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Port BNB - 200 Questões

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CESGRANRIO - Conf (LIQUIGÁS)/LIQUIGÁS/I/2018


Língua Portuguesa (Português) - Substantivo
1) As palavras juiz, suor e várzea, ao serem passadas para o plural, apresentam a seguinte grafia:

a) juízes; suores; várzeas

b) juizes; suores; varzeas

c) juízes; suóres; várzeas

d) juizes; suórs; varzeas

e) juízeis; suóreis; várzeeis

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CESGRANRIO - Adm (UNIRIO)/UNIRIO/2019


Língua Portuguesa (Português) - Adjetivo
2) Texto I

Obsolescência programada: inimiga ou parceira do consumidor?

(A)
Obsolescência programada é exercida quando um produto tem vida útil menor do que a tecnologia permitiria, motivando a compra de um novo modelo — eletrônicos,
eletrodomésticos e automóveis são exemplos evidentes dessa prática (B)
. Uma câmera com uma resolução melhor pode motivar a compra de um novo celular, ainda que
o modelo anterior funcione perfeitamente bem. Essa estratégia da indústria pode ser vista como inimiga do consumidor, uma vez que o incentiva a adquirir mais produtos
sem realmente necessitar deles. No entanto, traz benefícios, como o acesso às novidades.
Planejar inovação é extremamente importante para melhoria e aumento da capacidade técnica de um produto num mercado altamente competitivo. Já imaginou se um
carro de hoje fosse igual a um carro dos anos 1970? O desafio é buscar um equilíbrio entre a inovação e a durabilidade. Do ponto de vista técnico, quando as empresas
planejam um produto, já tem equipes trabalhando na sucessão dele, pois se trata de uma necessidade de sobrevivência no mercado.

Sintomas de obsolescência são facilmente percebidos quando um novo produto oferece características que os anteriores não tinham, como o uso de reconhecimento facial
(C )
; ou a queda de desempenho do produto com relação ao atual padrão de mercado, como um smartphone que não roda bem os aplicativos atualizados. Outro sinal é
detectado quando não é possível repor acessórios, como carregadores compatíveis, ou mesmo novos padrões, como tipo de bateria, conector de carregamento ou tipos
de cartão de um celular, por exemplo.

Isso não significa que o consumidor está refém de trocas constantes de equipamento: é possível adiar a substituição de um produto, por meio de upgrades de hardware,
como inclusão de mais memória, baterias e acessórios de expansão, pelo menos até o momento em que essa troca não compense financeiramente. Quanto à legalidade,
o que se deve garantir é que os produtos mais modernos mantenham a compatibilidade com os anteriores, a fim de que o antigo usuário não seja forçado
constantemente à compra de um produto mais novo se não quiser. É importante diferenciá-la da obsolescência perceptiva, que ocorre quando atualizações cosméticas,
como um novo design, fazem o produto parecer sem condições de uso, quando não está.

É preciso lembrar também que a obsolescência programada se dá de forma diferente em cada tipo de equipamento. Um controle eletrônico de portão tem uma única
função e pode ser usado por anos e anos sem alterações ou troca. Já um celular tem maior taxa de obsolescência e pode ter de ser substituído em um ano ou dois,
dependendo das necessidades do usuário, que pode desejar fotos de maior resolução ou tela mais brilhante.

(D)
Essa estratégia traz desafios, como geração do lixo eletrônico . Ao mesmo tempo, a obsolescência deve ser combatida na restrição que possa causar ao usuário,
como, por exemplo, uma empresa não mais disponibilizar determinada função que era disponível pelo simples upgrade do sistema operacional, forçando a compra de um
aparelho novo. O saldo geral é que as atualizações trazidas pela obsolescência programada trazem benefícios à sociedade, como itens de segurança mais eficientes em
carros e conectabilidade imediata e de alta qualidade entre pessoas. É por conta disso que membros de uma mesma família que moram em países diferentes(E) podem
conversar diariamente, com um custo relativamente baixo, por voz ou vídeo. Além disso, funcionários podem trabalhar remotamente, com mais qualidade de vida, com
ajuda de dispositivos móveis.

RAMALHO, N. Obsolescência programada: inimiga ou


parceira do consumidor? Disponível em: <https://www.
gazetadopovo.com.br/opiniao/artigos/obsolescencia-programada-
-inimiga-ou-parceira-do-consumidor-5z4zm6km1pndkokxsbt4v6o96/>.
Acesso em: 23 jul. 2019. Adaptado.

Nos seguintes trechos do Texto I, o adjetivo destacado apresenta valor discursivo de avaliação subjetiva, em relação ao substantivo a que se liga, em:
a) “um produto tem vida útil”

b) “exemplos evidentes dessa prática.”

c) “uso de reconhecimento facial”

d) “geração do lixo eletrônico”

e) “moram em países diferentes”


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CESGRANRIO - Esc BB/BB/Agente Comercial/2023


Língua Portuguesa (Português) - Conjugação. Reconhecimento e Emprego dos Modos e Tempos Verbais
3) Pix: é o fim do dinheiro em espécie?

O Pix muda a forma como realizamos transações financeiras. Representará realmente o fim do DOC e da TED? O boleto bancário está ainda mais ameaçado de extinção?
E o velho cheque vai resistir a esses novos tempos?

Abrangente como é, o Pix pode reduzir ou acabar com a circulação das notas de real? Essa é uma pergunta sem resposta fácil. O fato é que o avanço das transações
financeiras eletrônicas, em detrimento do uso do dinheiro em papel, pode ser benéfico para o Brasil, em vários sentidos. O Pix tem tudo para ser o empurrãozinho que
nos falta para chegarmos a esse cenário.

E por que o dinheiro em espécie resiste? Talvez você esteja entre aqueles que compram no supermercado com cartão de crédito ou usam QR Code para pagar a farmácia.
Mas a feira da semana e os churros na esquina você paga com “dinheiro vivo”, certo? Um dos fatores que escoram a circulação de papel-moeda no Brasil é a
informalidade.

Atrelada a isso está a situação dos desbancarizados. A dificuldade que muita gente teve para receber o auxílio emergencial, durante a pandemia, jogou luz sobre um
problema notado há tempos: a enorme quantidade de brasileiros que não têm acesso a serviços bancários. O pouco de dinheiro que entra no orçamento dessas pessoas
precisa ser gasto rapidamente para subsistência.

Não há base financeira suficiente para justificar movimentações bancárias. Também pesa para o time dos “sem-banco” o baixo nível de educação ou a falta de
familiaridade com a tecnologia.

O fator cultural também favorece a circulação do dinheiro em espécie. É provável que você conheça alguém que, mesmo tendo boa renda, prefere pagar boletos ou
receber pagamentos com cédulas simplesmente por estar acostumado a elas. Para muita gente que faz parte dessa turma, dinheiro vivo é dinheiro recebido ou pago na
hora. Não é preciso esperar a TED cair ou o dia virar para o boleto ser compensado. Isso pesa mais do que a conveniência de se livrar da fila da lotérica.

Embora o Brasil tenha um sistema bancário que suporta vários tipos de transações, o país estava ficando para trás no que diz respeito a pagamentos instantâneos. O Pix
veio para preencher essa lacuna.

A modalidade permite transações em qualquer horário e dia, incluindo finais de semana e feriados.

Essa característica, por si só, já é capaz de mudar a forma como lidamos com o dinheiro, pois implica envio ou recebimento imediato: as transações via Pix são concluídas
rapidamente.

É o fim do papel-moeda? Não é tão simples assim. O Pix não foi idealizado com o propósito exclusivo de acabar com os meios de pagamento e transferência atuais, muito
menos com o papelmoeda, mas para fazer o sistema financeiro do Brasil evoluir e ficar mais competitivo.

Apesar disso, não é exagero esperar que, à medida que a população incorpore o sistema à sua rotina, o uso de DOC, TED, boletos e cartões caia. Eventualmente, algum
desses meios poderá ser descontinuado, mas isso não acontecerá tão cedo — vide o exemplo do cheque, que não “morreu” com a chegada do cartão.

No caso das cédulas, especialistas do mercado financeiro apontam para uma diminuição de circulação, mas não para um futuro próximo em que o papel-moeda deixará
de existir. Para que esse cenário se torne realidade, é necessário, sobretudo, atacar a desbancarização. O medo ou a pouca familiaridade com a tecnologia podem ser
obstáculos, mas o Pix é tão interessante para o país que o próprio comércio incentiva o público mais resistente a aderir a ele.
ALECRIM, E. Disponível em: https://tecnoblog.net/especiais/ pix-fim-dinheiro-especie-
brasil/. Publicado em novembro de 2020. Acesso em: 2 dez. 2022. Adaptado.

O verbo implicar assume diferentes sentidos, dependendo de sua regência.

No trecho “Essa característica, por si só, já é capaz de mudar a forma como lidamos com o dinheiro, pois implica envio ou recebimento imediato”, o seu sentido é

a) acarretar
b) comprometer
c) hostilizar
d) importunar
e) requerer

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CESGRANRIO - Esc BB/BB/Agente Comercial/2021


Língua Portuguesa (Português) - Conjugação. Reconhecimento e Emprego dos Modos e Tempos Verbais
4) Privacidade digital: quais são os limites

Atualmente, somos mais de 126,4 milhões de brasileiros usuários de internet, representando cerca de 69,8% da população com 10 anos ou mais. Ao redor do mundo,
cerca de 4 bilhões de pessoas usam a rede mundial, sendo que 2,9 bilhões delas fazem isso pelo smartphone.

Nesse cenário, pensar em privacidade digital é (quase) utópico. Uma vez na rede, a informação está registrada para sempre: deixamos rastros que podem ser
descobertos a qualquer momento.

Ainda assim, mesmo diante de tamanha exposição, essa é uma discussão que precisa ser feita. Ela é importante, inclusive, para trazer mais clareza e consciência para os
usuários. Vale lembrar, por exemplo, que não são apenas as redes sociais que expõem as pessoas. Infelizmente, basta ter um endereço de e-mail para ser rastreado por
diferentes empresas e provedores.

A questão central não se resume somente à política de privacidade das plataformas X ou Y, mas, sim, ao modo como cada sociedade vem paulatinamente estruturando a
sua política de proteção de dados.

A segurança da informação já se transformou em uma área estratégica para qualquer tipo de empresa. Independentemente da demanda de armazenamento de dados de
clientes, as organizações têm um universo de dados institucionais que precisam ser salvaguardados.

Estamos diante de uma realidade já configurada: a coleta de informações da internet não para, e esse é um caminho sem volta. Agora, a questão é: nós, clientes,
estamos prontos e dispostos a definir o limite da privacidade digital? O interesse maior é nosso! Esse limite poderia ser dado pelo próprio consumidor, se ele assim quiser?
O conteúdo é realmente do usuário?

Se considerarmos a atmosfera das redes sociais, muito possivelmente não. Isso porque, embora muitas pessoas não saibam, a maioria das redes sociais prevê que, a
partir do momento em que um conteúdo é postado, ele faz parte da rede e não é mais do usuário.
Daí a importância da conscientização. É preciso que tanto clientes como empresas busquem mais informação e conteúdo técnico sobre o tema. Às organizações, cabe o
desafio de orientar seus clientes, já que, na maioria das vezes, eles não sabem quais são os limites da privacidade digital.

Vivemos em uma época em que todo mundo pode falar permanentemente o que quer. Nesse contexto, a informação deixou de ser algo confiável
e cabe a cada um de nós aprender a ler isso e se proteger. Precisamos de consciência, senso crítico, responsabilidade e cuidado para levar a internet a um outro nível. É
fato que ela não é segura, a questão, então, é como usá-la de maneira mais inteligente e contribuir para fortalecer a privacidade digital? Essa é uma causa comum a
todos os usuários da rede.

Disponível em: <https://digitalks.com.br/artigos/privacidade-digital


-quais-sao-os-limites>. 7/04/2019. Acesso em: 3 fev. 2021.
Adaptado.

No trecho “Esse limite poderia ser dado pelo próprio consumidor, se ele assim quiser?” (parágrafo 6), a forma verbal destacada expressa a noção de

a) dever
b) certeza
c) hipótese
d) obrigação
e) necessidade

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CESGRANRIO - Aju (LIQUIGÁS)/LIQUIGÁS/Carga e Descarga I/2018


Língua Portuguesa (Português) - Conjugação. Reconhecimento e Emprego dos Modos e Tempos Verbais
5) Texto II

O amor é valente

Mesmo que mil tipos


De ódio o mal invente,
O amor, mesmo sozinho,
Será sempre mais valente.

Valente, forte, profundo


Capaz de mudar o mundo
Acalmar qualquer dor
Vivemos nesse conflito.
Mas confio e acredito
Na valentia do amor.

BESSA, Bráulio. Poesia com rapadura. Fortaleza: Editora CENE, 2017.


No trecho do Texto II “Mas confio e acredito / Na valentia do amor ” , os verbos destacados encontram-se no tempo presente.

De acordo com a norma-padrão, se esses verbos destacados estivessem no tempo futuro, como ficaria o trecho?

a) “Mas confiarei e acreditarei / Na valentia do amor”

b) “Mas confiei e acreditei / Na valentia do amor”

c) “Mas tenho confiado e acreditado / Na valentia do amor”

d) “Mas confiara e acreditara / Na valentia do amor”

e) “Mas confiando e acreditando / Na valentia do amor”

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CESGRANRIO - Of (LIQUIGÁS)/LIQUIGÁS/Produção I/2018


Língua Portuguesa (Português) - Conjugação. Reconhecimento e Emprego dos Modos e Tempos Verbais
6)
Texto I

Gente Humilde

Tem certos dias em que eu penso em minha gente


E sinto assim todo o meu peito se apertar
Porque parece que acontece de repente
Feito um desejo de eu viver sem me notar

Igual a como quando eu passo no subúrbio


Eu muito bem, vindo de trem de algum lugar
E aí me dá como uma inveja dessa gente
Que vai em frente sem nem ter com quem contar

São casas simples com cadeiras na calçada


E na fachada escrito em cima que é um lar
Pela varanda, flores tristes e baldias
Como a alegria que não tem onde encostar

E aí me dá uma tristeza no meu peito


Feito um despeito de eu não ter como lutar
E eu que não creio peço a Deus por minha gente
É gente humilde, que vontade de chorar.
SARDINHA, A.A. (Garoto); HOLLANDA, C.B.; MORAES, V. Gente humilde. Intérprete: Chico Buarque. In: C.B. Hollanda nº 4. Direção de produção: Manoel Barebein. Rio de Janeiro: Companhia
Brasileira de Discos, p1970. 1 disco sonoro. Lado 1, faixa 4.

A forma verbal em destaque está empregada de acordo com a norma-padrão em:

a) Coado há pouco, o café perfumava todo o subúrbio às quatro da tarde.

b) O trem tinha chego às onze horas e não sairia mais da estação.

c) Eu soube que ela havia trago flores singelas para enfeitar as varandas.

d) Eu tinha falo com Deus e pedido por minha gente.

e) Todas as tardes, nós temos abrido as cadeiras na calçada, para uma boa conversa entre vizinhos.

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CESGRANRIO - Of (LIQUIGÁS)/LIQUIGÁS/Produção I/2018


Língua Portuguesa (Português) - Conjugação. Reconhecimento e Emprego dos Modos e Tempos Verbais
7) Texto I

Gente Humilde

Tem certos dias em que eu penso em minha gente


E sinto assim todo o meu peito se apertar
Porque parece que acontece de repente
Feito um desejo de eu viver sem me notar

Igual a como quando eu passo no subúrbio


Eu muito bem, vindo de trem de algum lugar
E aí me dá como uma inveja dessa gente
Que vai em frente sem nem ter com quem contar

São casas simples com cadeiras na calçada


E na fachada escrito em cima que é um lar
Pela varanda, flores tristes e baldias
Como a alegria que não tem onde encostar

E aí me dá uma tristeza no meu peito


Feito um despeito de eu não ter como lutar
E eu que não creio peço a Deus por minha gente
É gente humilde, que vontade de chorar.
SARDINHA, A.A. (Garoto); HOLLANDA, C.B.; MORAES, V. Gente humilde. Intérprete: Chico Buarque. In: C.B. Hollanda nº 4. Direção de produção: Manoel Barebein. Rio de Janeiro: Companhia
Brasileira de Discos, p1970. 1 disco sonoro. Lado 1, faixa 4.

Considere o emprego do verbo destacado no seguinte trecho do Texto I: “Que vai em frente sem nem ter com quem contar” .

O verbo destacado tem o mesmo sentido em:

a) O filho do barbeiro tem três anos e já sabe contar.

b) Meu filho só consegue dormir depois de eu lhe contar uma história.

c) Hoje em dia temos que contar com a sorte.

d) Esses anos contam como tempo de serviço?

e) Minha cidade natal já conta duzentos anos.

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CESGRANRIO - PTNS (TRANSPETRO)/TRANSPETRO/Administração/2023


Língua Portuguesa (Português) - Correlação Verbal
8) À moda brasileira

Estou me vendo debaixo de uma árvore, lendo a pequena história da literatura brasileira.

Olavo Bilac! – eu disse em voz alta e de repente parei quase num susto depois que li os primeiros versos do soneto à língua portuguesa: Última flor do Lácio, inculta e
bela / És, a um tempo, esplendor e sepultura.

Fiquei pensando, mas o poeta disse sepultura?! O tal de Lácio eu não sabia onde ficava, mas de sepultura eu entendia bem, disso eu entendia, repensei baixando o olhar
para a terra. Se escrevia (e já escrevia) pequenos contos nessa língua, quer dizer que era a sepultura que esperava por esses meus escritos?

Fui falar com meu pai. Comecei por aquelas minhas sondagens antes de chegar até onde queria, os tais rodeios que ele ia ouvindo com paciência enquanto enrolava o
cigarro de palha, fumava nessa época esses cigarros. Comecei por perguntar se minha mãe e ele não tinham viajado para o exterior.

Meu pai fixou em mim o olhar verde. Viagens, só pelo Brasil, meus avós é que tinham feito aquelas longas viagens de navio, Portugal, França, Itália... Não esquecer que a
minha avó, Pedrina Perucchi, era italiana, ele acrescentou. Mas por que essa curiosidade?

Sentei-me ao lado dele, respirei fundo e comecei a gaguejar, é que seria tão bom se ambos tivessem nascido lá longe e assim eu estaria hoje escrevendo em italiano,
italiano! – fiquei repetindo e abri o livro que trazia na mão: Olha aí, pai, o poeta escreveu com todas as letras, nossa língua é sepultura mesmo, tudo o que a gente fizer
vai para debaixo da terra, desaparece!
Calmamente ele pousou o cigarro no cinzeiro ao lado. Pegou os óculos. O soneto é muito bonito, disse me encarando com severidade. Feio é isso, filha, isso de querer
renegar a própria língua. Se você chegar a escrever bem, não precisa ser em italiano ou espanhol ou alemão, você ficará na nossa língua mesmo, está me
compreendendo? E as traduções? Renegar a língua é renegar o país, guarde isso E depois (ele voltou a abrir o livro), olha que beleza o que o poeta escreveu em
seguida, Amo-te assim, desconhecida e obscura, veja que confissão de amor ele fez à nossa língua! Tem mais, ele precisava da rima para sepultura e calhou tão bem essa
obscura, entendeu agora? – acrescentou e levantou- se. Deu alguns passos e ficou olhando a borboleta que entrou na varanda: Já fez a sua lição de casa?

Fechei o livro e recuei. Sempre que meu pai queria mudar de assunto ele mudava de lugar: saía da poltrona e ia para a cadeira de vime. Saía da cadeira de vime e ia para
a rede ou simplesmente começava a andar. Era o sinal, Não quero falar nisso, chega. Então a gente falava noutra coisa ou ficava quieta.

Tantos anos depois, quando me avisaram lá do pequeno hotel em Jacareí que ele tinha morrido, fiquei pensando nisso, ah! se quando a morte entrou, se nesse instante
ele tivesse mudado de lugar. Mudar depressa de lugar e de assunto. Depressa, pai, saia da cama e fique na cadeira ou vá pra rua e feche a porta!

TELLES, Lygia Fagundes. Durante aquele estranho


chá: perdidos e achados. Rio de Janeiro: Rocco, 2002, p.109-111. Fragmento adaptado.

Considerando-se a correlação adequada entre tempos e modos verbais, a alternativa que, respeitando a norma-padrão, completa o período iniciado pelo trecho “A autora
também teria sido lida se...” é

a) escrever seus contos em outra língua.


b) escrevera seus contos em outra língua.
c) tiver escrito seus contos em outra língua.
d) teria escrito seus contos em outra língua.
e) tivesse escrito seus contos em outra língua.

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CESGRANRIO - Tec Cien (BASA)/BASA/Tecnologia da Informação/2022


Língua Portuguesa (Português) - Locução Verbal
9) Uma cena

É de manhã. Não num lugar qualquer, mas no Rio. E não numa época qualquer, mas no outono. Outono no Rio. O ar é fino, quase frio, as pedras portuguesas da calçada
estão úmidas. No alto, o céu já é de um azul escandaloso, mas o sol oblíquo ainda não conseguiu vencer os prédios e arrasta seus raios pelo mar, pelas praias, por cima
das montanhas, longe dali. Não chegou à rua. E, naquele trecho, onde as amendoeiras trançam suas copas, ainda é quase madrugada.

Mesmo assim, ela já está lá – como se à espera do sol.

É uma senhora de cabelos muito brancos, sentada em sua cadeira, na calçada. Na rua tranquila, de pouco movimento, não passa quase ninguém a essa hora, tão de
manhãzinha. Nem carros, nem pessoas. O que há mais é o movimento dos porteiros e dos pássaros. Os primeiros, com suas vassouras e mangueiras, conversando sobre
o futebol da véspera. Os segundos, cantando – dentro ou fora das gaiolas.

Mas, mesmo com tão pouco movimento, a senhora já está sentada muito ereta, com seu vestido estampado, de corte simples, suas sandálias. Tem o olhar atento, o
sorriso pronto a cumprimentar quem surja. No braço da cadeira de plástico branco, sua mão repousa, mas também parece pronta a erguer -se num aceno, quando
alguém passar.
É uma cena bonita, eu acho. Cena que se repete todos os dias. Parece coisa de antigamente.

Parece. Não fosse por um detalhe. A senhora, sentada placidamente em sua cadeira na calçada, observando as manhãs, está atrás das grades.

Meu irmão, que foi morar fora do Brasil e ficou 15 anos sem vir aqui, ao voltar só teve um choque: as grades. Nada mais o impressionou, tudo ele achou normal. Fez
comentários vagos sobre as árvores crescidas no Aterro, sobre o excesso de gente e carros, tudo sem muita ênfase. Mas e essas grades, me perguntou, por que todas
essas grades? E eu, espantada com seu espanto, eu que de certa forma já me acostumara à paisagem gradeada, fiquei sem saber o que dizer.

Penso nisso agora, ao passar pela rua e ver aquela senhora. Todos os dias, o porteiro coloca ali a cadeira para que ela se sente, junto ao jardim, em frente à portaria, por
trás da proteção do gradil pintado com tinta cor de cobre. E essa cena tão singela, de sabor tão antigo, se desenrola assim, por trás de barras de ferro, que mesmo sendo
de alumínio para não enferrujar são de um ferro simbólico, que prende, constrange, restringe.

Eu, da calçada, vejo-a sempre por entre as tiras verticais de metal, sua figura frágil me fazendo lembrar os passarinhos que os porteiros guardam nas gaiolas, pendurados
nas árvores.

SEIXAS, Heloisa. Contos mínimos. Rio de Janeiro: Record, 2001.

“E eu, espantada com seu espanto, eu que de certa forma já me acostumara à paisagem gradeada, fiquei sem saber o que dizer.”

O uso do verbo em destaque no pretérito mais-que-perfeito simples do indicativo estabelece que o fato representado por esse verbo se deu antes de outro fato passado.
Esse mesmo significado é encontrado no que está destacado em:

a) Ela já foi uma mulher alegre e jovial.


b) A mesma cena se repete ao nascer de cada manhã.
c) A velha senhora estava sentada na calçada enquanto amanhecia.
d) Na última manhã, a velha senhora chegou e o sol já tinha surgido.
e) As grades impressionariam qualquer um que chegasse à cidade.

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CESGRANRIO - PNMO (ELETRONUCLEAR)/ELETRONUCLEAR/Especialista em Proteção Radiológica/2022


Língua Portuguesa (Português) - Questões Variadas de Verbo
10) Texto

Maria José
Paulo Mendes Campos

Faz um ano que Maria José morreu. Era meiga quase sempre, violenta quando necessário. Eu era menino e apanhava de um companheiro maior, quando ela me gritou da
sacada se eu não via a pedra que marcava o gol. Dei uma pedrada no outro e acabei com a briga por milagre.

Visitava os miseráveis, internava indigentes enfermos, devotava-se ao alívio de misérias físicas e morais do próximo, estudava o mistério teológico, exigia sempre o mais
difícil de si mesma, comungava todos os dias, ingressou na Ordem Terceira de São Francisco. Mas nunca deixou de ter na gaveta o revólver que havia recebido, menina-
e-moça, das mãos do pai, e que empunhou no quintal noturno, perseguindo um ladrão, para espanto de meus cinco anos.

Já perto dos setenta anos, ela explicava para um amigo meu que tinha chegado à humildade da velhice; já não se importava com quem tentasse ofendê-la, mas
conservava o revólver para a defesa dos filhos e dos netos.

Tratou-me com a dureza e o carinho que mereciam a rebeldia e o verdor da minha meninice. Ensinou- me a ler as primeiras sentenças; me falava do Cura d’Ars e nos dois
Franciscos, o de Sales e o de Assis; apresentou-me aos contos de Edgar Poe e aos poemas de Baudelaire; dizia-me sorrindo versos de Antônio Nobre que havia decorado
quando menina; discutia comigo as ideias finais de Tolstoi; escutava maternalmente meus contos toscos. Quando me desgarrei nos primeiros envolvimentos adolescentes,
Maria José, com irônico afeto, me repetia a advertência de Drummond: “Paulo, sossegue, o amor é isso que você está vendo: hoje beija, amanhã não beija, depois de
amanhã é domingo e segunda-feira ninguém sabe o que será”.

Logo que me fiz homenzinho, deixou a dureza e se fez minha amiga: nada me perguntava, adivinhava tudo.

Terna e firme, nunca lhe vi a fraqueza da pieguice. Com o gosto espontâneo da qualidade das coisas, renunciou às vaidades mais singelas. Sensível, alegre, aprendeu a
encarar o sofrimento de olhos lúcidos. Fiel à disciplina religiosa, compreendia celestialmente as almas que perdiam o rumo. Fé, Esperança e Caridade eram para ela a
flecha e o alvo das criaturas.

Tornara-se tão íntima da substância terrestre – a dor – que se fazia difícil para o médico saber o que sentia; acabava dizendo que doía um pouco, por delicadeza.

Capaz de longos jejuns e abstinências, já no final da vida, podia acompanhar um casal amigo a Copacabana, passar do bar da moda ao restaurante diferente, beber dois
cafés ou três uísques em santa serenidade e aceitar com alegria o prato exótico.

Gostava das pessoas erradas, consumidas de paixão, admirava São Paulo e Santo Agostinho, acreditava que era preciso se fazer violência para entrar no reino celeste.

Poucas horas antes de morrer, pediu um conhaque e sorriu, destemida e doce, como quem vai partir para o céu. Santificara-se. Deus era o dia e a noite de seu coração, o
Pai, a piedade, o fogo do espírito. Perdi quem me amava e perdoava, quem me encomendava à compaixão do Criador e me defendia contra o mundo de revólver na mão.

Disponível em: https://cronicabrasileira.org.br/cronicas/7173/maria- jose. Acesso em: 05 fev. 2022.

Em que frase o verbo irregular destacado está empregado de acordo com a norma-padrão da Língua Portuguesa?

a) Os médicos preveram que ela teria complicações da doença. (verbo PREVER)


b) Se eu me oposse a suas orientações, ela me advertia. (verbo OPOR)
c) Minha mãe sempre me acodia nos momentos difíceis. (verbo ACUDIR)
d) Maria José sempre soube defender filhos e netos. (verbo SABER)
e) Quando entrava numa briga, ela sempre intervia em meu favor. (verbo INTERVIR)

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CESGRANRIO - Cond (TRANSPETRO)/TRANSPETRO/Mecãnico/2018


Língua Portuguesa (Português) - Questões Variadas de Verbo
11) A forma verbal destacada está empregada adequadamente, de acordo com a norma-padrão no que se refere aos verbos impessoais, em:
a) Os estudiosos do mundo inteiro calculam que faz duas décadas que o consumo global ultrapassou a capacidade de recuperação total do planeta.

b) O alerta repetido pelos interessados na redução da pobreza é: “Quantos anos têm que as políticas econômicas causam um enorme custo social!”

c) O curso de engenharia florestal foi inserido no currículo porque faziam três semestres que os alunos demandavam essa nova formação.

d) Os jornais noticiaram que, durante a conferência sobre o clima, haviam boas oportunidades de discutir temas relevantes para o planeta.

e) É evidente que, nas questões de mudanças climáticas, tratam-se de opiniões que situam ambientalistas e economistas em grupos distintos.

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CESGRANRIO - PTNM (TRANSPETRO)/TRANSPETRO/Ambiental/2018


Língua Portuguesa (Português) - Questões Variadas de Verbo
12) “Guerra” virtual pela informação

A internet quebrou a rígida centralização no fluxo mundial de dados, criando uma situação inédita na história recente. As principais potências econômicas e militares do
planeta decidiram partir para a ação ao perceberem que seus segredos começam a ser divulgados com facilidade e frequência nunca vistas antes.

As mais recentes iniciativas no terreno da espionagem virtual mostram que o essencial é o controle da informação disponível no mundo - não mais guardar segredos, mas
saber o que os outros sabem ou podem vir a saber. Os estrategistas em guerra cibernética sabem que a possibilidade de vazamentos de informações sigilosas é cada vez
maior e eles tendem a se tornar rotineiros.

A datificação, processo de transformação em dados de tudo o que conhecemos, aumentou de forma vertiginosa o acervo mundial de informações. Diariamente circulam
na web pouco mais de 1,8 mil petabytes de dados (um petabyte equivale a 1,04 milhão de gigabytes), dos quais é possível monitorar apenas 29 petabytes.

Pode parecer muito pouco, mas é um volume equivalente a 400 vezes o total de páginas web indexadas diariamente pelo Google e 156 vezes o total de vídeos
adicionados ao YouTube a cada 24 horas.

Como não é viável exercer um controle material sobre o fluxo de dados na internet, os centros mundiais de poder optaram pelo desenvolvimento de uma batalha pela
informação. O manejo dos grandes dados permite estabelecer correlações entre fatos, dados e eventos, com amplitude e rapidez impossíveis de serem alcançados até
agora.

Como tudo o que fazemos diariamente é transformado em dados pelo nosso banco, pelo correio eletrônico, pelo Facebook, pelo cartão de crédito etc., já somos passíveis
de monitoração em tempo real, em caráter permanente. São esses dados que alimentam os softwares analíticos que produzem correlações que servem de base para
decisões estratégicas.

CASTILHO, Carlos. Observatório da imprensa. 21/08/2013.


Disponível em: <http://observatoriodaimprensa.com.br/codigo- aberto/quando-saber-o-que-os-espioes-sabem-gera-uma- -guerra-virtual-pela-informacao/.> Acesso em: 29 fev. 2018. Adaptado.

A forma verbal destacada atende às exigências da norma -padrão da língua portuguesa em:

a) Ao digitar as senhas em público, é necessário que confiremos se há pessoas estranhas nos observando para garantir a segurança virtual.
b) As informações pessoais deveriam ser digitadas de forma condensada para que cabessem todas no espaço próprio do questionário socioeconômico.
c) Os meios eletrônicos contribuem para que os estudantes retenham a maior parte das informações necessárias ao bom desempenho escolar.
d) Para evitar a espionagem virtual é preciso que nós não consintemos na utilização dos nossos dados pessoais ao instalar novos aplicativos no celular.
e) Quando algum consumidor querer comprar o último modelo de smartphone, pode agredir outros componentes da fila para tomar seu lugar.

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CESGRANRIO - Tec Cien (BASA)/BASA/Tecnologia da Informação/2022


Língua Portuguesa (Português) - Pronomes Pessoais
13) Uma cena

É de manhã. Não num lugar qualquer, mas no Rio. E não numa época qualquer, mas no outono. Outono no Rio. O ar é fino, quase frio, as pedras portuguesas da calçada
estão úmidas. No alto, o céu já é de um azul escandaloso, mas o sol oblíquo ainda não conseguiu vencer os prédios e arrasta seus raios pelo mar, pelas praias, por cima
das montanhas, longe dali. Não chegou à rua. E, naquele trecho, onde as amendoeiras trançam suas copas, ainda é quase madrugada.

Mesmo assim, ela já está lá – como se à espera do sol.

É uma senhora de cabelos muito brancos, sentada em sua cadeira, na calçada. Na rua tranquila, de pouco movimento, não passa quase ninguém a essa hora, tão de
manhãzinha. Nem carros, nem pessoas. O que há mais é o movimento dos porteiros e dos pássaros. Os primeiros, com suas vassouras e mangueiras, conversando sobre
o futebol da véspera. Os segundos, cantando – dentro ou fora das gaiolas.

Mas, mesmo com tão pouco movimento, a senhora já está sentada muito ereta, com seu vestido estampado, de corte simples, suas sandálias. Tem o olhar atento, o
sorriso pronto a cumprimentar quem surja. No braço da cadeira de plástico branco, sua mão repousa, mas também parece pronta a erguer -se num aceno, quando
alguém passar.

É uma cena bonita, eu acho. Cena que se repete todos os dias. Parece coisa de antigamente.

Parece. Não fosse por um detalhe. A senhora, sentada placidamente em sua cadeira na calçada, observando as manhãs, está atrás das grades.

Meu irmão, que foi morar fora do Brasil e ficou 15 anos sem vir aqui, ao voltar só teve um choque: as grades. Nada mais o impressionou, tudo ele achou normal. Fez
comentários vagos sobre as árvores crescidas no Aterro, sobre o excesso de gente e carros, tudo sem muita ênfase. Mas e essas grades, me perguntou, por que todas
essas grades? E eu, espantada com seu espanto, eu que de certa forma já me acostumara à paisagem gradeada, fiquei sem saber o que dizer.

Penso nisso agora, ao passar pela rua e ver aquela senhora. Todos os dias, o porteiro coloca ali a cadeira para que ela se sente, junto ao jardim, em frente à portaria, por
trás da proteção do gradil pintado com tinta cor de cobre. E essa cena tão singela, de sabor tão antigo, se desenrola assim, por trás de barras de ferro, que mesmo sendo
de alumínio para não enferrujar são de um ferro simbólico, que prende, constrange, restringe.

Eu, da calçada, vejo-a sempre por entre as tiras verticais de metal, sua figura frágil me fazendo lembrar os passarinhos que os porteiros guardam nas gaiolas, pendurados
nas árvores.

SEIXAS, Heloisa. Contos mínimos. Rio de Janeiro: Record, 2001.

O emprego do pronome oblíquo em destaque respeita a norma-padrão da língua em:

a) Quando perguntaram sobre as grades, fiquei sem saber o que lhes dizer.
b) O sol oblíquo nasce atrás dos prédios, mas ainda não conseguiu vencer-lhes.
c) A velha senhora está sempre lá. Já espero lhe ver quando saio todas as manhãs.
d) Ainda demora para o sol nascer, mas, mesmo assim, a velha senhora já está lá a lhe esperar.
e) Quando as pessoas passam na calçada, aquela senhora tem o sorriso pronto para lhes cumprimentar.

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CESGRANRIO - Ass Adm (UNIRIO)/UNIRIO/2019


Língua Portuguesa (Português) - Pronomes Pessoais
14) Texto II

Serviu suas famosas bebidas para Vinicius, Carybé e Pelé

Os pedaços de coco in natura são colocados no liquidificador e triturados. O líquido resultante é coado com uma peneira de palha e recolocado no aparelho, onde é batido
com açúcar e leite condensado. Ao fim, adiciona-se aguardente.

A receita de Diolino Gomes Damasceno, ditada à Folha por seu filho Otaviano, parece trivial, mas a conhecida batida de coco resultante não é. Afinal, não é possível que
uma bebida qualquer tenha encantado um time formado por Jorge Amado (diabético, tomava sem açúcar), Pierre Verger, Carybé, Mussum, João Ubaldo Ribeiro, Angela
Rô Rô, Wando, Vinicius de Moraes e Pelé (tomava dentro do carro).

Baiano nascido em 1931 na cidade de Ipecaetá, interior do estado, Diolino abriu seu primeiro estabelecimento em 1968, no bairro do Rio Vermelho, reduto boêmio de
Salvador. Localizado em uma garagem, ganhou o nome de MiniBar.

A batida de limão — feita com cachaça, suco de limão galego, mel de abelha de primeiríssima qualidade e açúcar refinado, segundo o escritor Ubaldo Marques Porto
Filho — chamava a atenção dos homens, mas Diolino deu por falta das mulheres da época. É que elas não queriam ser vistas bebendo em público, e então arranjavam
alguém para comprar as batidas e bebiam dentro do automóvel.

Diolino bolou então o sistema de atendimento direto aos veículos, em que os garçons iam até os carros que apenas encostavam e saíam em disparada. A novidade
alavancou a fama do bar. No auge, chegou a produzir 6.000 litros de batida por mês.

SETO, G. Folha de S.Paulo. Caderno “Cotidiano”. 17 maio


2019, p. B2. Adaptado.

A substituição da expressão destacada pelo que se encontra entre colchetes está de acordo com a norma-padrão em:

a) Jorge Amado tomava a bebida sem açúcar. [tomava- lhe]

b) Diolino gostava de mostrar a receita. [mostrá-la]

c) Pelé bebia no carro porque era discreto. [bebia-lhe]

d) Wando e Rô Rô também frequentavam o bar. [frequentavam- nos]

e) O MiniBar produzia 6.000 litros por mês. [produzia-se]


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CESGRANRIO - Esc BB/BB/Agente Comercial/2021


Língua Portuguesa (Português) - Pronomes Relativos
15) O período em que a palavra ou a expressão em destaque NÃO está empregada de acordo com a norma-padrão é:

a) As professoras de que falamos são ótimas.


b) A folha em que deve ser feita a prova é essa.
c) A argumentação onde é provado o crime foi dele.
d) O aluno cujo pai chegou é Pedro.
e) As meninas que querem cortar os cabelos são aquelas.

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CESGRANRIO - ProV (LIQUIGÁS)/LIQUIGÁS/Júnior/2018


Língua Portuguesa (Português) - Pronomes Relativos
16) O pronome relativo tem a função de substituir um termo da oração anterior e estabelecer relação entre duas orações.

Considerando-se o emprego dos diferentes pronomes relativos, a frase que está em DESACORDO com os ditames da norma-padrão é:

a) É um autor sobre cujo passado pouco se sabe.

b) A ficção é a ferramenta onde os escritores trabalham.

c) Já entrei em muitas livrarias, em todas por quantas passei.

d) O autor de quem sempre falei vai autografar seus livros na Bienal.

e) Os poemas por que os leitores mais se interessam estarão na coletânea.

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CESGRANRIO - Prof Jr (LIQUIGÁS)/LIQUIGÁS/Direito/2018


Língua Portuguesa (Português) - Pronomes Relativos
17) O uso do pronome relativo destacado está de acordo com a norma-padrão em:
a) Eram artistas de cujos trabalho todos gostavam.
b) A arquitetura, onde é uma arte, faz grandes mestres.

c) Visitamos obras que os livros faziam menção a elas.

d) Os artistas que todos elogiavam eram sempre os mesmos.

e) Os mestres dentre as quais faziam um bom trabalho eram elogiados.

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CESGRANRIO - Esc (BANRISUL)/BANRISUL/2023


Língua Portuguesa (Português) - Advérbio
18) Implantação do código de ética nas empresas

Desde a infância, estamos sujeitos à influência de nosso meio social, por intermédio da família, da escola, dos amigos, dos meios de comunicação de massa. Ao nascer, o
homem já se defronta com um conjunto de regras, normas e valores aceitos em seu grupo social. As palavras “ética” e “moral” indicam costumes acumulados — conjunto
de normas e valores dos grupos sociais em um contexto.

A ética é um conjunto de princípios e disposições cujo objetivo é balizar as ações humanas. A ética existe como uma referência para os seres humanos em sociedade, de
modo tal que a sociedade possa se tornar cada vez mais humana. Ela pode e deve ser incorporada pelos indivíduos, sob a forma de uma atitude diante da vida cotidiana.
Mas ela não é um conjunto de verdades fixas, imutáveis. A ética se move historicamente, se amplia e se adensa. Para entendermos como isso acontece na história da
humanidade, basta lembrarmos que, um dia, a escravidão foi considerada "natural".

Ética é o que diz respeito à ação quando ela é refletida, pensada. A ética preocupa-se com o certo e com o errado, mas não é um conjunto simples de normas de conduta
como a moral. Ela promove um estilo de ação que procura refletir sobre o melhor modo de agir que não abale a vida em sociedade e não desrespeite a individualidade
dos outros.

As empresas precisam desenvolver-se de tal forma que a conduta ética de seus integrantes, bem como os valores e convicções primários da organização, se tornem parte
de sua cultura. Assim, a ética vem sendo vista como uma espécie de requisito para a sobrevivência das empresas no mundo moderno e pode ser definida como a
transparência nas relações e a preocupação com o impacto das suas atividades na sociedade.

Muitos exemplos poderiam ser citados de empresas que estão começando a valorizar e a alertar seus funcionários sobre a ética. Algumas empresas já implantaram,
inclusive, um comitê de ética, o qual se destina à proteção da imagem da companhia. É preciso, portanto, que haja uma conscientização da importância de uma conduta
ética ou mesmo a implantação de um código de ética nas organizações, pois a cada dia que passa a ética tem mostrado ser um dos caminhos para o sucesso e para o
bem comum, agregando valor moral ao patrimônio da organização.

O Código de Ética é um instrumento de realização dos princípios, da visão e da missão da empresa. Serve para orientar as ações de seus colaboradores e explicitar a
postura social da empresa em face dos diferentes públicos com os quais interage. É da máxima importância que seu conteúdo seja refletido nas atitudes das pessoas a
que se dirige e encontre respaldo na alta administração da empresa, que, tanto quanto o último empregado contratado, tem a responsabilidade de vivenciá-lo.

As relações com os funcionários, desde o processo de contratação, desenvolvimento profissional, lealdade mútua, respeito entre chefes e subordinados, saúde e
segurança, propriedade da informação, assédio profissional e sexual, alcoolismo, uso de drogas, entre outros, são aspectos que costumam ser abordados em um Código
de Ética. Cumprir horários, entregar o trabalho no prazo, dar o seu melhor ao executar uma tarefa e manter a palavra dada são exemplos de atitudes que mostram aos
superiores e aos colegas que o funcionário valoriza os princípios éticos da empresa ou da instituição.
O Código também pode envolver situações de relacionamento com clientes, fornecedores, acionistas, investidores, comunidade vizinha, concorrentes e mídia. O Código de
Ética pode estabelecer ações de responsabilidade social dirigidas ao desenvolvimento social de comunidades vizinhas, bem como apoio a projetos de educação voltados
ao crescimento pessoal e profissional de jovens carentes. Também pode fazer referência à participação da empresa na comunidade, dando diretrizes sobre as relações
com os sindicatos, outros órgãos da esfera pública, relações com o governo, entre outras.

Portanto, conclui-se que o Código de Ética se fundamenta em deveres para com os colegas, clientes, profissão, sociedade e para consigo próprio.

MARTINS,Rosemir. UFPR, 2003. Disponível em: https://acervodigital. ufpr.br. Acesso em: 16 nov. 2022. Adaptado.

No texto, a circunstância apresentada pela palavra ou expressão em destaque está corretamente explicitada, entre colchetes, em:

a) Em breve os estudantes de tecnologia terão a oportunidade de adquirir informações sobre moral e ética em suas aulas. [dúvida]
b) Jamais saberemos o resultado do concurso se não forem divulgados os gabaritos. [intensidade]
c) O bom relacionamento entre os participantes da instituição era esperado pelo gerente por ser tão satisfatório o ambiente de trabalho. [causa]
d) O comportamento dos funcionários da empresa encarregados de orientar os candidatos à vaga de escriturário provavelmente é muito eficaz. [negação]
e) O modo de agir dos empresários é responsável pela importância de sua instituição, uma vez que eles é que gerenciam efetivamente os meios econômicos.
[afirmação]

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CESGRANRIO - Esc BB/BB/Agente Comercial/2021


Língua Portuguesa (Português) - Advérbio
19) A palavra salário vem mesmo de “sal”?

Vem. A explicação mais popular diz que os soldados da Roma Antiga recebiam seu ordenado na forma de sal. Faz sentido. O dinheiro como o conhecemos surgiu no
século 7 a.C., na forma de discos de metal precioso (moedas), e só foi adotado em Roma 300 anos depois.

Antes disso, o que fazia o papel de dinheiro eram itens não perecíveis e que tinham demanda garantida: barras de cobre (fundamentais para a fabricação de armas),
sacas de grãos, pepitas de ouro (metal favorito para ostentar como enfeite), prata (o ouro de segunda divisão) e, sim, o sal.

Num mundo sem geladeiras, o cloreto de sódio era o que garantia a preservação da carne. A demanda por ele, então, tendia ao infinito. Ter barras de sal em casa
funcionava como poupança. Você poderia trocá-las pelo que quisesse, a qualquer momento.

As moedas, bem mais portáteis, acabariam se tornando o grande meio universal de troca – seja em Roma, seja em qualquer outro lugar. Mas a palavra “salário” segue
viva, como um fóssil etimológico.

Só há um detalhe: não há evidência de que soldados romanos recebiam mesmo um ordenado na forma de sal. Roma não tinha um exército profissional no século 4 a.C. A
força militar da época era formada por cidadãos comuns, que abandonavam seus afazeres voluntariamente para lutar em tempos de guerra (questão de sobrevivência).

A ideia de que havia pagamentos na forma de sal vem do historiador Plínio, o Velho (um contemporâneo de Jesus Cristo). Ele escreveu o seguinte: “Sal era uma das
honrarias que os soldados recebiam após batalhas bem-sucedidas. Daí vem nossa palavra salarium.” Ou seja: o sal era um bônus para voluntários, não um salário para
valer. Quando Roma passou a ter uma força militar profissional e permanente, no século 3 a.C., o soldo já era mesmo pago na forma de moedas.
VERSIGNASSI, A. A palavra salário vem mesmo de “sal”
VC S/A, São Paulo: Abril, p. 67, Jun. 2021. Adaptado.

A palavra destacada em “bem mais portáteis” (parágrafo 4) traz para o trecho uma ideia de
a) adição
b) adversidade
c) comparação
d) extensão
e) soma

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CESGRANRIO - Aju (LIQUIGÁS)/LIQUIGÁS/Carga e Descarga I/2018


Língua Portuguesa (Português) - Advérbio
20) Texto II

O amor é valente

Mesmo que mil tipos


De ódio o mal invente,
O amor, mesmo sozinho,
Será sempre mais valente.

Valente, forte, profundo


Capaz de mudar o mundo
Acalmar qualquer dor
Vivemos nesse conflito.
Mas confio e acredito
Na valentia do amor.

BESSA, Bráulio. Poesia com rapadura. Fortaleza: Editora CENE, 2017.

A palavra que transmite a ideia de tempo no trecho do Texto II “O amor, mesmo sozinho, / Será sempre mais valente” é

a) amor

b) mesmo

c) sempre

d) sozinho
e) valente

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CESGRANRIO - Of (LIQUIGÁS)/LIQUIGÁS/Produção I/2018


Língua Portuguesa (Português) - Preposição
21) Texto II

O acendedor de lampiões e nós

Outro dia tive uma visão. Uma antevisão. Eu vi o futuro. O futuro estampado no passado. Como São João do Apocalipse, vi descortinar aos meus olhos o que vai
acontecer, mas que já está acontecendo.

Havia acordado cedo e saí para passear com minha cachorrinha, a meiga Pixie, que volta e meia late de estranhamento sobre as transformações em curso. Pois estava eu
e ela perambulando pela vizinhança quando vi chegar o jornaleiro, aquele senhor com uma pilha de jornais, que ia depositando de porta em porta. Fiquei olhando. Ele lá
ia cumprindo seu ritual, como antigamente se depositava o pão e o leite nas portas e janelas das casas.

Vou confessar: eu mesmo, menino, trabalhei entregando garrafas de leite aboletado na carroça do ‘seu’ Gamaliel, lá em Juiz de Fora.

E pensei: estou assistindo ao fim de uma época. Daqui a pouco não haverá mais jornaleiro distribuindo jornais de porta em porta. Esse entregador de jornais não sabe,
mas é semelhante ao acendedor de lampiões que existia antes de eu nascer. Meus pais falavam dessa figura que surgia no entardecer e acendia nos postes a luz movida
a gás, e de manhã vinha apagar a tal chama. [...]

SANT’ANNA, Affonso Romano de. O acendedor de lampiões e nós. Estado de Minas/Correio Brasiliense. 22 ago. 2010. Fragmento.

No Texto II, na passagem “saí para passear com minha cachorrinha, a meiga Pixie, que volta e meia late de estranhamento”, a palavra em negrito expressa um sentido
que também se encontra na palavra destacada em:

a) A casa que comprei é toda de madeira.

b) Toda a minha família descende de libaneses.

c) Sinto-me sempre mais disposto de manhã.

d) Eu não gosto de falar de política.

e) É muito triste saber que ainda há gente que morre de fome.

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CESGRANRIO - Esc (BANRISUL)/BANRISUL/2023


Língua Portuguesa (Português) - Conjunção
22) Implantação do código de ética nas empresas

Desde a infância, estamos sujeitos à influência de nosso meio social, por intermédio da família, da escola, dos amigos, dos meios de comunicação de massa. Ao nascer, o
homem já se defronta com um conjunto de regras, normas e valores aceitos em seu grupo social. As palavras “ética” e “moral” indicam costumes acumulados — conjunto
de normas e valores dos grupos sociais em um contexto.

A ética é um conjunto de princípios e disposições cujo objetivo é balizar as ações humanas. A ética existe como uma referência para os seres humanos em sociedade, de
modo tal que a sociedade possa se tornar cada vez mais humana. Ela pode e deve ser incorporada pelos indivíduos, sob a forma de uma atitude diante da vida cotidiana.
Mas ela não é um conjunto de verdades fixas, imutáveis. A ética se move historicamente, se amplia e se adensa. Para entendermos como isso acontece na história da
humanidade, basta lembrarmos que, um dia, a escravidão foi considerada "natural".

Ética é o que diz respeito à ação quando ela é refletida, pensada. A ética preocupa-se com o certo e com o errado, mas não é um conjunto simples de normas de conduta
como a moral. Ela promove um estilo de ação que procura refletir sobre o melhor modo de agir que não abale a vida em sociedade e não desrespeite a individualidade
dos outros.

As empresas precisam desenvolver-se de tal forma que a conduta ética de seus integrantes, bem como os valores e convicções primários da organização, se tornem parte
de sua cultura. Assim, a ética vem sendo vista como uma espécie de requisito para a sobrevivência das empresas no mundo moderno e pode ser definida como a
transparência nas relações e a preocupação com o impacto das suas atividades na sociedade.

Muitos exemplos poderiam ser citados de empresas que estão começando a valorizar e a alertar seus funcionários sobre a ética. Algumas empresas já implantaram,
inclusive, um comitê de ética, o qual se destina à proteção da imagem da companhia. É preciso, portanto, que haja uma conscientização da importância de uma conduta
ética ou mesmo a implantação de um código de ética nas organizações, pois a cada dia que passa a ética tem mostrado ser um dos caminhos para o sucesso e para o
bem comum, agregando valor moral ao patrimônio da organização.

O Código de Ética é um instrumento de realização dos princípios, da visão e da missão da empresa. Serve para orientar as ações de seus colaboradores e explicitar a
postura social da empresa em face dos diferentes públicos com os quais interage. É da máxima importância que seu conteúdo seja refletido nas atitudes das pessoas a
que se dirige e encontre respaldo na alta administração da empresa, que, tanto quanto o último empregado contratado, tem a responsabilidade de vivenciá-lo.

As relações com os funcionários, desde o processo de contratação, desenvolvimento profissional, lealdade mútua, respeito entre chefes e subordinados, saúde e
segurança, propriedade da informação, assédio profissional e sexual, alcoolismo, uso de drogas, entre outros, são aspectos que costumam ser abordados em um Código
de Ética. Cumprir horários, entregar o trabalho no prazo, dar o seu melhor ao executar uma tarefa e manter a palavra dada são exemplos de atitudes que mostram aos
superiores e aos colegas que o funcionário valoriza os princípios éticos da empresa ou da instituição.

O Código também pode envolver situações de relacionamento com clientes, fornecedores, acionistas, investidores, comunidade vizinha, concorrentes e mídia. O Código de
Ética pode estabelecer ações de responsabilidade social dirigidas ao desenvolvimento social de comunidades vizinhas, bem como apoio a projetos de educação voltados
ao crescimento pessoal e profissional de jovens carentes. Também pode fazer referência à participação da empresa na comunidade, dando diretrizes sobre as relações
com os sindicatos, outros órgãos da esfera pública, relações com o governo, entre outras.

Portanto, conclui-se que o Código de Ética se fundamenta em deveres para com os colegas, clientes, profissão, sociedade e para consigo próprio.

MARTINS,Rosemir. UFPR, 2003. Disponível em: https://acervodigital. ufpr.br. Acesso em: 16 nov. 2022. Adaptado.

No trecho “É preciso, portanto, que haja uma conscientização da importância de uma conduta ética”, a palavra destacada expressa a ideia de
a) alternância
b) causa
c) condição
d) conclusão
e) contradição

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CESGRANRIO - ATA (AgeRIO)/AgeRIO/2023


Língua Portuguesa (Português) - Conjunção
23) Floresta amazônica vai virar savana

Pesquisadores afirmam que mudança no ecossistema da Amazônia é iminente

Se a Amazônia perder mais de 20% de sua área para o desmatamento, ela pode se descaracterizar de tal forma que deixaria de ser uma floresta e se transformaria em
área de savana, alertam dois conceituados pesquisadores da área, em um artigo publicado recentemente. Hoje, o desmatamento acumulado está em 17%.

Os cientistas acreditam que as sinergias negativas entre desmatamento, mudanças climáticas e uso indiscriminado de incêndios florestais indicam um tipping point (ponto
crítico), um ponto sem volta, para transformar as partes Sul, Leste e central da Amazônia em um ecossistema não florestal se o desmatamento chegar a entre 20% e
25%.

Os pesquisadores partiram do conceito da “savanização” da Amazônia, que surgiu após a descoberta de que as florestas interferem no regime de chuvas. Na Amazônia,
por exemplo, estima-se que metade das chuvas na região é resultado da umidade produzida pela evapotranspiração (a transpiração das árvores), que “recicla” as
correntes de ar úmido provenientes do Oceano Atlântico.

Caso perca uma quantidade grande de árvores, a floresta recicla menos chuva, ficando mais suscetível a incêndios. O fogo altera a vegetação, favorecendo o avanço de
gramíneas onde antes havia espécies florestais. O resultado desse processo ecológico é que grandes fragmentos de florestas se transformam em savanas ou cerrados,
descaracterizando a Amazônia como a conhecemos hoje.

A primeira estimativa de qual seria o tipping point para a Amazônia virar savana foi feita em um estudo em 2007, e chegou à conclusão de que esse valor era de 40% de
florestas derrubadas. Só que esse estudo avaliou apenas uma variável, o desmatamento. Segundo um dos autores, quando se consideram outros fatores, como os
incêndios florestais e o aquecimento global, essa margem diminui consideravelmente. Os focos de incêndio têm aumentado. O aquecimento global já está acontecendo,
com um aumento de 1 grau Celsius na temperatura média da Amazônia.

De acordo com uma especialista em ciência e Amazônia, a hipótese de savanização precisa ser encarada com seriedade, porque a floresta amazônica tem resiliência, ela
consegue resistir a algum desmatamento. Mas essa possibilidade não é infinita, chega a um ponto que não tem retorno. Além disso, é preciso considerar a população da
região, investindo na produção com sustentabilidade.

Uma das propostas para que se possa evitar o tipping point é o reflorestamento. Com esse objetivo, o Brasil se comprometeu, na Conferência da ONU sobre Clima em
Paris, em 2015, a reflorestar 12 milhões de hectares até 2030.

CALIXTO, B. O Globo. Sociedade. Rio de Janeiro, 22 fev. 2018. Adaptado.


O trecho do texto em que se estabelece uma relação lógica de condição entre as ideias, marcada pela presença da palavra ou expressão destacada, é:
a) “Caso perca uma quantidade grande de árvores, a floresta recicla menos chuva, ficando mais suscetível a incêndios.” (parágrafo 4)
b) “quando se consideram outros fatores, como os incêndios florestais e o aquecimento global, essa margem diminui consideravelmente.” (parágrafo 5)
c) “a hipótese de savanização precisa ser encarada com seriedade, porque a floresta amazônica tem resiliência, ela consegue resistir a algum desmatamento.”
(parágrafo 6)
d) “Mas essa possibilidade não é infinita, chega a um ponto que não tem retorno.” (parágrafo 6)
e) “Uma das propostas para que se possa evitar o tipping point é o reflorestamento.” (parágrafo 7)

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CESGRANRIO - PTNM (TRANSPETRO)/TRANSPETRO/Ambiental/2023


Língua Portuguesa (Português) - Conjunção
24) Brasil, paraíso dos agrotóxicos

O Brasil vive um drama: ao acordar do sonho de uma economia agrária pujante, o país desperta para o pesadelo de ser, pelo quinto ano consecutivo, o maior consumidor
de agrotóxicos do planeta. Balança comercial tinindo; agricultura a todo vapor. Mas quanto custa, por exemplo, uma saca de milho, soja ou algodão? Será que o preço de
tais commodities – que há tempos são o motor de uma economia primária à la colonialismo moderno – compensa os prejuízos sociais e ambientais negligenciados nos
cálculos do comércio internacional?
“Pergunta difícil”, diz o economista Wagner Soares, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A Bolsa de Chicago define o preço da soja; mas não considera
que, para se produzir cada saca, são aplicadas generosas doses de agrotóxicos que permanecem no ambiente natural – e no ser humano – por anos ou mesmo décadas.
“Ao final das contas, quem paga pela intoxicação dos trabalhadores e pela contaminação ambiental é a sociedade”, afirma Soares. Em seu melhor economês, ele garante
que as “externalidades negativas” de nosso modelo agrário continuam de fora dos cálculos.

Segundo o economista do IBGE, que estudou propriedades rurais no Paraná, cada dólar gasto na compra de agrotóxicos pode custar aos cofres públicos 1,28 dólar em
futuros gastos com a saúde de camponeses intoxicados. Mas este é um valor subestimado. Afinal, Soares contabilizou apenas os custos referentes a intoxicações agudas.
Levando-se em conta os casos crônicos, acrescidos da contaminação ambiental difusa nos ecossistemas, os prejuízos podem atingir cifras assustadoramente maiores.
“Estamos há décadas inseridos nesse modelo agrário, e estudos mensurando seus reais custos socioambientais são raros ou inexistentes”, diz.
Seja na agricultura familiar, seja nas grandes propriedades rurais, “os impactos dos agrotóxicos na saúde pública abrangem vastos territórios e envolvem diferentes
grupos populacionais”, afirma dossiê publicado pela Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), entidade que reúne pesquisadores de diversas universidades do
país.
Não são apenas agricultores e suas famílias que integram grupos de risco. Todos os milhares de profissionais envolvidos no comércio e na manipulação dessas
substâncias são potenciais vítimas. E, além deles, “todos nós, diariamente, a cada refeição, ingerimos princípios ativos de agrotóxicos em nossos alimentos”, garante uma
médica da Universidade Federal do Ceará (UFC). “Hoje, todo mundo come veneno”, afirma um agricultor.

Produtores e especialistas alinhados ao modelo convencional de produção agrícola insistem: sem agrotóxicos seria impossível alimentar uma população mundial em
constante expansão. Esses venenos seriam, portanto, um mal necessário, de acordo com esses produtores. Agricultores garantem que não há nenhuma dificuldade em
produzir alimentos orgânicos, sem agrotóxicos, para alimentar a população. Segundo eles, “a humanidade domina a agricultura há pelo menos 10 mil anos, e o modelo
imposto no século 20 vem apagando a herança e o acúmulo de conhecimento dos métodos tradicionais.”

Mas a pergunta que não quer calar é: será que um modelo dito “alternativo” teria potencial para alimentar uma população que, até 2050, deverá chegar a 9 bilhões?
Certamente tem muito mais potencial do que o agronegócio que, hoje, não dá conta nem de alimentar 7 bilhões, retrucam estudiosos. Sistemas de produção
descentralizados têm muito mais condições de produzir e distribuir alimentos em quantidade e qualidade. Precisamos de outra estrutura agrária – baseada em
propriedades menores, com produção diversificada, privilegiando mercados locais e contemplando a conservação da biodiversidade. A engenheira agrônoma Flávia
Londres assina embaixo e defende que “Monoculturas são grandes desertos verdes. A agroecologia, portanto, requer uma mudança paradigmática no modelo agrário, que
resultaria, na verdade, em uma mudança cultural”.

KUGLER, H. Revista Ciência Hoje, n. 296, v. 50. RJ: SBPC. set. 2012. Adaptado.

Considere os dois períodos do seguinte trecho do parágrafo 6: “Esses venenos seriam, portanto, um mal necessário, de acordo com esses produtores. Agricultores
garantem que não há nenhuma dificuldade em produzir alimentos orgânicos, sem agrotóxicos, para alimentar a população”. Para transformá-los em um só período,
mantendo-se o sentido do trecho original, deve-se empregar a palavra

a) para
b) porque
c) quando
d) portanto
e) entretanto

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Língua Portuguesa (Português) - Conjunção
25) À moda brasileira

Estou me vendo debaixo de uma árvore, lendo a pequena história da literatura brasileira.

