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Eu não sei o que dizer.

A inquietude é tanta que decidi apenas descarregar


palavras. O que penso e o que sinto, é mais rápido e mais volúvel que as
palavras. Caos e um desejo de ordem. Dor. Acúmulos. Rejeitos. Desejo de
limpeza. Desejo de centrar-se. Desejo de ao ser atravessado não ser levado e
ser protagonista da própria travessia. Apegos versos espiritualidade.

Eu sei que a vida é isso mesmo. Não há como mudar a vida. Mas acredito que
há como mudar a via, a nossa própria forma de lidar com a vida. E me cobro. E
me culpo. Porque quero ser algo que ainda não consigo ser e me vejo como
um joguete do mundo e suas armadilhas.

Talhar a vontade. A vontade firme e assumir o desconforto de não ceder ao


que é fácil e danoso. Luta interna. Estarei certa? Ou apenas acreditando em
uma liberdade que não me é concedida. A vida é isso mesmo?

Vencer-se. Assumir o equilíbrio nesse alquebrado corpo, como Conceição a


tempos treina na corrente dos não ausentes. Procuro os meus não ausentes.
Me junto a eles. Rezo com fé. Peço com fé. Que não me deixem só na
travessia. Sim, eu também treino o equilíbrio nesse alquebrado corpo e sonho
que a minha filha não receba a herança maldita que recebi.

Desejo de nascimento e esquecimento. Como um retorno à criação divina. Ali.


Onde tudo é apenas começo e não há bagagens inarredáveis vindas de outras
paragens. Descondicionada a mente. Descongestionada a mente.

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