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N-2768 REV. A 12 / 2018

Segurança em Operações de Perfuração


de Poços

Procedimento

Cabe à CONTEC - Subcomissão Autora, a orientação quanto à interpretação do


texto desta Norma. A Unidade da PETROBRAS usuária desta Norma é a
responsável pela adoção e aplicação das suas seções, subseções e
enumerações.

Requisito Técnico: Prescrição estabelecida como a mais adequada e que


CONTEC deve ser utilizada estritamente em conformidade com esta Norma. Uma
eventual resolução de não segui-la (“não-conformidade” com esta Norma) deve
Comissão de Normalização ter fundamentos técnico-gerenciais e deve ser aprovada e registrada pela
Técnica Unidade da PETROBRAS usuária desta Norma. É caracterizada por verbos de
caráter impositivo.

Prática Recomendada: Prescrição que pode ser utilizada nas condições


previstas por esta Norma, mas que admite (e adverte sobre) a possibilidade de
alternativa (não escrita nesta Norma) mais adequada à aplicação específica. A
alternativa adotada deve ser aprovada e registrada pela Unidade da
PETROBRAS usuária desta Norma. É caracterizada por verbos de caráter
não-impositivo. É indicada pela expressão: [Prática Recomendada].

Cópias dos registros das “não-conformidades” com esta Norma, que possam
contribuir para o seu aprimoramento, devem ser enviadas para a
SC - 37 CONTEC - Subcomissão Autora.

Segurança de Poços As propostas para revisão desta Norma devem ser enviadas à CONTEC -
Subcomissão Autora, indicando a sua identificação alfanumérica e revisão, a
seção, subseção e enumeração a ser revisada, a proposta de redação e a
justificativa técnico-econômica. As propostas são apreciadas durante os
trabalhos para alteração desta Norma.

“A presente Norma é titularidade exclusiva da PETRÓLEO BRASILEIRO


S. A. - PETROBRAS, de aplicação interna na PETROBRAS e Subsidiárias,
devendo ser usada pelos seus fornecedores de bens e serviços,
conveniados ou similares conforme as condições estabelecidas em
Licitação, Contrato, Convênio ou similar.
A utilização desta Norma por outras empresas/entidades/órgãos
governamentais e pessoas físicas é de responsabilidade exclusiva dos
próprios usuários.”

Apresentação
As Normas Técnicas PETROBRAS são elaboradas por Grupos de Trabalho -
GT (formados por Técnicos Colaboradores especialistas da Companhia e de suas Subsidiárias), são
comentadas pelas Unidades da Companhia e por suas Subsidiárias, são aprovadas pelas
Subcomissões Autoras - SC (formadas por técnicos de uma mesma especialidade, representando as
Unidades da Companhia e as Subsidiárias) e homologadas pelo Núcleo Executivo (formado pelos
representantes das Unidades da Companhia e das Subsidiárias). Uma Norma Técnica PETROBRAS
está sujeita a revisão em qualquer tempo pela sua Subcomissão Autora e deve ser reanalisada a cada
5 anos para ser revalidada, revisada ou cancelada. As Normas Técnicas PETROBRAS são elaboradas
em conformidade com a Norma Técnica PETROBRAS N-1. Para informações completas sobre as
Normas Técnicas PETROBRAS, ver Catálogo de Normas Técnicas PETROBRAS.

PROPRIEDADE DA PETROBRAS 35 páginas e GT


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1 Escopo

1.1 Esta Norma estabelece os requisitos mínimos de segurança para operações de perfuração
terrestres e marítimas.

1.2 Esta Norma se aplica às operações de perfuração em poços terrestres e marítimos, iniciadas a
partir da data de sua edição.

1.3 Esta norma contém requisitos comuns e específicos para as operações de perfuração de poços
terrestres e marítimos, claramente identificados nos casos específicos.

1.4 Na perfuração de poços com gerenciamento de pressão (MPD) devem ser seguidas além do
disposto nesta Norma, os padrões corporativos pertinentes a perfuração de poços com o uso desta
técnica.

1.5 Devem ser consultadas normas e recomendações complementares para operações não
abordadas nesta Norma, tais como:

a) perfuração de poços multilaterais;


b) perfuração de poços em sondas flutuantes com BOP de superfície;
c) perfuração de poços com “coiled tubing”;
d) perfuração de poços “slim hole”;
e) perfuração de poços em áreas com injeção de vapor.

1.6 Esta Norma contém Requisitos Técnicos e Práticas Recomendadas.

2 Referências Normativas

Os documentos relacionados a seguir são indispensáveis à aplicação deste documento. Para


referências datadas, aplicam-se somente as edições citadas. Para referências não datadas,
aplicam-se as edições mais recentes dos referidos documentos.
o
Norma Regulamentadora n 15 (NR-15) - Atividades e Operações Insalubres;

Agência Nacional de Petróleo (ANP) - Resolução 46 de 01/10/2016 que implanta o Sistema


de Gerenciamento da Integridade de Poços de Petróleo e Gás Natural (SGIP);

PETROBRAS N-2093 - Prevenção e Controle de “Blowout”;

PETROBRAS N-2644 - Plano de Resposta a Emergências;

PETROBRAS N-2752 - Segurança de Poço para Projetos de Perfuração de Poços


Marítimos;

PETROBRAS N-2753 - Recursos Críticos em Segurança de Poço: Equipamentos e


Capacitação de Pessoal;

ABNT NBR 7500 - Identificação para o transporte terrestre, manuseio, movimentação e


armazenamento de produtos;

Instituto Brasileiro de Petróleo (IBP) - Caderno de Boas Práticas de E&P: Diretrizes para
Abandono de Poços;

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3 Termos e Definições

Para os propósitos desta Norma são adotadas as definições indicadas abaixo.

3.1
área controlada
área onde não pode haver presença de pessoas não autorizadas, nem fontes de ignição estranhas às
operações

3.2
Árvore de Natal Convencional (ANC)
conjunto de válvulas, instalado em poços terrestres ou poços marítimos de completação seca, utilizado
para controle dos fluidos produzidos e/ou injetados e para fechamento do poço por motivos
operacionais, de manutenção ou segurança

3.3
Árvore de Natal Molhada (ANM)
conjunto de válvulas, instalado em poços marítimos, situado no assoalho marinho, utilizado para
controle dos fluidos produzidos e/ou injetados e para fechamento do poço por motivos operacionais,
de manutenção ou segurança

3.4
“blowout”
fluxo descontrolado de fluidos de uma formação exposta no interior do poço para a atmosfera, fundo
do mar ou outra formação (“underground blowout”)

3.5
BOP (“Blowout Preventer”)
dispositivo de segurança que permite o fechamento do poço

3.6
capacidade selante
propriedade do fluido em formar um reboco filtrante na parede do poço

3.7
Conjunto Solidário de Barreiras (CSB)
conjunto de um ou mais elementos com o objetivo de impedir o fluxo não intencional de fluidos da
formação para o meio externo e entre intervalos no poço, considerando todos os caminhos possíveis

NOTA Os caminhos possíveis incluem o anular dos revestimentos e a rocha.

3.8
desconexão emergencial
desconexão resultante do desacoplamento não programado da sonda do poço, motivado pela
presença de um risco operacional maior caso a sonda permaneça conectada, onde haja programação
de retorno definida. São exemplos de desconexão emergencial: desconexão decorrente de “blackout”,
desconexão do LMRP por perda de posição da embarcação, dentre outros

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3.9
desconexão operacional
desconexão resultante do desacoplamento programado quando um ou mais equipamentos (BOP,
BAP, ANM, ANC, etc.) são desconectados do poço, mas há previsão de continuidade operacional
(reconexão) sem a saída de sonda da locação. São exemplos de desconexão operacional: retirada de
BOP para instalação de BAP e subsequente recolocação de BOP, retirada de BOP para instalação
subsequente de Árvore de Natal, retirada de Árvore de Natal para instalação subsequente de BOP,
substituição de cabeça de produção, retirada de BOP para substituição/retirada de BAP, dentre outros

3.10
“diverter”
equipamento utilizado nas sondas/plataformas de petróleo cuja função é direcionar o fluido
proveniente do poço para fora da mesa rotativa, evitando que o mesmo atinja a plataforma de
operações e coloque em risco a segurança das pessoas

3.11
elemento de CSB
separação física apta a conter ou isolar os fluidos dos diferentes intervalos permeáveis, podendo ser:

a) líquida: coluna de líquido à frente de um determinado intervalo permeável, provendo


pressão hidrostática suficiente para impedir o fluxo de fluido do intervalo em questão
para o poço e que esteja monitorada e verificada, salvo exceções explicitadas nesta
Norma
b) sólida consolidada: separação que não se deteriora com o tempo, podendo ser
constituída de um dos seguintes elementos:
- tampões de cimento ou outros materiais de características físicas similares;
- revestimentos cimentados;
- anulares cimentados entre revestimentos;
c) sólida mecânica: separação considerada como temporária, podendo ser constituída de
um dos seguintes elementos:
- tampão mecânico permanente (“bridge plug” permanente);
- tampão mecânico recuperável (“bridge plug” recuperável);
- retentor de cimento (“cement retainer”);
- obturadores (“packers”), de qualquer natureza;
- válvulas de segurança do interior da coluna de produção;
- tampões mecânicos do interior da coluna de produção;
- equipamentos de cabeça de poço.

