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sumário

CARTA DO PRESIDENTE ..............................................................................................................03

1. O LOUVOR É ESSENCIAL ......................................................................................................05

2. RECONHECIDOS PELO LOUVOR ........................................................................................07

3. GRUPO DE ORAÇÃO: ESCOLA DE LOUVOR .....................................................................10

4. O QUE É O LOUVOR? .............................................................................................................13

5. A VIDA DEVE SER UM LOUVOR ...........................................................................................16

6. LOUVANDO NO GRUPO DE ORAÇÃO .................................................................................19

7. DINÂMICAS DE LOUVOR ........................................................................................................22

8. LOUVOR À SANTÍSSIMA TRINDADE ..................................................................................27

9. INDICAÇÕES PARA APROFUNDAMENTO ..........................................................................32

REFERÊNCIAS ............................................................................................................................ 34
“Queridos amigos da Renovação no Espírito Santo!
Não vos canseis do contato com o Céu: o mundo precisa de
oração. Precisamos de homens e mulheres que sentem a
CARTA DO PRESIDENTE

atração ao Céu em sua vida, que façam do louvor ao Senhor


um novo estilo de vida”.
Papa Bento XVI (Quadragésimo aniversário da Renovação Carismática Católica – Itália)

Não há espaço para a exaltação humana no verdadeiro


louvor porque este brota de nossos lábios, como fruto de
um relacionamento profundo com Jesus, O centro de nossas
vidas. O louvor deve ser uma realidade viva, pulsante, jamais
esquematizada ou previsível.

Os Grupos de Oração nasceram para ser “Santuários


de Louvor”, espaços que favoreçam relacionamento com
o Senhor, abrigos seguros para todos aqueles que estão
passando por provações em suas vidas.

Independente das turbulências que se possam atravessar


é por meio do louvor que encontramos a coragem necessária
para sermos fortes na tribulação, perseverantes na oração e
reafirmamos a nossa fé em Jesus Cristo.

A Renovação Carismática Católica sabe bem da


importância do louvor e tornar seus Grupos de Oração
Verdadeiros Santuários de Louvor deve ser a nossa missão
incansável, pois é “no louvor que Deus habita”, é no louvor que
as pessoas encontram o real sentido de suas vidas.
“Bendirei continuamente o Senhor,
seu louvor não deixará meus lábios.
Glorie-se a minha alma no Senhor;
ouçam-me os humildes, e se alegrem.
Glorificai comigo o Senhor, juntos
exaltemos o seu nome”.
(Salmo 33, 2 a 4)

No coração de cada ministro de louvor devem jorrar


louvores e um profundo desejo de levar as pessoas a também
exaltar e glorificar a Deus de maneira sincera e profunda.
Essa é a essência de sua missão!

“Louvai-o por suas obras maravilhosas,


CARTA DO PRESIDENTE

louvai-o por sua majestade infinita.


Louvai-o ao som da trombeta. louvai-o
com a lira e a cítara. Louvai-o com
tímpanos e danças, louvai-o com a
harpa e a flauta. Louvai-o com címbalos
sonoros, louvai-o com címbalos retumbantes.
Tudo o que respira louve o Senhor!”.
(Salmo 150, 2 a 5)

Devemos cantar mais do que apenas com a voz, deixar


que nossos lábios pronunciem o que vem do coração, ou seja,
entoar cânticos com a vida! Se alguém deseja, portanto, fazer
a experiência do louvor onde Deus habita é preciso cantar
louvores com todas as forças de sua alma, pois o verdadeiro
louvor brota da exuberância da “Vida no Espírito”.

Desejo sinceramente que toda a RCC do Estado de São


Paulo assuma com alegria a missão de transformar os nossos
Grupos de Oração em verdadeiros Santuários de Louvor.

Com minhas orações


Marcelo Marangon
Presidente da RCC São Paulo
1.
O LOUVOR
É ESSENCIAL
“Não vos canseis do contato com o
céu, o mundo precisa de oração.
Precisamos de homens e mulheres
que sentem atração ao céu em sua
vida, em seu coração, que façam do
louvor ao Senhor um estilo de vida.”
[Bento XVI por ocasião do quadragésimo
aniversário da Renovação no Espírito na Itália
Praça de São Pedro, 26 de Maio de 2012]

Em resposta às palavras dirigidas a nós pelo nosso querido Papa emérito


Bento XVI, queremos iniciar esta reflexão a respeito da oração de louvor, bem
como, seu papel e seu lugar em nossos Grupos de Oração.

A prática do louvor é uma característica essencial ao Grupo de Oração da


Renovação Carismática Católica, como também:
- o batismo no Espírito Santo e a manifestação dos carismas,
- a pregação querigmática da Palavra de Deus e a
- vivência fraterna em uma comunidade eclesial.

O Louvor é a essência do Grupo de Oração e faz parte de sua identidade.


Quando falta, suas Reuniões de Oração ficam descaracterizadas, perdem a
originalidade própria daquelas que sempre foram reconhecidas pelo louvor
sincero e desinteressado a Deus.

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Hoje é extremamente necessário que a Cultura do Louvor seja retomada,
que as palavras proféticas de Bento XVI soem em nossos corações como
verdadeira convocação para que façamos do louvor um real estilo de vida.

Tudo nos Grupos de Oração obviamente deve ser oração, sendo assim, a
oração de louvor precisa retomar seu protagonismo, seu papel fundamental e
central em nossas vidas e na vida de cada grupo de oração.

