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Ebd Lição 11: 1 Coríntios 14: Dom de Profecia e Ordem no Culto 

TEXTO ÁUREO
Tudo, porém, seja feito com decência e ordem.” 1Co 14.40
LEITURA BÍBLICA PARA ESTUDO
1 Coríntios 14.20-40

1 - Segui o amor, e procurai com zelo os dons espirituais, mas principalmente o de profetizar.
2 - Porque o que fala em língua desconhecida não fala aos homens, senão a Deus; porque ninguém o entende, e em
espírito fala mistérios.
3 - Mas o que profetiza fala aos homens, para edificação, exortação e consolação.
4 - O que fala em língua desconhecida edifica-se a si mesmo, mas o que profetiza edifica a igreja.
5 - E eu quero que todos vós faleis em línguas, mas muito mais que profetizeis; porque o que profetiza é maior do
que o que fala em línguas, a não ser que também interprete para que a igreja receba edificação.
6 - E agora, irmãos, se eu for ter convosco falando em línguas, que vos aproveitaria, se não vos falasse ou por meio
da revelação, ou da ciência, ou da profecia, ou da doutrina?
7 - Da mesma sorte, se as coisas inanimadas, que fazem som, seja flauta, seja cítara, não formarem sons distintos,
como se conhecerá o que se toca com a flauta ou com a cítara?
8 - Porque, se a trombeta der sonido incerto, quem se preparará para a batalha?
9 - Assim também vós, se com a língua não pronunciardes palavras bem inteligíveis, como se entenderá o que se
diz? porque estareis como que falando ao ar.
10 - Há, por exemplo, tanta espécie de vozes no mundo, e nenhuma delas é sem significação.
11 - Mas, se eu ignorar o sentido da voz, serei bárbaro para aquele a quem falo, e o que fala será bárbaro para
mim.
12 - Assim também vós, como desejais dons espirituais, procurai abundar neles, para edificação da igreja.
13 - Por isso, o que fala em língua desconhecida, ore para que a possa interpretar.
14 - Porque, se eu orar em língua desconhecida, o meu espírito ora bem, mas o meu entendimento fica sem fruto.
15 - Que farei, pois? Orarei com o espírito, mas também orarei com o entendimento; cantarei com o espírito, mas
também cantarei com o entendimento.
16- De outra maneira, se tu bendisseres com o espírito, como dirá o que ocupa o lugar de indouto, o Amém, sobre
a tua ação de graças, visto que não sabe o que dizes?
17- Porque realmente tu dás bem as graças, mas o outro não é edificado.
18 - Dou graças ao meu Deus, porque falo mais línguas do que vós todos.
19 - Todavia eu antes quero falar na igreja cinco palavras na minha própria inteligência, para que possa também
instruir os outros, do que dez mil palavras em língua desconhecida.
20 - Irmãos, não sejais meninos no entendimento, mas sede meninos na malícia, e adultos no entendimento.
21 - Está escrito na lei: Por gente de outras línguas, e por outros lábios, falarei a este povo; e ainda assim me não
ouvirão, diz o Senhor.
22 - De sorte que as línguas são um sinal, não para os fiéis, mas para os infiéis; e a profecia não é sinal para os
infiéis, mas para os fiéis.
23 - Se, pois, toda a igreja se congregar num lugar, e todos falarem em línguas, e entrarem indoutos ou infiéis, não
dirão porventura que estais loucos?
24 - Mas, se todos profetizarem, e algum indouto ou infiel entrar, de todos é convencido, de todos é julgado.
25 - E, portanto, os segredos do seu coração ficam manifestos, e assim, lançando-se sobre o seu rosto, adorará a
Deus, publicando que Deus está verdadeiramente entre vós.
26 - Que fareis pois, irmãos? Quando vos ajuntais, cada um de vós tem salmo, tem doutrina, tem revelação, tem
língua, tem interpretação. Faça-se tudo para edificação.
27- E, se alguém falar em língua desconhecida, faça-se isso por dois, ou quando muito três, e por sua vez, e haja
intérprete.
28 - Mas, se não houver intérprete, esteja calado na igreja, e fale consigo mesmo, e com Deus.
29 - E falem dois ou três profetas, e os outros julguem.
30 - Mas, se a outro, que estiver assentado, for revelada alguma coisa, cale-se o primeiro.
31 - Porque todos podereis profetizar, uns depois dos outros; para que todos aprendam, e todos sejam consolados.
32 - E os espíritos dos profetas estão sujeitos aos profetas.
33 - Porque Deus não é Deus de confusão, senão de paz, como em todas as igrejas dos santos.
34 - As vossas mulheres estejam caladas nas igrejas; porque não lhes é permitido falar; mas estejam sujeitas,
como também ordena a lei.
35 - E, se querem aprender alguma coisa, interroguem em casa a seus próprios maridos; porque é vergonhoso que
as mulheres falem na igreja.
36 - Porventura saiu dentre vós a palavra de Deus? Ou veio ela somente para vós?
37 - Se alguém cuida ser profeta, ou espiritual, reconheça que as coisas que vos escrevo são mandamentos do
Senhor.
38 - Mas, se alguém ignora isto, que ignore.
39 - Portanto, irmãos, procurai, com zelo, profetizar, e não proibais falar línguas.
40- Mas faça-se tudo decentemente e com ordem.