Olavo Bilac! – eu disse em voz alta e de repente parei quase num susto depois que li os primeiros versos do soneto à língua portuguesa: Última flor do Lácio, inculta e
bela / És, a um tempo, esplendor e sepultura.

Fiquei pensando, mas o poeta disse sepultura?! O tal de Lácio eu não sabia onde ficava, mas de sepultura eu entendia bem, disso eu entendia, repensei baixando o olhar
para a terra. Se escrevia (e já escrevia) pequenos contos nessa língua, quer dizer que era a sepultura que esperava por esses meus escritos?

Fui falar com meu pai. Comecei por aquelas minhas sondagens antes de chegar até onde queria, os tais rodeios que ele ia ouvindo com paciência enquanto enrolava o
cigarro de palha, fumava nessa época esses cigarros. Comecei por perguntar se minha mãe e ele não tinham viajado para o exterior.

Meu pai fixou em mim o olhar verde. Viagens, só pelo Brasil, meus avós é que tinham feito aquelas longas viagens de navio, Portugal, França, Itália... Não esquecer que a
minha avó, Pedrina Perucchi, era italiana, ele acrescentou. Mas por que essa curiosidade?

Sentei-me ao lado dele, respirei fundo e comecei a gaguejar, é que seria tão bom se ambos tivessem nascido lá longe e assim eu estaria hoje escrevendo em italiano,
italiano! – fiquei repetindo e abri o livro que trazia na mão: Olha aí, pai, o poeta escreveu com todas as letras, nossa língua é sepultura mesmo, tudo o que a gente fizer
vai para debaixo da terra, desaparece!

Calmamente ele pousou o cigarro no cinzeiro ao lado. Pegou os óculos. O soneto é muito bonito, disse me encarando com severidade. Feio é isso, filha, isso de querer
renegar a própria língua. Se você chegar a escrever bem, não precisa ser em italiano ou espanhol ou alemão, você ficará na nossa língua mesmo, está me
compreendendo? E as traduções? Renegar a língua é renegar o país, guarde isso E depois (ele voltou a abrir o livro), olha que beleza o que o poeta escreveu em
seguida, Amo-te assim, desconhecida e obscura, veja que confissão de amor ele fez à nossa língua! Tem mais, ele precisava da rima para sepultura e calhou tão bem essa
obscura, entendeu agora? – acrescentou e levantou- se. Deu alguns passos e ficou olhando a borboleta que entrou na varanda: Já fez a sua lição de casa?

Fechei o livro e recuei. Sempre que meu pai queria mudar de assunto ele mudava de lugar: saía da poltrona e ia para a cadeira de vime. Saía da cadeira de vime e ia para
a rede ou simplesmente começava a andar. Era o sinal, Não quero falar nisso, chega. Então a gente falava noutra coisa ou ficava quieta.

Tantos anos depois, quando me avisaram lá do pequeno hotel em Jacareí que ele tinha morrido, fiquei pensando nisso, ah! se quando a morte entrou, se nesse instante
ele tivesse mudado de lugar. Mudar depressa de lugar e de assunto. Depressa, pai, saia da cama e fique na cadeira ou vá pra rua e feche a porta!

TELLES, Lygia Fagundes. Durante aquele estranho


chá: perdidos e achados. Rio de Janeiro: Rocco, 2002, p.109-111. Fragmento adaptado.

“nossa língua é sepultura mesmo, tudo o que a gente fizer vai para debaixo da terra, desaparece!”, o segmento em destaque pode articular-se com o segmento
anterior, sem alteração do sentido original, empregando-se o conector
a) quando
b) portanto
c) enquanto
d) embora
e) ou

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Língua Portuguesa (Português) - Conjunção
26) Texto

Maria José
Paulo Mendes Campos

Faz um ano que Maria José morreu. Era meiga quase sempre, violenta quando necessário. Eu era menino e apanhava de um companheiro maior, quando ela me gritou da
sacada se eu não via a pedra que marcava o gol. Dei uma pedrada no outro e acabei com a briga por milagre.

Visitava os miseráveis, internava indigentes enfermos, devotava-se ao alívio de misérias físicas e morais do próximo, estudava o mistério teológico, exigia sempre o mais
difícil de si mesma, comungava todos os dias, ingressou na Ordem Terceira de São Francisco. Mas nunca deixou de ter na gaveta o revólver que havia recebido, menina-
e-moça, das mãos do pai, e que empunhou no quintal noturno, perseguindo um ladrão, para espanto de meus cinco anos.

Já perto dos setenta anos, ela explicava para um amigo meu que tinha chegado à humildade da velhice; já não se importava com quem tentasse ofendê-la, mas
conservava o revólver para a defesa dos filhos e dos netos.

Tratou-me com a dureza e o carinho que mereciam a rebeldia e o verdor da minha meninice. Ensinou- me a ler as primeiras sentenças; me falava do Cura d’Ars e nos dois
Franciscos, o de Sales e o de Assis; apresentou-me aos contos de Edgar Poe e aos poemas de Baudelaire; dizia-me sorrindo versos de Antônio Nobre que havia decorado
quando menina; discutia comigo as ideias finais de Tolstoi; escutava maternalmente meus contos toscos. Quando me desgarrei nos primeiros envolvimentos adolescentes,
Maria José, com irônico afeto, me repetia a advertência de Drummond: “Paulo, sossegue, o amor é isso que você está vendo: hoje beija, amanhã não beija, depois de
amanhã é domingo e segunda-feira ninguém sabe o que será”.

Logo que me fiz homenzinho, deixou a dureza e se fez minha amiga: nada me perguntava, adivinhava tudo.

Terna e firme, nunca lhe vi a fraqueza da pieguice. Com o gosto espontâneo da qualidade das coisas, renunciou às vaidades mais singelas. Sensível, alegre, aprendeu a
encarar o sofrimento de olhos lúcidos. Fiel à disciplina religiosa, compreendia celestialmente as almas que perdiam o rumo. Fé, Esperança e Caridade eram para ela a
flecha e o alvo das criaturas.

Tornara-se tão íntima da substância terrestre – a dor – que se fazia difícil para o médico saber o que sentia; acabava dizendo que doía um pouco, por delicadeza.

Capaz de longos jejuns e abstinências, já no final da vida, podia acompanhar um casal amigo a Copacabana, passar do bar da moda ao restaurante diferente, beber dois
cafés ou três uísques em santa serenidade e aceitar com alegria o prato exótico.

Gostava das pessoas erradas, consumidas de paixão, admirava São Paulo e Santo Agostinho, acreditava que era preciso se fazer violência para entrar no reino celeste.

Poucas horas antes de morrer, pediu um conhaque e sorriu, destemida e doce, como quem vai partir para o céu. Santificara-se. Deus era o dia e a noite de seu coração, o
Pai, a piedade, o fogo do espírito. Perdi quem me amava e perdoava, quem me encomendava à compaixão do Criador e me defendia contra o mundo de revólver na mão.

Disponível em: https://cronicabrasileira.org.br/cronicas/7173/maria- jose. Acesso em: 05 fev. 2022.

No trecho do parágrafo 3 “já não se importava com quem tentasse ofendê-la, mas conservava o revólver para a defesa dos filhos e netos”, a conjunção mas pode ser
substituída, sem alteração de sentido, por

a) caso
b) portanto
c) logo
d) porque
e) porém

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Língua Portuguesa (Português) - Conjunção
27) Texto

Entulho eletrônico: risco iminente para a saúde e o ambiente

Os resíduos de equipamentos eletroeletrônicos (lixo eletroeletrônico) são, por definição, produtos que têm componentes elétricos e eletrônicos e que, por razões de
obsolescência (perspectiva ou programada) e impossibilidade de conserto, são descartados pelos consumidores. Os exemplos mais comuns são televisores e
equipamentos de informática e telefonia, mas a lista inclui eletrodomésticos, equipamentos médicos, brinquedos, sistemas de alarme, automação e controle.
Obsolescência programada é a decisão intencional de fabricar um produto que se torne obsoleto ou não funcional após certo tempo, para forçar o consumidor a comprar
uma nova geração desse produto. Já a obsolescência perspectiva é uma forma de reduzir a vida útil de produtos ainda funcionais. Nesse caso, são lançadas novas
gerações com aparência inovadora e pequenas mudanças funcionais, dando à geração em uso aspecto de ultrapassada, o que induz o consumidor à troca.

O lixo eletroeletrônico é mais um desafio que se soma aos problemas ambientais da atualidade. O consumidor raramente reflete sobre as consequências do consumo
crescente desses produtos, preocupando- se em satisfazer suas necessidades. Afinal, eletroeletrônicos são tidos como sinônimos de melhor qualidade de vida, e a
explosão da indústria da informação é uma força motriz da sociedade, oferecendo ferramentas para rápidos avanços na economia e no desenvolvimento social. O mundo
globalizado impõe uma constante busca de informações em tempo real, e a sua interação com novas tecnologias traz maiores oportunidades e benefícios, segundo estudo
da Organização das Nações Unidas (ONU). Tudo isso exerce um fascínio irresistível para os jovens.

Dois aspectos justificam a inclusão dos eletroeletrônicos entre as preocupações da ONU: as vendas crescentes, em especial nos mercados emergentes (inclusive o Brasil),
e a presença de metais e substâncias tóxicas em muitos componentes, trazendo risco à saúde e ao meio ambiente. Segundo a ONU, são gerados hoje 150 milhões de
toneladas de lixo eletroeletrônico por ano, e esse tipo de resíduo cresce a uma velocidade três a cinco vezes maior que a do lixo urbano.

AFONSO, J. C. Revista Ciência Hoje, n. 314, maio 2014. São Paulo: SBPC. Disponível em: https://cienciahoje.periodicos.capes. gov.br/storage/acervo/ch/ch_314.pdf. Adaptado.

No trecho do 3o parágrafo “segundo estudo da Organização das Nações Unidas”, a palavra destacada expressa ideia de
a) condição
b) concessão
c) conformidade
d) causalidade
e) temporalidade

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Língua Portuguesa (Português) - Conjunção
28) Privacidade digital: quais são os limites

Atualmente, somos mais de 126,4 milhões de brasileiros usuários de internet, representando cerca de 69,8% da população com 10 anos ou mais. Ao redor do mundo,
cerca de 4 bilhões de pessoas usam a rede mundial, sendo que 2,9 bilhões delas fazem isso pelo smartphone.

Nesse cenário, pensar em privacidade digital é (quase) utópico. Uma vez na rede, a informação está registrada para sempre: deixamos rastros que podem ser
descobertos a qualquer momento.

Ainda assim, mesmo diante de tamanha exposição, essa é uma discussão que precisa ser feita. Ela é importante, inclusive, para trazer mais clareza e consciência para os
usuários. Vale lembrar, por exemplo, que não são apenas as redes sociais que expõem as pessoas. Infelizmente, basta ter um endereço de e-mail para ser rastreado por
diferentes empresas e provedores.

A questão central não se resume somente à política de privacidade das plataformas X ou Y, mas, sim, ao modo como cada sociedade vem paulatinamente estruturando a
sua política de proteção de dados.
A segurança da informação já se transformou em uma área estratégica para qualquer tipo de empresa. Independentemente da demanda de armazenamento de dados de
clientes, as organizações têm um universo de dados institucionais que precisam ser salvaguardados.

Estamos diante de uma realidade já configurada: a coleta de informações da internet não para, e esse é um caminho sem volta. Agora, a questão é: nós, clientes,
estamos prontos e dispostos a definir o limite da privacidade digital? O interesse maior é nosso! Esse limite poderia ser dado pelo próprio consumidor, se ele assim quiser?
O conteúdo é realmente do usuário?

Se considerarmos a atmosfera das redes sociais, muito possivelmente não. Isso porque, embora muitas pessoas não saibam, a maioria das redes sociais prevê que, a
partir do momento em que um conteúdo é postado, ele faz parte da rede e não é mais do usuário.

Daí a importância da conscientização. É preciso que tanto clientes como empresas busquem mais informação e conteúdo técnico sobre o tema. Às organizações, cabe o
desafio de orientar seus clientes, já que, na maioria das vezes, eles não sabem quais são os limites da privacidade digital.

Vivemos em uma época em que todo mundo pode falar permanentemente o que quer. Nesse contexto, a informação deixou de ser algo confiável
e cabe a cada um de nós aprender a ler isso e se proteger. Precisamos de consciência, senso crítico, responsabilidade e cuidado para levar a internet a um outro nível. É
fato que ela não é segura, a questão, então, é como usá-la de maneira mais inteligente e contribuir para fortalecer a privacidade digital? Essa é uma causa comum a
todos os usuários da rede.

Disponível em: <https://digitalks.com.br/artigos/privacidade-digital


-quais-sao-os-limites>. 7/04/2019. Acesso em: 3 fev. 2021.
Adaptado.

No trecho “Às organizações, cabe o desafio de orientar seus clientes, já que, na maioria das vezes, eles não sabem quais são os limites da privacidade digital” (parágrafo
8), a expressão destacada expressa a noção de

a) condição
b) finalidade
c) concessão
d) causalidade
e) comparação

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Língua Portuguesa (Português) - Conjunção
29) Memórias Póstumas de Brás Cubas

Lobo Neves, a princípio, metia-me grandes sustos. Pura ilusão! Como adorasse a mulher, não se vexava de mo dizer muitas vezes; achava que Virgília era a perfeição
mesma, um conjunto de qualidades sólidas e finas, amorável, elegante, austera, um modelo. E a confiança não parava aí. De fresta que era, chegou a porta escancarada.
Um dia confessou-me que trazia uma triste carcoma na existência; faltava -lhe a glória pública. Animei-o; disse-lhe muitas coisas bonitas, que ele ouviu com aquela unção
religiosa de um desejo que não quer acabar de morrer; então compreendi que a ambição dele andava cansada de bater as asas, sem poder abrir o voo. Dias depois
disse-me todos os seus tédios e desfalecimentos, as amarguras engolidas, as raivas sopitadas; contou-me que a vida política era um tecido de invejas, despeitos, intrigas,
perfídias, interesses, vaidades. Evidentemente havia aí uma crise de melancolia; tratei de combatê-la.
— Sei o que lhe digo, replicou-me com tristeza. Não pode imaginar o que tenho passado. Entrei na política por gosto, por família, por ambição, e um pouco por vaidade.
Já vê que reuni em mim só todos os motivos que levam o homem à vida pública; faltou-me só o interesse de outra natureza. Vira o teatro pelo lado da plateia; e, palavra,
que era bonito! Soberbo cenário, vida, movimento e graça na representação. Escriturei-me; deram-me um papel que... Mas para que o estou a fatigar com isto? Deixe-me
ficar com as minhas amofinações. Creia que tenho passado horas e dias... Não há constância de sentimentos, não há
gratidão, não há nada... nada.... nada...

Calou-se, profundamente abatido, com os olhos no ar, parecendo não ouvir coisa nenhuma, a não ser o eco de seus próprios pensamentos. Após alguns instantes,
ergueu-se e estendeu-me a mão: — O senhor há de rir-se de mim, disse ele; mas desculpe aquele desabafo; tinha um negócio, que me mordia o espírito. E ria, de um
jeito sombrio e triste; depois pediu- me que não referisse a ninguém o que se passara entre nós; ponderei-lhe que a rigor não se passara nada. Entraram dois deputados
e um chefe político da paróquia. Lobo Neves recebeu-os com alegria, a princípio um tanto postiça, mas logo depois natural. No fim de meia hora, ninguém diria que ele
não era o mais afortunado dos homens; conversava, chasqueava, e ria, e riam todos.

ASSIS, M. de. Memórias Póstumas de Brás Cubas


; IN: CHIARA, A. C. et alli (Orgs.). Machado de Assis para jovens leitores. Rio de Janeiro: Eduerj, 2008.

Em “Como adorasse a mulher, não se vexava de mo dizer muitas vezes” (. 2-3), o conector como estabelece, com a oração seguinte, uma relação semântica de

a) causa
b) condição
c) contraste
d) comparação
e) consequência

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Língua Portuguesa (Português) - Questões Variadas de Classe de Palavras
30) De acordo com a norma-padrão da língua portuguesa, o emprego da forma verbal há é adequado em:

a) A melhor forma de salvar o futuro do planeta é persuadir a população de que cabe há cada pessoa o dever de economizar água.

b) A vida das pessoas há muito tempo depende da energia elétrica para a manutenção de aparelhos cada vez mais sofisticados.

c) O mundo está próximo de uma derrocada devido há escassez de chuvas necessárias para solucionar o problema da seca que atinge a população.

d) Os estudiosos pesquisam há melhor forma de substituir o uso de combustíveis poluentes por outros que causem menos danos aos indivíduos.

e) O excesso de ruídos afeta há saúde física e mental, e é o causador da poluição sonora, que é considerada crime ambiental.
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Língua Portuguesa (Português) - Questões Variadas de Classe de Palavras
31) A questão baseia no texto apresentado abaixo.

Como as espécies irão reagir às mudanças climáticas

A presença de gases de efeito estufa na atmosfera tem aumentado cada vez mais nas últimas décadas. Desde o início da Revolução Industrial, em 1760, a concentração
desses gases cresceu mais de 30%. Segundo o Painel Intergovernamental de Mudanças do Clima (IPCC, na sigla em inglês), até o fim do século 21, a concentração de
CO2 pode chegar ao dobro da atual. Desde 2012, diversos estudos vêm sendo realizados na tentativa de desvendar o que irá acontecer caso as previsões dos cientistas
se concretizem.
O CO2, ou gás carbônico, é um dos principais responsáveis pelo efeito estufa na atmosfera, pois forma uma camada que impede que a radiação solar, refletida pela
superfície em forma de calor, se dissipe no espaço, o que garante as condições de temperatura e clima necessários para a existência da vida na Terra.
As principais causas desse crescimento alarmante de gases de efeito estufa estão associadas à queima de combustíveis fósseis, às mudanças no uso do solo, à extinção
de florestas, transformadas em áreas agrícolas ou urbanas. Uma consequência do aumento da concentração desses gases na atmosfera é a elevação da temperatura em
até 5°C em algumas regiões do planeta até o final do século. Por exemplo, é esperada uma elevação da temperatura de até 6°C na região amazônica, além da redução
em 45% do volume de chuvas. Essas alterações climáticas podem trazer diversas e catastróficas consequências, como ondas de calor e estiagens ou chuvas concentradas
em determinados períodos.
Tais fatores afetarão a biodiversidade (riqueza e variedade do mundo natural) na Terra. Isso ocorre porque são as plantas, os animais e os microrganismos que
fornecem alimentos, remédios e boa parte da matéria-prima industrial consumida pelo ser humano. Além disso, afetarão, também, as interações entre espécies, a
estrutura dos ecossistemas e a prestação de serviços ambientais, resultando em grandes — e talvez irreversíveis — impactos à vida na Terra.
Os efeitos das mudanças climáticas não são semelhantes em todos os lugares, ou seja, conhecimentos obtidos em um ambiente não serão necessariamente os mesmos
em outros ambientes onde as espécies são diferentes e organizadas de maneiras distintas. Por exemplo, embora as espécies de plantas possam apresentar respostas
parecidas ao aumento do CO2 e da temperatura — como altas taxas de crescimento —, as consequências em um dado ecossistema podem ser o domínio de uma espécie
com características invasoras, resultando em grandes problemas no funcionamento do ecossistema e até na extinção de espécies e perda da biodiversidade.
Pesquisadores de algumas universidades e centros de pesquisa brasileiros vêm realizando experimentos a fim de conhecer os efeitos das mudanças climáticas em
espécies de interesse econômico: nativas, invasoras ou cultivadas. Entre os aspectos mais importantes a serem compreendidos, estão as alterações no desenvolvimento e
na fotossíntese das plantas, e a consequência disso para as espécies que interagem com elas. Por exemplo, se algumas plantas sofrerem estresse pela elevação de
temperatura em determinadas fases do desenvolvimento, o resultado pode ser devastador, comprometendo totalmente as colheitas. Esse é um dos aspectos mais
preocupantes, no contexto de mudanças climáticas, por afetar diretamente a disponibilidade de alimentos e a segurança alimentar da humanidade.
Estudos como esses são de grande importância, pois só de plantas o Brasil tem em seu território mais de 55 mil espécies (cerca de 22% da diversidade mundial) em
biomas bastante distintos: Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica, Pampa e Pantanal.
O estado de alerta é mundial e crescente. A preocupação quanto ao futuro do planeta frente às mudanças climáticas aumentou o interesse em pesquisas científicas
nessa área, mas ainda há muito a ser feito para que possamos entender como as espécies irão se adaptar (ou não) ao novo cenário climático. Assim, a ampliação desses
estudos é fundamental e urgente para que possamos eficientemente nos adaptar e investir na mitigação dos impactos das mudanças climáticas.
BORDIGNON, L.; OKI, Y.; FARIA, A.P. Revista Ciência Hoje, 341. 28 out. 2016. Disponível em:< http://www.cienciahoje.
org.br/revista/materia/id/1104/n/como_as_especies_irao_reagir_as_mudancas_climaticas>. Acesso em: 05 dez. 2017. Adaptado.

No trecho do texto “mas ainda há muito a ser feito para que possamos entender como as espécies irão se adaptar (ou não) ao novo cenário climático.”, a palavra
destacada é uma forma do verbo “haver” no sentido de “existir”. A mesma ocorrência, respeitando-se a norma-padrão, verifica-se em:

a) As alterações na fotossíntese das plantas estão entre os aspectos mais importantes há serem estudados nas investigações sobre o clima.

b) De acordo com o IPCC, há concentração de CO2 pode chegar, até o fim do século 21, ao dobro do que representa nos dias de hoje.
c) Em razão das consequências das mudanças climáticas na vida do planeta, há atualmente uma grande preocupação com o aumento do CO2.

d) Estudos que abrangem desde o trabalho de micro-organismos no solo até há fisiologia de eucaliptos nativos estão em andamento desde o ano de 2012.

e) Pesquisadores brasileiros realizaram diversos experimentos há fim de diminuir os efeitos de alterações do clima nas plantas.

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Língua Portuguesa (Português) - Significação de Vocábulo e Expressões
32) Implantação do código de ética nas empresas

Desde a infância, estamos sujeitos à influência de nosso meio social, por intermédio da família, da escola, dos amigos, dos meios de comunicação de massa. Ao nascer, o
homem já se defronta com um conjunto de regras, normas e valores aceitos em seu grupo social. As palavras “ética” e “moral” indicam costumes acumulados — conjunto
de normas e valores dos grupos sociais em um contexto.

A ética é um conjunto de princípios e disposições cujo objetivo é balizar as ações humanas. A ética existe como uma referência para os seres humanos em sociedade, de
modo tal que a sociedade possa se tornar cada vez mais humana. Ela pode e deve ser incorporada pelos indivíduos, sob a forma de uma atitude diante da vida cotidiana.
Mas ela não é um conjunto de verdades fixas, imutáveis. A ética se move historicamente, se amplia e se adensa. Para entendermos como isso acontece na história da
humanidade, basta lembrarmos que, um dia, a escravidão foi considerada "natural".

Ética é o que diz respeito à ação quando ela é refletida, pensada. A ética preocupa-se com o certo e com o errado, mas não é um conjunto simples de normas de conduta
como a moral. Ela promove um estilo de ação que procura refletir sobre o melhor modo de agir que não abale a vida em sociedade e não desrespeite a individualidade
dos outros.

As empresas precisam desenvolver-se de tal forma que a conduta ética de seus integrantes, bem como os valores e convicções primários da organização, se tornem parte
de sua cultura. Assim, a ética vem sendo vista como uma espécie de requisito para a sobrevivência das empresas no mundo moderno e pode ser definida como a
transparência nas relações e a preocupação com o impacto das suas atividades na sociedade.

Muitos exemplos poderiam ser citados de empresas que estão começando a valorizar e a alertar seus funcionários sobre a ética. Algumas empresas já implantaram,
inclusive, um comitê de ética, o qual se destina à proteção da imagem da companhia. É preciso, portanto, que haja uma conscientização da importância de uma conduta
ética ou mesmo a implantação de um código de ética nas organizações, pois a cada dia que passa a ética tem mostrado ser um dos caminhos para o sucesso e para o
bem comum, agregando valor moral ao patrimônio da organização.

O Código de Ética é um instrumento de realização dos princípios, da visão e da missão da empresa. Serve para orientar as ações de seus colaboradores e explicitar a
postura social da empresa em face dos diferentes públicos com os quais interage. É da máxima importância que seu conteúdo seja refletido nas atitudes das pessoas a
que se dirige e encontre respaldo na alta administração da empresa, que, tanto quanto o último empregado contratado, tem a responsabilidade de vivenciá-lo.

As relações com os funcionários, desde o processo de contratação, desenvolvimento profissional, lealdade mútua, respeito entre chefes e subordinados, saúde e
segurança, propriedade da informação, assédio profissional e sexual, alcoolismo, uso de drogas, entre outros, são aspectos que costumam ser abordados em um Código
de Ética. Cumprir horários, entregar o trabalho no prazo, dar o seu melhor ao executar uma tarefa e manter a palavra dada são exemplos de atitudes que mostram aos
superiores e aos colegas que o funcionário valoriza os princípios éticos da empresa ou da instituição.
O Código também pode envolver situações de relacionamento com clientes, fornecedores, acionistas, investidores, comunidade vizinha, concorrentes e mídia. O Código de
Ética pode estabelecer ações de responsabilidade social dirigidas ao desenvolvimento social de comunidades vizinhas, bem como apoio a projetos de educação voltados
ao crescimento pessoal e profissional de jovens carentes. Também pode fazer referência à participação da empresa na comunidade, dando diretrizes sobre as relações
com os sindicatos, outros órgãos da esfera pública, relações com o governo, entre outras.

Portanto, conclui-se que o Código de Ética se fundamenta em deveres para com os colegas, clientes, profissão, sociedade e para consigo próprio.

MARTINS,Rosemir. UFPR, 2003. Disponível em: https://acervodigital. ufpr.br. Acesso em: 16 nov. 2022. Adaptado.

O texto afirma, no parágrafo 2, que os princípios e disposições éticos têm como objetivo “balizar as ações humanas”. O verbo destacado tem o sentido de

a) criar particularidades.
b) definir uma sinalização.
c) estabelecer parâmetros.
d) facilitar a percepção.
e) indicar diferenças.

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Língua Portuguesa (Português) - Significação de Vocábulo e Expressões
33) Pix: é o fim do dinheiro em espécie?

O Pix muda a forma como realizamos transações financeiras. Representará realmente o fim do DOC e da TED? O boleto bancário está ainda mais ameaçado de extinção?
E o velho cheque vai resistir a esses novos tempos?

Abrangente como é, o Pix pode reduzir ou acabar com a circulação das notas de real? Essa é uma pergunta sem resposta fácil. O fato é que o avanço das transações
financeiras eletrônicas, em detrimento do uso do dinheiro em papel,(a) pode ser benéfico para o Brasil, em vários sentidos. O Pix tem tudo para ser o empurrãozinho que
nos falta para chegarmos a esse cenário.

E por que o dinheiro em espécie resiste? Talvez você esteja entre aqueles que compram no supermercado com cartão de crédito ou usam QR Code para pagar a farmácia.
(b) Mas a feira da semana e os churros na esquina você paga com “dinheiro vivo”, certo? Um dos fatores que escoram a circulação de papel-moeda no Brasil é a
informalidade.

Atrelada a isso está a situação dos desbancarizados. A dificuldade que muita gente teve para receber o auxílio emergencial, durante a pandemia, jogou luz sobre um
problema notado há tempos: a enorme quantidade de brasileiros que não têm acesso a serviços bancários.(c) O pouco de dinheiro que entra no orçamento dessas
pessoas precisa ser gasto rapidamente para subsistência.

Não há base financeira suficiente para justificar movimentações bancárias. Também pesa para o time dos “sem-banco” o baixo nível de educação ou a falta de
familiaridade com a tecnologia.
O fator cultural também favorece a circulação do dinheiro em espécie. É provável que você conheça alguém que, mesmo tendo boa renda, prefere pagar boletos ou
receber pagamentos com cédulas simplesmente por estar acostumado a elas. Para muita gente que faz parte dessa turma, dinheiro vivo é dinheiro recebido ou pago na
hora. Não é preciso esperar a TED cair ou o dia virar para o boleto ser compensado. Isso pesa mais do que a conveniência de se livrar da fila da lotérica.

Embora o Brasil tenha um sistema bancário que suporta vários tipos de transações, o país estava ficando para trás no que diz respeito a pagamentos instantâneos. O Pix
veio para preencher essa lacuna.

A modalidade permite transações em qualquer horário e dia, incluindo finais de semana e feriados.

Essa característica, por si só, já é capaz de mudar a forma como lidamos com o dinheiro, pois implica envio ou recebimento imediato: as transações via Pix são concluídas
rapidamente.

É o fim do papel-moeda? Não é tão simples assim. O Pix não foi idealizado com o propósito exclusivo de acabar com os meios de pagamento e transferência atuais, muito
menos com o papelmoeda, mas para fazer o sistema financeiro do Brasil evoluir e ficar mais competitivo.

Apesar disso, não é exagero esperar que, à medida que a população incorpore o sistema à sua rotina, o uso de DOC, TED, boletos e cartões caia.(d) Eventualmente,
algum desses meios poderá ser descontinuado, mas isso não acontecerá tão cedo — vide o exemplo do cheque, que não “morreu” com a chegada do cartão.

No caso das cédulas, especialistas do mercado financeiro apontam para uma diminuição de circulação, mas não para um futuro próximo em que o papel-moeda deixará
de existir. Para que esse cenário se torne realidade, é necessário, sobretudo, atacar a desbancarização. O medo ou a pouca familiaridade com a tecnologia podem ser
obstáculos, mas o Pix é tão interessante para o país que o próprio comércio incentiva o público mais resistente a aderir a ele.(e)

ALECRIM, E. Disponível em: https://tecnoblog.net/especiais/ pix-fim-dinheiro-especie-


brasil/. Publicado em novembro de 2020. Acesso em: 2 dez. 2022. Adaptado.

O trecho do texto que explica o sentido do termo “desbancarizado” é


a) “o avanço das transações financeiras eletrônicas, em detrimento do uso do dinheiro em papel”
b) “aqueles que compram no supermercado com cartão de crédito ou usam QR Code para pagar a farmácia”
c) “a enorme quantidade de brasileiros que não têm acesso a serviços bancários”
d) “à medida que a população incorpore o sistema à sua rotina, o uso de DOC, TED, boletos e cartões caia”
e) “o próprio comércio incentiva o público mais resistente a aderir a ele”

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CESGRANRIO - ATA (AgeRIO)/AgeRIO/2023


Língua Portuguesa (Português) - Significação de Vocábulo e Expressões
34) Floresta amazônica vai virar savana

Pesquisadores afirmam que mudança no ecossistema da Amazônia é iminente

Se a Amazônia perder mais de 20% de sua área para o desmatamento, ela pode se descaracterizar de tal forma que deixaria de ser uma floresta e se transformaria em
área de savana, alertam dois conceituados pesquisadores da área, em um artigo publicado recentemente. Hoje, o desmatamento acumulado está em 17%.
Os cientistas acreditam que as sinergias negativas entre desmatamento, mudanças climáticas e uso indiscriminado de incêndios florestais indicam um tipping point (ponto
crítico), um ponto sem volta, para transformar as partes Sul, Leste e central da Amazônia em um ecossistema não florestal se o desmatamento chegar a entre 20% e
25%.

Os pesquisadores partiram do conceito da “savanização” da Amazônia, que surgiu após a descoberta de que as florestas interferem no regime de chuvas. Na Amazônia,
por exemplo, estima-se que metade das chuvas na região é resultado da umidade produzida pela evapotranspiração (a transpiração das árvores), que “recicla” as
correntes de ar úmido provenientes do Oceano Atlântico.

Caso perca uma quantidade grande de árvores, a floresta recicla menos chuva, ficando mais suscetível a incêndios. O fogo altera a vegetação, favorecendo o avanço de
gramíneas onde antes havia espécies florestais. O resultado desse processo ecológico é que grandes fragmentos de florestas se transformam em savanas ou cerrados,
descaracterizando a Amazônia como a conhecemos hoje.

A primeira estimativa de qual seria o tipping point para a Amazônia virar savana foi feita em um estudo em 2007, e chegou à conclusão de que esse valor era de 40% de
florestas derrubadas. Só que esse estudo avaliou apenas uma variável, o desmatamento. Segundo um dos autores, quando se consideram outros fatores, como os
incêndios florestais e o aquecimento global, essa margem diminui consideravelmente. Os focos de incêndio têm aumentado. O aquecimento global já está acontecendo,
com um aumento de 1 grau Celsius na temperatura média da Amazônia.

De acordo com uma especialista em ciência e Amazônia, a hipótese de savanização precisa ser encarada com seriedade, porque a floresta amazônica tem resiliência, ela
consegue resistir a algum desmatamento. Mas essa possibilidade não é infinita, chega a um ponto que não tem retorno. Além disso, é preciso considerar a população da
região, investindo na produção com sustentabilidade.

Uma das propostas para que se possa evitar o tipping point é o reflorestamento. Com esse objetivo, o Brasil se comprometeu, na Conferência da ONU sobre Clima em
Paris, em 2015, a reflorestar 12 milhões de hectares até 2030.

CALIXTO, B. O Globo. Sociedade. Rio de Janeiro, 22 fev. 2018. Adaptado.

A palavra resiliência refere-se à capacidade de voltar ao estado natural, principalmente após alguma situação crítica e fora do comum. Ela é utilizada em várias áreas do
conhecimento.

Em “De acordo com uma especialista em ciência e Amazônia, a hipótese de savanização precisa ser encarada com seriedade, porque a floresta amazônica tem
resiliência” (parágrafo 6), o sentido dessa palavra no contexto é a(o)
a) aptidão de um determinado sistema para recuperar o equilíbrio depois de ter sofrido uma perturbação.
b) capacidade de uma pessoa lidar com seus próprios problemas, vencer obstáculos e não ceder a qualquer coação.
c) possibilidade de tomar uma decisão quando se tem medo do que isso possa ocasionar, quando está sob pressão.
d) propriedade de os materiais que acumulam energias voltarem ao normal, quando então são expostos a situações de estresse ou choque.
e) equilíbrio emocional para lidar com os problemas relacionados ao contexto laboral, quando as situações não ocorrem como o esperado.

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CESGRANRIO - Aux Sau (TRANSPETRO)/TRANSPETRO/2023


Língua Portuguesa (Português) - Significação de Vocábulo e Expressões
35) Lixo nos mares

Os oceanos sofrem os efeitos das atividades humanas há milênios. Dejetos e resíduos orgânicos e inorgânicos gerados por essas atividades são levados para o mar por
ventos, chuvas e rios, ou despejados diretamente ali. Os oceanos suportam toda essa sobrecarga? A resposta vem de análises que constatam sérios danos aos
ecossistemas oceânicos: o lixo marinho, portanto, já é um grave problema ambiental.

O lixo de origem humana que entra no mar está presente nas imagens, hoje comuns, de animais emaranhados em materiais de todo tipo ou que ingeriram ou sufocaram
com diferentes itens. Também é conhecida a imensa mancha de lixo que se acumula no chamado “giro” do oceano Pacífico Norte – os giros, existentes em todos os
oceanos, são áreas em torno das quais se deslocam as correntes marinhas. Nas zonas centrais desses giros, as correntes têm baixa intensidade e quase não há ventos.
Os resíduos que chegam ali ficam retidos e se acumulam, gerando enormes “lixões” oceânicos.

Detritos orgânicos (vegetais, animais, fezes e restos de alimento) não são considerados lixo marinho, porque em geral se decompõem rapidamente e se tornam nutrientes
e alimentos para outros organismos. As fontes do lixo oceânico são comumente classificadas como “marinhas” (descartes por embarcações e plataformas de petróleo e
gás) e “terrestres” (depósitos e descartes incorretos feitos em terra e levados para os rios pelas chuvas e daí para o mar, onde também chegam carregados pelo vento e
até pelo gelo).

Apesar do sensacionalismo em torno desse tema, o estudo do lixo marinho tem bases científicas e envolve, em todo o mundo, cada vez mais pesquisadores e tomadores
de decisão. Todos engajados na luta pela diminuição desse problema social e ambiental.

Os impactos ligados à presença do lixo no mar começaram a ser observados a partir da década de 1950, mas somente em 1975 foi definido o termo “lixo marinho”, hoje
consagrado. Essa definição, da Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos, diz que é lixo marinho todo material sólido de origem humana descartado nos oceanos
ou que os atinge por rios, córregos, esgotos e descargas domésticas e industriais.

O número de publicações mundiais, científicas e não científicas, sobre lixo marinho começou a aumentar a partir da década de 1980. Esse aumento se deve a três
processos: 1) a contínua e crescente substituição, em vários tipos de utensílios, de materiais naturais pelos sintéticos – estes, como o plástico, resistem por mais tempo à
degradação no ambiente marinho e tendem a se acumular; 2) o baixo custo dos materiais sintéticos, que não incentiva sua reciclagem e favorece o descarte no ambiente
e 3) o aumento, na zona costeira, do número de habitantes e embarcações, que podem contribuir para o descarte de lixo no ambiente marinho.

Mas como evitar que o “lixo nosso de cada dia” chegue ao mar? E como retirar o que já está lá? É nesse ponto que a conservação marinha e a gestão de resíduos sólidos
se encontram e se complementam.

Em 2013, realizou-se no Brasil a IV Conferência Nacional de Meio Ambiente, que formalizou 60 propostas sobre o meio ambiente. Duas enfocam o lixo marinho: a
primeira está ligada à redução de impactos ambientais e a segunda é ligada à educação ambiental, com campanhas educativas de sensibilização sobre as consequências
da disposição incorreta do lixo, com ênfase no ambiente marinho e nos danos causados à população humana.

OLIVEIRA, A. et al. Revista Ciência Hoje, n. 313, v. 53. Rio de Janeiro: SBPC. Abril 2014. Adaptado.

No trecho “Apesar do sensacionalismo em torno desse tema, o estudo do lixo marinho tem bases científicas”, a expressão destacada veicula a relação de
a) causa
b) concessão
c) conclusão
d) condição
e) consequência
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Língua Portuguesa (Português) - Significação de Vocábulo e Expressões
36) Lixo nos mares

Os oceanos sofrem os efeitos das atividades humanas há milênios. Dejetos e resíduos orgânicos e inorgânicos gerados por essas atividades são levados para o mar por
ventos, chuvas e rios, ou despejados diretamente ali. Os oceanos suportam toda essa sobrecarga? A resposta vem de análises que constatam sérios danos aos
ecossistemas oceânicos: o lixo marinho, portanto, já é um grave problema ambiental.

O lixo de origem humana que entra no mar está presente nas imagens, hoje comuns, de animais emaranhados em materiais de todo tipo ou que ingeriram ou sufocaram
com diferentes itens. Também é conhecida a imensa mancha de lixo que se acumula no chamado “giro” do oceano Pacífico Norte – os giros, existentes em todos os
oceanos, são áreas em torno das quais se deslocam as correntes marinhas. Nas zonas centrais desses giros, as correntes têm baixa intensidade e quase não há ventos.
Os resíduos que chegam ali ficam retidos e se acumulam, gerando enormes “lixões” oceânicos.

Detritos orgânicos (vegetais, animais, fezes e restos de alimento) não são considerados lixo marinho, porque em geral se decompõem rapidamente e se tornam nutrientes
e alimentos para outros organismos. As fontes do lixo oceânico são comumente classificadas como “marinhas” (descartes por embarcações e plataformas de petróleo e
gás) e “terrestres” (depósitos e descartes incorretos feitos em terra e levados para os rios pelas chuvas e daí para o mar, onde também chegam carregados pelo vento e
até pelo gelo).

Apesar do sensacionalismo em torno desse tema, o estudo do lixo marinho tem bases científicas e envolve, em todo o mundo, cada vez mais pesquisadores e tomadores
de decisão. Todos engajados na luta pela diminuição desse problema social e ambiental.

Os impactos ligados à presença do lixo no mar começaram a ser observados a partir da década de 1950, mas somente em 1975 foi definido o termo “lixo marinho”, hoje
consagrado. Essa definição, da Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos, diz que é lixo marinho todo material sólido de origem humana descartado nos oceanos
ou que os atinge por rios, córregos, esgotos e descargas domésticas e industriais.

O número de publicações mundiais, científicas e não científicas, sobre lixo marinho começou a aumentar a partir da década de 1980. Esse aumento se deve a três
processos: 1) a contínua e crescente substituição, em vários tipos de utensílios, de materiais naturais pelos sintéticos – estes, como o plástico, resistem por mais tempo à
degradação no ambiente marinho e tendem a se acumular; 2) o baixo custo dos materiais sintéticos, que não incentiva sua reciclagem e favorece o descarte no ambiente
e 3) o aumento, na zona costeira, do número de habitantes e embarcações, que podem contribuir para o descarte de lixo no ambiente marinho.

Mas como evitar que o “lixo nosso de cada dia” chegue ao mar? E como retirar o que já está lá? É nesse ponto que a conservação marinha e a gestão de resíduos sólidos
se encontram e se complementam.

Em 2013, realizou-se no Brasil a IV Conferência Nacional de Meio Ambiente, que formalizou 60 propostas sobre o meio ambiente. Duas enfocam o lixo marinho: a
primeira está ligada à redução de impactos ambientais e a segunda é ligada à educação ambiental, com campanhas educativas de sensibilização sobre as consequências
da disposição incorreta do lixo, com ênfase no ambiente marinho e nos danos causados à população humana.

OLIVEIRA, A. et al. Revista Ciência Hoje, n. 313, v. 53. Rio de Janeiro: SBPC. Abril 2014. Adaptado.

No trecho “Todos engajados na luta pela diminuição desse problema”, a palavra destacada pode ser substituída, sem prejuízo do sentido, por
a) comprometidos
b) contratados
c) admitidos
d) atraídos
e) inscritos

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Língua Portuguesa (Português) - Significação de Vocábulo e Expressões
37) O afogado mais bonito do mundo

Sou antropófago. Devoro livros. Quem me ensinou foi Murilo Mendes: livros são feitos com a carne e o sangue dos que os escreveram. Os hábitos de antropófago
determinam a maneira como escolho livros. Só leio livros escritos com sangue. Depois que os devoro, deixam de pertencer ao autor. São meus porque circulam na minha
carne e no meu sangue.

É o caso do conto “O Afogado Mais Bonito do Mundo”, de Gabriel García Márquez. Ele escreveu. Eu li e devorei. Agora é meu. Eu o reconto.

É sobre uma vila de pescadores perdida em nenhum lugar, o enfado misturado com o ar, cada novo dia já nascendo velho, as mesmas palavras ocas, os mesmos gestos
vazios, os mesmos corpos opacos, a excitação do amor sendo algo de que ninguém mais se lembrava...
Aconteceu que, num dia como todos os outros, um menino viu uma forma estranha flutuando longe no mar. E ele gritou. Todos correram. Num lugar como aquele até
uma forma estranha é motivo de festa. E ali ficaram na praia, olhando, esperando. Até que o mar, sem pressa, trouxe a coisa e a colocou na areia, para o
desapontamento de todos: era um homem morto.

Todos os homens mortos são parecidos porque há apenas uma coisa a se fazer com eles: enterrar. E, naquela vila, o costume era que as mulheres preparassem os mortos
para o sepultamento. Assim, carregaram o cadáver para uma casa, as mulheres dentro, os homens fora. E o silêncio era grande enquanto o limpavam das algas e liquens,
mortalhas verdes do mar.

Mas, repentinamente, uma voz quebrou o silêncio. Uma mulher balbuciou: “Se ele tivesse vivido entre nós, ele teria de ter curvado a cabeça sempre ao entrar em nossas
casas. Ele é muito alto...”.

Todas as mulheres, sérias e silenciosas, fizeram sim com a cabeça.

De novo o silêncio foi profundo, até que uma outra voz foi ouvida. Outra mulher... “Fico pensando em como teria sido a sua voz... Como o sussurro da brisa? Como o
trovão das ondas? Será que ele conhecia aquela palavra secreta que, quando pronunciada, faz com que uma mulher apanhe uma flor e a coloque no cabelo?” E elas
sorriram e olharam umas para as outras.

De novo o silêncio. E, de novo, a voz de outra mulher... “Essas mãos... Como são grandes! Que será que fizeram? Brincaram com crianças? Navegaram mares? Travaram
batalhas? Construíram casas? Essas mãos: será que elas sabiam deslizar sobre o rosto de uma mulher, será que elas sabiam abraçar e acariciar o seu corpo?”

Aí todas elas riram que riram, suas faces vermelhas, e se surpreenderam ao perceber que o enterro estava se transformando numa ressurreição: sonhos esquecidos, que
pensavam mortos, retornavam, cinzas virando fogo, os corpos vivos de novo e os rostos opacos brilhando com a luz da alegria.

Os maridos, de fora, observavam o que estava acontecendo e ficaram com ciúmes do afogado, ao perceberem que um morto tinha um poder que eles mesmos não
tinham mais. E pensaram nos sonhos que nunca haviam tido, nos poemas que nunca haviam escrito, nos mares que nunca tinham navegado, nas mulheres que nunca
haviam desejado.

A história termina dizendo que finalmente enterraram o morto. Mas a aldeia nunca mais foi a mesma.

ALVES, R. Sobre como da morte brota a vida. F. de São Paulo.


Cotidiano. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br. Acesso em: 20 abr. 2023. Adaptado.

O “enfado” (parágrafo 3) a que o autor faz referência diz respeito a uma rotina caracterizada pelo(a)
a) temor
b) apatia
c) atribulação
d) insegurança
e) desconfiança

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CESGRANRIO - PTNM (TRANSPETRO)/TRANSPETRO/Ambiental/2023


Língua Portuguesa (Português) - Significação de Vocábulo e Expressões
38) Brasil, paraíso dos agrotóxicos

O Brasil vive um drama: ao acordar do sonho de uma economia agrária pujante, o país desperta para o pesadelo de ser, pelo quinto ano consecutivo, o maior consumidor
de agrotóxicos do planeta. Balança comercial tinindo; agricultura a todo vapor. Mas quanto custa, por exemplo, uma saca de milho, soja ou algodão? Será que o preço de
tais commodities – que há tempos são o motor de uma economia primária à la colonialismo moderno – compensa os prejuízos sociais e ambientais negligenciados nos
cálculos do comércio internacional?
“Pergunta difícil”, diz o economista Wagner Soares, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A Bolsa de Chicago define o preço da soja; mas não considera
que, para se produzir cada saca, são aplicadas generosas doses de agrotóxicos que permanecem no ambiente natural – e no ser humano – por anos ou mesmo décadas.
“Ao final das contas, quem paga pela intoxicação dos trabalhadores e pela contaminação ambiental é a sociedade”, afirma Soares. Em seu melhor economês, ele garante
que as “externalidades negativas” de nosso modelo agrário continuam de fora dos cálculos.

Segundo o economista do IBGE, que estudou propriedades rurais no Paraná, cada dólar gasto na compra de agrotóxicos pode custar aos cofres públicos 1,28 dólar em
futuros gastos com a saúde de camponeses intoxicados. Mas este é um valor subestimado. Afinal, Soares contabilizou apenas os custos referentes a intoxicações agudas.
Levando-se em conta os casos crônicos, acrescidos da contaminação ambiental difusa nos ecossistemas, os prejuízos podem atingir cifras assustadoramente maiores.
“Estamos há décadas inseridos nesse modelo agrário, e estudos mensurando seus reais custos socioambientais são raros ou inexistentes”, diz.
Seja na agricultura familiar, seja nas grandes propriedades rurais, “os impactos dos agrotóxicos na saúde pública abrangem vastos territórios e envolvem diferentes
grupos populacionais”, afirma dossiê publicado pela Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), entidade que reúne pesquisadores de diversas universidades do
país.
Não são apenas agricultores e suas famílias que integram grupos de risco. Todos os milhares de profissionais envolvidos no comércio e na manipulação dessas
substâncias são potenciais vítimas. E, além deles, “todos nós, diariamente, a cada refeição, ingerimos princípios ativos de agrotóxicos em nossos alimentos”, garante uma
médica da Universidade Federal do Ceará (UFC). “Hoje, todo mundo come veneno”, afirma um agricultor.

Produtores e especialistas alinhados ao modelo convencional de produção agrícola insistem: sem agrotóxicos seria impossível alimentar uma população mundial em
constante expansão. Esses venenos seriam, portanto, um mal necessário, de acordo com esses produtores. Agricultores garantem que não há nenhuma dificuldade em
produzir alimentos orgânicos, sem agrotóxicos, para alimentar a população. Segundo eles, “a humanidade domina a agricultura há pelo menos 10 mil anos, e o modelo
imposto no século 20 vem apagando a herança e o acúmulo de conhecimento dos métodos tradicionais.”

Mas a pergunta que não quer calar é: será que um modelo dito “alternativo” teria potencial para alimentar uma população que, até 2050, deverá chegar a 9 bilhões?
Certamente tem muito mais potencial do que o agronegócio que, hoje, não dá conta nem de alimentar 7 bilhões, retrucam estudiosos. Sistemas de produção
descentralizados têm muito mais condições de produzir e distribuir alimentos em quantidade e qualidade. Precisamos de outra estrutura agrária – baseada em
propriedades menores, com produção diversificada, privilegiando mercados locais e contemplando a conservação da biodiversidade. A engenheira agrônoma Flávia
Londres assina embaixo e defende que “Monoculturas são grandes desertos verdes. A agroecologia, portanto, requer uma mudança paradigmática no modelo agrário, que
resultaria, na verdade, em uma mudança cultural”.

KUGLER, H. Revista Ciência Hoje, n. 296, v. 50. RJ: SBPC. set. 2012. Adaptado.

No trecho “ao acordar do sonho de uma economia agrária pujante, o país desperta para o pesadelo de ser, pelo quinto ano consecutivo, o maior consumidor de
agrotóxicos do planeta”, a palavra destacada pode ser substituída, sem prejuízo do sentido, por
a) apreciada
b) incipiente
c) inoperante
d) possante
e) moderna

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Língua Portuguesa (Português) - Significação de Vocábulo e Expressões
39) À moda brasileira

Estou me vendo debaixo de uma árvore, lendo a pequena história da literatura brasileira.

Olavo Bilac! – eu disse em voz alta e de repente parei quase num susto depois que li os primeiros versos do soneto à língua portuguesa: Última flor do Lácio, inculta e
bela / És, a um tempo, esplendor e sepultura.

Fiquei pensando, mas o poeta disse sepultura?! O tal de Lácio eu não sabia onde ficava, mas de sepultura eu entendia bem, disso eu entendia, repensei baixando o olhar
para a terra. Se escrevia (e já escrevia) pequenos contos nessa língua, quer dizer que era a sepultura que esperava por esses meus escritos?

Fui falar com meu pai. Comecei por aquelas minhas sondagens antes de chegar até onde queria, os tais rodeios que ele ia ouvindo com paciência enquanto enrolava o
cigarro de palha, fumava nessa época esses cigarros. Comecei por perguntar se minha mãe e ele não tinham viajado para o exterior.

Meu pai fixou em mim o olhar verde. Viagens, só pelo Brasil, meus avós é que tinham feito aquelas longas viagens de navio, Portugal, França, Itália... Não esquecer que a
minha avó, Pedrina Perucchi, era italiana, ele acrescentou. Mas por que essa curiosidade?

Sentei-me ao lado dele, respirei fundo e comecei a gaguejar, é que seria tão bom se ambos tivessem nascido lá longe e assim eu estaria hoje escrevendo em italiano,
italiano! – fiquei repetindo e abri o livro que trazia na mão: Olha aí, pai, o poeta escreveu com todas as letras, nossa língua é sepultura mesmo, tudo o que a gente fizer
vai para debaixo da terra, desaparece!

Calmamente ele pousou o cigarro no cinzeiro ao lado. Pegou os óculos. O soneto é muito bonito, disse me encarando com severidade. Feio é isso, filha, isso de querer
renegar a própria língua. Se você chegar a escrever bem, não precisa ser em italiano ou espanhol ou alemão, você ficará na nossa língua mesmo, está me
compreendendo? E as traduções? Renegar a língua é renegar o país, guarde isso E depois (ele voltou a abrir o livro), olha que beleza o que o poeta escreveu em
seguida, Amo-te assim, desconhecida e obscura, veja que confissão de amor ele fez à nossa língua! Tem mais, ele precisava da rima para sepultura e calhou tão bem essa
obscura, entendeu agora? – acrescentou e levantou- se. Deu alguns passos e ficou olhando a borboleta que entrou na varanda: Já fez a sua lição de casa?

Fechei o livro e recuei. Sempre que meu pai queria mudar de assunto ele mudava de lugar: saía da poltrona e ia para a cadeira de vime. Saía da cadeira de vime e ia para
a rede ou simplesmente começava a andar. Era o sinal, Não quero falar nisso, chega. Então a gente falava noutra coisa ou ficava quieta.

Tantos anos depois, quando me avisaram lá do pequeno hotel em Jacareí que ele tinha morrido, fiquei pensando nisso, ah! se quando a morte entrou, se nesse instante
ele tivesse mudado de lugar. Mudar depressa de lugar e de assunto. Depressa, pai, saia da cama e fique na cadeira ou vá pra rua e feche a porta!

TELLES, Lygia Fagundes. Durante aquele estranho


chá: perdidos e achados. Rio de Janeiro: Rocco, 2002, p.109-111. Fragmento adaptado.

O fragmento de abertura da crônica “Estou me vendo debaixo de uma árvore, lendo a pequena história da literatura brasileira.” faz referência a uma
a) previsão
b) fantasia
c) esperança
d) expectativa
e) reminiscência

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Língua Portuguesa (Português) - Significação de Vocábulo e Expressões
40) À moda brasileira

Estou me vendo debaixo de uma árvore, lendo a pequena história da literatura brasileira.

Olavo Bilac! – eu disse em voz alta e de repente parei quase num susto depois que li os primeiros versos do soneto à língua portuguesa: Última flor do Lácio, inculta e
bela / És, a um tempo, esplendor e sepultura.

Fiquei pensando, mas o poeta disse sepultura?! O tal de Lácio eu não sabia onde ficava, mas de sepultura eu entendia bem, disso eu entendia, repensei baixando o olhar
para a terra. Se escrevia (e já escrevia) pequenos contos nessa língua, quer dizer que era a sepultura que esperava por esses meus escritos?

Fui falar com meu pai. Comecei por aquelas minhas sondagens antes de chegar até onde queria, os tais rodeios que ele ia ouvindo com paciência enquanto enrolava o
cigarro de palha, fumava nessa época esses cigarros. Comecei por perguntar se minha mãe e ele não tinham viajado para o exterior.
Meu pai fixou em mim o olhar verde. Viagens, só pelo Brasil, meus avós é que tinham feito aquelas longas viagens de navio, Portugal, França, Itália... Não esquecer que a
minha avó, Pedrina Perucchi, era italiana, ele acrescentou. Mas por que essa curiosidade?

Sentei-me ao lado dele, respirei fundo e comecei a gaguejar, é que seria tão bom se ambos tivessem nascido lá longe e assim eu estaria hoje escrevendo em italiano,
italiano! – fiquei repetindo e abri o livro que trazia na mão: Olha aí, pai, o poeta escreveu com todas as letras, nossa língua é sepultura mesmo, tudo o que a gente fizer
vai para debaixo da terra, desaparece!

Calmamente ele pousou o cigarro no cinzeiro ao lado. Pegou os óculos. O soneto é muito bonito, disse me encarando com severidade. Feio é isso, filha, isso de querer
renegar a própria língua. Se você chegar a escrever bem, não precisa ser em italiano ou espanhol ou alemão, você ficará na nossa língua mesmo, está me
compreendendo? E as traduções? Renegar a língua é renegar o país, guarde isso E depois (ele voltou a abrir o livro), olha que beleza o que o poeta escreveu em
seguida, Amo-te assim, desconhecida e obscura, veja que confissão de amor ele fez à nossa língua! Tem mais, ele precisava da rima para sepultura e calhou tão bem essa
obscura, entendeu agora? – acrescentou e levantou- se. Deu alguns passos e ficou olhando a borboleta que entrou na varanda: Já fez a sua lição de casa?

Fechei o livro e recuei. Sempre que meu pai queria mudar de assunto ele mudava de lugar: saía da poltrona e ia para a cadeira de vime. Saía da cadeira de vime e ia para
a rede ou simplesmente começava a andar. Era o sinal, Não quero falar nisso, chega. Então a gente falava noutra coisa ou ficava quieta.

Tantos anos depois, quando me avisaram lá do pequeno hotel em Jacareí que ele tinha morrido, fiquei pensando nisso, ah! se quando a morte entrou, se nesse instante
ele tivesse mudado de lugar. Mudar depressa de lugar e de assunto. Depressa, pai, saia da cama e fique na cadeira ou vá pra rua e feche a porta!

TELLES, Lygia Fagundes. Durante aquele estranho


chá: perdidos e achados. Rio de Janeiro: Rocco, 2002, p.109-111. Fragmento adaptado.

Em “O soneto é muito bonito, disse me encarando com severidade”, a palavra que pode substituir severidade, sem alteração no sentido da frase, é
a) firmeza
b) rispidez
c) discrição
d) desgosto
e) incompreensão

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CESGRANRIO - PNMO (ELETRONUCLEAR)/ELETRONUCLEAR/Especialista em Proteção Radiológica/2022


Língua Portuguesa (Português) - Significação de Vocábulo e Expressões
41) Texto

Maria José
Paulo Mendes Campos

Faz um ano que Maria José morreu. Era meiga quase sempre, violenta quando necessário. Eu era menino e apanhava de um companheiro maior, quando ela me gritou da
sacada se eu não via a pedra que marcava o gol. Dei uma pedrada no outro e acabei com a briga por milagre.
Visitava os miseráveis, internava indigentes enfermos, devotava-se ao alívio de misérias físicas e morais do próximo, estudava o mistério teológico, exigia sempre o mais
difícil de si mesma, comungava todos os dias, ingressou na Ordem Terceira de São Francisco. Mas nunca deixou de ter na gaveta o revólver que havia recebido, menina-
e-moça, das mãos do pai, e que empunhou no quintal noturno, perseguindo um ladrão, para espanto de meus cinco anos.

Já perto dos setenta anos, ela explicava para um amigo meu que tinha chegado à humildade da velhice; já não se importava com quem tentasse ofendê-la, mas
conservava o revólver para a defesa dos filhos e dos netos.

Tratou-me com a dureza e o carinho que mereciam a rebeldia e o verdor da minha meninice. Ensinou- me a ler as primeiras sentenças; me falava do Cura d’Ars e nos dois
Franciscos, o de Sales e o de Assis; apresentou-me aos contos de Edgar Poe e aos poemas de Baudelaire; dizia-me sorrindo versos de Antônio Nobre que havia decorado
quando menina; discutia comigo as ideias finais de Tolstoi; escutava maternalmente meus contos toscos. Quando me desgarrei nos primeiros envolvimentos adolescentes,
Maria José, com irônico afeto, me repetia a advertência de Drummond: “Paulo, sossegue, o amor é isso que você está vendo: hoje beija, amanhã não beija, depois de
amanhã é domingo e segunda-feira ninguém sabe o que será”.

Logo que me fiz homenzinho, deixou a dureza e se fez minha amiga: nada me perguntava, adivinhava tudo.

Terna e firme, nunca lhe vi a fraqueza da pieguice. Com o gosto espontâneo da qualidade das coisas, renunciou às vaidades mais singelas. Sensível, alegre, aprendeu a
encarar o sofrimento de olhos lúcidos. Fiel à disciplina religiosa, compreendia celestialmente as almas que perdiam o rumo. Fé, Esperança e Caridade eram para ela a
flecha e o alvo das criaturas.

Tornara-se tão íntima da substância terrestre – a dor – que se fazia difícil para o médico saber o que sentia; acabava dizendo que doía um pouco, por delicadeza.

Capaz de longos jejuns e abstinências, já no final da vida, podia acompanhar um casal amigo a Copacabana, passar do bar da moda ao restaurante diferente, beber dois
cafés ou três uísques em santa serenidade e aceitar com alegria o prato exótico.

Gostava das pessoas erradas, consumidas de paixão, admirava São Paulo e Santo Agostinho, acreditava que era preciso se fazer violência para entrar no reino celeste.

Poucas horas antes de morrer, pediu um conhaque e sorriu, destemida e doce, como quem vai partir para o céu. Santificara-se. Deus era o dia e a noite de seu coração, o
Pai, a piedade, o fogo do espírito. Perdi quem me amava e perdoava, quem me encomendava à compaixão do Criador e me defendia contra o mundo de revólver na mão.

Disponível em: https://cronicabrasileira.org.br/cronicas/7173/maria- jose. Acesso em: 05 fev. 2022.

Em “escutava maternalmente meus contos toscos” (parágrafo 4), a palavra toscos pode ser substituída, sem a alteração de seu significado no contexto, por
a) criativos
b) malfeitos
c) primorosos
d) incompletos
e) sofisticados

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Língua Portuguesa (Português) - Significação de Vocábulo e Expressões
42) Texto

Entulho eletrônico: risco iminente para a saúde e o ambiente

Os resíduos de equipamentos eletroeletrônicos (lixo eletroeletrônico) são, por definição, produtos que têm componentes elétricos e eletrônicos e que, por razões de
obsolescência (perspectiva ou programada) e impossibilidade de conserto, são descartados pelos consumidores. Os exemplos mais comuns são televisores e
equipamentos de informática e telefonia, mas a lista inclui eletrodomésticos, equipamentos médicos, brinquedos, sistemas de alarme, automação e controle.

Obsolescência programada é a decisão intencional de fabricar um produto que se torne obsoleto ou não funcional após certo tempo, para forçar o consumidor a comprar
uma nova geração desse produto. Já a obsolescência perspectiva é uma forma de reduzir a vida útil de produtos ainda funcionais. Nesse caso, são lançadas novas
gerações com aparência inovadora e pequenas mudanças funcionais, dando à geração em uso aspecto de ultrapassada, o que induz o consumidor à troca.

