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Introdução

O presente relatório apresenta um resumo do manual compilado pelos engenheiros Mário Jonas e
Felizardo Chemane como parte do curso de engenharia Mecânica e controlo de Sistemas da
cadeira de Regulamento de Recepção de Equipamento, o manual com o mesmo título tem como
objectivo fornecer orientações e instruções essenciais sobre condições de classificação de navios,
seus regulamentos e normas no âmbito marítimo.

Objectivo geral
Fornecer uma visão geral do conteúdo abordado na compilação no que diz respeito a indústria
marítima.

Objectivo especifico
Condições de classificação de navios
Segundo afirmados pelos engenheiros Chemane e Jonas em vosso manual de Regulamento de
Recepção de Equipamento, é importante considerar a ampla diversidade de embarcações, com
suas diversas propulsões e equipamentos especiais a bordo, bem como a existência de várias
sociedades classificadoras e os diferentes critérios adoptados pelas autoridades marítimas. Esses
elementos nos permitem compreender a complexidade pratica do assunto, que ainda é objecto de
contraversas entre os especialistas.

Ao referir-se a construção de um navio mercante, pode ser resultado de duas opções


fundamentais. A primeira opção é a construção de um navio padrão ou não, fabricado em série
por um estaleiro específico, oferecendo diferentes opções de preços baseadas em materiais,
acabamentos e equipamentos opcionais. A segunda opção é a construção sob encomenda,
seguindo as especificações do comprador, tornando-o um navio 'fora de série', com um preço por
tonelada esperado mais elevado. Em ambos os casos, é comum que a construção seja
supervisionada por uma sociedade classificadora, garantindo a conformidade com as normas
internacionais e/ou especificações estabelecidas pelo patrocinador, aplicando uma clausula,
garantindo que todos os envolvidos estejam alinhados em relação às expectativas e às exigências
de qualidade e conformidade durante a construção do navio.

Tópicos observados na construção:

 Todas as peças sujeitas a esforços deverão ser de material sem falhas, e seguirem
esquemas de ajustamentos e folgas de acordo com a melhor prática naval;
 Todos os circuitos de fluidos, nomeadamente, de água de refrigeração e de óleo
lubrificante deverão ser cuidadosamente limpos, isentos de oxidação área de fundição;
 Todas as porcas de chumaceiras e de todas as peças movíeis deverão ser frenadas por
pinos, freios outro qualquer meio efectivo.

A presença de vibração em engrenagens redutoras ou maquinaria auxiliar acionada por


engrenagens requer a definição de uma zona crítica e a interdição da operação quando a vibração
atinge um nível considerado anormal. Essas medidas visam garantir a segurança e o bom
funcionamento do equipamento.
Toda a informação relacionada aos eixos que apresentados até agora é retirada dos regulamentos
do "American Bureau of Shipping" (Bureau Americano de Classificação)

Norma:

Portaria 661/70

A Portaria 661/70 é uma regulamentação específica que trata das condições que os veios das
embarcações devem atender. Ela é um documento oficial que estabelece diretrizes e requisitos
técnicos para garantir a segurança, confiabilidade e eficiência dos veios nas embarcações.

Portaria 661/70 de 28 de Dezembro

Havendo necessidade de actualizar as normas sobre construção e vistorias dos veios das
máquinas dos navios e embarcações, que constam das instruções aprovadas pela Portaria 4852,
de 7 de Abril de 1927:

Manda o Governo da República Portuguesa, pelo Ministro da Marinha, o seguinte:

1.º É aprovado o Regulamento sobre as Condições a Que Devem Satisfazer os Veios das
Embarcações, anexo à presente portaria.

2.º Ficam revogadas as Instruções para as Vistorias aos Veios das Máquinas Propulsoras dos
Navios e Embarcações, aprovadas pela Portaria 4852, de 7 de Abril de 1927

É fundamental cumprir com as regulamentações aplicáveis aos veios das embarcações, pois isso
contribui para a segurança marítima, a prevenção de acidentes e a conformidade com as normas
internacionais ou nacionais estabelecidas para a indústria naval.

Equipamentos elétricos
De acordo com a compilação na página 19, algumas diretrizes relacionadas ao equipamento
elétrico em embarcações foram apresentadas. Essas diretrizes visam minimizar os riscos de
avarias causadas pela acumulação de poeira, vapores de óleo ou água, gotejamento de líquidos e
choques mecânicos. Além disso, também são consideradas precauções para evitar a formação de
arcos elétricos em aparelhos e a ventilação adequada desses equipamentos quando há
possibilidade de acúmulo de vapores inflamáveis.