VERDADE PRÁTICA
O culto é um momento de adoração a Deus e edificação da igreja; não há espaço para
o individualismo.
DOM: “favor dado livremente para quem o Senhor escolher”.
INTRODUÇÃO
No capítulo 14 desta carta aos Coríntios, Paulo ensina como deveria ser o culto na igreja
primitiva. Ele visa ( Paulo tem por objetivo) corrigir o exercício (aprimorar,  aperfeiçoar
) desordenado (desorganizado, em desalinho, indiscriminado, sem ordem) de dons pelos
coríntios, salientando( enfatizando, destacando, acentuando ) a necessidade de edificar a
congregação e de aplicar os ensinos dos capítulos 12 e 13(os Dons são dados para unir as
igreja, em Amor ). Os dons exercidos no culto público devem ser de benefício coletivo;
caso contrário, tudo resultará em desordem e confusão. os dons nos tornam mais
capacitados para servirmos ao nosso próximo e não para sermos melhores que ele.
I- DOM DE PROFECIA (1Co 14.1-3)
Toda a linha de raciocínio deste capítulo envolve a comparação entre o dom de profecia e
os dons de falar e interpretar línguas.( Neste capitulo Paulo vem esclarecer aos Corintos o
que é o Dom de profecia e o de Falar em línguas ) O dom de profetizar é a capacidade
sobrenatural de falar em nome de Deus, entregando uma mensagem Dele aos seus
destinatários.

1- Incentivado a buscar (1Co 14.1) Segui o amor e procurei, com zelo ( cuidado e


dedicação ), os dons espirituais, mas principalmente que profetizeis.
O dom da profecia é a capacidade de falar em nome de Deus. Neste dom está envolvido
também o poder para profetizar eventos futuros (At 11.27-28;( E naqueles dias desceram
profetas de Jerusalém para Antioquia.
E, levantando-se um deles, por nome Ágabo, dava a entender pelo Espírito, que haveria
uma grande fome em todo o mundo, e isso aconteceu no tempo de Cláudio César. ) 21.10-
11). O dom de profecia tem o claro propósito de “edificar, exortar e consolar” a igreja de
Cristo na terra. Para Paulo este dom é considerado maior que o dom de línguas, devido a
sua clareza e possibilidade de entendimento (razão, compreensão ). É mais edificante
(esclarecer ou instruir) profetizar que falar em outras línguas no culto da igreja do
Senhor. Por isso, Paulo recomenda que todos os cristãos procurem falar em línguas, mas
principalmente que busquem o dom de profecia.

Paulo começa a falar primeiro de seguir o amor para depois falar de procurar com zelo
(cuidado e dedicação  ) os dons espirituais, principalmente, o de profetizar como aquele
dom mais preferível que o falar em outras línguas onde ninguém o entende.

2- As línguas edificam quem fala (1Co 14.2) Pois quem fala em outra Língua não fala a
homens, senão a Deus, vista que ninguém o entende, e em espírito fala mistérios.

