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CAMPUS DE CHAPECÓ
CHAPECÓ
2019
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CHAPECÓ
2019
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BANCA EXAMINADORA
AGRADECIMENTOS
Primeiramente agradeço aos meus pais Paulo Sérgio Faccio e Zelir Maria Bonfante
Faccio, pelo amor, carinho e suporte que vem me dando ao longo da vida e principalmente
durante estes cinco anos de faculdade, superando as dificuldades impostas pela vida, me
inspirando, confiando no meu potencial, me apoiando e incentivando a concluir essa jornada
mesmo nos momentos mais difíceis. Muito obrigado, amo vocês!
Agradeço aos colegas de faculdade que estiveram ao meu lado durante esta caminhada.
Mas, em especial deixo meu agradecimento aos amigos que fiz durante o curso e que levarei
comigo para toda vida, obrigado Claudia, Guimel, Isabela e Manoela, por tornarem este curso
mais leve e sempre estarem presentes, pelas experiencias compartilhadas, pelos trabalhos que
elaboramos juntos, pelas risadas e principalmente pelo suporte emocional durante esta
graduação, obrigado, isso não seria possível sem vocês.
Agradeço ainda a outra amiga muito especial, Bárbara Rech que mesmo de longe me
apoiou e esteve presente em todos os momentos, me incentivando nos momentos difíceis e
sempre confiando em mim.
A todos os professores do curso de Arquitetura e Urbanismo da Unoesc Chapecó, por
todos os conhecimentos, pela dedicação e pela paciência durante as aulas, todos vocês
contribuíram para minha formação profissional. Deixo também um agradecimento especial a
Márcia Regina Sartori Damo, pelo empenho incondicional na coordenação deste curso, pela
dedicação na elaboração de todas as viagens e atividades extras, além do esforço para fazer
desta a melhor graduação em Arquitetura e Urbanismo de Chapecó.
Agradeço em especial a minha orientadora, Rachel Dall’Agnol por ter aceitado me
orientar e fazer parte deste trabalho, pela sabedoria e pelo conhecimento passado, pela atenção
e pela dedicação em ajudar e buscar de todas as formas contribuir para a excelência deste
projeto. Agradeço ainda por me acolher em seu escritório e me permitir fazer parte de sua equipe
de projeto e aprender na prática, dia após dia, mas principalmente, agradeço pelo apoio dado
durante o curso, acreditando em meu potencial e me incentivando a chegar até aqui. Muito
obrigado, você foi uma das pessoas mais importantes nesta caminhada!
Por fim, agradeço a todos que direta ou indiretamente fizeram parte da minha formação,
obrigado!
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RESUMO
ABSTRACT
This study of course completion proposes a Training Center for the Chapecoense Football
Association, in the municipality of Chapecó / SC. The research about the preliminary project
proposes a complete environment, with the necessary infrastructure to receive professional
athletes and the basic categories in the place, promoting the integration between them and
providing the well-being of the users. In this way, it was observed the precariousness of the
structure made available by the club for this target audience, it seeks to develop well-sized
spaces that can meet the demands of equipment and structure, bringing warmth, comfort and
inspiring them to carry out their professional activities in the best way possible. Thus, it is
proposed the establishment of a space that can attend professional and training athletes,
providing everyone with an excellent working condition. In this way, it seeks to cover the
various aspects of the theme, ranging from the historical context and its urban insertion to the
situation of the existing equipment, in order to identify the deficiencies in the current structure
so that it is possible to prepare a draft proposal for the new training and training of athletes,
solving the problems encountered and designing the club on the national scene. That said,
research was carried out to know the history of the municipality of Chapecó and the
Chapecoense Association of Football and the current Brazilian norms regarding the theme to
apply them in the course of the preliminary project. Also, case studies were also carried out
using the Ching & Pause & Clark method to analyze the structure of other clubs in Brazil and
the World, comparing them with Chapecoense's current structure, bringing to our reality the
positive points found there. At the end of the initial studies, all the necessary studies were
elaborated concerning the chosen terrain and developed studies of stain, pre-dimensioning, user
profile, concept and architectural party aiming the development of the athletes and the club.
Finally, as a result of this work will be developed the preliminary design of a Training and
Training Center for Athletes for the Chapecoense Football Association.
LISTA DE FIGURAS
LISTA DE MAPAS
LISTA DE TABELAS
CT – Centro de Treinamento
FA - Football Association
NR – Norma Regulamentadora
SC – Santa Catarina
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 17
3. METODOLOGIA ........................................................................................................... 41
4. A PROPOSTA ................................................................................................................. 83
4.1.1 Localização............................................................................................. 83
4.1.5 Zoneamento............................................................................................ 88
1. INTRODUÇÃO
1.2 PROBLEMA
É indiscutível que o futebol é um dos esportes mais populares do Brasil, a partir dele
criou-se uma indústria gigantesca que movimentou, segundo Eduardo Belo (2018) repórter do
site Valor Econômico, mais de cinco bilhões de reais só no ano de 2017, através de negociações
de jogadores, ampliando a economia local e gerando milhares de empregos para profissionais
nas mais diversas áreas. Entretanto, assim como em outros ramos da economia, clubes com
maior investimento em estrutura e capital humano possuem melhor rendimento, fazendo com
que a disparidade apareça não só nas folhas salariais, mas também nos resultados dentro de
campo.
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1.3 JUSTIFICATIVA
1.4 OBJETIVOS
Desenvolver uma pesquisa para embasar uma proposta de anteprojeto para o novo centro
de treinamento e formação de atletas da Associação Chapecoense de Futebol.
2.1 FUTEBOL
A origem do futebol é antiga e ainda muito discutida, afinal não há um consenso que
coloque um ponto final nesta história. Existem registros da prática de um esporte semelhante
ao futebol em diversas civilizações antigas, entre elas podemos destacar o Tsü Tsü, ritual de
guerra na antiga China, o Tlachtli praticado pela antiga civilização Maia e até mesmo ancestrais
europeus do esporte, como o Epyskiros grego (GIULIANOTTI 2002; MURAD, 1996 apud
CRUZ, 2005)
Entretanto, o futebol como conhecemos hoje foi oficialmente fundado em 1863, na
Inglaterra pela Football Association – FA, instituição que também promoveu sua expansão
através dos trabalhadores ingleses, que conquistavam folgas no sábado à tarde e praticavam o
esporte (COSTA, 2005). Segundo MAXIMO (1999), as raízes do esporte atual vêm da
Inglaterra, mas tem início na década de 1840, quando a rainha Vitória, aconselhada pelo
pedagogo Thomas Arnold, acabou com a proibição a um jogo chamado mass football, que
segundo o autor era uma disputa com uma bola de bexiga de boi revestida em couro, onde dois
times com cinquenta jogadores, ou até mais, tentavam faze-la passar pela porta da cidade para
marcar o gol, utilizando-se de socos, pontapés e golpes sujos para conseguir o feito.
A ideia de pôr fim à proibição veio com a democratização das escolas inglesas, que
começavam a ser frequentadas por meninos da classe média em ascensão, que se misturavam
com os filhos dos nobres, então, a fim de evitar que os alunos “perdessem tempo” conversando
e criando convicções reformistas e revolucionárias, o pedagogo sugeriu que se ocupasse o
tempo do intervalo das aulas com um jogo de 11 contra 11, fazendo-os correr atrás de uma bola
e brigar por ela (MAXIMO, 1999).