O lixo eletroeletrônico é mais um desafio que se soma aos problemas ambientais da atualidade. O consumidor raramente reflete sobre as consequências do consumo
crescente desses produtos, preocupando- se em satisfazer suas necessidades. Afinal, eletroeletrônicos são tidos como sinônimos de melhor qualidade de vida, e a
explosão da indústria da informação é uma força motriz da sociedade, oferecendo ferramentas para rápidos avanços na economia e no desenvolvimento social. O mundo
globalizado impõe uma constante busca de informações em tempo real, e a sua interação com novas tecnologias traz maiores oportunidades e benefícios, segundo estudo
da Organização das Nações Unidas (ONU). Tudo isso exerce um fascínio irresistível para os jovens.

Dois aspectos justificam a inclusão dos eletroeletrônicos entre as preocupações da ONU: as vendas crescentes, em especial nos mercados emergentes (inclusive o Brasil),
e a presença de metais e substâncias tóxicas em muitos componentes, trazendo risco à saúde e ao meio ambiente. Segundo a ONU, são gerados hoje 150 milhões de
toneladas de lixo eletroeletrônico por ano, e esse tipo de resíduo cresce a uma velocidade três a cinco vezes maior que a do lixo urbano.

AFONSO, J. C. Revista Ciência Hoje, n. 314, maio 2014. São Paulo: SBPC. Disponível em: https://cienciahoje.periodicos.capes. gov.br/storage/acervo/ch/ch_314.pdf. Adaptado.

No trecho “Tudo isso exerce um fascínio irresistível para os jovens.” (parágrafo 3), a palavra que apresenta o sentido contrário ao da palavra destacada é
a) atração
b) encanto
c) repulsa
d) sedução
e) embevecimento

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Língua Portuguesa (Português) - Significação de Vocábulo e Expressões
43) Texto

Entulho eletrônico: risco iminente para a saúde e o ambiente

Os resíduos de equipamentos eletroeletrônicos (lixo eletroeletrônico) são, por definição, produtos que têm componentes elétricos e eletrônicos e que, por razões de
obsolescência (perspectiva ou programada) e impossibilidade de conserto, são descartados pelos consumidores. Os exemplos mais comuns são televisores e
equipamentos de informática e telefonia, mas a lista inclui eletrodomésticos, equipamentos médicos, brinquedos, sistemas de alarme, automação e controle.
Obsolescência programada é a decisão intencional de fabricar um produto que se torne obsoleto ou não funcional após certo tempo, para forçar o consumidor a comprar
uma nova geração desse produto. Já a obsolescência perspectiva é uma forma de reduzir a vida útil de produtos ainda funcionais. Nesse caso, são lançadas novas
gerações com aparência inovadora e pequenas mudanças funcionais, dando à geração em uso aspecto de ultrapassada, o que induz o consumidor à troca.

O lixo eletroeletrônico é mais um desafio que se soma aos problemas ambientais da atualidade. O consumidor raramente reflete sobre as consequências do consumo
crescente desses produtos, preocupando- se em satisfazer suas necessidades. Afinal, eletroeletrônicos são tidos como sinônimos de melhor qualidade de vida, e a
explosão da indústria da informação é uma força motriz da sociedade, oferecendo ferramentas para rápidos avanços na economia e no desenvolvimento social. O mundo
globalizado impõe uma constante busca de informações em tempo real, e a sua interação com novas tecnologias traz maiores oportunidades e benefícios, segundo estudo
da Organização das Nações Unidas (ONU). Tudo isso exerce um fascínio irresistível para os jovens.

Dois aspectos justificam a inclusão dos eletroeletrônicos entre as preocupações da ONU: as vendas crescentes, em especial nos mercados emergentes (inclusive o Brasil),
e a presença de metais e substâncias tóxicas em muitos componentes, trazendo risco à saúde e ao meio ambiente. Segundo a ONU, são gerados hoje 150 milhões de
toneladas de lixo eletroeletrônico por ano, e esse tipo de resíduo cresce a uma velocidade três a cinco vezes maior que a do lixo urbano.

AFONSO, J. C. Revista Ciência Hoje, n. 314, maio 2014. São Paulo: SBPC. Disponível em: https://cienciahoje.periodicos.capes. gov.br/storage/acervo/ch/ch_314.pdf. Adaptado.

No 3o parágrafo, no trecho “a explosão da indústria da informação é uma força motriz da sociedade”, a palavra destacada pode ser substituída, sem prejuízo de sentido,
por
a) infalível
b) obrigatória
c) abrangente
d) imprescindível
e) impulsionadora

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CESGRANRIO - Conf (LIQUIGÁS)/LIQUIGÁS/I/2018


Língua Portuguesa (Português) - Significação de Vocábulo e Expressões
44) Texto II

O Brasil na memória

A viagem tem uma estruturalidade típica. Há a escolha do destino, uma finalidade antevista, uma partida e um retorno, um trajeto por lugares, um tempo de duração. Há
situações iniciais e finais, outras intermediárias, numa dimensão linear, e há atores, um dos quais o viajante, que serve de fio condutor entre pessoas, acontecimentos,
locais e deslocamentos. Supõe uma subjetividade que se abre ao desconhecido, a perda de referências familiares, o abandono do mesmo pelo diferente, o encontro com
o outro e o reencontro consigo mesmo. Em contrapartida, a narrativa de viagem depende em primeiro lugar da memória e de anotações. Seleciona experiências, precisa
estabelecer um projeto de narração, não necessariamente cronológico ou causal, torna-se, mesmo sem intenção, um testemunho. E é orientada por perspectivas do
narrador-viajante, que incluem seu estilo de vida, sua mentalidade, assim como sua visão de mundo e sua posição de sujeito, ou seja, o local cultural de onde fala.

BORDINI, Maria da Glória. In: Descobrindo o Brasil. Rio de Janeiro:


EdUERJ, 2011, p. 353.
No trecho do Texto II “é orientada por perspectivas do narrador-viajante”, a palavra perspectivas, nesse contexto, poderia ser substituída, sem prejuízo de sentido, por
a) ambições

b) expectativas

c) aspirações

d) profundidades

e) pontos de vista

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Língua Portuguesa (Português) - Significação de Vocábulo e Expressões
45) Água — a economia que faz sentido

A água é um recurso finito e não tão abundante quanto pode parecer; por isso deve ser economizada. Essa é uma noção que só começou a ser difundida nos últimos
anos, à medida que os racionamentos se tornaram mais urgentes e necessários, até mesmo no Brasil, que é um dos países com maior quantidade de reservas hídricas —
cerca de 15% do total da água doce do planeta. Não é por acaso que cada vez mais pessoas e organizações estão se unindo em defesa de seu uso racional. Segundo os
cientistas da Organização das Nações Unidas (ONU), no século 20 o uso da água cresceu duas vezes mais que a população. A situação é tão preocupante que existe
quem preveja uma guerra mundial originada por disputas em torno do precioso líquido.

Para não se chegar a esse ponto, a saída é poupar — e o esforço tem de ser coletivo. “São questões de comportamento que se encontram no centro da crise”, diz o
relatório da ONU sobre água no mundo. A ideia de que sobra água se deve ao fato de que ela ocupa 70% da superfície terrestre. Mas 97,5% desse total é constituído de
água salgada. Dois terços do restante se encontram em forma de gelo, nas calotas polares e no topo de montanhas. Se considerarmos só o estoque de água doce
renovável pelas chuvas, chegamos a 0,002% do total mundial.

Mesmo a suposta fartura hídrica do Brasil é relativa. A região Nordeste, com 29% da população, conta com apenas 3% da água, enquanto o Norte, com 7% dos
habitantes, tem 68% dos recursos. Até na Amazônia, pela precária infraestrutura, há pessoas não atendidas pela rede de distribuição. Portanto, a questão muitas vezes
não se resume à existência de água, mas às condições de acesso a um bem que deveria ser universal.

Somados os dois problemas, resulta que 40% da população mundial não contam com abastecimento de qualidade. Cinco milhões de crianças morrem por ano de doenças
relacionadas à escassez ou à contaminação da água. Sujeira é o que não falta: 2 milhões de toneladas de detritos são despejados em lagos, rios e mares no mundo todo
dia, incluindo lixo químico, lixo industrial, dejetos humanos e resíduos de agrotóxicos.

Revista Nova Escola. 01 jun. 2005. Disponível em: <https://


novaescola.org.br/conteudo/1065/agua-a-economia-que-
-faz-sentido>. Acesso em: 18 mar. 2018. Adaptado.

Em “A situação é tão preocupante que existe quem preveja uma guerra mundial”, o verbo prever pode ser substituído, sem prejuízo do sentido, por
a) antever

b) assegurar

c) avaliar

d) concluir

e) garantir

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Língua Portuguesa (Português) - Significação de Vocábulo e Expressões
46) Água — a economia que faz sentido

A água é um recurso finito e não tão abundante quanto pode parecer; por isso deve ser economizada. Essa é uma noção que só começou a ser difundida nos últimos
anos, à medida que os racionamentos se tornaram mais urgentes e necessários, até mesmo no Brasil, que é um dos países com maior quantidade de reservas hídricas —
cerca de 15% do total da água doce do planeta. Não é por acaso que cada vez mais pessoas e organizações estão se unindo em defesa de seu uso racional. Segundo os
cientistas da Organização das Nações Unidas (ONU), no século 20 o uso da água cresceu duas vezes mais que a população. A situação é tão preocupante que existe
quem preveja uma guerra mundial originada por disputas em torno do precioso líquido.

Para não se chegar a esse ponto, a saída é poupar — e o esforço tem de ser coletivo. “São questões de comportamento que se encontram no centro da crise”, diz o
relatório da ONU sobre água no mundo. A ideia de que sobra água se deve ao fato de que ela ocupa 70% da superfície terrestre. Mas 97,5% desse total é constituído de
água salgada. Dois terços do restante se encontram em forma de gelo, nas calotas polares e no topo de montanhas. Se considerarmos só o estoque de água doce
renovável pelas chuvas, chegamos a 0,002% do total mundial.

Mesmo a suposta fartura hídrica do Brasil é relativa. A região Nordeste, com 29% da população, conta com apenas 3% da água, enquanto o Norte, com 7% dos
habitantes, tem 68% dos recursos. Até na Amazônia, pela precária infraestrutura, há pessoas não atendidas pela rede de distribuição. Portanto, a questão muitas vezes
não se resume à existência de água, mas às condições de acesso a um bem que deveria ser universal.

Somados os dois problemas, resulta que 40% da população mundial não contam com abastecimento de qualidade. Cinco milhões de crianças morrem por ano de doenças
relacionadas à escassez ou à contaminação da água. Sujeira é o que não falta: 2 milhões de toneladas de detritos são despejados em lagos, rios e mares no mundo todo
dia, incluindo lixo químico, lixo industrial, dejetos humanos e resíduos de agrotóxicos.

Revista Nova Escola. 01 jun. 2005. Disponível em: <https://


novaescola.org.br/conteudo/1065/agua-a-economia-que-
-faz-sentido>. Acesso em: 18 mar. 2018. Adaptado.

No trecho “Mesmo a suposta fartura hídrica do Brasil é relativa.”, a palavra que pode substituir fartura, sem prejuízo do sentido, é
a) abastecimento

b) abundância
c) insuficiência

d) necessidade

e) procedência

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Língua Portuguesa (Português) - Significação de Vocábulo e Expressões
47) Na internet, mentiras têm pernas longas

Diz o velho ditado que “a mentira tem pernas curtas”, mas nestes tempos de internet parece que a situação se inverteu, pelo menos no mundo digital. Pesquisadores
mostram que rumores falsos “viajam” mais rápido e mais “longe”, com mais compartilhamentos e alcançando um maior número de pessoas, nas redes sociais, do que
informações verdadeiras.

Foram reunidos todos os rumores nas redes sociais - falsos, verdadeiros ou “mistos”. Esses rumores foram acompanhados, chegando a um total de mais de 4,5 milhões
de postagens feitas por cerca de 3 milhões de pessoas, formando “cascatas” de compartilhamento.

Ao compararem os padrões de compartilhamento dessas milhares de “cascatas”, os pesquisadores observaram que os rumores “falsos” se espalharam com mais rapidez,
aumentando o número de “degraus” da cascata - e com maior abrangência do que os considerados verdadeiros.

A tendência também se manteve, independentemente do tema geral que os rumores abordassem, mas foi mais forte quando versavam sobre política do que os demais,
na ordem de frequência: lendas urbanas; negócios; terrorismo e guerras; ciência e tecnologia; entretenimento; e desastres naturais.

Uma surpresa provocada pelo estudo revelou o perfil de quem mais compartilha rumores falsos: usuários com poucos seguidores e novatos nas redes.

— Vivemos inundados por notícias e muitas vezes as pessoas não têm tempo nem condições para verificar se elas são verdadeiras — afirma um dos pesquisadores. Isso
não quer dizer que as pessoas são estúpidas. As redes sociais colocam todas as informações no mesmo nível, o que torna difícil diferenciar o verdadeiro do falso, uma
fonte confiável de uma não confiável.

BAIMA, Cesar. Na internet, mentiras têm pernas longas.


O Globo. Sociedade. 09 mar. 2018. Adaptado.

No trecho “independentemente do tema geral que os rumores abordassem”, a palavra que pode substituir rumores, por ter sentido equivalente, é:
a) assuntos

b) boatos

c) debates

d) diálogos
e) temas

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Língua Portuguesa (Português) - Significação de Vocábulo e Expressões
48) Texto I

Exagerado

Amor da minha vida


Daqui até a eternidade
Nossos destinos
Foram traçados na maternidade

Paixão cruel, desenfreada


Te trago mil rosas roubadas
Pra desculpar minhas mentiras
Minhas mancadas

Exagerado
Jogado aos teus pés
Eu sou mesmo exagerado
Adoro um amor inventado

Eu nunca mais vou respirar


Se você não me notar
Eu posso até morrer de fome
Se você não me amar

E por você eu largo tudo


Vou mendigar, roubar, matar
Até nas coisas mais banais
Pra mim é tudo ou nunca mais

Exagerado
Jogado aos teus pés
Eu sou mesmo exagerado
Adoro um amor inventado

E por você eu largo tudo


Carreira, dinheiro, canudo
Até nas coisas mais banais
Pra mim é tudo ou nunca mais

Exagerado
Jogado aos teus pés
Eu sou mesmo exagerado
Adoro um amor inventado

Jogado aos teus pés


Com mil rosas roubadas
Exagerado
Eu adoro um amor inventado

ARAÚJO NETO, Agenor de Miranda (Cazuza); SIQUEIRA JR, Carlos Leoni Rodrigues. Exagerado. In: CAZUZA. Exagerado. Rio de Janeiro: Sigla/Som Livre, 1985. Lado A, faixa 1.

A palavra destacada no trecho do Texto I “Eu sou mesmo exagerado” foi empregada com a função de adicionar a ideia de
a) dúvida

b) exclusão

c) lugar

d) negação

e) reafirmação

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CESGRANRIO - Of (LIQUIGÁS)/LIQUIGÁS/Produção I/2018


Língua Portuguesa (Português) - Significação de Vocábulo e Expressões
49) Texto I

Gente Humilde

Tem certos dias em que eu penso em minha gente


E sinto assim todo o meu peito se apertar
Porque parece que acontece de repente
Feito um desejo de eu viver sem me notar

Igual a como quando eu passo no subúrbio


Eu muito bem, vindo de trem de algum lugar
E aí me dá como uma inveja dessa gente
Que vai em frente sem nem ter com quem contar
São casas simples com cadeiras na calçada
E na fachada escrito em cima que é um lar
Pela varanda, flores tristes e baldias
Como a alegria que não tem onde encostar

E aí me dá uma tristeza no meu peito


Feito um despeito de eu não ter como lutar
E eu que não creio peço a Deus por minha gente
É gente humilde, que vontade de chorar.

SARDINHA, A.A. (Garoto); HOLLANDA, C.B.; MORAES, V. Gente humilde. Intérprete: Chico Buarque. In: C.B. Hollanda nº 4. Direção de produção: Manoel Barebein. Rio de Janeiro: Companhia
Brasileira de Discos, p1970. 1 disco sonoro. Lado 1, faixa 4.

No trecho do Texto I “Feito um despeito de eu não ter como lutar”, a palavra destacada tem o sentido semelhante ao empregado na frase:
a) Seu trabalho foi muito bem feito.

b) É bem-feito que você se tenha machucado.

c) Ele se orgulha muito de seu feito.

d) Ele dirige feito um louco.

e) Meu filho já é um rapaz feito.

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Língua Portuguesa (Português) - Significação de Vocábulo e Expressões
50) Carta aos meus filhos adolescentes

Nossa relação mudará, não se assustem, continuo amando absurdamente cada um de vocês. Estarei sempre de plantão, para o que der e vier. Do mesmo jeito, com a
mesma vontade de ajudar.

É uma fase necessária: uma aparência de indiferença recairá em nossos laços, uma casca de tédio grudará em nossos olhares.

Mas não durará a vida inteira, posso garantir.

Nossa comunicação não será tão fácil como antes. A adolescência altera a percepção dos pais, tornei-me o chato daqui por diante.
Eu me preparei para a desimportância, guardei estoque de cartõezinhos e cartas de vocês pequenos, colecionei na memória as declarações de “eu te amo” da última
década, ciente de que não ouvirei nenhuma jura por um longo tempo.

A vida será mais árida, mais constrangedora, mais lacônica. É um período de estranheza, porém essencial e corajoso. Todos experimentam isso, em qualquer família, não
tem como adiar ou fugir.

Serei obrigado agora a bater no quarto de vocês e aguardar uma licença. Existe uma casa chaveada no interior de nossa casa. Não desfruto de chave, senha, passaporte.
Não posso aparecer abrindo a porta de repente. Às vezes mandarei um WhatsApp apenas para saber onde estão, mesmo quando estiverem dentro do apartamento.
Passarei essa vergonha.

Perguntarei como estão e ganharei monossílabos de presente. Talvez um ok. Talvez a sorte de um tudo bem. As confissões não acontecerão espontaneamente.

“Me deixe em paz” despontará como refrão diante de qualquer cobrança.

Precisarei ser mais persuasivo. Nem alcanço alguma ideia de como, para mim também é uma experiência nova, tampouco sei agir. Os namoros e os amigos assumirão as
suas prioridades.

Verei vocês somente saindo ou chegando, desprovido de convergência para um abraço demorado.

Já não me acharão um máximo, já não sou grande coisa. Perceberam os meus pontos fracos, decoraram os meus defeitos, não acreditam mais em minhas histórias, não
sou a única versão de vocês. Qualquer informação que digo, vão checar no Google.

Mas vamos sobreviver: o meu amor é imenso para resistir ao teste da diferença de idade e de geração. Espero vocês do outro lado da ternura, quando tiverem a minha
idade.

CARPINEJAR, F. Carta aos meus filhos adolescentes. Disponível em: <https://blogs.oglobo.globo.com/fabricio-carpinejar/post/carta-aos-meus-fi lhos-adolescentes.html>. Acesso em: 10 jul. 2018.
Adaptado.

No trecho “Existe uma casa chaveada no interior de nossa casa.”, a palavra chaveada, no texto, indica que a casa está
a) livre para os pais

b) vetada para os pais

c) liberada para os pais

d) acessível para os pais

e) franqueada para os pais

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Língua Portuguesa (Português) - Orações Subordinadas Adverbiais
51) A história do método braile

Ler no escuro. Quem já tentou sabe que é impossível. Mas foi exatamente a isso que um francês chamado Louis Braille dedicou a vida. Nascido em Coupvray, uma
pequena aldeia nos arredores de Paris, em 1809, desde cedo ele mostrou muito interesse pelo trabalho do pai. Seus olhos azuis brilhavam da admiração de vê-lo cortar,
com extrema perícia, selas e arreios. Pouco depois de completar 3 anos, o menino começou a brincar na selaria do pai, cortando pequenas tiras de couro. Uma tarde,
uma sovela, instrumento usado para perfurar o couro, escapou-lhe da mão e atingiu o seu olho esquerdo. O resultado foi uma infecção que, seis meses depois, afetaria
também o olho direito. Aos 5 anos, o garoto estava completamente cego.

A tragédia não o impediu, porém, de frequentar a escola por dois anos e de se tornar ainda um aluno brilhante. Por essa razão, ele ganhou uma bolsa de estudos no
Instituto Nacional para Jovens Cegos, em Paris, um colégio interno fundado por Valentin Haüy (1745-1822). Além do currículo normal, Haüy introduzira um sistema
especial de alfabetização, no qual letras de forma impressas em relevo, em papelão, eram reconhecidas pelos contornos. Desde o início do curso, Braille destacou-se
como o melhor aluno da turma e logo começou a ajudar os colegas. Em 1821, aos 12 anos, conheceu um método inventado pouco antes por Charles Barbier de La Serre,
oficial do Exército francês.

O método Barbier, também chamado escrita noturna, era um código de pontos e traços em relevo impressos também em papelão. Destinava-se a enviar ordens cifradas a
sentinelas em postos avançados. Estes decodificariam a mensagem até no escuro. Mas, como a ideia não pegou na tropa, Barbier adaptou o método para a leitura de
cegos, com o nome de grafia sonora. O sistema permitia a comunicação entre os cegos, pois com ele era possível escrever, algo que o método de Haüy não possibilitava.
O de Barbier era fonético: registrava sons e não letras. Dessa forma, as palavras não podiam ser soletradas. Além disso, o fato de um grande número de sinais ser usado
para uma única palavra tornava o sistema muito complicado. Apesar dos inconvenientes, foi adotado como método auxiliar por Haüy.

Pesquisando a fundo a grafia sonora, Braille percebeu suas limitações e pôs-se a aperfeiçoá-la. Em 1824, seu método estava pronto. Primeiro, eliminou os traços, para
evitar erros de leitura: em seguida, criou uma célula de seis pontos, divididos em duas colunas de três pontos cada, que podem ser combinados de 63 maneiras
diferentes. A posição dos pontos na célula está ao lado.

Em 1826, aos 17 anos, ainda estudante, Braille começou a dar aulas. Embora seu método fizesse sucesso entre os alunos, não podia ensiná-lo na sala de aula, pois ainda
não era reconhecido oficialmente. Por isso, Braille dava aulas do revolucionário sistema escondido no quarto, que logo se transformou numa segunda sala de aula.

O braile é lido passando-se a ponta dos dedos sobre os sinais de relevo. Normalmente se usa a mão direita com um ou mais dedos, conforme a habilidade do leitor,
enquanto a mão esquerda procura o início da outra linha. Aplica-se a qualquer língua, sem exceção, e também à estenografia, à música – Braille, por sinal, era ainda
exímio pianista – e às notações científicas em geral. A escrita é feita mediante o uso da reglete, também idealizada por Braille: trata-se de uma régua especial, de duas
linhas, com uma série de janelas de seis furos cada, correspondentes às células braile.

Louis Braille morreu de tuberculose em 1852, com apenas 43 anos. Temia que seu método desaparecesse com ele, mas, finalmente, em 1854 foi oficializado pelo governo
francês. No ano seguinte, foi apresentado ao mundo, na Exposição Internacional de Paris, por ordem do imperador Napoleão III (1808-1873), que programou ainda uma
série de concertos de piano com ex-alunos de Braille. O sucesso foi imediato, e o sistema se espalhou pelo mundo. Em 1952, o governo francês transferiu os restos
mortais de Braille para o Panthéon, em Paris, onde estão sepultados os heróis nacionais.

ATANES, Silvio. Super Interessante. Disponível em: https://super


.abril.]com.br/historia/. Acesso em: 23 out. 2022. Adaptado.

Em “Mas, como a ideia não pegou na tropa, Barbier adaptou o método para a leitura de cegos”, a oração destacada apresenta o valor semântico de

a) fim
b) causa
c) tempo
d) proporção
e) consequência

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Língua Portuguesa (Português) - Orações Subordinadas Adverbiais
52) Eu sei, mas não devia

Eu sei que a gente se acostuma. Mas não devia. A gente se acostuma a morar em apartamentos de fundos e a não ter outra vista que não as janelas ao redor. E, porque
não tem vista, logo se acostuma a não olhar para fora. E, porque não olha para fora, logo se acostuma a não abrir de todo as cortinas. E, porque não abre as cortinas,
logo se acostuma a acender mais cedo a luz. E, à medida que se acostuma, esquece o sol, esquece o ar, esquece a amplidão.

A gente se acostuma a acordar de manhã sobressaltado porque está na hora. A tomar o café correndo porque está atrasado. A ler o jornal no ônibus porque não pode
perder o tempo da viagem. A comer sanduíche porque não dá para almoçar. A sair do trabalho porque já é noite. A cochilar no ônibus porque está cansado. A deitar cedo
e dormir pesado sem ter vivido o dia.

A gente se acostuma a abrir o jornal e a ler sobre a guerra. E, aceitando a guerra, aceita os mortos e que haja números para os mortos. E, aceitando os números, aceita
não acreditar nas negociações de paz. E, não acreditando nas negociações de paz, aceita ler todo dia da guerra, dos números, da longa duração.

A gente se acostuma a esperar o dia inteiro e ouvir no telefone: hoje não posso ir. A sorrir para as pessoas sem receber um sorriso de volta. A ser ignorado quando
precisava tanto ser visto.

A gente se acostuma a pagar por tudo o que deseja e o de que necessita. E a lutar para ganhar o dinheiro com que pagar. E a ganhar menos do que precisa. E a fazer fila
para pagar. E a pagar mais do que as coisas valem. E a saber que cada vez paga mais. E a procurar mais trabalho, para ganhar mais dinheiro, para ter com que pagar nas
filas em que se cobra.

A gente se acostuma a andar na rua e ver cartazes. A abrir as revistas e ver anúncios. A ligar a televisão e assistir a comerciais. A ir ao cinema e engolir publicidade. A ser
instigado, conduzido, desnorteado, lançado na infindável catarata dos produtos.

A gente se acostuma à poluição. Às salas fechadas de ar-condicionado e cheiro de cigarro. À luz artificial de ligeiro tremor. Ao choque que os olhos levam na luz natural.
Às bactérias da água potável. À contaminação da água do mar. À lenta morte dos rios. Se acostuma a não ouvir passarinho, a não ter galo de madrugada, a temer a
hidrofobia dos cães, a não colher fruta no pé, a não ter sequer uma planta.

A gente se acostuma a coisas de mais, para não sofrer. Em doses pequenas, tentando não perceber, vai afastando uma dor aqui, um ressentimento ali, uma revolta acolá.
Se o cinema está cheio, a gente senta na primeira fila e torce um pouco o pescoço. Se a praia está contaminada, a gente molha só os pés e sua no resto do corpo. Se o
trabalho está duro, a gente se consola pensando no fim de semana. E se, no fim de semana, não há muito o que fazer, a gente vai dormir cedo e ainda fica satisfeito
porque tem sempre sono atrasado.

A gente se acostuma para não se ralar na aspereza, para preservar a pele. Se acostuma para evitar feridas, sangramentos, para esquivar-se de faca e baioneta, para
poupar o peito. A gente se acostuma para poupar a vida. Que aos poucos se gasta, e que, gasta de tanto acostumar, se perde de si mesma.
COLASANTI, M. Eu sei, mas não devia. Rio de Janeiro: Rocco Editora, 1996. p. 9. Adaptado.

Considerando-se a combinação entre tempos e modos, a frase que atende à norma-padrão é:


a) Como chovesse muito pela manhã, resolvi sair à tarde.
b) Se nós nos acostumássemos, seremos felizes.
c) Ela ligaria para mim quando chegar.
d) Embora eu precisava ser visto, sou ignorado.
e) Se você dormir cedo, ficaria satisfeito.

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CESGRANRIO - PNMO (ELETRONUCLEAR)/ELETRONUCLEAR/Especialista em Proteção Radiológica/2022


Língua Portuguesa (Português) - Orações Subordinadas Adverbiais
53) Texto

Maria José
Paulo Mendes Campos

Faz um ano que Maria José morreu. Era meiga quase sempre, violenta quando necessário. Eu era menino e apanhava de um companheiro maior, quando ela me gritou da
sacada se eu não via a pedra que marcava o gol. Dei uma pedrada no outro e acabei com a briga por milagre.

Visitava os miseráveis, internava indigentes enfermos, devotava-se ao alívio de misérias físicas e morais do próximo, estudava o mistério teológico, exigia sempre o mais
difícil de si mesma, comungava todos os dias, ingressou na Ordem Terceira de São Francisco. Mas nunca deixou de ter na gaveta o revólver que havia recebido, menina-
e-moça, das mãos do pai, e que empunhou no quintal noturno, perseguindo um ladrão, para espanto de meus cinco anos.

Já perto dos setenta anos, ela explicava para um amigo meu que tinha chegado à humildade da velhice; já não se importava com quem tentasse ofendê-la, mas
conservava o revólver para a defesa dos filhos e dos netos.

Tratou-me com a dureza e o carinho que mereciam a rebeldia e o verdor da minha meninice. Ensinou- me a ler as primeiras sentenças; me falava do Cura d’Ars e nos dois
Franciscos, o de Sales e o de Assis; apresentou-me aos contos de Edgar Poe e aos poemas de Baudelaire; dizia-me sorrindo versos de Antônio Nobre que havia decorado
quando menina; discutia comigo as ideias finais de Tolstoi; escutava maternalmente meus contos toscos. Quando me desgarrei nos primeiros envolvimentos adolescentes,
Maria José, com irônico afeto, me repetia a advertência de Drummond: “Paulo, sossegue, o amor é isso que você está vendo: hoje beija, amanhã não beija, depois de
amanhã é domingo e segunda-feira ninguém sabe o que será”.

Logo que me fiz homenzinho, deixou a dureza e se fez minha amiga: nada me perguntava, adivinhava tudo.

Terna e firme, nunca lhe vi a fraqueza da pieguice. Com o gosto espontâneo da qualidade das coisas, renunciou às vaidades mais singelas. Sensível, alegre, aprendeu a
encarar o sofrimento de olhos lúcidos. Fiel à disciplina religiosa, compreendia celestialmente as almas que perdiam o rumo. Fé, Esperança e Caridade eram para ela a
flecha e o alvo das criaturas.

Tornara-se tão íntima da substância terrestre – a dor – que se fazia difícil para o médico saber o que sentia; acabava dizendo que doía um pouco, por delicadeza.
Capaz de longos jejuns e abstinências, já no final da vida, podia acompanhar um casal amigo a Copacabana, passar do bar da moda ao restaurante diferente, beber dois
cafés ou três uísques em santa serenidade e aceitar com alegria o prato exótico.

Gostava das pessoas erradas, consumidas de paixão, admirava São Paulo e Santo Agostinho, acreditava que era preciso se fazer violência para entrar no reino celeste.

Poucas horas antes de morrer, pediu um conhaque e sorriu, destemida e doce, como quem vai partir para o céu. Santificara-se. Deus era o dia e a noite de seu coração, o
Pai, a piedade, o fogo do espírito. Perdi quem me amava e perdoava, quem me encomendava à compaixão do Criador e me defendia contra o mundo de revólver na mão.

Disponível em: https://cronicabrasileira.org.br/cronicas/7173/maria- jose. Acesso em: 05 fev. 2022.

No trecho: “Mas nunca deixou de ter na gaveta o revólver que recebera, menina-e-moça, das mãos do pai, e que empunhou no quintal noturno, perseguindo um
ladrão”, (parágrafo 2), a oração destacada pode ser substituída, sem prejuízo de seu significado, por

a) por isso perseguia um ladrão.


b) enquanto perseguia um ladrão.
c) embora perseguisse um ladrão.
d) desde que perseguisse um ladrão.
e) por mais que perseguisse um ladrão.

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Língua Portuguesa (Português) - Orações Subordinadas Adverbiais
54) Lições após um ano de ensino remoto na pandemia

No momento em que se tornam ainda mais complexas as discussões sobre a volta às aulas presenciais, o ensino remoto continua a ser a rotina de muitas famílias,
atualmente.

Mas um ano sem precedentes na história veio acompanhado de lições inéditas para professores, alunos e estudiosos. Diante do pouco acesso a planos de dados ou a
dispositivos, a alternativa de muitas famílias e professores tem sido se conectar regularmente via aplicativos de mensagens.

Uma pesquisa apontou que 83% dos professores mantinham contato com seus alunos por meio dos aplicativos de mensagens, muito mais do que pelas próprias
plataformas de aprendizagem. Esse uso foi uma grande surpresa, mas é porque não temos outras ferramentas de massificação. A maior parte do ensino foi feita pelo
celular e, geralmente, por um celular compartilhado (entre vários membros da família), o que é algo muito desafiador.

Outro aspecto a ser considerado é que, felizmente, mensagens direcionadas são uma forma relativamente barata de comunicação. A importância de cultivar interações
entre os estudantes, mesmo que eles não estejam no mesmo ambiente físico, também é uma forma de motivá-los e melhorar seus resultados. Recentemente, uma
pesquisadora afirmou que “Aprendemos que precisamos dos demais: comparar estratégias, falar com alunos, com outros professores e dar mais oportunidades de
trabalho coletivo, mesmo que seja cada um na sua casa. Além disso, a pandemia ressaltou a importância do vínculo anterior entre escolas e comunidades”.

Embora seja difícil prever exatamente como o fechamento das escolas vai afetar o desenvolvimento futuro dos alunos, educadores internacionais estimam que estudantes
da educação básica já foram impactados. É preciso pensar em como agrupar esses alunos e averiguar os que tiveram ensino mínimo ou nulo e decidir como enfrentar
essa ruptura, com aulas ou encontros extras, com anos (letivos) de transição.
IDOETA, P.A. 8 lições após um ano de ensino remoto na pan
demia. Disponível em: <https://educacao.uol.com.br/noticias/
bbc/2021/04/24/8-licoes-apos-um-ano-de-ensino-remoto-na-
pandemia. htm>. Acesso em: 21 jul. 2021. Adaptado.

No trecho “A importância de cultivar interações entre os estudantes, mesmo que eles não estejam no mesmo ambiente físico” (parágrafo 4), a expressão destacada
estabelece com a oração principal a relação de
a) condição
b) concessão
c) comparação
d) conformidade
e) proporcionalidade

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Língua Portuguesa (Português) - Orações Subordinadas Adverbiais
55) Relacionamento com o dinheiro

Desde cedo, começamos a lidar com uma série de situações ligadas ao dinheiro. Para tirar melhor proveito do seu dinheiro, é muito importante saber como utilizá-lo da
forma mais favorável a você. O aprendizado e a aplicação de conhecimentos práticos de educação financeira podem contribuir para melhorar a gestão de nossas finanças
pessoais, tornando nossas vidas mais tranquilas e equilibradas sob o ponto de vista financeiro.

Se pararmos para pensar, estamos sujeitos a um mundo financeiro muito mais complexo que o das gerações anteriores. No entanto, o nível de educação financeira da
população não acompanhou esse aumento de complexidade. A ausência de educação financeira, aliada à facilidade de acesso ao crédito, tem levado muitas pessoas ao
endividamento excessivo, privando-as de parte de sua renda em função do pagamento de prestações mensais que reduzem suas capacidades de consumir produtos que
lhes trariam satisfação.

Infelizmente, não faz parte do cotidiano da maioria das pessoas buscar informações que as auxiliem na gestão de suas finanças. Para agravar essa situação, não há uma
cultura coletiva, ou seja, uma preocupação da sociedade organizada em torno do tema. Nas escolas, pouco ou nada é falado sobre o assunto. As empresas, não
compreendendo a importância de ter seus funcionários alfabetizados financeiramente, também não investem nessa área. Similar problema é encontrado nas famílias, nas
quais não há o hábito de reunir os membros para discutir e elaborar um orçamento familiar. Igualmente entre os amigos, assuntos ligados à gestão financeira pessoal
muitas vezes são considerados invasão de privacidade e pouco se conversa em torno do tema. Enfim, embora todos lidem diariamente com dinheiro, poucos se dedicam a
gerir melhor seus recursos.

A educação financeira pode trazer diversos benefícios, entre os quais, possibilitar o equilíbrio das finanças pessoais, preparar para o enfrentamento de imprevistos
financeiros e para a aposentadoria, qualificar para o bom uso do sistema financeiro, reduzir a possibilidade de o indivíduo cair em fraudes, preparar o caminho para a
realização de sonhos, enfim, tornar a vida melhor.

BANCO CENTRAL DO BRASIL. Caderno de Educação Financeira – Gestão de Finanças Pessoais. Brasília: BCB, 2013. p. 12. Adaptado.
No trecho do parágrafo 3 “As empresas, não compreendendo a importância de ter seus funcionários alfabetizados financeiramente, também não investem
nessa área”, a oração destacada tem valor semântico de
a) causa
b) proporção
c) alternância
d) comparação
e) consequência

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CESGRANRIO - Aju (LIQUIGÁS)/LIQUIGÁS/Carga e Descarga I/2018


Língua Portuguesa (Português) - Orações Subordinadas Adverbiais
56) Texto I

Exagerado

Amor da minha vida


Daqui até a eternidade
Nossos destinos
Foram traçados na maternidade

Paixão cruel, desenfreada


Te trago mil rosas roubadas
Pra desculpar minhas mentiras
Minhas mancadas

Exagerado
Jogado aos teus pés
Eu sou mesmo exagerado
Adoro um amor inventado

Eu nunca mais vou respirar


Se você não me notar
Eu posso até morrer de fome
Se você não me amar

E por você eu largo tudo


Vou mendigar, roubar, matar
Até nas coisas mais banais
Pra mim é tudo ou nunca mais

Exagerado
Jogado aos teus pés
Eu sou mesmo exagerado
Adoro um amor inventado

E por você eu largo tudo


Carreira, dinheiro, canudo
Até nas coisas mais banais
Pra mim é tudo ou nunca mais

Exagerado
Jogado aos teus pés
Eu sou mesmo exagerado
Adoro um amor inventado

Jogado aos teus pés


Com mil rosas roubadas
Exagerado
Eu adoro um amor inventado

ARAÚJO NETO, Agenor de Miranda (Cazuza); SIQUEIRA JR, Carlos Leoni Rodrigues. Exagerado. In: CAZUZA. Exagerado. Rio de Janeiro: Sigla/Som Livre, 1985. Lado A, faixa 1.

No trecho do Texto I “Eu nunca mais vou respirar / Se você não me notar”, a palavra em destaque introduz a ideia de
a) adversidade

b) conclusão

c) lugar

d) condição

e) tempo

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Língua Portuguesa (Português) - Pontuação (Ponto, Vírgula, Travessão, Aspas, Parênteses, etc)
57) A história do método braile

Ler no escuro. Quem já tentou sabe que é impossível. Mas foi exatamente a isso que um francês chamado Louis Braille dedicou a vida. Nascido em Coupvray, uma
pequena aldeia nos arredores de Paris, em 1809, desde cedo ele mostrou muito interesse pelo trabalho do pai. Seus olhos azuis brilhavam da admiração de vê-lo cortar,
com extrema perícia, selas e arreios. Pouco depois de completar 3 anos, o menino começou a brincar na selaria do pai, cortando pequenas tiras de couro. Uma tarde,
uma sovela, instrumento usado para perfurar o couro, escapou-lhe da mão e atingiu o seu olho esquerdo. O resultado foi uma infecção que, seis meses depois, afetaria
também o olho direito. Aos 5 anos, o garoto estava completamente cego.

A tragédia não o impediu, porém, de frequentar a escola por dois anos e de se tornar ainda um aluno brilhante. Por essa razão, ele ganhou uma bolsa de estudos no
Instituto Nacional para Jovens Cegos, em Paris, um colégio interno fundado por Valentin Haüy (1745-1822). Além do currículo normal, Haüy introduzira um sistema
especial de alfabetização, no qual letras de forma impressas em relevo, em papelão, eram reconhecidas pelos contornos. Desde o início do curso, Braille destacou-se
como o melhor aluno da turma e logo começou a ajudar os colegas. Em 1821, aos 12 anos, conheceu um método inventado pouco antes por Charles Barbier de La Serre,
oficial do Exército francês.

O método Barbier, também chamado escrita noturna, era um código de pontos e traços em relevo impressos também em papelão. Destinava-se a enviar ordens cifradas a
sentinelas em postos avançados. Estes decodificariam a mensagem até no escuro. Mas, como a ideia não pegou na tropa, Barbier adaptou o método para a leitura de
cegos, com o nome de grafia sonora. O sistema permitia a comunicação entre os cegos, pois com ele era possível escrever, algo que o método de Haüy não possibilitava.
O de Barbier era fonético: registrava sons e não letras. Dessa forma, as palavras não podiam ser soletradas. Além disso, o fato de um grande número de sinais ser usado
para uma única palavra tornava o sistema muito complicado. Apesar dos inconvenientes, foi adotado como método auxiliar por Haüy.

Pesquisando a fundo a grafia sonora, Braille percebeu suas limitações e pôs-se a aperfeiçoá-la. Em 1824, seu método estava pronto. Primeiro, eliminou os traços, para
evitar erros de leitura: em seguida, criou uma célula de seis pontos, divididos em duas colunas de três pontos cada, que podem ser combinados de 63 maneiras
diferentes. A posição dos pontos na célula está ao lado.

Em 1826, aos 17 anos, ainda estudante, Braille começou a dar aulas. Embora seu método fizesse sucesso entre os alunos, não podia ensiná-lo na sala de aula, pois ainda
não era reconhecido oficialmente. Por isso, Braille dava aulas do revolucionário sistema escondido no quarto, que logo se transformou numa segunda sala de aula.

O braile é lido passando-se a ponta dos dedos sobre os sinais de relevo. Normalmente se usa a mão direita com um ou mais dedos, conforme a habilidade do leitor,
enquanto a mão esquerda procura o início da outra linha. Aplica-se a qualquer língua, sem exceção, e também à estenografia, à música – Braille, por sinal, era ainda
exímio pianista – e às notações científicas em geral. A escrita é feita mediante o uso da reglete, também idealizada por Braille: trata-se de uma régua especial, de duas
linhas, com uma série de janelas de seis furos cada, correspondentes às células braile.

Louis Braille morreu de tuberculose em 1852, com apenas 43 anos. Temia que seu método desaparecesse com ele, mas, finalmente, em 1854 foi oficializado pelo governo
francês. No ano seguinte, foi apresentado ao mundo, na Exposição Internacional de Paris, por ordem do imperador Napoleão III (1808-1873), que programou ainda uma
série de concertos de piano com ex-alunos de Braille. O sucesso foi imediato, e o sistema se espalhou pelo mundo. Em 1952, o governo francês transferiu os restos
mortais de Braille para o Panthéon, em Paris, onde estão sepultados os heróis nacionais.

ATANES, Silvio. Super Interessante. Disponível em: https://super


.abril.]com.br/historia/. Acesso em: 23 out. 2022. Adaptado.

No trecho do parágrafo, “conheceu um método inventado pouco antes por Charles Barbier de La Serre, oficial do Exército francês”, a vírgula está empregada com a
mesma função que em:
a) A cegueira não o impediu, no entanto, de estudar.
b) Perspicaz, Braille percebeu falhas no método de Barbier.
c) A infecção, seis meses depois, afetou o segundo olho de Braille.
d) Escrita noturna, método de Barbier, não teve sucesso quando criado.
e) No Instituto Nacional para Jovens Cegos, Braille desenvolveu seus estudos.
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Língua Portuguesa (Português) - Pontuação (Ponto, Vírgula, Travessão, Aspas, Parênteses, etc)
58) Entenda o que é deep fake e saiba como se proteger

Vídeos que viralizam nas redes sociais mostrando figuras públicas em situações quase inacreditáveis são verdadeiros? Afinal de contas tudo parece tão real... A resposta é
não, pois se trata de uma “deep fake”, “falsificação profunda” em português, que, como a tradução indica, é tão bem feita que pode enganar até os mais atentos.
Segundo estudo de uma empresa de segurança, 65% dos brasileiros ignoram a sua existência e 71% não reconhecem quando um vídeo foi editado digitalmente usando
essa técnica.

O que muita gente não sabe, porém, é que esse tipo de golpe, além de manipular vídeos com celebridades e políticos famosos, também prejudica empresas e cidadãos
comuns, que podem ser envolvidos em fraudes de identidade e extorsões.

“Deep fake pode ser definida como a criação de vídeos e áudios falsos por meio de inteligência artificial”, explica um especialista de segurança cibernética e fraude. A
prática costuma utilizar um vídeo de referência e a face (ou corpo) de outra pessoa, que não fazia parte do vídeo original. Criam-se áudios falsos, fazendo a inteligência
artificial aprender como uma pessoa fala e, a partir daí, obter uma montagem com outras falas, inclusive alterando os lábios para acompanhar as palavras que são ditas.

Esse processo vem evoluindo rapidamente, tornando cada vez mais difícil a sua identificação. Isso ocorre porque as novas redes neurais (sistemas de computação que
funcionam como neurônios do cérebro humano), a evolução da capacidade de processamento e a redução de custos da computação em nuvem têm facilitado o acesso a
essa tecnologia, contribuindo para aumentar a qualidade dos vídeos.

No entanto, os criminosos não precisam de tanto conhecimento e tecnologia para aplicar seus golpes.

Isso porque deep fakes criadas para serem distribuídas por apps de mensagens não exigem tanta qualidade. O perigo é que, para o cidadão comum, a deep fake pode
ser o ponto de partida para uma fraude financeira, entre outros problemas.

A recomendação para pessoas físicas se protegerem é diminuir a exposição de fotos com rostos e vídeos pessoais na internet. “As redes sociais devem se manter
configuradas como privadas, já que fotos, áudios ou vídeos disponíveis publicamente podem ser utilizados para alimentar a inteligência artificial e engendrar deep fakes.”

Além disso, ao receber um vídeo suspeito, observe se o rosto e os lábios da pessoa se movem em conjunto com o que ela diz. Preste atenção se a fala parece contínua
ou se em algum momento apresenta cortes entre uma palavra e outra. E considere o contexto — ainda que tecnicamente o vídeo esteja muito bem manipulado, avalie se
faz sentido que aquela pessoa diga o que parece dizer naquele momento.

Disponível em: https://estudio.folha.uol.com.br/unico. Acesso em: 20 out. 2022. Adaptado.

De acordo com a norma-padrão da língua portuguesa, o emprego da vírgula está correto em:
a) Os produtos comercializados nos mercados deverão apresentar embalagens adaptadas em seus rótulos até o próximo ano atendendo, à expectativa do cliente na
busca de uma dieta saudável.
b) A tabela de informação nutricional, passará a conter informações gráficas nítidas e legíveis com o objetivo de preservar a compreensão das informações.
c) As indústrias alimentícias estão sendo obrigadas, pelos órgãos fiscalizadores a se adequarem à legislação em vigor para que não sejam multadas.
d) A partir da promulgação de lei no próximo ano, os rótulos de alimentos e bebidas deverão esclarecer os consumidores sobre a existência de substâncias
alergênicas.
e) Vários economistas recomendam, que os consumidores tenham precaução ao utilizar seus cartões de crédito devido à possibilidade de aumentarem seu
endividamento.

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Língua Portuguesa (Português) - Pontuação (Ponto, Vírgula, Travessão, Aspas, Parênteses, etc)
59) Pix: é o fim do dinheiro em espécie?

O Pix muda a forma como realizamos transações financeiras. Representará realmente o fim do DOC e da TED? O boleto bancário está ainda mais ameaçado de extinção?
E o velho cheque vai resistir a esses novos tempos?

Abrangente como é, o Pix pode reduzir ou acabar com a circulação das notas de real? Essa é uma pergunta sem resposta fácil. O fato é que o avanço das transações
financeiras eletrônicas, em detrimento do uso do dinheiro em papel, pode ser benéfico para o Brasil, em vários sentidos. O Pix tem tudo para ser o empurrãozinho que
nos falta para chegarmos a esse cenário.

E por que o dinheiro em espécie resiste? Talvez você esteja entre aqueles que compram no supermercado com cartão de crédito ou usam QR Code para pagar a farmácia.
Mas a feira da semana e os churros na esquina você paga com “dinheiro vivo”, certo? Um dos fatores que escoram a circulação de papel-moeda no Brasil é a
informalidade.

Atrelada a isso está a situação dos desbancarizados. A dificuldade que muita gente teve para receber o auxílio emergencial, durante a pandemia, jogou luz sobre um
problema notado há tempos: a enorme quantidade de brasileiros que não têm acesso a serviços bancários. O pouco de dinheiro que entra no orçamento dessas pessoas
precisa ser gasto rapidamente para subsistência.

Não há base financeira suficiente para justificar movimentações bancárias. Também pesa para o time dos “sem-banco” o baixo nível de educação ou a falta de
familiaridade com a tecnologia.

O fator cultural também favorece a circulação do dinheiro em espécie. É provável que você conheça alguém que, mesmo tendo boa renda, prefere pagar boletos ou
receber pagamentos com cédulas simplesmente por estar acostumado a elas. Para muita gente que faz parte dessa turma, dinheiro vivo é dinheiro recebido ou pago na
hora. Não é preciso esperar a TED cair ou o dia virar para o boleto ser compensado. Isso pesa mais do que a conveniência de se livrar da fila da lotérica.

Embora o Brasil tenha um sistema bancário que suporta vários tipos de transações, o país estava ficando para trás no que diz respeito a pagamentos instantâneos. O Pix
veio para preencher essa lacuna.

A modalidade permite transações em qualquer horário e dia, incluindo finais de semana e feriados.

Essa característica, por si só, já é capaz de mudar a forma como lidamos com o dinheiro, pois implica envio ou recebimento imediato: as transações via Pix são concluídas
rapidamente.

É o fim do papel-moeda? Não é tão simples assim. O Pix não foi idealizado com o propósito exclusivo de acabar com os meios de pagamento e transferência atuais, muito
menos com o papelmoeda, mas para fazer o sistema financeiro do Brasil evoluir e ficar mais competitivo.
Apesar disso, não é exagero esperar que, à medida que a população incorpore o sistema à sua rotina, o uso de DOC, TED, boletos e cartões caia. Eventualmente, algum
desses meios poderá ser descontinuado, mas isso não acontecerá tão cedo — vide o exemplo do cheque, que não “morreu” com a chegada do cartão.

No caso das cédulas, especialistas do mercado financeiro apontam para uma diminuição de circulação, mas não para um futuro próximo em que o papel-moeda deixará
de existir. Para que esse cenário se torne realidade, é necessário, sobretudo, atacar a desbancarização. O medo ou a pouca familiaridade com a tecnologia podem ser
obstáculos, mas o Pix é tão interessante para o país que o próprio comércio incentiva o público mais resistente a aderir a ele.

ALECRIM, E. Disponível em: https://tecnoblog.net/especiais/ pix-fim-dinheiro-especie-


brasil/. Publicado em novembro de 2020. Acesso em: 2 dez. 2022. Adaptado.

O emprego da vírgula está plenamente observado, de acordo com as exigências da norma-padrão da língua portuguesa, em:
a) A implantação do Pix trouxe novidades importantes para os usuários que em outra época, não conseguiam pagar suas contas com tanta facilidade.
b) A utilização de cheques por pessoas que possuem contas bancárias tem apresentado uma redução quantitativa por ser um instrumento, pouco confiável e
facilmente falsificado.
c) Na aprovação da abertura de novas contas é importante, diagnosticar o público considerado vulnerável por ser composto por pessoas ou famílias que estão em
processo de exclusão social.
d) No caso de ocorrerem roubo e perda do cartão de crédito, a primeira providência é comunicar o fato à administradora do cartão e pedir o seu bloqueio ou
cancelamento.
e) O comportamento dos funcionários de uma instituição, seja ela particular ou pública requer um cuidado permanente para identificar pontos fortes e fracos no
relacionamento com o público.

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CESGRANRIO - Esc BB/BB/Agente de Tecnologia/2023


Língua Portuguesa (Português) - Pontuação (Ponto, Vírgula, Travessão, Aspas, Parênteses, etc)
60) Empreendedorismo social: um caminho para quem quer mudar o mundo

Ainda que não exista uma concepção única sobre o empreendedorismo social, de forma geral, o conceito está relacionado ao ato de empreender ou inovar com o objetivo
de alavancar causas sociais e ambientais. A meta é transformar uma realidade, promover o bem-estar da sociedade e agregar valor com cunho social.

Um empreendedor social produz bens e serviços que irão impactar positivamente a comunidade em que ele está inserido e solucionar algum problema ou necessidade
daquele grupo. Apesar de poder ter retorno financeiro, os empreendimentos sociais analisam seu desempenho a partir do impacto social gerado por sua atuação.

Vale ressaltar que, apesar de apresentarem muitas similaridades, empreendedorismo social e negócio social não são sinônimos. O empreendedorismo social cria valor por
meio da inovação, que gera uma transformação social. O foco não é o retorno financeiro, mas a resolução de problemas sociais e o impacto positivo. Enquanto isso, os
negócios sociais seguem a lógica tradicional do mercado, porém com a ambição de gerar valor social.

Cinco características também são essenciais para a iniciativa: ser inovadora; realizável; autossustentável; contar com a participação de diversos segmentos da sociedade,
incluindo as pessoas impactadas; e promover impacto social com resultados mensuráveis.

Quem tem interesse de atuar nessa área precisa trabalhar em grupo e formar parcerias, saber lidar bem com as pessoas e buscar formas de trazer resultados de impacto
social.
Além disso, o profissional precisa ter flexibilidade e vontade de explorar, pois é possível que ele acabe exercendo um papel que não seja necessariamente na sua área de
formação, ou que sua atuação se transforme rapidamente, por conta do dinamismo e das necessidades do negócio.

MENDES, T. Empreendedorismo social: um caminho para quem quer mudar o mundo. Na prática, 7 jul. 2022.
Disponível em: https://www.napratica.org.br/empreendedorismo-social/. Acesso em: 2 set. 2022. Adaptado.

O emprego da vírgula atende às exigências da norma-padrão da língua portuguesa em:

a) A execução de novas tarefas em um supermercado, envolve a disposição dos funcionários de aceitarem as mudanças propostas pelo RH.
b) Ao consultar os fornecedores de produtos para suas lojas, os responsáveis por esse departamento devem ser cuidadosos.
c) A escolha do funcionário para proferir uma palestra em nome da empresa, compete à administração da instituição.
d) O profissional interessado em mudanças na sua área de atuação deve estudar, com antecedência as suas possibilidades de crescimento.
e) Para desenvolver projetos cabe ao gerente da organização, a iniciativa de implementar novas técnicas à disposição dos empreendedores.

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CESGRANRIO - ATA (AgeRIO)/AgeRIO/2023


Língua Portuguesa (Português) - Pontuação (Ponto, Vírgula, Travessão, Aspas, Parênteses, etc)
61) O emprego da vírgula está plenamente de acordo com a norma-padrão no seguinte período:

a) A agricultura depende, de serviços para combater pragas e manter a disponibilidade de água.


b) A água é uma das maiores dádivas, que o planeta nos concede e um dos recursos naturais mais lembrados quando se considera o futuro da humanidade.
c) Apesar de nosso país apresentar inúmeros atrativos naturais, a maioria das áreas de proteção ambiental ainda precisa cuidar da infraestrutura básica.
d) O Brasil tem a maior diversidade, de todas as partes do planeta Terra onde existe ou pode existir vida e ampla variedade de paisagens.
e) O fato de que devemos nos preocupar com o meio ambiente e economizar água deixou de ser, há muito tempo um simples conceito.

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CESGRANRIO - Aux Sau (TRANSPETRO)/TRANSPETRO/2023


Língua Portuguesa (Português) - Pontuação (Ponto, Vírgula, Travessão, Aspas, Parênteses, etc)
62) Lixo nos mares

Os oceanos sofrem os efeitos das atividades humanas há milênios. Dejetos e resíduos orgânicos e inorgânicos gerados por essas atividades são levados para o mar por
ventos, chuvas e rios, ou despejados diretamente ali. Os oceanos suportam toda essa sobrecarga? A resposta vem de análises que constatam sérios danos aos
ecossistemas oceânicos: o lixo marinho, portanto, já é um grave problema ambiental.

O lixo de origem humana que entra no mar está presente nas imagens, hoje comuns, de animais emaranhados em materiais de todo tipo ou que ingeriram ou sufocaram
com diferentes itens. Também é conhecida a imensa mancha de lixo que se acumula no chamado “giro” do oceano Pacífico Norte – os giros, existentes em todos os
oceanos, são áreas em torno das quais se deslocam as correntes marinhas. Nas zonas centrais desses giros, as correntes têm baixa intensidade e quase não há ventos.
Os resíduos que chegam ali ficam retidos e se acumulam, gerando enormes “lixões” oceânicos.

Detritos orgânicos (vegetais, animais, fezes e restos de alimento) não são considerados lixo marinho, porque em geral se decompõem rapidamente e se tornam nutrientes
e alimentos para outros organismos. As fontes do lixo oceânico são comumente classificadas como “marinhas” (descartes por embarcações e plataformas de petróleo e
gás) e “terrestres” (depósitos e descartes incorretos feitos em terra e levados para os rios pelas chuvas e daí para o mar, onde também chegam carregados pelo vento e
até pelo gelo).

Apesar do sensacionalismo em torno desse tema, o estudo do lixo marinho tem bases científicas e envolve, em todo o mundo, cada vez mais pesquisadores e tomadores
de decisão. Todos engajados na luta pela diminuição desse problema social e ambiental.

Os impactos ligados à presença do lixo no mar começaram a ser observados a partir da década de 1950, mas somente em 1975 foi definido o termo “lixo marinho”, hoje
consagrado. Essa definição, da Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos, diz que é lixo marinho todo material sólido de origem humana descartado nos oceanos
ou que os atinge por rios, córregos, esgotos e descargas domésticas e industriais.

O número de publicações mundiais, científicas e não científicas, sobre lixo marinho começou a aumentar a partir da década de 1980. Esse aumento se deve a três
processos: 1) a contínua e crescente substituição, em vários tipos de utensílios, de materiais naturais pelos sintéticos – estes, como o plástico, resistem por mais tempo à
degradação no ambiente marinho e tendem a se acumular; 2) o baixo custo dos materiais sintéticos, que não incentiva sua reciclagem e favorece o descarte no ambiente
e 3) o aumento, na zona costeira, do número de habitantes e embarcações, que podem contribuir para o descarte de lixo no ambiente marinho.

Mas como evitar que o “lixo nosso de cada dia” chegue ao mar? E como retirar o que já está lá? É nesse ponto que a conservação marinha e a gestão de resíduos sólidos
se encontram e se complementam.

Em 2013, realizou-se no Brasil a IV Conferência Nacional de Meio Ambiente, que formalizou 60 propostas sobre o meio ambiente. Duas enfocam o lixo marinho: a
primeira está ligada à redução de impactos ambientais e a segunda é ligada à educação ambiental, com campanhas educativas de sensibilização sobre as consequências
da disposição incorreta do lixo, com ênfase no ambiente marinho e nos danos causados à população humana.

OLIVEIRA, A. et al. Revista Ciência Hoje, n. 313, v. 53. Rio de Janeiro: SBPC. Abril 2014. Adaptado.

O emprego da vírgula está plenamente de acordo com as exigências da norma-padrão da língua portuguesa em:
a) A conscientização sobre reciclagem e reutilização de plástico é muito importante porque o descarte correto desse lixo, é essencial para a saúde do oceano em
todas as partes do mundo.
b) A contribuição da população para manter a limpeza nas praias, é fundamental para que as águas do mar não carreguem sujeira que prejudique a natureza.
c) O lixo nos mares devido aos imensos transtornos por ele causado, apresenta consequências mortais para os animais que ali vivem e ingerem materiais
prejudiciais a sua saúde.
d) O plástico, em função de sua enorme durabilidade na natureza, é um dos produtos mais poluentes criados pelo homem.
e) O Brasil signatário da Convenção Internacional para a Prevenção da Poluição Causada por Navios, assumiu o compromisso para atingir metas relativas à
preservação da vida abaixo d’água.

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CESGRANRIO - Seg Of (TRANSPETRO)/TRANSPETRO/Máquinas/2023


Língua Portuguesa (Português) - Pontuação (Ponto, Vírgula, Travessão, Aspas, Parênteses, etc)
63) O afogado mais bonito do mundo

Sou antropófago. Devoro livros. Quem me ensinou foi Murilo Mendes: livros são feitos com a carne e o sangue dos que os escreveram. Os hábitos de antropófago
determinam a maneira como escolho livros. Só leio livros escritos com sangue. Depois que os devoro, deixam de pertencer ao autor.a São meus porque circulam na minha
carne e no meu sangue.

É o caso do conto “O Afogado Mais Bonito do Mundo”, de Gabriel García Márquez. Ele escreveu. Eu li e devorei. Agora é meu. Eu o reconto.

É sobre uma vila de pescadores perdida em nenhum lugar, o enfado misturado com o ar, cada novo dia já nascendo velho, as mesmas palavras ocas, os mesmos gestos
vazios, os mesmos corpos opacos, a excitação do amor sendo algo de que ninguém mais se lembrava...

Aconteceu que, num dia como todos os outros, um menino viu uma forma estranha flutuando longe no marb. E ele gritou. Todos correram. Num lugar como aquele até
uma forma estranha é motivo de festa. E ali ficaram na praia, olhando, esperando. Até que o mar, sem pressa, trouxe a coisa e a colocou na areia, para o
desapontamento de todos: era um homem morto.

Todos os homens mortos são parecidos porque há apenas uma coisa a se fazer com eles: enterrar. E, naquela vila, o costume era que as mulheres preparassem os mortos
para o sepultamento. Assim, carregaram o cadáver para uma casa, as mulheres dentro, os homens fora. E o silêncio era grande enquanto o limpavam das algas e liquens,
mortalhas verdes do mar.c

Mas, repentinamente, uma voz quebrou o silêncio. Uma mulher balbuciou: “Se ele tivesse vivido entre nós, ele teria de ter curvado a cabeça sempre ao entrar em nossas
casas.d Ele é muito alto...”.

Todas as mulheres, sérias e silenciosas, fizeram sim com a cabeça.e

De novo o silêncio foi profundo, até que uma outra voz foi ouvida. Outra mulher... “Fico pensando em como teria sido a sua voz... Como o sussurro da brisa? Como o
trovão das ondas? Será que ele conhecia aquela palavra secreta que, quando pronunciada, faz com que uma mulher apanhe uma flor e a coloque no cabelo?” E elas
sorriram e olharam umas para as outras.