“Nossos Grupos de Oração sempre foram conhecidos por serem


lugares de louvor, de reconhecimento da ação de Deus. Isso
faz parte da identidade da RCC [...], e é muito importante que
tenhamos zelo em manter a qualidade do louvor em nossa vida e
no exercício de nossa missão.”
[Formação para o Ministério de Musica e Artes - Apostila 2, página 55]

1. Salmo de ação de graças.


Aclamai o Senhor, por toda a terra.
2. Servi o Senhor com alegria.
Vinde, entrai exultantes em sua presença.
3. Sabei que o Senhor é Deus: ele nos fez,
e a ele pertencemos. Somos o seu povo
e as ovelhas de seu rebanho.
4. Entrai cantando sob seus pórticos,
vinde aos seus átrios com cânticos;
glorificai-o e bendizei o seu nome,
5. porque o Senhor é bom, sua
misericórdia é eterna e sua fidelidade
se estende de geração em geração.”

Salmos 99, 1-5

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2.
RECONHECIDOS
PELO LOUVOR
“Lembrais constantemente à Igreja o
poder da oração de louvor. Louvor que
é a oração de gratidão e de ação de
graças pelo amor gratuito de Deus.
(…) Júbilo, alegria, felicidade são frutos
da mesma ação do Espírito Santo!”
[Papa Francisco nas celebrações
do Jubileu de Ouro da RCC
Circo Máximo, 3 de junho de 2017]

Durante a vigília no Circo Máximo, em Roma, por ocasião das celebrações


do Jubileu de Ouro da RCC, o Papa Francisco falou a todos os os integrantes
da Renovação a respeito da importância da oração de louvor e nos recordou a
alegria do Rei Davi ao dançar diante da arca da aliança:

“Lembrais constantemente à Igreja o poder da


oração de louvor. Louvor que é a oração de gratidão e
de ação de graças pelo amor gratuito de Deus.
Pode acontecer que alguém não goste deste
modo de rezar, mas não há dúvida que se insere
plenamente na tradição bíblica. Por exemplo, os
Salmos: Davi dançava diante da Arca da Aliança, cheio
de júbilo.“

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E, por favor, não caiamos na atitude dos cristãos
com o ‘complexo de Micol’, que se envergonhava
pelo modo como Davi louvava a Deus [dançando em
frente da Arca]. Júbilo, alegria, felicidade são frutos
da mesma ação do Espírito Santo! O cristão, ou
experimenta a alegria no seu coração ou significa que
algo não funciona.
A alegria do anúncio da Boa Nova do Evangelho!
Jesus na Sinagoga de Nazaré lê o trecho de Isaías.
Leio: ‘O Espírito do Senhor está sobre mim, porque
me ungiu; e enviou-me para anunciar a boa nova
aos pobres, para sarar os contritos de coração,
para anunciar aos cativos a redenção, aos cegos a
restauração da vista, para pôr em liberdade os cativos,
para publicar o ano da graça do Senhor’ (Lc 4, 18-19; cf.
61, 1-2).
A boa nova: não esqueçamos isto! O jubiloso
anúncio: o anúncio cristão é sempre jubiloso”.
[Papa Francisco nas celebrações do Jubileu de Ouro da RCC, 03/06/2017]

É quase impossível dissociar a ‘alegria do louvor’ da imagem que se


têm dos membros da RCC, que são reconhecidos nas comunidades por sua
espontaneidade, tendo o louvor em seu DNA.

Frequentam o Grupo de Oração felizes e sorridentes, carregando a


Bíblia Sagrada sem o menor constrangimento. Chegando ao local da reunião,
cumprimentam-se com ósculos, apertos de mão e abraços. Iniciam sua oração
com louvores ou com a Palavra, entregam-se sinceramente ao Senhor e,
mesmo em meio à tribulação, O louvam e O bendizem por causa desta terna
confiança. Inclusive, os amados papas, assim os reconhecem.

O Papa Francisco nos recorda que o anúncio da Boa Nova é sempre


jubiloso, que é preciso lembrar constantemente à Igreja o poder da oração de
Louvor, por meio de palavras e testemunho de vida.

Afinal, nosso comportamento é imprescindível para mostrar ao mundo o


quanto é transformador reconhecer Deus e suas maravilhas e como o coração
se enche de paz e alegria ao proclamar a beleza do seu amor, mesmo na
tribulação.
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O louvor nos devolve a alegria das pequenas coisas, a alegria de
ver os carinhos de Deus nos pequenos detalhes, e também nas
situações difíceis. (...)
Louvar a Deus em todas as circunstâncias não significa que
fechamos os olhos às dificuldades. (...)
Quando louvamos, não tentamos evitar os problemas, os
sofrimentos, buscamos, sim, superá-los. Não é um método
de troca, ou seja, “se eu louvar a Deus, Ele me livrará de ‘tais’
situações”. É, na verdade, um ato de confiança.
[Formação para o Ministério de Musica e Artes - Apostila 2, página 56]

4. Alegrai-vos sempre no Senhor.


Repito: alegrai-vos!
5. Seja conhecida de todos os homens a
vossa bondade. O Senhor está próximo.
6. Não vos inquieteis com nada!
Em todas as circunstâncias apresentai
a Deus as vossas preocupações, mediante
a oração, as súplicas e a ação de graças.
7. E a paz de Deus, que excede toda a
inteligência, haverá de guardar vossos
corações e vossos pensamentos,
em Cristo Jesus.

