Você está na página 1de 48

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ

CAIQUE DE OLIVEIRA TALASESCO SOARES


IAN MUCHAILH

TÍTULO DO TRABALHO: SUBTÍTULO

CURITIBA
2018
CAIQUE DE OLIVEIRA TALASESCO SOARES
IAN MUCHAILH

TÍTULO DO TRABALHO: SUBTÍTULO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao


curso de Engenharia Civil, Setor de Tecnologia,
Universidade Federal do Paraná, como requisito
parcial à obtenção do título de Bacharel em
Engenheiro Civil

Orientadora: Profª. MSc. Heloisa Fuganti Campos

CURITIBA
2018
DEDICATÓRIA

Utilize o estilo Texto. Dedicatória dedicatória dedicatória dedicatória


dedicatória dedicatória dedicatória dedicatória dedicatória dedicatória dedicatória
dedicatória dedicatória dedicatória dedicatória dedicatória dedicatória.
AGRADECIMENTOS

Utilize o estilo Texto. Texto texto texto texto texto texto texto texto texto texto
texto texto texto texto texto texto texto texto texto texto texto texto texto texto texto
texto texto texto texto texto texto texto texto texto texto texto texto texto.
Texto texto texto texto texto texto texto texto texto texto texto texto texto
texto texto texto texto texto texto texto texto texto texto texto texto texto texto texto
texto texto texto texto texto texto texto texto texto texto.
A epígrafe possui formatação livre. Epígrafe epígrafe epígrafe epígrafe
epígrafe epígrafe epígrafe epígrafe epígrafe epígrafe epígrafe epígrafe epígrafe
epígrafe. (AUTOR, ano, p.)
RESUMO

Utilize o estilo Resumo. Digite seu texto com no mínimo 150 palavras e no
máximo 500 palavras em parágrafo único. Digite seu texto. Digite seu texto. Digite
seu texto. Digite seu texto. Digite seu texto. Digite seu texto. Digite seu texto. Digite
seu texto. Digite seu texto. Digite seu texto. Digite seu texto. Digite seu texto. Digite
seu texto. Digite seu texto. Digite seu texto. Digite seu texto. Digite seu texto. Digite
seu texto. Digite seu texto. Digite seu texto. Digite seu texto. Digite seu texto. Digite
seu texto. Digite seu texto. Digite seu texto. Digite seu texto. Digite seu texto. Digite
seu texto. Digite seu texto. Digite seu texto. Digite seu texto.

Palavras-chave: Palavra-chave 1. Palavra-chave 2. Palavra-chave 3. Palavra-chave


4. Palavra-chave 5.
ABSTRACT

Utilize o estilo Resumo. Digite seu texto com no mínimo 150 palavras e no
máximo 500 palavras em parágrafo único. Digite seu texto. Digite seu texto. Digite
seu texto. Digite seu texto. Digite seu texto. Digite seu texto. Digite seu texto. Digite
seu texto. Digite seu texto. Digite seu texto. Digite seu texto. Digite seu texto. Digite
seu texto. Digite seu texto. Digite seu texto. Digite seu texto. Digite seu texto. Digite
seu texto. Digite seu texto. Digite seu texto. Digite seu texto. Digite seu texto. Digite
seu texto. Digite seu texto. Digite seu texto. Digite seu texto. Digite seu texto. Digite
seu texto. Digite seu texto. Digite seu texto. Digite seu texto. Digite seu texto.

Keywords: Keyword 1. Keyword 2. Keyword 3. Keyword 4. Keyword 5.


LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 – TÍTULO DA FIGURA.............................................................................18


FIGURA 2 – TÍTULO DA FIGURA.............................................................................19
FIGURA 3 – TÍTULO DA FIGURA.............................................................................19
LISTA DE GRÁFICOS

GRÁFICO 1 – TÍTULO DO GRÁFICO.......................................................................23


GRÁFICO 2 – TÍTULO DO GRÁFICO.......................................................................23
LISTA DE QUADROS

QUADRO 1 – TÍTULO DO QUADRO........................................................................20


QUADRO 2 – TÍTULO DO QUADRO........................................................................20
LISTA DE TABELAS

TABELA 1 – TÍTULO DA TABELA.............................................................................20


TABELA 2 – TÍTULO DA TABELA.............................................................................21
LISTA DE ABREVIATURAS OU SIGLAS

SIGLA - Nome por extenso


SIGLA - Nome por extenso
SIGLA - Nome por extenso
SIGLA - Nome por extenso
SIGLA - Nome por extenso
LISTA DE SÍMBOLOS

 - copyright
@ - arroba
 - marca registrada
 - somatório de números
 - produtório de números
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO..............................................................................................16
1.1 JUSTIFICATIVA............................................................................................16
1.2 OBJETIVOS..................................................................................................16
1.2.1 Objetivo geral................................................................................................16
1.2.2 Objetivos específicos....................................................................................16
1.3 METODOLOGIA........................................................................................... 17
2 REVISÃO DE LITERATURA........................................................................18
2.1 TÍTULO DA SEÇÃO SECUNDÁRIA.............................................................18
2.2 TÍTULO DA SEÇÃO SECUNDÁRIA.............................................................18
2.2.1 Título da seção terciária................................................................................19
2.2.1.1 Título da seção quaternária..........................................................................20
3 MATERIAL E MÉTODOS.............................................................................22
4 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS......................................................23
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS..........................................................................24
5.1 RECOMENDAÇÕES PARA TRABALHOS FUTUROS.................................24
REFERÊNCIAS............................................................................................ 25
APÊNDICE 1 – TÍTULO DO APÊNDICE......................................................26
ANEXO 1 – TÍTULO DO ANEXO..................................................................27
16

1 INTRODUÇÃO

O cimento tem uma influencia muito grande na sociedade, por imprimir na


civilização atual uma espécie de “face” comum. As cidades com suas obras e
construções contemporâneas, especialmente nos grandes centros urbanos, fazem
amplo uso do cimento como elemento principal que constitui as edificações. O uso
do cimento pode ser considerado como uma espécie de “marca” da civilização atual,
visto que desde o início do século XX tem sido a solução econômica e técnica mais
utilizada em moradias, assentamentos humanos e em construções de grandes obras
da engenharia moderna (MAURY & BLUMENSCHEIN, 2012).
O aquecimento global é um fenômeno climático de larga extensão, ou seja,
um aumento da temperatura média superficial global, provocado por fatores internos
e/ou externos. Fatores internos são complexos e estão associados a sistemas
climáticos ditos naturais. Fatores externos são antropogênicos e relacionados a
emissões de gases-estufa por queima de combustíveis fósseis, principalmente
carvão e derivados de petróleo, indústrias, refinarias, motores, queimadas etc. E
grande parte da comunidade científica acredita que o aumento da concentração de
poluentes antropogênicos, a saber o clorofluorcarbono (CFC), ozônio (O3), metano
(CH4), óxido nitroso (NO2) e o dióxido de carbono (CO2), na atmosfera é a causa
principal do efeito estufa, consequentemente do aquecimento global. (SILVA &
LIMA, 2009).
A produção de dióxido de carbono gerada no ciclo de fabricação do cimento
deriva de duas etapas principais, a combustão e a calcinação. A primeira é
responsável por aproximadamente 40% do total de CO2 gerado, a segunda por 50%
e os 10% restante são resultados da energia elétrica e transporte de materiais. A
geração de CO2 pela combustão esta relacionada com a queima de combustíveis,
enquanto que pela calcinação esta relacionada com os produtos químicos emitidos
pelo aquecimento de matérias primas, principalmente calcário e argila, a 1500°C
(PEPE, 2015).