De novo o silêncio. E, de novo, a voz de outra mulher... “Essas mãos... Como são grandes! Que será que fizeram? Brincaram com crianças? Navegaram mares? Travaram
batalhas? Construíram casas? Essas mãos: será que elas sabiam deslizar sobre o rosto de uma mulher, será que elas sabiam abraçar e acariciar o seu corpo?”

Aí todas elas riram que riram, suas faces vermelhas, e se surpreenderam ao perceber que o enterro estava se transformando numa ressurreição: sonhos esquecidos, que
pensavam mortos, retornavam, cinzas virando fogo, os corpos vivos de novo e os rostos opacos brilhando com a luz da alegria.

Os maridos, de fora, observavam o que estava acontecendo e ficaram com ciúmes do afogado, ao perceberem que um morto tinha um poder que eles mesmos não
tinham mais. E pensaram nos sonhos que nunca haviam tido, nos poemas que nunca haviam escrito, nos mares que nunca tinham navegado, nas mulheres que nunca
haviam desejado.

A história termina dizendo que finalmente enterraram o morto. Mas a aldeia nunca mais foi a mesma.

ALVES, R. Sobre como da morte brota a vida. F. de São Paulo.


Cotidiano. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br. Acesso em: 20 abr. 2023. Adaptado.

O trecho do texto em que a vírgula tem a mesma função dos dois pontos empregados em “Todos os homens mortos são parecidos porque há apenas uma coisa a se fazer
com eles: enterrar” é:
a) “Depois que os devoro, deixam de pertencer ao autor.”
b) “Aconteceu que, num dia como todos os outros, um menino viu uma forma estranha flutuando longe no mar.”
c) “E o silêncio era grande enquanto o limpavam das algas e liquens, mortalhas verdes do mar.”
d) “Se ele tivesse vivido entre nós, ele teria de ter curvado a cabeça sempre ao entrar em nossas casas.”
e) “Todas as mulheres, sérias e silenciosas, fizeram sim com a cabeça.”

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Língua Portuguesa (Português) - Pontuação (Ponto, Vírgula, Travessão, Aspas, Parênteses, etc)
64) Brasil, paraíso dos agrotóxicos

O Brasil vive um drama: ao acordar do sonho de uma economia agrária pujante, o país desperta para o pesadelo de ser, pelo quinto ano consecutivo, o maior consumidor
de agrotóxicos do planeta. Balança comercial tinindo; agricultura a todo vapor. Mas quanto custa, por exemplo, uma saca de milho, soja ou algodão? Será que o preço de
tais commodities – que há tempos são o motor de uma economia primária à la colonialismo moderno – compensa os prejuízos sociais e ambientais negligenciados nos
cálculos do comércio internacional?
“Pergunta difícil”, diz o economista Wagner Soares, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A Bolsa de Chicago define o preço da soja; mas não considera
que, para se produzir cada saca, são aplicadas generosas doses de agrotóxicos que permanecem no ambiente natural – e no ser humano – por anos ou mesmo décadas.
“Ao final das contas, quem paga pela intoxicação dos trabalhadores e pela contaminação ambiental é a sociedade”, afirma Soares. Em seu melhor economês, ele garante
que as “externalidades negativas” de nosso modelo agrário continuam de fora dos cálculos.

Segundo o economista do IBGE, que estudou propriedades rurais no Paraná, cada dólar gasto na compra de agrotóxicos pode custar aos cofres públicos 1,28 dólar em
futuros gastos com a saúde de camponeses intoxicados. Mas este é um valor subestimado. Afinal, Soares contabilizou apenas os custos referentes a intoxicações agudas.
Levando-se em conta os casos crônicos, acrescidos da contaminação ambiental difusa nos ecossistemas, os prejuízos podem atingir cifras assustadoramente maiores.
“Estamos há décadas inseridos nesse modelo agrário, e estudos mensurando seus reais custos socioambientais são raros ou inexistentes”, diz.

Seja na agricultura familiar, seja nas grandes propriedades rurais, “os impactos dos agrotóxicos na saúde pública abrangem vastos territórios e envolvem diferentes
grupos populacionais”, afirma dossiê publicado pela Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), entidade que reúne pesquisadores de diversas universidades do
país.

Não são apenas agricultores e suas famílias que integram grupos de risco. Todos os milhares de profissionais envolvidos no comércio e na manipulação dessas
substâncias são potenciais vítimas. E, além deles, “todos nós, diariamente, a cada refeição, ingerimos princípios ativos de agrotóxicos em nossos alimentos”, garante uma
médica da Universidade Federal do Ceará (UFC). “Hoje, todo mundo come veneno”, afirma um agricultor.

Produtores e especialistas alinhados ao modelo convencional de produção agrícola insistem: sem agrotóxicos seria impossível alimentar uma população mundial em
constante expansão. Esses venenos seriam, portanto, um mal necessário, de acordo com esses produtores. Agricultores garantem que não há nenhuma dificuldade em
produzir alimentos orgânicos, sem agrotóxicos, para alimentar a população. Segundo eles, “a humanidade domina a agricultura há pelo menos 10 mil anos, e o modelo
imposto no século 20 vem apagando a herança e o acúmulo de conhecimento dos métodos tradicionais.”

Mas a pergunta que não quer calar é: será que um modelo dito “alternativo” teria potencial para alimentar uma população que, até 2050, deverá chegar a 9 bilhões?
Certamente tem muito mais potencial do que o agronegócio que, hoje, não dá conta nem de alimentar 7 bilhões, retrucam estudiosos. Sistemas de produção
descentralizados têm muito mais condições de produzir e distribuir alimentos em quantidade e qualidade. Precisamos de outra estrutura agrária – baseada em
propriedades menores, com produção diversificada, privilegiando mercados locais e contemplando a conservação da biodiversidade. A engenheira agrônoma Flávia
Londres assina embaixo e defende que “Monoculturas são grandes desertos verdes. A agroecologia, portanto, requer uma mudança paradigmática no modelo agrário, que
resultaria, na verdade, em uma mudança cultural”.

KUGLER, H. Revista Ciência Hoje, n. 296, v. 50. RJ: SBPC. set. 2012. Adaptado.

O emprego da vírgula está plenamente de acordo com as exigências da norma-padrão da língua portuguesa em:

a) A enorme quantidade de agrotóxicos empregados, para exterminar pragas nas plantações contamina as águas e os solos de toda a região.
b) A função dos agrotóxicos de acordo com os produtores, é reduzir a quantidade de pragas e facilitar a vida do agricultor para que ele tenha seus lucros
garantidos.
c) A presença de pragas nos alimentos, pode sofrer uma grande redução se for possível dar preferência a alimentos cozidos ao invés de in natura.
d) Estudos realizados em várias partes do mundo têm provado que os alimentos orgânicos, sem uso de fertilizantes químicos, respeitam a saúde dos trabalhadores
e dos consumidores.
e) O depoimento de especialistas que estudam meios de melhorar a produção agrícola, revela que o extermínio de pragas na lavoura tem sido realizado de forma
inadequada.

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CESGRANRIO - Tec Ban (BASA)/BASA/2022


Língua Portuguesa (Português) - Pontuação (Ponto, Vírgula, Travessão, Aspas, Parênteses, etc)
65) “Maior fronteira agrícola do mundo
está no bioma amazônico”,
diz pesquisador da Embrapa

O Brasil é um dos poucos países no mundo com a possibilidade de ampliar áreas com a agropecuária. De fato, um estudo da ONU mostra que o país será o grande
responsável por produzir os alimentos necessários para atender os mais de 9 bilhões de pessoas que habitarão o planeta em 2050. De acordo com pesquisadores da
Embrapa, a região possui potencial e áreas para ampliação sustentável da agricultura. Portanto, a responsabilidade do agricultor brasileiro é muito grande.

A região amazônica se mostra promissora para a agricultura, pois ela é rica em um insumo fundamental, a água. Estados como Rondônia e Acre têm municípios que
recebem até 2.800 milímetros de chuvas por ano. E isso proporciona a qualidade e a possibilidade de semear mais de uma cultura por ano.

Entretanto, as críticas internacionais, quanto ao uso e à ampliação da agricultura na região amazônica, são um limitante para a exploração dessas áreas. Para cada nova
área aberta para a agricultura, parte deveria ser obrigatoriamente destinada à preservação ambiental, segundo as exigências dos países que compram nossos produtos
agrícolas.

POPOV, Daniel. Canal Rural. Disponível em:


https://www.canalrural. com.br/projeto-soja-brasil/noticia/
maior-fronteira-agricola- -mundo-amazonia-embrapa/. 19 set. 2019. Acesso em: 30 nov. 2021. Adaptado.

De acordo com a norma-padrão da língua portuguesa, o emprego adequado da vírgula está plenamente atendido em:
a) A criação de animais para a produção de alimentos, é de grande importância para o sustento de milhares de famílias.
b) A floresta Amazônica, apesar de parecer homogênea, possui muitas diferenças na sua vegetação.
c) A melhor maneira de proteger as povoações situadas nas margens dos rios, é procurar soluções que impeçam o comércio ilegal.
d) O estado do Amazonas apresenta, a maior população indígena do Brasil com aproximadamente trinta mil habitantes.
e) O número de estudiosos preocupados com o futuro do planeta, aumentou devido ao aquecimento global.

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Língua Portuguesa (Português) - Pontuação (Ponto, Vírgula, Travessão, Aspas, Parênteses, etc)
66) Uma cena

É de manhã. Não num lugar qualquer, mas no Rio. E não numa época qualquer, mas no outono. Outono no Rio. O ar é fino, quase frio, as pedras portuguesas da calçada
estão úmidas. No alto, o céu já é de um azul escandaloso, mas o sol oblíquo ainda não conseguiu vencer os prédios e arrasta seus raios pelo mar, pelas praias, por cima
das montanhas, longe dali. Não chegou à rua. E, naquele trecho, onde as amendoeiras trançam suas copas, ainda é quase madrugada.

Mesmo assim, ela já está lá – como se à espera do sol.

É uma senhora de cabelos muito brancos, sentada em sua cadeira, na calçada. Na rua tranquila, de pouco movimento, não passa quase ninguém a essa hora, tão de
manhãzinha. Nem carros, nem pessoas. O que há mais é o movimento dos porteiros e dos pássaros. Os primeiros, com suas vassouras e mangueiras, conversando sobre
o futebol da véspera. Os segundos, cantando – dentro ou fora das gaiolas.

Mas, mesmo com tão pouco movimento, a senhora já está sentada muito ereta, com seu vestido estampado, de corte simples, suas sandálias. Tem o olhar atento, o
sorriso pronto a cumprimentar quem surja. No braço da cadeira de plástico branco, sua mão repousa, mas também parece pronta a erguer -se num aceno, quando
alguém passar.

É uma cena bonita, eu acho. Cena que se repete todos os dias. Parece coisa de antigamente.

Parece. Não fosse por um detalhe. A senhora, sentada placidamente em sua cadeira na calçada, observando as manhãs, está atrás das grades.

Meu irmão, que foi morar fora do Brasil e ficou 15 anos sem vir aqui, ao voltar só teve um choque: as grades. Nada mais o impressionou, tudo ele achou normal. Fez
comentários vagos sobre as árvores crescidas no Aterro, sobre o excesso de gente e carros, tudo sem muita ênfase. Mas e essas grades, me perguntou, por que todas
essas grades? E eu, espantada com seu espanto, eu que de certa forma já me acostumara à paisagem gradeada, fiquei sem saber o que dizer.

Penso nisso agora, ao passar pela rua e ver aquela senhora. Todos os dias, o porteiro coloca ali a cadeira para que ela se sente, junto ao jardim, em frente à portaria, por
trás da proteção do gradil pintado com tinta cor de cobre. E essa cena tão singela, de sabor tão antigo, se desenrola assim, por trás de barras de ferro, que mesmo sendo
de alumínio para não enferrujar são de um ferro simbólico, que prende, constrange, restringe.

Eu, da calçada, vejo-a sempre por entre as tiras verticais de metal, sua figura frágil me fazendo lembrar os passarinhos que os porteiros guardam nas gaiolas, pendurados
nas árvores.

SEIXAS, Heloisa. Contos mínimos. Rio de Janeiro: Record, 2001.

De acordo com a norma-padrão da língua portuguesa, o emprego adequado da vírgula está plenamente atendido em:

a) O outono que o Rio nos oferece, tem um ar fino, quase frio.


b) Uma senhora de cabelos muito brancos, ficava sentada, em uma cadeira.
c) Ele se incomodou, com as grades do Rio.
d) Todos os dias que passo pelo Aterro vejo, as árvores cada vez mais crescidas.
e) O porteiro, que prende passarinhos em gaiolas, não vê que o outono fica mais lindo quando estamos livres.

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CESGRANRIO - PNMO (ELETRONUCLEAR)/ELETRONUCLEAR/Especialista em Proteção Radiológica/2022


Língua Portuguesa (Português) - Pontuação (Ponto, Vírgula, Travessão, Aspas, Parênteses, etc)
67) Texto

Maria José
Paulo Mendes Campos

Faz um ano que Maria José morreu. Era meiga quase sempre, violenta quando necessário. Eu era menino e apanhava de um companheiro maior, quando ela me gritou da
sacada se eu não via a pedra que marcava o gol. Dei uma pedrada no outro e acabei com a briga por milagre.

Visitava os miseráveis, internava indigentes enfermos, devotava-se ao alívio de misérias físicas e morais do próximo, estudava o mistério teológico, exigia sempre o mais
difícil de si mesma, comungava todos os dias, ingressou na Ordem Terceira de São Francisco. Mas nunca deixou de ter na gaveta o revólver que havia recebido, menina-
e-moça, das mãos do pai, e que empunhou no quintal noturno, perseguindo um ladrão, para espanto de meus cinco anos.

Já perto dos setenta anos, ela explicava para um amigo meu que tinha chegado à humildade da velhice; já não se importava com quem tentasse ofendê-la, mas
conservava o revólver para a defesa dos filhos e dos netos.

Tratou-me com a dureza e o carinho que mereciam a rebeldia e o verdor da minha meninice. Ensinou- me a ler as primeiras sentenças; me falava do Cura d’Ars e nos dois
Franciscos, o de Sales e o de Assis; apresentou-me aos contos de Edgar Poe e aos poemas de Baudelaire; dizia-me sorrindo versos de Antônio Nobre que havia decorado
quando menina; discutia comigo as ideias finais de Tolstoi; escutava maternalmente meus contos toscos. Quando me desgarrei nos primeiros envolvimentos adolescentes,
Maria José, com irônico afeto, me repetia a advertência de Drummond: “Paulo, sossegue, o amor é isso que você está vendo: hoje beija, amanhã não beija, depois de
amanhã é domingo e segunda-feira ninguém sabe o que será”.

Logo que me fiz homenzinho, deixou a dureza e se fez minha amiga: nada me perguntava, adivinhava tudo.

Terna e firme, nunca lhe vi a fraqueza da pieguice. Com o gosto espontâneo da qualidade das coisas, renunciou às vaidades mais singelas. Sensível, alegre, aprendeu a
encarar o sofrimento de olhos lúcidos. Fiel à disciplina religiosa, compreendia celestialmente as almas que perdiam o rumo. Fé, Esperança e Caridade eram para ela a
flecha e o alvo das criaturas.

Tornara-se tão íntima da substância terrestre – a dor – que se fazia difícil para o médico saber o que sentia; acabava dizendo que doía um pouco, por delicadeza.

Capaz de longos jejuns e abstinências, já no final da vida, podia acompanhar um casal amigo a Copacabana, passar do bar da moda ao restaurante diferente, beber dois
cafés ou três uísques em santa serenidade e aceitar com alegria o prato exótico.

Gostava das pessoas erradas, consumidas de paixão, admirava São Paulo e Santo Agostinho, acreditava que era preciso se fazer violência para entrar no reino celeste.
Poucas horas antes de morrer, pediu um conhaque e sorriu, destemida e doce, como quem vai partir para o céu. Santificara-se. Deus era o dia e a noite de seu coração, o
Pai, a piedade, o fogo do espírito. Perdi quem me amava e perdoava, quem me encomendava à compaixão do Criador e me defendia contra o mundo de revólver na mão.

Disponível em: https://cronicabrasileira.org.br/cronicas/7173/maria- jose. Acesso em: 05 fev. 2022.

Considerando-se o emprego da vírgula, a frase que está de acordo com o padrão formal escrito da língua é

a) Eu que era frágil, sentia-me seguro, em sua presença.


b) Todos os dias, Maria José lia poemas para seu filho.
c) Seu desejo, era sempre, estar por perto para me proteger.
d) Maria José era uma mulher terna e, ao mesmo tempo firme.
e) Nem ela, nem o médico, nem eu, esperávamos aquele desfecho, triste.

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CESGRANRIO - Esc BB/BB/Agente Comercial/2021


Língua Portuguesa (Português) - Pontuação (Ponto, Vírgula, Travessão, Aspas, Parênteses, etc)
68) A palavra salário vem mesmo de “sal”?

Vem. A explicação mais popular diz que os soldados da Roma Antiga recebiam seu ordenado na forma de sal. Faz sentido. O dinheiro como o conhecemos surgiu no
século 7 a.C., na forma de discos de metal precioso (moedas), e só foi adotado em Roma 300 anos depois.

Antes disso, o que fazia o papel de dinheiro eram itens não perecíveis e que tinham demanda garantida: barras de cobre (fundamentais para a fabricação de armas),
sacas de grãos, pepitas de ouro (metal favorito para ostentar como enfeite), prata (o ouro de segunda divisão) e, sim, o sal.

Num mundo sem geladeiras, o cloreto de sódio era o que garantia a preservação da carne. A demanda por ele, então, tendia ao infinito. Ter barras de sal em casa
funcionava como poupança. Você poderia trocá-las pelo que quisesse, a qualquer momento.

As moedas, bem mais portáteis, acabariam se tornando o grande meio universal de troca – seja em Roma, seja em qualquer outro lugar. Mas a palavra “salário” segue
viva, como um fóssil etimológico.

Só há um detalhe: não há evidência de que soldados romanos recebiam mesmo um ordenado na forma de sal. Roma não tinha um exército profissional no século 4 a.C. A
força militar da época era formada por cidadãos comuns, que abandonavam seus afazeres voluntariamente para lutar em tempos de guerra (questão de sobrevivência).

A ideia de que havia pagamentos na forma de sal vem do historiador Plínio, o Velho (um contemporâneo de Jesus Cristo). Ele escreveu o seguinte: “Sal era uma das
honrarias que os soldados recebiam após batalhas bem-sucedidas. Daí vem nossa palavra salarium.” Ou seja: o sal era um bônus para voluntários, não um salário para
valer. Quando Roma passou a ter uma força militar profissional e permanente, no século 3 a.C., o soldo já era mesmo pago na forma de moedas.

VERSIGNASSI, A. A palavra salário vem mesmo de “sal”


VC S/A, São Paulo: Abril, p. 67, Jun. 2021. Adaptado.

O período em que o sinal de dois pontos é empregado para introduzir uma enumeração, como no trecho que segue “demanda garantida” (parágrafo 2), é:
a) A remuneração faz parte do conjunto de ganhos de um prestador de serviço; ou seja: todos os ganhos auferidos pela pessoa compõem sua remuneração.
b) As horas extras, o vale-transporte e o plano de saúde podem fazer parte da remuneração: muitos trabalhadores escolhem seus empregos com base nessas
vantagens.
c) O gerente informou aos candidatos como seria a remuneração pelos serviços: “O valor mensal vai depender de diversos itens, a serem combinados.”
d) Muitos itens já fizeram papel de dinheiro: o sal, usado até hoje por tribos da Etiópia, a cachaça, utilizada no Brasil colonial, e o bacalhau, antes usado na
Escandinávia.
e) O tabaco também já foi usado como moeda de troca: no século XVIII, o estado americano de Virginia adotou esse método.

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CESGRANRIO - TBN (CEF)/CEF/"Sem Área"/2021


Língua Portuguesa (Português) - Pontuação (Ponto, Vírgula, Travessão, Aspas, Parênteses, etc)
69) Relacionamento com o dinheiro

Desde cedo, começamos a lidar com uma série de situações ligadas ao dinheiro. Para tirar melhor proveito do seu dinheiro, é muito importante saber como utilizá-lo da
forma mais favorável a você. O aprendizado e a aplicação de conhecimentos práticos de educação financeira podem contribuir para melhorar a gestão de nossas finanças
pessoais, tornando nossas vidas mais tranquilas e equilibradas sob o ponto de vista financeiro.

Se pararmos para pensar, estamos sujeitos a um mundo financeiro muito mais complexo que o das gerações anteriores. No entanto, o nível de educação financeira da
população não acompanhou esse aumento de complexidade. A ausência de educação financeira, aliada à facilidade de acesso ao crédito, tem levado muitas pessoas ao
endividamento excessivo, privando-as de parte de sua renda em função do pagamento de prestações mensais que reduzem suas capacidades de consumir produtos que
lhes trariam satisfação.

Infelizmente, não faz parte do cotidiano da maioria das pessoas buscar informações que as auxiliem na gestão de suas finanças. Para agravar essa situação, não há uma
cultura coletiva, ou seja, uma preocupação da sociedade organizada em torno do tema. Nas escolas, pouco ou nada é falado sobre o assunto. As empresas, não
compreendendo a importância de ter seus funcionários alfabetizados financeiramente, também não investem nessa área. Similar problema é encontrado nas famílias, nas
quais não há o hábito de reunir os membros para discutir e elaborar um orçamento familiar. Igualmente entre os amigos, assuntos ligados à gestão financeira pessoal
muitas vezes são considerados invasão de privacidade e pouco se conversa em torno do tema. Enfim, embora todos lidem diariamente com dinheiro, poucos se dedicam a
gerir melhor seus recursos.

A educação financeira pode trazer diversos benefícios, entre os quais, possibilitar o equilíbrio das finanças pessoais, preparar para o enfrentamento de imprevistos
financeiros e para a aposentadoria, qualificar para o bom uso do sistema financeiro, reduzir a possibilidade de o indivíduo cair em fraudes, preparar o caminho para a
realização de sonhos, enfim, tornar a vida melhor.

BANCO CENTRAL DO BRASIL. Caderno de Educação Financeira – Gestão de Finanças Pessoais. Brasília: BCB, 2013. p. 12. Adaptado.

As vírgulas estão plenamente empregadas de acordo com o padrão formal da língua escrita em:
a) Há algumas décadas, se alguém falasse, em educação financeira, causaria um certo estranhamento.
b) Relacionar-se bem com o dinheiro de acordo com os especialistas, é uma forma de levar uma vida mais saudável, sem percalços.
c) É preciso criar uma cultura de discutir, na família, na escola, com os amigos, sobre como usar melhor os recursos financeiros.
d) A educação financeira, apesar de não resolver o problema da falta de dinheiro pode auxiliar, com um controle maior, de seu gasto.
e) Não gastar em demasia, não acumular dívidas, refletir sobre seus ganhos, e gastos, poupar são estratégias para gerir melhor suas finanças.
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CESGRANRIO - Ass Adm (UNIRIO)/UNIRIO/2019


Língua Portuguesa (Português) - Pontuação (Ponto, Vírgula, Travessão, Aspas, Parênteses, etc)
70) Texto I

Projetos urbanísticos, patrimônios e conflitos

O Porto do Rio – Plano de Recuperação e Revitalização da Região Portuária do Rio de Janeiro foi divulgado pela Prefeitura em 2001 e concentrou diferentes projetos,
visando a incentivar o desenvolvimento habitacional, econômico e turístico dos bairros portuários da Saúde, Gamboa e Santo Cristo. Em meados de 2007, quando se
iniciou esse estudo sobre o Plano e seus efeitos sociais, a Zona Portuária já passava por um rápido processo de ressignificação perante a cidade: nos imaginários
construídos pelas diferentes mídias, não era mais associada apenas à prostituição, ao tráfico de drogas e às habitações “favelizadas”, despontando narrativas que
positivavam alguns de seus espaços, habitantes e “patrimônios culturais”.

Dentro do amplo território portuário, os planejadores urbanos que idealizaram o Plano Porto do Rio haviam concentrado investimentos simbólicos e materiais nos
arredores da praça Mauá, situada na convergência do bairro da Saúde com a avenida Rio Branco , via do Centro da cidade ocupada por estabelecimentos financeiros e
comerciais.

GUIMARÃES, R. A Utopia da Pequena África. Rio de Janeiro:


FGV, 2014, p. 16-7. Adaptado.

Considere a seguinte passagem do Texto I: “Dentro do amplo território portuário, os planejadores urbanos que idealizaram o Plano Porto do Rio haviam concentrado
investimentos simbólicos e materiais nos arredores da praça Mauá, situada na convergência do bairro da Saúde com a avenida Rio Branco”

A reescritura que mantém os aspectos informacionais do trecho e respeita as normas de emprego dos sinais de pontuação é a seguinte:
a) Os planejadores urbanos, que idealizaram dentro do amplo território portuário o Plano Porto do Rio haviam concentrado investimentos simbólicos e materiais
nos arredores da praça Mauá, situada na convergência do bairro da Saúde com a avenida Rio Branco.

b) Dentro do amplo território portuário, os planejadores urbanos que idealizaram o Plano Porto do Rio, haviam concentrado investimentos simbólicos e materiais
nos arredores da praça Mauá, situada na convergência do bairro da Saúde com a avenida Rio Branco.

c) Os planejadores urbanos que idealizaram, dentro do amplo território portuário, o Plano Porto do Rio haviam concentrado, investimentos simbólicos e materiais
nos arredores da praça Mauá, situada na convergência do bairro da Saúde com a avenida Rio Branco.

d) Os planejadores urbanos que idealizaram, dentro do amplo território portuário, o Plano Porto do Rio haviam concentrado investimentos simbólicos e materiais
nos arredores da praça Mauá, situada na convergência do bairro da Saúde com a avenida Rio Branco.

e) Dentro do amplo, território portuário, os planejadores urbanos que idealizaram o Plano Porto do Rio haviam concentrado investimentos simbólicos e materiais
nos arredores da praça Mauá situada na convergência do bairro da Saúde com a avenida Rio Branco.
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Língua Portuguesa (Português) - Pontuação (Ponto, Vírgula, Travessão, Aspas, Parênteses, etc)
71) Texto II

Serviu suas famosas bebidas para Vinicius, Carybé e Pelé

Os pedaços de coco in natura são colocados no liquidificador e triturados. O líquido resultante é coado com uma peneira de palha e recolocado no aparelho, onde é batido
com açúcar e leite condensado. Ao fim, adiciona-se aguardente.

A receita de Diolino Gomes Damasceno, ditada à Folha por seu filho Otaviano, parece trivial, mas a conhecida batida de coco resultante não é. Afinal, não é possível que
uma bebida qualquer tenha encantado um time formado por Jorge Amado (diabético, tomava sem açúcar), Pierre Verger, Carybé, Mussum, João Ubaldo Ribeiro, Angela
Rô Rô, Wando, Vinicius de Moraes e Pelé (tomava dentro do carro).

Baiano nascido em 1931 na cidade de Ipecaetá, interior do estado, Diolino abriu seu primeiro estabelecimento em 1968, no bairro do Rio Vermelho, reduto boêmio de
Salvador. Localizado em uma garagem, ganhou o nome de MiniBar.

A batida de limão — feita com cachaça, suco de limão galego, mel de abelha de primeiríssima qualidade e açúcar refinado, segundo o escritor Ubaldo Marques Porto
Filho — chamava a atenção dos homens, mas Diolino deu por falta das mulheres da época. É que elas não queriam ser vistas bebendo em público, e então arranjavam
alguém para comprar as batidas e bebiam dentro do automóvel.

Diolino bolou então o sistema de atendimento direto aos veículos, em que os garçons iam até os carros que apenas encostavam e saíam em disparada. A novidade
alavancou a fama do bar. No auge, chegou a produzir 6.000 litros de batida por mês.

SETO, G. Folha de S.Paulo. Caderno “Cotidiano”. 17 maio


2019, p. B2. Adaptado.

Considere a seguinte passagem do Texto II: “Diolino bolou então o sistema de atendimento direto aos veículos” .

Caso fosse necessário reescrevê-lo empregando alguma vírgula e mantendo o sentido original, o resultado, de acordo com as normas pontuação, seria:
a) Diolino, bolou então o sistema de atendimento direto, aos veículos.

b) Diolino bolou então, o sistema, de atendimento direto aos veículos.

c) Diolino bolou então o sistema, de atendimento direto aos veículos.

d) Diolino bolou, então, o sistema de atendimento direto aos veículos.

e) Diolino bolou, então o sistema de atendimento direto aos veículos.


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Língua Portuguesa (Português) - Pontuação (Ponto, Vírgula, Travessão, Aspas, Parênteses, etc)
72) Texto I

Obsolescência programada: inimiga ou parceira do consumidor?

Obsolescência programada é exercida quando um produto tem vida útil menor do que a tecnologia permitiria, motivando a compra de um novo modelo — eletrônicos,
eletrodomésticos e automóveis são exemplos evidentes dessa prática. Uma câmera com uma resolução melhor pode motivar a compra de um novo celular, ainda que o
modelo anterior funcione perfeitamente bem. Essa estratégia da indústria pode ser vista como inimiga do consumidor, uma vez que o incentiva a adquirir mais produtos
sem realmente necessitar deles. No entanto, traz benefícios, como o acesso às novidades.

Planejar inovação é extremamente importante para melhoria e aumento da capacidade técnica de um produto num mercado altamente competitivo. Já imaginou se um
carro de hoje fosse igual a um carro dos anos 1970? O desafio é buscar um equilíbrio entre a inovação e a durabilidade. Do ponto de vista técnico, quando as empresas
planejam um produto, já tem equipes trabalhando na sucessão dele, pois se trata de uma necessidade de sobrevivência no mercado.

Sintomas de obsolescência são facilmente percebidos quando um novo produto oferece características que os anteriores não tinham, como o uso de reconhecimento
facial; ou a queda de desempenho do produto com relação ao atual padrão de mercado, como um smartphone que não roda bem os aplicativos atualizados. Outro sinal é
detectado quando não é possível repor acessórios, como carregadores compatíveis, ou mesmo novos padrões, como tipo de bateria, conector de carregamento ou tipos
de cartão de um celular, por exemplo.

Isso não significa que o consumidor está refém de trocas constantes de equipamento: é possível adiar a substituição de um produto, por meio de upgrades de hardware,
como inclusão de mais memória, baterias e acessórios de expansão, pelo menos até o momento em que essa troca não compense financeiramente. Quanto à legalidade,
o que se deve garantir é que os produtos mais modernos mantenham a compatibilidade com os anteriores, a fim de que o antigo usuário não seja forçado
constantemente à compra de um produto mais novo se não quiser. É importante diferenciá-la da obsolescência perceptiva, que ocorre quando atualizações cosméticas,
como um novo design, fazem o produto parecer sem condições de uso, quando não está.

É preciso lembrar também que a obsolescência programada se dá de forma diferente em cada tipo de equipamento. Um controle eletrônico de portão tem uma única
função e pode ser usado por anos e anos sem alterações ou troca. Já um celular tem maior taxa de obsolescência e pode ter de ser substituído em um ano ou dois,
dependendo das necessidades do usuário, que pode desejar fotos de maior resolução ou tela mais brilhante.

Essa estratégia traz desafios, como geração do lixo eletrônico. Ao mesmo tempo, a obsolescência deve ser combatida na restrição que possa causar ao usuário, como, por
exemplo, uma empresa não mais disponibilizar determinada função que era disponível pelo simples upgrade do sistema operacional, forçando a compra de um aparelho
novo. O saldo geral é que as atualizações trazidas pela obsolescência programada trazem benefícios à sociedade, como itens de segurança mais eficientes em carros e
conectabilidade imediata e de alta qualidade entre pessoas. É por conta disso que membros de uma mesma família que moram em países diferentes podem conversar
diariamente, com um custo relativamente baixo, por voz ou vídeo. Além disso, funcionários podem trabalhar remotamente, com mais qualidade de vida, com ajuda de
dispositivos móveis.

RAMALHO, N. Obsolescência programada: inimiga ou


parceira do consumidor? Disponível em: <https://www.
gazetadopovo.com.br/opiniao/artigos/obsolescencia-programada-
-inimiga-ou-parceira-do-consumidor-5z4zm6km1pndkokxsbt4v6o96/>.
Acesso em: 23 jul. 2019. Adaptado.
A frase em que a vírgula está empregada adequadamente é:

a) A tela do computador, é a janela que descortina o mundo.

b) O investimento deve ser feito na área que, pode salvar vidas.

c) A vaga é para programador, que tem salário acima da média.

d) Concluíram, que não há mais como parar o avanço tecnológico.

e) É muito importante, que os investimentos na área tecnológica continuem.

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Língua Portuguesa (Português) - Pontuação (Ponto, Vírgula, Travessão, Aspas, Parênteses, etc)
73) O lado sombrio da luz

O domínio do fogo, e consequentemente da luminosidade, possibilitou ao ser humano exercer grande controle sobre o meio em que vivia, proporcionando imensurável
vantagem seletiva. A luz também foi fundamental para incontáveis avanços tecnológicos, que nos proporcionam mais comodidade e praticidade. Mas, apesar de ser em
muitas culturas símbolo do progresso, pureza e beleza, a luz também tem seu lado sombrio.
A poluição luminosa — toda luz desnecessária ou excessiva produzida artificialmente — é a que mais cresce no planeta e, infelizmente, os impactos do seu mau uso e
os mecanismos com os quais podemos minimizá-los têm pouquíssimo destaque se comparados aos de outros tipos de poluição.
A revolução industrial alavancou os efeitos da poluição luminosa para níveis altíssimos nos dias de hoje. É possível ver o intenso brilho noturno dos centros urbanos até
em fotos de satélites. Mais de perto, a poluição luminosa pode ser notada quando se observa uma “aura” de luz no horizonte, olhando na direção de uma grande cidade.
Esse brilho do céu noturno é causado por luzes terrestres direcionadas ou refletidas para a atmosfera.
A iluminação artificial excessiva, principalmente na área rural, foi associada a uma maior probabilidade de epidemias por atrair vetores de doenças, como o barbeiro
(doença de Chagas), o mosquito-palha (leishmaniose) e o mosquito-prego (malária).
Acredita-se também que a iluminação noturna em centros urbanos influencie fatores psicossociais, sendo mencionada como uma das causas que contribuem para o
aumento da criminalidade e depressão. Quebras no relógio biológico humano são relacionadas aos mais diversos problemas de saúde, como distúrbios cardiovasculares,
diabetes e obesidade.
Não só seres humanos, mas insetos e aves sofrem consequências da poluição luminosa. Na natureza intacta, as únicas fontes de luz durante a noite eram as estrelas e
a luz refletida pela Lua. Os animais, incluindo os humanos, e as plantas evoluíram nos regimes de luz natural; portanto, é fácil imaginar que sofram direta ou
indiretamente com as alterações artificiais da luz noturna.
Vaga-lumes e outros insetos são afetados pela iluminação artificial de formas distintas. Alguns insetos utilizam a posição das estrelas e o sentido da luz para
navegação. Mariposas e besouros têm seus ciclos de vida alterados e são atraídos e desorientados pela luz, tornando-se vítimas fáceis de aves, morcegos e outros
predadores. Esses insetos desempenham diversas funções nos ecossistemas, como polinização, alimento para outros animais, controle de populações de pragas,
decomposição de material orgânico e até dispersão de sementes. Fica claro, portanto, que estamos longe de compreender a poluição luminosa, seus efeitos e
consequências no meio ambiente.
Como as plantas utilizam a luz solar para realizar fotossíntese e direcionar seu crescimento, mudanças na duração dos dias causadas por luminárias provocam confusão
em relação à estação do ano em que se encontram, resultando na produção de flores, frutos ou queda de folhas em épocas inesperadas. Tais alterações podem resultar
em graves consequências para outros seres que delas dependam, como insetos polinizadores. Nos pássaros, a luz vermelha interfere na orientação magnética; e, nas
mariposas e nos besouros, focos de luz atraem as mais diversas espécies, tornando-as mais vulneráveis a predadores.
Com o desenvolvimento tecnológico das lâmpadas LED (sigla em inglês para diodo emissor de luz), a iluminação artificial torna-se mais eficiente energeticamente. Mas,
em vez de usarmos tal eficiência para reduzir o consumo de energia, o menor custo energético está sendo utilizado para aumentar o fluxo luminoso e,
consequentemente, a poluição luminosa.
Medidas simples podem reduzir a emissão de luz e sua influência negativa sobre outros seres, inclusive sobre nós. Isso sem mencionar a conta de energia. Para
combater a poluição luminosa, é necessário (i) repensar o que precisa ser iluminado, usando, por exemplo, holofotes direcionados e que não irradiem luz para a
atmosfera; (ii) reduzir o tempo de iluminação com o uso de temporizadores e sensores de presença; (iii) avaliar se precisamos de luzes tão fortes e brancas para todas as
tarefas; (iv) tentar reduzir a exposição à luz artificial forte fora dos horários naturais de luz.
Trocar as lâmpadas brancas por luzes mais amareladas nos locais em que elas não são necessárias, assim como trocar o celular ou o computador por uma boa revista
sob luz branda antes de dormir, podem proporcionar uma noite mais bem dormida.
HAGEN, O.; BARGHINI, A. Revista Ciência Hoje, n. 340. 21 set. 2016. Disponível em: http://www.cienciahoje.org.br/ revista/materia/id/1094/n/o_lado_sombrio_da_luz. Acesso em: 5 dez. 2017.
Adaptado.

No trecho “vetores de doenças, como o barbeiro (doença de Chagas), o mosquito-palha (leishmaniose) e o mosquito-prego (malária)”, os parênteses foram utilizados com
o objetivo de

a) acrescentar uma informação relacionada ao termo anterior.

b) expressar a opinião do autor sobre a temática do texto.

c) inserir um sinônimo para explicar o sentido de um termo.

d) introduzir uma crítica ao que foi mencionado antes.

e) provocar a reflexão do leitor sobre um termo científico.

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Língua Portuguesa (Português) - Pontuação (Ponto, Vírgula, Travessão, Aspas, Parênteses, etc)
74) A questão baseia no texto apresentado abaixo.

Como as espécies irão reagir às mudanças climáticas

A presença de gases de efeito estufa na atmosfera tem aumentado cada vez mais nas últimas décadas. Desde o início da Revolução Industrial, em 1760, a concentração
desses gases cresceu mais de 30%. Segundo o Painel Intergovernamental de Mudanças do Clima (IPCC, na sigla em inglês), até o fim do século 21, a concentração de
CO2 pode chegar ao dobro da atual. Desde 2012, diversos estudos vêm sendo realizados na tentativa de desvendar o que irá acontecer caso as previsões dos cientistas
se concretizem.
O CO2, ou gás carbônico, é um dos principais responsáveis pelo efeito estufa na atmosfera, pois forma uma camada que impede que a radiação solar, refletida pela
superfície em forma de calor, se dissipe no espaço, o que garante as condições de temperatura e clima necessários para a existência da vida na Terra.
As principais causas desse crescimento alarmante de gases de efeito estufa estão associadas à queima de combustíveis fósseis, às mudanças no uso do solo, à extinção
de florestas, transformadas em áreas agrícolas ou urbanas. Uma consequência do aumento da concentração desses gases na atmosfera é a elevação da temperatura em
até 5°C em algumas regiões do planeta até o final do século. Por exemplo, é esperada uma elevação da temperatura de até 6°C na região amazônica, além da redução
em 45% do volume de chuvas. Essas alterações climáticas podem trazer diversas e catastróficas consequências, como ondas de calor e estiagens ou chuvas concentradas
em determinados períodos.
Tais fatores afetarão a biodiversidade (riqueza e variedade do mundo natural) na Terra. Isso ocorre porque são as plantas, os animais e os microrganismos que
fornecem alimentos, remédios e boa parte da matéria-prima industrial consumida pelo ser humano. Além disso, afetarão, também, as interações entre espécies, a
estrutura dos ecossistemas e a prestação de serviços ambientais, resultando em grandes — e talvez irreversíveis — impactos à vida na Terra.
Os efeitos das mudanças climáticas não são semelhantes em todos os lugares, ou seja, conhecimentos obtidos em um ambiente não serão necessariamente os mesmos
em outros ambientes onde as espécies são diferentes e organizadas de maneiras distintas. Por exemplo, embora as espécies de plantas possam apresentar respostas
parecidas ao aumento do CO2 e da temperatura — como altas taxas de crescimento —, as consequências em um dado ecossistema podem ser o domínio de uma espécie
com características invasoras, resultando em grandes problemas no funcionamento do ecossistema e até na extinção de espécies e perda da biodiversidade.
Pesquisadores de algumas universidades e centros de pesquisa brasileiros vêm realizando experimentos a fim de conhecer os efeitos das mudanças climáticas em
espécies de interesse econômico: nativas, invasoras ou cultivadas. Entre os aspectos mais importantes a serem compreendidos, estão as alterações no desenvolvimento e
na fotossíntese das plantas, e a consequência disso para as espécies que interagem com elas. Por exemplo, se algumas plantas sofrerem estresse pela elevação de
temperatura em determinadas fases do desenvolvimento, o resultado pode ser devastador, comprometendo totalmente as colheitas. Esse é um dos aspectos mais
preocupantes, no contexto de mudanças climáticas, por afetar diretamente a disponibilidade de alimentos e a segurança alimentar da humanidade.
Estudos como esses são de grande importância, pois só de plantas o Brasil tem em seu território mais de 55 mil espécies (cerca de 22% da diversidade mundial) em
biomas bastante distintos: Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica, Pampa e Pantanal.
O estado de alerta é mundial e crescente. A preocupação quanto ao futuro do planeta frente às mudanças climáticas aumentou o interesse em pesquisas científicas
nessa área, mas ainda há muito a ser feito para que possamos entender como as espécies irão se adaptar (ou não) ao novo cenário climático. Assim, a ampliação desses
estudos é fundamental e urgente para que possamos eficientemente nos adaptar e investir na mitigação dos impactos das mudanças climáticas.
BORDIGNON, L.; OKI, Y.; FARIA, A.P. Revista Ciência Hoje, 341. 28 out. 2016. Disponível em:< http://www.cienciahoje.
org.br/revista/materia/id/1104/n/como_as_especies_irao_reagir_as_mudancas_climaticas>. Acesso em: 05 dez. 2017. Adaptado.

No trecho do texto “As principais causas desse crescimento alarmante de gases de efeito estufa estão associadas à queima de combustíveis fósseis, às mudanças no uso
do solo, à extinção de florestas”, as vírgulas foram usadas para separar os elementos de uma enumeração. O mesmo ocorre em:

a) “Segundo o Painel Intergovernamental de Mudanças do Clima (IPCC, na sigla em inglês), até o fim do século 21, a concentração de CO2 pode chegar ao dobro
da atual.”

b) “Os efeitos das mudanças climáticas não são semelhantes em todos os lugares, ou seja, conhecimentos obtidos em um ambiente não serão necessariamente os
mesmos em outros ambientes onde as espécies são diferentes e organizadas de maneiras distintas.”

c) “Por exemplo, se algumas plantas sofrerem estresse pela elevação de temperatura em determinadas fases do desenvolvimento, o resultado pode ser devastador,
comprometendo totalmente as colheitas.”

d) “Esse é um dos aspectos mais preocupantes, no contexto de mudanças climáticas, por afetar diretamente a disponibilidade de alimentos e a segurança alimentar
da humanidade.”

e) “o Brasil tem em seu território mais de 55 mil espécies (cerca de 22% da diversidade mundial) em biomas bastante distintos: Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata
Atlântica, Pampa e Pantanal.”

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Língua Portuguesa (Português) - Pontuação (Ponto, Vírgula, Travessão, Aspas, Parênteses, etc)
75) A questão baseia no texto apresentado abaixo.

Quanto nós merecemos?

Lya Luft O ser humano é um animal que deu errado em várias coisas. A maioria das pessoas que conheço, se fizesse uma terapia, ainda que breve, haveria de viver
melhor. Os problemas podiam continuar ali, mas elas aprenderiam a lidar com eles.
Sem querer fazer uma interpretação barata ou subir além do chinelo: como qualquer pessoa que tenha lido Freud e companhia, não raro penso nas rasteiras que o
inconsciente nos passa e em quanto nos atrapalhamos por achar que merecemos pouco.
Pessoalmente, acho que merecemos muito: nascemos para ser bem mais felizes do que somos, mas nossa cultura, nossa sociedade, nossa família não nos contaram
essa história direito. Fomos onerados com contos de ogros sobre culpa, dívida, deveres e... mais culpa.
Um psicanalista me disse um dia:
– Minha profissão ajuda as pessoas a manter a cabeça à tona d’água. Milagres ninguém faz.
Nessa tona das águas da vida, por cima da qual nossa cabeça espia – se não naufragamos de vez –, somos assediados por pensamentos nem sempre muito
inteligentes ou positivos sobre nós mesmos.
As armadilhas do inconsciente, que é onde nosso pé derrapa, talvez nos façam vislumbrar nessa fenda obscura um letreiro que diz: “Eu não mereço ser feliz. Quem
sou eu para estar bem, ter saúde, ter alguma segurança e alegria? Não mereço uma boa família, afetos razoavelmente seguros, felicidade em meio aos dissabores”. Nada
disso. Não nos ensinaram que “Deus faz sofrer a quem ama”?
Portanto, se algo começa a ir muito bem, possivelmente daremos um jeito de que desmorone – a não ser que tenhamos aprendido a nos valorizar.
Vivemos o efeito de muita raiva acumulada, muito mal-entendido nunca explicado, mágoas infantis, obrigações excessivas e imaginárias. Somos ofuscados pelo danoso
mito da mãe santa e da esposa imaculada e do homem poderoso, pela miragem dos filhos mais que perfeitos, do patrão infalível e do governo sempre confiável.
Sofremos sob o peso de quanto “devemos” a todas essas entidades inventadas, pois, afinal, por trás delas existe apenas gente, tão frágil quanto nós.
Esses fantasmas nos questionam, mãos na cintura, sobrancelhas iradas:
– Ué, você está quase se livrando das drogas, está quase conquistando a pessoa amada, está quase equilibrando sua relação com a família, está quase obtendo
sucesso, vive com alguma tranquilidade
financeira... será que você merece? Veja lá!
Ouvindo isso, assustados réus, num ato nada falho tiramos o tapete de nós mesmos e damos um jeito de nos boicotar – coisa que aliás fazemos demais nesta curta
vida. Escolhemos a droga em lugar da lucidez e da saúde; nos fechamos para os afetos em lugar de lhes abrir espaço; corremos atarantados em busca de mais dinheiro
do que precisaríamos; se vamos bem em uma atividade, ficamos inquietos e queremos trocar; se uma relação floresce, viramos críticos mordazes ou traímos o outro,
dando um jeito de podar carinho, confiança ou sensualidade.
Se a gente pudesse mudar um pouco essa perspectiva, e não encarar drogas, bebida em excesso, mentira, egoísmo e isolamento como “proibidos”, mas como uma
opção burra e destrutiva, quem sabe poderíamos escolher coisas que nos favorecessem. E não passar uma vida inteira afastando o que poderia nos dar alegria, prazer,
conforto ou serenidade.
No conflitado e obscuro território do inconsciente, que o velho sábio Freud nos ensinaria a arejar e iluminar, ainda nos consideramos maus meninos e meninas, crianças
malcomportadas que merecem castigo, privação, desperdício de vida. Bom, isso também somos nós: estranho animal que nasceu precisando urgente de conserto.
Alguém sabe o endereço de uma oficina boa, barata, perto de casa – ah, e que não lide com notas frias?
Disponível em: <http://arquivoetc.blogspot.com.br/2005/12/ veja-lya-luft-quanto-ns-merecemos.html>. Acesso em: 16 mar. 2018.

“Nessa tona das águas da vida, por cima da qual nossa cabeça espia – se não naufragamos de vez –, somos assediados por pensamentos nem sempre muito inteligentes
ou positivos sobre nós mesmos.” Ao longo do texto, o travessão é empregado com funções diferentes e, no período acima, seu uso se justifica por

a) indicar a fala de um personagem.

b) introduzir uma enumeração explicativa.

c) sinalizar a mudança de interlocutor.

d) realçar um aposto, termo explicativo.


e) assinalar um comentário do autor.

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CESGRANRIO - PTNS (TRANSPETRO)/TRANSPETRO/Administração/2018


Língua Portuguesa (Português) - Pontuação (Ponto, Vírgula, Travessão, Aspas, Parênteses, etc)
76) Memórias Póstumas de Brás Cubas

Lobo Neves, a princípio, metia-me grandes sustos. Pura ilusão! Como adorasse a mulher, não se vexava de mo dizer muitas vezes; achava que Virgília era a perfeição
mesma, um conjunto de qualidades sólidas e finas, amorável, elegante, austera, um modelo. E a confiança não parava aí. De fresta que era, chegou a porta escancarada.
Um dia confessou-me que trazia uma triste carcoma na existência; faltava -lhe a glória pública. Animei-o; disse-lhe muitas coisas bonitas, que ele ouviu com aquela unção
religiosa de um desejo que não quer acabar de morrer; então compreendi que a ambição dele andava cansada de bater as asas, sem poder abrir o voo. Dias depois
disse-me todos os seus tédios e desfalecimentos, as amarguras engolidas, as raivas sopitadas; contou-me que a vida política era um tecido de invejas, despeitos, intrigas,
perfídias, interesses, vaidades. Evidentemente havia aí uma crise de melancolia; tratei de combatê-la.

— Sei o que lhe digo, replicou-me com tristeza. Não pode imaginar o que tenho passado. Entrei na política por gosto, por família, por ambição, e um pouco por vaidade.
Já vê que reuni em mim só todos os motivos que levam o homem à vida pública; faltou-me só o interesse de outra natureza. Vira o teatro pelo lado da plateia; e, palavra,
que era bonito! Soberbo cenário, vida, movimento e graça na representação. Escriturei-me; deram-me um papel que... Mas para que o estou a fatigar com isto? Deixe-me
ficar com as minhas amofinações. Creia que tenho passado horas e dias... Não há constância de sentimentos, não há
gratidão, não há nada... nada.... nada...

Calou-se, profundamente abatido, com os olhos no ar, parecendo não ouvir coisa nenhuma, a não ser o eco de seus próprios pensamentos. Após alguns instantes,
ergueu-se e estendeu-me a mão: — O senhor há de rir-se de mim, disse ele; mas desculpe aquele desabafo; tinha um negócio, que me mordia o espírito. E ria, de um
jeito sombrio e triste; depois pediu- me que não referisse a ninguém o que se passara entre nós; ponderei-lhe que a rigor não se passara nada. Entraram dois deputados
e um chefe político da paróquia. Lobo Neves recebeu-os com alegria, a princípio um tanto postiça, mas logo depois natural. No fim de meia hora, ninguém diria que ele
não era o mais afortunado dos homens; conversava, chasqueava, e ria, e riam todos.

ASSIS, M. de. Memórias Póstumas de Brás Cubas


; IN: CHIARA, A. C. et alli (Orgs.). Machado de Assis para jovens leitores. Rio de Janeiro: Eduerj, 2008.

Os sinais de pontuação contribuem para a construção dos sentidos dos textos.

No fragmento do texto “Escriturei-me; deram-me um papel que... mas para que o estou a fatigar com isso?

Deixe-me ficar com as minhas amofinações”, as reticências são usadas para demarcar a
a) interrupção de uma ideia.
b) insinuação de uma ameaça.
c) hesitação comum na oralidade.
d) continuidade de uma ação ou fato.
e) omissão proposital de algo que se devia dizer.
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CESGRANRIO - Esc BB/BB/Agente Comercial/2018


Língua Portuguesa (Português) - Pontuação (Ponto, Vírgula, Travessão, Aspas, Parênteses, etc)
77) De acordo com a norma-padrão da língua portuguesa, a pontuação está corretamente empregada em:

a) O conjunto de preocupações e ações efetivas, quando atendem, de forma voluntária, aos funcionários e à comunidade em geral, pode ser definido como
responsabilidade social.

b) As empresas que optam por encampar a prática da responsabilidade social, beneficiam-se de conseguir uma melhor imagem no mercado.

c) A noção de responsabilidade social foi muito utilizada em campanhas publicitárias: por isso, as empresas precisam relacionar-se melhor, com a sociedade.

d) A responsabilidade social explora um leque abrangente de beneficiários, envolvendo assim: a qualidade de vida o bem-estar dos trabalhadores, a redução de
impactos negativos, no meio ambiente.

e) Alguns críticos da responsabilidade social defendem a ideia de que: o objetivo das empresas é o lucro e a geração de empregos não a preocupação com a
sociedade como um todo.

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CESGRANRIO - Conf (LIQUIGÁS)/LIQUIGÁS/I/2018


Língua Portuguesa (Português) - Pontuação (Ponto, Vírgula, Travessão, Aspas, Parênteses, etc)
78) Texto I

Penalidade máxima

O som do apito do juiz ainda vibrava nos ouvidos de Lúcio. Naquele momento, quem o visse de perto perceberia o suor escorrendo frio por seu rosto liso de menino, sob
o sol de domingo no fim de tarde. Ele com as mãos na cintura, estático, os olhos baixos, mirando a bola fincada na marca do pênalti. Quem pudesse, naquele instante,
encostar a cabeça no seu corpo suado sentiria o descompasso da respiração, o coração dando saltos, e veria a tensão estampada nos olhos que se mantinham fixos na
direção da bola, de tal modo que o simples fato de desviá-los sequer um segundo parecia significar a perda total da concentração e o chute torto nas mãos do goleiro ou
por cima da trave, a bola zunindo em direção às árvores que se estendiam para além do campo. O juiz já apitara, aquele som estridente, ele ouvira muito bem, mas seus
músculos pareciam inertes, sem comando, e lhe faltava ar, como se as árvores em volta do campinho de várzea invertessem a ordem natural e sugassem o oxigênio que
era dele. Lúcio não precisava levantar a cabeça, mudar a direção do olhar e dar uma espiada em torno para saber, dali mesmo tinha certeza de que todos o observavam.
Sabia, sem precisar ver, que os reservas sentados no banco de alvenaria à beira do campo, empurrados pelas costas pelos torcedores que se acotovelavam do lado de
fora do alambrado, e mesmo os privilegiados que podiam se dar ao luxo de ocupar um lugar apertado nas poucas tábuas da pequena arquibancada, ou ainda os mais
ousados, trepados nas encostas do morro, mais atrás, todos eles e ainda os outros jogadores, do seu time e os do time adversário, ali em campo, e o juiz, e
principalmente o velho Gaspar, ex-centroavante do Bangu e agora técnico do seu time, todos esperavam por um movimento seu, um caminhar, um correr na direção da
bola, o chute, um desfecho. Nunca, porém, a distância entre as duas traves lhe parecera tão curta, nem a figura do goleiro tão imensa.

CARNEIRO, Flávio. In: 22 Contistas em Campo. Rio de Janeiro:


Ediouro, 2006, p. 69. Adaptado.
Considere-se o emprego da primeira vírgula do Texto I, no trecho transcrito abaixo.

“Naquele momento, quem o visse de perto perceberia o suor escorrendo frio por seu rosto”

A vírgula é empregada pelo mesmo motivo em:

a) A falta não foi dentro da área, mas o juiz deu pênalti.

b) O atacante passou pelo zagueiro, passou pelo goleiro e fez o gol.

c) Lúcio, atrase a bola para o goleiro!

d) O juiz verificou as balizas, a bola, as marcações do campo e deu início à partida.

e) No campo de jogo, Lúcio se sentia livre.

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CESGRANRIO - Aju (LIQUIGÁS)/LIQUIGÁS/Motorista Granel I/2018


Língua Portuguesa (Português) - Pontuação (Ponto, Vírgula, Travessão, Aspas, Parênteses, etc)
79) O sinal de dois-pontos (:) está empregado de acordo com a norma-padrão da língua portuguesa em:

a) A água ocupa 70% da superfície terrestre: mas 97,5% desse total está restrito aos mares e oceanos, por isso não oferece condição de consumo.

b) A escassez de água no mundo não é o principal problema a enfrentar: pois a má distribuição é responsável pelas dificuldades das populações carentes.

c) As regiões brasileiras com carência de água devem receber projetos urgentemente: as outras precisam melhorar a distribuição dos recursos existentes.

d) O Brasil é um país com fartura hídrica: em compensação, a distribuição de água não é equilibrada entre todas as regiões geográficas.

e) Os governantes devem desenvolver ações eficazes para amenizar o problema da água: reduzir o desmatamento e controlar o descarte de resíduos tóxicos.

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CESGRANRIO - Aju (LIQUIGÁS)/LIQUIGÁS/Motorista Granel I/2018


Língua Portuguesa (Português) - Pontuação (Ponto, Vírgula, Travessão, Aspas, Parênteses, etc)
80) A pontuação foi utilizada de acordo com as exigências da norma-padrão da língua portuguesa em:

a) A escassez e a contaminação da água causam, por ano a morte de cinco milhões de crianças em todo o planeta.
b) A maior parte da água existente no planeta, que é de água salgada, precisa ser dessalinizada para servir à população.

c) A precária rede de distribuição de água na Amazônia impede, que muitas pessoas tenham acesso adequado a esse precioso líquido.

d) Os racionamentos tornaram-se mais urgentes e necessários à medida que, a água não é tão abundante quanto parece.

e) Uma boa parte da população mundial, não conta com um abastecimento de água de boa qualidade.

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CESGRANRIO - Moto (LIQUIGÁS)/LIQUIGÁS/Caminhão Granel I/2018


Língua Portuguesa (Português) - Pontuação (Ponto, Vírgula, Travessão, Aspas, Parênteses, etc)
81) A vírgula está empregada corretamente em:

a) A divulgação de histórias falsas pode ter consequências reais desastrosas: prejuízos, financeiros e constrangimentos às empresas.

b) As novas tecnologias, criaram um abismo ao separar quem está conectado de quem não faz parte do mundo digital.

c) As pessoas tendem a aceitar apenas as declarações que confirmam aquilo que corresponde, às suas crenças.

d) Os jornalistas devem verificar as fontes citadas, cruzar dados e checar se as informações refletem a realidade.

e) Os consumidores de notícias não agem como cientistas porque não estão preocupados em conferir, pontos de vista alternativos.

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CESGRANRIO - PPNS (PETROBRAS)/PETROBRAS/Enfermagem do Trabalho/2018


Língua Portuguesa (Português) - Pontuação (Ponto, Vírgula, Travessão, Aspas, Parênteses, etc)
82) Portugueses no Rio de Janeiro

O Rio de Janeiro é o grande centro da imigração portuguesa até meados dos anos cinquenta do século passado, quando chega a ser a “terceira cidade portuguesa do
mundo”, possuindo 196 mil portugueses — um décimo de sua população urbana. Ali, os portugueses dedicam-se ao comércio, sobretudo na área dos comestíveis, como
os cafés, as panificações, as leitarias, os talhos, além de outros ramos, como os das papelarias e lojas de vestuários. Fora do comércio, podem exercer as mais variadas
profissões, como atividades domésticas ou as de barbeiros e alfaiates. Há, de igual forma, entre os mais afortunados, aqueles ligados à indústria, voltados para
construção civil, o mobiliário, a ourivesaria e o fabrico de bebidas.

A sua distribuição pela cidade, apesar da não formação de guetos, denota uma tendência para a sua concentração em determinados bairros, escolhidos, muitas das
vezes, pela proximidade da zona de trabalho. No Centro da cidade, próximo ao grande comércio, temos um grupo significativo de patrícios e algumas associações de
porte, como o Real Gabinete Português de Leitura e o Liceu Literário Português. Nos bairros da Cidade Nova, Estácio de Sá, Catumbi e Tijuca, outro ponto de
concentração da colônia, se localizam outras associações portuguesas, como a Casa de Portugal e um grande número de casas regionais. Há, ainda, pequenas
concentrações nos bairros periféricos da cidade, como Jacarepaguá, originalmente formado por quintas de pequenos lavradores; nos subúrbios, como Méier e Engenho
Novo; e nas zonas mais privilegiadas, como Botafogo e restante da zona sul carioca, área nobre da cidade a partir da década de cinquenta, preferida pelos mais
abastados.

PAULO, Heloísa. Portugueses no Rio de Janeiro: salazaristas e opositores em manifestação na cidade. In: ALVES, Ida et alii. 450 Anos de Portugueses no Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Ofi cina
Raquel, 2017, pp. 260-1. Adaptado.

Observe atentamente o uso dos sinais de pontuação do trecho abaixo:

“Há, de igual forma, entre os mais afortunados, aqueles ligados à indústria, voltados para a construção civil, o mobiliário, a ourivesaria e o fabrico de bebidas.”

Qual das reescrituras desse trecho emprega corretamente os sinais de pontuação?


a) Há, entre os mais afortunados de igual forma, aqueles ligados à indústria voltados para a construção civil, o mobiliário, a ourivesaria, e o fabrico de bebidas.
b) De igual forma, há, entre os mais afortunados, aqueles ligados à indústria, voltados para a construção civil, o mobiliário, a ourivesaria e o fabrico de bebidas.
c) Entre os mais afortunados, há de igual forma, aqueles ligados à indústria, voltados para a construção civil, o mobiliário, a ourivesaria, e o fabrico de bebidas.
d) Há entre os mais afortunados de igual forma, aqueles ligados à indústria, voltados para a construção civil, o mobiliário, a ourivesaria e o fabrico de bebidas.
e) De igual forma, entre os mais afortunados, há, aqueles, ligados à indústria, voltados para a construção civil, o mobiliário, a ourivesaria e o fabrico de bebidas.

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Língua Portuguesa (Português) - Pontuação (Ponto, Vírgula, Travessão, Aspas, Parênteses, etc)
83) A vírgula está empregada corretamente em:
a) As grandes metrópoles que se destacaram no apoio à sustentabilidade, foram premiadas pelo mundo inteiro.
b) É preciso que futuramente, as cidades tenham melhores condições de vida: habitação, alimentação, saúde, emprego, transporte, educação.
c) Não é só o território que acelera o seu processo de urbanização, mas é a própria sociedade brasileira que se transforma cada vez mais em urbana.
d) Os estados que possuem os menores percentuais de população vivendo em áreas urbanas, estão concentrados nas regiões Norte e Nordeste.
e) Os passageiros, que dependem do transporte coletivo esperam que o futuro lhes ofereça mais comodidade do que o presente.