[Filipenses 4, 4-7]

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3.
GRUPO DE ORAÇÃO:
ESCOLA DE LOUVOR
“Faço votos cordiais para que a
Renovação no Espírito seja na Igreja
uma verdadeira ‘escola’ de oração e
de ascese, de virtude e de santidade.
De maneira especial continuai a amar
e fazer com que se ame a oração
de louvor, forma de prece que mais
imediatamente reconhece que Deus
é Deus: Canta-O por Ele mesmo,
glorifica-O pelo que Ele é, antes
mesmo do que por aquilo que Ele faz”.
[São João Paulo II à Renovação Carismática
em 14 de março de 2002]

São João Paulo II nos convida a ensinar os fiéis a orar e, de modo especial,
incentivá-los a amar a oração de Louvor, que expressa o reconhecimento da
grandiosa presença de Deus atuando na Igreja.
A respeito da oração, também nos recorda o Catecismo da Igreja Católica:
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“Os grupos de oração, e mesmo as ‘escolas de oração’,
são hoje um dos sinais e impulsos da renovação
da oração na Igreja, contanto que beba nas fontes
autênticas da oração cristã.”
[Catecismo da Igrega Católica no. 2.689]

Ante tal afirmação, não se pode negar: os Grupos de Oração são parte dos
importantes sinais e impulsos para a renovação da oração na Igreja.
São João Paulo II destaca de forma especial a oração de Louvor porque ela,
se de fato for verdadeira, submeterá amorosamente os integrantes dos
grupos aos desígnios de Nosso Senhor e será um antídoto para o vício do
egocentrismo da modernidade.

Atualmente a humanidade se afastou, e muito, dos propósitos divinos;


vivemos tempos em que o homem deseja ser o centro da sociedade e, com
suas novas e sofisticadas filosofias, tornar-se a medida de todas as coisas. A
busca pelo prazer e bem-estar neste mundo tem sido sua régua moral.

Infelizmente muitos têm buscado submeter o próprio Deus às suas falsas


orações, que mais se parecem com negociações de balcão: “dou isso para
receber aquilo”, “se faço isso recebo x vezes mais”. Isto simplesmente não é
cristianismo e, sim, paganismo disfarçado.

Neste cenário, os Grupos de Oração são convocados pela Santa Igreja


a serem um grande luzeiro e um farol a indicar o caminho. No louvor se
reconhece que somente Deus é Deus e nos submetemos aos seus desígnios
amorosos, porque confiamos no Seu amor e em Seu poder. A verdadeira oração
só acontece quando há submissão a Deus, e isto é feito por meio do louvor.
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Lançando nosso olhar para as Celebrações Eucarísticas, estas contêm
em seu início a confissão – Ato penitencial – e a declaração de quem é Deus
– hino de louvor. Portanto, a cada Missa que assistirmos nós reconhecemos
que somos totalmente dependentes de Deus. Submissos, amorosamente nos
curvamos em Sua presença.

Não tenhamos medo de aceitar o convite de São João Paulo II e da


Santa Igreja! Os Grupos de Oração precisam ser para nós e para todos que
deles participarem autênticas escolas de Oração de Louvor, a única capaz de
combater os erros que nos assolam.

“Quanto mais louvamos, mais exercitamos a nossa fé, confessando


o que acreditamos e crescendo na graça e na experiência de
Deus. O louvor gera uma nova vida em nós, quando feito a partir
do coração. Deus transforma nossa vida a partir da oração de
louvor”
[Formação para o Ministério de Musica e Artes - Apostila 2, página 55]

14. Mas, acima de tudo, revesti-vos da caridade, que é o


vínculo da perfeição.
15. Triunfe em vossos corações a paz de Cristo, para a qual
fostes chamados a fim de formar um único corpo. E sede
agradecidos.
16. A palavra de Cristo permaneça entre vós em toda a sua
riqueza, de sorte que com toda a sabedoria vos possais
instruir e exortar mutuamente. Sob a inspiração da
graça cantai a Deus de todo o coração salmos, hinos e
cânticos espirituais.
17. Tudo quanto fizerdes, por palavra ou por obra, fazei-o
nome do Senhor Jesus, dando por ele graças a Deus Pai.

[Colossenses 3, 14-17]

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4.
O QUE É O
LOUVOR?
“O louvor é a forma de oração que
reconhece o mais imediatamente
possível que Deus é Deus! Canta-O
pelo que Ele mesmo é, dá-lhe glória,
mais do que pelo que Ele faz, por
aquilo que Ele É.”
[Catecismo da Igreja Católica no. 2.639]

O Catecismo da Igreja Católica define muito bem o que é a oração de


louvor. É a forma de oração que reconhece imediatamente que Deus é Deus,
mas o que isso quer dizer?

A palavra “imediatamente” costuma ser utilizada, corriqueiramente, para


designar apenas tempo, ou seja, o momento imediatamente posterior ao
momento atual. Uma interpretação superficial e equivocada poderia nos levar a
entender que a oração de louvor reconhece rapidamente que Deus é Deus, mas
não se trata disso de forma alguma.

A palavra “imediato” aqui quer dizer “sem mediação”, como na hierarquia


militar: o “imediato” é aquele que tem a patente mais próxima. O imediato do
Capitão é o Major e vice-versa, não existem intermediários entre eles. Assim,
quando o Catecismo fala sobre esse reconhecimento imediato, quer dizer que
reconhecemos a Deus sem mediações.

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A oração de louvor, então, é esta forma de oração pela qual se vê a Deus
e se entra em contato mais direto com Ele. Por intermédio dela, contempla-se
algo em Deus:
-Sua beleza;
-Sua bondade;
-Sua misericórdia.
Dessa forma proclamam-se, maravilhados, os Seus louvores. E não por
causa de algo que se ouviu dizer, mas porque testemunhamos Suas maravilhas.
É uma oração de intimidade que coloca os que rezam na Presença do Rei!