3.12
elipse de incertezas
figura que define os limites no qual um poço pode estar posicionado, devido aos erros de cálculo de
coordenadas de sua trajetória, gerados principalmente pela falta de exatidão dos instrumentos de
medição de inclinação e direção

3.13
embarcação DP (“Dynamic Positioned”)
embarcação capaz de controlar sua posição sobre a locação ou “alvo” pré-definido de forma
automática, utilizando exclusivamente as forças de empuxo geradas por um sistema de propulsão,
sem auxílio externo ou vínculo com o fundo do mar, contrapondo-se continuamente à resultante das
forças ambientais

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3.14
Equipamentos do Sistema de Controle de Poço ou Sistema BOP (ESCP)
conjunto de equipamentos utilizados na prevenção e controle de influxos (“kicks”) tais como: conjunto
BOP, “choke manifold” e linhas, separador atmosférico, desgaseificador, válvulas de segurança de
coluna, “inside BOP”, tanque de manobra e instrumentos de detecção de “kick” e de controle de
volumes

3.15
fator de separação
razão entre a distância centro a centro dos poços e a soma das incertezas do mapeamento numa
determinada profundidade medida

3.16
ferramenta LWD (“Logging While Drilling”)
conjunto de ferramenta de perfilagem descida junto ao BHA na coluna de perfuração

3.17
“fingerprint”
operação de circulação, normalmente realizada a poço revestido para estabelecer o comportamento
do fluido de perfuração devido à expansão quando submetido a temperatura de fundo do poço e/ou a
contra-pressão quando do uso com MDP

3.18
“flow check” (teste do poço ao fluxo)
teste realizado com o poço em condição estática (bombas desligadas), com o mesmo alinhado para o
tanque de manobra (“trip tank”) para verificar se está com influxo (“kick”)

3.19
“hang off”
operação em que parte do peso da coluna de perfuração/trabalho abaixo do BOP é suportada na
gaveta de tubos apropriada para o diâmetro de tubo

3.20
“kick”
influxo indesejado de fluidos da formação para o interior do poço

3.21
Lâmina D’Água (LA)
distância vertical entre a superfície e o fundo do mar:

a) rasa quando LA for menor ou igual a 300 m;


b) profunda quando LA for maior que 300 m e menor ou igual a 1 500 m;
c) ultra profunda quando LA for maior que 1 500 m.

3.22
margem de pressão de poros
diferença entre o máximo peso específico equivalente de pressão de poros permitido para uma fase do
poço (determinado pela teoria da tolerância ao “kick”) e o peso específico equivalente de pressão de
poros, encontrado em uma profundidade qualquer desta fase

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3.23
Margem de Segurança de “riser” (MSR)
margem adicional ao valor da massa específica equivalente da pressão de poros, no
dimensionamento da massa específica do fluido, para manter o poço em equilíbrio hidrostático
no caso de uma desconexão de emergência em que o BOP não vede

3.24
Máxima Pressão Esperada na Cabeça de Poço (MAPECAB)
máxima pressão esperada na cabeça de poço (para poços submarinos), calculada conforme
especificado na norma PETROBRAS N-2752

3.25
Máxima Pressão Esperada na Superfície (MAPES)
máxima pressão esperada na superfície (para poços terrestres e de completação seca), calculada
conforme especificado na norma PETROBRAS N-2752

3.26
método do sondador
método de controle de poço durante a perfuração onde o influxo (“kick”) é circulado em duas etapas,
sendo a primeira para retirada do influxo do poço efetuado com o fluido original, mantendo pressão de
fundo constante. A seguir é efetuada a segunda circulação com o novo fluido que amortece o poço

3.27
“Managed Pressure Drilling” (MPD)
sistema de perfuração com gerenciamento de pressão no anular do poço

3.28
nivel de radiação ambiental ou radiação de fundo ou “background”
nível de radiação que ocorre naturalmente devido aos elementos radioativos presentes na natureza

3.29
operação crítica
operação que apresenta direta ou indiretamente grande risco operacional (como a perda do poço), de
poluição ambiental, contaminação de reservatórios, ocorrência de um “blowout” ou alto risco à
integridade física das pessoas

3.30
operações simultâneas
atividades de perfuração, completação, restauração e produção, que estejam ocorrendo
simultaneamente em uma instalação ou áreas muito próximas

3.31
perda severa
perda cuja a vazão necessária para manter o nível dinâmico na mesa rotativa é menor que a
capacidade máxima de bombeio da sonda, e a continuidade das operações sem a redução da perda
compromete a segurança operacional por redução do estoque de fluido na sonda

3.32
perda total
Perda cuja vazão necessária para manter o nível dinâmico na mesa rotativa é superior à capacidade
máxima de bombeio da sonda, não havendo retorno de fluido na superfície

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3.33
perfilagem “tool-pusher”
operação de perfilagem, na qual os perfis são descidos no poço com o uso de coluna de perfuração

3.34
plano de proteção radiológica
conjunto de procedimentos que possuem instruções para a proteção de pessoas e meio ambiente da
radiação ionizante, tanto em operação normal como em situações de emergência

3.35
Poço de Alta Pressão e de Alta Temperatura – HTHP
poço com MAPES/MAPECAB entre 10.000 e 15.000 psi ou gradiente de pressão entre 15,3 e 18 ppg e
temperatura estática de fundo entre 300 e 400°F ou temperatura estática/dinâmica na profundidade do
BOP entre 170°F e 250°F, o que for mais restritivo

3.36
Poço de Super Alta Pressão e Super AltaTemperatura – Super HTHP
poço com MAPES/MAPECAB entre 15.000 e 20.000 psi ou gradiente de pressão entre 18 e 21 ppg e
temperatura estática de fundo entre 400 e 500°F ou temperatura estática/dinâmica na profundidade do
BOP entre 250°F e 350°F, o que for mais restritivo

3.37
Poço de Ultra Alta Pressão e Ultra Alta Temperatura – Ultra HTHP
poço com MAPES/MAPECAB acima de 20.000 psi ou gradiente de pressão superior a 21 ppg e
temperatura estática de fundo acima de 500 °F ou temperatura estática/dinâmica na profundidade do
BOP superior a 350°F, o que for mais restritivo

3.38
procedimentos operacionais para casos de emergência
estabelecem medidas a serem adotadas nas operações de perfuração quando da ocorrência de
emergências

3.39
“Pressure While Drilling” (PWD)
equipamentos de coluna de perfuração que monitoram e reportam em tempo real os parâmetros de
pressões de fundo durante a perfuração

3.40
“Remotely Operated Vehicle” (ROV)
mini-submarino operado remotamente equipado com câmeras e braços mecânicos, utilizado na
construção de poços submarinos

3.41
separador de gás do “riser”
separador do tipo atmosférico utilizado para a separação do gás proveniente do “riser”

3.42
“shallow hazards”
presença de hidrocarboneto (HC), hidrato ou água com gradiente de pressão de poros superior
ao gradiente de pressão hidrostática da água do mar, em formações sedimentares nas
profundidades rasas. Não são zonas de interesse para produção

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3.43
sistema de proteção respiratória
são definidos 3 tipos para efeito desta Norma conforme 3.43.1 a 3.43.3

3.43.1
aparelho autônomo de proteção respiratória
aparelho que permite ao usuário respirar independentemente da atmosfera ambiente e de qualquer
aparato fixo

3.43.2
aparelho de adução de ar
equipamento constituído de peça facial interligada por meio de mangueira ao sistema de fornecimento
de ar, que pode ser obtido por simples depressão respiratória; forçada por meio de ventoinha ou
similar e ar comprimido por compressor ou cilindros de ar comprimido

3.43.3
respirador ou máscara de fuga
aparelho que protege o usuário contra a inalação de atmosferas perigosas em situações de
emergência, com risco à vida ou à saúde, durante o escape

3.44
Sistema Flutuante de Produção, Armazenamento e Alívio (“Floating Production Storage and
Offloading Unit”) - FPSO
embarcação com capacidade para processamento e armazenamento de petróleo, e posterior
descarregamento para um navio-aliviador (“shuttle tanker”)

3.45
Sistema Flutuante de Armazenamento e Alívio (“Floating Storage and Offloading Unit”) - FSO
embarcação com capacidade para armazenamento de petróleo, e posterior descarregamento para um
navio-aliviador (“shuttle tanker”)

3.46
“stripping”
manobra de descida (“stripping-in”) ou retirada (“stripping-out”) de coluna pelo BOP fechado e com
pressão no poço

3.47
teste de integridade da formação (“Formation Integrity Test”/FIT)
teste para verificar a resistência a fratura da formação mais frágil abaixo da sapata, limitado a um valor
de pressão pré-definido, menor que o valor esperado da pressão de absorção.

3.48
“tie-back”
reconexão do revestimento: pode ser do “liner” até a cabeça do poço, “tie-back” do “liner”, ou pode ser
da cabeça do poço submarino ao “moon-pool” da plataforma auto-elevatória, “tie-back” do “riser”

3.49
tolerância ao “kick”
máxima pressão de poros equivalente (lb/gal) que pode gerar um “kick” com o fluido em uso, de
volume e densidade definidos, sem fraturar a formação mais fraca exposta imediatamente após o
fechamento do poço

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3.50
“Trenzinhos de Alívio” FPSO/FSO
denominação da configuração “em tandem” de um FPSO (ou monobóia) mais cabo de atracação
(“hawser”), mais navio aliviador (“shuttle tanker”), mais cabo de reboque, mais rebocador “puxador”,
representado nos mapas de restrições pelo raio de influência do “trenzinho de alívio” FPSO/FSO
(“Floating Production Storage and Offloading Unit / Floating Storage and Offloading Unit”)

3.51
UPS (“Uninterruptible Power Supply”)
sistema dotado de um conjunto de baterias que fornece energia elétrica ao sistema de controle dos
equipamentos quando houver queda de energia do sistema primário da sonda

3.52
Válvulas de Segurança Interna de Coluna
válvulas utilizadas para o fechamento do interior das colunas de trabalho, com as seguintes
finalidades:

a) prevenir ocorrência de “blowout” pelo interior da coluna (válvula de segurança de


coluna);
b) proteger os equipamentos de baixa pressão do sistema de circulação da sonda (válvula
de segurança de coluna, válvulas do “kelly” ou do “top drive”);
c) possibilitar a realização de operação de “stripping” (“inside-BOP” ou “drop-in check
valve”).

4 Requisitos Gerais

4.1 A análise de todos os aspectos relacionados com a sonda e as operações que devem ser
executadas é considerada essencial, especialmente nos assuntos que envolvem segurança
operacional e proteção ao meio ambiente, inclusive elementos de CSB do poço.

4.2 Na perfuração de poços com possibilidade de presença ou em zonas portadoras de Gás Sulfídrico
(H2S), seguir as recomendações referentes estas situações citadas nesta Norma.

4.3 Devem ser realizadas reuniões de segurança antes do início de cada operação crítica, com todos
os envolvidos tendo por objetivo a conscientização quanto aos aspectos de segurança pessoal e
operacional desta operação. Estas reuniões devem ter lista de presença e ser registrada em sistema
(s) corporativo (s) da PETROBRAS.

4.4 Se houver mudanças no projeto, durante a execução do poço, que impliquem na redução da
segurança operacional e de segurança do meio ambiente, as alterações devem seguir os preceitos e
padrões de gestão de mudança existentes, com registro das alterações propostas e dos riscos
envolvidos, antes do prosseguimento das operações.

