Nossa São Paulo, 2021


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Jardim das sensações do Hospital do Idoso Zilda Arns, da Prefeitura de Curitiba - PR


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Jardim das sensações do Hospital do Idoso Zilda Arns, da Prefeitura de Curitiba - PR


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Jardim das sensações do Hospital do Idoso Zilda Arns, da Prefeitura de Curitiba - PR


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Jardim das sensações do Hospital do Idoso Zilda Arns, da Prefeitura de Curitiba - PR


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Contextualização inicial: Hospital GHESKIO


• PORT AU PRINCE, HAITI
• Arquitetos: MASS Design Group
• Área: 1400 m²
• Ano: 2015

O Haiti tem a maior incidência de tuberculose do Hemisfério Ocidental. Esta é uma


doença altamente contagiosa que requer tratamento de até vinte e quatro meses. Nos
primeiros dois a seis meses de tratamento, os pacientes precisam ser internados
isoladamente para evitar a propagação da doença. Esta reclusão prolongada, aliada aos
graves efeitos colaterais da medicação, podem ter impactos significativos sobre a
saúde mental dos pacientes.

A característica central do hospital é o seu pátio interno e espaços comunitários


adjacentes, onde os pacientes passam grande parte de sua estadia. Os canteiros de
flores e árvores trazem cor, sombra e bancos para o espaço. Telas de bambu cobertas
com buganvílias criam privacidade visual para os espaços de consulta externa
adjacentes aos quartos dos pacientes, permitindo conversas entre pacientes e equipe
médica ao ar livre, onde o risco de transmissão é menor.

Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/941769/hospital-gheskio-mass-design-group
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GHESKIO Tuberculosis Hospital - Port-au-Prince, Haiti (2015), MASS Design Group


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ACESSO E JARDIM PÚBLICO

Diretrizes

Segurança e acessibilidade
Caminhos curvos
Setorização de espaços e privacidade
Estímulos sensoriais variados
Organização coerente
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Os canteiros de flores e árvores trazem cor,


sombra e bancos para o espaço.

Diretrizes

Segurança e acessibilidade
Diversidade de Caminhos e Caminhos curvos
Setorização de espaços e privacidade
Estímulos sensoriais variados
Organização coerente
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Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/941769/hospital-
gheskio-mass-design-group

Telas de bambu cobertas com buganvílias criam privacidade visual para os espaços
de consulta externa adjacentes aos quartos dos pacientes, permitindo conversas
entre pacientes e equipe médica ao ar livre, onde o risco de transmissão é menor.
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Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/941769/hospital-
gheskio-mass-design-group

Estratégias de ventilação passiva e controle de infecções ajudam a reduzir


a transmissão da doença dentro do hospital nesta população de alto risco,
ao mesmo tempo em que reduzem os custos de energia para a instalação.
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Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/941769/hospital-
gheskio-mass-design-group

Todos os corredores e áreas de consulta estão voltados para o


exterior para promover a circulação ao ar livre e reduzir o risco de
contágio do paciente com o funcionários.
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Referencial Teórico
Ulrich fundamentou a Teoria dos Jardins de Apoio - Theory of
Supportive Garden Design (ULRICH, 1999), a qual reafirma os
benefícios para a saúde por meio da redução do estresse através
do contato com a natureza.

Senso de controle: devem possuir uma variedade de espaços que


permitam diferentes atividades que os usuários possam desejar
realizar, como permanecer sozinho em um lugar mais privado, ou
socializar com demais pacientes e visitantes, caminhos fáceis ou
mais desafiantes para percorrerem, etc.

Oportunidades para contato social: A criação de subespaços que


permitem privacidade a pequenos grupos, a presença de mobília
móvel, que permite um arranjo flexível, além da presença de áreas
convidativas para interação dos usuários.
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Referencial Teórico
Ulrich fundamentou a Teoria dos Jardins de Apoio - Theory of
Supportive Garden Design (ULRICH, 1999), a qual reafirma os
benefícios para a saúde por meio da redução do estresse através
do contato com a natureza.
Exercícios físicos: o jardim deve proporcionar meios para
exercício em níveis de exigência variados; por exemplo, caminhos
planos ou caminhos mais inclinados, curvos ou com diferentes
texturas no pavimento, caminhos que levem a lugares diferenciados.
Distrações naturais positivas: o jardim deve proporcionar o
contato com a natureza o máximo possível, despertando juntamente
com a visão, o olfato, a audição e o tato.
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“A natureza não é apenas algo que nos rodeia,


somos parte da natureza
e a natureza é parte de nós ”
Clare Cooper Marcus e Marni Barnes. (1999)
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COMPROMISSOS DOS PROJETOS PAISAGÍSTICOS:

• Com o cliente...

• Com a sociedade...

• Com o lugar...

• Com a cultura...

• Com a técnica...

• Com os recursos do planeta.


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OBRIGADA !!!!

profa.jeannetrindade@gmail.com

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