O tempo passou e o futebol deixou de ser uma atividade para recreação infantil e, em
26 de outubro de 1863, foi fundada no centro de Londres a The Football Association - FA,
entidade que até hoje comanda o futebol inglês. (MÁXIMO, 1999)
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Apesar da fundação dessa instituição, o esporte continuou evoluindo nos anos seguintes,
segundo CRUZ (2005), só doze anos depois da fundação da FA que o travessão – barra superior
que, junto com as traves laterais forma o retângulo que delimita a área onde a bola deve ser
colocada para se marcar um ponto - foi introduzido, as delimitações espaciais para a prática do
esporte só vieram em 1882, quando ficou decidido que o gramado seria delimitado por uma
linha branca.
Já no ano de 1904 foi fundada a Fédération Internationale de Football Association –
FIFA, ou Federação Internacional de Futebol, que até hoje comanda o esporte em nível
internacional (BRITANNICA, 2019).
Ainda segundo CRUZ (2005), só na década de 1970 que foram introduzidas algumas
regras mais civilizatórias para o futebol, com o início das substituições e das aplicações de
cartões amarelos e vermelhos para jogadores que praticassem jogo violento ou que atentassem
ao bom andamento da partida.
Desde aquela época, o futebol segue se modernizando, atualizando suas regras e
adotando novas tecnologias como o arbitro de vídeo – VAR, a fim de tornar o esporte mais
imparcial, justo e competitivo dentro das quatro linhas. A última mudança nas regras do esporte
foi aprovada em 2019 pela International Board, entidade que determina as regras do futebol, e
serão colocadas em prática a partir de junho do mesmo ano, conforme notícia publicada por
MANHAGO (2019).
A história do futebol no Brasil tem origens mais consolidadas, segundo (MÉRCIO, 1985
apud COSTA, 2005), o esporte já havia se estabelecido em escolas brasileiras nos estados do
Rio de Janeiro e do Rio Grande do Sul. Apesar disso, segundo COSTA (2005) é consenso que
o início oficial do futebol do país se dá em 1894, quando Charles Miller retorna da Inglaterra,
onde jogou na primeira divisão do campeonato inglês da época. Desta forma, Miller apresentou
o esporte para membros do São Paulo Athletic Club, fundado em 1888 e no ano de 1895 o clube
incorpora o futebol às suas atividades. (COSTA, 2005).
Nos anos seguintes, vários outros clubes foram fundados e aderiram ao esporte, como o
Mackenzie Athletic Association (em 1898), o Sport Club Internacional (1898), Clube Atlético
Paulistano (1900), entre outros clubes populares nos dias de hoje. No Brasil, o futebol era
extremamente elitizado em seus primeiros anos de vida, sendo realizado nos gramados mais
nobres de São Paulo e Rio de Janeiro, diferentemente do que acontecera em nossos países
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vizinhos como Argentina e Uruguai, onde o esporte foi utilizado como instrumento de
alienação, da mesma maneira que Arnold aconselhou a rainha Vitória a fazer na Inglaterra.
(MÁXIMO, 1999).
Em 1902, na cidade de São Paulo – SP, é fundada uma liga e organizada a primeira
competição oficial de futebol no país, sendo disputada por cinco clubes: São Paulo Athletic,
Paulistano, Germânia (atual Pinheiros), Mackenzie e SC Internacional. Os anos foram passando
e os estados articulando campeonatos estaduais, primeiro na Bahia em 1905, seguido também
pelo Rio de Janeiro no ano seguinte, desta forma, gerando a necessidade da criação de uma
entidade nacional da modalidade. (COSTA, 2005)
Sendo assim, em oito de junho de 1914 é fundada a Federação Brasileira de Esportes,
que dois anos depois passa a se chamar Confederação Brasileira de Desportos – CBD e, em
1979, muda para sua nomenclatura atual, Confederação Brasileira de Futebol – CBF. Mesmo
com a criação de uma entidade máxima do futebol no Brasil, o esporte ainda não tinha se
tornado profissional no país, o que aconteceu gradativamente, começando em 1933 no estado
Rio de Janeiro e em São Paulo, só sendo reconhecido pela CBD em 1937, o que auxiliou em
seu desenvolvimento com o passar dos anos. (COSTA, 2005).
Deste momento em diante, o futebol brasileiro floresceu, em 1949 vencemos o
Campeonato Sul Americano após 27 anos sem títulos, em 1958 conquistamos nosso primeiro
título de campeão mundial, em 1962 veio o bicampeonato e em 1970, no México, o tri.
(COSTA, 2005).
Segundo COSTA (2005), foi no ano de 1971 que a CBD começou a organizar o que
hoje conhecemos como Campeonato Brasileiro, evento que vem sendo disputado
initerruptamente, entretanto, que tem adotado diversas formas de disputa e contando com
variados números de equipes participantes. Ainda segundo o autor, as décadas de 1980 e 1990
foram o período de consolidação dos clubes brasileiros no cenário sul-americano, quando
vencemos oito edições da Copa Libertadores da América – principal competição sul americana
para clubes. De lá pra cá, nossa seleção ainda venceu mais dois campeonatos mundiais, em
1994 nos Estados Unidos e em 2002, no Japão e na Coreia do Sul.
que estes atletas dedicam à sua formação esportiva, pouco difere do tempo destinado à escola
e que, além disso, o tempo de treinamento nas categorias de base é análogo ao dos profissionais,
exigindo um comprometimento muito grande dos atletas de base (MELO 2010 apud SOARES
et al., 2011).
Segundo SOARES et al. (2011), se contabilizarmos as horas aula de um estudante do
sexto ano escolar até sua formação no ensino médio e compararmos com a formação de um
atleta que inicia sua carreira na categoria mirim, aos doze anos de idade até o último ano de
categorias de base, no sub-17, teríamos valores semelhantes. Seriam aproximadamente 4.800
horas na escola e 4.165 horas de treinamento dedicado ao futebol, isso sem levar em conta os
jogos nos fins de semana. Desta maneira, é possível vislumbrar tamanha dedicação necessária
para formação de um jogador profissional;
Damo (2005) utilizou duas denominações diferentes para os centros de treinamentos,
tratando-os como Centro de Formação/Produção de futebolistas, fazendo uma analogia à escola
ou a fábrica, respectivamente. Segundo ele, existe uma diferença sutil entre os dois, em ambos
há a noção de intervenção, entretanto, o termo “formação” sugere algo no campo das ideias,
enfatizando o caráter e o aprendizado da profissão, já “produção” faz alusão a algo mais
concreto como produção de mercadorias e remete quase sempre a fábrica, à ideia de produção
em larga escala de coisas descartáveis.
Ainda segundo Damo (2005), os clubes usam o termo formação buscando trazer a
impressão de filantropia, de que recrutam atletas apenas por bondade, sendo que existe uma
relação entre custo e benefício calculada com precisão, o que não é divulgado. O autor ainda
destaca que na França, existe uma separação entre “formação” e “pré-formação”, que variam
em muitos aspectos, inclusive pela idade dos aspirantes a atletas recrutados.
Damo (2005) define a formação como as atividades voltadas para adolescentes de
quinze a vinte anos, em espaços regulamentados chamados de “centres de formation des clubs
professionnels”. Ainda define como pré-formação o período que vai dos sete aos quatorze anos
de idade, que acontece em clubes locais ou distritais, semelhantes as nossas escolinhas. Segundo
ele nesses dois períodos os objetivos, cargas horarias e diplomas exigidos dos clubes são
diferentes.
Desta maneira, Damo (2005) relaciona as “escolinhas”, presentes no Brasil, ao que é
chamado de “pré-formação” na França, e a “formação” ao que aqui conhecemos como
“categorias de base”. Ainda segundo o autor, existem basicamente três lógicas de
formação/produção de atletas, a endógena, a exógena e a híbrida.
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O futebol brasileiro nos últimos anos vem presenciando tragédias sem precedentes no
esporte, em âmbito nacional e até mesmo internacional, com os mais diversos relatos históricos.