Como vimos, o Catecismo ensina que, quando se canta e se dá glória a


Deus, deve-se louvá-Lo mais por aquilo que Ele É do que por aquilo que Ele faz
e isto deveria ser natural em nós. E claro, há ainda incontáveis motivos para
louvá-Lo, entre eles:
- Louva-se a Deus que nos perdoa, e isto revela um Deus misericordioso;
- Louva-se a Deus que cura, e isto revela um Deus poderoso;
- Louva-se a Deus que age no meio de seu povo, e isto revela um Deus
amoroso.

Quando se olha para Deus a oração de louvor torna-se simples


conseqüência do maravilhamento que toma conta do coração de quem O louva.
Quando se Louva a Deus, colocando-se em Sua santa Presença e adentrando
à Sua luz, pela fé Ele é visto e assim é possível crer n’Ele. E uma vez que
realizamos um ato de Fé, podemos ser tocados por Ele. E é por isso que, a
partir da oração de louvor, é tão comum o recebimento de curas e libertações.

Muitas graças e dons são derramados: invadem nosso coração


um profundo arrependimento pelos pecados cometidos, imensa gratidão,
a bênção de um coração renovado, verdadeiro impulso para uma nova vida, a
graça da conversão.

É justo e bom louvar a Deus!


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O louvor é uma oração poderosa, que restitui a Deus o que Lhe
pertence. Tudo que recebemos de Deus é fruto de Sua bondade e Sua
misericórdia. Não merecemos nada. Tudo que Ele nos dá é graça (não
temos como pagar ou retribuir). Quando O louvamos, reconhecemos
isso e expressamos gratidão por tão grande presente.
Quanto mais conhecemos a Deus, quanto mais nos aprofundamos
em Seu amor e nos maravilhamos com Sua forma de agir, mais
verdadeiro será nosso louvor.
[Formação para o Ministério de Musica e Artes - Apostila 2, página 58]

2. É bom louvar ao Senhor e cantar salmos


ao vosso nome, ó Altíssimo;
3. proclamar, de manhã, a vossa
misericórdia, e, durante a noite, a vossa
fidelidade,
4. com a harpa de dez cordas e com a lira,
com cânticos ao som da cítara,
5. pois vós me alegrais, Senhor, com vossos
feitos; exulto com as obras de vossas
mãos.
6. Senhor, estupendas são as vossas obras!
E quão profundos os vossos desígnios!
7. Não compreende estas coisas o insensato,
nem as percebe o néscio.
8. Ainda que floresçam os ímpios como
a relva, e floresçam os que praticam
a maldade, eles estão à perda eterna
destinados.
9. Vós, porém, Senhor, sois o Altíssimo por
toda a eternidade.

Salmos, 91

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5.
A VIDA DEVE
SER UM LOUVOR
“Por esta razão, o Verbo se tornou
o administrador da graça do Pai
para proveito dos homens. Em
favor deles, pôs em prática o seu
plano: mostrar Deus ao homem e
apresentar o homem a Deus.
(...) pois a glória de Deus é o homem
vivo, e a vida do homem é a visão de
Deus.”
[Santo Irineu de Lião - Contra as Heresias]

O grande padre da Igreja, Santo Irineu de Lião, vem nos ensinar que a
verdadeira vida do homem é ver a Deus! Cristo Nosso Senhor, o Filho do Deus
Vivo encarnou-se, revelou-nos o rosto do Deus invisível, dando àqueles que
creem a Graça desta verdadeira Vida.

É este ser humano dotado da visão magnífica de Deus, voltado para a


eternidade, para a glória da verdadeira vida escondida em Cristo; o homem e
a mulher que caminham neste mundo como peregrinos em viagem de volta a
casa do Pai; este ser humano e a sua vida glorificam a Deus. A glória de Deus é
o homem verdadeiramente vivo!

Neste aspecto podemos chegar à conclusão que o nosso viver, em si


mesmo, deve ser um louvor. Nossas posições firmes diante das ofertas da
mundanidade ou das tribulações da vida presente, nosso olhar voltado para as
coisas do alto, já são um louvor agradável a Deus.
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O Padre Micael de Moraes em seu livro “O Louvor de Deus salva”, vem nos
fazer refletir sobre a distinção entre o “louvor a Deus” (Laus Dei) e o “louvor de
Deus” (Laus Deum), segue:

O louvor de Deus se manifesta em nós pelo desejo


de estar unidos a Deus, louvando pelo que Ele É, por
essa Trindade feliz, por essa Santíssima Trindade que
é o Pai, o Filho e o Espírito Santo. Nós nos entregamos
completamente à vontade de Deus, e a vontade de Deus é
esta: a nossa santificação. Se nós quisermos ser santos,
temos que louvar a Deus porque através do louvor nos
santificamos e santificamos também a comunidade em
que estamos vivendo.
O louvor de Deus contém a plenitude da salvação, e é
o que nós faremos pelos séculos dos séculos. Nossa vida
louvando e bendizendo a Deus. (...)
O louvor a Deus é bendizê-lo, cantar seus louvores (...).
No louvor de Deus, a nossa vida é a cada momento
unida a Deus e, assim, o louva, contém o louvor a Deus, o
engrandecer que brota de nossos lábios.
[Padre Micael de Moraes - O Louvor de Deus salva, páginas 53 e 54]

O Padre Micael, para nos ajudar a compreender ainda melhor essa


distinção, argumenta que a atitude inversa ao louvor a Deus é a murmuração, e
a atitude inversa ao louvor de Deus é a hipocrisia.