O dom de línguas não deve ser desprezado (esquecidos, ignorados, menosprezados) pelos
crentes de hoje e tem uma grande importância na edificação (aprimoramento,
aperfeiçoamento) pessoal. Além disso, ele é um sinal para os incrédulos (1Co 14.22),
constituindo evidência inequívoca da presença e operação do Espírito Santo. Porém, pelo
seu caráter personalíssimo (Pessoal ), principalmente quando não há quem a interprete,
este dom deve ser exercitado com parcimônia(modéstia, simplicidade, autocontrole)
durante as reuniões públicas. Devemos levar em conta que Paulo não está desprezando o
dom de línguas, e sim enfatizando (destacando, valorização ou destaque) a necessidade de
ordem no culto e o seu caráter de edificação coletiva. Dentro deste contexto, é desejável
que as mensagens entregues sejam proveitosas para todos os ouvintes, inclusive os
incrédulos, como ocorre com o dom de profecia, ou com o dom de línguas conjugado com
a interpretação.

Aquele que fala em língua edifica a si mesmo." 1 Coríntios 14: 4. Falar em línguas pode
ajudá-lo a expressar o que está em seu espírito e que você não pode expressar com
palavras.
3- A profecia edifica a igreja (1Co 14.3) Mas o que profetiza fala aos homens, edificando,
exortando e consolando.
A profecia edifica a igreja e todos os presentes, exorta-os a permanecer firmes em seu
fundamento e consola os fiéis nos momentos difíceis, especialmente com a esperança da
volta de Jesus c de nosso futuro glorioso ao lado Dele. Não sem razão é um dom tão
desejável para os crentes.
O termo edificar significa literalmente “construir”, “levantar”. Entendemos que a vida
cristã é uma construção que está em desenvolvimento. Temos que ter ciência que estamos
levantando “tijolo por tijolo” desta tão grande obra. E, decerto, a profecia fará com que
este “edifício” seja construído com bases bastante sólidas.
II- MAIS ÚTIL NO CULTO (1Co 14.5-25)
1- Profecia é mais útil (1Co 14.5) Eu quisera que vós todos falassem em outras Línguas;
muito mais, porém, que profetizassem; pois quem profetiza é superior ao que fala em outras
Línguas, salvo se as interpretar, para que a igreja receba edificação.
Durante o culto, a prioridade deve ser a edificação da igreja, de forma coletiva. Quando
Paulo fala que o que profetiza é superior ao que fala em linguas, não estou menosprezando
as pessoas que falam em línguas, nem exaltando as pessoas que profetizam. Isso seria
danoso como “tirar o pino de uma granada” e ficar com ela na mão, pois incentivaria mais
partidarismos e divisões em uma igreja que já sofria com tais males, justamente os mais
combatidos na epístola de Paulo (v. 33).
Lembre-se que Paulo está tratando sobre ordem no culto. Organizar significa, dentre
outras coisas, escolher o que deve ser priorizado e o que deve ser considerado secundário.
Há uma indicação dessa lista de prioridades no Capítulo 12.28, nela o profeta aparece em
segundo lugar, após o apóstolo, e a variedade de línguas aparece em último. Durante o
culto, a prioridade deveria ser a edificação da igreja, de forma coletiva. Neste contexto,
aquele que tivesse uma profecia para entregar deveria ser priorizado na ordem do culto
em relação ao que falava em línguas, pois aquela mensagem edificaria a igreja, enquanto
as línguas edificariam apenas o indivíduo.
2- Línguas com interpretação (1Co 14.13-15) Pelo que, o que fala em outra língua deve
orar para que a possa interpretar (14.13).
Como fica claro, o importante no culto é que a igreja receba edificação. Por
isso Paulo recomenda que aquele que fala em línguas diante da igreja deve orar para que
a possa interpretar (1Co 14.13). Dessa forma, o apóstolo está fazendo um apelo para que
os coríntios sejam maduros no modo de pensar, deixando partidarismos e individualismos
de lado para priorizar a unidade da igreja. Paulo evoca tão fortemente a figura da igreja
como um corpo, em que cada fiel é um membro diferente, que não há espaço na epístola
para ninguém se sentir autos suficiente e fora do corpo da igreja (1Co 12.27).
3- Prova da presença de Deus (1Co 14.25) Tornam-se lhe manifestos os segredos do
coração, e, assim, prostrando-se com a face em terra, adorará a Deus, testemunhando que
Deus está, de fato, no meio de vós.
Desde o Capítulo 12, o apóstolo Paulo já havia se pronunciado a respeito da manifestação
do Espírito Santo. Ele ponderou que “os dons são diversos, mas o Espírito é o mesmo”
(1Co 12.4). Também observou que ”A manifestação do Espírito é concedida a cada um
visando a um fim proveitoso” (1Co 12.7). Em outras palavras, os dons pertencem ao
Espírito Santo, e não a pessoa a quem são concedidos. Hoje em dia, o Espírito Santo tem se
manifestado de muitas maneiras. Muitas das pessoas que são usadas por Deus são bajula-
das, até idolatradas, e, por vezes, isso acaba “subindo a cabeça”. Devemos entender que as
pessoas a quem o Espírito Santo concede os dons são tão somente canais, instrumentos
utilizados por Ele para edificar a Sua igreja. O dom é do Espírito Santo, que faz conforme
lhe apraz. Adore a Ele! E não a pessoa que exercitou o dom.