4.5 Assegurar que todas as aprovações de órgãos reguladores sejam obtidas antes de iniciar as
operações e que todas as licenças necessárias estejam disponíveis.

4.6 Disponibilizar na cabine do sondador, no escritório do fiscal e/ou encarregado da sonda (OIM), um
diagrama esquemático mostrando no mínimo:

a) arranjo do BOP com a indicação da gaveta de “hang off” e sua capacidade de carga;
b) distância entre a mesa rotativa e os componentes do BOP e a cabeça do poço;
c) distância entre as gavetas e os preventores anulares.

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4.7 Disponibilizar na cabine do sondador, tabela ou gráfico das pressões de acionamento do


preventor anular para operações de “stripping”, quando disponibilizados pelos fabricantes.

4.8 Em poços de uma mesma unidade marítima (“template” físico ou virtual) e/ou em poços com
trajetórias muito próximas, durante a perfuração do poço deve ser estabelecida uma zona de
segurança ao redor de toda a trajetória do poço, de forma que:

a) do nível do piso da sonda até o leito marinho esta zona tenha um raio maior
que o espaçamento entre poços; quando este espaçamento não for igual nas duas
direções, o raio deve ser maior do que a maior dimensão (ver Figura 1 abaixo);
b) abaixo do leito marinho esta zona tenha um raio maior do que o espaçamento entre
poços (ver sub-item acima) ou 1,5 % da profundidade vertical abaixo do leito marinho, o
que for maior.

4.8.1 Não são permitidas operações simultâneas dentro desta zona de segurança. Os poços em
produção dentro desta zona devem ser fechados.

Figura 1 - Exemplificação de Poços Vizinhos

4.9 As unidades de perfuração devem dispor dos equipamentos de detecção de “kicks” em pleno
funcionamento, conforme especificado na Norma PETROBRAS N-2753.

4.9.1 Além dos equipamentos citados na Norma PETROBRAS N-2753, devem dispor dos
equipamentos mínimos necessários para a detecção de “kick”:

a) registrador de taxa de penetração;


b) medidor de pressão e velocidade das bombas de lama;
c) detector de gases, inclusive H2S;
d) balança densimétrica.

4.10 A cada mudança de locação, medir e registrar a eficiência volumétrica das bombas de fluido de
perfuração.

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NOTA A eficiência volumétrica é de fundamental importância para o controle do “kick”, assim sendo
havendo suspeita de variação da eficiência volumétrica, deve ser efetuada uma nova
medição.

4.11 Todas as unidades de perfuração em poços marítimos devem ser dotadas de sistema fixo de
detecção de H2S, com sensores distribuídos nos seguintes locais:

a) plataforma de perfuração;
b) peneiras;
c) tanques de lama;
d) sala de bombas de lama;
e) linha de retorno do fluido de perfuração do poço (“bell nipple”);
f) convés inferior do BOP ou convés mais inferior da sonda/plataforma (“moon pool”);
g) sistema de admissão de ar para as acomodações;
h) sistema de admissão de ar para os compressores de ar de serviço.

4.12 Todas as unidades de perfuração em poços terrestres devem ser dotadas de sistema fixo de
detecção de H2S, com sensores distribuídos nos seguintes locais:

a) plataforma de perfuração;
b) peneiras;
c) subestrutura da sonda.

4.13 Os registros de teste de pressão (linhas e equipamentos) devem estar válidos de acordo com o
plano de manutenção da unidade.

4.14 Adotar planilha padrão de controle de poço cujos dados referentes às informações prévias
devem ser mantidos atualizados.

4.15 Antes do início do poço, deve ser verificado o alinhamento do plano de emergência da unidade
de perfuração com o plano de emergência local, conforme estabelecido no projeto de perfuração.

4.16 Sempre que o BOP for fechado o “riser” deve ser monitorado pelo tanque de manobra, exceto
nos casos de utilização de sistemas MPD em que o monitoramento é efetuado pelo próprio sistema
MPD.

4.17 Dispor de procedimento para lidar com gás residual abaixo do BOP para sua abertura, após
circulação de “kick” ou reconexão após desconexão de emergência (poços com BOP submarino).

5 Locações de Poços com a possibilidade ou presença de gás sulfídrico (H2S)

5.1 Verificar se os componentes (materiais, equipamentos, etc.) da unidade estão atendendo ao


estabelecido no projeto da perfuração conforme Norma PETROBRAS N-2752.

5.2 A unidade deve ser posicionada sempre que possível com seus componentes distribuídos sobre a
locação, tal que a direção predominante dos ventos disperse os gases das áreas de cabeça
de poço, “choke manifold”, queimadores, separadores, tanques de lama, peneiras,
desgaseificadores e diques de lama, para longe de fontes potenciais de ignição e locais
permanentemente habitados.

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5.3 Locações ou Unidades com Limites não Confinados

5.3.1 Possuir no mínimo, 2 rotas/acessos de emergência distintos para escape das pessoas,
posicionados estrategicamente em relação à direção predominante dos ventos.

5.3.2 Os acessos devem possuir barreiras, localizadas nos limites da área controlada, contendo
sinalização de advertência apropriada, desde o início até o final da perfuração do poço.

5.3.3 Possuir, no mínimo, 2 áreas de proteção (centros de reunião) distintas, uma posicionada contra
a direção predominante dos ventos e a outra perpendicularmente a esta direção.

5.3.4 Instalar indicadores de direção dos ventos (birutas), em locais visíveis relativamente às áreas de
operação e de proteção. Exemplos de localizações possíveis: topo da torre/mastro, áreas de reunião,
polos verticais no redor da locação, acessos. Pelo menos 2 indicadores de direção dos ventos devem
ser iluminados.

5.3.5 Utilizar sistemas ventilação forçada, durante a perfuração das fases/zonas com alta
probabilidade/expectativa ou presença de H2S nas seguintes áreas:

a) plataforma de perfuração;
b) peneiras de lama;
c) tanques de lama;
d) outras áreas onde se julgar conveniente conforme APRI.

5.4 Locações ou Unidades com Limites Confinados

Além dos procedimentos descritos no 5.3, aplicam-se também os procedimentos descritos em 5.4.1 a
5.4.3.

5.4.1 Em unidades marítimas, o heliponto, a sala de recreação, o restaurante e a proa da unidade


podem ser consideradas no estudo de localização das áreas de proteção (centros de reunião).

5.4.2 A sinalização de advertência e os indicadores de direção dos ventos devem ser visíveis também
a partir de embarcações e aeronaves.

5.4.3 Em unidades marítimas, a utilização de sistemas de ventilação forçada deve ser obrigatória nas
áreas de localização das peneiras, tanques de lama e unidades “mud logging”.

NOTA As Figuras C.1 e C.2 do Anexo C exemplificam a distribuição dos equipamentos em locações
terrestres e “offshore” com limites confinados.

6 Elementos de Conjunto Solidário de Barreiras (CSB)

6.1 Atender os critérios de elementos de CSB mencionados na Norma PETROBRAS N-2752.

6.2 Elementos de CSB devem ser instalados, verificados e mantidos para impedir fluxo não
intencional dos fluidos de um intervalo permeável para ambiente externo ou outra formação.

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6.3 Em todas as operações planejadas de um programa de perfuração de poço deve haver dois
conjuntos solidários de barreiras (CSB), salvo as exceções descritas nesta Norma.

6.4 Tanto a coluna hidrostática de fluido de perfuração quanto qualquer sistema de perfuração (p. ex.
MPD) que proporcionem a condição “overbalance” de pressão no poço é considerada barreira física
válida, quando monitorado o nível e as propriedades do mesmo.

6.5 Conforme definido na Resolução 46/2016 (SGIP) da ANP, a coluna hidrostática do fluido no poço
é considerada uma barreira de segurança do CSB em poços comprovadamente não surgentes para o
assoalho marinho ou superfície.

6.6 A condição de não surgência do poço deve ser confirmada através de estudos de elevação e
escoamento e reservatórios, válidos para o período de interesse (e.g.: período da perfuração do poço).

6.7 Nos casos de desconexão operacional, excepcionalmente os fluidos a seguir podem ser
considerados como elemento de CSB, atendidas às condições:

a) fluido base água com capacidade selante (homologado junto ao IBAMA), com MSR,
com peso compatível com o gradiente de fratura das formações perfuradas na fase;
b) fluido sem capacidade selante, com MSR, posicionado acima de uma barreira
mecânica como válvula de retenção (“standing valve” ou GR “valve” ou “shear-out”).

6.8 Na retirada do BOP para reparo ou por balanço da cabeça do poço, o poço deve dispor de dois
CSB.

6.9 No caso de desconexão emergencial durante a perfuração admite-se operar temporariamente


com apenas um CSB, observando as diretrizes para resposta a esta situação em caso de controle de
poço.

6.10 A perda de uma barreira de segurança física deve conduzir a uma reavaliação dos CSB
remanescentes. Considerar a substituição da barreira física, a instalação de elementos de CSB físicos
suplementares ou o emprego de barreiras de segurança operacionais.

6.11 No teste negativo dos elementos de CSB, seguir o disposto nos padrões específicos de teste da
(s) barreira (s) de segurança do macroprocesso de segurança de poço da PETROBRAS.

7 Início de Poço

7.1 Na perfuração em áreas de ocorrência de gás raso (“shallow hazard”), quando se utiliza BOP de
superfície em sondas apoiadas no fundo do mar, o sistema “diverter” deve estar instalado até que
ocorra a pega da cimentação primária do revestimento de superfície.

7.2 Observar pelo menos, os seguintes pontos durante o controle de gás raso em uma sonda apoiada
no fundo do mar equipada com sistema “diverter”:

a) sentido predominante do vento;


b) acionar o plano de emergência da sonda para a hipótese acidental de gás raso;
c) se a opção do projeto for para amortecimento do poço, manter na sonda um volume de
“kill mud” de, pelo menos, 2 vezes o volume da fase com peso equivalente menor que a
resistência à fratura da sapata.

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7.3 Em caso de perda de poço e início de poço sem marcação do triângulo de boias, antes do corte
da sapata do revestimento de superfície deve estar disponível o mapeamento da localização da
cabeça do poço, de forma a garantir a amarração da trajetória do poço para interceptação pelo poço
de alívio, caso necessário.