O louvor a Deus está contido no louvor de Deus. Da vida santa que glorifica
a Deus, brotam as palavras de louvor ao Senhor e que nada mais são do que
sua conseqüência natural. Somos chamados a ser, já nesta terra, um louvor
agradável a Deus!

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Lembremos sempre do nosso primeiro amor, voltemos às raízes
daquilo que é o Grupo de Oração, que em muitos lugares se
tornaram conhecidos como Grupos de Louvor, porque o louvor faz
parte da nossa essência carismática.
[Evandir Izaías - Projeto Entre Irmãos, página 60]

46. E Maria disse:


“Minha alma glorifica ao Senhor,
47. meu espírito exulta de alegria em Deus,
meu Salvador,
48. porque olhou para sua pobre serva.
Por isso, desde agora, me proclamarão
bem-aventurada todas as gerações,
49. porque realizou em mim maravilhas
aquele que é poderoso e cujo nome é
Santo.
50. Sua misericórdia se estende, de geração
em geração, sobre os que o temem.
51. Manifestou o poder do seu braço:
desconcertou os corações dos soberbos.
52. Derrubou do trono os poderosos e
exaltou os humildes.
53. Saciou de bens os indigentes e despediu
de mãos vazias os ricos.
54. Acolheu a Israel, seu servo, lembrado
da sua misericórdia,
55. conforme prometera a nossos pais, em
favor de Abraão e sua posteridade,
para sempre”.

[São Lucas 1, 46-55]

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6.
LOUVANDO NO
GRUPO DE ORAÇÃO
“O louvor vem do coração, da alegria
de se sentir amado por Deus. (…)
O louvor deve ser o reavivamento do
nosso Grupo de Oração, pois é uma
oração que eleva nosso coração ao
coração de Deus, reconhecendo a
Sua glória.”
[Padre Alberto Gambarini no
Congresso Estadual da RCC-SP em 2017]

No Congresso Estadual da Renovação Carismática Católica do estado de São


Paulo em Setembro de 2017, em comemoração pelos 50 anos do movimento no
mundo, o Padre Alberto Gambarini nos recordava que vivemos hoje, um tempo de
Louvor. Levou-nos a meditar sobre o louvor qu e brota a partir do encontro com
o Deus de amor, o louvor que brota de um coração que se descobre amado por
Deus e também enfatizou a realidade da oração de louvor como fundamental
para o reavivamento dos Grupos de Oração neste tempo. É tempo de louvar!

Até agora refletimos a respeito de vários pontos que relacionam a oração


de louvor à vida dos Grupos de Oração:
- o louvor faz parte da essência do Grupo de Oração;
- nossos Grupos de Oração são reconhecidos pelo louvor;
- somos chamados pela Santa Igreja a aprender e ensinar aos fieis a
oração, de forma especial o louvor;
- o ensinamento da Igreja a respeito da oração de louvor e
- a nossa vida e busca de santidade como o louvor de Deus.
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Sendo assim, como fazer, na prática, para promover a verdadeira oração
de louvor nos Grupos de Oração?

Fica muitíssimo claro que a oração de louvor não se resume a entoarmos


cânticos animados, ou a incentivarmos orações que são realizadas com grande
número de gestos corporais e em alto volume. Os cânticos, os gestos e a
expressividade podem estar presentes numa oração realizada em alto e bom
som, mas a verdadeira oração de louvor é aquela que “eleva nosso coração ao
coração de Deus, reconhecendo a Sua glória”.

Para ajudar neste propósito, existem várias dinâmicas e práticas, que


não são em si mesmas a oração de louvor, mas sim caminhos que, sendo
percorridos, levam ao reconhecimento imediato de Deus e assim, à oração de
louvor. Estas dinâmicas e práticas não pretendem, de forma alguma, limitar ou
engessar a forma de se ministrar a oração, mas podem auxiliar a alcançar a
graça de um verdadeiro e santo Louvor.

Temos entre as diversas formas de oração resgatadas pela


Renovação Carismática: a súplica, a intercessão, a oração por
cura e libertação, o pedido de perdão, a oração de clamor pelo
derramamento do Espírito Santo, e muitas outras. Mas, sem dúvida,
ganhou destaque em nosso meio a oração de louvor.
E por que a Renovação Carismática resgatou a oração de louvor?
Porque antes de ser um esforço meramente pessoal, foi um sinal
eloqüente da ação do Espírito Santo! Quando o Espírito age, o louvor
jorra de maneira natural e sincera! Portanto, um sinal de que o
Espírito Santo está agindo, é quando as pessoas louvam e glorificam
de forma sincera e profunda.
[Fernando Gomes - Projeto Entre Irmãos, páginas 50 e 51]

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25. Pela meia-noite, Paulo e Silas
rezavam e cantavam um hino a Deus, e
os prisioneiros os escutavam.
26. Subitamente, sentiu-se um terremoto
tão grande que se abalaram até os
fundamentos do cárcere. Abriram-
se logo todas as portas e soltaram-se as
algemas de todos.
27. Acordou o carcereiro e, vendo abertas
as portas do cárcere, supôs que os
presos haviam fugido. Tirou da espada
e queria matar-se.
28. Mas Paulo bradou em alta voz: “Não te
faças nenhum mal, pois estamos todos
aqui”.
29. Então, o carcereiro pediu luz, entrou e
lançou-se trêmulo aos pés de Paulo e
Silas.