Em 1992, no Rio de Janeiro, 82 pessoas ficaram feridas e três morreram na queda de uma parte
da grade de proteção da arquibancada no Maracanã. Em 2009 o ônibus que levava a delegação
do Brasil de Pelotas se envolveu em um acidente que resultou em três mortos. Já em 2016
testemunhamos a queda do avião que levava a Associação Chapecoense de Futebol para a final
da Copa Sul-Americana, o qual deixou 71 vítimas fatais (UOL, 2019).
Em fevereiro de 2019, mais uma tragédia, desta vez o desastre ocorreu no Centro de
Treinamentos do Flamengo, também conhecido como Ninho do Urubu, e deixou dez mortos e
três feridos nas categorias de base do clube carioca, segundo informações publicadas no portal
de notícias UOL (2019).
O caso ocorreu na manhã de sexta-feira, dia oito de fevereiro, quando um incêndio
atingiu a ala mais antiga do CT do Flamengo, que vinha sendo utilizada por atletas de 14 a 17
anos de idade. De acordo com as informações divulgadas pelo Globoesporte.com (2019a), o
fogo pode ter tido início através de um curto-circuito em um aparelho de ar condicionado no
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alojamento, e, ainda segundo o site, do primeiro estouro até as chamas tomarem conta do local
foram cerca de dez minutos, os bombeiros foram acionados às 5h14 e chegaram ao local às
5h38, conseguindo controlar o fogo somente as 6h20.
O alojamento onde os jovens estavam abrigados era, segundo o
GloboEsporte.com(2019a), construído com containers, como se pode observar na Figura 1. O
ambiente contava com cinco quartos, cada um podendo abrigar seis atletas, banheiro e área de
convívio. Com capacidade para alojar até trinta jovens, as instalações contavam com apenas
uma saída da edificação e com grades nas janelas dos dormitórios, dificultando ainda mais a
fuga em caso de emergências.
Figura 1 - Alojamento onde estavam as vítimas
estacionamento, não devendo, portanto, abrigar os jovens. Outra irregularidade apontada foi a
existência de multas em atraso que foram aplicadas devido à falta de alvará de funcionamento.
De acordo com a Prefeitura do Rio, o clube foi multado 31 vezes e pagou apenas dez, fato que
fez com que a Secretaria da Fazenda lacrasse o CT do Flamengo em outubro de 2017,
entretanto, o clube decidiu reabrir o Centro no mesmo ano, mesmo com a determinação da
secretaria. Por fim, ainda segundo a Folha de São Paulo, os bombeiros não haviam vistoriado o
alojamento, já que a estrutura provisória que abrigava os jovens não constava no projeto
apresentado ao órgão municipal.
Após descoberta a situação do centro de treinamentos do Flamengo, uma reportagem
divulgada pelo globoesporte.com(2019b) pelo Esporte Espetacular no dia 17 de fevereiro de
2019, apresentou um panorama das estruturas de categorias de base dos vinte clubes da série A
do campeonato brasileiro, o que deixou ainda mais evidente o descaso com a segurança e
legislação no que se refere aos atletas de base. Segundo as informações divulgadas, dos 20
clubes da série A, 19 contam com categorias de base no momento, sendo que pelo menos nove
não têm todos os documentos necessários para funcionamento segundo a legislação vigente.
2.5 CHAPECÓ
uma densidade demográfica de 293,15 hab./km². Ainda segundo o IBGE, o salário médio
mensal dos trabalhadores formais é de 2,7 salários mínimos e IDHM – Índice de
Desenvolvimento Humano Municipal, em 2010 de 0,790 (ATLAS DE DESENVOLVIMENTO
HUMANO NO BRASIL, 2013), considerado alto.
O município de Chapecó foi criado em 25 de agosto de 1917, tendo como origem do
nome os termos "echa" + "apê" + "gô", que significa na língua dos Kaingang da região" donde
se avista o caminho da roça”. (CHAPECÓ, 2019). Segundo Dlugokenski (2012), a região de
Chapecó foi inicialmente “delimitada pela presidência do governo do estado do Paraná, pela lei
2.502, de 06 de novembro de 1859,
denominada de Colônia Militar de Xapecó.”
De acordo com Dlugokenski (2012), é tem-se o conhecimento da ocupação indígena na
região até meados do século XIX, quando o local começou a receber expedicionários de São
Paulo e Guarapuava. Ainda de acordo com ele, esta área, até então conhecida como Campos de
Palmas, era ocupada predominantemente por indígenas da etnia Kaingang e considerada uma
“terra sem dono”.
O município começou a ser explorado por bandeirantes paulistas no século XVII, mas
foi no início do século XIX que, com a expansão da criação de gado na região, o município
tornou-se rota para tropeiros do Rio Grande do Sul. (CHAPECÓ, 2019).
Com o excedente de gado produzido na região dos sete povos das missões, atual Rio
Grande do Sul, juntamente com a descoberta de minérios preciosos no atual estado de Minas
Gerais, houve um aumento na demanda pelo tráfego dos animais pelas terras chapecoenses, que
precisariam passar por áreas de mata fechada, repletas de indígenas, o que causou uma grande
tensão e conflito entre nativos e caboclos. (DLUGOKENSKI, 2012)
Os ânimos se acalmaram e uma aliança foi formada com o cacique Vitorino Condá, líder
de uma tribo Kaingang que facilitou a abertura de caminho para a estrada através das terras
indígenas (DLUGOKENSKI, 2012). Segundo D’Angelis (1995, apud DLUGOKENSKI,
2012), tal acordo só foi possível pois Condá habituado com a convivência do homem branco,
já tendo até uma convivência pacífica com fazendeiros locais. Este acordo entre os Kaingang
da tribo de Vitorino e os homens brancos era, segundo Dlugokenski (2012), bilateral, onde os
indígenas auxiliavam no desmatamento e na abertura da estrada em troca de auxílio na
eliminação de tribos rivais.
Com o término da construção da estrada foram criados diversos “pousos”, que eram
utilizados no tráfego de gado das missões gaúchas com destino a São Paulo, que se
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2.6 CHAPECOENSE
A trajetória ascendente da equipe começou no ano de 2009, quando pode disputar pela
primeira vez a série D do campeonato brasileiro e, no mesmo ano, conquistou o acesso à série
C, competição na qual competiu a partir de 2010. Já em 2012 a equipe foi semifinalista do
torneio e pode participar da série B do brasileirão de 2013, fato inédito na história do clube que,
superando todas as expectativas, conseguiu a classificação para a série A do campeonato e dali
não saiu mais. (Chapecoense, 2018c)
Os anos seguintes, 2014 e 2015, foram de extrema euforia pela permanência entre os 20
maiores do país e, além disso, de estar disputando a Copa Sul-Americana, uma das mais
importantes competições do continente, na qual a equipe fez uma campanha incrível, sendo
eliminada apenas pelo River Plate da Argentina nas quartas de finais. (Chapecoense, 2018c)
31
A legislação que rege o futebol profissional e os atletas no Brasil é mais antiga que a
própria Lei Pelé que será explanada posteriormente, desta forma, se faz necessário um breve
resgate histórico das leis que a antecederam. (MORAES; CARVALHO, 2014)
De acordo com Moraes e Carvalho (2014), em um primeiro momento na história do
futebol brasileiro, o jogador profissional era tratado como um funcionário comum do clube,
conforme decreto de lei nº 5.452/43, através das leis trabalhistas, entretanto, com as
especificidades da profissão, os atletas não recebiam as mesmas benfeitorias que o restante dos
trabalhadores.