8 Equipamentos do Sistema de Controle de Poço – (ESCP)

8.1 Teste dos Equipamentos do Sistema de Controle de Poço

8.1.1 Os Equipamentos do Sistema de Controle de Poço devem ser testados em conformidade com
as Normas PETROBRAS N-2752 e N-2753.

8.1.2 Para BOP submarino, a descida do BOP só deve ser iniciada após aprovação em todos os
testes de superfície previstos na Norma PETROBRAS N-2753.

8.1.3 Antes da descida do BOP deve ser efetuada a verificação do arranjo do mesmo para que a
gaveta selecionada para o “hang off” suporte todos os diâmetros e peso da coluna abaixo do BOP e
possibilite o fechamento da gaveta cisalhante e que atenda os requisitos operacionais de 8.2. A gaveta
de “hang off” deve ser a mais superior possível. Caso não seja possível equipar o BOP com uma
gaveta que possua a capacidade de “hang off” necessária às operações, esta informação deverá
constar na análise de risco do poço.

NOTA Nas sondas ancoradas a gaveta de “hang off” deve ser sempre a gaveta superior
independente da distância da gaveta cega/cisalhante.

8.1.4 Quando do uso de coluna de perfuração combinada, instalar na cavidade inferior do conjunto
BOP uma gaveta de tubos com diâmetro adequado à tubulação com maior probabilidade de
permanecer em frente ao BOP. [Prática Recomendada]

8.1.5 Imediatamente após o assentamento do BOP submarino, deve ser realizado o teste de tração
aplicada na cabeça do poço (“overpull”) e teste de carga da cabeça do poço.

8.1.6 Verificar os seguintes equipamentos auxiliares antes do inicio da operação conforme os padrões
PETROBRAS:

a) Eficiência de processamento do (s) desgaseificador (es);


b) Precisão dos manômetros do sistema de controle de poço;
c) Teste de circulação do diverter;
d) Separador atmosférico.

8.2 Requisitos mínimos operacionais de Equipamentos do Sistema de Controle de Poço


submarino

8.2.1 Durante as operações de perfurações convencionais ou com o MPD é necessário ter os


seguintes componentes do ESCP disponíveis e operacionais para a execução ou continuidade da
operação.

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8.2.1.1 Todas as operações:

a) POD Azul e Amarelo;


b) 2 Painéis de acionamento remoto, sendo um deles obrigatoriamente o do sondador
(“driller”);
c) Redundância de suprimento hidráulico e suprimento elétrico (Barramentos de alimentação
e UPS). Pelo menos uma das linhas hidráulicas deve possibilitar a execução de uma
desconexão de emergência (EDS);
d) 1 preventor anular;
e) Vedação sem pressão assistida na gaveta cega-cisalhante (BOP com 1 gaveta cega-
cisalhante) ou gaveta cega-cisalhante superior (BOP com 2 gavetas cegas-cisalhantes);
f) Linha de “Kill” e de “Choke”;
g) “Auto-shear”.

8.2.1.2 Operações de perfuração, manobra de coluna, testemunhagem, perfilagem “tool-pusher”,


pescaria, e tampões de cimento com coluna:

• No mínimo 2 gavetas de tubo operacionais em todos os diâmetros que passarão na frente do


BOP.

NOTA Para poços “slim hole” admite-se uma única gaveta fechando no menor diâmetro de coluna
descido no poço. Neste caso, o BOP deverá ter 2 preventores anular funcionais.

8.2.1.3 Operações sem MSR ou com fluido sem capacidade selante:

• 2 gavetas cegas-cisalhantes. A gaveta cega-cisalhante inferior poder ser substituída por uma
gaveta de corte de revestimento (“casing shear" ou "super shear”).

8.2.1.4 Operação de descida de revestimento e respectiva cimentação:

• 1 gaveta de tubos que vede na coluna de assentamento.

8.2.1.5 Operação de descida de revestimento ou outros tubulares com trechos não cisalháveis, com
exposição superior a 2 horas em frente ao BOP:

• sistema acústico com testes de comunicação e funcional válidos.

8.2.1.6 Operação de perfilagem a cabo em poços surgentes:

• 1 gaveta cega-cisalhante com capacidade para corte de cabo e vedação ou 2 gavetas sem
garantia de corte do cabo elétrico, sendo uma cisalhante com possibilidade corte sem
garantia e a segunda gaveta, cega-cisalhante com capacidade de acionamento via sistema
acústico com testes de comunicação e funcional válidos.

8.3 Requisitos mínimos operacionais de Equipamentos do Sistema de Controle de Poço de


superfície

8.3.1 Durante as operações é necessário ter os componentes do ESCP disponíveis e operacionais


conforme o disposto na Norma PETROBRAS N-2753.

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9 Perfuração

9.1 Generalidades

9.1.1 O método primário de controle de poço na perfuração utilizado na PETROBRAS é o método do


sondador.

NOTA Os demais métodos de controle de poço utilizados na PETROBRAS estão listados abaixo
em ordem alfabética.

1) método de “bull heading”;


2) método do engenheiro;
3) método misto;
4) método volumétrico dinâmico;
5) método volumétrico estático para operações terrestres.

9.1.2 Utilizar unidades “mud-logging” na perfuração das fases com retorno de poços marítimos.
Devem ser monitorados no mínimo os seguintes parâmetros:

a) concentração de gás dissolvido no fluido ao circular com reservatório exposto;


b) vazão de retorno;
c) volumetria dos tanques ativos.

9.1.3 Durante a perfuração, deve ser monitorada a possibilidade de desgaste excessivo na espessura
dos revestimentos. É recomendada avaliação por meio de pelo menos uma das seguintes alternativas:
[Prática Recomendada].

d) monitoramento das limalhas de ferro que retornam na peneira;


e) simuladores computacionais de desgaste de revestimento;
f) perfil de verificação de espessura;
g) teste de integridade do revestimento.

9.1.4 Quando perfurando zona de interesse com fluido não aquoso, manter ligado o desgaseificador à
vácuo.

9.1.5 Caso seja identificada a presença de H2S no fluido de perfuração acionar os procedimentos
operacionais para a presença de H2S conforme descrito no Anexo B.

9.1.6 Antes da descida de qualquer ferramenta com fonte radioativa no poço, verificar as ações
prescritas no plano de proteção radiológica em caso de vazamento da fonte da empresa proprietária
da mesma.

9.1.7 Acompanhar o valor de tolerância ao “kick”, atentando para a margem de pressão de poros
mínima, verificando a necessidade de redução da extensão da fase de acordo com a criticidade do
projeto.

9.2 Fluido de Perfuração

9.2.1 Atender aos requisitos de peso específico de fluido mínimo e máximo previstos no projeto e
alterações destes valores decorrentes do comportamento das pressões das formações e/ou variações
das propriedades do fluido.

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9.2.2 Manter na locação, materiais suficientes para elevar o peso especifico do fluido de perfuração
em 1,0 lb/gal ou igualar à máxima pressão de poros de projeto da fase perfurada, (o que for maior)
considerando o volume do sistema ativo sem o “riser” em poços marítimos.

NOTA 1 Se a quantidade de material de fluido necessária exceder a capacidade de armazenamento


da sonda, deve ser mantido a bordo em estoque a máxima quantidade possível e ser
elaborado um plano de ressuprimento imediato.
NOTA 2 Para poços terrestres em áreas não confinadas é permitido que os materiais citados acima
fiquem no armazém da Base de Apoio.
NOTA 3 Utilizando sistema MPD é necessário haver material de fluido a bordo para elevar o peso do
fluido em 1,0 lb/gal.

9.2.3 Suspender as operações, quando as quantidades estocadas na locação ou constantes no plano


de ressuprimento não atenderem às quantidades mínimas estipuladas em projeto, ao perfurar
possíveis zonas portadoras de hidrocarbonetos.

9.2.4 A perfuração da nova fase do poço somente pode ser iniciada se os parâmetros do fluido de
perfuração estiverem de acordo com o previsto para o ínicio da perfuração da nova fase. A
troca/adequação/enquadramento do fluido deve ser concluída antes do corte da sapata do
revestimento.

NOTA Exceção pode ser feita ao corte da sapata do revestimento de superfície. Porém não deve
ser perfurado nenhum metro da fase antes da troca do fluido.

9.2.5 Toda troca de fluido deve ser realizada com controle de volumetria, sendo preferencialmente
realizada em circuito fechado.

9.2.6 Em poços com a possibilidade ou presença de gás sulfídrico (H2S), visando minimizar os efeitos
de fragilização por H2S (SSC – “sulfide stress cracking”) deve haver a manutenção da densidade
equivalente na zona com H2S, que evite o influxo de fluidos da formação e pelo menos mais um dos
métodos abaixo indicados:

a) fluidos de perfuração aquosos, manter o pH do fluido acima de 10;


b) fluidos de perfuração não aquosos, manter uma alta alcalinidade, para neutralizar o
H2S dentro do poço;
c) utilização de sequestradores químicos;
d) utilização de fluido de perfuração onde a fase contínua é orgânica.

9.2.7 Deve haver materiais para correção do pH do fluido, sequestradores químicos para H2S e/ou
inibidores de corrosão armazenados na unidade/locação em quantidade suficiente para a adequação
de suas propriedades às necessidades operacionais.

9.2.8 A armazenagem de fluido de perfuração contaminado com H2S deve ser feita de forma segura,
após terem sido submetidos aos tratamentos apropriados.

9.2.9 Recomenda-se que o volume de fluido existente na sonda seja de, pelo menos, 1,5 vezes o
volume do poço, sem incluir o volume do “riser”. [Prática Recomendada]

9.3 Controle Direcional

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9.3.1 Considerando a possibilidade de utilização da perfuração de poços de alívio como alternativa


para controle de poço em “blowout”, todo poço deve ter controle direcional, atualizando-se a trajetória
realizada em relação à trajetória projetada do poço.

9.3.2 Caso ocorram operações simultâneas de perfuração e produção em plataformas marítimas,


devem ser atendidos os mesmos requisitos prescritos em 4.9. Caso haja algum poço dentro do raio de
exclusão, a produção deste poço deve ser interrompida.

9.3.3 Para prevenir a colisão de poços na perfuração, em operações simultâneas de perfuração em


locações próximas, devem ser atendidos os mesmos requisitos prescritos em 4.9.

