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NORMAM-201/DPC

NORMAS DA AUTORIDADE MARÍTIMA PARA EMBARCAÇÕES EMPREGADAS


NA NAVEGAÇÃO EM MAR ABERTO

MARINHA DO BRASIL
DIRETORIA DE PORTOS E COSTAS
2023

TIPO: NORMA
FINALIDADE: NORMATIVA
NORMAM-201/DPC
CAPÍTULO 7 BORDA-LIVRE E ESTABILIDADE INTACTA

7.1 PROPÓSITO .................................................................................................... 7-1

SEÇÃO I DEFINIÇÕES E REQUISITOS TÉCNICOS

7.2 APLICAÇÃO .................................................................................................... 7-1


7.3 ISENÇÕES PARA ATRIBUIÇÃO DE BORDA-LIVRE .............................................. 7-2
7.4 DEFINIÇÕES .................................................................................................... 7-3
7.5 PROCEDIMENTOS PARA TESTES DE ESTANQUEIDADE ..................................... 7-4
7.6 DETERMINAÇÃO DA BORDA-LIVRE DAS EMBARCAÇÕES “SOLAS” ................... 7-5
7.7 REQUISITOS TÉCNICOS PARA EMBARCAÇÕES “NÃO SOLAS” ........................... 7-5

SEÇÃO II DETERMINAÇÃO DA BORDA-LIVRE DE EMBARCAÇÕES “NÃO SOLAS”

7.8 ALTURA MÍNIMA DE PROA (Hp) ..................................................................... 7-8


7.9 CÁLCULO DA BORDA-LIVRE DE EMBARCAÇÕES “NÃO SOLAS” ........................ 7-9
7.10 CORREÇÃO PARA NAVEGAÇÃO EM ÁGUA DOCE ............................................. 7-10

SEÇÃO III MARCAS DE BORDA-LIVRE DE EMBARCAÇÕES “NÃO SOLAS”

7.11 MARCA DA LINHA DE CONVÉS ........................................................................ 7-10


7.12 MARCA DE LINHA DE CARGA (DISCO DE PLIMSOLL) ........................................ 7-11
7.13 MARCA DA AUTORIDADE RESPONSÁVEL ........................................................ 7-12
7.14 MARCA DE ÁGUA DOCE ................................................................................. 7-12
7.15 DETALHES DE MARCAÇÃO .............................................................................. 7-13

SEÇÃO IV CERTIFICADO DE EMBARCAÇÕES “NÃO SOLAS”

7.16 CERTIFICADO NACIONAL DE BORDA-LIVRE PARA NAVEGAÇÃO DE MAR


ABERTO .......................................................................................................... 7-13
7.17 CÁLCULOS ...................................................................................................... 7-14
- XV - MOD.1
NORMAM-201/DPC
CAPÍTULO 7
BORDA LIVRE E ESTABILIDADE INTACTA

7.1 PROPÓSITO
Estabelecer regras e instruções específicas para a determinação da borda livre e
compartimentagem das embarcações nacionais empregadas na Navegação de Mar Aberto,
estabelecendo também os critérios e procedimentos para verificação da estabilidade intacta.

SEÇÃO I
DEFINIÇÕES E REQUISITOS TÉCNICOS

7.2 APLICAÇÃO
7.2.1 Borda Livre:
a) As Regras constantes na presente Norma, relativas à atribuição da Borda Livre, se
aplicam às seguintes embarcações:
I) aquelas que solicitem a emissão do Certificado Nacional ou Internacional de
Borda Livre em ou após 04/02/1997;
II) aquelas construídas antes de 04/02/1997, por solicitação do proprietário ou
armador; e;
III) aquelas já construídas e que tenham sido objeto de modificações de vulto, as
quais exijam a reavaliação da borda livre, em ou após 04/05/1997.
b) A renovação de Certificados de Borda Livre de embarcações existentes, cuja Borda Livre
tenha sido atribuída de acordo com instruções que não estejam mais em vigor, deverá atender aos
procedimentos estabelecidos no Anexo 7-H.
7.2.2 Estabilidade - As Regras constantes na presente Norma, relativas à verificação da
estabilidade intacta, são aplicáveis a todas as embarcações empregadas na Navegação de Mar
Aberto construídas após 09/06/98.
7.2.3 Compartimentagem:
a) As Regras constantes na presente Norma relativas à compartimentagem são aplicáveis
a todas as Embarcações de Passageiros com arqueação bruta superior a 50 que sejam construídas
após 09/06/98.
Para as embarcações de casco metálico ou de material sintético as regras constantes na
presente norma relativas a compartimentagem se aplicam, além do parágrafo anterior, às

