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N-2353 DEZ / 90

SEGURANÇA NA INSPEÇÃO,
MANUTENÇÃO E REPARO DE
OLEODUTOS E GASODUTOS
TERRESTRES
Procedimento

Cabe à CONTEC - Subcomissão Autora, a orientação quanto à interpretação do texto


desta Norma. O Órgão da PETROBRAS usuário desta Norma é o responsável pela
adoção e aplicação dos itens da mesma.
Requisito Mandatório: Prescrição estabelecida como a mais adequada e que deve ser
CONTEC utilizada estritamente em conformidade com esta Norma. Uma eventual resolução de
Comissão de Normas não seguí-la ("não-conformidade" com esta Norma) deve ter fundamentos técnico-
Técnicas gerenciais e deve ser aprovada e registrada pelo Órgão da PETROBRAS usuário desta
Norma. É caracterizada pelos verbos: “dever”, “ser”, “exigir”, “determinar” e outros
verbos de caráter impositivo.

Prática Recomendada (não-mandatória): Prescrição que pode ser utilizada nas


condições previstas por esta Norma, mas que admite (e adverte sobre) a possibilidade
de alternativa (não escrita nesta Norma) mais adequada à aplicação específica. A
alternativa adotada deve ser aprovada e registrada pelo Órgão da PETROBRAS usuário
desta Norma. É caracterizada pelos verbos: “recomendar”, “poder”, “sugerir” e
“aconselhar” (verbos de caráter não-impositivo). É indicada pela expressão: [Prática
Recomendada].
SC - 16
Cópias dos registros das "não-conformidades" com esta Norma, que possam contribuir
Segurança Industrial
para o aprimoramento da mesma, devem ser enviadas para a CONTEC - Subcomissão
Autora.

As propostas para revisão desta Norma devem ser enviadas à CONTEC - Subcomissão
Autora, indicando a sua identificação alfanumérica e revisão, o item a ser revisado, a
proposta de redação e a justificativa técnico-econômica. As propostas são apreciadas
durante os trabalhos para alteração desta Norma.

“A presente Norma é titularidade exclusiva da PETRÓLEO BRASILEIRO


S.A. - PETROBRAS, de uso interno na Companhia, e qualquer reprodução
para utilização ou divulgação externa, sem a prévia e expressa autorização
da titular, importa em ato ilícito nos termos da legislação pertinente,
através da qual serão imputadas as responsabilidades cabíveis. A
circulação externa será regulada mediante cláusula própria de Sigilo e
Confidencialidade, nos termos do direito intelectual e propriedade
industrial.”

Apresentação

As normas técnicas PETROBRAS são elaboradas por Grupos de Trabalho –


GTs (formados por especialistas da Companhia e das suas Subsidiárias), são comentadas pelos
Representantes Locais (representantes das Unidades Industriais, Empreendimentos de Engenharia,
Divisões Técnicas e Subsidiárias), são aprovadas pelas Subcomissões Autoras – SCs (formadas por
técnicos de uma mesma especialidade, representando os Órgãos da Companhia e as Subsidiárias) e
aprovadas pelo Plenário da CONTEC (formado pelos representantes das Superintendências dos
Órgãos da Companhia e das suas Subsidiárias, usuários das normas). Uma norma técnica
PETROBRAS está sujeita a revisão em qualquer tempo pela sua Subcomissão Autora e deve ser
reanalisada a cada 5 (cinco) anos para ser revalidada, revisada ou cancelada. As normas técnicas
PETROBRAS são elaboradas em conformidade com a norma PETROBRAS N -1. Para
informações completas sobre as normas técnicas PETROBRAS, ver Catálogo de Normas Técnicas
PETROBRAS.

PROPRIEDADE DA PETROBRAS
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|SEGURANÇA NA INSPEÇÃO, MANUTENÇÃO | N-2353
| E REPARO DE OLEODUTOS E |
| GASODUTOS TERRESTRES | DEZ/1990
| |
| Procedimento |
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1 OBJETIVO

1.1 Esta Norma estabelece as condições de segurança a serem


observadas nos trabalhos de inspeção, manutenção e reparo de
oleodutos e gasodutos terrestres.