III- ORDEM NO CULTO (1Co 14.26-40)

1- Participação de todos (1Co 14.26) Que fazer, pois, irmãos? Quando vos reunis, um tem
salmo, outro, doutrina, este traz revelação, aquele, outra língua, e ainda outro, interpretar.
Seja tudo feito para edificação.
Paulo está afirmando que todos os crentes de Corinto podem contribuir para a edificação
da igreja local. O culto deve ser variado e fervoroso, não precisa ser composto só de
profecia, também não se vai passar o culto todo cantando. O culto não deve cair em
monotonia, nem deve virar monólogo, no qual apenas uma pessoa fala a reunião toda. Há
espaço para a variedade e para a diversidade. O culto é da igreja para Deus. Cada qual
pode contribuir de diferentes formas e em diversas oportunidades.
2- Participação com ordem (1Co 14.27-28) No caso de alguém falar em outra língua, que
não sejam mais do que dois ou quando muito três, e isto sucessivamente, e haja quem
interprete. Mas, não havendo intérprete, fique calado na igreja, falando consigo mesmo e
com Deus.
Paulo orienta que, ao falar em profecia ou línguas, os crentes deveriam seguir as seguintes
orientações:
1) nem uma nem outra devem ser proibidas;
2) os irmãos se manifestem um após o outro;
3) as línguas devem ser interpretadas. Esses parâmetros se aplicam ao culto e não a
momentos particulares de oração.
Paulo ratifica que o dom se encontra sob o controle de quem o exerce, e que este pode e
deve ficar em silêncio quando apropriado (1Co 14.32). Ele reconhece que os dons são uma
manifestação do Espírito Santo e isso pode ocorrer de forma espontânea no meio da igreja,
mas os irmãos devem ter senso e domínio próprio para controlar a manifestação de modo
que não atrapalhe o desenrolar da reunião. Falar é dom, calar é fruto.
3- Decência e ordem (1Co 14.39,40) Portanto, meus irmãos, procurei com zelo o dom de
profetizar e não proibais o falar em outras línguas. Tudo, porém, seja feito com decência e
ordem.
A manifestação do Espírito Santo no meio da igreja não é um “mover” no qual os
envolvidos ficam “enlouquecidos” e fora de si. A fala de Paulo nesta passagem é marcada
pelo equilíbrio e pela ponderação. Extremos devem ser evitados. É possível deduzir que,
na igreja em Corinto, o culto estava deixando de ser um momento de adoração a Deus
para virar palco de mais dissensões, exibicionismo, concorrência, partidarismo e
desordem.
De um lado, havia irmãos que queriam falar em línguas em alto e bom som, ao mesmo
tempo em que outra pessoa naquele momento, estava orando, cantando ou entregando
uma mensagem. De outro lado, havia os que, irritados com essa atitude, queriam proibir
qualquer manifestação do dom de línguas durante o culto. Este duelo de extremos estava
tornando o culto em um momento insuportável. Uma bagunça sem sentido e sem ordem.
Paulo explica que todos devem ter o seu espaço e sua oportunidade durante o culto.
Tudo, porém, deve ser feito de forma agradável, ordenada e sucessiva, organizando as
prioridades com base naquilo que seja mais edificante para a igreja. Quando Paulo fala
que, em não havendo intérprete, o que fala em línguas deve se calar, não significa que só
pode haver manifestação de línguas se houver alguém para interpretar. Além disso,
quando Paulo fala para ficar calado, não significa que o crente deve ficar em silêncio
absoluto dentro da igreja durante o culto.
Como já dito, tudo deve ser regulado pelo bom senso e pelo domínio próprio, com todos
dando prioridade à edificação coletiva. Dentro deste contexto, entendemos que o crente
pode permanecer falando em línguas, em tom moderado, de modo que não atrapalhe os
demais irmãos. Continuando sua instrução, enquanto alguém profetiza, os outros julgam.
Julgar significa discernir, avaliar o que está sendo dito, retendo o que for bom.
Após enfatizar que a profecia deve ser julgada (v. 29), as palavras do apóstolo a respeito
do silêncio da mulher visavam a tratar diretamente dessa questão de julgar e analisar a
fonte e o sentido da profecia. Os homens eram encarregados dessa missão. As mulheres
deveriam evitar questionar na hora do culto, e se ela fosse casada, deveria conversar com o
marido (v. 35).
Nesse contexto fica evidente que a intenção de Paulo não é dizer que as mulheres, em
geral, não podem falar nas igrejas. Uma proibição dessas seria uma contradição direta a
afirma ao que já estudamos no Capítulo 11.5. Lembremos que a Igreja se reunia nas casas
e tinha muito valor o testemunho da harmonia entre os esposos e esposas, principalmente
do casal dono do local, sempre observado por todos os que visitavam os cultos. Daí a
recomendação final de Paulo: “Tudo, porém, seja feito com decência e ordem” (v. 40).
(nossos dons não nos tornam superiores ou inferiores aos outros; nossos dons são inúteis
sem amor)
APLICAÇÃO PESSOAL
O culto é um momento de adoração a Deus e edificação da igreja como corpo de Cristo, no
qual cada um pode exercitar os dons, desde que seja com decência e ordem.

