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Nota: o presente estudo é oriundo de um vídeo de pregação do rev. Hernandes Dias Lopes
(https://youtu.be/1ZjGfvAzS-0). Um dos nossos alunos, Mateus Costa, fez a degravação.
Fizemos algumas adaptações e acrescentamos alguns colchetes. A opinião é subjetiva ao seu
autor e pode não representar 100% a nossa compreensão dos fatos).
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A igreja de Cristo reúne-se para adorar, orar e cantar ao Senhor. Há ensino e
pregação da Palavra para a edificação da igreja. São 3 pontos:
1. Deus é adorado;
2. A Igreja é edificada;
3. Os incrédulos são convencidos dos seus pecados.
Variedade de línguas:
Esse dom não tem característica de profecias, mas de oração e adoração, pois
você não fala aos homens, mas a Deus. Não é horizontal, mas vertical.
Se este dom é um dom particular e íntimo com Deus, ele não é para edificação
da igreja, mas para uma edificação própria. Por isso, e somente por isso, ele é
considerado um dom inferior aos outros dons. Todos os outros dons são para
edificação da igreja como corpo.
Numa conversa entre duas pessoas, de duas nacionalidades diferentes que não
conhecem o idioma um do outro e só sabem se comunicar a partir do seu próprio
idioma, fica claro que não poderão se comunicar. Eles não se entenderão. Por isso,
Paulo utiliza esse exemplo para esclarecer que quando você fala em outra língua, você
vai edificar somente a si mesmo e mais ninguém entenderá o que você está falando. A
edificação passa pela compreensão racional, pelo entendimento.
Quem fala em outra língua não entende o que fala, e Paulo esclarece que nossa
mente é fundamental quando estamos cultuando a Deus. Paulo nunca defendeu um
culto de ecstasy onde pessoas entram em agitação emocional e deixam para trás sua
racionalidade. Um culto agradável a Deus é um culto racional. Ou seja, onde reunimos
razão, emoção e vontade! Nosso culto deve ter entendimento na oração (v.15),
cânticos (v.15), ações de graças (v.16-17), compreensão para instrução (v.19) e com
juízo (v.20).
"Amém" significa "Assim seja". Como indoutos em nosso meio poderão dizer
"Amém" para uma oração em línguas sendo que essa não tem a compreensão dos
homens? Um dos nossos graves erros é achar que é normal utilizar variedade de
línguas para pregar.
Não há na Bíblia uma profecia dada em primeira pessoa (Onde o profeta diz:
“Meu servo...”, “Filho meu...”). Toda profecia bíblica é dada na terceira pessoa (“Assim
diz o Senhor...”). Em primeira pessoa, implica na situação de que a pessoa está
incorporada pelo próprio Deus. O profeta fala em nome de Deus ou o profeta é Deus?
Nenhuma pessoa pode assumir o lugar de Deus. Em terceira pessoa, fica claro que a
pessoa está sendo canal da mensagem do Senhor.
Aqui, Paulo valida a legitimidade do dom de línguas, mas deixa claro que deve
ser usado com critérios, não por toda igreja ao mesmo tempo.
Paulo deixa claro que deve haver interprete e que falem dois, no máximo três,
e o restante permaneça calado. Fora isso, é desordem! A mesma Bíblia que fala sobre
o dom, também orienta e esclarece sobre o uso dele. Se há alguém falando em línguas
em um local com mais gente, mesmo sem interprete, fica claro que essa pessoa está
fora do princípio bíblico.
Muitas pessoas criticam o dom de línguas, mas isso é errado, pois se trata de
uma dádiva do Espírito e tudo que é do Espírito é bom. O fato das pessoas usarem de
forma errada, não deve nos mover para o outro extremo, que seria a proibição. A
igreja de Corinto, por exemplo, usou de forma errada a Ceia, e nem por isso Paulo
proibiu a celebração dela. O correto é corrigir, não proibir.
Não devemos supervalorizar esse dom mais que os outros. Paulo corrige a
igreja que acha que orar em línguas é o que há de melhor. Há pessoas hoje que
consideram e ensinam que aquele que não ora em línguas é um crente de segunda
categoria, que não possui o Espírito Santo, que não é batizado no Espírito Santo, não é
espiritual, etc. Isso não é verdade! É contra o que Paulo nos ensina.