1.1 JUSTIFICATIVA

A fabricação de cimento Portland necessita de um elevado consumo de


energia térmica e elétrica, devido o processo ser realizado em altas temperaturas.
17

Com as leis ambientais cada vez mais rígidas, as indústrias cimenteiras buscam
alternativas para amenizar seus impactos no meio ambiente, buscando se enquadrar
nos padrões de emissões de poluentes exigidos. (TOSTA; SOUZA; SILVA, 2007).
Para cada tonelada de clinquer produzida são emitidos entre aproximadamente 800
e 1000 quilos de CO2, incluindo o gerado pela decomposição do calcário e pela
queima do combustível fóssil. (VANDERLEY, 2013).
De acordo com o ultimo relatório da IPCC - Painel Intergovernamental sobre
Mudanças Climáticas – (IPCC, 2014) a concentração dos principais gases do efeito
estufa (CO2, CH4 e N2O) apresentaram um grande crescimento desde a era pré-
industrial. A concentração de CO2 teve um aumento substancial maior que em
qualquer período dos últimos 800 mil anos e esta com a taxa de crescimento mais
rápida da década (2.0 ± 0.1 ppm yr–1 ), afirma o documento.
A previsão de demanda por cimento, principalmente nas economias
emergentes como o Brasil, é de aumentar substancialmente nas próximas décadas,
fazendo da gestão de carbono uma questão prioritária para o setor. (KIHARA;
VISEDO, 2014). E a maior parte da emissão do CO2 causada pela produção do
concreto está relacionada a produção de cimento, que por sua vez é responsável
por aproximadamente 5% da emissão global de CO2. (PADE ; GUIMARAES, 2007)
Depois de um longo período de seguidos aumentos expressivos na taxas de
consumo de cimento, como mostra a imagem x1, o Brasil chegou ao final de 2013
com 2,4% de crescimento em relação ao ano anterior, atingindo 71 milhões de
toneladas, sendo considerado o quinto maior produtor de cimento do mundo. Esse
aumento já era esperado e devera ser ainda maior nos próximos anos. (SNIC,
2013). O relatório do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC,
2014) ainda afirma que no período de 40 anos, as emissões de CO 2 que são
produzidas como resposta a fabricação de cimento e combustíveis fósseis triplicou.
E de acordo com a agencia internacional de energia (IEA,2015) é preciso focar em
reduzir o consumo de energia usado para a fabricação do cimento em
aproximadamente 3% até o ano de 2025, pois a fabricação do cimento consome
8,5% do total de energia utilizada pelas industrias. Uma das ações que o relatório
defende para suprir esse problema é investir em pesquisas que tenham o objetivo de
diminuir a fabricação e utilização do clinquer.

IMAGEM x1 – Evolução do consumo de cimento


18

FONTE: SINC, 2013

Uma maneira de se conseguir fabricar um concreto mais sustentável é


diminuir o volume da pasta de cimento através da mistura de agregados com
tamanho e distribuição granulométrica ideal. (MEHTA; MONTEIRO, 2014). Na busca
por um consumo de cimento baixo se faz necessário ocupar o máximo de volume
com agregados.(Rebmann, 2011). Fennis, (2009) reafirma que para reduzir os
impactos ambientais do concreto usando cimento é necessário usar tecnologias
inovadoras para a estrutura e composição do concreto e a tecnologia de
empacotamento de partículas pode ser usada para reduzir a quantidade de cimento
na mistura de concreto, tornando-o mais sustentável. Ao se utilizar essa tecnologia o
teor de cimento pode ser reduzido em mais de 50% e a emissão de CO 2 em 25%,
afirma a autora.
Tendo em vista que o uso da técnica de empacotamento de partículas
resulta no aumento da densidade da mistura de agregados, é possível desenvolver
um concreto mais ecológico mantendo-se a relação a/a constante, portanto
reduzindo o consumo de cimento do concreto.(FENNIS; WALRAVEN 2012)

Londero(2016) reforça que os modelos de empacotamento desenvolvidos


por diversos autores, que serão citados nesse estudo, podem auxiliar na
19

composição de misturas ótimas para melhorar o esqueleto granular que compõe o


concreto. Esta otimização permite reduzir o consumo de cimento e gerar benefícios
ambientais.
20

2 REVISÃO DE LITERATURA
2.1 AGREGADOS
Segundo a NBR 9935 (ABNT, 2011), agregado é definido como material
granular, na maioria das vezes quimicamente inerte, de dimensões e propriedades
úteis para uso em argamassa ou concreto. Quanto à origem, podem ser
classificados como naturais, extraídos diretamente na forma de fragmentos, como
areia e pedregulho, e artificiais, os quais são submetidos a processos de
fragmentação, como pedra e areia britadas.
De acordo com a NBR 7211 (ABNT, 2009), os agregados podem ser
classificados quanto ao tamanho, como agregado graúdo, passante na peneira com
abertura de malha de 75mm e retida na peneira com abertura de malha de 4,75mm
e agregado miúdo, passante na peneira com abertura de malha de 4,75 mm e
retidos na peneira com abertura de malha de 0,15 mm.
Sbrighi (2011) afirma que deve-se ter muito cuidado com a seleção dos
agregados, observando o seu uso e o ambiente de inserção da estrutura de concreto
que será produzida, pois muitas das propriedades do concreto são influenciadas
pelas características dos agregados, tais como: sua porosidade; composição
granulométrica; absorção de agua; estabilidade; forma e textura superficial dos
grãos; resistência mecânica; modulo de deformação e substancias deletérias
presentes. O autor ainda classifica os diferentes agregados quanto à suas origens:
a) Naturais, onde os materiais são encontrados na natureza e já preparados
para o seu uso como, por exemplo, areia de rio, pedregulho e areia de
cava;
b) Britados, submetidos a processo de cominuição, geralmente por
britagem, como por exemplo, pedregulho britado, pedra britada e
pedrisco;
c) Artificiais, derivados de processos industriais como por exemplo as
argilas expandidas e vermiculita expandida;
d) Reciclados, que podem ser resíduos industriais granulares que tenham
propriedades adequadas ao uso como agregado.
Sbrighi (2011) apresenta uma classificação quanto a massa unitária dos
agregados, e segundo sua classificação a maioria dos agregados naturais, que
produzem os concretos normais (2400 kg/m³), tais como areia e pedregulho,
possuem uma massa unitária com valores entre 1500 e 1700 kg/m³. Ainda em
21