1.2 Esta Norma se aplica aos trabalhos executados em dutos que


estejam ou não em operação, para movimentação ou transferência de
quaisquer produtos relacionados com a indústria de petróleo.

1.3 Esta Norma também se aplica aos serviços executados na faixa de


domínio, tais como: escavações, contenção de encostas, drenagens,
abertura de estradas e outras que impliquem em risco de rompimento
das tubulações e danos ao meio ambiente.

1.4 Esta Norma não se aplica aos trabalhos executados em trechos


submersos, tais como as travessias de mangues, lagoas, rios.

2 NORMAS E/OU DOCUMENTOS COMPLEMENTARES


Na aplicação desta Norma é necessário consultar:

Portaria do Ministério do Trabalho no 3214, de 08 de junho de


1978 -Norma Regulamentadora no 18 - Obras de demolição,
construção e reparos;
N-2162 - Permissão para trabalho - Procedimento;
N-2163 - Segurança na soldagem e trepanação em equipamentos de
processo ou dutos em operação - Procedimento;
N-2240 - Pré-operação, operação e manutenção de oleodutos
terrestres - Procedimento;
N-2246 - Pré-operação, operação e manutenção de gasodutos
terrestres - Procedimento;

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Origem: CONTEC - Subcomissão no 16 - Segurança Industrial.
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Linha vertical na margem da página assinala trecho desta Norma
alterado da anterior para a presente revisão. A alteração pode
ser: modificação, inserção ou supressão do trecho.
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Toda Norma é dinâmica, estando sujeita a revisões. Comentários
e sugestões, para seu aprimoramento, devem ser encaminhados à
Comissão de Normas Técnicas da PETROBRAS - CONTEC.
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Palavras-chave: segurança - manutenção - oleoduto - gasoduto.
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N-2344 - Segurança em trabalhos de radiografia industrial -
Procedimento;
N-2349 - Segurança nos trabalhos de soldagem e corte -
Procedimento;
N-2350 - Classificação, armazenamento temporário e transporte de
resíduos industriais e comerciais - Procedimento;
API RP 2209 - Pipe plugging practices.

3 DEFINIÇÕES

Para os efeitos desta Norma são adotadas as definições de 3.1 a 3.4.

3.1 Duto

Conduto fechado destinado ao transporte de fluido sob pressão.

3.2 Raqueteamento

Operação destinada a assegurar estanqueidade em trecho de duto,


através da inserção de raquetes em todos os flanges adjacentes ao
trecho do duto em questão (linha tronco e ramais).

3.3 Corrente de fuga

Corrente elétrica que circula no oleoduto gerada por fonte externa.

3.4 Faixa de domínio

Área de terreno de largura definida em projeto, ao longo da diretriz


do duto, destinada à sua construção e manutenção.

4 MEDIDAS PRELIMINARES

4.1 Planejamento

Qualquer trabalho de inspeção, manutenção ou reparo deve ser


precedido de um planejamento, de modo a serem detalhadas todas as
suas etapas, que são as seguintes:

a) definir os procedimentos operacionais necessários ao


condicionamento e/ou liberação do duto. Tais procedimentos
podem constituir em: interrupção de operação, bloqueio de
válvulas, raqueteamento, drenagem, lavagem, remoção de
resíduos ou, ainda, alterações nas condições operacionais
(redução de pressão, troca de produto, etc);
b) definir os procedimentos de execução dos trabalhos;
c) definir as atribuições dos órgãos operacionais envolvidos nos
procedimentos citados em 4.1 a) e b);
d) definir os responsáveis em cada etapa dos serviços;

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e) elaborar um plano de emergência específico que contemple o
atendimento de acidentados, proteção a terceiros e ao meio
ambiente em caso de vazamento, seguido ou não de incêndio,
desmoronamento, etc., abordando todos os aspectos de
prevenção e controle de emergência citados em 8.1;
f) planejar para que não ocorra a simultaneidade dos trabalhos
de drenagem e solda ao duto quando realizados por equipes
diferentes.