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Língua Portuguesa (Português) - Pontuação (Ponto, Vírgula, Travessão, Aspas, Parênteses, etc)
84) Texto II

O acendedor de lampiões e nós

Outro dia tive uma visão. Uma antevisão. Eu vi o futuro. O futuro estampado no passado. Como São João do Apocalipse, vi descortinar aos meus olhos o que vai
acontecer, mas que já está acontecendo.
Havia acordado cedo e saí para passear com minha cachorrinha, a meiga Pixie, que volta e meia late de estranhamento sobre as transformações em curso. Pois estava eu
e ela perambulando pela vizinhança quando vi chegar o jornaleiro, aquele senhor com uma pilha de jornais, que ia depositando de porta em porta. Fiquei olhando. Ele lá
ia cumprindo seu ritual, como antigamente se depositava o pão e o leite nas portas e janelas das casas.

Vou confessar: eu mesmo, menino, trabalhei entregando garrafas de leite aboletado na carroça do ‘seu’ Gamaliel, lá em Juiz de Fora.

E pensei: estou assistindo ao fim de uma época. Daqui a pouco não haverá mais jornaleiro distribuindo jornais de porta em porta. Esse entregador de jornais não sabe,
mas é semelhante ao acendedor de lampiões que existia antes de eu nascer. Meus pais falavam dessa figura que surgia no entardecer e acendia nos postes a luz movida
a gás, e de manhã vinha apagar a tal chama. [...]

SANT’ANNA, Affonso Romano de. O acendedor de lampiões e nós. Estado de Minas/Correio Brasiliense. 22 ago. 2010. Fragmento.

A vírgula está empregada de acordo com a norma-padrão em:


a) Governador do Estado, visita obras em andamento.

b) Getúlio Vargas, que foi presidente do Brasil, exerceu dois mandatos.

c) Os políticos, de hoje, querem, acabar com o Brasil.

d) É preciso, que acreditemos, nas crianças.

e) Os candidatos que disputarão a eleição, têm chances iguais.

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Língua Portuguesa (Português) - Pontuação (Ponto, Vírgula, Travessão, Aspas, Parênteses, etc)
85) Carta aos meus filhos adolescentes

Nossa relação mudará, não se assustem, continuo amando absurdamente cada um de vocês. Estarei sempre de plantão, para o que der e vier. Do mesmo jeito, com a
mesma vontade de ajudar.

É uma fase necessária: uma aparência de indiferença recairá em nossos laços, uma casca de tédio grudará em nossos olhares.

Mas não durará a vida inteira, posso garantir.

Nossa comunicação não será tão fácil como antes. A adolescência altera a percepção dos pais, tornei-me o chato daqui por diante.

Eu me preparei para a desimportância, guardei estoque de cartõezinhos e cartas de vocês pequenos, colecionei na memória as declarações de “eu te amo” da última
década, ciente de que não ouvirei nenhuma jura por um longo tempo.
A vida será mais árida, mais constrangedora, mais lacônica. É um período de estranheza, porém essencial e corajoso. Todos experimentam isso, em qualquer família, não
tem como adiar ou fugir.

Serei obrigado agora a bater no quarto de vocês e aguardar uma licença. Existe uma casa chaveada no interior de nossa casa. Não desfruto de chave, senha, passaporte.
Não posso aparecer abrindo a porta de repente. Às vezes mandarei um WhatsApp apenas para saber onde estão, mesmo quando estiverem dentro do apartamento.
Passarei essa vergonha.

Perguntarei como estão e ganharei monossílabos de presente. Talvez um ok. Talvez a sorte de um tudo bem. As confissões não acontecerão espontaneamente.

“Me deixe em paz” despontará como refrão diante de qualquer cobrança.

Precisarei ser mais persuasivo. Nem alcanço alguma ideia de como, para mim também é uma experiência nova, tampouco sei agir. Os namoros e os amigos assumirão as
suas prioridades.

Verei vocês somente saindo ou chegando, desprovido de convergência para um abraço demorado.

Já não me acharão um máximo, já não sou grande coisa. Perceberam os meus pontos fracos, decoraram os meus defeitos, não acreditam mais em minhas histórias, não
sou a única versão de vocês. Qualquer informação que digo, vão checar no Google.

Mas vamos sobreviver: o meu amor é imenso para resistir ao teste da diferença de idade e de geração. Espero vocês do outro lado da ternura, quando tiverem a minha
idade.

CARPINEJAR, F. Carta aos meus filhos adolescentes. Disponível em: <https://blogs.oglobo.globo.com/fabricio-carpinejar/post/carta-aos-meus-fi lhos-adolescentes.html>. Acesso em: 10 jul. 2018.
Adaptado.

Considere o seguinte trecho do texto: “Perguntarei como estão e ganharei monossílabos de presente. Talvez um ok. Talvez a sorte de um tudo bem. As confissões não
acontecerão espontaneamente.”

Modificando-se a pontuação desse trecho, constituindo-o como um único período, mantendo-se o seu sentido original e obedecendo-se à norma-padrão, tem-se o
seguinte resultado:

a) Perguntarei como estão e ganharei monossílabos de presente: talvez um ok, talvez a sorte de um tudo bem, as confissões não acontecerão espontaneamente.

b) Perguntarei como estão e ganharei monossílabos de presente, talvez um ok, talvez a sorte de um tudo bem: as confissões não acontecerão espontaneamente.

c) Perguntarei como estão e ganharei monossílabos de presente... talvez um ok... talvez a sorte de um tudo bem... as confissões não acontecerão
espontaneamente.

d) Perguntarei: como estão?, e ganharei monossílabos de presente: talvez um ok — talvez a sorte de um tudo bem, as confissões não acontecerão
espontaneamente.

e) Perguntarei — como estão? — e ganharei monossílabos de presente, talvez um ok; talvez a sorte de um tudo bem: as confissões não acontecerão
espontaneamente.
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Língua Portuguesa (Português) - Pontuação (Ponto, Vírgula, Travessão, Aspas, Parênteses, etc)
86) Mobilidade e acessibilidade desafiam cidades

A população do mundo chegou, em 2011, à marca oficial de 7 bilhões de pessoas. Desse total, parte cada vez maior vive nas cidades: em 2010, esse contingente superou
os 50% dos habitantes do planeta, e até 2050 prevê-se que mais de dois terços da população mundial será urbana.

No Brasil, a população urbana já representa 84,4% do total, de acordo com o Censo 2010. É preciso, então, que questões de mobilidade e acessibilidade urbana passem
a ser discutidas.

No passado, a noção de mobilidade era estreitamente ligada ao automóvel. Hoje, como resultado, os moradores de grande maioria das cidades brasileiras lidam
diariamente com congestionamentos insuportáveis, que causam enormes perdas. Isso, sem falar no alto índice de mortes em vias urbanas do país. Depreendemos daí
que a dependência do automóvel como meio de transporte é um fator que impede a mobilidade urbana.

É importante investir em infraestrutura pedestre, cicloviária e em sistemas mais eficazes e adequados de ônibus. Ao mesmo tempo, podemos desenvolver cidades mais
acessíveis, onde a maior parte dos serviços esteja próxima às moradias e haja opções de transporte não motorizado para nos locomovermos.

BROADUS, V. Portal Mobilize Brasil. 16 jul. 2012. Disponível em: <http://www.mobilize.org.br/noticias/2419/mobilidade-acessibilidade- e-deficiencias-fisicas.html>. Acesso em: 9 jul. 2018. Adaptado.

Glossário:
Mobilidade urbana – É a facilidade de locomoção das entre as diferentes zonas de uma cidade.
Acessibilidade urbana – É a garantia de condições às pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida,

A vírgula está empregada de acordo com a norma-padrão da língua portuguesa em:

a) A acessibilidade é a possibilidade que as pessoas, têm de atingir o destino desejado.

b) A mobilidade urbana tem, forte impacto, sobre o espaço e os recursos naturais.

c) As políticas públicas, devem priorizar os meios de transporte coletivo, nas cidades.

d) Como alertam os pesquisadores, é preciso discutir estratégias de mobilidade urbana.

e) Nos últimos anos aumentou, a insatisfação das pessoas com os engarrafamentos.

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Língua Portuguesa (Português) - Regência Nominal e Verbal (Casos Gerais)
87) Texto I
Projetos urbanísticos, patrimônios e conflitos

O Porto do Rio – Plano de Recuperação e Revitalização da Região Portuária do Rio de Janeiro foi divulgado pela Prefeitura em 2001 e concentrou diferentes projetos,
visando a incentivar o desenvolvimento habitacional, econômico e turístico dos bairros portuários da Saúde, Gamboa e Santo Cristo. Em meados de 2007, quando se
iniciou esse estudo sobre o Plano e seus efeitos sociais, a Zona Portuária já passava por um rápido processo de ressignificação perante a cidade: nos imaginários
construídos pelas diferentes mídias, não era mais associada apenas à prostituição, ao tráfico de drogas e às habitações “favelizadas”, despontando narrativas que
positivavam alguns de seus espaços, habitantes e “patrimônios culturais”.

Dentro do amplo território portuário, os planejadores urbanos que idealizaram o Plano Porto do Rio haviam concentrado investimentos simbólicos e materiais nos
arredores da praça Mauá, situada na convergência do bairro da Saúde com a avenida Rio Branco, via do Centro da cidade ocupada por estabelecimentos financeiros e
comerciais.

GUIMARÃES, R. A Utopia da Pequena África. Rio de Janeiro:


FGV, 2014, p. 16-7. Adaptado.

No Texto I, no trecho “concentrou diferentes projetos” , o verbo concentrar apresenta a mesma regência do verbo destacado em:

a) O cenário atual mostra um cenário bem diferente.

b) Hoje, os bairros portuários do Rio parecem um cartão postal.

c) Agora os comerciantes confiam nesse bairro.

d) Nas lojas para turistas, sobressaem anéis e pulseiras.

e) A Zona Portuária necessitava de muitas benfeitorias.

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Língua Portuguesa (Português) - Regência Nominal e Verbal (Casos Gerais)
88) Texto III

Beira-mar

Quase fim de longa tarde de verão. Beira do mar no Aterro do Flamengo próximo ao Morro da Viúva, frente para o Pão de Açúcar. Com preguiça, o sol começava a
esconder-se atrás dos edifícios. Parecia resistir ao chamado da noite. Nas pedras do quebra-mar caniços de pesca moviam-se devagar, ao lento vai e vem do calmo mar
de verão. Cercados por quatro ou cinco pescadores de trajes simples ou ordinários, e toscas sandálias de dedo.

Bermuda bege de fino brim, tênis e camisa polo de marcas célebres, Ricardo deixara o carro em estacionamento de restaurante nas imediações. Nunca fisgara peixe ali.
Olhado com desconfiança. Intruso. Bolsa a tiracolo, balde e vara de dois metros na mão. A boa técnica ensina que o caniço deve ter no máximo dois metros e oitenta
centímetros para a chamada pesca de molhes, nome sofisticado para quebra-mar. Ponta de agulha metálica para transmitir à mão do pescador maior sensibilidade à
fisgada do peixe. É preciso conhecimento de juiz para enganar peixes.

A uma dezena de metros, olhos curiosos viam o intruso montar o caniço . Abriu a bolsa de utensílios.

Entre vários rolos de linha, selecionou os de espessura entre quinze e dezoito centésimos de milímetro, ainda fiel à boa técnica.

— Na nossa profissão vivemos sempre preocupados e tensos: abertura do mercado, sobe e desce das cotações, situação financeira de cada país mundo afora. Poucas
coisas na vida relaxam mais do que pescaria, cheiro de mar trazido pela brisa, e a paisagem marítima — costuma confessar Ricardo na roda dos colegas da financeira
onde trabalha.

LOPES, L. Nós do Brasil. Rio de Janeiro: Ponteio, 2015, p. 101. Adaptado.

Considere a seguinte passagem do Texto III: “A uma dezena de metros, olhos curiosos viam o intruso montar o caniço”

A reescritura na qual a regência do verbo destacada NÃO está de acordo com a norma-padrão é:
a) A uma dezena de metros, olhos curiosos espiavam o intruso, que montava seu caniço.

b) A uma dezena de metros, olhos curiosos observavam o intruso a montar o caniço.

c) A uma dezena de metros, olhos curiosos assistiam o intruso montar o caniço.

d) A uma dezena de metros, olhos curiosos espreitavam o intruso montando o caniço.

e) A uma dezena de metros, olhos curiosos deleitavam- se com o intruso a montar seu caniço.

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CESGRANRIO - Cond (TRANSPETRO)/TRANSPETRO/Mecãnico/2018


Língua Portuguesa (Português) - Regência Nominal e Verbal (Casos Gerais)
89) A frase em que o verbo destacado apresenta a regência de acordo com a norma-padrão da língua portuguesa é:

a) A população daquela região não aprovou às restrições impostas pelos órgãos governamentais para a preservação do meio ambiente.

b) As instituições financeiras costumam a diminuir as taxas de juros para favorecer as possibilidades de empréstimos dos clientes.

c) O esportista lembrou-se que estava atrasado para o compromisso assumido, no dia anterior, durante o treinamento da equipe.

d) O ato de pesquisar envolve ao trabalho de coleta de dados pelos estudiosos, resultando em benefícios para a ciência.

e) O escritor afeiçoou-se ao estudo da palavra, ao escutar, ainda nos primeiros anos de sua vida, as histórias lidas pela mãe.
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Língua Portuguesa (Português) - Regência Nominal e Verbal (Casos Gerais)
90) A questão baseia no texto apresentado abaixo.

Quanto nós merecemos?

Lya Luft O ser humano é um animal que deu errado em várias coisas. A maioria das pessoas que conheço, se fizesse uma terapia, ainda que breve, haveria de viver
melhor. Os problemas podiam continuar ali, mas elas aprenderiam a lidar com eles.
Sem querer fazer uma interpretação barata ou subir além do chinelo: como qualquer pessoa que tenha lido Freud e companhia, não raro penso nas rasteiras que o
inconsciente nos passa e em quanto nos atrapalhamos por achar que merecemos pouco.
Pessoalmente, acho que merecemos muito: nascemos para ser bem mais felizes do que somos, mas nossa cultura, nossa sociedade, nossa família não nos contaram
essa história direito. Fomos onerados com contos de ogros sobre culpa, dívida, deveres e... mais culpa.
Um psicanalista me disse um dia:
– Minha profissão ajuda as pessoas a manter a cabeça à tona d’água. Milagres ninguém faz.
Nessa tona das águas da vida, por cima da qual nossa cabeça espia – se não naufragamos de vez –, somos assediados por pensamentos nem sempre muito
inteligentes ou positivos sobre nós mesmos.
As armadilhas do inconsciente, que é onde nosso pé derrapa, talvez nos façam vislumbrar nessa fenda obscura um letreiro que diz: “Eu não mereço ser feliz. Quem
sou eu para estar bem, ter saúde, ter alguma segurança e alegria? Não mereço uma boa família, afetos razoavelmente seguros, felicidade em meio aos dissabores”. Nada
disso. Não nos ensinaram que “Deus faz sofrer a quem ama”?
Portanto, se algo começa a ir muito bem, possivelmente daremos um jeito de que desmorone – a não ser que tenhamos aprendido a nos valorizar.
Vivemos o efeito de muita raiva acumulada, muito mal-entendido nunca explicado, mágoas infantis, obrigações excessivas e imaginárias. Somos ofuscados pelo danoso
mito da mãe santa e da esposa imaculada e do homem poderoso, pela miragem dos filhos mais que perfeitos, do patrão infalível e do governo sempre confiável.
Sofremos sob o peso de quanto “devemos” a todas essas entidades inventadas, pois, afinal, por trás delas existe apenas gente, tão frágil quanto nós.
Esses fantasmas nos questionam, mãos na cintura, sobrancelhas iradas:
– Ué, você está quase se livrando das drogas, está quase conquistando a pessoa amada, está quase equilibrando sua relação com a família, está quase obtendo
sucesso, vive com alguma tranquilidade
financeira... será que você merece? Veja lá!
Ouvindo isso, assustados réus, num ato nada falho tiramos o tapete de nós mesmos e damos um jeito de nos boicotar – coisa que aliás fazemos demais nesta curta
vida. Escolhemos a droga em lugar da lucidez e da saúde; nos fechamos para os afetos em lugar de lhes abrir espaço; corremos atarantados em busca de mais dinheiro
do que precisaríamos; se vamos bem em uma atividade, ficamos inquietos e queremos trocar; se uma relação floresce, viramos críticos mordazes ou traímos o outro,
dando um jeito de podar carinho, confiança ou sensualidade.
Se a gente pudesse mudar um pouco essa perspectiva, e não encarar drogas, bebida em excesso, mentira, egoísmo e isolamento como “proibidos”, mas como uma
opção burra e destrutiva, quem sabe poderíamos escolher coisas que nos favorecessem. E não passar uma vida inteira afastando o que poderia nos dar alegria, prazer,
conforto ou serenidade.
No conflitado e obscuro território do inconsciente, que o velho sábio Freud nos ensinaria a arejar e iluminar, ainda nos consideramos maus meninos e meninas, crianças
malcomportadas que merecem castigo, privação, desperdício de vida. Bom, isso também somos nós: estranho animal que nasceu precisando urgente de conserto.
Alguém sabe o endereço de uma oficina boa, barata, perto de casa – ah, e que não lide com notas frias?
Disponível em: <http://arquivoetc.blogspot.com.br/2005/12/ veja-lya-luft-quanto-ns-merecemos.html>. Acesso em: 16 mar. 2018.

O período que atende às exigências da norma-padrão da língua portuguesa, no que diz respeito à regência verbal, é:
a) A maioria dos problemas os quais lidamos são fáceis de resolver.

b) Esse livro, cujos capítulos estudei, vai ser avaliado na prova.

c) O tratamento que falou não está disponível na rede pública.

d) Lya Luft, cujas ideias temos simpatia, é uma boa escritora.

e) Ela é a amiga que conto para me fazer companhia hoje.

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Língua Portuguesa (Português) - Regência Nominal e Verbal (Casos Gerais)
91) Memórias Póstumas de Brás Cubas

Lobo Neves, a princípio, metia-me grandes sustos. Pura ilusão! Como adorasse a mulher, não se vexava de mo dizer muitas vezes; achava que Virgília era a perfeição
mesma, um conjunto de qualidades sólidas e finas, amorável, elegante, austera, um modelo. E a confiança não parava aí. De fresta que era, chegou a porta escancarada.
Um dia confessou-me que trazia uma triste carcoma na existência; faltava -lhe a glória pública. Animei-o; disse-lhe muitas coisas bonitas, que ele ouviu com aquela unção
religiosa de um desejo que não quer acabar de morrer; então compreendi que a ambição dele andava cansada de bater as asas, sem poder abrir o voo. Dias depois
disse-me todos os seus tédios e desfalecimentos, as amarguras engolidas, as raivas sopitadas; contou-me que a vida política era um tecido de invejas, despeitos, intrigas,
perfídias, interesses, vaidades. Evidentemente havia aí uma crise de melancolia; tratei de combatê-la.

— Sei o que lhe digo, replicou-me com tristeza. Não pode imaginar o que tenho passado. Entrei na política por gosto, por família, por ambição, e um pouco por vaidade.
Já vê que reuni em mim só todos os motivos que levam o homem à vida pública; faltou-me só o interesse de outra natureza. Vira o teatro pelo lado da plateia; e, palavra,
que era bonito! Soberbo cenário, vida, movimento e graça na representação. Escriturei-me; deram-me um papel que... Mas para que o estou a fatigar com isto? Deixe-me
ficar com as minhas amofinações. Creia que tenho passado horas e dias... Não há constância de sentimentos, não há
gratidão, não há nada... nada.... nada...

Calou-se, profundamente abatido, com os olhos no ar, parecendo não ouvir coisa nenhuma, a não ser o eco de seus próprios pensamentos. Após alguns instantes,
ergueu-se e estendeu-me a mão: — O senhor há de rir-se de mim, disse ele; mas desculpe aquele desabafo; tinha um negócio, que me mordia o espírito. E ria, de um
jeito sombrio e triste; depois pediu- me que não referisse a ninguém o que se passara entre nós; ponderei-lhe que a rigor não se passara nada. Entraram dois deputados
e um chefe político da paróquia. Lobo Neves recebeu-os com alegria, a princípio um tanto postiça, mas logo depois natural. No fim de meia hora, ninguém diria que ele
não era o mais afortunado dos homens; conversava, chasqueava, e ria, e riam todos.

ASSIS, M. de. Memórias Póstumas de Brás Cubas


; IN: CHIARA, A. C. et alli (Orgs.). Machado de Assis para jovens leitores. Rio de Janeiro: Eduerj, 2008.

O fragmento no qual a regência do verbo em destaque é a mesma do verbo referir no trecho “que não referisse a ninguém o que se passara entre nós” é

a) “Como adorasse a mulher”


b) “Virgília era a perfeição mesma”
c) “Um dia confessou-me que trazia uma triste carcoma na existência”
d) “Mas para que o estou a fatigar com isto?”
e) “Entraram dois deputados e um chefe político da paróquia”

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CESGRANRIO - Esc BB/BB/Agente Comercial/2018


Língua Portuguesa (Português) - Regência Nominal e Verbal (Casos Gerais)
92) A regência do verbo destacado está de acordo com as exigências da norma-padrão da língua portuguesa em:

a) Para ganhar espaço no mercado imobiliário, os bancos costumam a ampliar prazos e limites e baratear o financiamento da casa própria.

b) O planejamento econômico é fundamental para o sucesso de um empreendimento familiar, o que envolve ao ato de pesquisar as melhores oportunidades
disponíveis.

c) Antes de se comprometer com a aquisição de um imóvel acima de sua renda, recomenda-se ao comprador que pesquise melhores condições de mercado.

d) A inadimplência ocorre quando o cidadão não acata às cláusulas que determinam os prazos dos empréstimos bancários.

e) Grande parte das pessoas que se candidatam a empréstimos bancários aspiram a construção da casa própria.

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CESGRANRIO - Ass (LIQUIGÁS)/LIQUIGÁS/Administrativo I/2018


Língua Portuguesa (Português) - Regência Nominal e Verbal (Casos Gerais)
93) O ano da esperança

O ano de 2017 foi difícil. Avalio pelo número de amigos desempregados. E pedidos de empréstimos. Um atrás do outro. Nunca fui de botar dinheiro nas relações de
amizade. Como afirmou Shakespeare, perde-se o dinheiro e o amigo. Nos primeiros pedidos, eu ajudava, com a consciência de que era uma doação. A situação foi
piorando. Os argumentos também. No início era para pagar a escola do filho. Depois vieram as mães e avós doentes. Lamentavelmente, aprendi a não ser generoso.
Ajudava um rapaz, que não conheço pessoalmente. Mas que sofreu um acidente e não tinha como pagar a fisioterapia. Comecei pagando a físio. Vieram sucessivas
internações, remédios. A situação piorando, eu já estava encomendando missa de sétimo dia. Falei com um amigo médico, no Rio de Janeiro. Ele aceitou tratar o caso
gratuitamente. Surpresa! O doente não aparecia para a consulta. Até que o coloquei contra a parede. Ou se consultava ou eu não ajudava mais.

Cheio de saúde, ele foi ao consultório. Pediu uma receita de suplementos para ficar com o corpo atlético. Nunca conheci o sujeito, repito. Eu me senti um idiota por ter
caído na história. Só que esse rapaz havia perdido o emprego após o suposto acidente. Foi por isso que me deixei enganar. Mas, ao perder salário, muita gente perde
também a vergonha. Pior ainda. A violência aumenta. As pessoas buscam vagas nos mercados em expansão. Se a indústria automobilística vai bem, é lá que vão
trabalhar.

Podemos esperar por um futuro melhor ou o que nos aguarda é mais descrédito? Novos candidatos vão surgir. Serão novos? Ou os antigos? Ou novos com cabeça de
velhos? Todos pedem que a gente tenha uma nova consciência para votar. Como? Num mundo em que as notícias são plantadas pela internet, em que muitos sites
servem a qualquer mentira. Digo por mim. Já contaram cada história a meu respeito que nem sei o que dizer. Já inventaram casos de amor, tramas nas novelas que
escrevo. Pior. Depois todo mundo me pergunta por que isso ou aquilo não aconteceu na novela. Se mudei a trama. Respondo:
— Nunca foi para acontecer. Era mentira da internet.

Duvidam. Acham que estou mentindo.

CARRASCO, W. O ano da esperança.


Época, 25 dez. 2017, p.97. Adaptado.

Considere o trecho “Podemos esperar por um futuro melhor”

Respeitando-se as regras da norma-padrão e conservando- se o conteúdo informacional, o trecho acima está corretamente reescrito em:

a) Podemos esperar para um futuro melhor

b) Podemos esperar com um futuro melhor

c) Podemos esperar um futuro melhor

d) Podemos esperar porquanto um futuro melhor

e) Podemos esperar todavia um futuro melhor

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CESGRANRIO - ProV (LIQUIGÁS)/LIQUIGÁS/Júnior/2018


Língua Portuguesa (Português) - Regência Nominal e Verbal (Casos Gerais)
94) Um dos aspectos fundamentais da regência verbal é o uso adequado da preposição.

A preposição destacada está empregada de acordo com a norma-padrão em:

a) Não é bom descuidar-se com a leitura.

b) Informei-lhe de que a biblioteca fecharia à tarde.

c) Ler textos literários implica em formar cidadãos democráticos.

d) Perdoo a todos os vilões dos romances: sem vilões, sem histórias.

e) Com um livro na cabeceira, quero chegar em casa o quanto antes.


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CESGRANRIO - PPNT (PETROBRAS)/PETROBRAS/Administração e Controle/2018


Língua Portuguesa (Português) - Regência Nominal e Verbal (Casos Gerais)
95) A regência verbal da forma destacada atende às exigências da norma-padrão da língua portuguesa em:

a) A eficiência energética que os jornais se referem como uma das condições de sustentabilidade do planeta depende do uso dos meios alternativos de produção
de energia.
b) A melhoria da mobilidade urbana que as grandes cidades precisam pode ser obtida pela redução dos meios individuais de transporte automotor.
c) O descarte de resíduos sólidos que algumas grandes empresas têm implementado deveria ser evitado e penalizado por uma legislação mais rígida.
d) O estudo sobre poluição sonora e seus efeitos sobre o bem-estar humano que os planejadores urbanos necessitam têm sido postergados sem justificativa.
e) Os erros que os governos se arrependem e que foram cometidos em nome do progresso produziram distorções ambientais e sociais de grandes proporções.

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CESGRANRIO - Esc (BANRISUL)/BANRISUL/2023


Língua Portuguesa (Português) - Crase
96) Implantação do código de ética nas empresas

Desde a infância, estamos sujeitos à influência de nosso meio social, por intermédio da família, da escola, dos amigos, dos meios de comunicação de massa. Ao nascer, o
homem já se defronta com um conjunto de regras, normas e valores aceitos em seu grupo social. As palavras “ética” e “moral” indicam costumes acumulados — conjunto
de normas e valores dos grupos sociais em um contexto.

A ética é um conjunto de princípios e disposições cujo objetivo é balizar as ações humanas. A ética existe como uma referência para os seres humanos em sociedade, de
modo tal que a sociedade possa se tornar cada vez mais humana. Ela pode e deve ser incorporada pelos indivíduos, sob a forma de uma atitude diante da vida cotidiana.
Mas ela não é um conjunto de verdades fixas, imutáveis. A ética se move historicamente, se amplia e se adensa. Para entendermos como isso acontece na história da
humanidade, basta lembrarmos que, um dia, a escravidão foi considerada "natural".

Ética é o que diz respeito à ação quando ela é refletida, pensada. A ética preocupa-se com o certo e com o errado, mas não é um conjunto simples de normas de conduta
como a moral. Ela promove um estilo de ação que procura refletir sobre o melhor modo de agir que não abale a vida em sociedade e não desrespeite a individualidade
dos outros.

As empresas precisam desenvolver-se de tal forma que a conduta ética de seus integrantes, bem como os valores e convicções primários da organização, se tornem parte
de sua cultura. Assim, a ética vem sendo vista como uma espécie de requisito para a sobrevivência das empresas no mundo moderno e pode ser definida como a
transparência nas relações e a preocupação com o impacto das suas atividades na sociedade.

Muitos exemplos poderiam ser citados de empresas que estão começando a valorizar e a alertar seus funcionários sobre a ética. Algumas empresas já implantaram,
inclusive, um comitê de ética, o qual se destina à proteção da imagem da companhia. É preciso, portanto, que haja uma conscientização da importância de uma conduta
ética ou mesmo a implantação de um código de ética nas organizações, pois a cada dia que passa a ética tem mostrado ser um dos caminhos para o sucesso e para o
bem comum, agregando valor moral ao patrimônio da organização.
O Código de Ética é um instrumento de realização dos princípios, da visão e da missão da empresa. Serve para orientar as ações de seus colaboradores e explicitar a
postura social da empresa em face dos diferentes públicos com os quais interage. É da máxima importância que seu conteúdo seja refletido nas atitudes das pessoas a
que se dirige e encontre respaldo na alta administração da empresa, que, tanto quanto o último empregado contratado, tem a responsabilidade de vivenciá-lo.

As relações com os funcionários, desde o processo de contratação, desenvolvimento profissional, lealdade mútua, respeito entre chefes e subordinados, saúde e
segurança, propriedade da informação, assédio profissional e sexual, alcoolismo, uso de drogas, entre outros, são aspectos que costumam ser abordados em um Código
de Ética. Cumprir horários, entregar o trabalho no prazo, dar o seu melhor ao executar uma tarefa e manter a palavra dada são exemplos de atitudes que mostram aos
superiores e aos colegas que o funcionário valoriza os princípios éticos da empresa ou da instituição.

O Código também pode envolver situações de relacionamento com clientes, fornecedores, acionistas, investidores, comunidade vizinha, concorrentes e mídia. O Código de
Ética pode estabelecer ações de responsabilidade social dirigidas ao desenvolvimento social de comunidades vizinhas, bem como apoio a projetos de educação voltados
ao crescimento pessoal e profissional de jovens carentes. Também pode fazer referência à participação da empresa na comunidade, dando diretrizes sobre as relações
com os sindicatos, outros órgãos da esfera pública, relações com o governo, entre outras.

Portanto, conclui-se que o Código de Ética se fundamenta em deveres para com os colegas, clientes, profissão, sociedade e para consigo próprio.

MARTINS,Rosemir. UFPR, 2003. Disponível em: https://acervodigital. ufpr.br. Acesso em: 16 nov. 2022. Adaptado.

O acento grave indicativo de crase está empregado de acordo com a norma-padrão da língua portuguesa em:

a) A conclusão dos projetos da empresa, durante o ano de 2020, foi realizada à custa de muito empenho por parte dos empreendedores e dos funcionários
especializados.
b) A preocupação da empresa com os funcionários destinados à catalogar os arquivos de maior importância justifica os altos valores a eles atribuídos.
c) A valorização da ética em uma instituição é uma oportunidade de integrar todos os funcionários nos mesmos objetivos e se aplica à diversas situações por que
passa toda a organização.
d) O conjunto de valores, individuais ou coletivos, que orienta as relações sociais deve garantir o cumprimento daquilo que é esperado por toda à comunidade.
e) Os indivíduos estabelecem a principal meta de suas vidas, a fim de alcançar à realização de seus sonhos ao final de seu percurso.

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CESGRANRIO - Esc BB/BB/Agente Comercial/2023


Língua Portuguesa (Português) - Crase
97) A história do método braile

Ler no escuro. Quem já tentou sabe que é impossível. Mas foi exatamente a isso que um francês chamado Louis Braille dedicou a vida. Nascido em Coupvray, uma
pequena aldeia nos arredores de Paris, em 1809, desde cedo ele mostrou muito interesse pelo trabalho do pai. Seus olhos azuis brilhavam da admiração de vê-lo cortar,
com extrema perícia, selas e arreios. Pouco depois de completar 3 anos, o menino começou a brincar na selaria do pai, cortando pequenas tiras de couro. Uma tarde,
uma sovela, instrumento usado para perfurar o couro, escapou-lhe da mão e atingiu o seu olho esquerdo. O resultado foi uma infecção que, seis meses depois, afetaria
também o olho direito. Aos 5 anos, o garoto estava completamente cego.

A tragédia não o impediu, porém, de frequentar a escola por dois anos e de se tornar ainda um aluno brilhante. Por essa razão, ele ganhou uma bolsa de estudos no
Instituto Nacional para Jovens Cegos, em Paris, um colégio interno fundado por Valentin Haüy (1745-1822). Além do currículo normal, Haüy introduzira um sistema
especial de alfabetização, no qual letras de forma impressas em relevo, em papelão, eram reconhecidas pelos contornos. Desde o início do curso, Braille destacou-se
como o melhor aluno da turma e logo começou a ajudar os colegas. Em 1821, aos 12 anos, conheceu um método inventado pouco antes por Charles Barbier de La Serre,
oficial do Exército francês.

O método Barbier, também chamado escrita noturna, era um código de pontos e traços em relevo impressos também em papelão. Destinava-se a enviar ordens cifradas a
sentinelas em postos avançados. Estes decodificariam a mensagem até no escuro. Mas, como a ideia não pegou na tropa, Barbier adaptou o método para a leitura de
cegos, com o nome de grafia sonora. O sistema permitia a comunicação entre os cegos, pois com ele era possível escrever, algo que o método de Haüy não possibilitava.
O de Barbier era fonético: registrava sons e não letras. Dessa forma, as palavras não podiam ser soletradas. Além disso, o fato de um grande número de sinais ser usado
para uma única palavra tornava o sistema muito complicado. Apesar dos inconvenientes, foi adotado como método auxiliar por Haüy.

Pesquisando a fundo a grafia sonora, Braille percebeu suas limitações e pôs-se a aperfeiçoá-la. Em 1824, seu método estava pronto. Primeiro, eliminou os traços, para
evitar erros de leitura: em seguida, criou uma célula de seis pontos, divididos em duas colunas de três pontos cada, que podem ser combinados de 63 maneiras
diferentes. A posição dos pontos na célula está ao lado.

Em 1826, aos 17 anos, ainda estudante, Braille começou a dar aulas. Embora seu método fizesse sucesso entre os alunos, não podia ensiná-lo na sala de aula, pois ainda
não era reconhecido oficialmente. Por isso, Braille dava aulas do revolucionário sistema escondido no quarto, que logo se transformou numa segunda sala de aula.

O braile é lido passando-se a ponta dos dedos sobre os sinais de relevo. Normalmente se usa a mão direita com um ou mais dedos, conforme a habilidade do leitor,
enquanto a mão esquerda procura o início da outra linha. Aplica-se a qualquer língua, sem exceção, e também à estenografia, à música – Braille, por sinal, era ainda
exímio pianista – e às notações científicas em geral. A escrita é feita mediante o uso da reglete, também idealizada por Braille: trata-se de uma régua especial, de duas
linhas, com uma série de janelas de seis furos cada, correspondentes às células braile.

Louis Braille morreu de tuberculose em 1852, com apenas 43 anos. Temia que seu método desaparecesse com ele, mas, finalmente, em 1854 foi oficializado pelo governo
francês. No ano seguinte, foi apresentado ao mundo, na Exposição Internacional de Paris, por ordem do imperador Napoleão III (1808-1873), que programou ainda uma
série de concertos de piano com ex-alunos de Braille. O sucesso foi imediato, e o sistema se espalhou pelo mundo. Em 1952, o governo francês transferiu os restos
mortais de Braille para o Panthéon, em Paris, onde estão sepultados os heróis nacionais.

ATANES, Silvio. Super Interessante. Disponível em: https://super


.abril.]com.br/historia/. Acesso em: 23 out. 2022. Adaptado.

De acordo com a norma-padrão da língua portuguesa, o sinal indicativo de crase está corretamente empregado em:
a) Braille foi forçado à superar sua cegueira.
b) O professor referiu-se à um aluno brilhante: Braille.
c) Braille não foi reconhecido até que se consolidasse à oficialização de seu método.
d) Ele queria ensinar à todos os alunos o seu sistema de escrita.
e) Todos estavam à espera de que o valor de Braille fosse reconhecido.

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CESGRANRIO - Esc BB/BB/Agente Comercial/2023


Língua Portuguesa (Português) - Crase
98) Entenda o que é deep fake e saiba como se proteger
Vídeos que viralizam nas redes sociais mostrando figuras públicas em situações quase inacreditáveis são verdadeiros? Afinal de contas tudo parece tão real... A resposta é
não, pois se trata de uma “deep fake”, “falsificação profunda” em português, que, como a tradução indica, é tão bem feita que pode enganar até os mais atentos.
Segundo estudo de uma empresa de segurança, 65% dos brasileiros ignoram a sua existência e 71% não reconhecem quando um vídeo foi editado digitalmente usando
essa técnica.

O que muita gente não sabe, porém, é que esse tipo de golpe, além de manipular vídeos com celebridades e políticos famosos, também prejudica empresas e cidadãos
comuns, que podem ser envolvidos em fraudes de identidade e extorsões.

“Deep fake pode ser definida como a criação de vídeos e áudios falsos por meio de inteligência artificial”, explica um especialista de segurança cibernética e fraude. A
prática costuma utilizar um vídeo de referência e a face (ou corpo) de outra pessoa, que não fazia parte do vídeo original. Criam-se áudios falsos, fazendo a inteligência
artificial aprender como uma pessoa fala e, a partir daí, obter uma montagem com outras falas, inclusive alterando os lábios para acompanhar as palavras que são ditas.

Esse processo vem evoluindo rapidamente, tornando cada vez mais difícil a sua identificação. Isso ocorre porque as novas redes neurais (sistemas de computação que
funcionam como neurônios do cérebro humano), a evolução da capacidade de processamento e a redução de custos da computação em nuvem têm facilitado o acesso a
essa tecnologia, contribuindo para aumentar a qualidade dos vídeos.

No entanto, os criminosos não precisam de tanto conhecimento e tecnologia para aplicar seus golpes.

Isso porque deep fakes criadas para serem distribuídas por apps de mensagens não exigem tanta qualidade. O perigo é que, para o cidadão comum, a deep fake pode
ser o ponto de partida para uma fraude financeira, entre outros problemas.

A recomendação para pessoas físicas se protegerem é diminuir a exposição de fotos com rostos e vídeos pessoais na internet. “As redes sociais devem se manter
configuradas como privadas, já que fotos, áudios ou vídeos disponíveis publicamente podem ser utilizados para alimentar a inteligência artificial e engendrar deep fakes.”

Além disso, ao receber um vídeo suspeito, observe se o rosto e os lábios da pessoa se movem em conjunto com o que ela diz. Preste atenção se a fala parece contínua
ou se em algum momento apresenta cortes entre uma palavra e outra. E considere o contexto — ainda que tecnicamente o vídeo esteja muito bem manipulado, avalie se
faz sentido que aquela pessoa diga o que parece dizer naquele momento.

Disponível em: https://estudio.folha.uol.com.br/unico. Acesso em: 20 out. 2022. Adaptado.

De acordo com a norma-padrão da língua portuguesa, o uso do acento grave indicativo da crase é obrigatório na palavra destacada em:
a) A capacidade criativa do brasileiro é um privilégio que leva soluções favoráveis a empresas de diferentes setores.
b) A segurança em saúde e a violência são temas que a maioria da população considera como os maiores obstáculos a serem superados.
c) As ações de inclusão social colocaram o nosso país em um patamar superior em relação a outros países, em diferentes épocas.
d) O objetivo das instituições que se preocupam com o bem-estar de seus funcionários é ajudá-los a cuidarem de sua saúde.
e) Os empresários passaram a dar mais atenção a função que sua organização desempenha na sociedade.

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CESGRANRIO - Esc BB/BB/Agente de Tecnologia/2023


Língua Portuguesa (Português) - Crase
99) Empreendedorismo social: um caminho para quem quer mudar o mundo
Ainda que não exista uma concepção única sobre o empreendedorismo social, de forma geral, o conceito está relacionado ao ato de empreender ou inovar com o objetivo
de alavancar causas sociais e ambientais. A meta é transformar uma realidade, promover o bem-estar da sociedade e agregar valor com cunho social.

Um empreendedor social produz bens e serviços que irão impactar positivamente a comunidade em que ele está inserido e solucionar algum problema ou necessidade
daquele grupo. Apesar de poder ter retorno financeiro, os empreendimentos sociais analisam seu desempenho a partir do impacto social gerado por sua atuação.

Vale ressaltar que, apesar de apresentarem muitas similaridades, empreendedorismo social e negócio social não são sinônimos. O empreendedorismo social cria valor por
meio da inovação, que gera uma transformação social. O foco não é o retorno financeiro, mas a resolução de problemas sociais e o impacto positivo. Enquanto isso, os
negócios sociais seguem a lógica tradicional do mercado, porém com a ambição de gerar valor social.

Cinco características também são essenciais para a iniciativa: ser inovadora; realizável; autossustentável; contar com a participação de diversos segmentos da sociedade,
incluindo as pessoas impactadas; e promover impacto social com resultados mensuráveis.

Quem tem interesse de atuar nessa área precisa trabalhar em grupo e formar parcerias, saber lidar bem com as pessoas e buscar formas de trazer resultados de impacto
social.

Além disso, o profissional precisa ter flexibilidade e vontade de explorar, pois é possível que ele acabe exercendo um papel que não seja necessariamente na sua área de
formação, ou que sua atuação se transforme rapidamente, por conta do dinamismo e das necessidades do negócio.

MENDES, T. Empreendedorismo social: um caminho para quem quer mudar o mundo. Na prática, 7 jul. 2022.
Disponível em: https://www.napratica.org.br/empreendedorismo-social/. Acesso em: 2 set. 2022. Adaptado.

De acordo com a norma-padrão da língua portuguesa, o uso do acento grave indicativo da crase é obrigatório na palavra destacada em:
a) A descrição detalhada de um empreendimento a ser realizado é uma necessidade para a aprovação de sua realização.
b) A divulgação do concurso levou muitas pessoas a se candidatarem a vaga mais concorrida na empresa.
c) A tentativa de obter a isenção fiscal é buscada a todo custo pelos responsáveis da instituição.
d) O sucesso de uma empresa deve ser atribuído a gestores competentes.
e) O uso de recursos digitais levou os jovens estudiosos a uma nova forma de aprendizagem em diferentes áreas.

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CESGRANRIO - Seg Of (TRANSPETRO)/TRANSPETRO/Máquinas/2023


Língua Portuguesa (Português) - Crase
100) O afogado mais bonito do mundo

Sou antropófago. Devoro livros. Quem me ensinou foi Murilo Mendes: livros são feitos com a carne e o sangue dos que os escreveram. Os hábitos de antropófago
determinam a maneira como escolho livros. Só leio livros escritos com sangue. Depois que os devoro, deixam de pertencer ao autor. São meus porque circulam na minha
carne e no meu sangue.

É o caso do conto “O Afogado Mais Bonito do Mundo”, de Gabriel García Márquez. Ele escreveu. Eu li e devorei. Agora é meu. Eu o reconto.
É sobre uma vila de pescadores perdida em nenhum lugar, o enfado misturado com o ar, cada novo dia já nascendo velho, as mesmas palavras ocas, os mesmos gestos
vazios, os mesmos corpos opacos, a excitação do amor sendo algo de que ninguém mais se lembrava...
Aconteceu que, num dia como todos os outros, um menino viu uma forma estranha flutuando longe no mar. E ele gritou. Todos correram. Num lugar como aquele até
uma forma estranha é motivo de festa. E ali ficaram na praia, olhando, esperando. Até que o mar, sem pressa, trouxe a coisa e a colocou na areia, para o
desapontamento de todos: era um homem morto.

Todos os homens mortos são parecidos porque há apenas uma coisa a se fazer com eles: enterrar. E, naquela vila, o costume era que as mulheres preparassem os mortos
para o sepultamento. Assim, carregaram o cadáver para uma casa, as mulheres dentro, os homens fora. E o silêncio era grande enquanto o limpavam das algas e liquens,
mortalhas verdes do mar.

Mas, repentinamente, uma voz quebrou o silêncio. Uma mulher balbuciou: “Se ele tivesse vivido entre nós, ele teria de ter curvado a cabeça sempre ao entrar em nossas
casas. Ele é muito alto...”.

Todas as mulheres, sérias e silenciosas, fizeram sim com a cabeça.

De novo o silêncio foi profundo, até que uma outra voz foi ouvida. Outra mulher... “Fico pensando em como teria sido a sua voz... Como o sussurro da brisa? Como o
trovão das ondas? Será que ele conhecia aquela palavra secreta que, quando pronunciada, faz com que uma mulher apanhe uma flor e a coloque no cabelo?” E elas
sorriram e olharam umas para as outras.

De novo o silêncio. E, de novo, a voz de outra mulher... “Essas mãos... Como são grandes! Que será que fizeram? Brincaram com crianças? Navegaram mares? Travaram
batalhas? Construíram casas? Essas mãos: será que elas sabiam deslizar sobre o rosto de uma mulher, será que elas sabiam abraçar e acariciar o seu corpo?”

Aí todas elas riram que riram, suas faces vermelhas, e se surpreenderam ao perceber que o enterro estava se transformando numa ressurreição: sonhos esquecidos, que
pensavam mortos, retornavam, cinzas virando fogo, os corpos vivos de novo e os rostos opacos brilhando com a luz da alegria.

Os maridos, de fora, observavam o que estava acontecendo e ficaram com ciúmes do afogado, ao perceberem que um morto tinha um poder que eles mesmos não
tinham mais. E pensaram nos sonhos que nunca haviam tido, nos poemas que nunca haviam escrito, nos mares que nunca tinham navegado, nas mulheres que nunca
haviam desejado.

A história termina dizendo que finalmente enterraram o morto. Mas a aldeia nunca mais foi a mesma.

ALVES, R. Sobre como da morte brota a vida. F. de São Paulo.


Cotidiano. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br. Acesso em: 20 abr. 2023. Adaptado.

Em conformidade com o que prevê a norma-padrão, é obrigatório o uso do acento grave indicativo de crase na palavra destacada em:
a) O desapontamento misturado a tristeza recaiu sobre o povoado.
b) De fora da casa, os homens observavam a ação das mulheres.
c) Graças ao morto, o povoado voltou a viver verdadeiramente.
d) A sensação nova a qual vivenciaram era indescritível.
e) Vários corpos já chegaram a praias da vila.

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CESGRANRIO - PTNM (TRANSPETRO)/TRANSPETRO/Ambiental/2023
Língua Portuguesa (Português) - Crase
101) Brasil, paraíso dos agrotóxicos

O Brasil vive um drama: ao acordar do sonho de uma economia agrária pujante, o país desperta para o pesadelo de ser, pelo quinto ano consecutivo, o maior consumidor
de agrotóxicos do planeta. Balança comercial tinindo; agricultura a todo vapor. Mas quanto custa, por exemplo, uma saca de milho, soja ou algodão? Será que o preço de
tais commodities – que há tempos são o motor de uma economia primária à la colonialismo moderno – compensa os prejuízos sociais e ambientais negligenciados nos
cálculos do comércio internacional?
“Pergunta difícil”, diz o economista Wagner Soares, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A Bolsa de Chicago define o preço da soja; mas não considera
que, para se produzir cada saca, são aplicadas generosas doses de agrotóxicos que permanecem no ambiente natural – e no ser humano – por anos ou mesmo décadas.
“Ao final das contas, quem paga pela intoxicação dos trabalhadores e pela contaminação ambiental é a sociedade”, afirma Soares. Em seu melhor economês, ele garante
que as “externalidades negativas” de nosso modelo agrário continuam de fora dos cálculos.

Segundo o economista do IBGE, que estudou propriedades rurais no Paraná, cada dólar gasto na compra de agrotóxicos pode custar aos cofres públicos 1,28 dólar em
futuros gastos com a saúde de camponeses intoxicados. Mas este é um valor subestimado. Afinal, Soares contabilizou apenas os custos referentes a intoxicações agudas.
Levando-se em conta os casos crônicos, acrescidos da contaminação ambiental difusa nos ecossistemas, os prejuízos podem atingir cifras assustadoramente maiores.
“Estamos há décadas inseridos nesse modelo agrário, e estudos mensurando seus reais custos socioambientais são raros ou inexistentes”, diz.
Seja na agricultura familiar, seja nas grandes propriedades rurais, “os impactos dos agrotóxicos na saúde pública abrangem vastos territórios e envolvem diferentes
grupos populacionais”, afirma dossiê publicado pela Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), entidade que reúne pesquisadores de diversas universidades do
país.
Não são apenas agricultores e suas famílias que integram grupos de risco. Todos os milhares de profissionais envolvidos no comércio e na manipulação dessas
substâncias são potenciais vítimas. E, além deles, “todos nós, diariamente, a cada refeição, ingerimos princípios ativos de agrotóxicos em nossos alimentos”, garante uma
médica da Universidade Federal do Ceará (UFC). “Hoje, todo mundo come veneno”, afirma um agricultor.

Produtores e especialistas alinhados ao modelo convencional de produção agrícola insistem: sem agrotóxicos seria impossível alimentar uma população mundial em
constante expansão. Esses venenos seriam, portanto, um mal necessário, de acordo com esses produtores. Agricultores garantem que não há nenhuma dificuldade em
produzir alimentos orgânicos, sem agrotóxicos, para alimentar a população. Segundo eles, “a humanidade domina a agricultura há pelo menos 10 mil anos, e o modelo
imposto no século 20 vem apagando a herança e o acúmulo de conhecimento dos métodos tradicionais.”

Mas a pergunta que não quer calar é: será que um modelo dito “alternativo” teria potencial para alimentar uma população que, até 2050, deverá chegar a 9 bilhões?
Certamente tem muito mais potencial do que o agronegócio que, hoje, não dá conta nem de alimentar 7 bilhões, retrucam estudiosos. Sistemas de produção
descentralizados têm muito mais condições de produzir e distribuir alimentos em quantidade e qualidade. Precisamos de outra estrutura agrária – baseada em
propriedades menores, com produção diversificada, privilegiando mercados locais e contemplando a conservação da biodiversidade. A engenheira agrônoma Flávia
Londres assina embaixo e defende que “Monoculturas são grandes desertos verdes. A agroecologia, portanto, requer uma mudança paradigmática no modelo agrário, que
resultaria, na verdade, em uma mudança cultural”.

KUGLER, H. Revista Ciência Hoje, n. 296, v. 50. RJ: SBPC. set. 2012. Adaptado.

O acento grave indicativo de crase está empregado de acordo com a norma-padrão da língua portuguesa, na palavra destacada em:

a) A água consumida pela população apresenta resíduos de agrotóxicos, o que prejudica a vida de todos que à ingerem, por estar contaminada.
b) A produção de alimentos orgânicos, sem agrotóxicos, representa um avanço considerável na economia brasileira, pois beneficia à agricultura familiar.
c) Os especialistas chegaram à conclusão de que os governos precisam tomar medidas para prevenir os estragos causados pelos agrotóxicos.
d) A valorização do meio ambiente permite aos seus defensores alcançarem os objetivos propostos e se aplica à diversas situações que envolvem o bem-estar da
população.
e) Os agricultores responsáveis pelas colheitas de soja foram forçados à adotar práticas para prevenir a ameaça de redução de suas safras.

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CESGRANRIO - PNS (ELETRONUCLEAR)/ELETRONUCLEAR/Administrador/2022


Língua Portuguesa (Português) - Crase
102) O acento grave indicativo de crase está empregado de acordo com a norma-padrão da Língua Portuguesa na palavra destacada em:

a) A falta de incentivo direto a setores destinados à reciclar o lixo é um entrave para solucionar o problema urbano.
b) A indústria brasileira de informática cresce à uma taxa de 20% a 25% ao ano, superior ao que acontece em média no mundo todo.
c) As empresas fabricantes de eletrodomésticos precisam se adequar à regras mais justas em relação ao mercado consumidor.
d) O efeito dos fatores climáticos sobre o lixo eletrônico leva à liberação de componentes tóxicos nas águas, na atmosfera e no solo.
e) Os países desenvolvidos multam os fabricantes por produtos que têm vida útil reduzida, o que os torna temerosos à leis mais severas.

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CESGRANRIO - Esc BB/BB/Agente Comercial/2021


Língua Portuguesa (Português) - Crase
103) De acordo com a norma-padrão da língua portuguesa, o emprego do acento grave indicativo da crase é obrigatório na palavra destacada em:

a) A exigência de entrar em contato com instituições financeiras obrigou o cliente a criar senhas para ter acesso aos serviços bancários.
b) A falta de leis sobre privacidade digital exige que os indivíduos se preparem para enfrentar a invasão do acesso a suas vidas privadas.
c) A revolução da tecnologia da informação modificou a realidade social, penetrando em todas as esferas da atividade humana.
d) As pesquisas tecnológicas são indispensáveis devido a importância de solucionar problemas causados pela invasão de dados.
e) O surgimento das redes sociais e dos sites de compartilhamento conduziu as pessoas a novas situações de risco na sociedade atual.

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CESGRANRIO - Esc BB/BB/Agente Comercial/2021


Língua Portuguesa (Português) - Crase
104) A palavra salário vem mesmo de “sal”?

Vem. A explicação mais popular diz que os soldados da Roma Antiga recebiam seu ordenado na forma de sal. Faz sentido. O dinheiro como o conhecemos surgiu no
século 7 a.C., na forma de discos de metal precioso (moedas), e só foi adotado em Roma 300 anos depois.

Antes disso, o que fazia o papel de dinheiro eram itens não perecíveis e que tinham demanda garantida: barras de cobre (fundamentais para a fabricação de armas),
sacas de grãos, pepitas de ouro (metal favorito para ostentar como enfeite), prata (o ouro de segunda divisão) e, sim, o sal.
Num mundo sem geladeiras, o cloreto de sódio era o que garantia a preservação da carne. A demanda por ele, então, tendia ao infinito. Ter barras de sal em casa
funcionava como poupança. Você poderia trocá-las pelo que quisesse, a qualquer momento.

As moedas, bem mais portáteis, acabariam se tornando o grande meio universal de troca – seja em Roma, seja em qualquer outro lugar. Mas a palavra “salário” segue
viva, como um fóssil etimológico.

Só há um detalhe: não há evidência de que soldados romanos recebiam mesmo um ordenado na forma de sal. Roma não tinha um exército profissional no século 4 a.C. A
força militar da época era formada por cidadãos comuns, que abandonavam seus afazeres voluntariamente para lutar em tempos de guerra (questão de sobrevivência).

A ideia de que havia pagamentos na forma de sal vem do historiador Plínio, o Velho (um contemporâneo de Jesus Cristo). Ele escreveu o seguinte: “Sal era uma das
honrarias que os soldados recebiam após batalhas bem-sucedidas. Daí vem nossa palavra salarium.” Ou seja: o sal era um bônus para voluntários, não um salário para
valer. Quando Roma passou a ter uma força militar profissional e permanente, no século 3 a.C., o soldo já era mesmo pago na forma de moedas.

VERSIGNASSI, A. A palavra salário vem mesmo de “sal”


VC S/A, São Paulo: Abril, p. 67, Jun. 2021. Adaptado.

O sinal indicativo de crase está usado de acordo com a norma-padrão em:

a) Tenho preocupações referentes à questões ambientais.


b) Medidas de proteção à infância precisam ser tomadas por governos.
c) Devem-se fazer campanhas para aumentar às preocupações sanitárias.
d) À partir do início da faculdade é necessário estudar muito.
e) Você confere, à seguir, os documentos dos clientes.

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CESGRANRIO - Esc BB/BB/Agente de Tecnologia/2021


Língua Portuguesa (Português) - Crase
105) Lições após um ano de ensino remoto na pandemia

No momento em que se tornam ainda mais complexas as discussões sobre a volta às aulas presenciais, o ensino remoto continua a ser a rotina de muitas famílias,
atualmente.

Mas um ano sem precedentes na história veio acompanhado de lições inéditas para professores, alunos e estudiosos. Diante do pouco acesso a planos de dados ou a
dispositivos, a alternativa de muitas famílias e professores tem sido se conectar regularmente via aplicativos de mensagens.

Uma pesquisa apontou que 83% dos professores mantinham contato com seus alunos por meio dos aplicativos de mensagens, muito mais do que pelas próprias
plataformas de aprendizagem. Esse uso foi uma grande surpresa, mas é porque não temos outras ferramentas de massificação. A maior parte do ensino foi feita pelo
celular e, geralmente, por um celular compartilhado (entre vários membros da família), o que é algo muito desafiador.

Outro aspecto a ser considerado é que, felizmente, mensagens direcionadas são uma forma relativamente barata de comunicação. A importância de cultivar interações
entre os estudantes, mesmo que eles não estejam no mesmo ambiente físico, também é uma forma de motivá-los e melhorar seus resultados. Recentemente, uma
pesquisadora afirmou que “Aprendemos que precisamos dos demais: comparar estratégias, falar com alunos, com outros professores e dar mais oportunidades de
trabalho coletivo, mesmo que seja cada um na sua casa. Além disso, a pandemia ressaltou a importância do vínculo anterior entre escolas e comunidades”.

Embora seja difícil prever exatamente como o fechamento das escolas vai afetar o desenvolvimento futuro dos alunos, educadores internacionais estimam que estudantes
da educação básica já foram impactados. É preciso pensar em como agrupar esses alunos e averiguar os que tiveram ensino mínimo ou nulo e decidir como enfrentar
essa ruptura, com aulas ou encontros extras, com anos (letivos) de transição.

IDOETA, P.A. 8 lições após um ano de ensino remoto na pan


demia. Disponível em: <https://educacao.uol.com.br/noticias/
bbc/2021/04/24/8-licoes-apos-um-ano-de-ensino-remoto-na-
pandemia. htm>. Acesso em: 21 jul. 2021. Adaptado.

De acordo com a norma-padrão da língua portuguesa, o uso do acento grave indicativo da crase é obrigatório na palavra destacada em:

a) A prática de ensino remoto levou as famílias a situações difíceis de comunicação com as instituições de ensino.
b) As aulas remotas surgem como uma alternativa para a redução dos impactos negativos no processo de aprendizagem.
c) As escolas e os professores foram levados a essa prática de ensino remoto, em função da chegada inesperada do vírus.
d) O interesse pelo ensino on-line não tem diminuído porque começou a ser considerado a única opção de escolarização durante a pandemia.
e) Os bons resultados de desempenho dos alunos são obtidos graças a dedicação dos professores no ensino on-line.

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CESGRANRIO - Adm (UNIRIO)/UNIRIO/2019


Língua Portuguesa (Português) - Crase
106) Texto II

Estojo escolar

Noite dessas, ciscando num desses canais a cabo, vi uns caras oferecendo maravilhas eletrônicas, bastava telefonar e eu receberia um notebook capaz de me ajudar a
fabricar um navio, uma estação espacial.

Minhas necessidades são mais modestas: tenho um PC mastodôntico, contemporâneo das cavernas da informática. E um laptop da mesma época que começa a me
deixar na mão. Como pretendo viajar esses dias, habilitei-me a comprar aquilo que os caras anunciavam como o top do top em matéria de computador portátil.

No sábado, recebi um embrulho complicado que necessitava de um manual de instruções para ser aberto. Depois de mil operações sofisticadas para minhas
limitações, retirei das entranhas de isopor o novo notebook e coloquei-o em cima da mesa. De repente, como vem acontecendo nos últimos tempos, houve um corte na
memória e vi diante de mim o meu primeiro estojo escolar. Tinha 5 anos e ia para o jardim de infância.

Era uma caixinha comprida, envernizada, com uma tampa que corria nas bordas do corpo principal. Dentro, arrumados em divisões, havia lápis coloridos, um apontador,
uma lapiseira cromada, uma régua de 20 cm e uma borracha para apagar meus erros.

Da caixinha vinha um cheiro gostoso, cheiro que nunca esqueci e que me tonteava de prazer. Fechei o estojo para proteger aquele cheiro, que ele ficasse ali para sempre,
prometi-me economizá-lo. Com avareza, só o cheirava em momentos especiais.
Na tampa que protegia estojo e cheiro havia gravado um ramo de rosas muito vermelhas que se destacavam do fundo creme. Amei aquele ramalhete – olhava aquelas
rosas e achava que nada podia ser mais bonito.

O notebook que agora abro é negro, não tem rosas na tampa e, em matéria de cheiro, é abominável. Cheira vilmente a telefone celular, a cabine de avião, ao aparelho de
ultrassonografia onde outro dia uma moça veio ver como sou por dentro. Acho que piorei de estojo e de vida.

CONY, C. H. Crônicas para ler na escola. São Paulo: Objetiva,


2009. Disponível em: <https://www1.folha.uol.com.br/fsp/opiniao
/fz12039806.htm>. Acesso em: 23 jul. 2019.

O acento grave indicativo de crase é necessário e está empregado de acordo com a norma-padrão em:

a) É bom manter-nos à distância de dez passos.

b) O sol estava à pino e precisamos nos proteger do calor.

c) A volta à Portugal, seu país natal, fez meu pai muito feliz.

d) Com muito esforço, os idosos acompanham às novas tecnologias.

e) Sempre reconhecemos àqueles que são nossos verdadeiros amigos.

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CESGRANRIO - Aux Sau (TRANSPETRO)/TRANSPETRO/2018


Língua Portuguesa (Português) - Crase
107) De acordo com a norma-padrão da língua portuguesa, o acento indicador de crase é obrigatório na palavra destacada em:

a) A história da iluminação começou quando o homem construiu, para transportar o fogo, as tochas primitivas, que pouco a pouco foram aperfeiçoadas.

b) A melhoria nas tecnologias de iluminação pode estar agravando a poluição luminosa principalmente nos grandes centros urbanos.

c) A poluição luminosa causa a saúde efeitos negativos, reduz a visibilidade das estrelas e interfere na observação astronômica.

d) A privação das horas de sono torna-se um problema a longo prazo e pode até resultar em distúrbios crônicos na saúde.

e) O mundo da iluminação não foi mais o mesmo depois da invenção da lâmpada elétrica, logo depois da invenção da iluminação a gás.