relação a massa unitária dos agregados, a norma ABNT NB 9935:2011 afirma que
os chamados agregados leves e pesados, com menor e maior massa unitária
respectivamente, são utilizados para a produção de concretos leves e pesados.
Alguns exemplos de agregados leves ( menor que 1120 kg/m³) são as argilas
expandidas, escórias, vermiculita, ardósia e etc. E os pesados (maior que
2080kg/m³) são exemplificados pelo minério de bário, minério de ferro e etc.

2.1.1 Influencia dos agregados no consumo de cimento

Ainda em se tratando das características dos agregados, Metha e Monteiro


(2014) destacam que os mesmos influenciam diretamente a dosagem do concreto e
consequentemente o consumo de cimento do mesmo. Eles dividem as
características principais do concreto em 3 grupos: características dependentes da
porosidade (massa especifica, absorção de água, resistência, dureza, modulo de
elasticidade e sanidade); características dependentes das condições prévias de
exposição e fatores relacionados ao processo de fabricação (tamanho, forma e
textura das partículas); características dependentes da composição química e
mineralógica (resistência, dureza, modulo de elasticidade e substancias deletérias
presentes).
As principais características destacadas pelos autores como tendo influencia
diretas no consumo de cimento são:
a) Massa especifica e unitária: a primeira é definida pela massa do material,
incluindo os poros internos, por unidade de volume. Valores usuais para
as rochas do tipo granito arenito e calcário variam entre 2600 e 2700
kg/m³. A segunda é definida pela massa das partículas dos agregados
que ocupam uma unidade de volume, essa característica surge pois não
é possível empacotar totalmente as partículas de agregado, deixando
assim espaços vazios. Valores usuais para agregados utilizados na
construção civil variam entre 1300 e 1750 kg/m³.
b) Absorção de água: a capacidade de absorção é a quantidade de água
necessária para levar o agregado da condição seco ao ar até a saturação
da superfície seca do agregado (SSS). Essa absorção influencia na
quantidade de água adicionada no concreto e, consequentemente, o seu
consumo de cimento.
22

c) Composição granulométrica e dimensão máxima: a primeira é a


distribuição de dimensão das partículas de um material granular entre
diversas faixas granulométricas, geralmente expressa em termos de
porcentagem acumulada maior ou menor do que cada uma das aberturas
de uma série de peneiras. A segunda é designada pela dimensão da
abertura da peneira na qual o agregado apresenta uma porcentagem
retida acumulada igual ou imediatamente inferior a 5% em massa. A
distribuição granulométrica do agregado influencia diretamente na
quantidade de vazios do concreto, uma vez que tendo tamanhos variados
de partículas, as menores partículas preenchem os espaços vazios
deixados pelo arranjo das partículas maiores. Esses espaços vazios
seriam antes ocupados pela pasta de cimento, portanto esse fenômeno
tem uma influencia direta no consumo de cimento do concreto. No caso
da dimensão máxima do agregado, em geral, quanto maior a dimensão
máxima do agregado, menor é a área superficial por unidade de volume
que deve ser coberta pela pasta de cimento para uma relação de
água/cimento pré determinada, tendo assim uma relação direta com o
quantidade de cimento empregada no concreto.
d) Forma e textura superficial: a forma se refere às características e
modelos geométricos que as partículas possuem, como angulosa,
arredondada, achatada ou alongada. A textura e a forma das partículas
do agregado influenciam no estado fresco do concreto, comparadas às
partículas lisas e arredondadas, as partículas ásperas, angulosas e
alongadas necessitam de mais pasta de cimento para produzir misturas
de concreto trabalháveis.

Na figura x2 Metha e Monteiro (2014) apresentam um esquema de como


alguns fatores iniciais de exposição das rochas e processos de produção podem
influenciar as propriedades finais do concreto fresco e endurecido.
23

FIGURA x2 – Diagrama ilustrativo da influencia das condições prévias de exposição e


fatores relacionados ao processo de fabricação do agregado sobre os estados do concreto.

FONTE: Metha e Monteiro (2014).

2.1.2 Agregados Miúdos

Na construção civil, a areia é empregada como agregado para concreto,


argamassa, blocos e pavimentação. A sua granulação e forma tem papel importante
na redução do consumo de cimento, no preparo de argamassas ou de concreto
(TANNO et al., 2003).
24

Segundo Metha e Monteiro (2014), o agregado miúdo mais utilizado na


fabricação do concreto é a areia sílica natural, a qual é derivada de rochas
sedimentares e depositada mecanicamente em estado não consolidado e uma vez
que resulta de um intemperismo geológico, é constituída por fragmentos dos mais
diversos tipos de rochas e minerais duros e quando não contaminados por argilas e
siltes, são agregados ótimos para o concreto.

Segundo Tanno et al. (2003), comercialmente, as areias para construção


civil normalmente recebem designações segundo o grau de beneficiamento a que
são submetidas:
 Areia bruta (não beneficiada);
 Areia lavada (lavagem sobre peneira para retirada de partículas finas e
outros materiais indesejáveis);
 Areia graduada (areia que obedece a uma distribuição granulométrica
previamente estabelecida).
De acordo com a NBR 7211:2009 o agregado miúdo apresenta os seguintes
limites de distribuição granulométrica mostrados na Tabela 1.

Tabela x – Limites da distribuição granulométrica do agregado miúdo


Porcentagem, em massa, retida acumulada
Peneira com abertura de
Limites inferiores Limites superiores
malha (ABNT NBR NM ISSO
3310-1) (mm)
Zona utilizável Zona ótima Zona utilizável Zona ótima
9,5 0 0 0 0
6,3 0 0 7 0
4,75 0 0 100 5
2,36 0 10 25 20
1,18 5 20 50 30
0,6 15 35 70 55
0,3 50 65 95 85
0,15 85 90 100 95
25

NOTA 1 O módulo de finura da zona ótima varia de 2,20 a 2,90.