Estamos agora falando sobre os dons que nos


tornam mais capacitados para servirmos ao nosso
próximo e não para sermos melhores que ele.

A NECESSIDADE DE DECÊNCIA E ORDEM NO CULTO


Pr Dinelcir de Souza Lima
Baseado em 1 Coríntios 14:26-40

O apóstolo Paulo, tratando do assunto da comemoração da Ceia do Senhor, já havia


tocado no assunto a respeito da necessidade da ordem no culto. No texto que
estudaremos, ainda no contexto do que seriam manifestações de dons do Espírito Santo,
retorno ao assunto mais extensamente e com admoestações bastante objetivas.
Considerando-se esta necessidade e a realidade que as igrejas de Cristo vivem hoje no
que é concernente ao culto, com alvoroços, gritarias, manifestações extáticas, danças e
exibicionismos, observando com sinceridade e espírito sereno, somos levados a
compreender que, de alguma maneira, a falta de ordem nos cultos está seguindo o padrão
de uma igreja carnal como era a de Corinto. Com corações abertos às Escrituras
observaremos, ainda, que os mesmos conselhos àquela igreja servem para as igrejas do
nosso tempo.
1. CADA ELEMENTO DO CULTO PRECISA SER PARA EDIFICAÇÃO – v. 26-33
No culto primitivo já existiam vários elementos citados pelo apóstolo Paulo e todos ligados
aos dons do Espírito Santo. Se os dons são para edificação da igreja, é lógico, então, que
os elementos do culto deveriam ser praticados, também, para edificação. Os irmãos
poderiam sentir o desejo de cantar, poderiam ter algo para ensinar, ter a compreensão de
algo e desejassem fazer com que todos compreendessem (este é o sentido de revelação),
poderiam conhecer outra língua e sentir o desejo de dizer algo naquela língua para que em
uma congregação cosmopolita alguém ouvisse em sua própria língua, alguém poderia
compreender bem o que havia sido dito naquela língua e desejar fazer a interpretação
para que todos compreendessem (a palavra utilizada é hermeneia que
significa interpretação do que é dito mais ou menos obscuro por outro). Se houvesse todas
essas manifestações que envolvem o ato de falar, que nada fosse por orgulho, por
soberba, por exibicionismo, porém para edificação.