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CESGRANRIO - PPNS (PETROBRAS)/PETROBRAS/Administração/2018


Língua Portuguesa (Português) - Crase
108) A questão baseia no texto apresentado abaixo.

O vício da tecnologia

Entusiastas de tecnologia passaram a semana com os olhos voltados para uma exposição de novidades eletrônicas realizada recentemente nos Estados Unidos. Entre as
inovações, estavam produtos relacionados a experiências de realidade virtual e à utilização de inteligência artificial — que hoje é um dos temas que mais desperta
interesse em profissionais da área, tendo em vista a ampliação do uso desse tipo de tecnologia nos mais diversos segmentos.
Mais do que prestar atenção às novidades lançadas no evento, vale refletir sobre o motivo que nos leva a uma ansiedade tão grande para consumir produtos que
prometem inovação tecnológica. Por que tanta gente se dispõe a dormir em filas gigantescas só para ser um dos primeiros a comprar um novo modelo de smartphone?
Por que nos dispomos a pagar cifras astronômicas para comprar aparelhos que não temos sequer certeza de que serão realmente úteis em nossas rotinas?
A teoria de um neurocientista da Universidade de Oxford (Inglaterra) ajuda a explicar essa “corrida desenfreada” por novos gadgets. De modo geral, em nosso processo
evolutivo como seres humanos, nosso cérebro aprendeu a suprir necessidades básicas para a sobrevivência e a perpetuação da espécie, tais como sexo, segurança e
status social.
Nesse sentido, a compra de uma novidade tecnológica atende a essa última necessidade citada: nós nos sentimos melhores e superiores, ainda que
momentaneamente, quando surgimos em nossos círculos sociais com um produto que quase ninguém ainda possui.
Foi realizado um estudo de mapeamento cerebral que mostrou que imagens de produtos tecnológicos ativavam partes do nosso cérebro idênticas às que são ativadas
quando uma pessoa muito religiosa se depara com um objeto sagrado. Ou seja, não seria exagero dizer que o vício em novidades tecnológicas é quase uma religião para
os mais entusiastas.
O ato de seguir esse impulso cerebral e comprar o mais novo lançamento tecnológico dispara em nosso cérebro a liberação de um hormônio chamado dopamina,
responsável por nos causar sensações de prazer. Ele é liberado quando nosso cérebro identifica algo que represente uma recompensa.
O grande problema é que a busca excessiva por recompensas pode resultar em comportamentos impulsivos, que incluem vícios em jogos, apego excessivo a redes
sociais e até mesmo alcoolismo. No caso do consumo, podemos observar a situação problematizada aqui: gasto excessivo de dinheiro em aparelhos eletrônicos que nem
sempre trazem novidade –– as atualizações de modelos de smartphones, por exemplo, na maior parte das vezes apresentam poucas mudanças em relação ao modelo
anterior, considerando-se seu preço elevado. Em outros casos, gasta-se uma quantia absurda em algum aparelho novo que não se sabe se terá tanta utilidade prática ou
inovadora no cotidiano.
No fim das contas, vale um lembrete que pode ajudar a conter os impulsos na hora de comprar um novo smartphone ou alguma novidade de mercado: compare o
efeito momentâneo da dopamina com o impacto de imaginar como ficarão as faturas do seu cartão de crédito com a nova compra. O choque ao constatar o rombo em
seu orçamento pode ser suficiente para que você decida pensar duas vezes a respeito da aquisição.
DANA, S. O Globo. Economia. Rio de Janeiro, 16 jan. 2018. Adaptado.

De acordo com a norma-padrão da língua portuguesa, o acento grave indicativo da crase deve ser empregado na palavra destacada em:

a) Os novos lançamentos de smartphones apresentam, em geral, pequena variação de funções quando comparados a versões anteriores.
b) Estudantes do ensino médio fizeram uma pesquisa junto a crianças do ensino fundamental para ver como elas se comportam no ambiente virtual.

c) O acesso dos jovens a redes sociais tem causado enormes prejuízos ao seu desempenho escolar, conforme o depoimento de professores.

d) Os consumidores compulsivos sujeitam-se a ficar horas na fila para serem os primeiros que comprarão os novos lançamentos.

e) As pessoas precisam ficar atentas a fatura do cartão de crédito para não serem surpreendidas com valores muito altos.

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CESGRANRIO - Tec Ban (BASA)/BASA/2018
Língua Portuguesa (Português) - Crase
109) A questão baseia no texto apresentado abaixo.

Entenda o que é bitcoin

A bitcoin é uma moeda, assim como o real ou o dólar, mas bem diferente dos exemplos citados. O primeiro motivo é que ela não existe fisicamente, é totalmente virtual.
O outro motivo é que sua emissão não é controlada pelo banco central de um país. Ela é produzida de forma descentralizada por milhares de computadores, mantidos por
pessoas que “emprestam” a capacidade de suas máquinas para criar bitcoins e registrar todas as transações feitas.
No processo de nascimento de uma bitcoin, chamado de “mineração”, os computadores conectados à rede competem entre si na resolução de problemas matemáticos.
Quem ganha recebe um bloco da moeda. O nível de dificuldade dos desafios é ajustado pela rede, para que a moeda cresça dentro de uma faixa limitada, que é de até
21 milhões de unidades até o ano de 2140.
Com o aumento do número dos interessados, a tarefa de fabricar bitcoins ficou apenas com quem tinha supermáquinas. A disputa aumentou tanto, que surgiram até
computadores com hardware dedicado à tarefa.
Com as moedas virtuais, podem-se contratar serviços ou adquirir produtos no mundo inteiro. Além da mineração, é possível comprar unidades em corretoras
específicas. Elas são guardadas em uma espécie de carteira, que é criada quando o usuário se cadastra no software.
O valor da bitcoin segue as regras de mercado, ou seja, quanto maior a demanda, maior a cotação. Historicamente, a moeda virtual apresenta alta volatilidade. Em
2014, sofreu uma forte desvalorização, mas retomou sua popularidade nos anos seguintes. No ano passado, o interesse pela bitcoin explodiu e a moeda passou a ser um
dos investimentos mais comentados do planeta. Em 2017, a moeda digital valorizou 1400% e atingiu a maior cotação da história: 19,3 mil dólares.
Os entusiastas da moeda dizem que o movimento de alta deve continuar com o interesse de novos adeptos e com a maior aceitação. Críticos afirmam que a moeda
vive uma bolha que em algum momento deve estourar.
AZEVEDO, Rita. Revista Exame. 13 jun. 2017. Disponível em: <https://exame.abril.com.br/mercados/entenda-o-que-e-bitcoin/>. Acesso em: 1 fev. 2018. Adaptado.

De acordo com a norma-padrão da língua portuguesa, o sinal grave indicativo da crase deve ser empregado na palavra destacada em:
a) A intenção da entrevista com o diretor estava relacionada a programação que a empresa pretende desenvolver.

b) As ações destinadas a atrair um número maior de clientes são importantes para garantir a saúde financeira das instituições.

c) As instituições financeiras deveriam oferecer condições mais favoráveis de empréstimo a quem está fora do mercado formal de trabalho.
d) As pessoas interessadas em ampliar suas reservas financeiras consideram que vale a pena investir na nova moeda virtual.

e) Os participantes do seminário sobre mercado financeiro foram convidados a comparar as importações e as exportações em 2017.

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CESGRANRIO - Tec Cien (BASA)/BASA/Medicina do Trabalho/2018


Língua Portuguesa (Português) - Crase
110) O acento grave marca, na escrita, o fenômeno da crase, isto é, representa a fusão de dois a. Dessa forma, o acento indicativo da crase está corretamente
empregado em:

a) Meu sonho é conhecer à Paris dos romances.


b) Todos deveriam sempre lembrar à quem agradecer.

c) Restrinjo-me àquilo que ficou combinado na reunião.

d) Ensinaram à ela muito sobre a história da psicanálise.

e) Referimo-nos à toda raiva acumulada em nossos corações.

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CESGRANRIO - PTNS (TRANSPETRO)/TRANSPETRO/Administração/2018


Língua Portuguesa (Português) - Crase
111) Memórias Póstumas de Brás Cubas

Lobo Neves, a princípio, metia-me grandes sustos. Pura ilusão! Como adorasse a mulher, não se vexava de mo dizer muitas vezes; achava que Virgília era a perfeição
mesma, um conjunto de qualidades sólidas e finas, amorável, elegante, austera, um modelo. E a confiança não parava aí. De fresta que era, chegou a porta escancarada.
Um dia confessou-me que trazia uma triste carcoma na existência; faltava -lhe a glória pública. Animei-o; disse-lhe muitas coisas bonitas, que ele ouviu com aquela unção
religiosa de um desejo que não quer acabar de morrer; então compreendi que a ambição dele andava cansada de bater as asas, sem poder abrir o voo. Dias depois
disse-me todos os seus tédios e desfalecimentos, as amarguras engolidas, as raivas sopitadas; contou-me que a vida política era um tecido de invejas, despeitos, intrigas,
perfídias, interesses, vaidades. Evidentemente havia aí uma crise de melancolia; tratei de combatê-la.

— Sei o que lhe digo, replicou-me com tristeza. Não pode imaginar o que tenho passado. Entrei na política por gosto, por família, por ambição, e um pouco por vaidade.
Já vê que reuni em mim só todos os motivos que levam o homem à vida pública; faltou-me só o interesse de outra natureza. Vira o teatro pelo lado da plateia; e, palavra,
que era bonito! Soberbo cenário, vida, movimento e graça na representação. Escriturei-me; deram-me um papel que... Mas para que o estou a fatigar com isto? Deixe-me
ficar com as minhas amofinações. Creia que tenho passado horas e dias... Não há constância de sentimentos, não há
gratidão, não há nada... nada.... nada...

Calou-se, profundamente abatido, com os olhos no ar, parecendo não ouvir coisa nenhuma, a não ser o eco de seus próprios pensamentos. Após alguns instantes,
ergueu-se e estendeu-me a mão: — O senhor há de rir-se de mim, disse ele; mas desculpe aquele desabafo; tinha um negócio, que me mordia o espírito. E ria, de um
jeito sombrio e triste; depois pediu- me que não referisse a ninguém o que se passara entre nós; ponderei-lhe que a rigor não se passara nada. Entraram dois deputados
e um chefe político da paróquia. Lobo Neves recebeu-os com alegria, a princípio um tanto postiça, mas logo depois natural. No fim de meia hora, ninguém diria que ele
não era o mais afortunado dos homens; conversava, chasqueava, e ria, e riam todos.

ASSIS, M. de. Memórias Póstumas de Brás Cubas


; IN: CHIARA, A. C. et alli (Orgs.). Machado de Assis para jovens leitores. Rio de Janeiro: Eduerj, 2008.

Em português, o acento grave indica a contração de dois “a” em um só, em um processo chamado crase, e está corretamente empregado em:

a) Verei a política de outra forma à partir daquela conversa.


b) Daqui à duas horas Lobo Neves receberá os amigos com alegria.
c) Assistimos à apresentações inflamadas de alguns deputados e senadores.
d) Em referência àqueles pensamentos, Lobo Neves calou-os rapidamente.
e) A política, à qual não quero mais em minha vida, causou- me muitos problemas.
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CESGRANRIO - Esc BB/BB/Agente Comercial/2018


Língua Portuguesa (Português) - Crase
112) De acordo com a norma-padrão da língua portuguesa, o uso do acento grave indicativo da crase é obrigatório na palavra destacada em:

a) Os pais, inseguros na sua tarefa de educar, não percebem que falta de limites e superproteção comprometem a formação dos filhos.

b) A indisciplina nas salas de aula aumentou a partir do momento em que as mídias divulgaram a necessidade de dar maior liberdade aos estudantes.

c) A atenção e a motivação são condições que levam a pessoa a pensar e agir de forma satisfatória para desenvolver o processo de aprendizagem.

d) As famílias e as escolas encontram-se, na atualidade, frente a jovens com quem não conseguem estabelecer um diálogo produtivo.

e) As escolas chegaram a etapa em que os professores estão cada vez mais com dificuldade para exercer o seu importante papel de ensinar.

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CESGRANRIO - ProV (LIQUIGÁS)/LIQUIGÁS/Júnior/2018


Língua Portuguesa (Português) - Crase
113) Sendo a crase a fusão de vogais idênticas marcadas na escrita pelo acento grave, a frase em que a palavra em destaque deve ser acentuada, de acordo com a
norma-padrão, é:

a) A história de um autor nunca é igual a de outro autor.

b) Nos romances, o príncipe geralmente chega a cavalo.

c) Os amantes da literatura bebem os romances gota a gota.

d) As fantasias da literatura pertencerão a quem as encontrar.

e) Aquele poema nos leva a uma região distante na imaginação.

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CESGRANRIO - PPNS (PETROBRAS)/PETROBRAS/Enfermagem do Trabalho/2018


Língua Portuguesa (Português) - Crase
114) O acento indicativo de crase está corretamente empregado em:

a) O médico atendia à domicílio.


b) A perna de Virgínia piorava hora à hora.
c) Anunciata fazia rezas à partir do meio-dia.
d) Minha mãe levou à milagreira um bolo de fubá.
e) O sobrinho da benzedeira assistiu à todas as sessões.

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CESGRANRIO - Aju (LIQUIGÁS)/LIQUIGÁS/Motorista Granel I/Operador de Gás I/2018


Língua Portuguesa (Português) - Crase
115) Carta aos meus filhos adolescentes

Nossa relação mudará, não se assustem, continuo amando absurdamente cada um de vocês. Estarei sempre de plantão, para o que der e vier. Do mesmo jeito, com a
mesma vontade de ajudar.

É uma fase necessária: uma aparência de indiferença recairá em nossos laços, uma casca de tédio grudará em nossos olhares.

Mas não durará a vida inteira, posso garantir.

Nossa comunicação não será tão fácil como antes. A adolescência altera a percepção dos pais, tornei-me o chato daqui por diante.

Eu me preparei para a desimportância, guardei estoque de cartõezinhos e cartas de vocês pequenos, colecionei na memória as declarações de “eu te amo” da última
década, ciente de que não ouvirei nenhuma jura por um longo tempo.

A vida será mais árida, mais constrangedora, mais lacônica. É um período de estranheza, porém essencial e corajoso. Todos experimentam isso, em qualquer família, não
tem como adiar ou fugir.

Serei obrigado agora a bater no quarto de vocês e aguardar uma licença. Existe uma casa chaveada no interior de nossa casa. Não desfruto de chave, senha, passaporte.
Não posso aparecer abrindo a porta de repente. Às vezes mandarei um WhatsApp apenas para saber onde estão, mesmo quando estiverem dentro do apartamento.
Passarei essa vergonha.

Perguntarei como estão e ganharei monossílabos de presente. Talvez um ok. Talvez a sorte de um tudo bem. As confissões não acontecerão espontaneamente.

“Me deixe em paz” despontará como refrão diante de qualquer cobrança.

Precisarei ser mais persuasivo. Nem alcanço alguma ideia de como, para mim também é uma experiência nova, tampouco sei agir. Os namoros e os amigos assumirão as
suas prioridades.

Verei vocês somente saindo ou chegando, desprovido de convergência para um abraço demorado.

Já não me acharão um máximo, já não sou grande coisa. Perceberam os meus pontos fracos, decoraram os meus defeitos, não acreditam mais em minhas histórias, não
sou a única versão de vocês. Qualquer informação que digo, vão checar no Google.

Mas vamos sobreviver: o meu amor é imenso para resistir ao teste da diferença de idade e de geração. Espero vocês do outro lado da ternura, quando tiverem a minha
idade.
CARPINEJAR, F. Carta aos meus filhos adolescentes. Disponível em: <https://blogs.oglobo.globo.com/fabricio-carpinejar/post/carta-aos-meus-fi lhos-adolescentes.html>. Acesso em: 10 jul. 2018.
Adaptado.

De acordo com a norma-padrão, a frase em que a palavra destacada deve ser marcada pelo acento grave indicativo de crase é:

a) Os adolescentes julgam a família com um rigor excessivo.

b) Acostumamo-nos a qualquer situação, por mais difícil que seja.

c) A mãe costuma ser mais tolerante, por isso os filhos recorrem mais a ela.

d) Os pais constantemente referem-se a pouca atenção que os filhos lhes dão.

e) Os pais, às vezes, sentem-se obrigados a buscar ajuda profissional para lidar com os filhos.

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CESGRANRIO - ProV (LIQUIGÁS)/LIQUIGÁS/Júnior/2018


Língua Portuguesa (Português) - Crase
116) O emprego do acento de crase na palavra em destaque está de acordo com a norma-padrão em:
a) As construções cresciam à olhos vistos.

b) A preservação ficava à cargo dos órgãos públicos.

c) Os moradores fizeram obras à revelia da legislação.

d) Os trabalhos encantaram à todos os que aqui viviam.

e) As obras nos subúrbios cresceram à partir do século XIX.

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CESGRANRIO - Esc (BANRISUL)/BANRISUL/2023


Língua Portuguesa (Português) - Concordância (Verbal e Nominal)
117) Implantação do código de ética nas empresas

Desde a infância, estamos sujeitos à influência de nosso meio social, por intermédio da família, da escola, dos amigos, dos meios de comunicação de massa. Ao nascer, o
homem já se defronta com um conjunto de regras, normas e valores aceitos em seu grupo social. As palavras “ética” e “moral” indicam costumes acumulados — conjunto
de normas e valores dos grupos sociais em um contexto.
A ética é um conjunto de princípios e disposições cujo objetivo é balizar as ações humanas. A ética existe como uma referência para os seres humanos em sociedade, de
modo tal que a sociedade possa se tornar cada vez mais humana. Ela pode e deve ser incorporada pelos indivíduos, sob a forma de uma atitude diante da vida cotidiana.
Mas ela não é um conjunto de verdades fixas, imutáveis. A ética se move historicamente, se amplia e se adensa. Para entendermos como isso acontece na história da
humanidade, basta lembrarmos que, um dia, a escravidão foi considerada "natural".

Ética é o que diz respeito à ação quando ela é refletida, pensada. A ética preocupa-se com o certo e com o errado, mas não é um conjunto simples de normas de conduta
como a moral. Ela promove um estilo de ação que procura refletir sobre o melhor modo de agir que não abale a vida em sociedade e não desrespeite a individualidade
dos outros.

As empresas precisam desenvolver-se de tal forma que a conduta ética de seus integrantes, bem como os valores e convicções primários da organização, se tornem parte
de sua cultura. Assim, a ética vem sendo vista como uma espécie de requisito para a sobrevivência das empresas no mundo moderno e pode ser definida como a
transparência nas relações e a preocupação com o impacto das suas atividades na sociedade.

Muitos exemplos poderiam ser citados de empresas que estão começando a valorizar e a alertar seus funcionários sobre a ética. Algumas empresas já implantaram,
inclusive, um comitê de ética, o qual se destina à proteção da imagem da companhia. É preciso, portanto, que haja uma conscientização da importância de uma conduta
ética ou mesmo a implantação de um código de ética nas organizações, pois a cada dia que passa a ética tem mostrado ser um dos caminhos para o sucesso e para o
bem comum, agregando valor moral ao patrimônio da organização.

O Código de Ética é um instrumento de realização dos princípios, da visão e da missão da empresa. Serve para orientar as ações de seus colaboradores e explicitar a
postura social da empresa em face dos diferentes públicos com os quais interage. É da máxima importância que seu conteúdo seja refletido nas atitudes das pessoas a
que se dirige e encontre respaldo na alta administração da empresa, que, tanto quanto o último empregado contratado, tem a responsabilidade de vivenciá-lo.

As relações com os funcionários, desde o processo de contratação, desenvolvimento profissional, lealdade mútua, respeito entre chefes e subordinados, saúde e
segurança, propriedade da informação, assédio profissional e sexual, alcoolismo, uso de drogas, entre outros, são aspectos que costumam ser abordados em um Código
de Ética. Cumprir horários, entregar o trabalho no prazo, dar o seu melhor ao executar uma tarefa e manter a palavra dada são exemplos de atitudes que mostram aos
superiores e aos colegas que o funcionário valoriza os princípios éticos da empresa ou da instituição.

O Código também pode envolver situações de relacionamento com clientes, fornecedores, acionistas, investidores, comunidade vizinha, concorrentes e mídia. O Código de
Ética pode estabelecer ações de responsabilidade social dirigidas ao desenvolvimento social de comunidades vizinhas, bem como apoio a projetos de educação voltados
ao crescimento pessoal e profissional de jovens carentes. Também pode fazer referência à participação da empresa na comunidade, dando diretrizes sobre as relações
com os sindicatos, outros órgãos da esfera pública, relações com o governo, entre outras.

Portanto, conclui-se que o Código de Ética se fundamenta em deveres para com os colegas, clientes, profissão, sociedade e para consigo próprio.

MARTINS,Rosemir. UFPR, 2003. Disponível em: https://acervodigital. ufpr.br. Acesso em: 16 nov. 2022. Adaptado.

A palavra destacada está empregada de acordo com as exigências sintáticas da norma-padrão em:

a) A ampliação das pesquisas e a disponibilidade dos funcionários do setor de financiamento são considerados como elementos importantes para o crescimento
das empresas.
b) A gestão satisfatória dos empreendimentos e a participação dos associados da empresa são reconhecidos como aspectos imprescindíveis para a instituição
alcançar os objetivos propostos.
c) As conquistas registradas no primeiro semestre de 2022 e o aumento do poder de compra da população carente são apresentadas como sinal de avanço social
para nosso país.
d) A política de crédito daquela instituição de financiamento e a relação entre os colegas encarregados de estabelecer os limites de gastos devem ser avaliadas
como promissoras para a empresa.
e) O investimento realizado em mercadorias e o lucro que alcançou a produção esperada pela empresa foram divulgadas em todas as lojas daquela organização.

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CESGRANRIO - Esc (BANRISUL)/BANRISUL/2023


Língua Portuguesa (Português) - Concordância (Verbal e Nominal)
118) Implantação do código de ética nas empresas

Desde a infância, estamos sujeitos à influência de nosso meio social, por intermédio da família, da escola, dos amigos, dos meios de comunicação de massa. Ao nascer, o
homem já se defronta com um conjunto de regras, normas e valores aceitos em seu grupo social. As palavras “ética” e “moral” indicam costumes acumulados — conjunto
de normas e valores dos grupos sociais em um contexto.

A ética é um conjunto de princípios e disposições cujo objetivo é balizar as ações humanas. A ética existe como uma referência para os seres humanos em sociedade, de
modo tal que a sociedade possa se tornar cada vez mais humana. Ela pode e deve ser incorporada pelos indivíduos, sob a forma de uma atitude diante da vida cotidiana.
Mas ela não é um conjunto de verdades fixas, imutáveis. A ética se move historicamente, se amplia e se adensa. Para entendermos como isso acontece na história da
humanidade, basta lembrarmos que, um dia, a escravidão foi considerada "natural".

Ética é o que diz respeito à ação quando ela é refletida, pensada. A ética preocupa-se com o certo e com o errado, mas não é um conjunto simples de normas de conduta
como a moral. Ela promove um estilo de ação que procura refletir sobre o melhor modo de agir que não abale a vida em sociedade e não desrespeite a individualidade
dos outros.

As empresas precisam desenvolver-se de tal forma que a conduta ética de seus integrantes, bem como os valores e convicções primários da organização, se tornem parte
de sua cultura. Assim, a ética vem sendo vista como uma espécie de requisito para a sobrevivência das empresas no mundo moderno e pode ser definida como a
transparência nas relações e a preocupação com o impacto das suas atividades na sociedade.

Muitos exemplos poderiam ser citados de empresas que estão começando a valorizar e a alertar seus funcionários sobre a ética. Algumas empresas já implantaram,
inclusive, um comitê de ética, o qual se destina à proteção da imagem da companhia. É preciso, portanto, que haja uma conscientização da importância de uma conduta
ética ou mesmo a implantação de um código de ética nas organizações, pois a cada dia que passa a ética tem mostrado ser um dos caminhos para o sucesso e para o
bem comum, agregando valor moral ao patrimônio da organização.

O Código de Ética é um instrumento de realização dos princípios, da visão e da missão da empresa. Serve para orientar as ações de seus colaboradores e explicitar a
postura social da empresa em face dos diferentes públicos com os quais interage. É da máxima importância que seu conteúdo seja refletido nas atitudes das pessoas a
que se dirige e encontre respaldo na alta administração da empresa, que, tanto quanto o último empregado contratado, tem a responsabilidade de vivenciá-lo.

As relações com os funcionários, desde o processo de contratação, desenvolvimento profissional, lealdade mútua, respeito entre chefes e subordinados, saúde e
segurança, propriedade da informação, assédio profissional e sexual, alcoolismo, uso de drogas, entre outros, são aspectos que costumam ser abordados em um Código
de Ética. Cumprir horários, entregar o trabalho no prazo, dar o seu melhor ao executar uma tarefa e manter a palavra dada são exemplos de atitudes que mostram aos
superiores e aos colegas que o funcionário valoriza os princípios éticos da empresa ou da instituição.

O Código também pode envolver situações de relacionamento com clientes, fornecedores, acionistas, investidores, comunidade vizinha, concorrentes e mídia. O Código de
Ética pode estabelecer ações de responsabilidade social dirigidas ao desenvolvimento social de comunidades vizinhas, bem como apoio a projetos de educação voltados
ao crescimento pessoal e profissional de jovens carentes. Também pode fazer referência à participação da empresa na comunidade, dando diretrizes sobre as relações
com os sindicatos, outros órgãos da esfera pública, relações com o governo, entre outras.

Portanto, conclui-se que o Código de Ética se fundamenta em deveres para com os colegas, clientes, profissão, sociedade e para consigo próprio.

MARTINS,Rosemir. UFPR, 2003. Disponível em: https://acervodigital. ufpr.br. Acesso em: 16 nov. 2022. Adaptado.

A palavra destacada atende às exigências da norma-padrão da língua portuguesa em:


a) A maioria das regras de convivência entre funcionários e gerentes deve seguir princípios éticos relacionados à missão da empresa.
b) A multidão presente nas manifestações populares precisa seguir alguns princípios de segurança para que não hajam acidentes graves.
c) Fui eu que levou a maior punição do gerente de pessoal devido à descoberta de ocorrência de desfalque na instituição.
d) Mais de uma empresa de tecnologia têm procurado implementar pesquisas sobre formas de evitar a disseminação de fake news nas redes sociais.
e) O gerente, o diretor de pessoal e eu, por ordem dos proprietários da empresa, foram encarregados de fazer a seleção dos novos funcionários.

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CESGRANRIO - Esc BB/BB/Agente Comercial/2023


Língua Portuguesa (Português) - Concordância (Verbal e Nominal)
119) Pix: é o fim do dinheiro em espécie?

O Pix muda a forma como realizamos transações financeiras. Representará realmente o fim do DOC e da TED? O boleto bancário está ainda mais ameaçado de extinção?
E o velho cheque vai resistir a esses novos tempos?

Abrangente como é, o Pix pode reduzir ou acabar com a circulação das notas de real? Essa é uma pergunta sem resposta fácil. O fato é que o avanço das transações
financeiras eletrônicas, em detrimento do uso do dinheiro em papel, pode ser benéfico para o Brasil, em vários sentidos. O Pix tem tudo para ser o empurrãozinho que
nos falta para chegarmos a esse cenário.

E por que o dinheiro em espécie resiste? Talvez você esteja entre aqueles que compram no supermercado com cartão de crédito ou usam QR Code para pagar a farmácia.
Mas a feira da semana e os churros na esquina você paga com “dinheiro vivo”, certo? Um dos fatores que escoram a circulação de papel-moeda no Brasil é a
informalidade.

Atrelada a isso está a situação dos desbancarizados. A dificuldade que muita gente teve para receber o auxílio emergencial, durante a pandemia, jogou luz sobre um
problema notado há tempos: a enorme quantidade de brasileiros que não têm acesso a serviços bancários. O pouco de dinheiro que entra no orçamento dessas pessoas
precisa ser gasto rapidamente para subsistência.

Não há base financeira suficiente para justificar movimentações bancárias. Também pesa para o time dos “sem-banco” o baixo nível de educação ou a falta de
familiaridade com a tecnologia.

O fator cultural também favorece a circulação do dinheiro em espécie. É provável que você conheça alguém que, mesmo tendo boa renda, prefere pagar boletos ou
receber pagamentos com cédulas simplesmente por estar acostumado a elas. Para muita gente que faz parte dessa turma, dinheiro vivo é dinheiro recebido ou pago na
hora. Não é preciso esperar a TED cair ou o dia virar para o boleto ser compensado. Isso pesa mais do que a conveniência de se livrar da fila da lotérica.
Embora o Brasil tenha um sistema bancário que suporta vários tipos de transações, o país estava ficando para trás no que diz respeito a pagamentos instantâneos. O Pix
veio para preencher essa lacuna.

A modalidade permite transações em qualquer horário e dia, incluindo finais de semana e feriados.

Essa característica, por si só, já é capaz de mudar a forma como lidamos com o dinheiro, pois implica envio ou recebimento imediato: as transações via Pix são concluídas
rapidamente.

É o fim do papel-moeda? Não é tão simples assim. O Pix não foi idealizado com o propósito exclusivo de acabar com os meios de pagamento e transferência atuais, muito
menos com o papelmoeda, mas para fazer o sistema financeiro do Brasil evoluir e ficar mais competitivo.

Apesar disso, não é exagero esperar que, à medida que a população incorpore o sistema à sua rotina, o uso de DOC, TED, boletos e cartões caia. Eventualmente, algum
desses meios poderá ser descontinuado, mas isso não acontecerá tão cedo — vide o exemplo do cheque, que não “morreu” com a chegada do cartão.

No caso das cédulas, especialistas do mercado financeiro apontam para uma diminuição de circulação, mas não para um futuro próximo em que o papel-moeda deixará
de existir. Para que esse cenário se torne realidade, é necessário, sobretudo, atacar a desbancarização. O medo ou a pouca familiaridade com a tecnologia podem ser
obstáculos, mas o Pix é tão interessante para o país que o próprio comércio incentiva o público mais resistente a aderir a ele.

ALECRIM, E. Disponível em: https://tecnoblog.net/especiais/ pix-fim-dinheiro-especie-


brasil/. Publicado em novembro de 2020. Acesso em: 2 dez. 2022. Adaptado.

A palavra destacada está empregada de acordo com as exigências da norma-padrão da língua portuguesa em:

a) Com a evolução permanente dos recursos tecnológicos, identificou-se, na faixa mais jovem da população, problemas psicológicos causados pelo vício da
tecnologia.
b) É necessário que se envie a todo o sistema bancário do país vídeos informativos que esclareçam os usuários sobre os recentes golpes que envolvem contas de
Pix.
c) É preciso reconhecer que o sistema financeiro e o setor produtivo não tem interesse de garantir um projeto bem sucedido de promoção social de comunidades
carentes.
d) Informações qualificadas aos usuários do sistema bancário são essenciais para que se reduzam as tentativas de fraude relacionadas ao uso do cartão de crédito
e demais serviços bancários.
e) Um conjunto de bancos de investimento, entre os principais do país, decidiram que as regras de concessão de empréstimo para pessoas carentes deveriam ser
relativizadas.

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CESGRANRIO - Esc BB/BB/Agente de Tecnologia/2023


Língua Portuguesa (Português) - Concordância (Verbal e Nominal)
120) Empreendedorismo social: um caminho para quem quer mudar o mundo

Ainda que não exista uma concepção única sobre o empreendedorismo social, de forma geral, o conceito está relacionado ao ato de empreender ou inovar com o objetivo
de alavancar causas sociais e ambientais. A meta é transformar uma realidade, promover o bem-estar da sociedade e agregar valor com cunho social.
Um empreendedor social produz bens e serviços que irão impactar positivamente a comunidade em que ele está inserido e solucionar algum problema ou necessidade
daquele grupo. Apesar de poder ter retorno financeiro, os empreendimentos sociais analisam seu desempenho a partir do impacto social gerado por sua atuação.

Vale ressaltar que, apesar de apresentarem muitas similaridades, empreendedorismo social e negócio social não são sinônimos. O empreendedorismo social cria valor por
meio da inovação, que gera uma transformação social. O foco não é o retorno financeiro, mas a resolução de problemas sociais e o impacto positivo. Enquanto isso, os
negócios sociais seguem a lógica tradicional do mercado, porém com a ambição de gerar valor social.

Cinco características também são essenciais para a iniciativa: ser inovadora; realizável; autossustentável; contar com a participação de diversos segmentos da sociedade,
incluindo as pessoas impactadas; e promover impacto social com resultados mensuráveis.

Quem tem interesse de atuar nessa área precisa trabalhar em grupo e formar parcerias, saber lidar bem com as pessoas e buscar formas de trazer resultados de impacto
social.

Além disso, o profissional precisa ter flexibilidade e vontade de explorar, pois é possível que ele acabe exercendo um papel que não seja necessariamente na sua área de
formação, ou que sua atuação se transforme rapidamente, por conta do dinamismo e das necessidades do negócio.

MENDES, T. Empreendedorismo social: um caminho para quem quer mudar o mundo. Na prática, 7 jul. 2022.
Disponível em: https://www.napratica.org.br/empreendedorismo-social/. Acesso em: 2 set. 2022. Adaptado.

A palavra destacada atende às exigências de concordância de acordo com a norma-padrão da língua portuguesa em:

a) A administração de empresas de tecnologia e o marketing profissional estão envolvidos na promoção de novos negócios na área econômica.
b) A assistência social às pessoas carentes e os cuidados com o aparecimento de novas doenças são necessárias para manter a saúde da população.
c) A iniciativa de implementar mudanças nas empresas e o sucesso ao alcançar êxito são comemoradas pelos funcionários.
d) O financiamento de projetos e a assistência aos necessitados, desejadas pelos empreendedores sociais, precisam da atenção redobrada dos responsáveis.
e) A vacinação de toda a população e a intensificação dos estudos sobre a pandemia devem ser implementados pelas autoridades.

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CESGRANRIO - ATA (AgeRIO)/AgeRIO/2023


Língua Portuguesa (Português) - Concordância (Verbal e Nominal)
121) Floresta amazônica vai virar savana

Pesquisadores afirmam que mudança no ecossistema da Amazônia é iminente

Se a Amazônia perder mais de 20% de sua área para o desmatamento, ela pode se descaracterizar de tal forma que deixaria de ser uma floresta e se transformaria em
área de savana, alertam dois conceituados pesquisadores da área, em um artigo publicado recentemente. Hoje, o desmatamento acumulado está em 17%.

Os cientistas acreditam que as sinergias negativas entre desmatamento, mudanças climáticas e uso indiscriminado de incêndios florestais indicam um tipping point (ponto
crítico), um ponto sem volta, para transformar as partes Sul, Leste e central da Amazônia em um ecossistema não florestal se o desmatamento chegar a entre 20% e
25%.
Os pesquisadores partiram do conceito da “savanização” da Amazônia, que surgiu após a descoberta de que as florestas interferem no regime de chuvas. Na Amazônia,
por exemplo, estima-se que metade das chuvas na região é resultado da umidade produzida pela evapotranspiração (a transpiração das árvores), que “recicla” as
correntes de ar úmido provenientes do Oceano Atlântico.

Caso perca uma quantidade grande de árvores, a floresta recicla menos chuva, ficando mais suscetível a incêndios. O fogo altera a vegetação, favorecendo o avanço de
gramíneas onde antes havia espécies florestais. O resultado desse processo ecológico é que grandes fragmentos de florestas se transformam em savanas ou cerrados,
descaracterizando a Amazônia como a conhecemos hoje.

A primeira estimativa de qual seria o tipping point para a Amazônia virar savana foi feita em um estudo em 2007, e chegou à conclusão de que esse valor era de 40% de
florestas derrubadas. Só que esse estudo avaliou apenas uma variável, o desmatamento. Segundo um dos autores, quando se consideram outros fatores, como os
incêndios florestais e o aquecimento global, essa margem diminui consideravelmente. Os focos de incêndio têm aumentado. O aquecimento global já está acontecendo,
com um aumento de 1 grau Celsius na temperatura média da Amazônia.

De acordo com uma especialista em ciência e Amazônia, a hipótese de savanização precisa ser encarada com seriedade, porque a floresta amazônica tem resiliência, ela
consegue resistir a algum desmatamento. Mas essa possibilidade não é infinita, chega a um ponto que não tem retorno. Além disso, é preciso considerar a população da
região, investindo na produção com sustentabilidade.

Uma das propostas para que se possa evitar o tipping point é o reflorestamento. Com esse objetivo, o Brasil se comprometeu, na Conferência da ONU sobre Clima em
Paris, em 2015, a reflorestar 12 milhões de hectares até 2030.

CALIXTO, B. O Globo. Sociedade. Rio de Janeiro, 22 fev. 2018. Adaptado.

A forma verbal destacada está empregada de acordo com as exigências da norma-padrão da língua portuguesa em:

a) Apenas 20% das empresas cumpre a legislação ambiental estabelecida nos acordos internacionais para proteção do planeta.
b) Cerca de 100 quilômetros da Floresta Amazônica foi desmatada devido à ação predatória do homem.
c) 40% das árvores da Mata Atlântica pode ter desaparecido durante o último século em função da construção de cidades e rodovias.
d) O crescimento das cidades tem colaborado com a diminuição da área verde, pois se constroem cada vez mais condomínios e polos industriais.
e) Pretendem-se que os agricultores favoráveis ao desmatamento ilegal adquiram a consciência de que esse processo é prejudicial ao futuro do país.

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CESGRANRIO - Adv (AgeRIO)/AgeRIO/2023


Língua Portuguesa (Português) - Concordância (Verbal e Nominal)
122) Quanto à concordância verbal, a frase que atende plenamente à variedade formal da norma-padrão da língua portuguesa é:

a) Necessitam-se de novos estímulos para prosseguir.


b) Algumas pessoas costuma queixarem-se da vida.
c) O homem acostuma-se às adversidades.
d) Destruiu-se os sonhos de viver uma vida melhor.
e) Em outros tempos, confiavam-se mais nas pessoas.
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CESGRANRIO - Adv (AgeRIO)/AgeRIO/2023


Língua Portuguesa (Português) - Concordância (Verbal e Nominal)
123) Quanto à concordância nominal, a frase que atende plenamente à variedade formal da norma-padrão da língua portuguesa é:
a) Eles estão bastantes felizes com a vida que levam.
b) Estava proibido a encomenda de novas peças de tecido.
c) Proporcionalmente, temos hoje menas reservas de insumos.
d) O homem carregava quinhentos gramas de explosivos na mochila.
e) As pessoas mesmo é que devem investir em uma vida mais saudável.

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CESGRANRIO - Seg Of (TRANSPETRO)/TRANSPETRO/Máquinas/2023


Língua Portuguesa (Português) - Concordância (Verbal e Nominal)
124) O afogado mais bonito do mundo

Sou antropófago. Devoro livros. Quem me ensinou foi Murilo Mendes: livros são feitos com a carne e o sangue dos que os escreveram. Os hábitos de antropófago
determinam a maneira como escolho livros. Só leio livros escritos com sangue. Depois que os devoro, deixam de pertencer ao autor. São meus porque circulam na minha
carne e no meu sangue.

É o caso do conto “O Afogado Mais Bonito do Mundo”, de Gabriel García Márquez. Ele escreveu. Eu li e devorei. Agora é meu. Eu o reconto.

É sobre uma vila de pescadores perdida em nenhum lugar, o enfado misturado com o ar, cada novo dia já nascendo velho, as mesmas palavras ocas, os mesmos gestos
vazios, os mesmos corpos opacos, a excitação do amor sendo algo de que ninguém mais se lembrava...
Aconteceu que, num dia como todos os outros, um menino viu uma forma estranha flutuando longe no mar. E ele gritou. Todos correram. Num lugar como aquele até
uma forma estranha é motivo de festa. E ali ficaram na praia, olhando, esperando. Até que o mar, sem pressa, trouxe a coisa e a colocou na areia, para o
desapontamento de todos: era um homem morto.

Todos os homens mortos são parecidos porque há apenas uma coisa a se fazer com eles: enterrar. E, naquela vila, o costume era que as mulheres preparassem os mortos
para o sepultamento. Assim, carregaram o cadáver para uma casa, as mulheres dentro, os homens fora. E o silêncio era grande enquanto o limpavam das algas e liquens,
mortalhas verdes do mar.

Mas, repentinamente, uma voz quebrou o silêncio. Uma mulher balbuciou: “Se ele tivesse vivido entre nós, ele teria de ter curvado a cabeça sempre ao entrar em nossas
casas. Ele é muito alto...”.

Todas as mulheres, sérias e silenciosas, fizeram sim com a cabeça.

De novo o silêncio foi profundo, até que uma outra voz foi ouvida. Outra mulher... “Fico pensando em como teria sido a sua voz... Como o sussurro da brisa? Como o
trovão das ondas? Será que ele conhecia aquela palavra secreta que, quando pronunciada, faz com que uma mulher apanhe uma flor e a coloque no cabelo?” E elas
sorriram e olharam umas para as outras.
De novo o silêncio. E, de novo, a voz de outra mulher... “Essas mãos... Como são grandes! Que será que fizeram? Brincaram com crianças? Navegaram mares? Travaram
batalhas? Construíram casas? Essas mãos: será que elas sabiam deslizar sobre o rosto de uma mulher, será que elas sabiam abraçar e acariciar o seu corpo?”

Aí todas elas riram que riram, suas faces vermelhas, e se surpreenderam ao perceber que o enterro estava se transformando numa ressurreição: sonhos esquecidos, que
pensavam mortos, retornavam, cinzas virando fogo, os corpos vivos de novo e os rostos opacos brilhando com a luz da alegria.

Os maridos, de fora, observavam o que estava acontecendo e ficaram com ciúmes do afogado, ao perceberem que um morto tinha um poder que eles mesmos não
tinham mais. E pensaram nos sonhos que nunca haviam tido, nos poemas que nunca haviam escrito, nos mares que nunca tinham navegado, nas mulheres que nunca
haviam desejado.

A história termina dizendo que finalmente enterraram o morto. Mas a aldeia nunca mais foi a mesma.

ALVES, R. Sobre como da morte brota a vida. F. de São Paulo.


Cotidiano. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br. Acesso em: 20 abr. 2023. Adaptado.

A frase em que a concordância nominal do elemento em destaque se dá de acordo com as regras da norma-padrão é:

a) As mulheres da vila eram bastantes sérias e silenciosas.


b) As lembranças e o sentimento novas causaram muita surpresa.
c) Foi solicitado muita dedicação para preparar os corpos para a sepultura.
d) O morto está quite com a vila: pagou o sepultamento com a ressurreição.
e) Os olhos do morto eram azuis-celeste e de uma profundidade impressionante.

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CESGRANRIO - PTNM (TRANSPETRO)/TRANSPETRO/Ambiental/2023


Língua Portuguesa (Português) - Concordância (Verbal e Nominal)
125) Brasil, paraíso dos agrotóxicos

O Brasil vive um drama: ao acordar do sonho de uma economia agrária pujante, o país desperta para o pesadelo de ser, pelo quinto ano consecutivo, o maior consumidor
de agrotóxicos do planeta. Balança comercial tinindo; agricultura a todo vapor. Mas quanto custa, por exemplo, uma saca de milho, soja ou algodão? Será que o preço de
tais commodities – que há tempos são o motor de uma economia primária à la colonialismo moderno – compensa os prejuízos sociais e ambientais negligenciados nos
cálculos do comércio internacional?
“Pergunta difícil”, diz o economista Wagner Soares, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A Bolsa de Chicago define o preço da soja; mas não considera
que, para se produzir cada saca, são aplicadas generosas doses de agrotóxicos que permanecem no ambiente natural – e no ser humano – por anos ou mesmo décadas.
“Ao final das contas, quem paga pela intoxicação dos trabalhadores e pela contaminação ambiental é a sociedade”, afirma Soares. Em seu melhor economês, ele garante
que as “externalidades negativas” de nosso modelo agrário continuam de fora dos cálculos.

Segundo o economista do IBGE, que estudou propriedades rurais no Paraná, cada dólar gasto na compra de agrotóxicos pode custar aos cofres públicos 1,28 dólar em
futuros gastos com a saúde de camponeses intoxicados. Mas este é um valor subestimado. Afinal, Soares contabilizou apenas os custos referentes a intoxicações agudas.
Levando-se em conta os casos crônicos, acrescidos da contaminação ambiental difusa nos ecossistemas, os prejuízos podem atingir cifras assustadoramente maiores.
“Estamos há décadas inseridos nesse modelo agrário, e estudos mensurando seus reais custos socioambientais são raros ou inexistentes”, diz.
Seja na agricultura familiar, seja nas grandes propriedades rurais, “os impactos dos agrotóxicos na saúde pública abrangem vastos territórios e envolvem diferentes
grupos populacionais”, afirma dossiê publicado pela Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), entidade que reúne pesquisadores de diversas universidades do
país.
Não são apenas agricultores e suas famílias que integram grupos de risco. Todos os milhares de profissionais envolvidos no comércio e na manipulação dessas
substâncias são potenciais vítimas. E, além deles, “todos nós, diariamente, a cada refeição, ingerimos princípios ativos de agrotóxicos em nossos alimentos”, garante uma
médica da Universidade Federal do Ceará (UFC). “Hoje, todo mundo come veneno”, afirma um agricultor.

Produtores e especialistas alinhados ao modelo convencional de produção agrícola insistem: sem agrotóxicos seria impossível alimentar uma população mundial em
constante expansão. Esses venenos seriam, portanto, um mal necessário, de acordo com esses produtores. Agricultores garantem que não há nenhuma dificuldade em
produzir alimentos orgânicos, sem agrotóxicos, para alimentar a população. Segundo eles, “a humanidade domina a agricultura há pelo menos 10 mil anos, e o modelo
imposto no século 20 vem apagando a herança e o acúmulo de conhecimento dos métodos tradicionais.”

Mas a pergunta que não quer calar é: será que um modelo dito “alternativo” teria potencial para alimentar uma população que, até 2050, deverá chegar a 9 bilhões?
Certamente tem muito mais potencial do que o agronegócio que, hoje, não dá conta nem de alimentar 7 bilhões, retrucam estudiosos. Sistemas de produção
descentralizados têm muito mais condições de produzir e distribuir alimentos em quantidade e qualidade. Precisamos de outra estrutura agrária – baseada em
propriedades menores, com produção diversificada, privilegiando mercados locais e contemplando a conservação da biodiversidade. A engenheira agrônoma Flávia
Londres assina embaixo e defende que “Monoculturas são grandes desertos verdes. A agroecologia, portanto, requer uma mudança paradigmática no modelo agrário, que
resultaria, na verdade, em uma mudança cultural”.

KUGLER, H. Revista Ciência Hoje, n. 296, v. 50. RJ: SBPC. set. 2012. Adaptado.
De acordo com as regras de concordância nominal da norma-padrão da língua portuguesa, a palavra destacada está empregada corretamente em:

a) A mudança das leis sobre o uso de agrotóxicos e a repressão dos órgãos de vigilância sanitária devem ser implementadas com urgência para evitar mais
mortes.
b) As leis instituídas para proteger os cidadãos e os ensinamentos dos estudiosos sobre o uso de agrotóxicos devem ser divulgadas para que tenham alcance
geral.
c) O desenvolvimento de novas estratégias de plantio e a substituição da agricultura convencional pela orgânica são consideradas uma exigência dos tempos
atuais para muitos produtores rurais.
d) Os estudos realizados por especialistas de saúde em laboratórios e a busca por exterminar doenças contagiosas são indicativas do progresso da medicina nos
últimos tempos.
e) Os procedimentos orientados pelos especialistas e a concessão de verbas públicas pelos órgãos governamentais têm sido entendidas como imprescindíveis para
o desenvolvimento da agricultura familiar.

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CESGRANRIO - Tec Cien (BASA)/BASA/Tecnologia da Informação/2021


Língua Portuguesa (Português) - Concordância (Verbal e Nominal)
126) Medo da eternidade

Jamais esquecerei o meu aflitivo e dramático contato com a eternidade. Quando eu era muito pequena ainda não tinha provado chicles e mesmo em Recife falava-se
pouco deles. Eu nem sabia bem de que espécie de bala ou bombom se tratava. Mesmo o dinheiro que eu tinha não dava para comprar: com o mesmo dinheiro eu lucraria
não sei quantas balas. Afinal minha irmã juntou dinheiro, comprou e ao sairmos de casa para a escola me explicou:
— Tome cuidado para não perder, porque esta bala nunca se acaba. Dura a vida inteira.
— Como não acaba?
— Parei um instante na rua, perplexa.
— Não acaba nunca, e pronto.
Eu estava boba: parecia-me ter sido transportada para o reino de histórias de príncipes e fadas. Peguei a pequena pastilha cor-de-rosa que representava o elixir do longo
prazer. Examinei-a, quase não podia acreditar no milagre. Eu que, como outras crianças, às vezes tirava da boca uma bala ainda inteira, para chupar depois, só para fazê-
la durar mais. E eis-me com aquela coisa cor-de-rosa, de aparência tão inocente, tornando possível o mundo impossível do qual eu já começara a me dar conta. Com
delicadeza, terminei afinal pondo o chicle na boca.
— E agora que é que eu faço?
— Perguntei para não errar no ritual que certamente deveria haver.
— Agora chupe o chicle para ir gostando do docinho dele, e só depois que passar o gosto você começa a mastigar. E aí mastiga a vida inteira. A menos que você perca,
eu já perdi vários. Perder a eternidade? Nunca. O adocicado do chicle era bonzinho, não podia dizer que era ótimo. E, ainda perplexa, encaminhávamo-nos para a escola.
— Acabou-se o docinho. E agora?
— Agora mastigue para sempre.
Assustei-me, não sabia dizer por quê. Comecei a mastigar e em breve tinha na boca aquele puxa-puxa cinzento de borracha que não tinha gosto de nada. Mastigava,
mastigava. Mas me sentia contrafeita. Na verdade eu não estava gostando do gosto. E a vantagem de ser bala eterna me enchia de uma espécie de medo, como se tem
diante da ideia de eternidade ou de infinito. Eu não quis confessar que não estava à altura da eternidade. Que só me dava aflição. Enquanto isso, eu mastigava
obedientemente, sem parar. Até que não suportei mais, e, atravessando o portão da escola, dei um jeito de o chicle mastigado cair no chão de areia.
— Olha só o que me aconteceu!
— Disse eu em fingidos espanto e tristeza.
— Agora não posso mastigar mais! A bala acabou!
— Já lhe disse, repetiu minha irmã, que ele não acaba nunca. Mas a gente às vezes perde. Até de noite a gente pode ir mastigando, mas para não engolir no sono a
gente prega o chicle na cama. Não fique triste, um dia lhe dou outro, e esse você não perderá.
Eu estava envergonhada diante da bondade de minha irmã, envergonhada da mentira que pregara dizendo que o chicle caíra da boca por acaso. Mas aliviada. Sem o
peso da eternidade sobre mim.
LISPECTOR, Clarice. Medo da eternidade.
Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, Caderno B, p.2, 6 jun. 1970.
Em que frase o verbo destacado está flexionado, quanto a número e pessoa, de acordo com a norma-padrão da língua portuguesa?

a) No texto, relacionam-se aos chicles a ideia de eternidade.


b) Referiu-se à eternidade, sem se dar conta, as duas meninas.
c) Enganam-se a respeito da eternidade aqueles que creem nela.
d) Todos os anos, consome-se muitas balas e chicletes em todo o país.
e) Em muitas culturas, defendem-se calorosamente a existência da eternidade.

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CESGRANRIO - Esc BB/BB/Agente Comercial/2021


Língua Portuguesa (Português) - Concordância (Verbal e Nominal)
127) De acordo com as exigências da norma-padrão da língua portuguesa, a concordância verbal está corretamente empregada na forma destacada em:

a) Para entender o público das plataformas digitais, analisaram-se, durante dez semanas, o comportamento de jovens considerados viciados em aplicativos.
b) Em grupos de jovens usuários de redes sociais, constataram-se inúmeras situações de dependência crônica do uso de aparelhos celulares.
c) Nos serviços de ouvidoria das empresas de comunicação, atendem-se a reclamações de todos os tipos sobre falhas nas conexões telefônicas.
d) Nas análises sobre privacidade dos usuários, atribuem-se corretamente aos aplicativos de conversas a maior responsabilidade pela situação atual.
e) Com base em dados estatísticos, estimam-se que os jovens sejam os maiores responsáveis pela navegação nas redes sociais.

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Língua Portuguesa (Português) - Concordância (Verbal e Nominal)
128) O que é o QA e por que ele pode ser mais
importante que o QI no mercado de trabalho

Há algum tempo, se você quisesse avaliar as perspectivas de alguém crescer na carreira, poderia considerar pedir um teste de QI, o quociente de inteligência, que mede
indicadores como memória e habilidade matemática.

Mais recentemente, passaram a ser avaliadas outras letrinhas: o quociente de inteligência emocional (QE), uma combinação de habilidades interpessoais, autocontrole e
comunicação. Não só no mundo do trabalho, o QE é visto como um kit de habilidades que pode nos ajudar a ter sucesso em vários aspectos da vida.

Tanto o QI quanto o QE são considerados importantes para o sucesso na carreira. Hoje, porém, à medida que a tecnologia redefine como trabalhamos, as habilidades
necessárias para prosperar no mercado de trabalho também estão mudando. Entra em cena então um novo quociente, o de adaptabilidade (QA), que considera a
capacidade de se posicionar e prosperar em um ambiente de mudanças rápidas e frequentes.

O QA não é apenas a capacidade de absorver novas informações, mas de descobrir o que é relevante, deixar para trás noções obsoletas, superar desafios e fazer um
esforço consciente para mudar. Esse quociente envolve também características como flexibilidade, curiosidade, coragem e resiliência.

Amy Edmondson, professora de Administração da Harvard Business School, diz que é a velocidade vertiginosa das mudanças no mercado de trabalho que fará o QA
vencer o QI. Automatiza-se facilmente qualquer função que envolva detectar padrões nos dados (advogados revisando documentos legais ou médicos buscando o
histórico de um paciente, por exemplo), diz Dave Coplin, diretor da The Envisioners, consultoria de tecnologia sediada no Reino Unido. A tecnologia mudou bastante a
forma como alguns trabalhos são feitos, e a tendência continuará. Isso ocorre porque um algoritmo pode executar essas tarefas com mais rapidez e precisão do que um
humano.

Para evitar a obsolescência, os trabalhadores que cumprem essas funções precisam desenvolver novas habilidades, como a criatividade para resolver novos problemas,
empatia para se comunicar melhor e responsabilidade.

Edmondson diz que toda profissão vai exigir adaptabilidade e flexibilidade, do setor bancário às artes. Digamos que você é um contador. Seu QI o ajuda nas provas pelas
quais precisa passar para se qualificar; seu QE contribui na conexão com um recrutador e depois no relacionamento com colegas e clientes no emprego. Então, quando
os sistemas mudam ou os aspectos do trabalho são automatizados, você precisa do QA para se acomodar a novos cenários.

Ter QI, mas nenhum QA, pode ser um bloqueio para as habilidades existentes diante de novas maneiras de trabalhar. No mundo corporativo, o QA está sendo cada vez
mais buscado na hora da contratação. Uma coisa boa do QA é que, mesmo que seja difícil mensurá-lo, especialistas dizem que ele pode ser desenvolvido.

Como diz Edmondson: “Aprender a aprender é uma missão crítica. A capacidade de aprender, mudar, crescer, experimentar se tornará muito mais importante do que o
domínio de um assunto.”

Disponível em: <https://www.bbc.com/portuguese/vert-cap-50429043>.


Acesso em: 9 jul. 2021. (Adaptado)

A frase em que a concordância verbal atende ao que prevê a norma-padrão da língua portuguesa é:
a) Restava cerca de quinze candidatos para a entrevista.
b) Não sou eu que elabora as perguntas para as entrevistas.
c) No futuro, a maioria das tarefas poderão ser realizadas por algoritmos.
d) Nenhum de nós estamos preparados para a responsabilidade daquele cargo.
e) Mais de um indicador são usados para a seleção dos profissionais durante as entrevistas.

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Língua Portuguesa (Português) - Concordância (Verbal e Nominal)
129) Lições após um ano de ensino remoto na pandemia

No momento em que se tornam ainda mais complexas as discussões sobre a volta às aulas presenciais, o ensino remoto continua a ser a rotina de muitas famílias,
atualmente.

Mas um ano sem precedentes na história veio acompanhado de lições inéditas para professores, alunos e estudiosos. Diante do pouco acesso a planos de dados ou a
dispositivos, a alternativa de muitas famílias e professores tem sido se conectar regularmente via aplicativos de mensagens.

Uma pesquisa apontou que 83% dos professores mantinham contato com seus alunos por meio dos aplicativos de mensagens, muito mais do que pelas próprias
plataformas de aprendizagem. Esse uso foi uma grande surpresa, mas é porque não temos outras ferramentas de massificação. A maior parte do ensino foi feita pelo
celular e, geralmente, por um celular compartilhado (entre vários membros da família), o que é algo muito desafiador.

Outro aspecto a ser considerado é que, felizmente, mensagens direcionadas são uma forma relativamente barata de comunicação. A importância de cultivar interações
entre os estudantes, mesmo que eles não estejam no mesmo ambiente físico, também é uma forma de motivá-los e melhorar seus resultados. Recentemente, uma
pesquisadora afirmou que “Aprendemos que precisamos dos demais: comparar estratégias, falar com alunos, com outros professores e dar mais oportunidades de
trabalho coletivo, mesmo que seja cada um na sua casa. Além disso, a pandemia ressaltou a importância do vínculo anterior entre escolas e comunidades”.

Embora seja difícil prever exatamente como o fechamento das escolas vai afetar o desenvolvimento futuro dos alunos, educadores internacionais estimam que estudantes
da educação básica já foram impactados. É preciso pensar em como agrupar esses alunos e averiguar os que tiveram ensino mínimo ou nulo e decidir como enfrentar
essa ruptura, com aulas ou encontros extras, com anos (letivos) de transição.

IDOETA, P.A. 8 lições após um ano de ensino remoto na pan


demia. Disponível em: <https://educacao.uol.com.br/noticias/
bbc/2021/04/24/8-licoes-apos-um-ano-de-ensino-remoto-na-
pandemia. htm>. Acesso em: 21 jul. 2021. Adaptado.

De acordo com a norma-padrão da língua portuguesa, a concordância do termo em destaque está plenamente respeitada em:
a) A capacitação dos técnicos e o atendimento aos trabalhadores da área da saúde precisam ser desenvolvidos em todo o país.
b) As famílias dos alunos e os professores da rede pública das diferentes regiões brasileiras devem ser acolhidas pelas direções das escolas.
c) O estudo das diferentes disciplinas e a realização de provas bimestrais, após a chegada da Covid-19, têm sido planejadas com muito cuidado.
d) O tratamento das doenças respiratórias e a vacinação de toda a população devem ser implementadas pelos órgãos responsáveis.
e) Os arquivos escolares e as notas dos estudantes necessitam ser guardadas com o maior sigilo para recuperação no futuro.

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CESGRANRIO - Ass Adm (UNIRIO)/UNIRIO/2019


Língua Portuguesa (Português) - Concordância (Verbal e Nominal)
130) Texto II

Serviu suas famosas bebidas para Vinicius, Carybé e Pelé

Os pedaços de coco in natura são colocados no liquidificador e triturados. O líquido resultante é coado com uma peneira de palha e recolocado no aparelho, onde é batido
com açúcar e leite condensado. Ao fim, adiciona-se aguardente.

A receita de Diolino Gomes Damasceno, ditada à Folha por seu filho Otaviano, parece trivial, mas a conhecida batida de coco resultante não é. Afinal, não é possível que
uma bebida qualquer tenha encantado um time formado por Jorge Amado (diabético, tomava sem açúcar), Pierre Verger, Carybé, Mussum, João Ubaldo Ribeiro, Angela
Rô Rô, Wando, Vinicius de Moraes e Pelé (tomava dentro do carro).

Baiano nascido em 1931 na cidade de Ipecaetá, interior do estado, Diolino abriu seu primeiro estabelecimento em 1968, no bairro do Rio Vermelho, reduto boêmio de
Salvador. Localizado em uma garagem, ganhou o nome de MiniBar.

A batida de limão — feita com cachaça, suco de limão galego, mel de abelha de primeiríssima qualidade e açúcar refinado, segundo o escritor Ubaldo Marques Porto
Filho — chamava a atenção dos homens, mas Diolino deu por falta das mulheres da época. É que elas não queriam ser vistas bebendo em público, e então arranjavam
alguém para comprar as batidas e bebiam dentro do automóvel.

Diolino bolou então o sistema de atendimento direto aos veículos, em que os garçons iam até os carros que apenas encostavam e saíam em disparada. A novidade
alavancou a fama do bar. No auge, chegou a produzir 6.000 litros de batida por mês.

SETO, G. Folha de S.Paulo. Caderno “Cotidiano”. 17 maio


2019, p. B2. Adaptado.

A concordância do verbo destacado está de acordo com a norma-padrão em:


a) A reclamação dos clientes de Diolino chegaram aos seus ouvidos.

b) Surgiu vários motivos para que as pessoas confraternizassem com Diolino.

c) Eram os fregueses de Diolino privilegiados porque usufruíam de uma bebida especial.

d) Consumia-se bebidas dentro dos automóveis, sobretudo quando se queria o anonimato.

e) Diolino foi, em 1968, um pioneiro na arte de produzirem batidas de coco e de limão.


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Língua Portuguesa (Português) - Concordância (Verbal e Nominal)
131) Texto III

Beira-mar

Quase fim de longa tarde de verão. Beira do mar no Aterro do Flamengo próximo ao Morro da Viúva, frente para o Pão de Açúcar. Com preguiça, o sol começava a
esconder-se atrás dos edifícios. Parecia resistir ao chamado da noite. Nas pedras do quebra-mar caniços de pesca moviam-se devagar, ao lento vai e vem do calmo mar
de verão. Cercados por quatro ou cinco pescadores de trajes simples ou ordinários, e toscas sandálias de dedo.