Quanto a cablagem, as especificações visam garantir a qualidade, a segurança e o desempenho


adequado das cablagens utilizadas. O uso de cobre recozido e de alta condutividade proporciona
uma boa condutividade elétrica, enquanto a flexibilidade adequada permite que os cabos sejam
instalados e manuseados com facilidade. A eliminação da exigência de trança para condutores de
secção nominal igual ou inferior a 2,5 mm² simplifica a fabricação desses cabos.

Normas da “Lloyd's Register of Shipping


O Lloyd's Register of Shipping estabelece normas e regulamentos para garantir a segurança, a
confiabilidade e o desempenho adequado das embarcações e de seus componentes. Essas normas
abrangem diversos aspectos, como projeto, construção, materiais, equipamentos, instalações,
manutenção e operação de embarcações.

Ao seguir as normas do Lloyd's Register of Shipping, os fabricantes, operadores e proprietários


de embarcações podem demonstrar que estão cumprindo padrões internacionais de segurança e
qualidade. Isso pode ser especialmente importante para a obtenção de certificações e
classificações que garantem a navegabilidade e a adequação das embarcações para operações
comerciais.

Vistorias periódicas
As vistorias a que um navio é submetido pelos Lloyd's são as seguintes:

 Vistorias anuais (annual Survey);


 Vistorias em doca seca (Docking Survey);
 Reclassificação (Special Survey);
 Vistorias de máquina (Dochinery Survey);
 Vistorias de caldeira (Boiler Survey);
 Vistorias de encanamento de vapor (Speam Pipes Survey);
 Vistorias ao veio de hélice (Screw Shaft Survey);
 Vistorias do sistema de gás inerte (Survey of Inert Gas Systems) e
 Vistorias das instalações frigoríficas (Só a pedido do armador).
As inspeções realizadas pelas autoridades nacionais dos países onde os navios estão
registrados são consideradas aceitáveis para esse propósito. Basta apresentar ao perito do
Lloyd's o Certificado de Segurança de Equipamento, desde que esteja dentro do prazo de
validade. No caso de alterações ou reparos no navio que exponham partes da estrutura ou
chaparia de difícil acesso, é necessário chamar um perito do Lloyd's para realizar a
inspeção.

Reparações e Alterações
Em resumo, o excerto menciona que todas as reparações necessárias para manter a classe do
navio na sociedade devem ser realizadas sob o controle e aprovação do perito representante da
Sociedade. Caso a reparação ocorra em um local sem peritos do Lloyd's, eles devem ser
chamados para inspecionar a reparação assim que possível. Se durante uma vistoria o perito do
Lloyd's considerar uma reparação necessária, seja por avaria ou desgaste, ele notifica o
representante do armador e, se a reparação não for realizada, a sociedade é informada. Além
disso, se um navio classificado na sociedade sofrer avarias significativas que exijam reboque
para um porto, o armador deve notificar a sociedade o mais breve possível. Qualquer alteração
na estrutura, casco, máquina ou equipamento deve ser aprovada pelo Lloyd's e realizada sob a
supervisão de seus peritos

 Um representante do governo português deve acompanhar a montagem completa da


máquina e os ensaios necessários para garantir o perfeito funcionamento.

 Os ensaios estáticos devem verificar a estanqueidade dos órgãos e partes sujeitas a


pressão, como compressores de ar e reservatórios.

 Nos ensaios preliminares de funcionamento, o representante deve prestar atenção especial


à correção do grau de compressão, distribuição de combustível, sistema de regulação,
entre outros aspectos.

 Após os ensaios preliminares, o representante deve examinar diferentes partes da


máquina, como articulações principais e superfícies de esforço em motores.
 As instalações do banco de provas devem reproduzir as condições de funcionamento a
bordo, incluindo alimentação de combustível, circulação de água, lubrificação forçada e
evacuação de gases.

 Um relatório detalhado deve ser feito sobre as provas, incluindo o esquema da instalação
do banco e descrição dos circuitos e dispositivos utilizados.

 A comissão de recepção deve verificar a exatidão dos instrumentos de medição de


consumos e potências, incluindo a verificação dos coeficientes de correção dos freios
utilizados.

 Em caso de medição de potências com o uso de gerador elétrico, o construtor deve


fornecer as curvas ou tabelas de rendimento mecânico para o cálculo da potência efetiva.

Inspeção para a compra de um navio


Durante a inspeção de um navio com o objetivo de compra, é fundamental que o técnico ou
técnicos encarregados analisem e registrem os dados observados de forma detalhada. Esses
dados devem abranger diferentes aspectos do navio, fornecendo informações precisas sobre seu
estado, condições, equipamentos e características relevantes.