2. NO CULTO PRECISA HAVER APRENDIZADO E CONSOLAÇÃO – v. 27-33


A anunciação da Palavra de Deus deveria ser a prioridade na igreja, no que concerne ao
ato de falar. Anunciação que precisa ter como objetivo ensinar e que, para isto, precisa ser
compreendida. Falar línguas de outras nações por falar não era objetivo das reuniões da
igreja, por isso, precisava ser de maneira comedida, criteriosa e com possibilidade de
compreensão. Daí a necessidade de haver intérprete. Caso contrário, que ficassem
calados. Mas, todos os que tinham o dom da anunciação da Palavra de Deus poderiam
anuncia-la, cada um por sua vez, para que todos pudessem aprender e serem consolados.
E não havia desculpas para dizerem, por exemplo, que tinham sido tomados pelo Espírito
Santo e falassem sem parar, sem dar a vez a outros, como acontece ainda hoje em muitas
igrejas, porque, lembra o apóstolo Paulo que o espírito do profeta é sujeito ao próprio
profeta. Ou seja, mesmo anunciando a Palavra de Deus, o pregador continua tendo o
controle do seu próprio ser, do seu próprio espírito.

3. NO CULTO PRECISA HAVER PAZ E NÃO CONFUSÃO – v. 33


Quer saber se um culto, uma reunião da igreja está acontecendo dentro dos padrões
divinos? Observe se há paz ou confusão. Se houver qualquer tipo de confusão não é de
Deus. Se houver desordem não é de Deus. Se houver exibicionismo não é de Deus. Se
não houver edificação, aprendizado, consolação, não é de Deus. Nos textos do Antigo
Testamento, onde encontramos extensas referências a cultos, a reuniões do povo de
Deus, a manifestações de Deus no meio do seu povo, nunca encontraremos o registro de
nenhum momento de culto com confusões, com algazarras, com danças,  com gritarias.
Encontraremos, sim, nos cultos prestados a deuses falsos, como no caso do povo de
Israel quando saiu do Egito e, na ausência de Moisés, começou a adorar um bezerro de
ouro; no culto dos profetas de Baal querendo que o deus deles mandasse fogo do céu e
gritavam, lamentavam, se feriam. Além disso, o apóstolo Paulo faz uma referência que tem
passado desapercebida por muitos, a de que em todas as igrejas, com exceção da de
Corinto, havia paz nos cultos a Deus.

4. NO CULTO PRECISA HAVER DECÊNCIA E ORDEM – v. 34-40

No fechamento deste assunto encontramos o apóstolo Paulo falando explicitamente sobre


essa necessidade (v. 40). Importante se dizer aqui que a palavra grega utilizada pelo
apóstolo (taxis) é derivada de tasso que significa literalmente colocar em uma determinada
ordem, situar, organizar, arrumar.
Quando a essa ordem encontramos nos versículos 27-31, e sobre a decência
encontramos na referência às mulheres ficarem caladas nas igrejas por causa da lei (v. 34)
e quando aconselha a perguntarem em casa a seus maridos, afirmando que era indecente
que as mulheres falassem na igreja. Anteriormente havia comentado o fato de ser
indecente as mulheres usarem cabelos curtos na igreja. Tudo isto porque, naquele tempo,
era indecente as mulheres falarem em público, nas igrejas.
Hoje isto não é mais aplicado literalmente. Não há indecência alguma em a mulher falar
em público, em perguntar, em ensinar. Mas existem outras manifestações de indecência,
sejam elas apenas costumes sociais ou imorais realmente.
Em um culto não há lugar para danças sensuais, sejam elas masculinas ou femininas; não
há lugar para palavras de baixo calão; não há lugar para vestimentas indecentes; não há
lugar para gestos obscenos; não há lugar para piadas imorais; não há lugar para
manifestações homossexuais e nem sexuais de maneira alguma.
Quanto à ordem não há espaço para o costume de se fazer coisas de improviso, em meio
a uma desordem total, sob a alegação de que é o Espírito Santo quem dirige o culto. O
Espírito Santo é Deus e Deus não é Deus de confusão.