9.3.4 Para poços terrestres, o monitoramento da anti colisão deve ser contínuo até que o fator de
separação seja maior do que 5.

9.3.4.1 Devem-se realizar projeções da trajetória do poço em perfuração, com os respectivos fatores
de separação e distâncias mínimas, para o final da fase. Nos trechos com previsão de fator de
separação abaixo de 2, as projeções devem ser realizadas a cada seção perfurada.

9.3.4.2 Poços em que há previsão de atingir fator de separação igual a 1 (um) deve-se monitorar a
perfuração para verificar os seguintes parâmetros:

a) “survey” com interferência magnética;


b) redução da taxa de penetração;
c) elevação do torque;
d) retorno de cimento ou metal nas peneiras;
e) perda ou ganho de fluido de perfuração.

10 Manobra de Tubulares no Poço

10.1 É obrigatória a utilização de tanque de manobra durante a retirada e descida de tubulares (tubos
de perfuração, tubos de revestimento, etc.), para monitorar o volume de fluido do poço, exceto nos
casos de utilização de sistemas MPD em que o monitoramento é efetuado pelo próprio sistema MPD.

NOTA 1 Na manobra de retirada de tubos de revestimento por necessidade operacional deve ser
realizada análise prévia dos valores de arraste de líquidos (“swab”) que os tubos causam no
poço e devem ser adotadas medidas mitigadoras afim de evitar o influxo indesejado (“kick”).
NOTA 2 Caso o volume retornado seja de uma ordem de grandeza que dificulte o controle pelo tanque
de manobra, outro método poderá ser adotado mantendo sempre o controle de volumetria e
em circuito fechado.

10.2 A planilha de registro da coluna, contendo todas as características dos tubos, acessórios e
demais equipamentos a serem descidos no poço, deve ser preenchida e mantida atualizada.

10.3 Devem ser mantidas pelo menos 2 bombas em condição de operação, podendo uma delas, ser a
bomba da unidade de cimentação.

NOTA 1 É permitido operar somente com 1 bomba e a segunda bomba em manutenção mediante
análise de risco.
NOTA 2 Para poços não surgentes é admitido dispor de somente 1 bomba em condição de operação.

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10.4 Antes de cada manobra, verificar se as propriedades do fluido estão compatíveis com as
utilizadas nas simulações da Margem de Segurança de Manobra (MSM), conforme definido na
PETROBRAS N-2752 para definição dos parâmetros da operação de manobra.

10.4.1 A MSM pode ser suprimida nos casos de manobra de retirada de tubulares com circulação de
fluido, desde que a vazão de bombeio seja maior que a taxa de retirada de aço.

10.5 Em sonda flutuante DP devem ser avaliadas as condições meteoceanográficas e as condições


de sistema de posicionamento dinâmico antes de iniciar a passagem de qualquer elemento não
cisalhável pelo BOP.

10.6 Deve-se manobrar com velocidade reduzida quando o BHA passar em frente ao BOP e no caso
do BOP submarino, utilizar o sistema de compensadores durante a passagem do BHA.

10.7 Em poços marítimos, a retirada da coluna sem nível de fluido do "riser" na superfície pode ser
efetuada mediante análise de risco caso a caso.

10.8 Em descida de coluna com elementos que bloqueiam o fluxo para o seu interior, deve-se manter
a coluna cheia. [Prática Recomendada].

11 Revestimento

11.1 Em sondas terrestres ou com BOP de superfície, antes da descida da coluna de revestimento ou
“liner”, substituir a gaveta superior por outra gaveta compatível com o tubo de revestimento a ser
descido. Após a substituição da gaveta, deve ser efetuado teste conforme as normas PETROBRAS
N-2752 e N-2753.

11.2 Quando o comprimento do revestimento for superior à lâmina d´água do poço, disponibilizar na
locação ou a bordo antes do início da operação de descida do revestimento, cabeças de circulação
certificadas com roscas compatíveis com os revestimentos a serem descidos.

11.3 As propriedades do fluido, os parâmetros de circulação e de descida do revestimento devem


estar de acordo com os limites estabelecidos no projeto.

11.4 O revestimento deve ser abastecido com fluido, em função da resistência do revestimento ao
colapso e pela possibilidade de queda do nível de fluido no anular por falha dos elementos flutuantes.

11.5 Antes de cortar a sapata, testar com pressão o revestimento ou “liner”, de acordo com o projeto
de perfuração do poço. Caso o teste seja negativo, não prosseguir a programação até a identificação e
solução do problema.

11.6 Ajustar a pressão de acionamento do BOP anular de acordo com o diâmetro do revestimento
para evitar o seu colapso no caso de fechamento do mesmo.

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12 Cimentação

12.1 As propriedades dos fluidos e os parâmetros de cimentação do revestimento devem estar de


acordo com os limites estabelecidos no projeto.

12.2 A formulação da pasta e as práticas de cimentação devem ser adequadas para impedir a
migração de gás através da pasta. Devem atender também aos requisitos de isolamento das
formações.

12.3 A altura do colchão lavador deve ser dimensionada de tal forma que em nenhum momento a
hidrostática no poço fique inferior à pressão de poros.

12.4 Após o final do deslocamento, efetuar teste de retorno nas linhas para verificar o funcionamento
da sapata flutuante.

12.5 Verificar a cimentação ou recimentação quando houver isolamento requerido. Se a verificação


indicar que a cimentação não está adequada, devem ser tomadas providências para sua correção.

12.6 O volume mínimo de cimento definido no programa de perfuração do poço deve estar sempre
disponível para uso imediato da sonda.

13 Perfilagem

O poço deve ser mantido com o nível de fluido na superfície durante toda a operação de perfilagem.

14 Testemunhagem

14.1 Elaborar um programa de retirada do barrilete considerando a possibilidade de liberação de gás


do testemunho durante a retirada.

14.2 Os parâmetros de manobra do barrilete devem estar de acordo com os limites estabelecidos no
projeto para prevenção de pistoneio.

14.3 Em poços com possibilidade ou presença de gás sulfídrico (H2S), o número de pessoas na
plataforma da sonda ou vizinhanças deve ser o mínimo necessário. O barrilete deve ser testado, com
equipamento portátil de detecção antes e após a sua abertura e durante a retirada dos testemunhos
por pessoa devidamente equipada, conforme o 24.5.3 desta Norma.

14.4 Os testemunhos que contenham H2S devem ser selados e identificados antes de seu manuseio.

15 Reentrada em Poços

15.1 Para poços surgentes com poço aberto, antes da reentrada obter a simulação de “bull heading” e
os recursos necessários conforme definido no projeto de perfuração do poço.

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15.2 Na retirada de capa de abandono, ou reentrada de poços, é necessário verificar se há a


presença de gás, o que pode indicar vazamento nos tampões de abandono ou revestimentos.

15.3 Em sondas flutuantes, na reconexão após uma desconexão de emergência, antes da abertura
das gavetas cegas, deve ser feita uma circulação de “kill” para “choke” para retirada de possível gás
abaixo do BOP.

15.4 Em operações de “tie-back” com sonda auto elevatória, deve-se verificar a presença de gás
abaixo da capa de cada revestimento. Em caso de confirmação, devem ser adotados procedimentos
de contingência para retirada do gás.

15.5 Em poços multilaterais ou na reentrada de poços nos quais o objetivo prevê a abertura de janela
para desvio, devem ser verificadas as condições de abandono do poço principal associadas com
pressões de poros diferenciadas em cada ramo do poço.

15.6 Em operações de reentrada, na perfuração de tampões de abandono ou retirada de tampões


mecânicos, tratar como havendo presença de gás abaixo dos tampões, até a confirmação da presença
ou da ausência durante a operação.

15.7 O teste do BOP deve ser realizado antes da retirada da barreira mais superficial.

15.8 Para o corte do tampão de superfície, em sondas flutuantes utilizar um BHA com elemento (s)
cisalhável (is) posicionados frente ao BOP, durante toda a operação. Caso não seja possível, adotar
medidas contingentes para tratamento desta anormalidade.

15.9 Em reentradas após desconexão de emergência, analisar a possibilidade de formação de


hidrato. Caso haja risco, devem ser previstos procedimentos de prevenção ou quebra de hidrato.

16 Perda de Circulação em Poços Surgentes

16.1 Não prosseguir operações de perfuração com perda total de circulação quando houver a
possibilidade de ocorrência de influxos (em especial de influxos de hidrocarbonetos). Somente
prosseguir a perfuração convencional caso haja condição de se manter o nível de fluido na superfície.

NOTA 1 Operações de perfuração sem nível de fluido na superfície são permitidas com as técnicas
MPD adequadas.
NOTA 2 Em cenário de perda severa, deve ser estabelecida uma matriz de decisão antes do início
das operações baseada em gestão de risco para a continuidade da operação.

16.2 Ocorrendo a perda total, estabelecer e manter vazão mínima de alimentação do poço para evitar
a migração de hidrocarbonetos para superfície, durante o período de providências para estancar a
perda total e/ou operações não relacionadas ao combate a perda total

NOTA A vazão mínima de alimentação deve ser determinada com o uso de método validado pela
PETROBRAS.

16.3 Caso a vazão mínima de alimentação não possa ser mantida, o poço deve ser fechado.

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16.3.1 Havendo o fechamento do poço, antes da reabertura do poço deve ser efetuada uma operação
de "bull heading".

16.4 Em caso de perda severa, para prosseguir a perfuração do poço é necessário que haja
condições para manutenção do nível de fluido na superfície (fluido e material para fabricação do fluido
necessário para reposição) e fluido homogêneo no poço.

17 Hidratos

17.1 Na perfuração de poços onde haja a possibilidade de formação de hidratos, disponibilizar na


sonda os recursos especificados no programa de perfuração do poço para a prevenção de hidratos,
antes do início da perfuração da fase portadora de hidrocarbonetos.

17.2 Nos projetos onde for identificada a possibilidade de formação de hidratos manter na sonda
volume suficiente de inibidor de formação de hidrato para ser deslocado através das “choke” e “kill
lines” e cavidade do BOP caso a circulação do “kick” seja interrompida por problemas operacionais.

