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MOTORES TRIFÁSICOS

MOTORES TRIFÁSICOS
Os Motores de Indução Trifásicos (MIT) ou motores assíncronos trifásicos são
os motores mais utilizados na indústria atualmente. É mais econômico em relação aos
motores monofásicos, devido a uma série de vantagens, como por exemplo, o baixo
custo em manutenção, montagem e fabricação. Seu uso é mais simples em relação aos
motores de corrente contínua, devido à distribuição de energia elétrica nas instalações
ser feita em corrente alternada.
Motores trifásicos são encontrados facilmente dentro das indústrias, como por
exemplo, dentro do torno, fresa, esteiras e diversas outras máquinas, mas fora das
indústrias podemos encontrar um motor trifásico em um elevador ou na escada rolante,
por exemplo.
Basicamente o motor trifásico tem como partes principais o rotor e estator.

➢ O rotor é tudo que gira em torno de seu próprio eixo produzindo movimentos
de rotação. Os rotores estão presentes em qualquer máquina rotativa, como turbinas e
compressores por exemplo. O rotor mais utilizado neste tipo de motor é o gaiola de
esquilo que é constituído por um núcleo de chapas ferromagnéticas, isoladas entre si,
sobre o qual são colocadas barras de alumínio (condutores), dispostos paralelamente
entre si e unidas nas suas extremidades por dois anéis condutores, também em alumínio,
que curto circuitam os condutores.
A vantagem deste rotor relativamente ao rotor bobinado é que resulta numa
construção do induzido mais rápida, mais prático e mais barato. As barras condutoras da
gaiola são colocadas geralmente com certa inclinação, para evitar as trepidações e
ruídos que resultam da ação eletromagnética entre os dentes das cavidades do estator e
do rotor.
A principal desvantagem refere-se ao fato de o torque de arranque ser reduzido
em relação à corrente absorvida pelo estator. Trata-se essencialmente de um motor de
velocidade constante.
➢ Por outro lado, o estator é a parte de um motor ou gerador elétrico que se
mantém fixa à carcaça de um motor e tem por função conduzir o fluxo magnético.
Assim como nas bobinas, é formado no rotor um campo magnético capaz de induzir
uma corrente elétrica. O estator do motor é também constituído por um núcleo
ferromagnético laminado, que nas cavidades do qual são colocados os enrolamentos
alimentados pela rede de corrente alternada trifásica.

Princípio de funcionamento - Campo girante


O princípio de funcionamento para o motor de indução se baseia na criação de
um campo magnético rotativo, ou campo girante. Este campo girante surge a partir da
aplicação de tensão alternada no estator, que a partir de então consegue produzir um
campo magnético rotativo que atravessa os condutores do rotor.
Este campo magnético variável induz no rotor uma força eletromotriz (f.e.m)
que, por sua vez, cria o seu próprio campo magnético girante. O campo magnético
girante criado pelo rotor, ao “tentar” se alinhar com o campo girante do estator, produz
um movimento de rotação no rotor, ou seja, o rotor começa a girar continuamente,
sendo que a velocidade do motor é inversamente proporcional ao número de polos que
ele possui, ou seja, quanto maior a quantidade de polos do motor menor será a sua
velocidade. É importante destacar que a velocidade de rotação do rotor é ligeiramente
inferior à velocidade de rotação do campo girante do estator, sendo assim o rotor não
está sincronizado com esse campo girante, por isso o nome de motor assíncrono.

Na figura abaixo é mostrado um “enrolamento monofásico” atravessado por uma


corrente I, e o campo H é criado por ela. O enrolamento é constituído de um par de
polos (um polo “norte” e um polo “sul”), cujos efeitos se somam para estabelecer o
campo H. O fluxo magnético atravessa o rotor entre os dois polos e se fecha através do
núcleo do estator. Se a corrente I é alternada, o campo H também é, e inverte seu
sentido em cada meio ciclo. O campo H é “pulsante”, pois sua intensidade “varia”
proporcionalmente à corrente, sempre na “mesma” direção norte-sul.

Enrolamento monofásico
Na figura a seguir é mostrado um “enrolamento trifásico”, que é composto por
três monofásicos espaçados entre si de 120 graus. Se este enrolamento for alimentado
por um sistema trifásico, as correntes I1, I2 e I3 criarão, do mesmo modo, os seus
próprios campos magnéticos H1, H2 e H3. Estes campos são espaçados entre si de 120
graus. O campo total H resultante, a cada instante, será igual à soma dos três campos
H1, H2 e H3 naquele instante.

Diagrama de ondas

Enrolamento trifásico

Formas de Ligações dos MIT’s


Ambos os motores, monofásicos e trifásicos, possuem configurações de ligações
que lhes permitem a operação em níveis de tensões diferentes.
Os motores trifásicos são fabricados com diferentes potências e velocidades para
as tensões padronizadas da rede, ou seja, 220 V, 380 V, 440 V e 760 V, na frequência
de 50 e 60 Hz.
Do enrolamento do estator saem os fios para ligação do motor trifásico, de uma
só velocidade, a rede elétrica, que podem ser em número de 3, 6, 9 ou 12 terminais
(pontas).