Atos dos Apóstolos 16, 25-29

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7.
Dinâmicas
de Louvor
Os Grupos de Oração estão sempre com as portas abertas para acolher
a todos que desejarem participar. Dessa forma, é comum receberem pessoas
que estão com seus corações atribulados e cheios de preocupações. Os servos
dos grupos são aqueles que estão a serviço destes irmãos, para ajudá-los a
elevarem seus corações a Deus.

As dinâmicas de louvor têm por objetivo serem início, pontos a partir dos
quais o participante do Grupo de Oração é levado a percorrer um caminho, no
qual durante o percurso vai sendo retirado de seus olhos o véu que o impede
de ver a beleza e a providência de Deus. Tais iniciativas podem ajudá-lo a
buscar em sua mente e memória razões para louvar a Deus e, neste exercício,
com o tempo, vai deixando brotar em si o Louvor.

Citaremos agora algumas dinâmicas de louvor. Importante que o dirigente


sempre as explique muito bem aos participantes, com exemplos, se possível,
para que se sintam à vontade para orar.

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LOUVOR PING-PONG:

O dirigente organiza a assembleia em duplas, nas quais os participantes


ficam um de frente para o outro. Então se orienta a louvar de forma contínua,
mas uma pessoa por vez, trazendo em seu coração razões para louvar ao
Senhor. Cada um faz, em voz alta e de forma breve, o seu louvor, dando espaço
para que o outro também o faça, e assim sucessivamente.

Vamos à um exemplo:
PARTICIPANTE 1: Eu louvo a Deus por minha vida;
PARTICIPANTE 2: Senhor, eu te louvo pela Santa Igreja;
PARTICIPANTE 1: Senhor, eu quero te louvar pela minha família;
PARTICIPANTE 2: Eu te louvo, meu Deus, pelo meu trabalho;
PARTICIPANTE 1: Senhor, eu te louvo pela vida do meu esposo;
(assim sucessivamente...)

O louvor ping-pong é rápido e objetivo, e estimula os iniciantes no louvor.

LOUVOR EM DUPLA:

O louvor em dupla assemelha-se ao louvor ping-pong, com dois


participantes um de frente para outro. Mas a diferença é que o louvor não
precisa ser tão breve. Enquanto um participante faz o seu louvor, o outro ora
em silêncio e se deixa motivar pelo louvor do irmão. O bonito desta dinâmica de
louvor é a experiência de um participante ser levado a perceber as maravilhas
de Deus na vida do outro.

É importante frisar que estas dinâmicas que envolvem dois participantes


da assembleia, não têm outro objetivo senão o louvor a Deus. Não se deve,
portanto, propor que se dêem as mãos, que se aproximem excessivamente ou
qualquer outro tipo de ação que possa gerar algum tipo de constangimento a
algum deles.

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LOUVOR COM A PALAVRA:

Muitas vezes não temos palavras para louvar a Deus, pois somos limitados;
e é nesse momento que a Palavra de Deus nos inspira na oração.

O dirigente convida a assembleia a proclamar uma passagem bíblica que


tenha sido discernida anteriormente (um Salmo ou um trecho do Evangelho,
por exemplo). Depois, propõe que, em silêncio, os participantes releiam a
passagem e escolham um versículo que lhes toca o coração. Após a releitura
os participantes são convidados a ler em voz alta o versículo e a fazer o seu
louvor, um por vez. Ao final todos são convidados a louvar em uma só voz.

É importante que a passagem bíblica não seja curta e nem muito longa,
e que, em assembleias grandes, se tenha o discernimento de ir finalizando no
momento adequado, pois não será possível que todos façam seu louvor público.

LOUVOR DIRECIONADO:

Nesta dinâmica de louvor o dirigente vai motivando e direcionando a


assembleia na oração.
Exemplo:
- Louve a Deus por tudo aquilo que Ele tem feito em sua vida.
- Louve a Deus pelas realidades da sua vida, família, trabalho, etc...
- Louve a Deus por quem Ele é, por Sua majestade e Sua misericórdia.

A cada tópico o dirigente vai orando junto, de forma que os participantes, a


todo tempo, vão sendo lembrados dos motivos que eles têm para louvar a Deus.
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LOUVOR COM A CANÇÃO:

“Aleluia. Cantai ao Senhor um cântico novo, ressoe o seu louvor na


assembleia dos fiéis. Alegre-se Israel em seu criador, exultem em seu rei os
filhos de Sião. Em coros louvem o seu nome, cantem-lhe salmos com o tambor
e a cítara, porque o Senhor ama o seu povo, e dá aos humildes a honra da
vitória. Exultem os fiéis na Glória, alegrem-se em seus leitos.” [Salmos 149, 1 a 5]

A riqueza que encontramos em diversas letras de canções católicas,


realmente despertam em nosso coração o desejo de louvar a Deus. A música
tem o papel fundamental de nos ensinar como louvar a Deus e nos ajuda a
mergulhar na oração. Santo Agostinho nos ensina: “Quem canta reza duas
vezes”, portanto, é muito bom utilizar-se deste meio para a ministração.

LOUVOR EM PARTILHA:

A oração unânime é uma oração de concórdia, uma oração que atinge o


coração de Deus. Em Atos 1,14 lemos: “Todos eles perseveravam unanimemente
na oração, juntamente com as mulheres, entre elas Maria, mãe de Jesus, e os
irmãos dele”. E também em Atos 4,24 diz: “Ao ouvirem isso, levantaram unânimes
a voz a Deus e disseram...”