17.3 Não utilizar água no procedimento para remoção do gás aprisionado abaixo do BOP.

18 Gás de “Riser” em sondas com BOP submarino

18.1 A circulação de gás do “riser” deve ser realizada com o BOP fechado.

18.1.1 A circulação de gás do “riser” deve ser priorizada à operação de controle do poço.

18.2 A presença de gás no interior do “riser” deve ser monitorada através de “flow check” utilizando-se
o tanque de manobra, sempre que o poço for fechado. Caso seja constatada a presença de gás no
interior do “riser”, o “diverter” deve ser fechado e o gás do “riser” deve ser circulado.

18.3 Quando houver risco de colapso do “riser” ou limitação do BOP à pressão externa, o gás do
“riser” deve ser circulado com a máxima vazão de processo possível até que a base da bolha
ultrapasse a profundidade correspondente ao ponto de colapso do “riser” ou a limitação à pressão
externa do BOP.

18.4 A circulação do gás de “riser” deve ser realizada através do separador de gás do “riser”.

18.5 Quando a sonda não possuir separador de gás de “riser”, selecionar a linha de “overboard” em
que o vento dipersa o gás para longe da plataforma para a circulação do gás de riser.

18.6 A planilha de circulação de gás de “riser” deve ser preenchida por ocasião da instalação do
“diverter” contendo, pelo menos, as seguintes informações:

a) pressão de trabalho do anular do “diverter”;


b) pressão máxima permitida nos “packers” da junta telescópica;
c) vazão máxima de processo do separador do “diverter”;
d) capacidade do “riser” em bbl/m, volumes e números de “strokes” total e do BOP ao
ponto de colapso;
e) lâmina d’água e profundidade da base do “riser”;

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f) profundidade do ponto de colapso do “riser”;


g) data de aferição dos sensores de gás.

18.7 A remoção do gás aprisionado abaixo da gaveta do BOP deve ser feita circulando o fluido de
matar pela linha de “kill” com retorno pela linha de “choke”.

19 “Stripping”

19.1 A tabela ou gráfico com os limites de operação do BOP anular (“stripping”, pressões de
fechamento, etc.) quando disponibilizados pelo fabricante, deve estar disponível na cabine do
sondador durante todas as operações.

19.2 Para valores superiores a capacidade do BOP anular, a operação de “stripping” pode ainda ser
realizada fazendo uso de 2 gavetas do BOP.

19.3 Deve ser mantida, pelo menos, 1 borracha de BOP anular (“packer unit”) de reserva na sonda.

19.4 Instalar um “inside BOP” acima de uma válvula de segurança da coluna de perfuração que deve
estar aberta antes da descida da coluna de perfuração.

19.5 Devem ser medidos e registrados os volumes de fluido drenados do poço com a utilização do
tanque de manobra (ou tanque de “stripping”, se disponível).

19.6 Recomenda-se manter sempre uma válvula de segurança adicional na plataforma durante a
operação de “stripping”. [Prática Recomendada]

20 Pescaria

20.1 Em operações com a técnica de tubo em “U” deve-se garantir que o poço não atinja a condição
sub-balanceada.

NOTA Em caso de necessidade de se atingir a condição sub-balanceada a operação deve ser


respaldada por uma análise de risco específica ao poço.

20.2 Pescaria em Poço com Fonte Radioativa

20.2.1 Antes de qualquer operação para tentar recuperar a ferramenta de perfilagem com fonte
radioativa, o operador de perfilagem de poço deve informar a situação ao técnico responsável da
empresa proprietária da fonte radioativa que deve:

a) realizar reunião de segurança para implementar o plano de emergência;


b) notificar o supervisor de radioproteção da empresa proprietária da fonte radioativa e o
representante da PETROBRAS;
c) emitir relatório preliminar com detalhes sobre a prisão de ferramenta com fonte
radioativa.

20.2.2 O supervisor de proteção radiológica deve comunicar imediatamente a CNEN (Comissão


Nacional de Energia Nuclear) o aprisionamento da fonte radioativa no poço, complementada com as
seguintes informações:

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a) data da ocorrência;
b) radioisótopo, atividade e número de série das fontes radioativas envolvidas no evento;
c) localização e dados do poço.

20.2.3 Verificar o Manual de Comunicação de Incidentes de Exploração e Produção de Petróleo e


Gás Natural da ANP e proceder de acordo com o estabelecido.

20.2.4 Todas as operações de pescaria, isolamento e abandono de ferramenta de perfilagem com


fonte radioativa devem ser planejadas e executadas de modo que a ferramenta não sofra danos, a fim
de preservar a integridade do encapsulamento da fonte radioativa.

20.2.5 Assegurar que práticas de pescaria não-destrutivas sejam conduzidas.

NOTA Sempre que possível, priorizar a recuperação da fonte radioativa de ferramenta LWD pelo
interior da coluna.

20.2.6 O técnico responsável da empresa proprietária da fonte radioativa deve permanecer na


locação e acompanhar toda operação de pescaria envolvendo fontes radioativas. Manter contato
permanente com o supervisor de pescaria, representantes envolvidos na operação de pescaria e da
fiscalização da PETROBRAS.

20.2.7 Nos casos de prisão de ferramenta de perfilagem a cabo, priorizar a sua recuperação sem
romper o seu ponto fraco.

20.2.8 É vedada a utilização de ferramentas de trituração em quaisquer circunstâncias. O uso de


tampões ácidos depende de consulta a empresa proprietária da fonte radioativa, quanto a resistência
do encapsulamento da mesma ao ácido previsto no tampão, devendo ser realizada Gestão de
Mudança antes da execução da operação de ácido.

20.2.9 As práticas de pescaria devem sempre tentar manter a circulação pela ferramenta com a fonte
radiotiva.

20.2.10 O uso de elementos cortantes em ferramentas de pescaria só deve ser permitido nos casos
de prisão de ferramentas LWD, desde que não se aproxime 20 m da fonte radioativa.

20.2.11 Nos casos de corte ou desconexão da coluna presa com o uso de explosivos, a distância
mínima de segurança da fonte radioativa deve ser de 60 m.

20.2.12 É vedada a pescaria sempre que houver risco de perda de integridade do encapsulamento da
fonte.

20.2.13 Interromper a retirada da ferramenta de pescaria quando o BHA de pescaria estiver a 100 m
abaixo da mesa rotativa e realizar nova reunião de segurança para comunicar os procedimentos a
serem seguidos conforme o plano de proteção radiológica.

NOTA Deve constar no plano de proteção radiológica da empresa proprietária da fonte radioativa
todos os procedimentos relativos à recepção, ao manuseio e guarda da fonte radioativa.

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20.2.14 Constatando-se alterações nos níveis de radiação ambiental, o operador de perfilagem da


empresa proprietária da fonte radioativa deve seguir as instruções de emergência contempladas no
plano de proteção radiológica e comunicar ao supervisor de proteção radiológica para providências
adicionais. Deve-se assegurar uma condição estática de fluidos ao redor da fonte radioativa.

NOTA Em caso de aprisionamento de fonte na ferramenta de perfilagem, e não existindo local


disponível para seu armazenamento seguro, a mesma deverá retornar à posição de
segurança, dentro do poço, até a chegada da blindagem de emergência.

20.2.15 Na recuperação de ferramenta onde haja dúvida sobre a condição do encapsulamento da


fonte radioativa, certificar-se de sua posição e integridade, mediante a descida de ferramenta para
perfil raios Gama.

21 Abandono de Poço

Para o abandono de poço seguir o as orientações da ANP/SGIP e IBP/Caderno de Boas Práticas de


E&P: Diretrizes para Abandono de Poços.

21.1 Abandono de Poço com Fonte Radioativa

21.1.1 Caso seja decido pelo abandono da fonte radioativa no poço, deve ser efetuada a Gestão de
Mudança para definição das medidas a serem tomadas em função deste abandono.

NOTA É obrigatória a presença da gerência responsável pelo Bloco, Área ou Campo.

21.1.2 Em poços verticais e sem registros de direcional, deve-se obter os dados de inclinação, direção
e profundidade medida, antes de se iniciar as operações de isolamento e abandono da fonte.

21.1.3 Qualquer poço adjacente ou de desvio (“sidetrack”) que venha a ser perfurado deve ter a elipse
de incerteza de sua trajetória afastada da elipse de incerteza do poço abandonado, no mínimo, 10 m
no ponto em que a fonte radioativa esteja posicionada

NOTA Para o projeto de poços adjacentes e desviados, a distância mínima acima definida deve ser
reavaliada em função de operações futuras de canhoneio, fraturamento ou jateamento, que
possam comprometer a integridade da fonte radioativa abandonada.

21.1.4 Todo poço terrestre ou poço marítimo de completação seca que contenha fonte radioativa
abandonada, deve ser sinalizado com placa de identificação conforme item 21.1.5. A placa deve ser
instalada ao término da completação ou abandono do poço e ficar permanentemente fixada na cabeça
do poço, em local visível até o arrasamento do poço. No caso de poços de completação submarina ou
de poços submarinos abandonados, a identificação da presença de fonte radioativa fica restrita à
documentação do poço

21.1.5 A placa deve ser construída em aço inoxidável, no formato quadrado com 17 cm de lado e 3
mm de espessura. A placa deve ser instalada junto à cabeça do poço para indicação da presença de
fonte radioativa no poço e para chamar a atenção de modo a ser evitado o dano mecânico para a
fonte. A placa de identificação deve conter as seguintes informações:

a) a palavra “PERIGO” acima do símbolo internacional indicativo de radiação ionizante;


b) a data do abandono da fonte;
c) a sigla do poço e a logomarca da empresa proprietária do poço;
d) a profundidade total do poço;

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e) o nome do radioisótopo que constitui a fonte;


f) a atividade da fonte radioativa (Ci ou Bq);
g) o intervalo de profundidade em que a fonte foi abandonada;
h) o intervalo em que foi efetuado o tampão de abandono;
i) ATENÇÃO NÃO INTERVIR NO POÇO SEM ANTES CONTACTAR A PETROBRAS.

21.1.6 Decidido pelo abandono da ferramenta com fonte radioativa atendendo os requisitos acima
indicados em 21.1, a PETROBRAS deve notificar à ANP após o abandono. Caso não sejam atendidos
os requisitos indicados em 21.1, deve ser solicitada uma autorização formal da ANP para realização
deste abandono.