4.2 Treinamento de pessoal

4.2.1 Todo profissional envolvido neste tipo de trabalho deve estar


habilitado ao exercício de sua respectiva função.

4.2.2 Devem ser realizados treinamentos de integração e reciclagem


das equipes envolvidas na inspeção, manutenção e reparo de dutos,
consistindo no mínimo de: uso de equipamento de proteção individual e
coletivo, combate a incêndio, controle de vazamentos, primeiros
socorros, permissão para trabalho e riscos gerais envolvidos neste
tipo de trabalho.

4.3 Comunicações

Durante todo o tempo de execução de um trabalho, a equipe responsável


deve ficar em contato permanente, via rádio, com os órgãos
operacionais envolvidos.

4.4 Principais acessos e bloqueios

As equipes de manutenção e segurança do órgão responsável pela


operação do oleoduto ou gasoduto, bem como as equipes de outros
órgãos operacionais da região devem conhecer os acessos às válvulas
de bloqueio dos dutos, as travessias de mananciais importantes e
localidades povoadas próximas à faixa do duto. Estas informações
devem constar de um documento a ser mantido no local do trabalho.

5 CONDIÇÕES PARA O INÍCIO DOS TRABALHOS

5.1 Os trabalhos só devem ser iniciados após terem sido atendidas,


pelo menos, as seguintes providências:

a) certificar-se da existência, no local de trabalho, do


procedimento de sua execução, conforme item 4.1 b), do plano
de emergência referido em 4.1 e) e dos equipamentos e
materiais neles relacionados;
b) desativar as estações retificadoras mais próximas ao trecho a
ser reparado, mantendo a continuidade elétrica do duto;
c) efetuar aterramento provisório, se detectada corrente de fuga
de alta intensidade;
d) proceder, em dutos enterrados, à locação topográfica de cada
trecho objeto do serviço;

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e) certificar-se do real posicionamento (eixo e cota) do duto na
faixa de domínio;
f) certificar-se de que o duto está nas condições operacionais
estabelecidas para a execução do trabalho, quais sejam:
redução de pressão, manutenção da velocidade de escoamento
adequada ou parada total;
g) identificar os trechos com cintas, tarjas, etiquetas, etc., a
fim de evitar equívoco com dutos vizinhos, durante os
serviços;
h) bloquear ou raquetear as válvulas de bloqueio necessárias para
a segurança do trabalho, no caso de parada total;
i) os alívios térmicos e/ou outras conexões devem ser
desconectadas plugueadas;
j) isolar e sinalizar o local do trabalho de forma a proteger os
executantes e as circunvizinhanças;
l) solicitar uma permissão para trabalho, emitida conforme
N-2162.

6 EXECUÇÃO DOS TRABALHOS

6.1 Os trabalhos de inspeção, manutenção e reparos de rotina devem


ser executados à luz do dia. Em casos de emergência ou dentro das
áreas de órgãos operacionais, esses trabalhos podem ser realizados à
noite, desde que atendidas as condições de segurança aplicáveis a
trabalho noturno.

6.2 As escavações devem ser executadas como disposto na NR-18 da


Portaria 3214 do Ministério do Trabalho.

6.3 O seccionamento de duto para substituição de um tramo ou trecho


de duto deve ser executado a frio.

6.4 O corte a quente de duto pode ser permitido nos casos de


desmonte após a limpeza total da linha, eliminação dos vapores
residuais e abertura das extremidades do trecho a ser cortado.

6.5 No seccionamento de duto, devem-se tomar precauções quanto ao


risco de ruptura brusca provocada por tensões originadas na montagem,
deslocamento do terreno, queda de suporte, etc.

6.5.1 Deve ser promovida a continuidade elétrica entre os trechos a


serem seccionados.

6.5.2 Deve ser promovida a equalização de pressão à atmosférica nos


trechos a serem seccionados, imediatamente antes da realização da
soldagem.

6.6 Os serviços de soldagem ou trepanação do duto em operação devem


obedecer às normas N-2163 e N-2349.