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embarcações de transporte de passageiros com AB superior a 20 e igual ou inferior a 50, que
venham a ser inscritas, alteradas ou reclassificadas para transporte de passageiros, após 31 de
dezembro de 2020.
b) As Embarcações de Passageiros com arqueação bruta maior que 50, que tenham sido
construídas em data anterior a 09/06/98, deverão atender a esses requisitos na primeira Vistoria
de Renovação que tenham que realizar após 04 de fevereiro de 1999.
c) As embarcações com arqueação bruta superior a 20 e que sejam reclassificadas para
operar como Embarcações de Passageiros deverão atender às Regras constantes na presente
Norma relativas à compartimentagem.
d) As Embarcações de Passageiros que sofrerem alterações de vulto, a critério da
Diretoria de Portos e Costas (DPC), deverão também atender às Regras constantes na presente
Norma relativas à compartimentagem
Nota: As embarcações existentes que se enquadrem nas condições estabelecidas no artigo
7.3, alínea c) deverão atender aos requisitos estabelecidos nos artigos de 7.7 a 7.10 até a primeira
vistoria de renovação de CSN que ocorrer depois de 31/12/2016.

7.3 ISENÇÕES PARA ATRIBUIÇÃO DE BORDA LIVRE


a) Estão dispensadas da atribuição de borda livre, as seguintes embarcações que
apresentem pelo menos uma das seguintes características:
I) comprimento de regra (L) inferior a 20 metros;
II) arqueação bruta menor ou igual a 50;
III) embarcações destinadas exclusivamente a esporte ou recreio; e
IV)navios de guerra.
b) A DPC poderá isentar uma embarcação, que possua dispositivos de um novo tipo, de
qualquer exigência das presentes regras, cuja aplicação possa impedir seriamente a pesquisa para
o desenvolvimento de tais dispositivos e sua posterior incorporação aos navios engajados na
navegação marítima. Essas embarcações, entretanto, deverão atender os requisitos que, a critério
da DPC, sejam adequados ao serviço no qual será empregada a embarcação e que garantam a sua
segurança
c) As embarcações dispensadas da atribuição de borda livre em função do estabelecido
na alínea a) acima, mas que sejam obrigadas a portar Certificado de Segurança da Navegação (CSN)
em conformidade com o estabelecido no artigo 1.1 deverão atender aos requisitos estabelecidos
nos itens de 7.7 a 7.10, conforme aplicável, os quais deverão ser verificados por ocasião das

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vistorias iniciais, anuais, intermediárias e de renovação, sendo eventuais deficiências lançadas
como pendências ao endosso ou renovação do CSN.

7.4 DEFINIÇÕES
Exceto onde expressamente indicado em contrário, as definições constantes na Regra 3 da
Convenção Internacional de Linhas de Carga (1966) são válidas para a aplicação do presente
Capítulo. Adicionalmente são consideradas as seguintes definições:
a) Comprimento Total - é a distância horizontal medida entre os pontos extremos de proa
e popa, sendo que, no caso de veleiros, não se deve considerar o mastro de proa.
b) Estanque ao Tempo (“Weathertight”) - é considerado qualquer acessório ou
componente estrutural que apresente um desempenho satisfatório de forma a impedir a
passagem de água quando submetido a um ensaio de acordo com o procedimento descrito no
artigo 7.5, alínea a).
c) Estanque à Água (“Watertight”) - é considerado qualquer acessório ou componente
estrutural que apresente um desempenho satisfatório de forma a impedir a passagem de água
quando submetido a um ensaio de acordo com o procedimento descrito no artigo 7.5, alínea b).
d) Passageiro - é toda pessoa que não seja o Comandante e os membros da tripulação ou
outras pessoas empregadas ou ocupadas, sob qualquer forma, a bordo da embarcação, em
serviços que lhe digam respeito ou uma criança com menos de um ano de idade.
e) Embarcação de Passageiros - para efeito deste capítulo, é toda embarcação que
transporte mais de doze passageiros.
f) Rebocador e/ou Empurrador - é toda embarcação projetada ou adaptada para efetuar
operações de reboque e/ou empurra.
g) Embarcação de Carga - é toda embarcação que não se enquadre na definição constante
na alínea e) acima.
h) Embarcação de Pesca - é toda embarcação de carga empregada na captura de recursos
vivos do mar e das águas interiores.
i) Barcaça - é qualquer embarcação de carga que possui, geralmente, as seguintes
características:
I) não é tripulada;
II) não possui sistema de propulsão próprio;
III) relação entre a boca e o calado superior a 6,0; e
IV) relação entre a boca e o pontal superior a 3,0.