CONCLUINDO

Com base neste e em outros textos bíblicos, podemos afirmar que culto ao Deus Altíssimo,
Único e Verdadeiro, é coisa muito séria. Somente Ele deve ser adorado e servido. Ao
contrário do que se afirma hoje, o culto não é para ser prestado da maneira como a
pessoa desejar. O coração do homem é enganoso e o seu desejo nunca estará de acordo
com o desejo de Deus. Se é Deus quem deve ser adorado, a adoração a Ele tem que ser
como Ele quer e não como o ser humano deseja cultuar.
O culto é tão importante que o inimigo de Deus, Satanás, leva o ser humano à prática de
cultos falsos que, mesmo que não o saibam, nem pareça assim, terminam por adorar o
Príncipe das trevas. Ele levou a humanidade à prática de cultos a deuses falsos, ele levou
o povo de Israel à prática de um culto idolátrico, afirmando que estava adorando ao Deus
Todo poderoso, ele tentou levar o próprio Filho de Deus a adorá-lo. Por que não
continuaria levando a humanidade a adorações falsas? Cabe ao crente estar alerta e
tomar cuidado com a prestação de um culto que seja realmente espiritual e verdadeiro,
porque, conforme disse o Senhor Jesus, Deus procura os que assim o adoram.
Sejamos práticos. Se nos depararmos com um culto sem decência, sem ordem, sem
edificação, sem consolação, sem aprendizado, sem anunciação da Palavra de Deus
verdadeira, afastemo-nos desse tipo de culto porque não é um culto verdadeiramente
prestado a Deus.

III. ORDEM NO CULTO: PROMOVE A EDIFICAÇÃO


Hernandes Dias Lopes, escreveu: “O culto tem três aspectos: Deus é
adorado, o povo de Deus é edificado e os incrédulos são convencidos de
seus pecados. Se formos à igreja para adorar com o propósito de
demonstrarmos a nossa espiritualidade, estaremos laborando em erro. O
culto é para a edificação e não para exibição. Mas a igreja de Corinto
estava transformando o culto num palco de exibição em vez de um canal
para edificação”.[10]

O culto deve ser voltado para a edificação da coletividade e a instrução do


povo de Deus na Palavra deve receber a prioridade. 

Na parte final do texto, o apóstolo faz um comentário interessante a


respeito da verdadeira espiritualidade. Ele reivindica a sua autoridade
apostólica esperando a total submissão dos seus leitores: “Se alguém se
considera profeta, ou espiritual, reconheça ser mandamento do Senhor o
que vos escrevo” (v.37). 

A disposição de aprender a servir à Causa deve estar em primeiro lugar.


Muita gente tem dificuldade em entrar no Templo para ouvir as
instruções do Senhor. Alguns se consideram dispensados de aprender
alguma coisa, por se julgarem muito capacitados e preparados. Na igreja,
há até os que se julgam os únicos certos do grupo. Para o apóstolo esta
reivindicação (ainda que seja somente interior) é sinal de insubmissão e
carnalidade. Deus merece o melhor de todos nós! No culto devemos
demonstrar isso, pois “tudo deve ser feito de maneira tão decente quanto
possível, e com a devida consideração pela ordem. A falta de decoro e a
inovação indevida são igualmente desencorajadas".[11] 

Participemos, pois, intensivamente dos cultos, não esquecendo a


recomendação de Paulo: Tudo, porem, seja feito com decência e ordem
”(v.40).

Tag: DECÊNCIA E ORDEM NO CULTO A DEUS


Dom da Profecia e Das Línguas Desconhecidas (Ensinamentos em 1 Coríntios:14)

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