21.1.7 A Unidade de Negócios da PETROBRAS deve manter o registro dos poços com fonte
radioativa isolada e abandonada, no qual deve constar a localização e dados de identificação do poço,
os principais dados da fonte (radioisótopo, atividade e número de série das fontes radioativas
envolvidas no evento), profundidade da fonte, descrição dos esforços realizados para tentar recuperar
as fontes radioativas, descrição dos sistemas de segurança utilizados durante os esforços de
recuperação das fontes com o objetivo de prevenir e alertar em caso de perda da integridade das
fontes radioativas, definição de responsabilidades de cada uma das empresas que participaram do
procedimento de cimentação, bem como das condições de isolamento e abandono.

21.1.8 Na documentação de poço contendo fonte radioativa abandonada, devem constar as


comunicações de prisão, notificação ou autorização de abandono e o relatório de abandono da fonte
radioativa.

22 Perfuração de Poço de Alívio

A perfuração de poço de alívio deve atender a norma PETROBRAS N-2093.

23 Segurança na Perfuração Com Embarcação DP

23.1 Ações antes do início das operações no poço:

a) solicitar e analisar o mapa de restrições, verificando a existência de obstáculos de


superfície e/ou de fundo dentro do diagrama de restrições e prever a utilização de
método alternativo de segurança, caso necessário;
b) confirmar a rota de fuga no mapa de restrições, em conjunto com o capitão da
embarcação DP;
c) prever contingências para convivência entre unidades DP e “trenzinhos FPSO”, caso
necessário;
d) analisar a possibilidade de ocorrência de interferência acústica com outras unidades DP
operando nas imediações, tanto sonda quanto embarcações especiais.

23.2 Ações durante as operações no poço:

a) providenciar os métodos alternativos de segurança e observar as contingências para


convivência com “trenzinhos FPSO”, nos casos necessários;
b) coordenar reuniões operacionais com a presença do capitão, do superintendente,
visando definir contingências, principalmente quando estão previstas operações críticas;
c) planejar as operações de tal modo que seja sempre garantida a possibilidade de uma
desconexão de emergência segura, escolhendo-se o tipo de EDS adequado com a
operação a ser realizada;
d) na condição de estado degradado, o início das operações críticas é vetado.

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24 Segurança na Perfuração de Poços com H2S

24.1 Na ocorrência de H2S ou em poços com possibilidade de ocorrência de H2S deve ser realizada
Análise Preliminar de Riscos e Incertezas (APRI) para identificar outros locais possíveis de
acumulação de H2S na unidade/locação, para posicionamento de outros sensores fixos além dos
obrigatórios conforme 4.12 e 4.13, respectivamente.

NOTA Os sensores fixos devem ser posicionados o mais próximo possível dos pontos mais
vulneráveis a vazamentos, nos locais identificados conforme acima.

24.2 Além da monitoração pelo sistema fixo, deve ser feita monitoração nas outras áreas da unidade
com o uso de detectores portáteis.

24.3 O sistema de detecção fixo deve possuir 2 níveis de alarme, tipo sonoro e visual, distintos, em
função da concentração de H2S na atmosfera, a saber:

a) nível 1: menor ou igual a 8 ppm de H2S na atmosfera;


b) nível 2: maior que 8 ppm e menor ou igual a 50 ppm de H2S na atmosfera.

NOTA No Anexo B constam os procedimentos básicos para controle de emergência.

24.4 O sistema de detecção fixo deve ser testado e calibrado na fase anterior à zona potencialmente
portadora e durante a perfuração da zona potencialmente portadora, segundo recomendação do
fabricante.

24.5 Equipamentos de Proteção Individual

24.5.1 Os sistemas de proteção respiratória utilizados, conforme 3.43.1 a 3.43.3, devem ser
obrigatoriamente de pressão positiva.

24.5.2 Deve haver máscaras de fuga contra gases em quantidade suficiente para todo o pessoal da
unidade/locação.

24.5.3 O pessoal envolvido na detecção e na monitoração de H2S deve utilizar sistema de proteção
respiratória conforme descrito em 3.43.1 e 3.43.2.

24.5.4 Deve haver detectores portáteis para todo o pessoal que trabalha na área onde há
fluxo/circulação de fluido de perfuração.

24.5.5 Não podem tomar parte na execução das operações, pessoas que estejam em desacordo com
as medidas de proteção do homem (individual) estabelecidas na Ficha de Informação (Anexo A).

24.5.6 Antes do início das operações, devem ser feitos testes de estanqueidade e adaptabilidade das
máscaras com o pessoal nelas envolvido.

24.5.7 Os equipamentos de proteção individual devem ser armazenados na unidade/locação e


dispostos estrategicamente em relação às operações.

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24.5.8 A unidade/locação deve ser equipada com ressuscitador e cilindro de oxigênio reserva.

24.6 Treinamento

24.6.1 Todo o pessoal presente na unidade/locação deve estar familiarizado com os procedimentos
para caso de emergência com H2S.

24.6.2 Este treinamento deve atender aos seguintes requisitos mínimos, conforme Tabela 1.

Tabela 1 - Tipos de Treinamento

Treinamento Pessoal de Pessoal


(teórico e prático) operação de apoio
a) Reconhecimentos dos riscos e sintomas envolvidos na presença
SIM SIM
de H2S e SO2.
b) Explicação detalhada do leiaute da unidade ou locação, da direção
SIM SIM
predominante dos ventos e identificação dos sinais de alarme.

c) Localização e utilização dos equipamentos de proteção individual. SIM SIM

d) Localização e utilização dos equipamentos de proteção respiratória


SIM SIM
(sistema cascata, conjuntos de trabalho e conjuntos autônomos)

e) Localização e utilização dos equipamentos de detecção de H2S. SIM NÃO

f) Primeiros socorros SIM SIM

g) Seleção de materiais e equipamentos para operações em poços na


SIM NÃO
presença de H2S.

h) Procedimentos para caso de emergência com H2S. SIM SIM

25 Segurança na Perfuração de Poços HTHP, Super HTHP e Ultra HTHP

25.1 Na perfuração de poços HTHP, Super HTHP e Ultra HTHP, a perfuração de cada fase somente
pode ser iniciada se todas as premissas e materiais, equipamentos, aparatos, etc. previstos no
programa de perfuração da respectiva fase estiverem disponíveis.

25.2 Os indicadores da pressão de poros devem ser monitorados continuamente, segue abaixo tipos
de parâmetros a serem monitorados:

a) “resposta” do poço;
b) taxa de penetração;
c) valores de gás de retorno;
d) diâmetro, formato, aparência dos cascalhos retornados;
e) registros da temperatura de fundo e da temperatura do fluido retornado na superfície;
f) densidade e resistividade dos folhelhos;
g) expoente D;
h) medições enviadas pelo LWD, tais como pressões de poros, etc.

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25.3 Seguir rigorosamente as instruções do programa de perfuração do poço, em especial no


tocante a:

a) controle do valor de gás de retorno;


b) cuidados nas operações de conexão de novos tubos;
c) quebras de taxa de penetração, tanto positivas quanto negativas;
d) “flow checks”;
e) seleção e uso dos tanques que compõem o sistema ativo;
f) parâmetros do fluido de perfuração;
g) treinamentos de detecção e controle de poço (“kick drills”);
h) parâmetros ambientais limites para operações (heave, roll, pitch, ventos, etc);
i) velocidade de manobra e a realização de manobras curtas.

25.3.1 Caso não esteja estabelecido/acordado previamente, os valores e parâmetros do que é


considerado como quebra de taxa de penetração, antes de iniciar a perfuração estabelecer estes
valores conjuntamente com o pessoal da sonda.

25.4 Todas as transferências de fluido devem ser comunicadas ao sondador do horário.

25.5 Realizar “fingerprint” a poço revestido para verificar o comportamento de expansão do fluido de
perfuração devido à alta temperatura.

26 Segurança na Perfuração de Poços com a ocorrência de “shallow hazards”

26.1 Onde o projeto de perfuração das fases iniciais do poço (sem a presença do “riser”) tenha
previsto a ocorrência de zona rasa pressurizada:

a) perfurar as fases iniciais conforma previsto no programa de perfuração até 10 m abaixo


da zona sobrepressurizada,

NOTA Monitorar a pressão e temperatura no anular do poço aberto com a ferramenta de PWD
durante a perfuração das fases sem retorno, de maneira a identificar possíveis anomalias
geradas por zonas rasas sobrepressurizadas. [PRÁTICA RECOMENDADA]

b) caso constatado o influxo (por indicativo do PWD ou por observação ROV), bombear
fluido de amortecimento até retorno no assoalho marinho (“mudline”) e observar influxo
por ROV. Perfurar restante da fase com fluido de amortecimento (“pump and dump”) e
manter poço amortecido até iniciar a cimentação;
c) após a descida do revestimento observar influxo por ROV para confirmar amortecimento
do poço. Não realizar a cimentação sem a confirmação da ausência de influxo no poço;
d) cimentar com sistemas especiais de colchões e pastas propícias a cada cenário de fluido
sobrepressurizado presente na zona para assegurar a integridade estrutural do poço e
composição dos CSB;
e) efetuar inspeção visual por ROV no entorno da cabeça do poço submarino durante a
cura da pasta de cimento da cimentação do revestimento na fase “riserless” e ao longo
das fases seguintes da construção do poço, caso tenha sido constatado a presença de
zona sobrepressurizada e tenha sido realizada a cimentação do (s) revestimento (s)
sem a drenagem da zona.

26.2 Onde o projeto de perfuração das fases iniciais do poço (sem a presença do riser) não tenha
previsto a ocorrência de zona rasa pressurizada (água ou gás ou ambos):

a) perfurar as fases iniciais conforma previsto no programa de perfuração;

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NOTA Monitorar a pressão e temperatura no anular do poço aberto com a ferramenta de PWD
durante a perfuração das fases sem retorno, de maneira a identificar possíveis anomalias
geradas por zonas rasas sobrepressurizadas. [PRÁTICA RECOMENDADA]

b) caso constatado o influxo durante a perfuração (por indicativo do PWD ou por


observação do ROV), ou após a descida do revestimento (por observação do ROV),
preencher o poço com fluido que amorteça o influxo e realizar cimentação com
sistemas especiais de colchões e pastas propícias a cada cenário de fluido
sobrepressurizado presente na zona para assegurar a integridade estrutural do poço e
composição dos CSB;
c) efetuar inspeção visual por ROV no entorno da cabeça do poço submarino durante a
cura da pasta de cimento da cimentação do revestimento na fase “riserless” e ao longo
das fases seguintes da construção do poço, caso tenha sido constatado a presença de
zona sobrepressurizada e tenha sido realizada a cimentação do (s) revestimento (s)
sem a drenagem da zona.