NOTA 2 O módulo de finura da zona utilizável inferior varia de 1,55 a 2,20.
NOTA 3 O módulo de finura da zona utilizável superior varia de 2,90 a 3,50.
Fonte: Adaptado de ABNT NBR 7211:2019

A norma citada ainda estipula alguns limites para a quantidade de


substancias nocivas presentes no agregado miúdo dependendo do tipo de
substancia e método de ensaio, mas que variam desde 0,5% para materiais
carbonosos até 10% para impurezas orgânicas. A mesma apresenta também
parâmetros mínimos de durabilidade que são afetados pelo meio onde o agregado é
retirado, como por exemplo, regiões litorâneas e/ou industriais onde existe presença
de compostos químicos indesejáveis para o concreto como os cloretos (CL -), limitado
superiormente por 0,2% na aplicação em concreto simples, 0,1% em concreto
armado e 0,01% em concreto protendido, sulfato ( SO 42-), limitado superiormente a
0,1% para todos os concretos. Essas substancias químicas podem gerar a posterior
expansão dos agregados devida à reação álcali-agregado.
As areias podem ser diferenciadas ainda de acordo com o método de
extração, podendo ser naturais ,(material pétreo granular que pode ser utilizado tal e
qual encontrado na natureza, podendo ser submetido a lavagem, classificação ou
britagem (NBR 9935,2011)) e artificiais (material granular resultante de processo
industrial envolvendo alteração mineralógica, química ou físico-química da matéria
prima original, para o uso como agregado em concreto ou argamassa (NBR
9935,2011)). No primeiro caso as jazidas são chamadas de areeiros ou depósitos de
areia e essas jazidas podem ser encontradas nos leitos dos rios, geralmente nas
curvas, mas também podem ser achadas como camadas superficiais do solo.
(SBRIGHI, 2011)
São reconhecidos quatro principais tipos de jazidas para a extração de areia
natural: Leito de rio, em que a areia é extraída por dragagem direta do canal do rio;
Cava imersa, onde dragas flutuantes retiram areia de camadas individualizadas
localizadas nos taludes de solo das laterais do rio; Cava seca, onde a areia é
extraída por desmonte hidráulico com mangueiras d`agua sob pressão, de camadas
que também são individualizadas e localizadas em taludes de solo, mas nesse caso
as cavas são secas; Solo de alteração, em que horizontes de solo com presença de
areia são desmontados hidraulicamente, por jatos sob pressão e o produto desse
26

processo é submetido a lavagens que separam a areia dos demais materiais finos
encontrados no solo. (SBRIGHI, 2011).
No caso das areias artificiais a obtenção ocorre em operações industriais
como a de fabricação de britas, onde geralmente se produz um resíduo denominado
‘’fração fina’’. Este resíduo é constituído por fragmentos de rocha com tamanho
inferior a 3 mm e pode ser utilizado como substituto a areia natural, ou seja, como
areia artificial. (PETRAKIS ET AL., 2010).
Em se tratando dos impactos negativos ao meio ambiente, é possível
destacar alguns resultados da extração da areia natural, tais como: Depreciação da
qualidade do ar, devido ao lançamento de gases provenientes dos motores dos
maquinarias em diferentes operações; aumento da concentração de partículas em
suspensão (turbidez) no curso d’ água, em virtude dos fenômenos erosivos,
decorrentes da exposição do solo às intempéries; contaminação do curso d’ água
causada pelos resíduos (óleos, graxas, lubrificantes) provenientes de maquinarias
utilizadas nas etapas de retirada da areia natural; redução espacial do “habitat”
silvestre devido à erradicação da cobertura vegetal nativa nas áreas destinadas à
instalação das estruturas de extração de areia e da rede viária e por ultimo o
achatamento da base genética das espécies vegetais terrestres, em função da
destruição da cobertura vegetal nativa para a instalação do empreendimento.
(LELLES, SILVA, GRIFFITH, & MARTINS, 2005)
Segundo Habib, Marques Filho, Bianchini e Niebel (2009) a substituição do
agregado natural pelo artificial diminui consideravelmente o impacto negativo da
construção civil ao meio ambiente. O estudo dirigido pelos autores, e divulgado pelo
IBRACON, confirma a viabilidade da utilização de tais agregados no concreto e
afirma que a utilização dos mesmos (areia artificial), produzidos através de
processamento de resíduos da construção civil (RCD) tem a vantagem de diminuir o
dano ambiental da extração natural da areia e também diminuir os resíduos da
construção civil que afetam negativamente o meio ambiente.
27

2.1.3 Agregados Graúdos

Os agregados britados são produzidos em pedreiras desenvolvidas a partir


de afloramento de rocha e em geral são usadas técnicas de desmonte com
explosivos, seguido por britagem e seleção granulométrica, por peneiramento, das
diversas frações resultantes da operação com os britadores. (SBRIGHI, 2011).
A brita é um tipo de pedra extraída de áreas com grandes quantidades de
granito e calcário e as jazidas se diferenciam entre si pela proporção desses dois
materiais. Do processo de fabricação resultam diferentes tipos de brita (brita
graduada, bica corrida, brita 1, brita 2, brita 3, brita 4, pedrisco misto e pedrisco
limpo), cuja utilização (concreto, pavimentação etc.) varia conforme sua dimensão
(em milímetros) (OLIVEIRA et al., 2008).
Assim como para a areia, a NBR 7211 (2009) estipula alguns parâmetros de
qualidade que as amostras de agregados graúdos utilizados nos concretos devem
ter. Dentre elas esta a distribuição granulométrica, que ao ser determinada segundo
os métodos mostrados na ABNT NBR NM 248 deve atender os limites da Tabela 2.

Tabela x – Limites da distribuição granulométrica do agregado graúdo

Peneira com abertura de Porcentagem, em massa, retida acumulada


malha Zona granulométrica d/D**
(ABNT NBR ISSO 3310-1)
(mm) 37,5/75 25/50 19/31,5 9,5/25 4,75/12,5
75 0-5 - - - -
63 5 - 30 - - - -
50 75 - 100 0-5 - - -
37,5 90 - 100 5 - 30 - - -
31,5 95 - 100 75 - 100 0-5 - -
25 - 87 - 100 5 - 25* 0-5 -
19 - 95 - 100 65*- 95 2 - 15*
12,5 - - 92- 100 40*- 65* 0-5
9,5 - - 95- 100 80*- 100 2 - 15*
6,3 - - - 92 - 100 40* - 65*
4,75 - - - 95 - 100 80* - 100
2,36 - - - - 95 - 100
28

*Em cada zona granulométrica dever ser aceita uma variação de no máximo cinco
unidades percentuais em apenas um dos limites marcados com 2). Essa variação pode
também estar distribuída em vários desses limites
**Zona granulométrica correspondente a menor (d) e maior (D) dimensões do agregado
graúdo