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j) Embarcações “SOLAS”
São todas as embarcações mercantes empregadas em viagens marítimas internacionais
ou empregadas no tráfego marítimo mercantil entre portos brasileiros, ilhas oceânicas, terminais e
plataformas marítimas, com exceção de:
I) navios de carga com arqueação bruta inferior a 500;
II) navios de passageiros com arqueação bruta inferior a 500 (não aplicável para
navios que efetuam viagens internacionais);
III) navios com comprimento de regra inferior a 24 metros;
IV) navios sem meios de propulsão mecânica;
V) navios de madeira, de construção primitiva; e;
VI) navios de pesca.
k) Embarcações “Não SOLAS”
São todas aquelas que não se enquadram na definição de “Embarcação SOLAS”
apresentada na alínea anterior.
l) Ângulo de Alagamento
É o ângulo de inclinação transversal no qual submergem as aberturas no casco e/ou
superestruturas que não podem ser fechadas e/ou tornadas estanques ao tempo (“weathertight”).
As pequenas aberturas, através das quais não pode haver um alagamento progressivo, não
precisam ser consideradas abertas na determinação desse parâmetro.

7.5 PROCEDIMENTOS PARA TESTES DE ESTANQUEIDADE


a) Estanque ao Tempo (“Weathertight”) -para avaliar se um dispositivo pode ser
considerado Estanque ao Tempo o mesmo deverá ser testado de acordo com o seguinte
procedimento:
1) fechar o objeto de ensaio e apertar seus atracadores com as mãos, sem auxílio de
ferramentas, exceto onde previsto em projeto;
2) aplicar um jato d’água (borrifo) de 2 Kg/cm 2 de pressão, a uma distância entre 2,5 e
3 metros, por no mínimo 3 minutos e com um ângulo de inclinação de 45o;
3) a aplicação do jato deve ser lenta e gradual ao redor de toda a área de vedação; e
4) o diâmetro mínimo do esguicho da mangueira deve ser de 16 mm.
Para qualquer dispositivo ser considerado estanque ao tempo (“weathertight”) não
poderá ser observado qualquer vazamento no lado contrário à aplicação do jato.
b) Estanque à Água (“Watertight”) - Para avaliar se um dispositivo pode ser considerado

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aberturas no costado apresentados no artigo 7.7, alínea c), sendo que a borda livre deverá ser
aumentada sempre que necessário para se garantir o seu atendimento.
e) Procedimento Alternativo - Para embarcação não SOLAS empregada na Navegação de
Mar Aberto, o cálculo da sua borda livre poderá ser efetuado em conformidade com as disposições
constantes na Convenção Internacional de Linhas de Carga (1966) em vigor, sempre que julgado
necessário ou conveniente. Nesse caso, deverão ser integralmente atendidas as demais
disposições daquela Convenção assim como as determinações constantes na Seção V deste
capítulo. Eventuais solicitações para isenção do requisito de altura mínima de proa estabelecido na
regra 39 da Convenção serão avaliadas caso a caso pela DPC.

FIGURA 7-1: Correção para a posição da linha do convés

7.10 CORREÇÃO PARA NAVEGAÇÃO EM ÁGUA DOCE


Caso também esteja prevista a navegação em água doce, a borda livre mínima para essa
navegação deverá ser reduzida do valor obtido por intermédio da seguinte expressão:
AD=(D-BL)/48 (6)
onde:
AD = correção para navegação em água doce, em milímetros;
D = pontal para borda livre, em milímetros; e
BL = borda livre mínima, em milímetros.

SEÇÃO III
MARCAS DE BORDA LIVRE DE EMBARCAÇÕES “NÃO SOLAS”

7.11 MARCA DA LINHA DE CONVÉS


a) Características - é uma linha horizontal de 300 mm de comprimento e 25 mm de
largura, fixada em ambos os bordos da embarcação, centrada na meia-nau e com aresta superior
coincidindo com a interseção entre o prolongamento da face superior do convés da borda livre e a
face externa do chapeamento do costado (Figuras 7-2 e 7-3).