Motor com 3 terminais


A ligação de motores trifásicos com três terminais a rede é feita conectando-se
os terminais 1, 2, e 3 aos terminais de rede RST em qualquer ordem.

Observação: Para inverter o sentido de rotação do motor trifásico, basta inverter duas
fases R com S, por exemplo.

Motor com 6 terminais


Os motores trifásicos com seis terminais só tem condição de ligação em duas
tensões: 220/380V ou 440/760V.
Esses motores são ligados em triângulo na menor tensão e em estrela, na maior
tensão.

Motor com 9 terminais


Os motores com nove terminais tem possibilidade de ligação em três tensões:
220/380/440V. *A tensão 760V é usada somente na partida do motor.

Motor com 12 terminais


Os motores com doze terminais tem possibilidade de ligação em quatro tensões:
220/380/440/760V. *A tensão 760V tem que ser usada somente na partida do motor.
Para a realização dessas ligações, o bobinado interno do motor é construído de
modo a fornecer seis ou doze pontas para fechamento (duas ou quatro pontas por fase),
sendo que a configuração de doze pontas é resultante da divisão do bobinado de seis
pontas em duas partes iguais. A figura abaixo ilustra a configuração dos dois tipos.

Configuração do bobinado de motores trifásicos


6 pontas / 12 pontas

A partir do fechamento correto das pontas de conexão, as ligações podem ser


definidas em oito grupos diferentes, equivalentes às várias classes de tensões
disponíveis no sistema de distribuição, são elas:
• Ligação triângulo
• Ligação estrela
• Ligação série-paralela triângulo
• Ligação série-paralela estrela
• Ligação triângulo-paralela
• Ligação estrela-paralela
• Ligação triângulo-série
• Ligação estrela-série

Todas essas ligações fazem referência aos princípios da análise do


comportamento das tensões e correntes elétricas observadas nas ligações triângulo “Δ” e
estrela “Y”, abordadas anteriormente.

• Ligação Triângulo
O método de ligação triângulo é aplicado exclusivamente em motores com seis
terminais de conexão. Essa ligação define ao motor a condição de operação em uma
tensão de 220 V trifásico.
• Ligação Estrela
A ligação em estrela é a segunda opção de ligação para um motor trifásico com
seis terminais de conexão, ou seja, se o motor pode ser ligado em triângulo, também
pode ser ligado em estrela. Nessa ligação o motor poderá operar em redes com tensão
igual a 380 V.

• Ligação Série-Paralela Triângulo


A ligação série-paralela triângulo é caracterizada pela existência de nove pontas
para conexão do motor. As nove pontas de conexão são obtidas a partir de uma
configuração de doze pontas, ou seja, três pontas são conectadas internamente no estator
e não estão disponíveis na caixa de ligação do motor. A figura abaixo ilustra essa
configuração.

A configuração com nove pontas permite a operação do motor em duas classes


de tensões diferentes, obedecendo à regra que a tensão maior seja o dobro da tensão
menor, tipicamente 220/440 V.

Ligação em Paralelo: 220 V


Ligação em série: 440 V

• Ligação Série-Paralela Estrela


Essa ligação é muito semelhante à ligação série-paralela triângulo, o motor
possui nove pontas para ligação e as tensões típicas são 380/760 V*. As principais
diferenças em relação à ligação anterior são as conexões internas ao estator (não
disponíveis ao usuário).

Veja que essa configuração caracteriza uma ligação em estrela no grupo de


bobinas internas do motor. Desse modo são definidas nove pontas externas para
conexão, e a associação correta dessas pontas proporciona a operação do motor em 380
V ou 760 V*.

Ligação em paralelo: 380 V

O bobinado original de doze pontas é dividido em duas partes iguais, e ligando


as duas partes em paralelo o motor poderá ser ligado na tensão mais baixa (380 V), por
outro lado se a conexão entre as partes for em série o grupo poderá receber o dobro da
tensão anterior (760 V*).
Ligação em série: 760 V*

• Ligação Triângulo-Paralela
O método de ligação “triângulo-paralelo” ou “duplo triângulo”, como também é
conhecido, é especificada para o fechamento de motores com doze pontas de conexão e
operação em 220 V.

• Ligação Estrela-Paralela
A ligação estrela-paralela é destinada à conexão de motores com doze pontas e
define ao motor a operação na classe de tensão de 380 V.

• Ligação Triângulo-Série
A ligação triângulo-série é designada para conexão de motores trifásicos com
doze pontas, em uma tensão de rede de 440 V.
• Ligação Estrela-Série
O método de conexão estrela-série configura um motor elétrico trifásico com
doze pontas para operação em tensões de 760 V*. Contudo, para operação em tensões
acima de 600 V, os motores e dispositivos de partida devem prover isolação adicional,
fora dos padrões usuais de utilização. Por essa razão, a ligação estrela-série é utilizada
somente em sistemas de partida, para motores de grandes potências. Não é utilizada na
prática para alimentação de motores em regime normal de trabalho.

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