Desta maneira, segundo Campagnone (2009, apud MORAES; CARVALHO, 2014) em
2 de setembro de 1976, foi sancionada a Lei nº 6.354, também chamada de Lei do Passe, que
se tornou a primeira legislação específica para o futebol profissional no Brasil. Esta nova
legislação trouxe benefícios como a obrigação de assinatura de contratos de trabalho, férias e
recessos para os atletas, entretanto, também criou o “passe”, que dificultava a transferência de
jogadores entre os clubes.
Este “passe” funcionava da seguinte forma: o clube possuía direito federativo dos
atletas, o que lhe permitia registrar os jogadores com os quais tinha contrato em federações
esportivas (como na Confederação Brasileira de Futebol – CBF). Tal direito continuava de
posse do clube mesmo após o término do contrato de trabalho, sendo exigido uma indenização
para que o atleta fosse transferido para outro clube. (CAMPAGNONE, 2009, apud MORAES;
CARVALHO, 2014).
Este modelo vigorou até a aprovação da lei Nº 9.615, ou lei Pelé, como é popularmente
conhecida, que foi sancionada em 24 de março de 1998 e instituiu normas gerais sobre o
desporto brasileiro, além de dar outras providências (BRASIL, 1998).
Ao mesmo tempo que a Lei Nº 9.615 de 1998 trouxe diversos benefícios para os atletas
profissionais, permitindo a estes uma plena liberdade de trabalho e possibilidade de transitar
livremente entre clubes após o cumprimento dos contratos, esta lei também prejudicou os clubes
pois estes não estavam preparados para sua implantação e acabaram perdendo sua principal
33
fonte de renda que vinha dos passes dos atletas. (SILVA & CAMPOS FILHO, 2006 Apud.
MORAES; CARVALHO, 2014).
Conforme explicado por Moraes e Carvalho (2014), a Lei Pelé ampliou o assédio
econômico de clubes maiores sobre os atletas das categorias de base que se destacavam em
clubes de menor expressão, já que não havia formas de se “segurar” o jogador que ainda não
possuía contrato profissional. Desta forma, alguns times que se sustentavam economicamente
através de vendas de jovens promessas entraram em crise e até mesmo fecharam, uma vez que
não recebiam nada pelo jogador que saia ainda muito novo de suas dependências.
De acordo com o Ministério do Esporte (2011, apud Moraes e Carvalho, 2014) após
diversas reivindicações dos clubes, em 16 de março de 2011, a Lei 12.395 fez modificações na
Lei Pelé, grande parte voltadas aos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro de 2016, mas também
trazendo melhorias para o futebol de base e profissional no país. Entre as novidades
apresentadas estão a obrigatoriedade do seguro de vida para os atletas, reponsabilidade fiscal e
trabalhistas para os clubes além de alterações nos contratos de trabalho dos jogadores.
Segundo o Ministério do Esporte (2011, artigo 29, apud Moraes e Carvalho, 2014) com
a Lei Pelé fica estabelecido que dos 14 até os 20 anos de idade o atleta pode ser considerado
aprendiz nos clubes, podendo assinar contratos de trabalho profissional somente a partir dos 16
anos. Caso não ocorra a profissionalização, para proteger os atletas foi elaborado o Contrato de
Formação Desportiva, possibilitando ao atleta em formação uma bolsa mensal e garantindo aos
clubes reivindicar valores em futuras transações destes jogadores, a fim de receber um retorno
pelo investimento na formação dos mesmos.
Entretanto, para garantir ao clube esta garantia de honorários pelo contrato de formação,
o clube deve possuir um Certificado de Clube Formador - CCF, concedido pela entidade de
administração nacional da modalidade, neste caso a CBF. Este certificado só é concedido
mediante ao cumprimento de uma série de medidas, algumas previstas no Art. 29 da Lei nº
12.395, de 2011, e outras elaboradas pela própria CBF, que além de acrescentar exigências
também criou duas categorias de certificação. (MORAES; CARVALHO, 2014)
O Artigo 29 da lei nº 12.395 especifica em seu segundo parágrafo várias exigências para
que uma entidade seja considerada formadora de atletas, todas elas acrescentadas no texto
original pela Lei nº 12.395, de 2011, conforme apresentado a seguir:
§ 2º É considerada formadora de atleta a entidade de prática desportiva que: (Redação
dada pela Lei nº 12.395, de 2011).
I - Forneça aos atletas programas de treinamento nas categorias de base e
complementação educacional; e (Incluído pela Lei nº 12.395, de 2011).
II - Satisfaça cumulativamente os seguintes requisitos: (Incluído pela Lei nº 12.395,
de 2011).
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Conforme citado anteriormente, além das condições impostas por lei, ainda são impostas
pela CBF diversas outras medidas que caracterizam um clube como formador, desta maneira,
estes são classificados em categoria “A”, que corresponde aos clubes que superem as exigências
mínimas, com validade de até dois anos e categoria “B” para equipes que conseguirem apenas
suprir as demandas mínimas, este sendo válido por apensas um ano. (CBF, 2012 apud.
MORAES; CARVALHO, 2014). Desta maneira, segue as exigências da CBF para com os
clubes para a obtenção de Certificado de Clube Formador:
q) Fornecer aos atletas uniformes de treino e jogo, além de roupa de cama, mesa e
banho, material de limpeza e higiene pessoal.
Ainda em relação aos sanitários, a NBR 9050 2015 estabelece que deve ser estabelecido
no mínimo o giro de 360º dentro do ambiente, ou seja, um diâmetro de um metro e meio para
circulação. Além dessas, outras exigências são descritas na NBR, como a necessidade de
garantir a transferência lateral, perpendicular e diagonal para a bacia sanitária, entre outras
diversos pontos que serão observados durante a elaboração do projeto arquitetônico.
Outro ponto que merece um cuidado especial são as rampas, que de acordo com a NBR
9050 (2015) são definidas como “inclinação da superfície de piso, longitudinal ao sentido de
caminhamento, com declividade igual ou superior a 5 %”. A NBR ainda especifica quais sãos
os limites de inclinação das rampas, assim como quantidade de patamares e alturas máximas de
desnível, conforme apresentado na Tabela 2, desta forma tornando a edificação acessível para
todos.
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Ainda no que diz respeito as rampas, a NBR 9050 (2015) aponta que as larguras das
mesmas devem ser dimensionadas em relação ao fluxo de pessoas no local, tendo como mínimo
recomendado 1,50m e o vão livre mínimo aceito de 1,20m. Ainda fica definido que toda rampa
deve possuir corrimão com duas alturas, a 0,92m e 0,70m da superfície da rampa, conforme
apresentado na Figura 4.
Figura 4 - Corrimão
ambientes de uso comum, cinco por cento dos dormitórios devem levar em conta os recursos
de acessibilidade, mantendo no mínimo uma unidade e não sendo possível está estar isolada
das demais, devendo estar em distribuída por todos os níveis de serviço e possuir rota acessível.
(BRASIL,2018)
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3. METODOLOGIA
A metodologia aplicada aos estudos de caso a seguir baseia-se no método Ching (2013)
e Pause e Clark, dividindo cada complexo em sete itens: Ficha Técnica, Análise de Partido,
Funcional, Formal, do sistema estrutural e materiais construtivos, análise bioclimática e análise
crítica da obra. Dentre estes itens, existem ainda subitens que resultam em uma análise completa
de cada empreendimento.
Além disso, durante a elaboração do presente trabalho, também foram seguidas as
diretrizes estabelecidas para elaboração de trabalhos científicos, conforme descrito por
ROVER; PEREIRA, 2013.
3.1.1.2 Localização
Fonte: Autor
A implantação, conforme Figura 8, não possui grandes destaques, é possível notar três
campos de tamanho oficial, com as mesmas dimensões do gramado da Arena Condá, 105m x
68m e também o mesmo tipo de grama, a bermuda. Também há no local um campo menor que
serve para treinamento das categorias de base, uma edificação onde se concentram academia,
cinco vestiários, sala de massagem, sala de fisioterapia, rouparia e cozinha, além de um lago do
qual é retirada a água para irrigação dos gramados.