FONTE: Adaptado de ABNT NBR 7211 (2009)

A norma ainda estipula que o índice de forma dos grãos do agregado


graúdo, que mede a proporção de suas dimensões de acordo com a norma ABNT
NBR 7809, não deve ser superior a 3. O desgaste dos agregados por abrasão “Los
Angeles”, calculado pela ABNT NBR NM 51 como o percentual de massa perdida
por abrasão no ensaio descrito pela norma, não deve ser superior a 50%, em
massa, do material.
Em se tratando de substancias nocivas, assim como para as areias, a NBR
7211 (2009) estipula alguns limites que dependem do tipo de material presente e o
método de ensaio que mostra o teor desses materiais. Torrões de argila e materiais
friáveis variam sua quantidade permitida máxima relativa a massa do agregado de
1% para concreto aparente, 2% para concreto sujeito a desgaste superficial e 3%
para outros concretos. Materiais carbonosos possuem limites de 0,5% para concreto
aparente e 1% para não aparente. Para materiais finos que passam na peneira de
0.075 mm o limite é 1%. Para a presença de cloretos e sulfatos os limites são os
mesmos estabelecidos para as areias descritos no item anterior.

2.2 EMPACOTAMENTO DE PARTÍCULAS


O estudo do empacotamento de partículas pode ser definido como o desafio
de selecionar corretamente a proporção e os tamanhos adequados dos materiais
particulados integrantes do concreto, de forma que os vazios de maior proporção
sejam preenchidos por partículas menores, cujos vazios serão novamente
preenchidos com partículas menores ainda e assim sucessivamente. (Castro &
Pandolfelli, 2009). A densidade de empacotamento é definida como o volume de
sólidos em uma unidade de volume total. A obtenção da densidade de
empacotamento é atingida combinando partículas de agregado para minimizar os
vazios, permitindo um menor uso de pasta na mistura. (RAJ, G PATIL, &
BHATTACHARJEE, 2014).
29

Para determinar a densidade de empacotamento de materiais finos, como os


materiais cimentícios, Wong e Kwan (2008) indicam a disponibilidade de métodos
diretos e indiretos. Porém, estes métodos possuem problemas em sua metodologia
que comprometem a consistência e a confiabilidade dos resultados.
Nos métodos diretos, caracterizados por determinar a densidade de
empacotamento por método a seco, existem problemas quando em seu
procedimento a densidade de empacotamento pode sofrer uma grande variação de
acordo com a compactação realizada. Além de os efeitos de interações entre as
partículas, responsáveis pelas aglomerações, teria um grande impacto nos
resultados finais. Em resumo, os métodos diretos tendem a subestimar a densidade
de empacotamento das partículas finas e superestimar a quantia de vazios. (WONG;
KWAN, 2008).
Por sua vez, os métodos indiretos determinam os vazios das misturas por
testes de consistência, adicionando aos materiais cimentícios diferentes doses de
água. A falha no método é na arbitrariedade das dosagens de água, que não pode
garantir o enchimento total dos vazios visto que não há controle na quantidade do
líquido. Em resumo, estes métodos tendem a subestimar o índice de vazios e
superestimar a densidade de empacotamento. (WONG e KWAN, 2008).
Após a constatação destas deficiências, Wong e Kwan (2008)
desenvolveram o método úmido para mitigar as variações encontradas nos métodos
anteriores. Este novo método visa determinar a proporção de vazios e a
concentração de sólidos de uma mistura através da densidade aparente. Para
garantir a saturação da mistura com diferentes relações a/a, os materiais finos são
adicionados lentamente na água, sendo possível determinar dentre todas as
relações de a/a experimentadas a que possuía a máxima concentração de sólidos
juntamente com o mínimo índice de vazios, resultando na densidade de
empacotamento da mistura.
O ensaio de densidade aparente é realizado para cada pasta produzida, em
que se mensura a massa de pasta suficiente para encher um molde cilíndrico de
volume conhecido. Assim, a concentração de sólidos pode ser calculada pelas
Equações (3), (4) e (5).

(3)
30

(4)

(5)

Onde Vc é volume sólido de materiais cimentícios (m³); M é a massa da


pasta que ocupa o molde utilizado no ensaio (kg); ρ w é a massa específica da água
(kg/m³); uw é a relação água/cimento, em volume (-); ρ α é a massa específica do
material α (kg/m³); Rα é a relação volumétrica de α, em relação ao total de materiais
cimentícios (-); ρβ é a massa específica do material β (kg/m³); Rβ é a relação
volumétrica de β, em relação ao total de materiais cimentícios (-); ρ γ é a massa
específica do material γ (kg/m³); R γ é a relação volumétrica de γ, em relação ao total
de materiais cimentícios (-); ϕexp é a concentração de sólidos (densidade de
empacotamento experimental); Vm é o volume do molde utilizado no ensaio (m³).
(WONG e KWAN, 2008).
Após a realização dos cálculos é possível correlacionar a relação a/a (u w)
com a relação de vazios e concentração de sólidos, exemplificado no GRÁFICO 1,
no qual observa-se um valor de relação a/a em que a relação de vazios é mínima e
a concentração de sólidos é máxima. Este valor corresponde à densidade de
empacotamento do material.
31

GRÁFICO 1 – COMPORTAMENTO DE RELAÇÃO DE VAZIOS (u) E CONCENTRAÇÃO DE


SÓLIDOS (ϕ) DEVIDO À VARIAÇÃO DA RELAÇÃO A/A

FONTE: Adaptado de LONDERO (2016).


Ao ser acrescentado água para a produção das pastas, a relação de vazios
tende a aumentar, fazendo com que os grãos estejam envoltos pela água,
resultando no afastamento das partículas sólidas, diminuindo assim a densidade de
empacotamento. Por outro lado, ao se retirar água da relação a/a ideal, não existirá
água suficiente na mistura para envolver completamente as partículas. Resultando
na formação de pontes de ligação nos pontos de contato entre grãos. Logo, por
efeito de tensão superficial da água, estas pontes de ligação afastam os grãos uns
dos outros, diminuindo a concentração de sólidos (WONG e KWAN, 2008).