26.3 Em campos/áreas onde já são conhecidas a ocorrências de pequenas lentes de água


sobrepressurizadas na perfuração da fase inicial do poço (sem retorno), porém de pequeno volume,
conforme já previsto no projeto de perfuração, é permitido aguardar drenar o volume desta
acumulação.

NOTA 1 Monitorar o tempo de drenagem do volume, pois caso haja um volume significativo de
retorno, este pode comprometer a integridade da estrutural do revestimento/poço.
NOTA 2 Nunca realizar a cimentação do revestimento com influxo,

26.4 Onde o projeto de perfuração das fases iniciais do poço sem a presença do “riser” tenha previsto
a ocorrência de hidrato de gás

a) a perfuração da fase e a cimentação do revestimento devem ser efetuadas conforme


planejado no programa do poço de modo a evitar a instabilidade do hidrato de gás,
assegurando seu isolamento após a cura da pasta de cimento e garantindo a
integridade estrutural do poço e a composição dos CSB;
b) realizar cimentação com sistemas especiais de colchões e pastas de baixo calor de
hidratação propícias a manter a zona contendo hidrato estável durante a cura da pasta
de cimento.

NOTA Monitorar a pressão e temperatura no anular do poço aberto com a ferramenta de PWD
durante a perfuração das fases sem retorno, de maneira a identificar possíveis anomalias
geradas por zonas de hidrato. [PRÁTICA RECOMENDADA]

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Anexo A - Propriedades do H2S e Ficha de Informação sobre Produto Químico – Gás


Sulfídrico

1 Propriedades do H2S

1.1 Físicas e Químicas

Consultar a “Ficha de Informação sobre Produto Químico” relativa à H2S descrita a seguir.

1.2 Toxidez do H2S

1.2.1 A Ficha de Informação (folha 5/5) apresenta os efeitos físicos, conforme a concentração e o
tempo de exposição ao H2S. O H2S (gás sulfídrico ou sulfeto de hidrogênio) é extremamente tóxico e,
por ser mais pesado que o ar, se acumula preferencialmente nas regiões mais baixas.

1.2.2 Gás venenoso e, dependendo da concentração, é capaz de paralisar o sistema respiratório e


matar em questão de minutos. O limite de tolerância de exposição ao H2S é de 8 partes por milhão
(ppm) para uma jornada de 8 horas diárias, conforme a NR-15.

1.2.3 Gás hipersensibilizante, isto é, a exposição frequente torna o organismo cada vez mais
vulnerável.

1.2.4 Em baixas concentrações tem odores fortes e desagradáveis, semelhantes ao de ovo podre.
Para concentrações entre 8 ppm e 50 ppm, provoca perda de olfato em até 1 hora e problemas nos
olhos e garganta a seguir; entre 100 ppm e 150 ppm de H2S na atmosfera provocam perda do olfato
em até 15 min, podendo causar a morte a partir de 8 horas de exposição; 200 ppm podem causar a
morte do indivíduo a partir de 4 horas de exposição. A concentração letal é de 600 ppm, neste teor, o
H2S mata em instantes.

1.2.5 O H2S age da seguinte forma sobre o organismo: quando se respira, o H2S, através dos
pulmões, entra na corrente sanguínea. Para se proteger, o organismo oxida (queima) o H2S o mais
rápido possível, formando um composto não prejudicial. Quando a concentração aumenta, o
organismo não consegue oxidá-lo totalmente e o excesso de H2S age no centro nervoso do cérebro
que comanda a respiração, resultando na paralisação total do sistema respiratório. Como
consequência, os pulmões param de funcionar e a pessoa se asfixia.

1.2.6 O H2S queima com uma chama de coloração azulada, produzindo o dióxido de enxofre (SO2),
que também é venenoso, apresentando, como concentração letal, 1 000 ppm. Entretanto, sua
presença na atmosfera é mais facilmente perceptível do que no caso do H2S, na medida em que o SO2
não atua inibindo o olfato, mas sim provocando sufocação do homem, obrigando o abandono imediato
do local de trabalho.

1.2.7 Consultar os procedimentos de segurança estabelecidos na Ficha de Informação.

NOTA O ppm aqui referenciado é em volume.

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Anexo B - Procedimentos Operacionais em caso de Ocorrência de H2S na Atmosfera

1 Procedimentos Operacionais

1.1 Condição I (Poço onde não existia a previsão de H2S)

1.1.1 Esta condição deve ser estabelecida mediante as circunstâncias:

Havendo quaisquer indícios de anormalidade, a saber:

a) escurecimento súbito das ferramentas de perfuração;


b) presença de H2S (detectada por sensores fixos ou monitorada com aparelhos
portáteis);
c) presença de odores de H2S (ovo podre);
d) outros fatores que possam levantar suspeita da presença do gás no ambiente, nos
equipamentos, amostra, etc.

1.1.2 Procedimentos:

Elaborar gestão de mudança, incluindo análise de risco.

1.2 Condição II (Poço em que havia a previsão de H2S ou há ocorrência de H2S no fluido)

1.2.1 Esta condição deve ser estabelecida mediante as circunstâncias:

a) quando a perfuração atingir a profundidade de 300 m acima da formação ou da zona


prevista para ocorrência do H2S, ou;
b) quando houver quaisquer indícios de anormalidade, a saber:
— escurecimento súbito das ferramentas de perfuração;
— diminuição da alcalinidade do fluido;
— presença de H2S em qualquer concentração até a concentração máxima de 8 ppm
na atmosfera (detectada por sensores fixos ou monitorada com aparelhos portáteis);
— presença de odores de H2S (ovo podre);
— outros fatores que possam levantar suspeita da presença do gás no ambiente, nos
equipamentos, amostra.

1.2.2 Procedimentos:

a) dar acesso, instrução para sua correta utilização e limitações e ciência da localização à
todo pessoal na unidade/locação das máscaras de fuga;
b) as birutas devem estar em seus locais, e todos devem passar a observar
constantemente a direção do vento;
c) as máscaras autônomas de ar, bem como o sistema de ar de cascata devem estar
preparados e prontos para utilização;
d) todos devem estar familiarizados quanto aos pontos de reunião;
e) o auxiliar de enfermagem de bordo deve estar com todo o material disponível e pronto
para utilização ou mobilizar o auxiliar de enfermagem designado para emergências em
locações terrestres;
f) todos os serviços de manutenção devem estar sob rigoroso controle;
g) todos devem estar familiarizados com os alarmes.

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1.3 Condição III (Poço com a presença na atmosfera de teores maiores que 8 ppm e menor ou
igual a 49 ppm de H2S)

1.3.1 Procedimentos:

a) a situação deve ser avisada por “intercon” para toda a unidade/locação;


b) pessoal da equipe de controle:
— identificar ponto de vazamento e/ou ponto de ocorrência do H2S
— sanar o vazamento ou estancar fonte da ocorrência do H2S;
— todo o pessoal da equipe de controle deve trabalhar em dupla;
— devem utilizar as máscaras autônomas de ar de trabalho ligadas ao sistema de
cascata;
— os conjuntos autônomos e cilindros de reserva, caso necessário devem estar prontos
para utilização;
— o compressor portátil deve estar pronto para ser acionado;
— a área de recarga dos cilindros deve ter monitorização permanente com detector de
H2S;
— monitorar a direção do vento para indicar o melhor ponto de reunião a ser utilizado;
— todos os trabalhos a quente devem ser paralisados em toda a unidade/locação;
— fica proibida a prática de fumo em toda a unidade locação;
c) pessoal não necessário ao controle da emergência:
— colocar imediatamente a máscara de fuga;
— munir-se de colete salva-vidas (plataformas);
— dirigir-se imediatamente ao ponto de reunião;
— desligar o circuito de alimentação das unidades de ar condicionado;
— nos pontos de reunião deve-se proceder à chamada para checar a presença de todos;
— auxiliar de enfermagem deve ficar a postos para prestar primeiros socorros
(equipamentos ressuscitadores, bem como macas, devem estar prontos para o uso);
— aeronaves e barcos nas proximidades devem ser alertados;
— a base de terra deve ser avisada;
— rádio operador deve estar equipado com VHF portátil no ponto de reunião;
— evacuação de todo o pessoal não essencial às operações da plataforma, caso o
vazamento não seja controlado, ou o ponto de ocorrência não seja identificado. A
evacuação deve ser ordenada pelo encarregado da sonda/plataforma e deve ser
através das embarcações de sobrevivência ou outros meios disponíveis;
— avisar as aeronaves e embarcações nas proximidades.

NOTA 1 Assim que soar o alarme sonoro, o local de detecção do vazamento e o ponto de reunião,
serão anunciados pelo sistema de Intercon.
NOTA 2 A máscara de fuga deve ser utilizada pelo pessoal, que deve se dirigir, da área externa, ao
ponto de reunião.
NOTA 3 O pessoal, que por ocasião do alarme se encontrar dentro das acomodações, deve dirigir-se
ponto de reunião anunciado. Caso a máscara de fuga não esteja disponível dentro das
acomodações, deve prosseguir diretamente para o ponto de reunião anunciado e coletar a
máscara de fuga.
NOTA 4 Durante a permanência no ponto de reunião anunciado, a utilização da máscara de fuga ou
qualquer outro conjunto de proteção respiratória contra gases tóxicos não é necessária.
NOTA 5 Caso haja necessidade de se dirigir aos postos de abandono, a máscara de fuga ou qualquer
outro conjunto de proteção respiratória contra gases tóxicos, deve ser utilizada.

1.4 Condição IV (Poço com a Presença na Atmosfera de teores maiores ou igual a 50 ppm de
H2S)

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1.4.1 Procedimentos:

a) pessoal da equipe de controle:


— fechar o poço;
— sanar o vazamento ou estancar fonte da ocorrência do H2S.

NOTA Caso todos os recursos de bordo tenham sido utilizados e a situação fuja ao controle, o
encarregado da sonda/plataforma deve autorizar o abandono da equipe de controle, pelos meios
disponíveis.

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Anexo C – Figuras de Arranjo de Equipamento de Perfuração

Figura C.1 - Exemplo de Arranjo de Equipamento de Perfuração em Locação não


Confinada

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Figura C.2 - Exemplo de Arranjo de Equipamento de Perfuração em Locação Confinada

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