O dom de línguas não é prova de uma vida abundante. Nenhum dom é prova
de espiritualidade! Não se mede espiritualidade pelos dons, mede-se pelo Fruto do
Espírito. A igreja de Corinto tinha todos os dons, mas era imatura e carnal.
Nenhum dom deve ser considerado selo ou batismo do Espírito Santo, pois
todo salvo é batizado no corpo de Cristo e os dons são dados pelo Espírito conforme
Lhe convém. Paulo deixa claro em 1 Coríntios 12.28-31 que nenhum crente teria todos
os dons, por isso somos um Corpo. Assim, como corpo, suprimos as necessidades uns
dos outros.
Muitas pessoas pensam e ensinam que quem ora em línguas tem mais
intimidade com Deus e que essa oração é superior e alcança lugares mais largos e
regiões mais profundas. A Bíblia em lugar nenhum ensina isso. Paulo diz no versículo
15: "Orarei com o espírito, mas também orarei com o entendimento; cantarei com o
espírito, mas também cantarei com o entendimento”. Aqui, a palavra “espírito”, com
letra minúscula, é o espírito do homem, com entendimento. Ele deixa claro que
quando você ora em línguas e pode interpretá-las, aí sim você alcança um nível mais
alto.
Se Deus lhe deu esse dom, usufrua-o! Se Deus não lhe deu esse dom, não tenha
complexo de inferioridade.
O DOM DE PROFECIA
Em 1 Pedro 4.11, lemos: "Se alguém fala, faça-o como quem transmite a
palavra de Deus." Aqui fica claro que aquele que fala, prega ou profetiza, deve fazer
totalmente dentro do que já foi revelado nas Escrituras. Caso seja algo novo, ou seja,
fora das escrituras: Seja anátema! Descarte!
É por isso que Paulo diz em 1 Coríntios 14.5 "Prefiro que profetizem". Todos
devem saber pregar a Palavra de Deus. Não se trata de um papel exclusivo do pastor.
Isso está ao alcance de todos aqueles que foram salvos por Jesus, leem a Bíblia,
entendem a Bíblia e pregam a Bíblia. Quem faz isso (inspirado pelo Espírito Santo) está
profetizando.
Erros a respeito do dom de profecia
Nós não temos a obrigação de achar que toda pessoa que se diz falando pelo
Espírito Santo de Deus, está realmente falando pelo Espírito. Não podemos crer que o
dom de profecia é a situação em que a pessoa fala em ecstasy e todos precisam aceitar
sem questionar. Por isso, o versículo 29 diz que precisamos questionar e julgar.
Com base nisso tudo, conseguimos entender claramente o que Paulo nos
orienta dizendo: "Mas se entrar algum descrente ou não instruído quando todos
estiverem profetizando, ele por todos será convencido de que é pecador e por todos
será julgado, e os segredos do seu coração serão expostos. Assim, ele se prostrará,
rosto em terra, e adorará a Deus, exclamando: "Deus realmente está entre vocês!" (1
Coríntios 14:24-25)
Um resumo de 1 Coríntios 14 é:
1-5: Paulo orienta sobre Edificação
6-25: Paulo orienta sobre Entendimento
26-40: Paulo orienta sobre Ordem
A igreja de Corinto:
Finalmente, fica claro que Paulo está alertando a igreja sobre o perigo de novas
revelações além da Palavra de Deus. Vale a pena reforçar que se tratava de uma igreja
que questionava, inclusive, a autoridade e o apostolado de Paulo. Contextualizando, é
como se a igreja questionasse a necessidade de um pastor, de uma pessoa que se
preparou e enfrentou um seminário. Isso se refere diretamente sobre descartar
lideranças alegando que o Espírito Santo fala diretamente com todos.
“Não é lícito aos homens, nem mesmo aos anjos, fazer, nas Santas Escrituras,
qualquer acréscimo, diminuição ou mudança. Por conseguinte, nem a antiguidade,
nem os costumes, nem a multidão, nem a sabedoria humana, nem os pensamentos,
nem as sentenças, nem os editos, nem os decretos, nem os concílios, nem as visões,
nem os milagres, devem contrapor-se a estas santas Escrituras; mas, ao contrário, por
elas é que todas as coisas se devem examinar, regular e reformar”.
A igreja está debaixo das Escrituras. Que Deus nos ajude a sermos uma Igreja
fiel, submissa e obediente a Sua Palavra.