Figura 8 - Implantação
45
O zoneamento do projeto não é complexo, já que não conta com um vasto programa de
necessidades, a maior parte das salas possuem acesso por uma circulação central que une todos
os ambientes internos, conforme Figura 11. Algumas áreas possuem entrada individual, como
é o caso do vestiário da equipe visitante, o que visa diminuir o contato dos atletas pré e pós-
jogo, já que o centro de treinamento recebe jogos das categorias de base da equipe, desta
maneira o acesso ao ambiente é feito pela área externa.
A área de imprensa também é acessada pelo exterior, afinal trata-se de uma
infraestrutura móvel, sem fechamentos laterais que tem função de apenas abrigar os repórteres
da chuva, sem estrutura como mesas e cadeiras para que seja possível realizar uma entrevista
coletiva confortável.
O programa de necessidade do projeto conta basicamente com três campos oficiais, um
não oficial, espaço de três mil metros quadrados para aquecimento e treinamento de goleiros
no terreno. Na edificação de 463 metros quadrados existe uma academia, três vestiários, sala
de massagem e fisioterapia, rouparia, cozinha e depósito, além das infraestruturas já citadas
como a sala de imprensa e também uma sala de manutenção.
47
Fonte: o Autor
3.1.1.5 Análise Formal
Figura 12 - Entradas
cobertura simples duas águas, que forma um triangulam sobre a base retangular. Essa
representação encontra-se na Figura 13.
Figura 13 - Massa
Fonte: Autor
No que diz respeito a elementos repetitivos e singulares, a repetição fica por conta das
aberturas presentes na fachada, já apresentadas na Figura 10, entretanto, estas não apresentam
ritmo e foram instaladas pensando exclusivamente na área interna da edificação, sem
preocupação com os elementos na fachada. Em planta baixa, destaca-se a repetição de
ambientes em relação à função de vestiário. Pensando em elementos singulares, nada chama a
atenção ou se destaca na edificação.
A simetria não está presente na fachada da edificação, apesar de seu volume possuir
certos eixos simétricos, a presença de aberturas como portas e janelas em posições assimétricas
tira esta característica da vista, tornando-a desequilibrada. Em planta também não fica evidente
nenhum tipo de simetria nas divisões internas, somente em relação à casca da edificação.
O conceito do projeto busca pura e simplesmente a praticidade e funcionalidade, de
modo a economizando recursos da instituição. Desta maneira, a arquitetura é simples e sem
qualquer tipo de diferenciação no que diz respeito à volumetria. O clube buscou aplicar pintura
na fachada para escapar da monotonia da forma proposta, entretanto, não foi o suficiente para
a obra se destacar em relação ao complexo.
construída em madeira e a área destinada a imprensa resume-se à uma tenda em metal e plástico
para realizar o fechamento superior.
3.1.2.2 Localização
Fonte: Autor
Center, Len Casanova Athletic Center além do estádio da equipe. Outra tipologia de edificações
encontrada foi um bairro universitário, voltado para acadêmicos da instituição.
Em relação ao partido, existe uma clara adição de formas para formar o volume da
edificação, são paralelepípedos sobrepostos de forma desalinhada, que segundo o arquiteto, se
agrupam em uma espécie de “Jenga”, conforme comparação apresentada na Figura 21, e busca
representar a força coletiva, o equilíbrio de pessoas que trabalham em equipe.
Figura 21 - Partido
fazem essa função, também existe nesse pavimento uma chamada “sala de guerra”, que serve
como quartel general e centro de operações, onde os técnicos de cada setor se juntam para traçar
estratégias e metas para a equipe, além de um auditório grande para apresenta-las aos atletas
quando necessário.
No quinto andar, ficam dois auditórios, um grande e outro pequeno, salas próprias para
cada posição do setor ofensivo e também salas de recrutamento de atletas, que ocupam grande
parte desta área. Também é interessante notar a presença da Skybridge, uma passarela fechada,
revestida em vidro que une os dois lados da edificação, tornando-a um volume único, tal
passarela está presente do quarto até o sexto andar.
Já no sexto e último pavimento se localizam escritórios, um lounge para a família dos
atletas e um para os jogadores da equipe, todos com grandes panos de vidro e voltados para o
campo de treinamento, visando mostrar aos atletas que ainda há muito trabalho a se fazer. Do
mesmo modo, ainda neste piso é possível encontrar outra uma sala de máquinas para suprir as
necessidades da edificação.
Neste contexto, podemos perceber que a setorização aplicada a este programa de
necessidades extenso visa facilitar os fluxos, tentando minimizar as distancias entre as salas de
um mesmo setor. Um bom exemplo disso são os pavimentos quatro e cinco, que abrigam
praticamente todo o setor técnico, facilitando a interação e a comunicação entre os profissionais.
58
No que diz respeito à análise formal da edificação, as entradas são muito suaves em
relação à fachada da obra, sem possuir nenhum tipo de demarcação neste sentido. Esse fato
pode ocorrer em decorrência do grande número de acessos presentes em planta, o que poderia
causar uma descaracterização da arquitetura caso houvesse um volume ou efeito que se
destacasse em cada uma das entradas.
A massa da edificação é formada de forma aditiva, com a sobreposição de volumes
retangulares, como citado anteriormente dando forma a uma espécie de “Jenga” construída em
granito preto, metal e vidro. Desta maneira, a massa do complexo apresenta-se conforme Figura
24.
Fonte: Autor
O ritmo presente no projeto fica evidente na fachada com vista para a praça, conforme
Figura 25. Na imagem, é possível notar inúmeros brises metálicos, instalados à diferentes
distâncias da fachada envidraçada da edificação, o que causa uma sensação de movimento e
ritmo à volumetria.
Em relação à repetição na edificação, quando avaliada a fachada, o que mais passa essa
sensação são os diversos painéis em vidro que formam uma espécie de mosaico unicolor, além
dos diversos brises, conforme já apresentado na Figura 25. Quando analisamos a planta da obra,
diagnosticamos a repetição de ambientes em função, como os escritórios, auditórios e salas de
reuniões. O elemento que se destaca como único no complexo é o espelho d’agua, representado
na Figura 26, não possuindo outro elemento único, que chame a atenção na fachada da obra. Se
analisarmos em planta baixa, como ambiente único, o que se destaca é a academia.
No que diz respeito à distribuição do sistema estrutural na obra, nota-se uma distribuição
em malha, conforme demonstrado na Figura 28, onde se destacam em vermelho os pilares e
núcleos de rigidez e em verde a malha formada pela estrutura.
62
Oregon torna necessário que sejam seguidas algumas diretrizes visando aumentar a eficiência
energética das edificações. Desta forma, no projeto foram pensadas soluções que preveem um
sistema de ventilação que detecta automaticamente a temperatura dos ambientes, regulando sua
abertura e minimizando a necessidade de reaquecimento do ar, além de outras métodos que
fazem com que a obra seja 26% mais eficiente do que o edifício padrão da norma
americana.(ARCHDAILY, 2014)
A Cidade do Galo é a casa do Clube Atlético Mineiro, foi eleita em 2010 pelo SporTV
em parceria com a Universidade Federal de Viçosa o melhor centro de treinamentos do Brasil.
65
Da mesma forma, a emissora Eurosport considerou a estrutura atleticana um dos cinco melhores
do mundo em 2014. (Globoesporte.com, 2014b).