Bermuda bege de fino brim, tênis e camisa polo de marcas célebres, Ricardo deixara o carro em estacionamento de restaurante nas imediações. Nunca fisgara peixe ali.
Olhado com desconfiança. Intruso. Bolsa a tiracolo, balde e vara de dois metros na mão. A boa técnica ensina que o caniço deve ter no máximo dois metros e oitenta
centímetros para a chamada pesca de molhes, nome sofisticado para quebra-mar. Ponta de agulha metálica para transmitir à mão do pescador maior sensibilidade à
fisgada do peixe. É preciso conhecimento de juiz para enganar peixes.

A uma dezena de metros, olhos curiosos viam o intruso montar o caniço. Abriu a bolsa de utensílios.

Entre vários rolos de linha, selecionou os de espessura entre quinze e dezoito centésimos de milímetro, ainda fiel à boa técnica.

— Na nossa profissão vivemos sempre preocupados e tensos: abertura do mercado, sobe e desce das cotações, situação financeira de cada país mundo afora. Poucas
coisas na vida relaxam mais do que pescaria, cheiro de mar trazido pela brisa, e a paisagem marítima — costuma confessar Ricardo na roda dos colegas da financeira
onde trabalha.

LOPES, L. Nós do Brasil. Rio de Janeiro: Ponteio, 2015, p. 101. Adaptado.

A concordância estabelecida com o verbo destacado está de acordo com as exigências da norma-padrão da língua portuguesa em:
a) Os caniços de pesca pode ser comprado pela internet.

b) Já não se fazem mais caniços de pesca como antigamente.

c) Haviam muitos anos que eu não levava caniços de pesca para o quebra-mar.

d) Bastava apenas dois caniços de pesca para Ricardo.

e) O caniço dos pescadores eram os melhores da praia.

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Língua Portuguesa (Português) - Concordância (Verbal e Nominal)
132) Texto II

Estojo escolar

Noite dessas, ciscando num desses canais a cabo, vi uns caras oferecendo maravilhas eletrônicas, bastava telefonar e eu receberia um notebook capaz de me ajudar a
fabricar um navio, uma estação espacial.

Minhas necessidades são mais modestas: tenho um PC mastodôntico, contemporâneo das cavernas da informática. E um laptop da mesma época que começa a me
deixar na mão. Como pretendo viajar esses dias, habilitei-me a comprar aquilo que os caras anunciavam como o top do top em matéria de computador portátil.

No sábado, recebi um embrulho complicado que necessitava de um manual de instruções para ser aberto. Depois de mil operações sofisticadas para minhas
limitações, retirei das entranhas de isopor o novo notebook e coloquei-o em cima da mesa. De repente, como vem acontecendo nos últimos tempos, houve um corte na
memória e vi diante de mim o meu primeiro estojo escolar. Tinha 5 anos e ia para o jardim de infância.

Era uma caixinha comprida, envernizada, com uma tampa que corria nas bordas do corpo principal. Dentro, arrumados em divisões, havia lápis coloridos, um apontador,
uma lapiseira cromada, uma régua de 20 cm e uma borracha para apagar meus erros.

Da caixinha vinha um cheiro gostoso, cheiro que nunca esqueci e que me tonteava de prazer. Fechei o estojo para proteger aquele cheiro, que ele ficasse ali para sempre,
prometi-me economizá-lo. Com avareza, só o cheirava em momentos especiais.

Na tampa que protegia estojo e cheiro havia gravado um ramo de rosas muito vermelhas que se destacavam do fundo creme. Amei aquele ramalhete – olhava aquelas
rosas e achava que nada podia ser mais bonito.

O notebook que agora abro é negro, não tem rosas na tampa e, em matéria de cheiro, é abominável. Cheira vilmente a telefone celular, a cabine de avião, ao aparelho de
ultrassonografia onde outro dia uma moça veio ver como sou por dentro. Acho que piorei de estojo e de vida.

CONY, C. H. Crônicas para ler na escola. São Paulo: Objetiva,


2009. Disponível em: <https://www1.folha.uol.com.br/fsp/opiniao
/fz12039806.htm>. Acesso em: 23 jul. 2019.

A frase em que a concordância nominal do elemento em destaque se dá de acordo com as regras da norma-padrão é:

a) As lembranças e o saudosismo são dolorosas.

b) As pessoas não deveriam ficar sós no final da vida.

c) Caixas de notebook não têm nada de encantadora.

d) É desnecessário a tristeza causada por boas lembranças.

e) Temos de ficar em alertas para não sofrermos com o saudosismo.


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Língua Portuguesa (Português) - Concordância (Verbal e Nominal)
133) O lado sombrio da luz

O domínio do fogo, e consequentemente da luminosidade, possibilitou ao ser humano exercer grande controle sobre o meio em que vivia, proporcionando imensurável
vantagem seletiva. A luz também foi fundamental para incontáveis avanços tecnológicos, que nos proporcionam mais comodidade e praticidade. Mas, apesar de ser em
muitas culturas símbolo do progresso, pureza e beleza, a luz também tem seu lado sombrio.
A poluição luminosa — toda luz desnecessária ou excessiva produzida artificialmente — é a que mais cresce no planeta e, infelizmente, os impactos do seu mau uso e
os mecanismos com os quais podemos minimizá-los têm pouquíssimo destaque se comparados aos de outros tipos de poluição.
A revolução industrial alavancou os efeitos da poluição luminosa para níveis altíssimos nos dias de hoje. É possível ver o intenso brilho noturno dos centros urbanos até
em fotos de satélites. Mais de perto, a poluição luminosa pode ser notada quando se observa uma “aura” de luz no horizonte, olhando na direção de uma grande cidade.
Esse brilho do céu noturno é causado por luzes terrestres direcionadas ou refletidas para a atmosfera.
A iluminação artificial excessiva, principalmente na área rural, foi associada a uma maior probabilidade de epidemias por atrair vetores de doenças, como o barbeiro
(doença de Chagas), o mosquito-palha (leishmaniose) e o mosquito-prego (malária).
Acredita-se também que a iluminação noturna em centros urbanos influencie fatores psicossociais, sendo mencionada como uma das causas que contribuem para o
aumento da criminalidade e depressão. Quebras no relógio biológico humano são relacionadas aos mais diversos problemas de saúde, como distúrbios cardiovasculares,
diabetes e obesidade.
Não só seres humanos, mas insetos e aves sofrem consequências da poluição luminosa. Na natureza intacta, as únicas fontes de luz durante a noite eram as estrelas e
a luz refletida pela Lua. Os animais, incluindo os humanos, e as plantas evoluíram nos regimes de luz natural; portanto, é fácil imaginar que sofram direta ou
indiretamente com as alterações artificiais da luz noturna.
Vaga-lumes e outros insetos são afetados pela iluminação artificial de formas distintas. Alguns insetos utilizam a posição das estrelas e o sentido da luz para
navegação. Mariposas e besouros têm seus ciclos de vida alterados e são atraídos e desorientados pela luz, tornando-se vítimas fáceis de aves, morcegos e outros
predadores. Esses insetos desempenham diversas funções nos ecossistemas, como polinização, alimento para outros animais, controle de populações de pragas,
decomposição de material orgânico e até dispersão de sementes. Fica claro, portanto, que estamos longe de compreender a poluição luminosa, seus efeitos e
consequências no meio ambiente.
Como as plantas utilizam a luz solar para realizar fotossíntese e direcionar seu crescimento, mudanças na duração dos dias causadas por luminárias provocam confusão
em relação à estação do ano em que se encontram, resultando na produção de flores, frutos ou queda de folhas em épocas inesperadas. Tais alterações podem resultar
em graves consequências para outros seres que delas dependam, como insetos polinizadores. Nos pássaros, a luz vermelha interfere na orientação magnética; e, nas
mariposas e nos besouros, focos de luz atraem as mais diversas espécies, tornando-as mais vulneráveis a predadores.
Com o desenvolvimento tecnológico das lâmpadas LED (sigla em inglês para diodo emissor de luz), a iluminação artificial torna-se mais eficiente energeticamente. Mas,
em vez de usarmos tal eficiência para reduzir o consumo de energia, o menor custo energético está sendo utilizado para aumentar o fluxo luminoso e,
consequentemente, a poluição luminosa.
Medidas simples podem reduzir a emissão de luz e sua influência negativa sobre outros seres, inclusive sobre nós. Isso sem mencionar a conta de energia. Para
combater a poluição luminosa, é necessário (i) repensar o que precisa ser iluminado, usando, por exemplo, holofotes direcionados e que não irradiem luz para a
atmosfera; (ii) reduzir o tempo de iluminação com o uso de temporizadores e sensores de presença; (iii) avaliar se precisamos de luzes tão fortes e brancas para todas as
tarefas; (iv) tentar reduzir a exposição à luz artificial forte fora dos horários naturais de luz.
Trocar as lâmpadas brancas por luzes mais amareladas nos locais em que elas não são necessárias, assim como trocar o celular ou o computador por uma boa revista
sob luz branda antes de dormir, podem proporcionar uma noite mais bem dormida.
HAGEN, O.; BARGHINI, A. Revista Ciência Hoje, n. 340. 21 set. 2016. Disponível em: http://www.cienciahoje.org.br/ revista/materia/id/1094/n/o_lado_sombrio_da_luz. Acesso em: 5 dez. 2017.
Adaptado.

A concordância da palavra destacada foi realizada de acordo com as exigências da norma-padrão da língua portuguesa em:
a) A visibilidade da Via Láctea e o brilho das estrelas eram necessárias para a tradição dos povos primitivos.

b) O caroço e a casca da manga, descartadas na natureza, em 2016 começaram a servir para a criação de um tipo de plástico.

c) O milho e a soja plantadas em solo fértil são fontes de renda para muitas famílias em variadas regiões do Brasil.

d) O soro e a vacina contra picada de abelha foram pesquisadas nos últimos 20 anos para o desenvolvimento antiapílico.

e) As frutas e os legumes orgânicos passaram a ter muita procura nos grandes centros urbanos na atualidade.

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CESGRANRIO - Cond (TRANSPETRO)/TRANSPETRO/Mecãnico/2018


Língua Portuguesa (Português) - Concordância (Verbal e Nominal)
134) De acordo com as exigências da norma-padrão da língua portuguesa, a forma verbal destacada está adequadamente empregada em:

a) O Brasil tem frutas para todos os gostos, mas outros produtos também são importantes nesses tempos em que se valorizam as propriedades funcionais dos
alimentos.

b) As pesquisas indicam que a economia melhorou um pouco, mas os jovens que se formam ainda tem dificuldade para conseguir emprego.
c) A produção de material didático e a possibilidade de comparar imagens de órgãos ou tecidos sadios promete melhorar a formação de profissionais de medicina.

d) Os Estados Unidos e alguns países europeus vem investindo nas últimas décadas em programas de observação de asteroides potencialmente perigosos.

e) O crescimento pode melhorar os diversos dilemas do mercado de trabalho no Brasil, mas não vão resolver a situação econômica a médio prazo.

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CESGRANRIO - PPNS (PETROBRAS)/PETROBRAS/Administração/2018


Língua Portuguesa (Português) - Concordância (Verbal e Nominal)
135) A questão baseia no texto apresentado abaixo.

O vício da tecnologia

Entusiastas de tecnologia passaram a semana com os olhos voltados para uma exposição de novidades eletrônicas realizada recentemente nos Estados Unidos. Entre as
inovações, estavam produtos relacionados a experiências de realidade virtual e à utilização de inteligência artificial — que hoje é um dos temas que mais desperta
interesse em profissionais da área, tendo em vista a ampliação do uso desse tipo de tecnologia nos mais diversos segmentos.
Mais do que prestar atenção às novidades lançadas no evento, vale refletir sobre o motivo que nos leva a uma ansiedade tão grande para consumir produtos que
prometem inovação tecnológica. Por que tanta gente se dispõe a dormir em filas gigantescas só para ser um dos primeiros a comprar um novo modelo de smartphone?
Por que nos dispomos a pagar cifras astronômicas para comprar aparelhos que não temos sequer certeza de que serão realmente úteis em nossas rotinas?
A teoria de um neurocientista da Universidade de Oxford (Inglaterra) ajuda a explicar essa “corrida desenfreada” por novos gadgets. De modo geral, em nosso processo
evolutivo como seres humanos, nosso cérebro aprendeu a suprir necessidades básicas para a sobrevivência e a perpetuação da espécie, tais como sexo, segurança e
status social.
Nesse sentido, a compra de uma novidade tecnológica atende a essa última necessidade citada: nós nos sentimos melhores e superiores, ainda que
momentaneamente, quando surgimos em nossos círculos sociais com um produto que quase ninguém ainda possui.
Foi realizado um estudo de mapeamento cerebral que mostrou que imagens de produtos tecnológicos ativavam partes do nosso cérebro idênticas às que são ativadas
quando uma pessoa muito religiosa se depara com um objeto sagrado. Ou seja, não seria exagero dizer que o vício em novidades tecnológicas é quase uma religião para
os mais entusiastas.
O ato de seguir esse impulso cerebral e comprar o mais novo lançamento tecnológico dispara em nosso cérebro a liberação de um hormônio chamado dopamina,
responsável por nos causar sensações de prazer. Ele é liberado quando nosso cérebro identifica algo que represente uma recompensa.
O grande problema é que a busca excessiva por recompensas pode resultar em comportamentos impulsivos, que incluem vícios em jogos, apego excessivo a redes
sociais e até mesmo alcoolismo. No caso do consumo, podemos observar a situação problematizada aqui: gasto excessivo de dinheiro em aparelhos eletrônicos que nem
sempre trazem novidade –– as atualizações de modelos de smartphones, por exemplo, na maior parte das vezes apresentam poucas mudanças em relação ao modelo
anterior, considerando-se seu preço elevado. Em outros casos, gasta-se uma quantia absurda em algum aparelho novo que não se sabe se terá tanta utilidade prática ou
inovadora no cotidiano.
No fim das contas, vale um lembrete que pode ajudar a conter os impulsos na hora de comprar um novo smartphone ou alguma novidade de mercado: compare o
efeito momentâneo da dopamina com o impacto de imaginar como ficarão as faturas do seu cartão de crédito com a nova compra. O choque ao constatar o rombo em
seu orçamento pode ser suficiente para que você decida pensar duas vezes a respeito da aquisição.
DANA, S. O Globo. Economia. Rio de Janeiro, 16 jan. 2018. Adaptado.

A concordância do verbo destacado foi realizada de acordo com as exigências da norma-padrão da língua portuguesa em:

a) Com a corrida desenfreada pelas versões mais atuais dos smartphones, evidenciou-se atitudes agressivas e violentas por parte dos usuários.

b) Devido à utilização de estratégias de marketing, desenvolveu-se, entre os jovens, a ideia de que a posse de novos aparelhos eletrônicos é garantia de sucesso.

c) É necessário que se envie a todas as escolas do país vídeos educacionais que permitam esclarecer os jovens sobre o vício da tecnologia.

d) É preciso educar as novas gerações para que se reduza os comportamentos compulsivos relacionados ao uso das novas tecnologias.
e) Nos países mais industrializados, comprovou-se os danos psicológicos e o consumismo exagerado causados pelo vício da tecnologia.

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CESGRANRIO - Tec Cien (BASA)/BASA/Medicina do Trabalho/2018


Língua Portuguesa (Português) - Concordância (Verbal e Nominal)
136) A questão baseia no texto apresentado abaixo.

Quanto nós merecemos?

Lya Luft O ser humano é um animal que deu errado em várias coisas. A maioria das pessoas que conheço, se fizesse uma terapia, ainda que breve, haveria de viver
melhor. Os problemas podiam continuar ali, mas elas aprenderiam a lidar com eles.
Sem querer fazer uma interpretação barata ou subir além do chinelo: como qualquer pessoa que tenha lido Freud e companhia, não raro penso nas rasteiras que o
inconsciente nos passa e em quanto nos atrapalhamos por achar que merecemos pouco.
Pessoalmente, acho que merecemos muito: nascemos para ser bem mais felizes do que somos, mas nossa cultura, nossa sociedade, nossa família não nos contaram
essa história direito. Fomos onerados com contos de ogros sobre culpa, dívida, deveres e... mais culpa.
Um psicanalista me disse um dia:
– Minha profissão ajuda as pessoas a manter a cabeça à tona d’água. Milagres ninguém faz.
Nessa tona das águas da vida, por cima da qual nossa cabeça espia – se não naufragamos de vez –, somos assediados por pensamentos nem sempre muito
inteligentes ou positivos sobre nós mesmos.
As armadilhas do inconsciente, que é onde nosso pé derrapa, talvez nos façam vislumbrar nessa fenda obscura um letreiro que diz: “Eu não mereço ser feliz. Quem
sou eu para estar bem, ter saúde, ter alguma segurança e alegria? Não mereço uma boa família, afetos razoavelmente seguros, felicidade em meio aos dissabores”. Nada
disso. Não nos ensinaram que “Deus faz sofrer a quem ama”?
Portanto, se algo começa a ir muito bem, possivelmente daremos um jeito de que desmorone – a não ser que tenhamos aprendido a nos valorizar.
Vivemos o efeito de muita raiva acumulada, muito mal-entendido nunca explicado, mágoas infantis, obrigações excessivas e imaginárias. Somos ofuscados pelo danoso
mito da mãe santa e da esposa imaculada e do homem poderoso, pela miragem dos filhos mais que perfeitos, do patrão infalível e do governo sempre confiável.
Sofremos sob o peso de quanto “devemos” a todas essas entidades inventadas, pois, afinal, por trás delas existe apenas gente, tão frágil quanto nós.
Esses fantasmas nos questionam, mãos na cintura, sobrancelhas iradas:
– Ué, você está quase se livrando das drogas, está quase conquistando a pessoa amada, está quase equilibrando sua relação com a família, está quase obtendo
sucesso, vive com alguma tranquilidade
financeira... será que você merece? Veja lá!
Ouvindo isso, assustados réus, num ato nada falho tiramos o tapete de nós mesmos e damos um jeito de nos boicotar – coisa que aliás fazemos demais nesta curta
vida. Escolhemos a droga em lugar da lucidez e da saúde; nos fechamos para os afetos em lugar de lhes abrir espaço; corremos atarantados em busca de mais dinheiro
do que precisaríamos; se vamos bem em uma atividade, ficamos inquietos e queremos trocar; se uma relação floresce, viramos críticos mordazes ou traímos o outro,
dando um jeito de podar carinho, confiança ou sensualidade.
Se a gente pudesse mudar um pouco essa perspectiva, e não encarar drogas, bebida em excesso, mentira, egoísmo e isolamento como “proibidos”, mas como uma
opção burra e destrutiva, quem sabe poderíamos escolher coisas que nos favorecessem. E não passar uma vida inteira afastando o que poderia nos dar alegria, prazer,
conforto ou serenidade.
No conflitado e obscuro território do inconsciente, que o velho sábio Freud nos ensinaria a arejar e iluminar, ainda nos consideramos maus meninos e meninas, crianças
malcomportadas que merecem castigo, privação, desperdício de vida. Bom, isso também somos nós: estranho animal que nasceu precisando urgente de conserto.
Alguém sabe o endereço de uma oficina boa, barata, perto de casa – ah, e que não lide com notas frias?
Disponível em: <http://arquivoetc.blogspot.com.br/2005/12/ veja-lya-luft-quanto-ns-merecemos.html>. Acesso em: 16 mar. 2018.

Do ponto de vista da concordância, a frase em que o verbo está empregado de acordo com as regras da norma-padrão é:

a) Necessitam-se de terapias alternativas.

b) Fazem meses que iniciamos o tratamento.

c) Concluiu-se os vários trabalhos solicitados.

d) Houve inquietações consideradas corriqueiras.

e) Os Estados Unidos avança nos estudos freudianos.

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CESGRANRIO - PTNM (TRANSPETRO)/TRANSPETRO/Ambiental/2018


Língua Portuguesa (Português) - Concordância (Verbal e Nominal)
137) “Guerra” virtual pela informação

A internet quebrou a rígida centralização no fluxo mundial de dados, criando uma situação inédita na história recente. As principais potências econômicas e militares do
planeta decidiram partir para a ação ao perceberem que seus segredos começam a ser divulgados com facilidade e frequência nunca vistas antes.

As mais recentes iniciativas no terreno da espionagem virtual mostram que o essencial é o controle da informação disponível no mundo - não mais guardar segredos, mas
saber o que os outros sabem ou podem vir a saber. Os estrategistas em guerra cibernética sabem que a possibilidade de vazamentos de informações sigilosas é cada vez
maior e eles tendem a se tornar rotineiros.

A datificação, processo de transformação em dados de tudo o que conhecemos, aumentou de forma vertiginosa o acervo mundial de informações. Diariamente circulam
na web pouco mais de 1,8 mil petabytes de dados (um petabyte equivale a 1,04 milhão de gigabytes), dos quais é possível monitorar apenas 29 petabytes.

Pode parecer muito pouco, mas é um volume equivalente a 400 vezes o total de páginas web indexadas diariamente pelo Google e 156 vezes o total de vídeos
adicionados ao YouTube a cada 24 horas.

Como não é viável exercer um controle material sobre o fluxo de dados na internet, os centros mundiais de poder optaram pelo desenvolvimento de uma batalha pela
informação. O manejo dos grandes dados permite estabelecer correlações entre fatos, dados e eventos, com amplitude e rapidez impossíveis de serem alcançados até
agora.

Como tudo o que fazemos diariamente é transformado em dados pelo nosso banco, pelo correio eletrônico, pelo Facebook, pelo cartão de crédito etc., já somos passíveis
de monitoração em tempo real, em caráter permanente. São esses dados que alimentam os softwares analíticos que produzem correlações que servem de base para
decisões estratégicas.

CASTILHO, Carlos. Observatório da imprensa. 21/08/2013.


Disponível em: <http://observatoriodaimprensa.com.br/codigo- aberto/quando-saber-o-que-os-espioes-sabem-gera-uma- -guerra-virtual-pela-informacao/.> Acesso em: 29 fev. 2018. Adaptado.

A concordância do adjetivo destacado foi realizada de acordo com as exigências da norma-padrão da língua portuguesa em:

a) A espionagem virtual e a ausência de punição dos responsáveis são corriqueiros na batalha virtual entre as grandes potências mundiais.
b) A guerra cibernética entre os países e o manejo de grandes quantidades de dados são básicas para determinar as relações de poder no futuro.
c) O acolhimento dos refugiados e a redução das desigualdades são necessárias para diminuir os conflitos de interesse entre países ricos e pobres.
d) Os e-mails e as conversas virtuais são monitorados permanentemente em todo o mundo para revelar importantes segredos de estado.
e) Os softwares contra vírus e a atualização regular dos aplicativos são obrigatórias para a manutenção dos celulares em bom funcionamento.

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CESGRANRIO - PTNS (TRANSPETRO)/TRANSPETRO/Administração/2018


Língua Portuguesa (Português) - Concordância (Verbal e Nominal)
138) Memórias Póstumas de Brás Cubas
Lobo Neves, a princípio, metia-me grandes sustos. Pura ilusão! Como adorasse a mulher, não se vexava de mo dizer muitas vezes; achava que Virgília era a perfeição
mesma, um conjunto de qualidades sólidas e finas, amorável, elegante, austera, um modelo. E a confiança não parava aí. De fresta que era, chegou a porta escancarada.
Um dia confessou-me que trazia uma triste carcoma na existência; faltava -lhe a glória pública. Animei-o; disse-lhe muitas coisas bonitas, que ele ouviu com aquela unção
religiosa de um desejo que não quer acabar de morrer; então compreendi que a ambição dele andava cansada de bater as asas, sem poder abrir o voo. Dias depois
disse-me todos os seus tédios e desfalecimentos, as amarguras engolidas, as raivas sopitadas; contou-me que a vida política era um tecido de invejas, despeitos, intrigas,
perfídias, interesses, vaidades. Evidentemente havia aí uma crise de melancolia; tratei de combatê-la.

— Sei o que lhe digo, replicou-me com tristeza. Não pode imaginar o que tenho passado. Entrei na política por gosto, por família, por ambição, e um pouco por vaidade.
Já vê que reuni em mim só todos os motivos que levam o homem à vida pública; faltou-me só o interesse de outra natureza. Vira o teatro pelo lado da plateia; e, palavra,
que era bonito! Soberbo cenário, vida, movimento e graça na representação. Escriturei-me; deram-me um papel que... Mas para que o estou a fatigar com isto? Deixe-me
ficar com as minhas amofinações. Creia que tenho passado horas e dias... Não há constância de sentimentos, não há
gratidão, não há nada... nada.... nada...

Calou-se, profundamente abatido, com os olhos no ar, parecendo não ouvir coisa nenhuma, a não ser o eco de seus próprios pensamentos. Após alguns instantes,
ergueu-se e estendeu-me a mão: — O senhor há de rir-se de mim, disse ele; mas desculpe aquele desabafo; tinha um negócio, que me mordia o espírito. E ria, de um
jeito sombrio e triste; depois pediu- me que não referisse a ninguém o que se passara entre nós; ponderei-lhe que a rigor não se passara nada. Entraram dois deputados
e um chefe político da paróquia. Lobo Neves recebeu-os com alegria, a princípio um tanto postiça, mas logo depois natural. No fim de meia hora, ninguém diria que ele
não era o mais afortunado dos homens; conversava, chasqueava, e ria, e riam todos.

ASSIS, M. de. Memórias Póstumas de Brás Cubas


; IN: CHIARA, A. C. et alli (Orgs.). Machado de Assis para jovens leitores. Rio de Janeiro: Eduerj, 2008.

O período que atende plenamente às exigências da concordância verbal na norma-padrão da língua portuguesa é:

a) Mais de um mandato foram exercidos por Lobo Neves.


b) Fazem quinze anos que ele conseguiu entrar para a vida pública.
c) Necessita-se de políticos mais compromissados com a população.
d) Com certeza, haviam mais de trinta deputados no plenário naquele dia.
e) Reeleger-se-á, somente, os políticos com um histórico de trabalho honesto.

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CESGRANRIO - Aju (LIQUIGÁS)/LIQUIGÁS/Motorista Granel I/2018


Língua Portuguesa (Português) - Concordância (Verbal e Nominal)
139) A forma verbal destacada atende às exigências de concordância da norma-padrão da língua portuguesa em:

a) A ocorrência de pressão alta nos moradores das regiões próximas dos centros urbanos resultam do consumo de água com uma grande quantidade de sal.

b) A usina de tratamento destinada a retirar impurezas dos rios, lagoas e mares despoluem a água, evitando doenças como a diarreia e o cólera.

c) As árvores existentes ao longo dos leitos dos rios são fundamentais para manter a vazão dos cursos d´água e evitar seu assoreamento.

d) Nos açudes próximos a grandes mineradoras, a concentração de bactérias e de toxinas tornam a água imprópria para consumo humano.
e) Para que os consumidores tenham consciência do mau uso que fazem da água, é essencial os estudos sobre a escassez de água.

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CESGRANRIO - Moto (LIQUIGÁS)/LIQUIGÁS/Caminhão Granel I/2018


Língua Portuguesa (Português) - Concordância (Verbal e Nominal)
140) A concordância da palavra destacada atende às exigências da norma-padrão da língua portuguesa em:

a) Alimentos saudáveis e prática constante de exercícios são necessárias para uma vida longa e mais equilibrada.

b) Inexistência de esgoto em muitas regiões e falta de tratamento adequado da água são causadores de doenças.

c) Notícias falsas e boatos perigosos não deveriam ser reproduzidas nas redes sociais da forma como acontece hoje.

d) Plantas da caatinga e frutos pouco conhecidos da Região Nordeste foram elogiados por suas propriedades alimentares.

e) Profissionais dedicados e pesquisas constantes precisam ser estimuladas para que se avance na cura de algumas doenças.

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CESGRANRIO - Moto (LIQUIGÁS)/LIQUIGÁS/Caminhão Granel I/2018


Língua Portuguesa (Português) - Concordância (Verbal e Nominal)
141) A palavra destacada atende às exigências de concordância da norma-padrão da língua portuguesa em:
a) Atualmente, causa impacto nas eleições de vários países as notícias falsas.

b) A recomendação de testar a veracidade das notícias precisam ser seguidas, para não prejudicar as pessoas.

c) O propósito de conferir grandes volumes de dados resultaram na criação de serviços especializados.

d) Os boatos causam efeito mais forte do que as notícias reais porque vem acompanhados de títulos chamativos.

e) Os resultados de pesquisas recentes mostram que 67% das pessoas consultam os jornais diariamente.

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CESGRANRIO - ProV (LIQUIGÁS)/LIQUIGÁS/Júnior/2018


Língua Portuguesa (Português) - Concordância (Verbal e Nominal)
142) No que diz respeito à concordância nominal, a palavra em destaque que está empregada de acordo com a norma-padrão é:
a) As meninas curtem livros de capas rosas.

b) Sempre li bastante livros ao longo de minha vida.

c) É proibido leitura de histórias violentas por crianças.

d) Narrativas de fluxo de consciência sempre a deixam meia confusa.

e) Deveria haver mais revistas e jornais dedicadas à literatura.

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CESGRANRIO - PPNS (PETROBRAS)/PETROBRAS/Enfermagem do Trabalho/2018


Língua Portuguesa (Português) - Concordância (Verbal e Nominal)
143) Portugueses no Rio de Janeiro

O Rio de Janeiro é o grande centro da imigração portuguesa até meados dos anos cinquenta do século passado, quando chega a ser a “terceira cidade portuguesa do
mundo”, possuindo 196 mil portugueses — um décimo de sua população urbana. Ali, os portugueses dedicam-se ao comércio, sobretudo na área dos comestíveis, como
os cafés, as panificações, as leitarias, os talhos, além de outros ramos, como os das papelarias e lojas de vestuários. Fora do comércio, podem exercer as mais variadas
profissões, como atividades domésticas ou as de barbeiros e alfaiates. Há, de igual forma, entre os mais afortunados, aqueles ligados à indústria, voltados para
construção civil, o mobiliário, a ourivesaria e o fabrico de bebidas.

A sua distribuição pela cidade, apesar da não formação de guetos, denota uma tendência para a sua concentração em determinados bairros, escolhidos, muitas das
vezes, pela proximidade da zona de trabalho. No Centro da cidade, próximo ao grande comércio, temos um grupo significativo de patrícios e algumas associações de
porte, como o Real Gabinete Português de Leitura e o Liceu Literário Português. Nos bairros da Cidade Nova, Estácio de Sá, Catumbi e Tijuca, outro ponto de
concentração da colônia, se localizam outras associações portuguesas, como a Casa de Portugal e um grande número de casas regionais. Há, ainda, pequenas
concentrações nos bairros periféricos da cidade, como Jacarepaguá, originalmente formado por quintas de pequenos lavradores; nos subúrbios, como Méier e Engenho
Novo; e nas zonas mais privilegiadas, como Botafogo e restante da zona sul carioca, área nobre da cidade a partir da década de cinquenta, preferida pelos mais
abastados.

PAULO, Heloísa. Portugueses no Rio de Janeiro: salazaristas e opositores em manifestação na cidade. In: ALVES, Ida et alii. 450 Anos de Portugueses no Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Ofi cina
Raquel, 2017, pp. 260-1. Adaptado.

O texto emprega duas vezes o verbo “haver”. Ambos estão na 3ª pessoa do singular, pois são impessoais.

Esse papel gramatical está repetido corretamente em:

a) Ninguém disse que os portugueses havia de saírem da cidade.


b) Se houvessem mais oportunidades, os imigrantes ficariam ricos.
c) Haveriam de haver imigrantes de outras procedências na cidade.
d) Os imigrantes vieram de Lisboa porque lá não haviam empregos.
e) Os portugueses gostariam de que houvesse mais ofertas de trabalho.
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CESGRANRIO - Aju (LIQUIGÁS)/LIQUIGÁS/Carga e Descarga I/2018


Língua Portuguesa (Português) - Concordância (Verbal e Nominal)
144) Texto II

O amor é valente

Mesmo que mil tipos


De ódio o mal invente,
O amor, mesmo sozinho,
Será sempre mais valente.

Valente, forte, profundo


Capaz de mudar o mundo
Acalmar qualquer dor
Vivemos nesse conflito.
Mas confio e acredito
Na valentia do amor.

BESSA, Bráulio. Poesia com rapadura. Fortaleza: Editora CENE, 2017.

A concordância do verbo destacado está de acordo com a norma-padrão da língua portuguesa em

a) A moça e o rapaz ficou apaixonados quando se conheceram.

b) O casal caminhava sempre pelos jardins da praça.

c) O poeta dessas cidades fizeram lindos poemas para as suas amadas.

d) Gosta muito de segredos de amor os namorados.

e) Os poemas desse autor é muito românticos.

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CESGRANRIO - Aju (LIQUIGÁS)/LIQUIGÁS/Motorista Granel I/Operador de Gás I/2018


Língua Portuguesa (Português) - Concordância (Verbal e Nominal)
145) Carta aos meus filhos adolescentes

Nossa relação mudará, não se assustem, continuo amando absurdamente cada um de vocês. Estarei sempre de plantão, para o que der e vier. Do mesmo jeito, com a
mesma vontade de ajudar.
É uma fase necessária: uma aparência de indiferença recairá em nossos laços, uma casca de tédio grudará em nossos olhares.

Mas não durará a vida inteira, posso garantir.

Nossa comunicação não será tão fácil como antes. A adolescência altera a percepção dos pais, tornei-me o chato daqui por diante.

Eu me preparei para a desimportância, guardei estoque de cartõezinhos e cartas de vocês pequenos, colecionei na memória as declarações de “eu te amo” da última
década, ciente de que não ouvirei nenhuma jura por um longo tempo.

A vida será mais árida, mais constrangedora, mais lacônica. É um período de estranheza, porém essencial e corajoso. Todos experimentam isso, em qualquer família, não
tem como adiar ou fugir.

Serei obrigado agora a bater no quarto de vocês e aguardar uma licença. Existe uma casa chaveada no interior de nossa casa. Não desfruto de chave, senha, passaporte.
Não posso aparecer abrindo a porta de repente. Às vezes mandarei um WhatsApp apenas para saber onde estão, mesmo quando estiverem dentro do apartamento.
Passarei essa vergonha.

Perguntarei como estão e ganharei monossílabos de presente. Talvez um ok. Talvez a sorte de um tudo bem. As confissões não acontecerão espontaneamente.

“Me deixe em paz” despontará como refrão diante de qualquer cobrança.

Precisarei ser mais persuasivo. Nem alcanço alguma ideia de como, para mim também é uma experiência nova, tampouco sei agir. Os namoros e os amigos assumirão as
suas prioridades.

Verei vocês somente saindo ou chegando, desprovido de convergência para um abraço demorado.

Já não me acharão um máximo, já não sou grande coisa. Perceberam os meus pontos fracos, decoraram os meus defeitos, não acreditam mais em minhas histórias, não
sou a única versão de vocês. Qualquer informação que digo, vão checar no Google.

Mas vamos sobreviver: o meu amor é imenso para resistir ao teste da diferença de idade e de geração. Espero vocês do outro lado da ternura, quando tiverem a minha
idade.

CARPINEJAR, F. Carta aos meus filhos adolescentes. Disponível em: <https://blogs.oglobo.globo.com/fabricio-carpinejar/post/carta-aos-meus-fi lhos-adolescentes.html>. Acesso em: 10 jul. 2018.
Adaptado.

A frase em que a palavra em destaque obedece ao princípio sintático da concordância nominal, atendendo às regras da norma-padrão, é:

a) As famílias mesmas relatam problemas de relacionamento entre pais e filhos.

b) Os adolescentes ficam sempre meios eufóricos quando saem em grupo.

c) Pais têm menas chances de compreender seus filhos que seus amigos.

d) Alguns jovens já enfrentam bastante problemas dentro e fora de casa.

e) É necessária ter uma boa relação com os pais para que os filhos se sintam seguros.
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CESGRANRIO - Prof Jr (LIQUIGÁS)/LIQUIGÁS/Comunicação Social/2018


Língua Portuguesa (Português) - Concordância (Verbal e Nominal)
146) Segundo a norma culta da Língua Portuguesa, o verbo destacado foi usado de acordo com as regras de concordância verbal em:

a) Houve intensos debates durante a campanha.

b) Sempre houveram eleitores descontentes com a situação do país.

c) Fazem duas semanas que a campanha eleitoral começou.

d) Deve existir muitos eleitores em dúvida.

e) Daqui há dez anos, o país estará em melhor situação.

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CESGRANRIO - Esc (BANRISUL)/BANRISUL/2023


Língua Portuguesa (Português) - Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes Relativos, Conjunções, etc)
147) Implantação do código de ética nas empresas

Desde a infância, estamos sujeitos à influência de nosso meio social, por intermédio da família, da escola, dos amigos, dos meios de comunicação de massa. Ao nascer, o
homem já se defronta com um conjunto de regras, normas e valores aceitos em seu grupo sociala. As palavras “ética” e “moral” indicam costumes acumulados —
conjunto de normas e valores dos grupos sociais em um contexto.

A ética é um conjunto de princípios e disposições cujo objetivo é balizar as ações humanas. A ética existe como uma referência para os seres humanos em sociedade, de
modo tal que a sociedade possa se tornar cada vez mais humana. Ela pode e deve ser incorporada pelos indivíduos, sob a forma de uma atitude diante da vida
cotidianab. Mas ela não é um conjunto de verdades fixas, imutáveis. A ética se move historicamente, se amplia e se adensa. Para entendermos como isso acontece na
história da humanidadec, basta lembrarmos que, um dia, a escravidão foi considerada "natural".

Ética é o que diz respeito à ação quando ela é refletida, pensada. A ética preocupa-se com o certo e com o errado, mas não é um conjunto simples de normas de conduta
como a moral. Ela promove um estilo de ação que procura refletir sobre o melhor modo de agir que não abale a vida em sociedade e não desrespeite a individualidade
dos outros.

As empresas precisam desenvolver-se de tal forma que a conduta ética de seus integrantes, bem como os valores e convicções primários da organização, se tornem parte
de sua cultura. Assim, a ética vem sendo vista como uma espécie de requisito para a sobrevivência das empresas no mundo moderno e pode ser definida como a
transparência nas relações e a preocupação com o impacto das suas atividades na sociedade.
Muitos exemplos poderiam ser citados de empresas que estão começando a valorizar e a alertar seus funcionários sobre a ética. Algumas empresas já implantaram,
inclusive, um comitê de ética, o qual se destina à proteção da imagem da companhiad. É preciso, portanto, que haja uma conscientização da importância de uma conduta
ética ou mesmo a implantação de um código de ética nas organizações, pois a cada dia que passa a ética tem mostrado ser um dos caminhos para o sucesso e para o
bem comum, agregando valor moral ao patrimônio da organização.

O Código de Ética é um instrumento de realização dos princípios, da visão e da missão da empresa. Serve para orientar as ações de seus colaboradores e explicitar a
postura social da empresa em face dos diferentes públicos com os quais interage.e É da máxima importância que seu conteúdo seja refletido nas atitudes das pessoas a
que se dirige e encontre respaldo na alta administração da empresa, que, tanto quanto o último empregado contratado, tem a responsabilidade de vivenciá-lo.

As relações com os funcionários, desde o processo de contratação, desenvolvimento profissional, lealdade mútua, respeito entre chefes e subordinados, saúde e
segurança, propriedade da informação, assédio profissional e sexual, alcoolismo, uso de drogas, entre outros, são aspectos que costumam ser abordados em um Código
de Ética. Cumprir horários, entregar o trabalho no prazo, dar o seu melhor ao executar uma tarefa e manter a palavra dada são exemplos de atitudes que mostram aos
superiores e aos colegas que o funcionário valoriza os princípios éticos da empresa ou da instituição.

O Código também pode envolver situações de relacionamento com clientes, fornecedores, acionistas, investidores, comunidade vizinha, concorrentes e mídia. O Código de
Ética pode estabelecer ações de responsabilidade social dirigidas ao desenvolvimento social de comunidades vizinhas, bem como apoio a projetos de educação voltados
ao crescimento pessoal e profissional de jovens carentes. Também pode fazer referência à participação da empresa na comunidade, dando diretrizes sobre as relações
com os sindicatos, outros órgãos da esfera pública, relações com o governo, entre outras.

Portanto, conclui-se que o Código de Ética se fundamenta em deveres para com os colegas, clientes, profissão, sociedade e para consigo próprio.

MARTINS,Rosemir. UFPR, 2003. Disponível em: https://acervodigital. ufpr.br. Acesso em: 16 nov. 2022. Adaptado.

No texto, o referente do termo ou expressão em destaque está corretamente explicitado, entre colchetes, no trecho do

a) parágrafo 1 — “Ao nascer, o homem já se defronta com um conjunto de regras, normas e valores aceitos em seu grupo social.” [conjunto de regras]
b) parágrafo 2 — “Ela pode e deve ser incorporada pelos indivíduos, sob a forma de uma atitude diante da vida cotidiana.” [sociedade]
c) parágrafo 2 — “Para entendermos como isso acontece na história da humanidade” [conjunto de verdades fixas]
d) parágrafo 5 — “Algumas empresas já implantaram, inclusive, um comitê de ética, o qual se destina à proteção da imagem da companhia.” [comitê de ética]
e) parágrafo 6 — “Serve para orientar as ações de seus colaboradores e explicitar a postura social da empresa em face dos diferentes públicos com os quais
interage.” [colaboradores]

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Língua Portuguesa (Português) - Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes Relativos, Conjunções, etc)
148) Entenda o que é deep fake e saiba como se proteger

Vídeos que viralizam nas redes sociais mostrando figuras públicas em situações quase inacreditáveis são verdadeiros? Afinal de contas tudo parece tão real... A resposta é
não, pois se trata de uma “deep fake”, “falsificação profunda” em português, que, como a tradução indica, é tão bem feita que pode enganar até os mais atentos.
Segundo estudo de uma empresa de segurança, 65% dos brasileiros ignoram a sua existência e 71% não reconhecem quando um vídeo foi editado(a) digitalmente
usando essa técnica.
O que muita gente não sabe, porém, é que esse tipo de golpe, além de manipular vídeos com celebridades e políticos famosos, também prejudica empresas e cidadãos
comuns, que podem ser envolvidos em fraudes de identidade e extorsões.

“Deep fake pode ser definida como a criação de vídeos e áudios falsos por meio de inteligência artificial”, explica um especialista de segurança cibernética e fraude. A
prática costuma utilizar um vídeo de referência e a face (ou corpo) de outra pessoa, que não fazia parte do vídeo original. Criam-se áudios falsos, fazendo a inteligência
artificial aprender como uma pessoa fala e, a partir daí, obter uma montagem com outras falas, inclusive alterando os lábios para acompanhar as palavras que são ditas.

Esse processo vem evoluindo rapidamente, tornando cada vez mais difícil a sua identificação.(b) Isso ocorre porque as novas redes neurais(d) (sistemas de computação
que funcionam como neurônios do cérebro humano), a evolução da capacidade de processamento e a redução de custos da computação em nuvem têm facilitado o
acesso a essa tecnologia,(c) contribuindo para aumentar a qualidade dos vídeos.

No entanto, os criminosos não precisam de tanto conhecimento e tecnologia para aplicar seus golpes.(e)

Isso porque deep fakes criadas para serem distribuídas por apps de mensagens não exigem tanta qualidade. O perigo é que, para o cidadão comum, a deep fake pode
ser o ponto de partida para uma fraude financeira, entre outros problemas.

A recomendação para pessoas físicas se protegerem é diminuir a exposição de fotos com rostos e vídeos pessoais na internet. “As redes sociais devem se manter
configuradas como privadas, já que fotos, áudios ou vídeos disponíveis publicamente podem ser utilizados para alimentar a inteligência artificial e engendrar deep fakes.”

Além disso, ao receber um vídeo suspeito, observe se o rosto e os lábios da pessoa se movem em conjunto com o que ela diz. Preste atenção se a fala parece contínua
ou se em algum momento apresenta cortes entre uma palavra e outra. E considere o contexto — ainda que tecnicamente o vídeo esteja muito bem manipulado, avalie se
faz sentido que aquela pessoa diga o que parece dizer naquele momento.

Disponível em: https://estudio.folha.uol.com.br/unico. Acesso em: 20 out. 2022. Adaptado.

No texto, o referente da palavra em destaque está corretamente explicitado, entre colchetes, no trecho do

a) – “65% dos brasileiros ignoram a sua existência e 71% não reconhecem quando um vídeo foi editado” [empresa de segurança]
b) – “tornando cada vez mais difícil a sua identificação.” [palavras]
c) – “têm facilitado o acesso a essa tecnologia” [computação em nuvem]
d) – “Isso ocorre porque as novas redes neurais” [esse processo]
e) – “não precisam de tanto conhecimento e tecnologia para aplicar seus golpes.” [criminosos].

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Língua Portuguesa (Português) - Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes Relativos, Conjunções, etc)
149) Pix: é o fim do dinheiro em espécie?

O Pix muda a forma como realizamos transações financeiras. Representará realmente o fim do DOC e da TED?(a) O boleto bancário está ainda mais ameaçado de
extinção?(b) E o velho cheque vai resistir a esses novos tempos?(c)
Abrangente como é, o Pix pode reduzir ou acabar com a circulação das notas de real?(d) Essa é uma pergunta sem resposta fácil. O fato é que o avanço das transações
financeiras eletrônicas, em detrimento do uso do dinheiro em papel, pode ser benéfico para o Brasil, em vários sentidos. O Pix tem tudo para ser o empurrãozinho que
nos falta para chegarmos a esse cenário.

E por que o dinheiro em espécie resiste?(e) Talvez você esteja entre aqueles que compram no supermercado com cartão de crédito ou usam QR Code para pagar a
farmácia. Mas a feira da semana e os churros na esquina você paga com “dinheiro vivo”, certo? Um dos fatores que escoram a circulação de papel-moeda no Brasil é a
informalidade.

Atrelada a isso está a situação dos desbancarizados. A dificuldade que muita gente teve para receber o auxílio emergencial, durante a pandemia, jogou luz sobre um
problema notado há tempos: a enorme quantidade de brasileiros que não têm acesso a serviços bancários. O pouco de dinheiro que entra no orçamento dessas pessoas
precisa ser gasto rapidamente para subsistência.

Não há base financeira suficiente para justificar movimentações bancárias. Também pesa para o time dos “sem-banco” o baixo nível de educação ou a falta de
familiaridade com a tecnologia.

O fator cultural também favorece a circulação do dinheiro em espécie. É provável que você conheça alguém que, mesmo tendo boa renda, prefere pagar boletos ou
receber pagamentos com cédulas simplesmente por estar acostumado a elas. Para muita gente que faz parte dessa turma, dinheiro vivo é dinheiro recebido ou pago na
hora. Não é preciso esperar a TED cair ou o dia virar para o boleto ser compensado. Isso pesa mais do que a conveniência de se livrar da fila da lotérica.

Embora o Brasil tenha um sistema bancário que suporta vários tipos de transações, o país estava ficando para trás no que diz respeito a pagamentos instantâneos. O Pix
veio para preencher essa lacuna.

A modalidade permite transações em qualquer horário e dia, incluindo finais de semana e feriados.

Essa característica, por si só, já é capaz de mudar a forma como lidamos com o dinheiro, pois implica envio ou recebimento imediato: as transações via Pix são concluídas
rapidamente.

É o fim do papel-moeda? Não é tão simples assim. O Pix não foi idealizado com o propósito exclusivo de acabar com os meios de pagamento e transferência atuais, muito
menos com o papelmoeda, mas para fazer o sistema financeiro do Brasil evoluir e ficar mais competitivo.

Apesar disso, não é exagero esperar que, à medida que a população incorpore o sistema à sua rotina, o uso de DOC, TED, boletos e cartões caia. Eventualmente, algum
desses meios poderá ser descontinuado, mas isso não acontecerá tão cedo — vide o exemplo do cheque, que não “morreu” com a chegada do cartão.

No caso das cédulas, especialistas do mercado financeiro apontam para uma diminuição de circulação, mas não para um futuro próximo em que o papel-moeda deixará
de existir. Para que esse cenário se torne realidade, é necessário, sobretudo, atacar a desbancarização. O medo ou a pouca familiaridade com a tecnologia podem ser
obstáculos, mas o Pix é tão interessante para o país que o próprio comércio incentiva o público mais resistente a aderir a ele.

ALECRIM, E. Disponível em: https://tecnoblog.net/especiais/ pix-fim-dinheiro-especie-


brasil/. Publicado em novembro de 2020. Acesso em: 2 dez. 2022. Adaptado.

No parágrafo, o trecho “Essa é uma pergunta sem resposta fácil” refere-se ao seguinte questionamento:
a) “É o fim do DOC e da TED?”
b) “O boleto bancário está ainda mais ameaçado de extinção?”
c) “E o velho cheque vai resistir a esses novos tempos?”
d) “o Pix pode reduzir ou acabar com a circulação das notas de real?”
e) “E por que o dinheiro em espécie resiste?”

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Língua Portuguesa (Português) - Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes Relativos, Conjunções, etc)
150) Pix: é o fim do dinheiro em espécie?

O Pix muda a forma como realizamos transações financeiras. Representará realmente o fim do DOC e da TED? O boleto bancário está ainda mais ameaçado de extinção?
E o velho cheque vai resistir a esses novos tempos?

Abrangente como é, o Pix pode reduzir ou acabar com a circulação das notas de real? Essa é uma pergunta sem resposta fácil. O fato é que o avanço das transações
financeiras eletrônicas, em detrimento do uso do dinheiro em papel, pode ser benéfico para o Brasil, em vários sentidos. O Pix tem tudo para ser o empurrãozinho que
nos falta para chegarmos a esse cenário.

E por que o dinheiro em espécie resiste? Talvez você esteja entre aqueles que compram no supermercado com cartão de crédito ou usam QR Code para pagar a farmácia.
Mas a feira da semana e os churros na esquina você paga com “dinheiro vivo”, certo? Um dos fatores que escoram a circulação de papel-moeda no Brasil é a
informalidade.

Atrelada a isso está a situação dos desbancarizados. A dificuldade que muita gente teve para receber o auxílio emergencial, durante a pandemia, jogou luz sobre um
problema notado há tempos: a enorme quantidade de brasileiros que não têm acesso a serviços bancários. O pouco de dinheiro que entra no orçamento dessas pessoas
precisa ser gasto rapidamente para subsistência.

Não há base financeira suficiente para justificar movimentações bancárias. Também pesa para o time dos “sem-banco” o baixo nível de educação ou a falta de
familiaridade com a tecnologia.

O fator cultural também favorece a circulação do dinheiro em espécie. É provável que você conheça alguém que, mesmo tendo boa renda, prefere pagar boletos ou
receber pagamentos com cédulas simplesmente por estar acostumado a elas.(a) Para muita gente que faz parte dessa turma, dinheiro vivo é dinheiro recebido ou pago na
hora. Não é preciso esperar a TED cair ou o dia virar para o boleto ser compensado. Isso pesa mais do que a conveniência de se livrar da fila da lotérica.

Embora o Brasil tenha um sistema bancário que suporta vários tipos de transações, o país estava ficando para trás no que diz respeito a pagamentos instantâneos. O Pix
veio para preencher essa lacuna.

A modalidade permite transações em qualquer horário e dia, incluindo finais de semana e feriados.

Essa característica, por si só, já é capaz de mudar a forma como lidamos com o dinheiro,(b) pois implica envio ou recebimento imediato: as transações via Pix são
concluídas rapidamente.

É o fim do papel-moeda? Não é tão simples assim. O Pix não foi idealizado com o propósito exclusivo de acabar com os meios de pagamento e transferência atuais, muito
menos com o papelmoeda, mas para fazer o sistema financeiro do Brasil evoluir e ficar mais competitivo.
Apesar disso, não é exagero esperar que, à medida que a população incorpore o sistema à sua rotina,(c) o uso de DOC, TED, boletos e cartões caia. Eventualmente,
algum desses meios poderá ser descontinuado, mas isso não acontecerá tão cedo(d) — vide o exemplo do cheque, que não “morreu” com a chegada do cartão.

No caso das cédulas, especialistas do mercado financeiro apontam para uma diminuição de circulação, mas não para um futuro próximo em que o papel-moeda deixará
de existir. Para que esse cenário se torne realidade, é necessário, sobretudo, atacar a desbancarização.(e) O medo ou a pouca familiaridade com a tecnologia podem ser
obstáculos, mas o Pix é tão interessante para o país que o próprio comércio incentiva o público mais resistente a aderir a ele.

ALECRIM, E. Disponível em: https://tecnoblog.net/especiais/ pix-fim-dinheiro-especie-


brasil/. Publicado em novembro de 2020. Acesso em: 2 dez. 2022. Adaptado.

No texto, o referente da palavra ou expressão em destaque está corretamente explicitado, entre colchetes, no trecho do

a) – “É provável que você conheça alguém que, mesmo tendo boa renda, prefere pagar boletos ou receber pagamentos com cédulas simplesmente por estar
acostumado a elas.” [cédulas]
b) – “Essa característica, por si só, já é capaz de mudar a forma como lidamos com o dinheiro” [modalidade]
c) – “Apesar disso, não é exagero esperar que, à medida que a população incorpore o sistema à sua rotina” [papel-moeda]
d) – “Eventualmente, algum desses meios poderá ser descontinuado, mas isso não acontecerá tão cedo” [cheque]
e) – “Para que esse cenário se torne realidade, é necessário, sobretudo, atacar a desbancarização.” [diminuição de circulação]

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Língua Portuguesa (Português) - Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes Relativos, Conjunções, etc)
151) Empreendedorismo social: um caminho para quem quer mudar o mundo

Ainda que não exista uma concepção única sobre o empreendedorismo social, de forma geral, o conceito está relacionado ao ato de empreender ou inovar com o objetivo
de alavancar causas sociais e ambientais. A meta é transformar uma realidade, promover o bem-estar da sociedade e agregar valor com cunho social.

Um empreendedor social produz bens e serviços que irão impactar positivamente a comunidade em que ele está inserido e solucionar algum problema ou necessidade
daquele grupo. Apesar de poder ter retorno financeiro, os empreendimentos sociais analisam seu desempenho a partir do impacto social gerado por sua atuação.

Vale ressaltar que, apesar de apresentarem muitas similaridades, empreendedorismo social e negócio social não são sinônimos. O empreendedorismo social cria valor por
meio da inovação, que gera uma transformação social. O foco não é o retorno financeiro, mas a resolução de problemas sociais e o impacto positivo. Enquanto isso, os
negócios sociais seguem a lógica tradicional do mercado, porém com a ambição de gerar valor social.

Cinco características também são essenciais para a iniciativa: ser inovadora; realizável; autossustentável; contar com a participação de diversos segmentos da sociedade,
incluindo as pessoas impactadas; e promover impacto social com resultados mensuráveis.

Quem tem interesse de atuar nessa área precisa trabalhar em grupo e formar parcerias, saber lidar bem com as pessoas e buscar formas de trazer resultados de impacto
social.
Além disso, o profissional precisa ter flexibilidade e vontade de explorar, pois é possível que ele acabe exercendo um papel que não seja necessariamente na sua área de
formação, ou que sua atuação se transforme rapidamente, por conta do dinamismo e das necessidades do negócio.

MENDES, T. Empreendedorismo social: um caminho para quem quer mudar o mundo. Na prática, 7 jul. 2022.
Disponível em: https://www.napratica.org.br/empreendedorismo-social/. Acesso em: 2 set. 2022. Adaptado.

No trecho “os empreendimentos sociais analisam seu desempenho”, a palavra destacada se refere a

a) problema
b) comunidade
c) daquele grupo
d) retorno financeiro
e) empreendimentos sociais

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Língua Portuguesa (Português) - Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes Relativos, Conjunções, etc)
152) Eu sei, mas não devia

Eu sei que a gente se acostuma. Mas não devia. A gente se acostuma a morar em apartamentos de fundos e a não ter outra vista que não as janelas ao redor. E, porque
não tem vista, logo se acostuma a não olhar para fora. E, porque não olha para fora, logo se acostuma a não abrir de todo as cortinas. E, porque não abre as cortinas,
logo se acostuma a acender mais cedo a luz. E, à medida que se acostuma, esquece o sol, esquece o ar, esquece a amplidão.

A gente se acostuma a acordar de manhã sobressaltado porque está na hora. A tomar o café correndo porque está atrasado. A ler o jornal no ônibus porque não pode
perder o tempo da viagem. A comer sanduíche porque não dá para almoçar. A sair do trabalho porque já é noite. A cochilar no ônibus porque está cansado. A deitar cedo
e dormir pesado sem ter vivido o dia.

A gente se acostuma a abrir o jornal e a ler sobre a guerra. E, aceitando a guerra, aceita os mortos e que haja números para os mortos. E, aceitando os números, aceita
não acreditar nas negociações de paz. E, não acreditando nas negociações de paz, aceita ler todo dia da guerra, dos números, da longa duração.

A gente se acostuma a esperar o dia inteiro e ouvir no telefone: hoje não posso ir. A sorrir para as pessoas sem receber um sorriso de volta. A ser ignorado quando
precisava tanto ser visto.

A gente se acostuma a pagar por tudo o que deseja e o de que necessita. E a lutar para ganhar o dinheiro com que pagar. E a ganhar menos do que precisa. E a fazer fila
para pagar. E a pagar mais do que as coisas valem. E a saber que cada vez paga mais. E a procurar mais trabalho, para ganhar mais dinheiro, para ter com que pagar nas
filas em que se cobra.

A gente se acostuma a andar na rua e ver cartazes. A abrir as revistas e ver anúncios. A ligar a televisão e assistir a comerciais. A ir ao cinema e engolir publicidade. A ser
instigado, conduzido, desnorteado, lançado na infindável catarata dos produtos.

A gente se acostuma à poluição. Às salas fechadas de ar-condicionado e cheiro de cigarro. À luz artificial de ligeiro tremor. Ao choque que os olhos levam na luz natural.
Às bactérias da água potável. À contaminação da água do mar. À lenta morte dos rios. Se acostuma a não ouvir passarinho, a não ter galo de madrugada, a temer a
hidrofobia dos cães, a não colher fruta no pé, a não ter sequer uma planta.

A gente se acostuma a coisas de mais, para não sofrer. Em doses pequenas, tentando não perceber, vai afastando uma dor aqui, um ressentimento ali, uma revolta acolá.
Se o cinema está cheio, a gente senta na primeira fila e torce um pouco o pescoço. Se a praia está contaminada, a gente molha só os pés e sua no resto do corpo. Se o
trabalho está duro, a gente se consola pensando no fim de semana. E se, no fim de semana, não há muito o que fazer, a gente vai dormir cedo e ainda fica satisfeito
porque tem sempre sono atrasado.

A gente se acostuma para não se ralar na aspereza, para preservar a pele. Se acostuma para evitar feridas, sangramentos, para esquivar-se de faca e baioneta, para
poupar o peito. A gente se acostuma para poupar a vida. Que aos poucos se gasta, e que, gasta de tanto acostumar, se perde de si mesma.

COLASANTI, M. Eu sei, mas não devia. Rio de Janeiro: Rocco Editora, 1996. p. 9. Adaptado.

“A gente se acostuma a abrir o jornal e a ler sobre a guerra. E, aceitando a guerra, aceita os mortos” (parágrafo 4)

Nesse trecho, a oração destacada apresenta, em relação à seguinte, o valor semântico de


a) causa
b) concessão
c) comparação
d) conformidade
e) consequência

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Língua Portuguesa (Português) - Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes Relativos, Conjunções, etc)
153) Lixo nos mares

Os oceanos sofrem os efeitos das atividades humanas há milênios. Dejetos e resíduos orgânicos e inorgânicos gerados por essas atividades são levados para o mar por
ventos, chuvas e rios, ou despejados diretamente ali.a Os oceanos suportam toda essa sobrecarga?b A resposta vem de análises que constatam sérios danos aos
ecossistemas oceânicos: o lixo marinho, portanto, já é um grave problema ambiental.

O lixo de origem humana que entra no mar está presente nas imagens, hoje comuns, de animais emaranhados em materiais de todo tipo ou que ingeriram ou sufocaram
com diferentes itens. Também é conhecida a imensa mancha de lixo que se acumula no chamado “giro” do oceano Pacífico Norte – os giros, existentes em todos os
oceanos, são áreas em torno das quais se deslocam as correntes marinhas. Nas zonas centrais desses giros, as correntes têm baixa intensidade e quase não há ventos.
Os resíduos que chegam ali ficam retidos e se acumulam, gerando enormes “lixões” oceânicos.

Detritos orgânicos (vegetais, animais, fezes e restos de alimento) não são considerados lixo marinho, porque em geral se decompõem rapidamente e se tornam nutrientes
e alimentos para outros organismos. As fontes do lixo oceânico são comumente classificadas como “marinhas” (descartes por embarcações e plataformas de petróleo e
gás) e “terrestres” (depósitos e descartes incorretos feitos em terra e levados para os rios pelas chuvas e daí para o marc, onde também chegam carregados pelo vento e
até pelo gelo).
Apesar do sensacionalismo em torno desse tema, o estudo do lixo marinho tem bases científicas e envolve, em todo o mundo, cada vez mais pesquisadores e tomadores
de decisão. Todos engajados na luta pela diminuição desse problema social e ambiental.

Os impactos ligados à presença do lixo no mar começaram a ser observados a partir da década de 1950, mas somente em 1975 foi definido o termo “lixo marinho”, hoje
consagrado. Essa definição, da Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos, diz que é lixo marinho todo material sólido de origem humana descartado nos oceanos
ou que os atinge por rios, córregos, esgotos e descargas domésticas e industriais.

O número de publicações mundiais, científicas e não científicas, sobre lixo marinho começou a aumentar a partir da década de 1980. Esse aumento se deve a três
processosd: 1) a contínua e crescente substituição, em vários tipos de utensílios, de materiais naturais pelos sintéticos – estes, como o plástico, resistem por mais tempoe
à degradação no ambiente marinho e tendem a se acumular; 2) o baixo custo dos materiais sintéticos, que não incentiva sua reciclagem e favorece o descarte no
ambiente e 3) o aumento, na zona costeira, do número de habitantes e embarcações, que podem contribuir para o descarte de lixo no ambiente marinho.