 Não deve existir qualquer recomendação nos certificados da sociedade classificadoras;


 Verificar se existem algumas deformações no forro (casco) e estruturas do navio;
 Verificar se existe alguma Indicação de vibrações;
 Deve consulta-se os registos técnicos existentes a bordo;
 Associar os grupos de geradores em paralelo e verificar o funcionamento dos dispositivos
dos seguranças, disparo dos disjuntores por sobre carga e corrente invertida;
 Fazer provas de esgotos das cavernas mais afastadas da casa das máquinas;
 Observa-se o sistema de detecção e combate a incêndios estão de acordo com a solas;
 Verificar se os sobressalentes estão de acordo com as regras da sociedade classificadora;
 Observar o estado geral de conservação.
Frotas
O processo de compra e venda de frotas envolve uma burocracia detalhada e necessária. Nesse
sentido, é importante mencionar um trabalho do superintendente na C.N.N., Lubélio Pereira da
Silva, que gentilmente concedeu sua colaboração ao apresentar um guia prático e imparcial
intitulado "Compra e venda de unidades - Requisitos a observar".

Esse guia oferece informações valiosas sobre os requisitos a serem observados durante o
processo de compra e venda de unidades, fornecendo orientações úteis para aqueles que estão
envolvidos e têm responsabilidades nessa área. Embora tenham sido feitas algumas atualizações
breves no texto original, o trabalho do superintendente fornece uma referência confiável e
esclarecedora para orientar as partes envolvidas nesse tipo de transação.

É importante respeitar e seguir as orientações e requisitos estabelecidos ao lidar com a compra e


venda de frotas, a fim de garantir um processo eficiente e transparente. A colaboração do
superintendente na C.N.N. com seu guia prático é uma contribuição valiosa para aqueles que
estão envolvidos nesse campo.

Análise crítica
Pontos positivos
1. Conteúdo relevante e detalhado: O manual fornece informações compreensíveis e
relevantes para os estudantes, abordando os principais tópicos e conceitos que precisam
ser aprendidos.

2. Organização e estrutura: o manual está bem organizado e possui uma estrutura lógica,
facilitando a navegação e a localização de informações específicas.

Pontos por melhorar


3. Erros ortográficos: Esses erros podem prejudicar a compreensão do conteúdo e a
credibilidade do material. Exemplo de alguns erros: umidade que seria humidade (uma
vez docente Mário Jonas disse nos que devemos usar a antiga ortografia e não a
actualizada); shopping em vez de shipping; Inicio e vez de início; movíeis em vez de
móveis; amercan em vez de american; liqüidos em vez de líquidos; tôpo em vez de topo;
experiencia em vez de experiência; yaquina em vez de máquina; loyd’s em vez de
Lloyd’s; BEREAU VERSITAS em vez de  BUREAU VERITAS. .

4. Ausência de lista de figuras e da enumeração das mesmas.

5. Lista de abreviaturas: nem todas as abreviaturas utilizadas no manual estão inclusas na


lista de abreviaturas como a (C.N.N - Companhia Nacional de Navegação) salientar que
existem abreviaturas que não possuem seus significados como BB, EB, PVC, TAP e
TSF.

6. Organização e estrutura: Avalie se o manual está bem organizado e possui uma estrutura
lógica, facilitando a navegação e a localização de informações específicas. Identifique se
há alguma seção que poderia ser reorganizada ou reestruturada para melhorar a sequência
de aprendizado.

7. Exemplos e exercícios: o manual contém fórmulas matemáticas então, seria óptimo se


houvesse exercícios para os estudantes aplicarem o conhecimento adquirido.

Recomendações
1. Sugiro que tome em consideração os ”pontos por melhorar”.
2. Importante que haja revisão e atualização periódica do manual.
Conclusão
Ao concluir a leitura do manual elaborado pelos engenheiros Chemane e Jonas, pude reconhecer
a sua significativa contribuição para o aprendizado e desenvolvimento dos estudantes. O manual
apresenta uma abordagem detalhada e abrangente dos temas relevantes, oferecendo uma
orientação clara e acessível para o estudo.

Durante a análise crítica do manual, identifiquei pontos positivos, como a profundidade com que
cada tópico é abordado, fornecendo uma compreensão sólida dos conceitos. Além disso, a
organização e a estrutura do manual facilitam a navegação e a busca por informações específicas,
tornando-o um recurso valioso para os estudantes. No entanto, também observei algumas
oportunidades de melhoria. Durante o processo, enfrentei alguns desafios, como a elaboração do
direito comparado.
Referências bibliográficas
Chemane Felizardo & Jonas Mário (2011), Regulamento de Recepção dos Equipamentos.
Maputo

Tretas (s.d) disponível em: https://files.dre.pt/1s/1970/12/29800/19501966.pdf. Acesso aos 3 de


Junho de 2023.

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