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Depois de feita a auditoria e produzida a lista de vincularão na TSU – Tabel 1a

Salarial Única na orgânica Tribunal Superior de Recurso pela equipe de


auditoria do Mistério da Finanças, através do Ofício n.º
05/IPF-GAB/031.15/24, o Tribunal Superior de Recurso foi instado a se
pronunciar em torno dos apanhados da equipe inspectiva, nestes termos,
cumpre–nos o dever de fazer o devido contraditório por se mostrar, no relatório
várias incongruências em função das reais situações, cingido –se este na parte
tocante aos Oficiais de Justiça e Assistentes de Oficiais de Justiça, nos
seguintes termos:

I.Questões prévias
Os Oficiais de Justiça e Assistentes de Oficiais de Justiça são funcionários
públicos de carreira específica, técnico processual e responsável pela prática de
actos, tramitação e gestão processual, nos termos do artigo 2 da Lei n.º 9/2017,
de 21 de Julho;
A carreira dos Oficiais de Justiça integra a categoria de Secretário Judicial de 1ª
a Ajudante de Escrivão de 2ª como a mais inferior e, a dos Assistentes de
Oficiais de Justiça integra as categorias de Escriturário Judicial Provincial de 2ª,
como a mais superior a de Oficial de Diligências de 3ª, conforme os nºs 1 e 2 do
artigo 3 da Lei n.º 9/2017, de 21 de Julho;
Acontece porém que, todos os Oficiais de Justiça bem assim os Assistentes de
Oficiais de Justiça nomeado antes e depois da entrada em vigor da Lei n.º
9/2017, de 21 de Julho, que Aprova o Estatuto dos Oficiais de Justiça e
Assistentes de Oficial de Justiça dos Tribunais, Conselho Constitucional e do
Ministério Público, foram sempre nomeados sem a designação de 1ª, 2ª ou 3ª –
vide os diplomas de provimento em anexo;
Nesse sentido, todo o enquadramento a ser feito no anexo III – Correspondência
de Carreiras, deve ser feito em atenção à categoria da 1ª, pois feito de forma
contrária estar-se-ia a ferir o princípio constitucional plasmado no artigo 57 da
CRM, nos termos do qual “na República de Moçambique as leis só podem ter
efeitos retroativos quando beneficiam os cidadãos e outras pessoas jurídicas”.
Tomando como exemplo a categoria de Secretário Judicial, entendemos que
todos os oficiais de justiça com esta categoria devem ser integrados na carreira
correspondente à Especialista a que alude o anexo III, do Decreto 50/2022, de
14 de Outubro, isto porque, primeiro, nos seus diplomas de nomeação não
consta a designação ordinal de 1ª ou de 2ª classes, pois foram nomeados apenas
como Secretários Judiciais, presumindo-se, seja qual for o critério, como sendo
de 1ª ; em segundo lugar porque a categoria de Secretário Judicial está no topo
na hierarquia da carreira dos Assistentes dos Oficiais de Justiça e de Oficiais de
Justiça, por tal razão justifica-se que a necessidade de equiparar a Especialista
no enquadramento na TSU;
Do contraditório do relatório da Inspeção-geral das Finanças
Tal como fizemos referência no ponto reservado às questões prévias, o relatório
elaborado pela Inspecção-Geral de Finanças, apresenta várias inconformidades
nos enquadramentos, nos anos de serviço, concretamente na parte designada
“Tempo na carreira”, bem assim em relação à parte designada carreira na TSU.
Conforme resulta do artigo 3 da Lei n.º 9/2017, de 21 de Julho, a carreira de
Oficiais de Justiça e de Assistentes de Oficiais de Justiça, integra 2 (duas)
categorias, sendo a de Oficiais de Justiça e de Assistente de Oficiais de justiça.
A carreira de Oficiais de Justiça integra categorias de Ajudante de Escrivão de
Direito de 1ª e de 2ª; Escrivão de Direito de 1ª e de 2ª; Secretário Judicial
Adjunto de 1ª e de 2ª e termina na categoria de Secretário Judicial de 1ª e de 2ª
e;
A de Assistente de Oficiais de Justiça é integrada pelas categorias de Oficial de
Diligências de 3ª, 2ª e de 1ª; Oficial de Diligência Principal; Escriturário Judicial
de 3ª, 2ª e de 1ª e por último encontramos o Escriturário Judicial Principal;
Neste sentido, a progressão na categoria destes técnicos processuais pode
verificar se dentro da mesma carreira (de Oficiais de Justiça ou de assistentes
de Oficiais de Justiça), conforme se pode ver na hierarquia daquelas categorias,
mas também, pode se verificar na transição de uma carreira para outra, sendo
de Assistente de Oficiais de Justiça para a de Oficiais de Justiça);
Estamos a dizer que a progressão na carreira dos Oficiais de Justiça e de
Assistentes de Oficiais de Justiça ocorre de forma horizontal, quando ocorre
dentro da mesma carreira e de forma vertical quando progride da carreira de
Assistente de Oficiais de Justiça para a carreira de Oficiais de Justiça;
Na primeira situação acontece, por exemplo, quando um Oficial de Diligências
de Principal passa para passa para a categoria de Escriturário Judicial de 3ª e o
segundo caso dá se, ao exemplo de um Escriturário Judicial Principal passar
para a categoria de Ajudante de Escrivão de Direito de 2ª, passando de
Assistente de Oficial de Justiça para Oficial de Justiça.

Neste sentido a contagem do tempo de serviço na carreira deve ser feita nessa
realidade. Não pode constituir dificuldade nenhuma para entender que um
Ajudante de Escrivão de Direito de 1ª que concorre para a categoria de
Secretário Judicial Adjunto de 2ª, ele progride de categoria inserida na mesma
carreira e sendo tal, a contagem de tempo na carreira deve ser feita a partir do
ano em que integrou a carreira de Oficial de justiça (Ajudante de Escrivão de
Direito de 1ª);

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