Nessas duas passagens vemos como é bela a oração em comunidade,


oração esta que gera unidade e, por isso, agrada muito o coração de Deus.
Nesta dinâmica de louvor, o dirigente organiza a assembleia em grupos
pequenos, de até quatro ou cinco pessoas e então, cada um neste pequeno
grupo partilha seus motivos para louvar a Deus. Assim que um participante
partilha, todos os outros louvam a Deus pelos motivos apresentados por aquele
irmão.
25
LOUVOR DE LIBERTAÇÃO:

No louvor de libertação, somos convidados a bendizer a Deus nas


dificuldades e provações, a louvar ao Senhor também por aquilo que pedimos
e independente do que receberemos como resposta, pois dessa forma
trabalhamos em nós a fé carismática. Declaramos que tudo depende de Deus,
vivendo a palavra que está em Hebreus 11, 1: “A fé é o fundamento da esperança,
é uma certeza a respeito do que não se vê.”

1. Aleluia. Cantai ao Senhor um cântico


novo, ressoe o seu louvor na assembleia
dos fiéis.
2. Alegre-se Israel em seu criador, exultem
em seu rei os filhos de Sião.
3. Em coros louvem o seu nome, cantem-lhe
salmos com o tambor e a cítara,
4. porque o Senhor ama o seu povo, e dá aos
humildes a honra da vitória.
5. Exultem os fiéis na glória, alegrem-se em
seus leitos.

Salmos 149, 1 - 5

26
8.
LOUVOR A
SANTÍSSIMA
TRINDADE

“Cremos firmemente e afirmamos simplesmente que há um só verdadeiro


Deus eterno, imenso e imutável, incompreensível, todo-poderoso e inefável,
Pai, Filho e Espírito Santo: Três Pessoas, mas uma Essência, uma Substância ou
Natureza absolutamente simples.” [Catecismo da Igreja Católica - no. 202]

É assim que Deus é revelado a nós, na pessoa divina do Pai, na pessoa


divina do Filho e na pessoa divina do Espírito Santo. Ser pessoa significa
se relacionar. O fato de Deus ser três pessoas nos leva a compreender a
importância de nos relacionarmos com Ele, cultivarmos a intimidade com o Pai,
com o Filho e com o Espírito Santo: Deus que é Uno e Trino.

27
Assim, é justo louvar a cada pessoa da Santíssima Trindade, pois, nos
ensina o Catecismo da Igreja Católica: “A Trindade é Una. Não professamos
três deuses, mas um só Deus em três pessoas: A Trindade consubstancial. As
pessoas divinas não dividem entre si a única divindade, mas cada uma delas
é Deus por inteiro” (CIC - 253). Existe, então, apenas um Deus em três pessoas
distintas e cada uma destas pessoas divinas é Deus por inteiro.

Toda a economia divina é obra comum das


três pessoas divinas. Pois da mesma forma que a
Trindade não tem senão uma única e mesma natureza,
assim também não tem senão uma única e mesma
operação. “O Pai, o Filho e o Espírito Santo não são três
princípios das criaturas, mas um só princípio”. Contudo,
cada pessoa divina cumpre a obra comum segundo
sua propriedade pessoal. Assim a Igreja confessa, na
linha do Novo Testamento: “Um Deus e Pai do qual são
todas as coisas, um Senhor Jesus Cristo mediante o
qual são todas as coisas, um Espírito Santo em quem
são todas as coisas”. São sobretudo as missões divinas
da Encarnação do Filho e do dom do Espírito Santo
que manifestam as propriedades das pessoas divinas.
[Catecismo da Igreja Católica - no. 258]

À luz dos ensinamentos do Catecismo da Igreja Católica é perfeitamente


apropriado louvar ao Pai criador, ao Filho redentor e ao Espírito Santo
santificador das almas; distintamente segundo a obra e missão de cada uma
das pessoas divinas. Não é o objetivo aqui, limitar o louvor que pode ser elevado
a cada uma das pessoas divinas, mas exemplificar como podemos fazer um
louvor a cada pessoa divina distintamente.

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LOUVOR AO PAI:

O Pai é aquele DO QUAL são todas as coisas.

Podemos atribuir a Ele toda a criação e toda a providência. Podemos louvá-


lo por todas as coisas criadas na natureza (céu, terra, ar, água, sol, alimento,
animais, etc…), por nossa própria vida e todos os dons naturais (a própria vida,
poder ver, ouvir, tocar, sentir, etc…), por toda a providência (por ter um trabalho,
pelos estudos, família, etc…).

Podemos louvar ao Pai também por todo o projeto de nossa salvação, por
ter enviado ao mundo Seu Filho, Nosso Senhor Jesus Cristo para nos remir,
e por toda a realidade da Santa Igreja e pelos sacramentos que são Sua
providência misericordiosa do Pai para a nossa salvação.

LOUVOR AO FILHO:

Jesus Cristo, o Filho, é aquele MEDIANTE O QUAL são todas as coisas.

Jesus é o Logos, Ele é o Verbo divino: “Tudo foi feito por Ele e sem Ele nada
foi feito” (Jo 1, 3).
29
Podemos atribuir a Jesus o princípio e o fim de todas as coisas, louvá-
Lo porque por causa Dele e para Ele foram criadas todas as coisas, dizer a
Jesus menino nos braços de Nossa Senhora, como os magos na manjedoura
de Belém: “É para Ti, Deus menino e pequeno nos braços de Maria, que foram
feitos o céu e a terra, o mar e as estrelas! Tudo é para Ti!”.

Podemos atribuir a Jesus também toda a obra redentora realizada em Sua


encarnação, louvá-Lo por essa mesma encarnação, nascimento, vida, pregação,
milagres, calvário, morte e ressurreição, pelas obras e milagres que realiza
em nossas vidas. Podemos louvá-lo por sua entrega total na Eucaristia, e por
instituir a Igreja e os Sacramentos.