Além disso, o CT já abrigou seleções durante competições oficiais FIFA, como a
Argentina nas Copa do Mundo 2014 e nas Eliminatórias da Copa 2018 e a Seleção Brasileira
nas Eliminatórias das Copas do Mundo de 2018 e 2010 (Clube Atlético Mineiro, 2019). Já no
ano de 2019, segundo Araújo (2019), o centro de treinamento abrigará diversas seleções durante
a Copa América, como as seleções de Colômbia e Qatar.
Portanto, fica evidente a qualidade das instalações mineiras, o que torna o complexo do
Atlético Mineiro um espelho para o desenvolvimento de um projeto de centro de treinamento,
pois trata-se de uma estrutura reconhecida nacional e internacionalmente.
3.1.3.2 Localização
abriga o hotel e o centro de recuperação em uma área mais central e arborizada, distante do
acesso principal do complexo. Outra intenção projetual a ser enfatizada foi a locação do prédio
que abriga o departamento de futebol e categorias de base próximos à entrada, facilitando o
contato do usuário com o setor administrativo do CT.
O programa de necessidades do complexo é extenso e, segundo informações
disponibilizadas no site oficial do Atlético Mineiro, compreende quatro campos de futebol com
medidas oficiais, quadra de areia, departamento médico, sala de fisiologia, fisioterapia, sala de
musculação, piscina de raia aquecida, vestiários e lavanderia. Além disso, ainda possui um hotel
com 20 suítes usadas na concentração para as partidas, restaurante e cozinha industrial,
auditório, sala de jogos e sala de imprensa. Para as categorias de base o clube conta com dois
campos de futebol oficiais, hotel com 31 apartamentos que somam 115 leitos, restaurante com
cozinha industrial, auditório, sala de edição de vídeos, biblioteca, lan house, sala de TV e jogos,
academia completa, área médica e acompanhamento odontológico, sala de fisioterapia e piscina
aquecida.
No hotel dos atletas profissionais a setorização ocorre conforme apresentado na Figura
36, sendo reservados os dois pavimentos superiores para alojamento dos hóspedes e deixando
o térreo para desenvolvimento do restante do programa de necessidades. A edificação conta
com vinte suítes, cada uma dispondo duas camas de solteiro, televisão, ar condicionado,
frigobar, roupeiro, mesa de estudos e banheiro, conforme apresentado na Figura 37, totalizando
quarenta leitos à disposição do clube. Já no pavimento térreo ficam localizados o restaurante e
a cozinha industrial, uma sala de estar juntamente com a sala de jogos, sanitários, auditório,
além de um deck panorâmico com copa que proporciona vista para um dos campos de
treinamento.
As circulações horizontais e verticais aglomeram-se na lateral esquerda do projeto,
gerando um corredor que conecta todos os pavimentos através de escadas lineares. Pelo que se
pode notar através das plantas baixas e das imagens encontradas, não há nenhuma preocupação
com a acessibilidade no hotel, no acesso principal não há presença de corrimão, rampa ou
plataforma elevatória, o que também acontece na área interna da edificação, com a presença de
desníveis no térreo assim como ausência de meios alternativos à escada para alcançar os
pavimentos superiores.
74
consegue destacar para o ponto de entrada sem destacar em excesso o restante das edificações,
contribuindo para a privacidade necessária nesse tipo de complexo esportivo.
hotel, que assim como os outros tem como traço principal a estabilidade que o retângulo
proporciona, pode ser traduzido através de formas retangulares justapostas, entretanto possui
mais profundidade que os citados anteriormente.
Fonte: Autor
No complexo nota-se a repetição nos campos de futebol utilizados para treinamento, são
oito no total. Analisando individualmente cada bloco também podemos notar elementos
repetitivos e singulares em cada um deles. No departamento de futebol e alojamento da base,
percebemos a presença repetitiva das sacadas em toda a fachada e como elemento singular na
fachada encontra-se o escudo do clube. Já no centro de recuperação, como elementos repetitivos
destacam-se as aberturas e como individual o símbolo do Atlético Mineiro pintado no piso
externo que atrai todas as atenções.
Levando em consideração o hotel, podemos perceber a repetição das aberturas na
fachada, assim como nas laterais e como elemento singular destaca-se o escudo da equipe
conforme apresentado na Figura 41. Desta maneira, se avaliarmos o complexo como um todo,
o símbolo do galo torna-se um elemento repetitivo, mas avaliando individualmente cada um
deles destaca-se como singular. Em planta, no projeto do hotel, identifica-se também a repetição
de cômodos por função, através das suítes que se repetem diversas vezes no primeiro e segundo
pavimento.
77
A simetria está mais presente no centro de recuperação de atletas, onde pode ser
percebida tanto vista de cima quanto na fachada, conforme apresentado na Figura 42, onde se
encontra destacado o eixo de simetria da edificação. No hotel dos atletas profissionais a simetria
é mais discreta, estando presente somente no primeiro e segundo pavimento, entre as suítes. O
departamento de futebol das categorias de base, por sua vez, possui certo desequilíbrio na
fachada, uma vez que possui elementos proporcionais, entretanto distribuídos de maneira
assimétrica, deixando a sensação de que as sacadas foram divididas de maneira errônea,
conforme ilustra a Figura 43.
78
Fonte: Autor
O sistema estrutural aparenta ser o mesmo em todos os blocos, utilizando concreto pré-
moldado para a execução das obras, os fechamentos variam entre alvenaria convencional e
painéis de concreto. É possível notar que este é o sistema estrutural utilizado observando as
junções entre pilares e vigas, estes apresentam as fissuras características de estrutura em
concreto pré-moldado, conforme apresentado na Figura 44 .
Avaliando o conforto térmico das edificações se percebe que foi tomado mais cuidado
em relação a esse aspecto, sendo possível observar em diversas edificações a presença de
ventilação cruzada nos ambientes, lanternins para facilitar a exaustão do ar quente, grande
quantidade de vegetação nos arredores das edificações, melhorando a qualidade do ar e
refrescando os ambientes. Já no hotel dos atletas profissionais, as circulações foram voltadas
para o oeste, onde foi mantida ventilação permanente e instalados brises fixos para atenuar a
incidência solar no local. Também nos quartos existem grandes portas-janelas que quando
abertas permitem a entrada de luz e ar fresco ao ambiente.
A iluminação natural é outro elemento muito valorizado no CT do Galo e aparece tanto
através das grandes aberturas presentes em todas as edificações do complexo quanto através de
telhas translúcidas que permitem a entrada de luz através do telhado e diminuem a necessidade
de iluminação artificial nos ambientes.
No que diz respeito à sustentabilidade, a Cidade do Galo é referência a nível nacional e,
segundo informações do próprio clube, “caminha para ser o primeiro centro de treinamento
100% sustentável do Brasil”. (Clube Atlético Mineiro, 2019). O projeto chamado de EcoGalo
81
é uma parceria entre a empresa EcoCidades e o Clube Atlético Mineiro, ele consiste em uma
grande estratégia de tratamento e gerenciamento de resíduos sólidos, onde o lixo reciclável é
separado e armazenado, o orgânico passa por um tratamento e é transformado em adubo
utilizado para cultivar verduras no próprio CT, que irão servir de alimentos para os atletas e o
resíduo não reciclável, a menor parte do processo, é retirado por caçamba no local. Não somente
os processos do EcoGalo são sustentáveis, mas também o meio de locomoção dentro do
complexo, através de carrinhos elétricos, a estrutura onde se encontram as maquinas para
processamento são feitais com containers reciclados, conforme apresentado na Figura 46 e sua
energia é fornecida através de placas fotovoltaicas que estão instaladas não só nesse local, mas
distribuídas por todo o complexo.