Li e Kwan (2014) afirmam que o método úmido é eficiente para verificar a


densidade de empacotamento em misturas, já que representa condições mais
próximas da realidade devido a esses materiais serem aplicados na presença de
água. Além disso, o método de Wong e Kwan (2008) permite analisar o efeito do uso
do aditivo superplastificante e adições, incorporar os efeitos da compactação e
avaliar a eficiência do procedimento de mistura.
Com base nos resultados atingidos, Wong e Kwan (2008) avaliam a
demanda de água necessária para uma menor quantidade de vazios que
32

corresponde à uma máxima concentração de sólidos. Otimizando assim as misturas


com partículas sólidas finas a partir de seus tamanhos e proporções.
O empacotamento de partículas é visto como uma solução para a execução
de concretos com maior resistência e também para a diminuição de impactos
ambientais da fabricação do concreto. Ao se preencher os vazios com partículas
menores, a relação água/aglomerante é reduzida, aumentando a resistência do
concreto. Se a relação água/aglomerante for mantida, o consumo de cimento
diminuirá devido à diminuição dos vazios, resultando em um concreto mais
ecológico. (Sonja A. A. M. Fennis & Walraven, 2012). Além dessas vantagens é
possível adquirir um concreto com melhor trabalhabilidade e menor segregações,
retrações e permeabilidade utilizando a técnica de empacotamento de partículas.
(WONG & KWAN, 2005)
Existem três principais modelos de empacotamento de partículas que visam
definir a densidade de empacotamento ótima para um determinado conjunto
granular:
a) Distribuição Granulométrica Ótima: Grupos de partículas de distribuição
granulométrica específicas são combinadas de tal maneira que a
granulometria total da mistura é próxima de uma curva ótima.
b) Modelos analíticos de empacotamento de partículas: São modelos que
calculam a densidade de empacotamento total na mistura, baseado na
geometria dos grupos de partículas combinados. (Sonja A. A. M. Fennis e
Walraven, 2012).
c) Modelos de elementos discretos: Onde a densidade de empacotamento
máxima é calculada a partir de programas computacionais.

2.2.1 Distribuição Granulométrica Ótima

A busca pela curva granulométrica ideal para concretos despertou o


interesse de diversos pesquisadores já no início do século XX, entre eles Füller e
Thompson, Andreasen e Andersen, Funk e Dinger e Furnas. O primeiro modelo, foi
proposto por Füller e Thompson (1907) que é descrito pela Equação (1) com o
parâmetro “q” igual a 0,5.

(1)
33

Sendo:
P(d) a função que descreve a curva;
d o diâmetro da partícula considerada (m);
dmáx o maior diâmetro de partícula encontrado na mistura (m);
q o parâmetro de ajuste da curva.
Andreasen e Andersen (1930), buscando aperfeiçoar a curva de Fuller,
propuseram diferentes valores do parâmetro “q”, variando entre 0,33 até 0,5. Este
parâmetro de ajuste deveria ser determinado experimentalmente e poderia variar
dependendo das características das partículas. Com partículas mais angulares, o
valor de “q” deveria ser menor, pois mais partículas finas deveriam ser adicionadas
para preencher os vazios.
Já em 1980 Funk e Dinger reconheceram que toda distribuição
granulométrica deve ter um limite inferior de diâmetro de partícula, denominado d mín.
(FUNK; DINGER, 1980). Portanto, diferentemente da curva de Füller, procura
equacionar não somente o maior diâmetro de partícula, mas também o menor
diâmetro utilizado, como é descrito na Equação (2). (Sonja A. A. M. Fennis &
Walraven, 2012).

(2)

Onde dmín é o menor diâmetro de partícula na mistura (m).


Estas três curvas podem ser observadas no GRÁFICO 2 onde foram
utilizadas partículas de diâmetro máximo de partícula de 32mm e um diâmetro
mínimo de partícula de 63 μM.
34

GRÁFICO 2 – CURVAS DE EMPACOTAMENTO IDEAIS DE ACORDO COM FULLER, ANDREASEN


E FUNK E DINGER PARA UM DIÂMETRO MÁXIMO DE PARTÍCULA DE 32 MM E UM DIÂMETRO
MÍNIMO DE PARTICULA DE 63 μM.

FONTE: Adaptado de FENNIS e WALRAVEN (2012).

2.2.2 Modelos analíticos de empacotamento de partículas


De Larrard (1999) propôs um método de modelo analítico CPM, Modelo de
Empacotamento Compressível (Compressible Packing Model) que permite prever a
densidade de empacotamento de conjuntos granulares polidispersos, ou seja,
constituídos por grãos de diversos tamanhos, chamados de classes.
De Larrard (1999) apresenta os parâmetros do que a densidade de
empacotamento polidispersa depende, sendo elas: o tamanho, o volume e a
densidade de empacotamento dos grãos de cada classe e o método de
compactação utilizado. Um conceito muito importante estabelecido pelo modelo é a
densidade de empacotamento virtual (γ) de um determinado conjunto granular, a
qual consiste na máxima densidade de empacotamento de uma mistura, em que as
partículas são dispostas uma a uma no espaço, mantendo o seu formato original.
Dessa forma, ao se pensar na densidade de empacotamento virtual de uma mistura
com grãos uniformes, esféricos e do mesmo tamanho, dispostos em uma rede
cúbica de esferas que se tocam, a densidade de empacotamento virtual é de 0,74,
sendo esta a máxima que se pode obter para grãos deste tipo. Já em um caso real,
35

dependendo da compactação esses valores seriam menores ou maiores (DE


LARRARD, 1999).
Para o desenvolvimento do cálculo do modelo são consideradas n classes
de grãos de mesmo tamanho e que uma classe é definida como classe dominante, a
qual irá assegurar a continuidade sólida do corpo granular. Por exemplo, em uma
mistura com duas classes de partículas, conforme ilustrado na figura a seguir, a
continuidade sólida é assegurada pelas partículas da classe “1”. Já as partículas da
classe “2” apenas preenchem os vazios deixados pelo empacotamento da classe
“1”.

FIGURA 1 – CONTINUÍDADE SÓLIDA DE UM CORPO GRANULAR

FONTE: Adaptado de DE LARRARD (1999).

Além do volume e da densidade de empacotamento individual de cada


classe, o autor cita a necessidade do cálculo de dois efeitos que ocorrem devido às
interações dos grãos na mistura, sendo eles o efeito de afastamento e o efeito
parede, calculados pelas Equações (6) e (7).

(6)
36

(7)

Onde aij é o coeficiente correspondente ao efeito de afastamento; b ij é o


coeficiente correspondente ao efeito parede; di é o diâmetro da classe i (µm) e dj o
diâmetro da classe j (µm).
Estes dois efeitos resultam na diminuição da densidade de empacotamento.
No caso do efeito parede um agregado maior que esteja imerso próximo aos grãos
da classe dominante, não permitirá que as partículas das classes inferiores acessem
a interface formada entre a parede do agregado e as partículas, permitindo assim a
existência de vazios (FIGURA X). No caso do efeito de afastamento, no espaço
formado pelas partículas de maior granulometria é introduzido um grão de diâmetro
menor, porém de diâmetro maior que o espaço gerado do empacotamento de grãos
maiores, resultando no afastamento das partículas de maior granulometria (FIGURA
X)

FIGURA 2- EFEITO PAREDE

FONTE: Adaptado de DE LARRARD (1999).