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6.7 Os preparativos para a execução de solda de topo circunferencial
devem adotar uma das seguintes providências:

a) lavagem e inertização do duto;


b) lavagem de duto e vedação do mesmo, próximo ao local de
soldagem, através de barreiras de betonita ou argila;
c) introdução de esfera inflável nos dutos dotados de
lançador/recebedor de esferas (“Scraper Trap”). Neste caso,
dispensa-se a lavagem do duto, exceto nas extremidades a
serem soldadas e devem-se observar os critérios recomendados
na API RP 2209.

6.8 Qualquer movimentação de duto em operação que envolver o uso de


equipamento tais como macacos, alavancas, guindastes deve ser
executada com bombeio paralisado.

6.9 Os trabalhos de inspeção, manutenção e reparos de gasodutos e/ou


oleodutos terrestres devem ser executados, respectivamente, de acordo
com as normas N-2246 e N-2240.

7 CONDIÇÕES GERAIS

7.1 Controle de fontes de ignição

7.1.1 O planejamento do trabalho deve considerar as situações onde é


obrigatório o uso de equipamento elétrico classificado.

7.1.2 Deve ser realizada medição periódica das condições de


explosividade no interior da vala.

7.1.3 Deve ser estabelecido um local apropriado para a prática do


fumo.

7.1.4 Motores de combustão interna, motores elétricos não


classificados, sistemas de iluminação, etc., devem estar dispostos a
uma distância segura do local do trabalho, considerando-se também,
neste caso, a direção predominante do vento.

7.1.5 A aproximação de viaturas do local do trabalho deve ser


realziada considerando-se o disposto em 7.1.4.

7.1.6 Ocorrendo vazamento, não é permitido o uso de luminárias que


não sejam à prova de explosão e ferramentas elétricas portáteis não
classificadas, sendo permitido exclusivamente o uso de ferramentas
pneumáticas.

7.1.7 A drenagem e/ou recolhimento de produto vazado deve ser


executada, sempre que possível, com bomba pneumática ou caminhão
vácuo, considerando o disposto na seção 7.3.

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7.2 Condições da vala

O leito da vala deve ser mantido drenado e limpo.

7.3 Recolhimento de produto vazado

7.3.1 Devem ser previstas facilidades para o recolhimento,


condicionamento e transporte de produto vazado e resíduos, conforme a
N-2350.

7.4 Radioproteção

7.4.1 Os trabalhos de radiografia (raios x ou gamagrafia) devem ser


planejados e executados atendendo os requisitos estabelecidos na
N-2344.

7.5 Trabalho sob rede de alta tensão

7.5.1 Trabalhos sob redes de alta tensão devem ser realizados com o
trecho de duto e os equipamentos com lança aterrados.

7.6 Preparo da superfície com jato abrasivo

7.6.1 O preparo de superfície com jato abrasivo deve ser realizado


após a medição de espessura da parede do duto e avaliação do valor
encontrado.

8 PREVENÇÃO E CONTROLE DE EMERGÊNCIA

8.1 A hipótese de vazamentos acidentais durante a execução dos


trabalhos deve ser considerada, sendo necessária a elaboração de
procedimentos preventivos e de controle e combate à emergência.
Dentre outras, devem ser contempladas as seguintes medidas:

a) notificar as autoridades municipais, estaduais e federais


competentes. Para tanto, deve ser mantida atualizada a
relação dos endereços e telefones das mesmas;
b) controlar ou interromper o tráfego rodoviário;
c) isolar a área para pedestres e moradores vizinhos;
d) estimar a área afetada pelo vazamento;
e) evacuar as habitações próximas ao local dos trabalhos;
f) desenergizar as redes elétricas aéreas e subterrâneas;
g) prever recursos de apoio, tais como: equipamentos de
terraplenagem; construção de obras de contenção provisórias
(barragens, diques, valas); barreiras para contenção de óleo
na água; caminhões a vácuo, bombas de sucção, caminhões
tanque; equipamentos para combate a incêndio; equipamentos de
proteção individual e coletiva; equipamentos para primeiros
socorros e atendimento a acidentados;
h) proteger e recompor o meio ambiente.

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