O conceito e partido do complexo são simples, formas retangulares e muitas vezes sem
expressão arquitetônica, buscando apenas suprir as necessidades dos usuários sem se importar
com a estética das edificações, com exceção do hotel dos atletas profissionais, que possui uma
forma mais elaborada em relação aos demais blocos.
Outro ponto a se criticar nesse empreendimento é a ausência de preocupação com a
acessibilidade nas edificações, escadas sem corrimão, sem rampas de acesso ou elevador em
algumas áreas.
Apesar dos defeitos citados, também há diversos pontos positivos em que se espelhar,
como a grande preocupação com sustentabilidade, a grande quantidade de equipamentos e
espaços bem equipados à disposição dos atletas, com áreas específicas para os jovens das
categorias de base com o mesmo nível de qualidade dos atletas profissionais.
4. A PROPOSTA
4.1.1 Localização
O local ainda foi disputado, no final do século XIX, entre Brasil e Argentina e no início
do século XX pelos estados de Santa Catarina e Paraná. Após esse período, com incentivo do
85
O Sistema Viário de Chapecó, também está definido no Plano Diretor da cidade, que
estabelece diretrizes para o sistema viário urbano municipal e para o sistema rodoviário
86
municipal, definindo largura das vias, hierarquia e estabelecendo projeções para a instalação de
novas ruas ou continuação do traçado existente.
Desta maneira o sistema de vias e projeções é apresentado no Mapa 6 abaixo:
O Sistema Viário de Chapecó ainda apresenta as projeções das vias a serem criadas no
município, sendo assim, o Mapa 7 apresenta tais projeções e define as continuações das vias
existentes, no qual percebe-se que há projeções de vias contornando o terreno escolhido, além
de uma via secundária que corta o mesmo no sentido norte-sul.
4.1.5 Zoneamento
% DO TO R.
ZONEAMENTO ÁREA (M²) TERRENO CA TO (BASE) (TORRE) MÍNIMO AFAST. I.V. TX. P.
UFRT 30.931,50 10,30% 0,40 50,00% 50,00% 10,00 4,00 20,00% 20,00%
TOTAL DO
TERRENO 300.244,74 100,00% 0,53 29,80% 50% 7,50 2,63 49,64% 49,64%
Desta maneira, de acordo com os dados apresentados, é possível edificar uma área total
de 159.129,71m² (cento e cinquenta e nove mil cento e vinte nove metros e setenta e um
centímetros quadrados), sendo a base da edificação limitada a 89.472,93m² (oitenta e nove mil
quatrocentos e setenta e dois metros e noventa e três centímetros quadrados) e a torre limitada
a 15.462,60m² (quinze mil quatrocentos e sessenta e dois metros e sessenta centímetros
quadrados) por pavimento, com no máximo quatro pavimentos. Ainda segundo os dados
obtidos, é necessário que se preserve no terreno uma área verde e permeável de 149.041,49m²
(cento e quarenta e nove mil e quarenta e um metros e quarenta e nove centímetros quadrados),
91
destes sendo 29.808,29m² (vinte e nove mil oitocentos e oito metros e vinte e nove centímetros
quadrados) de área arborizada por mata nativa.
Ainda de acordo com a Lei Complementar N° 541, como dito anteriormente, o número
de pavimentos e/ou altura das edificações se dará com base no zoneamento que ocupa maior
parte do terreno, desta maneira, será utilizada a Unidade de Conservação Ambiental de Moradia
e Serviços do Lajeado São José – UCAMSLSJ como norteadora para este índice. Sendo assim,
o número de pavimentos que podem ser edificados no terreno é definido conforme o Coeficiente
de Aproveitamento do zoneamento.
Em relação ao uso do solo, os arredores do terreno ainda são subutilizados, como pode-
se observar na Figura 50, que apresenta o entorno do terreno em um raio de um quilômetro a
partir do centro do terreno. Além disso, nota-se também a presença de atividades rurais como
plantações em seus arredores, contrastando com Indústrias e Serviços de médio e grande porte
dispostos ao longo do Acesso Plínio Arlindo de Nês. Na extremidade leste do recorte é possível
encontrar residências unifamiliares de pequeno porte.
Figura 50 - Uso e Ocupação do Solo
Para análise das condicionantes físicas e climáticas do terreno, foram realizadas visitas
ao local assim como estudo de mapas que auxiliaram na compreensão de todas as características
do terreno, como posição solar, cotas de nível e vegetação existente. Desta maneira, foi
elaborada a Figura 51 para facilitar o entendimento das mesmas.
O terreno escolhido possui 43 curvas de nível distribuídas em uma área total de
300.244,74m², entretanto grande parte delas se agrupam no sudeste do terreno, reduzindo o
desnível no restante da área. Outro ponto importante a se observar é que por sua grande extensão
o declive não é tão acentuado, possibilitando a implantação do empreendimento no local.
Ainda é possível observar no local a grande presença de vegetação nativa ao sul, onde
localiza-se a Área Especial de Interesse Ambiental do Lajeado São José, já no restante do
terreno percebe-se apenas vegetações rasteiras e algumas erva-mate de médio porte. Outro
aspecto importante é o riacho encontrado ao sul do terreno, do qual deve ser resguardada uma
área de preservação.
93
usada principalmente para acessar o interior do município. Por tratar-se de uma estrada de terra,
não há calçada nem iluminação pública no local, existindo postes apenas para sustentação dos
fios de energia e telefone.
Apesar do acesso principal acontecer através da estrada municipal, é importante analisar
também as vias que conectam tal estrada ao centro do município ou à outras cidades da região,
portanto destacam-se a BR-480 e sua via perimetral que cumprem esta função. Ambas são
asfaltadas, o que fica claro na Figura 53, entretanto a BR possui um fluxo de veículos e
velocidade maior do que a via perimetral.
ao seu redor. Apesar deste leve incremento nos valores imobiliários da região, é possível que o
entorno do local acelere seu processo de urbanização, com pavimentação de ruas e divisão dos
lotes, até mesmo tendo em vista o zoneamento prioritariamente residencial que incide sobre a
área.
No que diz respeito ao impacto causado no trânsito e capacidade das vias de acesso, o
empreendimento causará um impacto pequeno, pois apesar de abrigar cerca de 350 pessoas,
entre atletas e funcionários, as vias de acesso possuem capacidade suficiente para suprir tal
demanda e além disso, grande parte dos atletas fazem parte das categorias de base, deslocando-
se principalmente com o ônibus da equipe. O ponto mais importante à se destacar em relação
ao transito ocorre em dias de jogos da equipe principal, normalmente nas quartas-feiras à noite
e nos finais de semana, por volta das 16:00, quando existe a necessidade do ônibus que realiza
o deslocamento dos atletas ser escoltado por carros de segurança por um percurso de 11,4km,
conforme apresentado na Figura 55.
Outro trajeto que será bastante utilizado no deslocamento de atletas liga o
empreendimento ao Aeroporto Serafim Enoss Bertaso, de Chapecó, onde a equipe faz embarca
para realizar os voos para outras cidades nas competições nacionais e internacionais que
disputa. Este caminho possui aproximadamente 21km de distância, todo ele pavimentado e
desviando do centro da cidade, utilizando o contorno oeste para chegar até o destino.
98
categorias de base, também haverá movimentação no restante dos horários, entretanto, este se
limitará as atividades no âmbito residencial, sem gerar transtorno para os terrenos adjacentes.
Ainda analisando os impactos causados pelo empreendimento, pode-se analisar sua área
de influência primária, em um raio de 7,5km da edificação e secundária, em um raio de 15 km
do local, conforme apresentado na Figura 56.
Com todos esses aspectos avaliados sobre o local, elaborou-se a Tabela 4 que apresenta
os impactos produzidos pelo empreendimento, assim como medidas mitigadoras,
compensatórias e potencializadoras para serem aplicadas ao mesmo.
