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O falso dom de línguas dos dias atuais

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RESPOSTAS DA BIBLIA

A Bíblia afirma que o dom de línguas é um dos dons que Deus quer derramar sobre seus filhos. Mas, o

que é o dom de línguas, e para que serve? Você pediu a minha opinião, e vou da-la com franqueza.

Antes, quero analisar com você alguns aspectos: 

- I Cor.12:7, afirma que o Espirito Santo (ES) distribui os dons como lhe apraz. Isto é, nem todas

pessoas terão os mesmos dons. 

- No v. 7 nos é dito que a manifestação do Espirito é concedida a cada um, visando a um fim proveitoso,

isto é, que sirva para o crescimento do corpo de Cristo, que é a Igreja, enfim, precisa haver

comunicação da vontade de Deus. Veja que Paulo fala a mesma coisa em outras palavras em Ef. 4:10-

14. 
PORTANTO

Isto quer dizer, que este dom não pode servir de um fim em si mesmo, isto é, apenas para a

própria pessoa (veja tbem I Cor. 14:4). Tem que haver utilidade na pregação do evangelho. 

- Em I Cor. 14, você percebe com clareza, que estas línguas são línguas de nações (v.11, 21). Isto

combina com o relato da primeira manifestação de línguas estranhas descrita na Bíblia em Atos 2 (leia

com atenção este capitulo). 

Claramente podemos perceber neste texto que lá estavam reunidas pessoas de varias

nações (Jerusalém estava em festa - era logo depois da Pascoa), que tinham vindo adorar. A maioria

eram filhos de Judeus que moravam a muitas gerações em outros países, e não sabiam mais falar a

língua materna. (At. 2:5-13). 

Como os apóstolos poderiam falar de Jesus para estas pessoas, que em breve deixariam Jerusalém e

poderiam espalhar as Boas Novas por todos os cantos do mundo quando voltassem para casa? 

Para mim, é muito claro que se tratou de línguas de nações. Todos compreenderam em sua

própria língua materna (v.8) o que os apóstolos estavam falando. Mas veja os outros fatos. 

- A cidade de Corinto era um entreposto comercial, perto de porto, e recebia pessoas de varias nações.

Em Corinto, também havia um templo pagão onde as sacerdotisas, ao serem possuídas pelo demônio,

falavam palavras ininteligíveis. 

Ainda hoje, em certos rituais espiritualistas, as pessoas dominadas por estes espíritos praticam a

glossolalia (este é o nome técnico para este fenômeno), isto e, ficam em êxtase, e falam coisas

indecifráveis. 

Pelo que se lê em Corintios, é bem possível que na igreja começaram a ser introduzidos costumes que

pareciam assemelhar-se ao dos templos pagãos. 

É possível que dada a rotatividade de pessoas que passavam a serviço na cidade, a igreja também
recebesse pessoas de diversas origens e línguas. Paulo achou por bem definir alguns princípios para o

uso das línguas estranhas, isto é, não conhecidas. 

Quando me refiro a alguma pessoa como estranha, significa que não a conheço, e não que seja de outro

planeta. Assim, comparando com Atos, fica claro que língua estranha é língua de uma nação, mas que é

desconhecida. 

- em I Cor. 14, Paulo fala da necessidade de ordem no culto. Diz que 


1. as pessoas devem falar um apos o outro (nao ao mesmo tempo)(v.31). 

2. As pessoas nao perdem o controle sobre si mesmas quando falam (teologicamente, profetizar, pode

ser falar das coisas de Deus)(v.32). 

3. Deus não é de confusão, e sim de paz (v.33). 

Não tenho intenção de ofender às pessoas que participam destas assim chamadas línguas estranhas,

mas não posso deixar de achar a manifestação muito semelhante a uma confusão. 

4. Portanto, se alguém quer falar em outra língua, que não seja mais que dois, ou quando muito

três (v.27). 

5. Que falem sucessivamente, isto é, um depois do outro, e não ao mesmo tempo, pois isto seria

confusão, e Deus não é de confusão (v.27). 

6. Que haja quem interprete (v.27), por que se a pessoa que ouve, ignorar o sentido do que ouve, quem

fala estará falando como quem fala para o ar (v.9 e 11). 

Por isto Paulo, que falava muitas línguas, por ser muito culto (v.18), preferia falar cinco palavras que

fossem compreendidas pelas outras pessoas do que dez mil palavras em outra língua (v.19). Por isto

ainda adverte 

7. que se todos se puserem a falar em outras línguas ao mesmo tempo, e entrassem os não-crentes ou

pessoas que não conhecessem estas línguas, diriam que todos na igreja estavam loucos(v.23). 

Qualquer manifestação que não esteja de acordo com a Bíblia, deve ser rejeitada pelo cristão, você nao

acha? Bem, talvez v. esteja se perguntando se eu afinal nao creio no dom de línguas? Sim, eu creio, por

que a Bíblia diz que ele existe. 

E posso testemunhar a você que Deus faz uso deste dom quando ele é necessário para a pregação do
evangelho. 

A cerca de 7 anos, eu pastoreava uma igreja em S. Paulo, e um americano que era membro de minha

igreja, acabara de se casar com uma francesa. Como estivessem enfrentando alguns problemas

conjugais, ela quis o conselho do pastor. 

Eu orei ferventemente pelo dom de línguas. Ela tinha alguma compreensão de inglês, e eu, apesar de

estar estudando a língua, tinha grande dificuldade de compreensão e de expressão. 

Combinamos que o marido, que era professor de Inglês em uma escola de línguas, serviria de

interprete, do português para o inglês. Com o decorrer da entrevista, percebi que a diferença de

língua estava obviamente entravando a conversação, e alem disto, ele estava ficando emocionalmente

envolvido no caso. 

Orei mentalmente, e pedi ao marido que saísse, pois eu tentaria falar em inglês, diretamente com ela.

Miraculosamente, minha língua soltou-se, e eu falei inglês com fluência incrível. 

Precisei chamar de volta o marido, e conversamos livremente em inglês, os três. 

No sábado seguinte, sua mãe me procurou, agradecendo o trabalho que havia feito com eles, e

comentou que o filho havia ficado impressionado com a minha fluência, citando inclusive que eu

não possuía sotaque (na época, nem ainda havia saído do Brasil). 

Para mim, esta foi uma manifestação genuína do dom de línguas. 

Sei de um missionário, pastor adventista que foi líder da Igreja nos EUA(ouvi de sua própria boca), que

quando esteve na região de Papua Nova Guiné, certa feita, procurando estabelecer contato com uma

tribo canibal, viu-se subitamente cercado pelos aborígenes, com as lanças apontadas

ameaçadoramente. 

Orou e começou a cantar em inglês. Os canibais começaram a se acalmar e sentar. Percebeu que para

não morrer, precisava continuar cantando. 


Depois de um tempo que lhe pareceu ser cerca de duas horas, quando eles já estavam em paz, procurou

entabular conversa, quando percebeu que os ouvia claramente em inglês, e que era perfeitamente

compreendido, sem que jamais aqueles canibais houvessem tido contato com qualquer outra pessoa

antes. 

Assim, pregou para eles, e pode estabelecer o começo de um trabalho com aquele povo. Creio que isto é

o dom de línguas a que a Bíblia se refere, e combina com o que encontramos no livro de Atos. Este dom

se manifesta ...

"... visando a um fim proveitoso" (ICor.12:7). 

Bem, se v. consegui chegar até o final do jornal, parabéns. Não espero que v. aceite passivamente tudo

o que lhe disse. Ore, que o Espirito Santo vai lhe orientar para escolher a Sua vontad

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