37

FIGURA 3 - EFEITO DE AFASTAMENTO

FONTE: Adaptado de DE LARRARD (1999).


Dessa forma, em se tratando de misturas polidispersas, compostas por n
classes de grãos, em que a classe i é dominante, a densidade de empacotamento
virtual de cada uma ( ) é calculada segundo a Equação (8).

(8)

A densidade de empacotamento virtual do conjunto ( ) é tida como o menor


resultado de , como segue na Equação (9).

(9)

Em que: i é a densidade de empacotamento virtual da mistura quando a


classe i é dominante; é a densidade de empacotamento virtual da mistura; j éo
volume relativo da classe j; βi é a densidade de empacotamento da classe i; aij, bij
são os coeficientes referentes ao efeito de afastamento e ao efeito parede,
respectivamente.
De Larrard (1999) afirma que para o cálculo final da densidade de
empacotamento real ( ), a energia de compactação aplicada ao conjunto granular, o
38

que influência diretamente na dispersão dos grãos. Assim, a densidade de


empacotamento real ( ) de uma mistura pode ser definida como o volume de sólidos
em um volume unitário, e está relacionada à densidade de empacotamento virtual (
) através de um índice K (TABELA 1), que caracteriza o procedimento experimental
da compactação utilizado.

TABELA 1 - VALORES PROPOSTOS PARA O ÍNDICE K

Processo de compactação Valor de K

Lançamento simples 4,1


Apiloamento 4,5
Vibração 4,75
Demanda de água 6,7
Vibração e compressão de 10kPa 9
Proctor teste 12
FONTE: Adaptado de DE LARRARD (1999).
Desta forma, o autor foi capaz de determinar indiretamente a densidade de
empacotamento real, calculada através da Equação (10).

(10)

Em que: K é o índice de compactação; n é o número de classes da mistura; βi


é a densidade de empacotamento da classe i; i é a densidade de empacotamento
virtual da mistura quando a classe i é dominante; i é o volume relativo da classe i;
densidade de empacotamento real.
39

FIGURA 4 – TÍTULO DA FIGURA – Utilize o estilo Título e fonte da figura e tabela

Figura pequena: centralizar.

FONTE: O autor (ano). – Utilize o estilo Título e fonte da figura e tabela

Texto texto texto texto texto texto texto texto texto texto texto texto texto
texto texto texto texto texto texto texto texto texto FIGURA 5.

FIGURA 5 – TÍTULO DA FIGURA

Figura grande: alinhar à margem esquerda.

FONTE: O autor (ano).


LEGENDA: texto texto texto texto texto texto texto texto texto.

Texto texto texto texto texto texto texto texto texto texto texto texto texto
texto texto texto texto texto texto texto texto texto FIGURA 6.
40

FIGURA 6 – TÍTULO DA FIGURA

Várias figuras Várias figuras


pequenas: pequenas:
dispor lado a lado. dispor lado a lado.

FONTE: O autor (ano).

2.2.3 Título da seção terciária

Texto texto texto texto texto texto texto texto texto texto texto texto texto
texto texto texto texto texto texto texto texto texto texto texto texto texto texto texto
texto texto texto texto texto texto texto texto texto texto.

2.2.3.1 Título da seção quaternária

Texto texto texto texto texto texto texto texto texto texto texto texto texto
texto texto texto texto texto texto texto texto texto texto texto texto texto texto texto
texto texto texto texto texto texto texto texto texto texto QUADRO 1.

QUADRO 1 – TÍTULO DO QUADRO – Utilize o estilo Título e fonte da figura e tabela


Texto Texto Texto Texto
Texto Texto Texto Texto
Texto Texto Texto Texto
Texto Texto Texto Texto
Texto Texto Texto Texto
FONTE: O autor (ano). – Utilize o estilo Título e fonte da figura e tabela

Texto texto texto texto texto texto texto texto texto texto texto texto texto
texto texto texto texto texto texto texto texto texto texto texto texto texto texto texto
texto texto texto texto texto texto texto texto texto texto QUADRO 2.

QUADRO 2 – TÍTULO DO QUADRO


Texto Texto Texto
Texto Texto Texto
Texto Texto Texto
41

Texto Texto Texto


Texto Texto Texto
Texto Texto Texto
FONTE: O autor (ano).

Texto texto texto texto texto texto texto texto texto texto texto texto texto
texto texto texto texto texto texto texto texto texto texto texto texto texto texto texto
texto texto texto texto texto texto texto texto texto texto TABELA 2.

TABELA 2 – TÍTULO DA TABELA – Utilize o estilo Título e fonte da figura e tabela


Texto Texto Texto
Texto 1 5
Texto 2 6
Texto 3 7
Texto 4 8
FONTE: O autor (ano). – Utilize o estilo Título e fonte da figura e tabela

Texto texto texto texto texto texto texto texto texto texto texto texto texto
texto texto texto texto texto texto texto texto texto texto texto texto texto texto texto
texto texto texto texto texto texto texto texto texto texto TABELA 3.

TABELA 3 – TÍTULO DA TABELA


Texto Texto Texto
Texto 1 10
Texto 2 9
Texto 3 8
Texto 4 7
Texto 5 6
Texto 6 5
Texto 7 4
Texto 8 3
Texto 9 2
Texto 10 1
FONTE: O autor (ano).
42

3 MATERIAL E MÉTODOS

Texto texto texto texto texto texto texto texto texto texto texto texto texto
texto texto texto texto texto texto texto texto texto texto texto texto texto texto texto
texto texto texto texto texto texto texto texto texto texto.
43

4 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS

Texto texto texto texto texto texto texto texto texto texto texto texto texto
texto texto texto texto texto texto texto texto texto GRÁFICO 1.

GRÁFICO 1 – TÍTULO DO GRÁFICO – Utilize o estilo Título e fonte da figura e tabela

FONTE: O autor (ano). – Utilize o estilo Título e fonte da figura e tabela

Texto texto texto texto texto texto texto texto texto texto texto texto texto
texto texto texto texto texto texto texto texto texto GRÁFICO 2.

GRÁFICO 2 – TÍTULO DO GRÁFICO

FONTE: O autor (ano).