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FIGURA 7-2: Marcas de Linha de Convés e de Linha de Carga

FIGURA 7-3: Posicionamento da Linha de Convés

b) Localização (Casos Especiais):


I) Nas embarcações com o convés de borda livre descontínuo, nas quais a parte
superior desse convés se estenda além da meia-nau, a aresta superior da linha do convés deverá
ser posicionada coincidindo com o prolongamento da face superior da parcela mais baixa desse
convés, paralela à parte superior do mesmo.
II) Nas embarcações com bordas arredondadas ou com quaisquer outros
dispositivos que impossibilitem a fixação da marca no local estabelecido, sua posição deverá ser
determinada com referência a outro fixo no costado da embarcação, desde que a borda livre sofra
a correção correspondente (Figura 7-1)

7.12 MARCA DE LINHA DE CARGA (DISCO DE PLIMSOLL)


a) Características - Consiste de um anel de 180 mm de diâmetro externo e 25 mm de
largura, cruzado por uma linha horizontal de 300 mm de comprimento e 25 mm de largura, cuja
face superior passa pelo centro do anel (Figura 7-2).
b) Localização - Essa marca deverá ser fixada em ambos os bordos da embarcação, de
forma que o centro do anel seja colocado à meia-nau e a uma distância vertical abaixo da aresta

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superior da Linha do Convés igual à borda livre atribuída. (Figura 7-2)
c) Marcação Para Pequenos Valores de Borda Livre - Sempre que a borda livre mínima for
inferior a 120 mm, somente deverá ser fixada a parte inferior do anel alinhada na horizontal de
maneira associada (Figura 7-4)

FIGURA 7-4: Marca de Linha de Carga para Borda Livre Inferior a 120 mm

7.13 MARCA DA AUTORIDADE RESPONSÁVEL


Quando a borda livre for atribuída pelas Capitanias dos Portos ou Fluviais (CP ou CF),
Delegacias (DL) ou pela GEVI, deverão ser fixadas, em ambos os bordos da embarcação, as letras
“C” e “P”, respectivamente à esquerda e à direita da marca de linha de carga e acima da linha
horizontal, cada uma medindo 35 mm de altura e 25 mm de largura, para indicar que a CP(CF)/DL
ou GEVI foi a autoridade responsável pelas medições, cálculos e atribuição da linha de carga
(Figura 7-5).
Quando a borda livre for atribuída por uma Sociedade Classificadora ou Entidade
Certificadora deverão ser fixadas as letras correspondentes a cada entidade.

FIGURA 7-5: Marca da Autoridade Responsáve

7.14 MARCA DE ÁGUA DOCE


Consiste em duas linhas horizontais e uma vertical, todas com 25 mm de largura, sendo que
a linha vertical deve ser posicionada 650 mm a vante do centro da marca de linha de carga, unindo
as duas linhas horizontais com 300 mm cada, conforme indicado na Figura 7-6. A distância vertical
entre as duas linhas horizontais deve ser igual à correção para a navegação em água doce,

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apresentada no artigo 7.10

7.15 DETALHES DE MARCAÇÃO


a) Todas as marcas devem estar permanentemente fixadas em ambos os bordos da
embarcação, sendo que para os navios de aço devem ser soldadas ou buriladas de forma
permanente.
b) As marcas serão pintadas em branco ou amarelo quando fixadas em fundo escuro ou
em preto com fundo claro.
c) Todas as marcas devem ser facilmente visíveis e, se necessário, arranjos especiais
devem ser feitos com este propósito, a critério da DPC.

350 mm 300 mm
25 mm

AD

300 mm

FIGURA 7-6: Marca de Água Doce

SEÇÃO IV
CERTIFICADO DE EMBARCAÇÕES “NÃO SOLAS”

7.16 CERTIFICADO NACIONAL DE BORDA LIVRE PARA A NAVEGAÇÃO DE MAR ABERTO


a) Obrigatoriedade - As embarcações “Não SOLAS” que não sejam dispensadas de
atribuição de borda livre, conforme estabelecido nos itens 0701 e 0702, deverão ser portadoras de
um Certificado Nacional de Borda Livre para a Navegação de Mar Aberto, cujo modelo é
apresentado no Anexo 7-A.
b) Emissão - O Certificado Nacional de Borda Livre para a Navegação de Mar Aberto
poderá ser emitido, para as embarcações EC1, pelas Sociedades Classificadoras reconhecidas para
atuarem em nome do Governo Brasileiro na navegação de mar aberto, pelas Entidades
Certificadoras ou pelo GVI, conforme previsto nas disposições transitórias contidas na introdução
desta norma.
Para as embarcações EC2 sujeitas à borda livre e não classificadas, o certificado poderá
ser emitido pelas CP/DL/AG ou por uma Entidade Certificadora.

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