Por fim, podemos louvar a Jesus pela graça do derramamento do Espírito


Santo. Sobre Jesus, o Pai derramou a plenitude da Graça, e Jesus por sua vez
partilha conosco desta Graça e derrama sobre nós o Espírito Santo.

LOUVOR AO ESPÍRITO SANTO:

O Espírito Santo é aquele EM QUEM são todas as coisas.

São Paulo nos ensina que ninguém pode aclamar a Jesus Cristo como
Senhor, senão sob a ação do Espírito Santo (I Cor 12, 3). O Espírito Santo é
aquele que nos santifica, que nos configura a Cristo, que nos auxilia a percorrer
este caminho rumo à morada definitiva diante da face de Deus.

Podemos atribuir ao Espírito Santo toda a transformação que acontece


em nosso interior, todo mover do nosso coração em direção à vontade de Deus,
todo fervor que brota em nosso interior, toda consolação espiritual, e todo
arrependimento profundo e sincero por nossos pecados.
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Podemos louvar ao Espírito Santo por toda a sua manifestação em nossas
vidas e comunidades, por toda a graça derramada sobre a Igreja, a partir de
Pentecostes e por toda a Sua manifestação hoje. Também podemos louvá-lo
pelo nosso processo de conversão e de santificação; cada vez que você se viu
profundamente amado por Deus, era o Espírito Santo que estava revelando isto
a você!

Por fim, podemos também louvar ao Espírito Santo pela obra realizada em
Jesus. Sim! O Espírito Santo desceu sobre Maria na encarnação, batizou João
Batista na visita a Santa Isabel, desceu sobre Jesus em seu batismo no Rio
Jordão! O Espírito Santo estava junto de Jesus em toda a Sua missão.

Glória a Deus nas alturas


e paz na terra aos homens de boa vontade.

Senhor Deus, Rei dos céus, Deus Pai todo-poderoso:


nós Vos louvamos,
nós Vos bendizemos,
nós Vos adoramos,
nós Vos glorificamos,
nós Vos damos graças,
por vossa imensa glória.

Senhor Jesus Cristo, Filho Unigênito,


Senhor Deus, Cordeiro de Deus, Filho de Deus Pai:
Vós que tirais o pecado do mundo, tende piedade de nós;
Vós que tirais o pecado do mundo, acolhei a nossa súplica;
Vós que estais à direita do Pai, tende piedade de nós.

Só Vós sois o Santo;


só Vós, o Senhor;
só Vós, o Altíssimo, Jesus Cristo;
com o Espírito Santo, na glória de Deus Pai.

Amém.

[Gloria in excelsis Deo - Hino litúrgico datado do século IV]

31
9.
INDICAÇÕES PARA
APROFUNDAMENTO
O intuito deste trabalho não é esgotar o assunto, de forma alguma, mas
ser um ponto de partida para que nós possamos nos aprofundar na realidade
linda da Oração de Louvor e possamos fazer florescer nossos Grupos de Oração
em meio aos louvores a Deus.

Para isso, o Ministério de Música e Artes da Renovação Carismática


Católica do Estado de São Paulo, agradece a todas as instâncias do movimento,
por promover tantos e ricos materiais para a formação dos servos da RCC.
Estes materiais que aqui indicamos nos serviram de base e inspiração para a
realização deste trabalho e são muito úteis para que nos aprofundemos neste
tema.

Formação para o
Ministério de Música
e Artes

Apostilas 1 e 2

RCC Brasil

Podem ser adquiridas na loja


virtual da RCC Brasil:
http://rccshop.com.br/loja/

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INDICAÇÕES PARA APROFUNDAMENTO

Projeto Entre Irmãos


Apoio para o Ministério de
Música e Artes

RCC São Paulo


Editora Presença

O Louvor de Deus
Salva

Pe. Micael de Moraes

Pode ser adquirido na loja


virtual da RCC Brasil:
http://rccshop.com.br/loja/

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BÍBLIA SAGRADA. Bíblia de Jerusalém. Ed. Paulus. São Paulo. 2002.

CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA. Ed. Vozes, Paulinas, Loyola, Ave Maria,


5° Ed. São Paulo. 1993.

JOÃO PAULO II, Papa: Discurso à delegação da RCC. Vaticano. 2002.

BENTO XV, Papa: Discurso pelo quadragésimo aniversário da Renovação


do Espírito. Praça São Pedro. 2012.

FRANCISCO, Papa: Discurso na Vigília de Pentecostes na Celebração do


Jubileu de Ouro da RCC. Circo Máximo. 2017.

GAMBARINI, Pe. Alberto: Pregação no Congresso Estadual RCC SP.


Aparecida. 2017.

MORAES, Pe. Micael de - O louvor de Deus Salva, Ed. RCC Brasil.


Cordeirópolis. 2019.

LIÂO, Irineu de - Contra as Heresias, Ed. Paulus, Vol 4. Roma. Séc II ano
180 d.C.

Formação para o Ministério de Música e Artes. Apostíla 2. Ed. RCC


Brasil. 2020.

ISAIAS, Evandir; GOMES, Fernando - Projeto Entre Irmãos, Ed. RCC SP.
Osasco; São José do Rio Pardo. 2018.

Fotos:

Foto do Papa Bento XVI, página 5:


Créditos: via Vatican Media

Foto do Papa Francisco, página 7:


Créditos: via Vatican Media

Foto de São João Paulo II, página 10:


Créditos: CNS photo/Joe Rimkus Jr., via Diocese of Hamilton
[http://hamiltondiocese.com/bishop/john-paul-ii-day]

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