Texto texto texto texto texto texto texto texto texto texto texto texto texto
texto texto texto texto texto texto texto texto texto.
44

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Texto texto texto texto texto texto texto texto texto texto texto texto texto
texto texto texto texto texto texto texto texto texto texto texto texto texto texto texto
texto texto texto texto texto texto texto texto texto

5.1 RECOMENDAÇÕES PARA TRABALHOS FUTUROS

Texto texto texto texto texto texto texto texto texto texto texto texto texto
texto texto texto texto texto texto texto texto texto texto texto texto texto texto texto
texto texto texto texto texto texto texto texto texto texto.
45

REFERÊNCIAS

FULLER W.B.; THOMPSON S.E., The Laws of Proportioning Concrete,


Transactions of the American Society of Civil Engineers, 1907.

ANDREASEN, A.H.M; ANDERSEN, J. Über die Beziehung zwischen

Kornabstufung und Zwischenraum in Produkten aus losen Körnern, mit einigen


Experimenten, 1930.

FUNK, J.E.; DINGER, D.R., Coal Grinding and Particle Size Distribution Studies
for Coal-Water Slurries at High Solids Content, 1980.

MEHTA, P. K.; MONTEIRO, P. J. M. Concreto: Microestrutura, Propriedades e


Materiais. 2. ed. São Paulo: IBRACON, 2014.

SBRIGHI N. C. Concreto: Ciência e Tecnologia. São Paulo: IBRACON, 2011.

MEHTA, P. K.; MONTEIRO, P. J. M. Concreto: Microestrutura, Propriedades e


Materiais. 2. ed. São Paulo: IBRACON, 2014.

IEA – INTERNATIONAL ENERGY AGENCY. Tracking Clean Energy Progress


2015. Paris/France: International Energy Agency, 2015.

SINDICATO NACIONAL DA INDÚSTRIA BRASILEIRA. Relatório Anual de 2013.


Rio de Janeiro, 2013. Disponível em: < http://www.snic.org.br>. Acesso em: Maio de
2018.

KIHARA Y., VISEDO G. A Indústria do Cimento e o Desenvolvimento do Brasil.


Associação Brasileira de Cimento Portland, São Paulo, 23 maio 2014. Disponível
em: <http://www.abcp.org.br/cms/imprensa>. Acesso em: maio de 2018.

BERDNADES J. Nova técnica diminui emissão de CO2 na produção de cimento.


Disponível em: <http://www.usp.br/agen/?p=134582>. Acesso em: 23/05/2018
46

IPCC – INTERGOVERNMENTAL PANEL ON CLIMATE CHANGE. Climate Change


2014: The physical science basis. Suíça, 2014
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 9935: Agregados –
terminologia. Rio de Janeiro, 2011. 12 p.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 7211: Agregados para


concreto – Especificações. Rio de Janeiro, 2009. 11p

TANNO, L. C.; SINTONI, A. (Coord.). Mineração e município: Bases para


planejamento e gestão dos recursos minerais. São Paulo: Instituto de Pesquisas
Tecnológicas, 2003. P. 9-14. (Publicações IPT, 2850).

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TECNICAS. NBR NM 248: Agregados –


Determinação da composição granulométrica. Rio de Janeiro, 2003. 6 p
.
OLIVEIRA, A. V. M.; MACHADO, E. L. M. OLIVEIRA, G. FUJIWARA, T. Avaliação
de cartéis: o caso das pedras britadas. Revista de Direito da Concorrência, v. 18,
p. 93- 121, 2008.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TECNICAS. NBR 7809: Agregado


graúdo - determinação do índice de forma pelo método do paquímetro - Método
de ensaio. Rio de Janeiro, 2006.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TECNICAS. NBR NM 51: agregado


graúdo - ensaio de abrasão “Los Ángeles”. Rio de Janeiro, 2001.

Castro, A. L. de, & Pandolfelli, V. C. (2009). Revisão: conceitos de dispersão e


empacotamento de partículas para a produção de concretos especiais aplicados
na construção civil. Cerâmica, 55(333), 18–32. https://doi.org/10.1590/S0366-
69132009000100003
Fennis, S. A. A. M. (2009). Design of Ecological Concrete by Particle Packing
Optimization, 22.
Fennis, S. A. A. M., & Walraven, J. C. (2012). Using particle packing technology for
sustainable concrete mixture design. Heron, 57(2), 73–101.
FULLER, W. B.; THOMPSON, S. E. (1907). The laws of proportioning concrete.
Transactions of ASCE, ASCE, 59, 67–143.
HABIB, R. C. M. M., MARQUES FILHO, J., BIANCHINI, M., & NIEBEL, P. R. (2009).
47

Produção de concretos através da substituição da areia natural por areia


proveniente de britagem de Resíduos de Construção e Demolição Vermelho. 50
Cbc - Ibracon 2009.
Lelles, L. C. De, Silva, E., Griffith, J. J., & Martins, S. V. (2005). Perfil ambiental
qualitativo da extração de areia em cursos d’água. Revista Árvore, 29(3), 439–
444. https://doi.org/10.1590/S0100-67622005000300011
LONDERO, C. (2016). DOSAGEM DE CONCRETO ECOLÓGICO COM BASE EM
ESTUDO DE EMPACOTAMENTO DE PARTÍCULAS, 1–116.
Pade, C., & Guimaraes, M. (2007). The CO2uptake of concrete in a 100 year
perspective. Cement and Concrete Research, 37(9), 1348–1356.
https://doi.org/10.1016/j.cemconres.2007.06.009
Petrakis, G. H., Motoki, A., Sichel, S. E., Zucco, L. L., Aires, J. R., & Mello, S. L. M.
(2010). Geologia de jazidas de brita e areia artificial de qualidade especial:
Exemplos do álcali sienito de Nova Iguaçu, RJ, e riolito de Nova Prata, RS.
Geociencias, 29(1), 21–32.
RAJ, N., G PATIL, S., & BHATTACHARJEE, B. (2014). Concrete Mix Design By
Packing Density Method. IOSR Journal of Mechanical and Civil Engineering,
11(2), 34–46. https://doi.org/10.9790/1684-11213446
Rebmann, M. S. (2011). Durabilidade de concretos estruturais com baixo consumo
de cimento portland e alta resistência, 185.
Tosta, L. I., Souza, A. C. De, & Silva, R. J. Da. (2007). Gestão Da Energia Na
Produção De Cimento Portland Com Uso De Mineralizadores E Combustíveis
Alternativos. XXVII Encontro Nacional de Engenharia de Produção, 10.
Retrieved from
http://www.abepro.org.br/biblioteca/enegep2007_tr650480_0311.pdf
WONG, H. H. C., & KWAN, A. K. H. (2005). Packing density : a key concept for mix
design of high performance concrete. Materials Science and Technology in
Engineering Conference (MaSTEC) Hong Kong, 1–15.
48

APÊNDICE 1 – TÍTULO DO APÊNDICE

Formatação livre.
49

ANEXO 1 – TÍTULO DO ANEXO

Formatação livre.

Você também pode gostar