Medidas mitigadoras,
Classificação por Classificação por
Impacto compensatórias e
Natureza Magnitude
potencializadoras
Replantio de espécies e
Alteração da Cobertura manutenção da vegetação nativa,
Negativa Pequena
Vegetal contribuindo para a limpeza e
proteção da mata ciliar no terreno
Por localizar-se na lateral do acesso Plínio Arlindo de Nês, o acesso ao terreno fica
facilitado, tanto vindo do aeroporto quanto do centro da cidade, além disso, sua localização
permite também um acesso fácil à Arena Condá. Além do fácil acesso, as vias que dão acesso
ao empreendimento possuem grande capacidade de fluxo, diminuindo o impacto da obra sobre
as ruas.
Desta forma, considera-se que o terreno escolhido foi a melhor escolha entre as
possibilidades existentes por todos os aspectos citados acima, configurando um bom custo
benefício para a Associação Chapecoense de Futebol, considerada como público-alvo deste
empreendimento.
Sendo assim, para que seja possível um melhor entendimento do mesmo, este foi
dividido em seis setores, sendo eles, setor administrativo, médico e fisiológico, de serviços,
102
planejamento, treinamento e, por fim, estacionamento, que estão discriminados brevemente nas
tabelas a seguir:
Campos de Treinamento
Área
Ambiente Aproximada Quant. Descrição Mobiliário
(m²)
As dimensões do
campo devem ser
baseadas nas da arena
Campos de Treinamento
42.840,00 6 Condá, respeitando a Grama Natural
Oficiais
mesma orientação solar
Comp.: 105m, Larg.:
68m
Comp.: 52,5m, Larg:
Meio Campo Coberto 3.570,00 1 Grama Sintética
68m
Tabela 7 - Miniestádio
Miniestádio
Área
Ambiente Aproximada Quant. Descrição Mobiliário
(m²)
Bilheteria 10,00 1
As dimensões do campo
devem ser baseadas nas da
arena Condá, respeitando a Gramado natural com drenagem
Área de Jogo 11000,00 1
mesma orientação solar igual ao da Arena Condá
Comp.: 105m, Larg: 68m +
10m de borda em cada lado
Vestiário - Jogadores 400,00 2 Cada Vestiário com 200m²
Vestiário - Árbitros 30,00
Recepção 80,00 1
Sanitários separados
por gênero e P.C.D. 300,00
unissex
Vestiário Funcionários 100,00 1
Tabela 8 - Alojamento
Alojamento
Área Aprox.
Ambiente Quant. Descrição Mobiliário
(m²)
Hall de entrada da
Hall 50,00 1
edificação
Espaço para secretária com Secretária para
Recepção 20,00 1
recepção de pessoas orientação e auxilio
Espaço de espera para
Poltronas, espaço
Estar 100,00 1 visitantes após primeiro
para café e televisão
contato com secretária
Restaurante para os atletas Mesas, cadeiras e
Restaurante - Profissional 100,00 1
da equipe principal Buffet
Restaurante para os atletas Mesas, cadeiras e
Restaurante - Base 300,00 1
das categorias de base Buffet
Sinuca, Poker,
Sala de Jogos para os
Sala de Jogos - Profissional 200,00 1 Pebolim, Vídeo
atletas da equipe principal
Games
Sala de Jogos para os
Pebolim, Vídeo
Sala de Jogos - Base 200,00 1 atletas das categorias de
Games
base
Auditório para palestras à Cadeiras, mesa e
Auditório Pequeno 150,00 1
pequenos grupos projetor
Auditório para palestras à Cadeiras, mesa e
Auditório Grande 500,00 1
grandes grupos projetor
Um hall para profissionais
Hall Elevadores 50,00 2
e outro para atletas da base
Quarto para atletas
Cama de Casal, TV,
Suíte - Profissional 1000,00 40 profissionais, 1 leito, 25m²
Armário, Frigobar
cada
3 Camas de solteiro,
Quarto para atletas da base,
Suítes - Base 1400,00 40 TV, Armário,
3 leitos de 35m² cada
Frigobar
Doca de Carga e Descarga 50,00 1
Controle 10,00 1
Cozinha Industrial 200,00 1
105
Este estudo é de suma importância para a posterior elaboração do projeto, pois é nele
que se localizam as melhores estratégias para resolver fluxos e avaliar qual a melhor localização
para cada setor. Desta forma, conforme demonstrado na Figura 57, ocorreu a distribuição das
áreas levando em consideração a via principal projetada sobre o terreno.
107
Fonte: Autor
Para uma setorização mais precisa, foram considerados os tamanhos reais dos campos
de treinamento, sendo assim foi possível locar as demais edificações de forma muito mais
precisa, tendo como referência os mesmos. Sendo assim, primeiro foram inseridos os campos,
com orientação e dimensões conforme às do estádio do clube e posteriormente inseridas as
demais edificações, desta forma, houve a intensão de afastar o hotel das vias circundantes,
buscando aproxima-lo da área de mata nativa criando privacidade e contato dos atletas com a
natureza.
108
4.4 ORGANOGRAMA
Fonte: Autor
4.5 FLUXOGRAMAS
Para que seja possível uma análise mais minuciosa do fluxo em cada setor, foram
elaborados fluxogramas que identificam a ligação entre os ambientes em cada área do
complexo.
Fonte: Autor
109
Fonte: Autor
Fluxograma 3 - Miniestádio
Fonte: Autor
110
Fluxograma 4 - Alojamento
Fonte: Autor
4.6 CONCEITO
fazendo com que os atletas se sintam confortáveis, mas ao mesmo tempo concentrem-se no
trabalho a ser feito.
O abrigo e a segurança serão trazidos por um cinturão verde criado ao redor do
complexo, desta maneira garantindo a privacidade dos usuários, transformando seu local de
trabalho em um refúgio do mundo exterior, garantindo calma e tranquilidade ao ambiente. A
presença marcante da vegetação também trará o contato com a natureza, que será ainda mais
explorado através do uso de painéis de vidro nas edificações, estimulando a relação interior x
exterior no local.
Outro sentimento importante que deve ser buscado, principalmente no hotel, é o de
conforto, a sensação de pertencimento e de casa precisa estar presente, desta maneira aliviando
a saudade causada pela distância entre atletas e suas famílias. Para tal, o uso de materiais como
a madeira nos ambientes internos será de suma importância, já que trazem estas sensações.
O complexo buscará interferir o mínimo possível na paisagem do local, reduzindo o
impacto ambiental, de vizinhança e na paisagem urbana devido a instalação da obra, portanto
as edificações serão preferencialmente baixas, privilegiando a horizontalidade da obra.
Com tudo isso, a arquitetura do complexo busca fazer com que o usuário se sinta seguro
e confortável, entretanto sempre focado e estimulado a realizar seu trabalho, aumentando seu
desempenho juntamente com o do clube.
4.8 PARTIDO
Fonte: Do autor
Sendo assim, com o estudo realizado foram elaboradas algumas volumetrias básicas,
visando caracterizar a forma elementar das edificações a serem desenvolvidas (Figura 60).
Também se apresenta dois exemplos nos quais se observa os materiais e algumas características
que se deseja alcançar no projeto, apresentadas na Figura 61.
Fonte: Autor
114
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ARAÚJO, Rafael. Cobiçada, Cidade do Galo estará cheia durante Copa América e vai
conciliar seleções e Atlético-MG. Globoesporte.com, 2019. Disponível em:
<https://globoesporte.globo.com/futebol/times/atletico-mg/noticia/cobicada-cidade-do-galo-
estara-cheia-durante-copa-america-e-vai-conciliar-selecoes-e-atletico-mg.ghtml>. Acesso em:
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