Mas como evitar que o “lixo nosso de cada dia” chegue ao mar? E como retirar o que já está lá? É nesse ponto que a conservação marinha e a gestão de resíduos sólidos
se encontram e se complementam.

Em 2013, realizou-se no Brasil a IV Conferência Nacional de Meio Ambiente, que formalizou 60 propostas sobre o meio ambiente. Duas enfocam o lixo marinho: a
primeira está ligada à redução de impactos ambientais e a segunda é ligada à educação ambiental, com campanhas educativas de sensibilização sobre as consequências
da disposição incorreta do lixo, com ênfase no ambiente marinho e nos danos causados à população humana.

OLIVEIRA, A. et al. Revista Ciência Hoje, n. 313, v. 53. Rio de Janeiro: SBPC. Abril 2014. Adaptado.

No texto, o referente da palavra ou expressão em destaque está corretamente explicitado, entre colchetes, no trecho do

a) parágrafo 1– “Dejetos e resíduos orgânicos e inorgânicos gerados por essas atividades são levados para o mar por ventos, chuvas e rios, ou despejados
diretamente ali.” [mar]
b) parágrafo 1 – “Os oceanos suportam toda essa sobrecarga?” [atividades humanas]
c) parágrafo 3 – “depósitos e descartes incorretos feitos em terra e levados para os rios pelas chuvas e daí para o mar” [chuvas]
d) parágrafo 6 – “Esse aumento se deve a três processos.” [lixo marinho]
e) parágrafo 6 – “a contínua e crescente substituição, em vários tipos de utensílios, de materiais naturais pelos sintéticos – estes, como o plástico, resistem por
mais tempo” [utensílios]

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Língua Portuguesa (Português) - Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes Relativos, Conjunções, etc)
154) Brasil, paraíso dos agrotóxicos

O Brasil vive um drama: ao acordar do sonho de uma economia agrária pujante, o país desperta para o pesadelo de ser, pelo quinto ano consecutivo, o maior consumidor
de agrotóxicos do planeta. Balança comercial tinindo; agricultura a todo vapor. Mas quanto custa, por exemplo, uma saca de milho, soja ou algodão? Será que o preço de
tais commodities – que há tempos são o motor de uma economia primáriaa à la colonialismo moderno – compensa os prejuízos sociais e ambientais negligenciados nos
cálculos do comércio internacional?
“Pergunta difícil”, diz o economista Wagner Soares, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A Bolsa de Chicago define o preço da soja; mas não considera
que, para se produzir cada saca, são aplicadas generosas doses de agrotóxicos que permanecem no ambiente natural – e no ser humano – por anos ou mesmo décadas.
“Ao final das contas, quem paga pela intoxicação dos trabalhadores e pela contaminação ambiental é a sociedade”, afirma Soares. Em seu melhor economês, ele garante
que as “externalidades negativas” de nosso modelo agrário continuam de fora dos cálculos.

Segundo o economista do IBGE, que estudou propriedades rurais no Paraná, cada dólar gasto na compra de agrotóxicos pode custar aos cofres públicos 1,28 dólar em
futuros gastos com a saúde de camponeses intoxicados. Mas este é um valor subestimadob. Afinal, Soares contabilizou apenas os custos referentes a intoxicações
agudas. Levando-se em conta os casos crônicos, acrescidos da contaminação ambiental difusa nos ecossistemas, os prejuízos podem atingir cifras assustadoramente
maiores. “Estamos há décadas inseridos nesse modelo agrário, e estudos mensurando seus reais custos socioambientais são raros ou inexistentes”, diz.

Seja na agricultura familiar, seja nas grandes propriedades rurais, “os impactos dos agrotóxicos na saúde pública abrangem vastos territórios e envolvem diferentes
grupos populacionais”, afirma dossiê publicado pela Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), entidade que reúne pesquisadores de diversas universidades do
país.

Não são apenas agricultores e suas famílias que integram grupos de risco. Todos os milhares de profissionais envolvidos no comércio e na manipulação dessas
substâncias são potenciais vítimasc. E, além deles, “todos nós, diariamente, a cada refeição, ingerimos princípios ativos de agrotóxicos em nossos alimentos”d, garante
uma médica da Universidade Federal do Ceará (UFC). “Hoje, todo mundo come veneno”, afirma um agricultor.

Produtores e especialistas alinhados ao modelo convencional de produção agrícola insistem: sem agrotóxicos seria impossível alimentar uma população mundial em
constante expansão. Esses venenos seriam, portanto, um mal necessário, de acordo com esses produtores. Agricultores garantem que não há nenhuma dificuldade em
produzir alimentos orgânicos, sem agrotóxicos, para alimentar a população. Segundo eles, “a humanidade domina a agricultura há pelo menos 10 mil anos,e e o modelo
imposto no século 20 vem apagando a herança e o acúmulo de conhecimento dos métodos tradicionais.”

Mas a pergunta que não quer calar é: será que um modelo dito “alternativo” teria potencial para alimentar uma população que, até 2050, deverá chegar a 9 bilhões?
Certamente tem muito mais potencial do que o agronegócio que, hoje, não dá conta nem de alimentar 7 bilhões, retrucam estudiosos. Sistemas de produção
descentralizados têm muito mais condições de produzir e distribuir alimentos em quantidade e qualidade. Precisamos de outra estrutura agrária – baseada em
propriedades menores, com produção diversificada, privilegiando mercados locais e contemplando a conservação da biodiversidade. A engenheira agrônoma Flávia
Londres assina embaixo e defende que “Monoculturas são grandes desertos verdes. A agroecologia, portanto, requer uma mudança paradigmática no modelo agrário, que
resultaria, na verdade, em uma mudança cultural”.

KUGLER, H. Revista Ciência Hoje, n. 296, v. 50. RJ: SBPC. set. 2012. Adaptado.

No texto, o referente da palavra ou expressão em destaque está corretamente explicitado, entre colchetes, no trecho do

a) parágrafo 1 – “Será que o preço de tais commodities – que há tempos são o motor de uma economia primária” [agrotóxicos]
b) parágrafo 3 – “Mas este é um valor subestimado.” [cada dólar gasto na compra de agrotóxicos]
c) parágrafo 5 – “Todos os milhares de profissionais envolvidos no comércio e na manipulação dessas substâncias são potenciais vítimas.” [agrotóxicos]
d) parágrafo 5 – “E, além deles, ‘todos nós, diariamente, a cada refeição, ingerimos princípios ativos de agrotóxicos em nossos alimentos’” [especialistas]
e) parágrafo 6 – “Segundo eles, ‘a humanidade domina a agricultura há pelo menos 10 mil anos’” [produtores e especialistas]

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Língua Portuguesa (Português) - Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes Relativos, Conjunções, etc)
155) Uma cena

É de manhã. Não num lugar qualquer, mas no Rio. E não numa época qualquer, mas no outono. Outono no Rio. O ar é fino, quase frio, as pedras portuguesas da calçada
estão úmidas. No alto, o céu já é de um azul escandaloso, mas o sol oblíquo ainda não conseguiu vencer os prédios e arrasta seus raios pelo mar, pelas praias, por cima
das montanhas, longe dali. Não chegou à rua. E, naquele trecho, onde as amendoeiras trançam suas copas, ainda é quase madrugada.

Mesmo assim, ela já está lá – como se à espera do sol.

É uma senhora de cabelos muito brancos, sentada em sua cadeira, na calçada. Na rua tranquila, de pouco movimento, não passa quase ninguém a essa hora, tão de
manhãzinha. Nem carros, nem pessoas. O que há mais é o movimento dos porteiros e dos pássaros. Os primeiros, com suas vassouras e mangueiras, conversando sobre
o futebol da véspera. Os segundos, cantando – dentro ou fora das gaiolas.

Mas, mesmo com tão pouco movimento, a senhora já está sentada muito ereta, com seu vestido estampado, de corte simples, suas sandálias. Tem o olhar atento, o
sorriso pronto a cumprimentar quem surja. No braço da cadeira de plástico branco, sua mão repousa, mas também parece pronta a erguer -se num aceno, quando
alguém passar.

É uma cena bonita, eu acho. Cena que se repete todos os diasa. Parece coisa de antigamente.

Parece. Não fosse por um detalhe. A senhora, sentada placidamente em sua cadeira na calçada, observando as manhãs, está atrás das grades.

Meu irmão, que foi morar fora do Brasil e ficou 15 anos sem vir aqui, ao voltar só teve um choque: as grades. Nada mais o impressionou, tudo ele achou normal. Fez
comentários vagos sobre as árvores crescidas no Aterro, sobre o excesso de gente e carros, tudo sem muita ênfase. Mas e essas grades, me perguntou, por que todas
essas grades? E eu, espantada com seu espanto, eu que de certa forma já me acostumara à paisagem gradeadab, fiquei sem saber o que dizer.

Penso nisso agora, ao passar pela rua e ver aquela senhora. Todos os dias, o porteiro coloca ali a cadeira para que ela se sentec, junto ao jardim, em frente à portaria,
por trás da proteção do gradil pintado com tinta cor de cobre. E essa cena tão singela, de sabor tão antigo, se desenrola assim, por trás de barras de ferro, que mesmo
sendo de alumínio para não enferrujar são de um ferro simbólico, que prende, constrange, restringed.

Eu, da calçada, vejo-a sempre por entre as tiras verticais de metal, sua figura frágil me fazendo lembrar os passarinhos que os porteiros guardam nas gaiolas, pendurados
nas árvorese.

SEIXAS, Heloisa. Contos mínimos. Rio de Janeiro: Record, 2001.

A frase na qual o que cumpre somente a função de promover a continuidade do texto sem acumular a função de retomar um antecedente é:

a) “Cena que se repete todos os dias”.


b) “eu que de certa forma já me acostumara à paisagem gradeada”.
c) “Todos os dias, o porteiro coloca ali a cadeira para que ela se sente”.
d) “são de um ferro simbólico, que prende, constrange, restringe.”
e) “os passarinhos que os porteiros guardam nas gaiolas, pendurados nas árvores.”
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Língua Portuguesa (Português) - Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes Relativos, Conjunções, etc)
156) Texto

Entulho eletrônico: risco iminente para a saúde e o ambiente

Os resíduos de equipamentos eletroeletrônicos (lixo eletroeletrônico) são, por definição, produtos que têm componentes elétricos e eletrônicos e que, por razões de
obsolescência (perspectiva ou programada) e impossibilidade de conserto, são descartados pelos consumidores. Os exemplos mais comuns são televisores e
equipamentos de informática e telefonia, mas a lista inclui eletrodomésticos, equipamentos médicos, brinquedos, sistemas de alarme, automação e controle.

Obsolescência programada é a decisão intencional de fabricar um produto que se torne obsoleto ou não funcional após certo tempo, para forçar o consumidor a comprar
uma nova geração desse produto. Já a obsolescência perspectiva é uma forma de reduzir a vida útil de produtos ainda funcionais. Nesse caso, são lançadas novas
gerações com aparência inovadora e pequenas mudanças funcionais, dando à geração em uso aspecto de ultrapassada, o que induz o consumidor à troca.

O lixo eletroeletrônico é mais um desafio que se soma aos problemas ambientais da atualidade. O consumidor raramente reflete sobre as consequências do consumo
crescente desses produtos, preocupando- se em satisfazer suas necessidades. Afinal, eletroeletrônicos são tidos como sinônimos de melhor qualidade de vida, e a
explosão da indústria da informação é uma força motriz da sociedade, oferecendo ferramentas para rápidos avanços na economia e no desenvolvimento social. O mundo
globalizado impõe uma constante busca de informações em tempo real, e a sua interação com novas tecnologias traz maiores oportunidades e benefícios, segundo estudo
da Organização das Nações Unidas (ONU). Tudo isso exerce um fascínio irresistível para os jovens.

Dois aspectos justificam a inclusão dos eletroeletrônicos entre as preocupações da ONU: as vendas crescentes, em especial nos mercados emergentes (inclusive o Brasil),
e a presença de metais e substâncias tóxicas em muitos componentes, trazendo risco à saúde e ao meio ambiente. Segundo a ONU, são gerados hoje 150 milhões de
toneladas de lixo eletroeletrônico por ano, e esse tipo de resíduo cresce a uma velocidade três a cinco vezes maior que a do lixo urbano.

AFONSO, J. C. Revista Ciência Hoje, n. 314, maio 2014. São Paulo: SBPC. Disponível em: https://cienciahoje.periodicos.capes. gov.br/storage/acervo/ch/ch_314.pdf. Adaptado.

No texto, o referente do termo ou expressão em destaque está corretamente explicitado, entre colchetes, no trecho:

a) “Nesse caso, são lançadas novas gerações com aparência inovadora e pequenas mudanças funcionais.” [obsolescência programada] - parágrafo 2
b) “O consumidor raramente reflete sobre as consequências do consumo crescente desses produtos”. [lixo eletroeletrônico] - parágrafo 3
c) “preocupando-se em satisfazer suas necessidades.” [consumidor] - parágrafo 3
d) “e sua interação com novas tecnologias traz maiores oportunidades e benefícios”. [constante busca] - parágrafo 3
e) “e esse tipo de resíduo cresce a uma velocidade” [substâncias tóxicas] - parágrafo 4

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157) Medo da eternidade
Jamais esquecerei o meu aflitivo e dramático contato com a eternidade. Quando eu era muito pequena ainda não tinha provado chicles e mesmo em Recife falava-se
pouco deles. Eu nem sabia bem de que espécie de bala ou bombom se tratava. Mesmo o dinheiro que eu tinha não dava para comprar: com o mesmo dinheiro eu lucraria
não sei quantas balas. Afinal minha irmã juntou dinheiro, comprou e ao sairmos de casa para a escola me explicou:
— Tome cuidado para não perder, porque esta bala nunca se acaba. Dura a vida inteira.
— Como não acaba?
— Parei um instante na rua, perplexa.
— Não acaba nunca, e pronto.
Eu estava boba: parecia-me ter sido transportada para o reino de histórias de príncipes e fadas. Peguei a pequena pastilha cor-de-rosa que representava o elixir do longo
prazer. Examinei-a, quase não podia acreditar no milagre. Eu que, como outras crianças, às vezes tirava da boca uma bala ainda inteira, para chupar depois, só para fazê-
la durar mais. E eis-me com aquela coisa cor-de-rosa, de aparência tão inocente, tornando possível o mundo impossível do qual eu já começara a me dar conta. Com
delicadeza, terminei afinal pondo o chicle na boca.
— E agora que é que eu faço?
— Perguntei para não errar no ritual que certamente deveria haver.
— Agora chupe o chicle para ir gostando do docinho dele, e só depois que passar o gosto você começa a mastigar. E aí mastiga a vida inteira. A menos que você perca,
eu já perdi vários. Perder a eternidade? Nunca. O adocicado do chicle era bonzinho, não podia dizer que era ótimo. E, ainda perplexa, encaminhávamo-nos para a escola.
— Acabou-se o docinho. E agora?
— Agora mastigue para sempre.
Assustei-me, não sabia dizer por quê. Comecei a mastigar e em breve tinha na boca aquele puxa-puxa cinzento de borracha que não tinha gosto de nada. Mastigava,
mastigava. Mas me sentia contrafeita. Na verdade eu não estava gostando do gosto. E a vantagem de ser bala eterna me enchia de uma espécie de medo, como se tem
diante da ideia de eternidade ou de infinito. Eu não quis confessar que não estava à altura da eternidade. Que só me dava aflição. Enquanto isso, eu mastigava
obedientemente, sem parar. Até que não suportei mais, e, atravessando o portão da escola, dei um jeito de o chicle mastigado cair no chão de areia.
— Olha só o que me aconteceu!
— Disse eu em fingidos espanto e tristeza.
— Agora não posso mastigar mais! A bala acabou!
— Já lhe disse, repetiu minha irmã, que ele não acaba nunca. Mas a gente às vezes perde. Até de noite a gente pode ir mastigando, mas para não engolir no sono a
gente prega o chicle na cama. Não fique triste, um dia lhe dou outro, e esse você não perderá.
Eu estava envergonhada diante da bondade de minha irmã, envergonhada da mentira que pregara dizendo que o chicle caíra da boca por acaso. Mas aliviada. Sem o
peso da eternidade sobre mim.
LISPECTOR, Clarice. Medo da eternidade.
Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, Caderno B, p.2, 6 jun. 1970.
No trecho “Agora não posso mastigar mais! A bala acabou!”, o segundo período apresenta, em relação à informação explicitada no primeiro, uma noção de

a) causa
b) condição
c) consequência
d) modo
e) tempo

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Língua Portuguesa (Português) - Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes Relativos, Conjunções, etc)
158) Privacidade digital: quais são os limites
Atualmente, somos mais de 126,4 milhões de brasileiros usuários de internet, representando cerca de 69,8% da população com 10 anos ou mais. Ao redor do mundo,
cerca de 4 bilhões de pessoas usam a rede mundial, sendo que 2,9 bilhões delas fazem isso pelo smartphone.

Nesse cenário, pensar em privacidade digital é (quase) utópico. Uma vez na rede, a informação está registrada para sempre: deixamos rastros que podem ser
descobertos a qualquer momento.

Ainda assim, mesmo diante de tamanha exposição, essa é uma discussão que precisa ser feita. Ela é importante, inclusive, para trazer mais clareza e consciência para os
usuários. Vale lembrar, por exemplo, que não são apenas as redes sociais que expõem as pessoas. Infelizmente, basta ter um endereço de e-mail para ser rastreado por
diferentes empresas e provedores.

A questão central não se resume somente à política de privacidade das plataformas X ou Y, mas, sim, ao modo como cada sociedade vem paulatinamente estruturando a
sua política de proteção de dados.

A segurança da informação já se transformou em uma área estratégica para qualquer tipo de empresa. Independentemente da demanda de armazenamento de dados de
clientes, as organizações têm um universo de dados institucionais que precisam ser salvaguardados.

Estamos diante de uma realidade já configurada: a coleta de informações da internet não para, e esse é um caminho sem volta. Agora, a questão é: nós, clientes,
estamos prontos e dispostos a definir o limite da privacidade digital? O interesse maior é nosso! Esse limite poderia ser dado pelo próprio consumidor, se ele assim quiser?
O conteúdo é realmente do usuário?

Se considerarmos a atmosfera das redes sociais, muito possivelmente não. Isso porque, embora muitas pessoas não saibam, a maioria das redes sociais prevê que, a
partir do momento em que um conteúdo é postado, ele faz parte da rede e não é mais do usuário.

Daí a importância da conscientização. É preciso que tanto clientes como empresas busquem mais informação e conteúdo técnico sobre o tema. Às organizações, cabe o
desafio de orientar seus clientes, já que, na maioria das vezes, eles não sabem quais são os limites da privacidade digital.

Vivemos em uma época em que todo mundo pode falar permanentemente o que quer. Nesse contexto, a informação deixou de ser algo confiável
e cabe a cada um de nós aprender a ler isso e se proteger. Precisamos de consciência, senso crítico, responsabilidade e cuidado para levar a internet a um outro nível. É
fato que ela não é segura, a questão, então, é como usá-la de maneira mais inteligente e contribuir para fortalecer a privacidade digital? Essa é uma causa comum a
todos os usuários da rede.

Disponível em: <https://digitalks.com.br/artigos/privacidade-digital


-quais-sao-os-limites>. 7/04/2019. Acesso em: 3 fev. 2021.
Adaptado.

A palavra ou a expressão a que se refere o termo em destaque está corretamente explicitada entre colchetes em:
a) “sendo que 2,9 bilhões delas fazem isso pelo smartphone” (parágrafo 1) - [rede mundial]
b) “Ela é importante, inclusive, para trazer mais clareza e consciência para os usuários.” (parágrafo 3) - [exposição]
c) “Isso porque, embora muitas pessoas não saibam, a maioria das redes sociais prevê que, a partir do momento” (parágrafo 7) - [redes sociais]
d) “a partir do momento em que um conteúdo é postado, ele faz parte da rede e não mais do usuário” (parágrafo 7) - [momento]
e) “É fato que ela não é segura, a questão, então, é como usá-la de maneira mais inteligente” (parágrafo 9) - [internet]
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Língua Portuguesa (Português) - Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes Relativos, Conjunções, etc)
159) O que é o QA e por que ele pode ser mais
importante que o QI no mercado de trabalho

Há algum tempo, se você quisesse avaliar as perspectivas de alguém crescer na carreira, poderia considerar pedir um teste de QI, o quociente de inteligência, que mede
indicadores como memória e habilidade matemática.

Mais recentemente, passaram a ser avaliadas outras letrinhas: o quociente de inteligência emocional (QE), uma combinação de habilidades interpessoais, autocontrole e
comunicação. Não só no mundo do trabalho, o QE é visto como um kit de habilidades que pode nos ajudar a ter sucesso em vários aspectos da vida.

Tanto o QI quanto o QE são considerados importantes para o sucesso na carreira. Hoje, porém, à medida que a tecnologia redefine como trabalhamos, as habilidades
necessárias para prosperar no mercado de trabalho também estão mudando. Entra em cena então um novo quociente, o de adaptabilidade (QA), que considera a
capacidade de se posicionar e prosperar em um ambiente de mudanças rápidas e frequentes.

O QA não é apenas a capacidade de absorver novas informações, mas de descobrir o que é relevante, deixar para trás noções obsoletas, superar desafios e fazer um
esforço consciente para mudar. Esse quociente envolve também características como flexibilidade, curiosidade, coragem e resiliência.

Amy Edmondson, professora de Administração da Harvard Business School, diz que é a velocidade vertiginosa das mudanças no mercado de trabalho que fará o QA
vencer o QI. Automatiza-se facilmente qualquer função que envolva detectar padrões nos dados (advogados revisando documentos legais ou médicos buscando o
histórico de um paciente, por exemplo), diz Dave Coplin, diretor da The Envisioners, consultoria de tecnologia sediada no Reino Unido. A tecnologia mudou bastante a
forma como alguns trabalhos são feitos, e a tendência continuará. Isso ocorre porque um algoritmo pode executar essas tarefas com mais rapidez e precisão do que um
humano.

Para evitar a obsolescência, os trabalhadores que cumprem essas funções precisam desenvolver novas habilidades, como a criatividade para resolver novos problemas,
empatia para se comunicar melhor e responsabilidade.

Edmondson diz que toda profissão vai exigir adaptabilidade e flexibilidade, do setor bancário às artes. Digamos que você é um contador. Seu QI o ajuda nas provas pelas
quais precisa passar para se qualificar; seu QE contribui na conexão com um recrutador e depois no relacionamento com colegas e clientes no emprego. Então, quando
os sistemas mudam ou os aspectos do trabalho são automatizados, você precisa do QA para se acomodar a novos cenários.

Ter QI, mas nenhum QA, pode ser um bloqueio para as habilidades existentes diante de novas maneiras de trabalhar. No mundo corporativo, o QA está sendo cada vez
mais buscado na hora da contratação. Uma coisa boa do QA é que, mesmo que seja difícil mensurá-lo, especialistas dizem que ele pode ser desenvolvido.

Como diz Edmondson: “Aprender a aprender é uma missão crítica. A capacidade de aprender, mudar, crescer, experimentar se tornará muito mais importante do que o
domínio de um assunto.”

Disponível em: <https://www.bbc.com/portuguese/vert-cap-50429043>.


Acesso em: 9 jul. 2021. (Adaptado)

Respeitando-se o ponto de vista sustentado pelo texto e adequando-se a seu sentido, a reunião dos trechos “as habilidades necessárias para prosperar no mercado de
trabalho também estão mudando” (parágrafo 3) e “ter QI, mas nenhum QA, pode ser um bloqueio para as habilidades existentes diante de novas maneiras de trabalhar”
(parágrafo 8) resulta no seguinte período:
a) As habilidades necessárias para prosperar no mercado de trabalho também estão mudando, embora ter QI, mas nenhum QA, possa ser um bloqueio para as
habilidades existentes diante de novas maneiras de trabalhar.
b) Como as habilidades necessárias para prosperar no mercado de trabalho também estão mudando, ter QI, mas nenhum QA, pode ser um bloqueio para as
habilidades existentes diante de novas maneiras de trabalhar.
c) Mesmo que as habilidades necessárias para prosperar no mercado de trabalho também estejam mudando, ter QI, mas nenhum QA, pode ser um bloqueio para
as habilidades existentes diante de novas maneiras de trabalhar.
d) As habilidades necessárias para prosperar no mercado de trabalho também estão mudando, desde que ter QI, mas nenhum QA, possa ser um bloqueio para as
habilidades existentes diante de novas maneiras de trabalhar.
e) As habilidades necessárias para prosperar no mercado de trabalho também estão mudando, no entanto, ter QI, mas nenhum QA, pode ser um bloqueio para as
habilidades existentes diante de novas maneiras de trabalhar.

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Língua Portuguesa (Português) - Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes Relativos, Conjunções, etc)
160) A palavra salário vem mesmo de “sal”?

Vem. A explicação mais popular diz que os soldados da Roma Antiga recebiam seu ordenado na forma de sal. Faz sentido. O dinheiro como o conhecemos surgiu no
século 7 a.C., na forma de discos de metal precioso (moedas), e só foi adotado em Roma 300 anos depois.

Antes disso, o que fazia o papel de dinheiro eram itens não perecíveis e que tinham demanda garantida: barras de cobre (fundamentais para a fabricação de armas),
sacas de grãos, pepitas de ouro (metal favorito para ostentar como enfeite), prata (o ouro de segunda divisão) e, sim, o sal.

Num mundo sem geladeiras, o cloreto de sódio era o que garantia a preservação da carne. A demanda por ele, então, tendia ao infinito. Ter barras de sal em casa
funcionava como poupança. Você poderia trocá-las pelo que quisesse, a qualquer momento.

As moedas, bem mais portáteis, acabariam se tornando o grande meio universal de troca – seja em Roma, seja em qualquer outro lugar. Mas a palavra “salário” segue
viva, como um fóssil etimológico.

Só há um detalhe: não há evidência de que soldados romanos recebiam mesmo um ordenado na forma de sal. Roma não tinha um exército profissional no século 4 a.C. A
força militar da época era formada por cidadãos comuns, que abandonavam seus afazeres voluntariamente para lutar em tempos de guerra (questão de sobrevivência).

A ideia de que havia pagamentos na forma de sal vem do historiador Plínio, o Velho (um contemporâneo de Jesus Cristo). Ele escreveu o seguinte: “Sal era uma das
honrarias que os soldados recebiam após batalhas bem-sucedidas. Daí vem nossa palavra salarium.” Ou seja: o sal era um bônus para voluntários, não um salário para
valer. Quando Roma passou a ter uma força militar profissional e permanente, no século 3 a.C., o soldo já era mesmo pago na forma de moedas.

VERSIGNASSI, A. A palavra salário vem mesmo de “sal”


VC S/A, São Paulo: Abril, p. 67, Jun. 2021. Adaptado.

A palavra ou expressão que promove a continuidade e a união do segundo parágrafo com o terceiro, retomando um elemento textual relevante, é

a) mundo
b) geladeiras
c) cloreto de sódio
d) infinito
e) momento

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Língua Portuguesa (Português) - Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes Relativos, Conjunções, etc)
161) Lições após um ano de ensino remoto na pandemia

No momento em que se tornam ainda mais complexas as discussões sobre a volta às aulas presenciais, o ensino remoto continua a ser a rotina de muitas famílias,
atualmente.

Mas um ano sem precedentes na história veio acompanhado de lições inéditas para professores, alunos e estudiosos. Diante do pouco acesso a planos de dados ou a
dispositivos, a alternativa de muitas famílias e professores tem sido se conectar regularmente via aplicativos de mensagens.

Uma pesquisa apontou que 83% dos professores mantinham contato com seus alunos por meio dos aplicativos de mensagens, muito mais do que pelas próprias
plataformas de aprendizagem. Esse uso foi uma grande surpresa, mas é porque não temos outras ferramentas de massificação. A maior parte do ensino foi feita pelo
celular e, geralmente, por um celular compartilhado (entre vários membros da família), o que é algo muito desafiador.

Outro aspecto a ser considerado é que, felizmente, mensagens direcionadas são uma forma relativamente barata de comunicação. A importância de cultivar interações
entre os estudantes, mesmo que eles não estejam no mesmo ambiente físico, também é uma forma de motivá-los e melhorar seus resultados. Recentemente, uma
pesquisadora afirmou que “Aprendemos que precisamos dos demais: comparar estratégias, falar com alunos, com outros professores e dar mais oportunidades de
trabalho coletivo, mesmo que seja cada um na sua casa. Além disso, a pandemia ressaltou a importância do vínculo anterior entre escolas e comunidades”.

Embora seja difícil prever exatamente como o fechamento das escolas vai afetar o desenvolvimento futuro dos alunos, educadores internacionais estimam que estudantes
da educação básica já foram impactados. É preciso pensar em como agrupar esses alunos e averiguar os que tiveram ensino mínimo ou nulo e decidir como enfrentar
essa ruptura, com aulas ou encontros extras, com anos (letivos) de transição.

IDOETA, P.A. 8 lições após um ano de ensino remoto na pan


demia. Disponível em: <https://educacao.uol.com.br/noticias/
bbc/2021/04/24/8-licoes-apos-um-ano-de-ensino-remoto-na-
pandemia. htm>. Acesso em: 21 jul. 2021. Adaptado.

A palavra ou a expressão a que se refere o termo em destaque está corretamente explicitada entre colchetes em:
a) “83% dos professores mantinham contato com seus alunos por meio dos aplicativos” (parágrafo 3) – [pesquisadores]
b) “Esse uso foi uma grande surpresa, mas é porque não temos outras ferramentas” (parágrafo 3) – [contato]
c) “Aprendemos que precisamos dos demais” (parágrafo 4) – [resultados]
d) “averiguar os que tiveram ensino mínimo ou nulo e decidir” (parágrafo 5) – [alunos]
e) “decidir como enfrentar essa ruptura, com aulas ou encontros extras” (parágrafo 5) – [desenvolvimento]
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CESGRANRIO - PPNS (PETROBRAS)/PETROBRAS/Administração/2018


Língua Portuguesa (Português) - Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes Relativos, Conjunções, etc)
162) A questão baseia no texto apresentado abaixo.

O vício da tecnologia

Entusiastas de tecnologia passaram a semana com os olhos voltados para uma exposição de novidades eletrônicas realizada recentemente nos Estados Unidos. Entre as
inovações, estavam produtos relacionados a experiências de realidade virtual e à utilização de inteligência artificial — que hoje é um dos temas que mais desperta
interesse em profissionais da área, tendo em vista a ampliação do uso desse tipo de tecnologia nos mais diversos segmentos.

Mais do que prestar atenção às novidades lançadas no evento, vale refletir sobre o motivo que nos leva a uma ansiedade tão grande para consumir produtos que
prometem inovação tecnológica. Por que tanta gente se dispõe a dormir em filas gigantescas só para ser um dos primeiros a comprar um novo modelo de smartphone?
Por que nos dispomos a pagar cifras astronômicas para comprar aparelhos que não temos sequer certeza de que serão realmente úteis em nossas rotinas?

A teoria de um neurocientista da Universidade de Oxford (Inglaterra) ajuda a explicar essa “corrida desenfreada” por novos gadgets. De modo geral, em nosso processo
evolutivo como seres humanos, nosso cérebro aprendeu a suprir necessidades básicas para a sobrevivência e a perpetuação da espécie, tais como sexo, segurança e
status social.

Nesse sentido, a compra de uma novidade tecnológica atende a essa última necessidade citada: nós nos sentimos melhores e superiores, ainda que momentaneamente,
quando surgimos em nossos círculos sociais com um produto que quase ninguém ainda possui.

Foi realizado um estudo de mapeamento cerebral que mostrou que imagens de produtos tecnológicos ativavam partes do nosso cérebro idênticas às que são ativadas
quando uma pessoa muito religiosa se depara com um objeto sagrado. Ou seja, não seria exagero dizer que o vício em novidades tecnológicas é quase uma religião para
os mais entusiastas.

O ato de seguir esse impulso cerebral e comprar o mais novo lançamento tecnológico dispara em nosso cérebro a liberação de um hormônio chamado dopamina,
responsável por nos causar sensações de prazer. Ele é liberado quando nosso cérebro identifica algo que represente uma recompensa.

O grande problema é que a busca excessiva por recompensas pode resultar em comportamentos impulsivos, que incluem vícios em jogos, apego excessivo a redes sociais
e até mesmo alcoolismo. No caso do consumo, podemos observar a situação problematizada aqui: gasto excessivo de dinheiro em aparelhos eletrônicos que nem sempre
trazem novidade –– as atualizações de modelos de smartphones, por exemplo, na maior parte das vezes apresentam poucas mudanças em relação ao modelo anterior,
considerando-se seu preço elevado. Em outros casos, gasta-se uma quantia absurda em algum aparelho novo que não se sabe se terá tanta utilidade prática ou inovadora
no cotidiano.

No fim das contas, vale um lembrete que pode ajudar a conter os impulsos na hora de comprar um novo smartphone ou alguma novidade de mercado: compare o efeito
momentâneo da dopamina com o impacto de imaginar como ficarão as faturas do seu cartão de crédito com a nova compra. O choque ao constatar o rombo em seu
orçamento pode ser suficiente para que você decida pensar duas vezes a respeito da aquisição.
DANA, S. O Globo. Economia. Rio de Janeiro, 16 jan. 2018. Adaptado.

A ideia a que a expressão destacada se refere está explicitada adequadamente entre colchetes em:

a) “relacionados a experiências de realidade virtual e à utilização de inteligência artificial — que hoje é um dos temas que mais desperta interesse em
profissionais da área” [experiências de realidade virtual]
b) “tendo em vista a ampliação do uso desse tipo de tecnologia nos mais diversos segmentos” [inteligência artificial]

c) “a compra de uma novidade tecnológica atende a essa última necessidade citada” [segurança]

d) “O ato de seguir esse impulso cerebral e comprar o mais novo lançamento tecnológico dispara em nosso cérebro a liberação de um hormônio chamado
dopamina” [mapeamento cerebral]

e) “ Ele é liberado quando nosso cérebro identifica algo que represente uma recompensa.” [impulso cerebral]

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CESGRANRIO - Conf (LIQUIGÁS)/LIQUIGÁS/I/2018


Língua Portuguesa (Português) - Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes Relativos, Conjunções, etc)
163) Texto II

O Brasil na memória

A viagem tem uma estruturalidade típica. Há a escolha do destino, uma finalidade antevista, uma partida e um retorno, um trajeto por lugares, um tempo de duração. Há
situações iniciais e finais, outras intermediárias, numa dimensão linear, e há atores, um dos quais o viajante, que serve de fio condutor entre pessoas, acontecimentos,
locais e deslocamentos. Supõe uma subjetividade que se abre ao desconhecido, a perda de referências familiares, o abandono do mesmo pelo diferente, o encontro com
o outro e o reencontro consigo mesmo. Em contrapartida, a narrativa de viagem depende em primeiro lugar da memória e de anotações. Seleciona experiências, precisa
estabelecer um projeto de narração, não necessariamente cronológico ou causal, torna-se, mesmo sem intenção, um testemunho. E é orientada por perspectivas do
narrador-viajante, que incluem seu estilo de vida, sua mentalidade, assim como sua visão de mundo e sua posição de sujeito, ou seja, o local cultural de onde fala.

BORDINI, Maria da Glória. In: Descobrindo o Brasil. Rio de Janeiro:


EdUERJ, 2011, p. 353.

No Texto II, a autora diz que, numa viagem, “há atores, um dos quais o viajante”

Ela usa a palavra “ator” porque está referindo-se à pessoa que

a) tem papel ativo em algum acontecimento.

b) desempenha um papel quando está em cena.

c) age como se estivesse representando um papel.

d) encara uma viagem como se estivesse num palco.

e) é capaz de simular emoções, sentimentos, atitudes.

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CESGRANRIO - Aju (LIQUIGÁS)/LIQUIGÁS/Carga e Descarga I/2018
Língua Portuguesa (Português) - Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes Relativos, Conjunções, etc)
164) Texto I

Exagerado

Amor da minha vida


Daqui até a eternidade
Nossos destinos
Foram traçados na maternidade

Paixão cruel, desenfreada


Te trago mil rosas roubadas
Pra desculpar minhas mentiras
Minhas mancadas

Exagerado
Jogado aos teus pés
Eu sou mesmo exagerado
Adoro um amor inventado

Eu nunca mais vou respirar


Se você não me notar
Eu posso até morrer de fome
Se você não me amar

E por você eu largo tudo


Vou mendigar, roubar, matar
Até nas coisas mais banais
Pra mim é tudo ou nunca mais

Exagerado
Jogado aos teus pés
Eu sou mesmo exagerado
Adoro um amor inventado

E por você eu largo tudo


Carreira, dinheiro, canudo
Até nas coisas mais banais
Pra mim é tudo ou nunca mais

Exagerado
Jogado aos teus pés
Eu sou mesmo exagerado
Adoro um amor inventado
Jogado aos teus pés
Com mil rosas roubadas
Exagerado
Eu adoro um amor inventado

ARAÚJO NETO, Agenor de Miranda (Cazuza); SIQUEIRA JR, Carlos Leoni Rodrigues. Exagerado. In: CAZUZA. Exagerado. Rio de Janeiro: Sigla/Som Livre, 1985. Lado A, faixa 1.

No trecho do Texto I “E por você eu largo tudo”, a palavra você, destacada na frase, refere-se à

a) rosa roubada

b) carreira

c) pessoa amada

d) maternidade

e) mancada

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CESGRANRIO - Of (LIQUIGÁS)/LIQUIGÁS/Produção I/2018


Língua Portuguesa (Português) - Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes Relativos, Conjunções, etc)
165) Texto I

Gente Humilde

Tem certos dias em que eu penso em minha gente


E sinto assim todo o meu peito se apertar
Porque parece que acontece de repente
Feito um desejo de eu viver sem me notar

Igual a como quando eu passo no subúrbio


Eu muito bem, vindo de trem de algum lugar
E aí me dá como uma inveja dessa gente
Que vai em frente sem nem ter com quem contar

São casas simples com cadeiras na calçada


E na fachada escrito em cima que é um lar
Pela varanda, flores tristes e baldias
Como a alegria que não tem onde encostar
E aí me dá uma tristeza no meu peito
Feito um despeito de eu não ter como lutar
E eu que não creio peço a Deus por minha gente
É gente humilde, que vontade de chorar.

SARDINHA, A.A. (Garoto); HOLLANDA, C.B.; MORAES, V. Gente humilde. Intérprete: Chico Buarque. In: C.B. Hollanda nº 4. Direção de produção: Manoel Barebein. Rio de Janeiro: Companhia
Brasileira de Discos, p1970. 1 disco sonoro. Lado 1, faixa 4.

No Texto I, existe uma relação de sentido, configurada na expressão “igual a como”, que

a) confronta os problemas sofridos pela gente na qual o poeta pensa.

b) compara a sensação do momento com a sensação que o poeta tem ao visitar o subúrbio.

c) explica a razão por que a gente do subúrbio é tão sofrida.

d) exclui qualquer ligação direta com o subúrbio, por onde o poeta somente passa.

e) inclui o poeta entre os que vivem as dificuldades suburbanas.

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CESGRANRIO - Of (LIQUIGÁS)/LIQUIGÁS/Produção I/2018


Língua Portuguesa (Português) - Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes Relativos, Conjunções, etc)
166) Texto II

O acendedor de lampiões e nós

Outro dia tive uma visão. Uma antevisão. Eu vi o futuro. O futuro estampado no passado. Como São João do Apocalipse, vi descortinar aos meus olhos o que vai
acontecer, mas que já está acontecendo.

Havia acordado cedo e saí para passear com minha cachorrinha, a meiga Pixie, que volta e meia late de estranhamento sobre as transformações em curso. Pois estava eu
e ela perambulando pela vizinhança quando vi chegar o jornaleiro, aquele senhor com uma pilha de jornais, que ia depositando de porta em porta. Fiquei olhando. Ele lá
ia cumprindo seu ritual, como antigamente se depositava o pão e o leite nas portas e janelas das casas.

Vou confessar: eu mesmo, menino, trabalhei entregando garrafas de leite aboletado na carroça do ‘seu’ Gamaliel, lá em Juiz de Fora.

E pensei: estou assistindo ao fim de uma época. Daqui a pouco não haverá mais jornaleiro distribuindo jornais de porta em porta. Esse entregador de jornais não sabe,
mas é semelhante ao acendedor de lampiões que existia antes de eu nascer. Meus pais falavam dessa figura que surgia no entardecer e acendia nos postes a luz movida
a gás, e de manhã vinha apagar a tal chama. [...]

SANT’ANNA, Affonso Romano de. O acendedor de lampiões e nós. Estado de Minas/Correio Brasiliense. 22 ago. 2010. Fragmento.
Ao usar, no título do Texto II, a 1ª pessoa do plural (nós), o autor define um grupo que está relacionado ao acendedor de lampiões.

A leitura do texto permite concluir que componentes desse elemento “nós” são o

a) jornaleiro e o entregador de jornais

b) jornaleiro e os pais do autor

c) autor e a meiga Pixie

d) autor e as demais pessoas do seu tempo

e) autor quando menino e seu Gamaliel

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CESGRANRIO - Aju (LIQUIGÁS)/LIQUIGÁS/Motorista Granel I/Operador de Gás I/2018


Língua Portuguesa (Português) - Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes Relativos, Conjunções, etc)
167) Carta aos meus filhos adolescentes

Nossa relação mudará, não se assustem, continuo amando absurdamente cada um de vocês. Estarei sempre de plantão, para o que der e vier. Do mesmo jeito, com a
mesma vontade de ajudar.

É uma fase necessária: uma aparência de indiferença recairá em nossos laços, uma casca de tédio grudará em nossos olhares.

Mas não durará a vida inteira, posso garantir.

Nossa comunicação não será tão fácil como antes. A adolescência altera a percepção dos pais, tornei-me o chato daqui por diante.

Eu me preparei para a desimportância, guardei estoque de cartõezinhos e cartas de vocês pequenos, colecionei na memória as declarações de “eu te amo” da última
década, ciente de que não ouvirei nenhuma jura por um longo tempo.

A vida será mais árida, mais constrangedora, mais lacônica. É um período de estranheza, porém essencial e corajoso. Todos experimentam isso, em qualquer família, não
tem como adiar ou fugir.

Serei obrigado agora a bater no quarto de vocês e aguardar uma licença. Existe uma casa chaveada no interior de nossa casa. Não desfruto de chave, senha, passaporte.
Não posso aparecer abrindo a porta de repente. Às vezes mandarei um WhatsApp apenas para saber onde estão, mesmo quando estiverem dentro do apartamento.
Passarei essa vergonha.

Perguntarei como estão e ganharei monossílabos de presente. Talvez um ok. Talvez a sorte de um tudo bem. As confissões não acontecerão espontaneamente.

“Me deixe em paz” despontará como refrão diante de qualquer cobrança.


Precisarei ser mais persuasivo. Nem alcanço alguma ideia de como, para mim também é uma experiência nova, tampouco sei agir. Os namoros e os amigos assumirão as
suas prioridades.

Verei vocês somente saindo ou chegando, desprovido de convergência para um abraço demorado.

Já não me acharão um máximo, já não sou grande coisa. Perceberam os meus pontos fracos, decoraram os meus defeitos, não acreditam mais em minhas histórias, não
sou a única versão de vocês. Qualquer informação que digo, vão checar no Google.

Mas vamos sobreviver: o meu amor é imenso para resistir ao teste da diferença de idade e de geração. Espero vocês do outro lado da ternura, quando tiverem a minha
idade.

CARPINEJAR, F. Carta aos meus filhos adolescentes. Disponível em: <https://blogs.oglobo.globo.com/fabricio-carpinejar/post/carta-aos-meus-fi lhos-adolescentes.html>. Acesso em: 10 jul. 2018.
Adaptado.

O emprego da palavra destacada no trecho “‘Me deixe em paz’ despontará como refrão diante de qualquer cobrança” faz referência a uma

a) quebra de confiança

b) invasão da privacidade

c) aprovação da persistência

d) imprevisibilidade de reação

e) repetição de comportamento

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CESGRANRIO - Aju (LIQUIGÁS)/LIQUIGÁS/Motorista Granel I/Operador de Gás I/2018


Língua Portuguesa (Português) - Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes Relativos, Conjunções, etc)
168) Carta aos meus filhos adolescentes

Nossa relação mudará, não se assustem, continuo amando absurdamente cada um de vocês. Estarei sempre de plantão, para o que der e vier. Do mesmo jeito, com a
mesma vontade de ajudar.

É uma fase necessária: uma aparência de indiferença recairá em nossos laços, uma casca de tédio grudará em nossos olhares.

Mas não durará a vida inteira, posso garantir.

Nossa comunicação não será tão fácil como antes. A adolescência altera a percepção dos pais, tornei-me o chato daqui por diante.
Eu me preparei para a desimportância, guardei estoque de cartõezinhos e cartas de vocês pequenos, colecionei na memória as declarações de “eu te amo” da última
década, ciente de que não ouvirei nenhuma jura por um longo tempo.

A vida será mais árida, mais constrangedora, mais lacônica. É um período de estranheza, porém essencial e corajoso. Todos experimentam isso, em qualquer família, não
tem como adiar ou fugir.

Serei obrigado agora a bater no quarto de vocês e aguardar uma licença. Existe uma casa chaveada no interior de nossa casa. Não desfruto de chave, senha, passaporte.
Não posso aparecer abrindo a porta de repente. Às vezes mandarei um WhatsApp apenas para saber onde estão, mesmo quando estiverem dentro do apartamento.
Passarei essa vergonha.

Perguntarei como estão e ganharei monossílabos de presente. Talvez um ok. Talvez a sorte de um tudo bem. As confissões não acontecerão espontaneamente.

“Me deixe em paz” despontará como refrão diante de qualquer cobrança.

Precisarei ser mais persuasivo. Nem alcanço alguma ideia de como, para mim também é uma experiência nova, tampouco sei agir. Os namoros e os amigos assumirão as
suas prioridades.

Verei vocês somente saindo ou chegando, desprovido de convergência para um abraço demorado.

Já não me acharão um máximo, já não sou grande coisa. Perceberam os meus pontos fracos, decoraram os meus defeitos, não acreditam mais em minhas histórias, não
sou a única versão de vocês. Qualquer informação que digo, vão checar no Google.

Mas vamos sobreviver: o meu amor é imenso para resistir ao teste da diferença de idade e de geração. Espero vocês do outro lado da ternura, quando tiverem a minha
idade.

CARPINEJAR, F. Carta aos meus filhos adolescentes. Disponível em: <https://blogs.oglobo.globo.com/fabricio-carpinejar/post/carta-aos-meus-fi lhos-adolescentes.html>. Acesso em: 10 jul. 2018.
Adaptado.

Em “Verei vocês somente saindo ou chegando, desprovido de convergência para um abraço demorado.”, o trecho em destaque faz referência a um(a)

a) declínio no estado de humor

b) demonstração de desvio de caráter

c) falta de expectativa de contato físico

d) instabilidade no padrão de comportamento

e) inobservância à postura corporal adequada

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CESGRANRIO - ProV (LIQUIGÁS)/LIQUIGÁS/Júnior/2018


Língua Portuguesa (Português) - Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes Relativos, Conjunções, etc)
169) Velhas casas

Tenho um amigo arquiteto que gosta de me falar de velhas casas brasileiras, da simplicidade e do gosto dos antigos mestres de obra, dos homens práticos que encheram
o Brasil de casarões, de igrejas, de cidades.

O meu amigo vê a casa como um técnico, um especialista, o homem que ama a sua profissão. Com ele andei pelos solares de Vassouras. E vi e senti o seu entusiasmo
diante dos velhos sobrados do café. As soluções encontradas pelos antigos, a sobriedade, a solidez, a marca do lusitano transplantado, sempre mereciam dele uma crítica
de quem admirava tudo e, às vezes, se espantava. Havia, de fato, grandeza no que aquela gente fizera.

Sérgio Buarque de Hollanda fala no caráter empírico das cidades portuguesas da América. Em confronto com os espanhóis, os portugueses fundaram as suas cidades com
liberdade, dando mais vida, mais força aos seus criadores. O instinto, a intuição, a necessidade de viver comandava-os. Não seriam conduzidos por urbanistas,
seriam levados pela necessidade, pelo arrojo, pelos fatos. Mas esta energia nunca se desmandou. As casas portuguesas nunca seriam um despropósito. Havia na
arquitetura que eles nos legaram um toque de sobriedade que é uma maravilha de equilíbrio. O barroco, que se excedera nos interiores das igrejas, contivera-se nos
exteriores. Era até aí de uma simplicidade tocante. Na arquitetura residencial quase que ele não se fez sentir. A pureza de linhas, o gosto, o chão dos nossos sobrados
falam de homens que amavam mais a solidez do que o ornato. Os mestres de obras não eram individualistas, artistas que quisessem dar um sinal de sua personalidade.
Eles edificavam, construíam.

REGO, José Lins do. In: O Cravo de Mozart é eterno: crônicas e ensaios. Rio de Janeiro: José Olympio, 2004, p. 303-4. Adaptado.

No trecho “Na arquitetura residencial quase que ele não se fez sentir”, o pronome destacado refere-se ao

a) casario

b) barroco

c) instinto

d) despropósito

e) mestre de obras

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Língua Portuguesa (Português) - Interpretação de Textos (Compreensão)
170) A história do método braile

Ler no escuro. Quem já tentou sabe que é impossível. Mas foi exatamente a isso que um francês chamado Louis Braille dedicou a vida. Nascido em Coupvray, uma
pequena aldeia nos arredores de Paris, em 1809, desde cedo ele mostrou muito interesse pelo trabalho do pai. Seus olhos azuis brilhavam da admiração de vê-lo cortar,
com extrema perícia, selas e arreios. Pouco depois de completar 3 anos, o menino começou a brincar na selaria do pai, cortando pequenas tiras de couro. Uma tarde,
uma sovela, instrumento usado para perfurar o couro, escapou-lhe da mão e atingiu o seu olho esquerdo. O resultado foi uma infecção que, seis meses depois, afetaria
também o olho direito. Aos 5 anos, o garoto estava completamente cego.

A tragédia não o impediu, porém, de frequentar a escola por dois anos e de se tornar ainda um aluno brilhante. Por essa razão, ele ganhou uma bolsa de estudos no
Instituto Nacional para Jovens Cegos, em Paris, um colégio interno fundado por Valentin Haüy (1745-1822). Além do currículo normal, Haüy introduzira um sistema
especial de alfabetização, no qual letras de forma impressas em relevo, em papelão, eram reconhecidas pelos contornos. Desde o início do curso, Braille destacou-se
como o melhor aluno da turma e logo começou a ajudar os colegas. Em 1821, aos 12 anos, conheceu um método inventado pouco antes por Charles Barbier de La Serre,
oficial do Exército francês.

O método Barbier, também chamado escrita noturna, era um código de pontos e traços em relevo impressos também em papelão. Destinava-se a enviar ordens cifradas a
sentinelas em postos avançados. Estes decodificariam a mensagem até no escuro. Mas, como a ideia não pegou na tropa, Barbier adaptou o método para a leitura de
cegos, com o nome de grafia sonora. O sistema permitia a comunicação entre os cegos, pois com ele era possível escrever, algo que o método de Haüy não possibilitava.
O de Barbier era fonético: registrava sons e não letras. Dessa forma, as palavras não podiam ser soletradas. Além disso, o fato de um grande número de sinais ser usado
para uma única palavra tornava o sistema muito complicado. Apesar dos inconvenientes, foi adotado como método auxiliar por Haüy.

Pesquisando a fundo a grafia sonora, Braille percebeu suas limitações e pôs-se a aperfeiçoá-la. Em 1824, seu método estava pronto. Primeiro, eliminou os traços, para
evitar erros de leitura: em seguida, criou uma célula de seis pontos, divididos em duas colunas de três pontos cada, que podem ser combinados de 63 maneiras
diferentes. A posição dos pontos na célula está ao lado.

Em 1826, aos 17 anos, ainda estudante, Braille começou a dar aulas. Embora seu método fizesse sucesso entre os alunos, não podia ensiná-lo na sala de aula, pois ainda
não era reconhecido oficialmente. Por isso, Braille dava aulas do revolucionário sistema escondido no quarto, que logo se transformou numa segunda sala de aula.

O braile é lido passando-se a ponta dos dedos sobre os sinais de relevo. Normalmente se usa a mão direita com um ou mais dedos, conforme a habilidade do leitor,
enquanto a mão esquerda procura o início da outra linha. Aplica-se a qualquer língua, sem exceção, e também à estenografia, à música – Braille, por sinal, era ainda
exímio pianista – e às notações científicas em geral. A escrita é feita mediante o uso da reglete, também idealizada por Braille: trata-se de uma régua especial, de duas
linhas, com uma série de janelas de seis furos cada, correspondentes às células braile.

Louis Braille morreu de tuberculose em 1852, com apenas 43 anos. Temia que seu método desaparecesse com ele, mas, finalmente, em 1854 foi oficializado pelo governo
francês. No ano seguinte, foi apresentado ao mundo, na Exposição Internacional de Paris, por ordem do imperador Napoleão III (1808-1873), que programou ainda uma
série de concertos de piano com ex-alunos de Braille. O sucesso foi imediato, e o sistema se espalhou pelo mundo. Em 1952, o governo francês transferiu os restos
mortais de Braille para o Panthéon, em Paris, onde estão sepultados os heróis nacionais.

ATANES, Silvio. Super Interessante. Disponível em: https://super


.abril.]com.br/historia/. Acesso em: 23 out. 2022. Adaptado.

Considere a expressão em destaque da seguinte passagem do parágrafo 3:

O método Barbier, também chamado escrita noturna, era um código de pontos e traços em relevo impressos também em papelão. Destinava-se a enviar ordens cifradas a
sentinelas em postos avançados. Estes decodificariam a mensagem até no escuro. Mas como a ideia não pegou na tropa, Barbier adaptou o método para a leitura de
cegos, com o nome de grafia sonora.

O sistema permitia a comunicação entre os cegos.

No trecho, por meio do processo de coesão textual, a expressão destacada retoma

a) “um código de pontos e traços em relevo impressos também em papelão”


b) “ordens cifradas”
c) “a mensagem”
d) “a ideia”
e) “grafia sonora”

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Língua Portuguesa (Português) - Interpretação de Textos (Compreensão)
171) Lixo nos mares

Os oceanos sofrem os efeitos das atividades humanas há milênios. Dejetos e resíduos orgânicos e inorgânicos gerados por essas atividades são levados para o mar por
ventos, chuvas e rios, ou despejados diretamente ali. Os oceanos suportam toda essa sobrecarga? A resposta vem de análises que constatam sérios danos aos
ecossistemas oceânicos: o lixo marinho, portanto, já é um grave problema ambiental.

O lixo de origem humana que entra no mar está presente nas imagens, hoje comuns, de animais emaranhados em materiais de todo tipo ou que ingeriram ou sufocaram
com diferentes itens.a Também é conhecida a imensa mancha de lixo que se acumula no chamado “giro” do oceano Pacífico Norte – os giros, existentes em todos os
oceanos, são áreas em torno das quais se deslocam as correntes marinhasb. Nas zonas centrais desses giros, as correntes têm baixa intensidade e quase não há ventos.
Os resíduos que chegam ali ficam retidos e se acumulam, gerando enormes “lixões” oceânicos.

Detritos orgânicos (vegetais, animais, fezes e restos de alimento) não são considerados lixo marinho, porque em geral se decompõem rapidamente e se tornam nutrientes
e alimentos para outros organismosc. As fontes do lixo oceânico são comumente classificadas como “marinhas” (descartes por embarcações e plataformas de petróleo e
gás) e “terrestres” (depósitos e descartes incorretos feitos em terra e levados para os rios pelas chuvas e daí para o mar, onde também chegam carregados pelo vento e
até pelo gelo).

Apesar do sensacionalismo em torno desse tema, o estudo do lixo marinho tem bases científicas e envolve, em todo o mundo, cada vez mais pesquisadores e tomadores
de decisão. Todos engajados na luta pela diminuição desse problema social e ambiental.

Os impactos ligados à presença do lixo no mar começaram a ser observados a partir da década de 1950, mas somente em 1975 foi definido o termo “lixo marinho”, hoje
consagradod. Essa definição, da Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos, diz que é lixo marinho todo material sólido de origem humana descartado nos
oceanos ou que os atinge por rios, córregos, esgotos e descargas domésticas e industriais.

O número de publicações mundiais, científicas e não científicas, sobre lixo marinho começou a aumentar a partir da década de 1980. Esse aumento se deve a três
processos: 1) a contínua e crescente substituição, em vários tipos de utensílios, de materiais naturais pelos sintéticos – estes, como o plástico, resistem por mais tempo à
degradação no ambiente marinho e tendem a se acumular;e 2) o baixo custo dos materiais sintéticos, que não incentiva sua reciclagem e favorece o descarte no
ambiente e 3) o aumento, na zona costeira, do número de habitantes e embarcações, que podem contribuir para o descarte de lixo no ambiente marinho.

Mas como evitar que o “lixo nosso de cada dia” chegue ao mar? E como retirar o que já está lá? É nesse ponto que a conservação marinha e a gestão de resíduos sólidos
se encontram e se complementam.

Em 2013, realizou-se no Brasil a IV Conferência Nacional de Meio Ambiente, que formalizou 60 propostas sobre o meio ambiente. Duas enfocam o lixo marinho: a
primeira está ligada à redução de impactos ambientais e a segunda é ligada à educação ambiental, com campanhas educativas de sensibilização sobre as consequências
da disposição incorreta do lixo, com ênfase no ambiente marinho e nos danos causados à população humana.

OLIVEIRA, A. et al. Revista Ciência Hoje, n. 313, v. 53. Rio de Janeiro: SBPC. Abril 2014. Adaptado.

O trecho do texto que aponta uma das causas para o aumento da preocupação mundial sobre o lixo marinho a partir da década de 80 é:

a) “O lixo de origem humana que entra no mar está presente nas imagens, hoje comuns, de animais emaranhados em materiais de todo tipo ou que ingeriram ou
sufocaram com diferentes itens.”
b) “Também é conhecida a imensa mancha de lixo que se acumula no chamado ‘giro’ do oceano Pacífico Norte – os giros, existentes em todos os oceanos, são
áreas em torno das quais se deslocam as correntes marinhas.”
c) “Detritos orgânicos (vegetais, animais, fezes e restos de alimento) não são considerados lixo marinho, porque em geral se decompõem rapidamente e se tornam
nutrientes e alimentos para outros organismos.”
d) “Os impactos ligados à presença do lixo no mar começaram a ser observados a partir da década de 1950, mas somente em 1975 foi definido o termo ‘lixo
marinho’, hoje consagrado.”
e) “a contínua e crescente substituição, em vários tipos de utensílios, de materiais naturais pelos sintéticos – estes, como o plástico, resistem por mais tempo à
degradação no ambiente marinho e tendem a se acumular”

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Língua Portuguesa (Português) - Interpretação de Textos (Compreensão)
172) O afogado mais bonito do mundo

Sou antropófago. Devoro livros. Quem me ensinou foi Murilo Mendes: livros são feitos com a carne e o sangue dos que os escreveram. Os hábitos de antropófago
determinam a maneira como escolho livros. Só leio livros escritos com sangue. Depois que os devoro, deixam de pertencer ao autor. São meus porque circulam na minha
carne e no meu sangue.

É o caso do conto “O Afogado Mais Bonito do Mundo”, de Gabriel García Márquez. Ele escreveu. Eu li e devorei. Agora é meu. Eu o reconto.

É sobre uma vila de pescadores perdida em nenhum lugar, o enfado misturado com o ar, cada novo dia já nascendo velho, as mesmas palavras ocas, os mesmos gestos
vazios, os mesmos corpos opacos, a excitação do amor sendo algo de que ninguém mais se lembrava...

Aconteceu que, num dia como todos os outros, um menino viu uma forma estranha flutuando longe no mar. E ele gritou. Todos correram. Num lugar como aquele até
uma forma estranha é motivo de festa. E ali ficaram na praia, olhando, esperando. Até que o mar, sem pressa, trouxe a coisa e a colocou na areia, para o
desapontamento de todos: era um homem morto.

Todos os homens mortos são parecidos porque há apenas uma coisa a se fazer com eles: enterrar. E, naquela vila, o costume era que as mulheres preparassem os mortos
para o sepultamento. Assim, carregaram o cadáver para uma casa, as mulheres dentro, os homens fora. E o silêncio era grande enquanto o limpavam das algas e liquens,
mortalhas verdes do mar.

Mas, repentinamente, uma voz quebrou o silêncio. Uma mulher balbuciou: “Se ele tivesse vivido entre nós, ele teria de ter curvado a cabeça sempre ao entrar em nossas
casas. Ele é muito alto...”.
Todas as mulheres, sérias e silenciosas, fizeram sim com a cabeça.

De novo o silêncio foi profundo, até que uma outra voz foi ouvida. Outra mulher... “Fico pensando em como teria sido a sua voz... Como o sussurro da brisa? Como o
trovão das ondas? Será que ele conhecia aquela palavra secreta que, quando pronunciada, faz com que uma mulher apanhe uma flor e a coloque no cabelo?” E elas
sorriram e olharam umas para as outras.

De novo o silêncio. E, de novo, a voz de outra mulher... “Essas mãos... Como são grandes! Que será que fizeram? Brincaram com crianças? Navegaram mares? Travaram
batalhas? Construíram casas? Essas mãos: será que elas sabiam deslizar sobre o rosto de uma mulher, será que elas sabiam abraçar e acariciar o seu corpo?”

Aí todas elas riram que riram, suas faces vermelhas, e se surpreenderam ao perceber que o enterro estava se transformando numa ressurreição: sonhos esquecidos, que
pensavam mortos, retornavam, cinzas virando fogo, os corpos vivos de novo e os rostos opacos brilhando com a luz da alegria.

Os maridos, de fora, observavam o que estava acontecendo e ficaram com ciúmes do afogado, ao perceberem que um morto tinha um poder que eles mesmos não
tinham mais. E pensaram nos sonhos que nunca haviam tido, nos poemas que nunca haviam escrito, nos mares que nunca tinham navegado, nas mulheres que nunca
haviam desejado.

A história termina dizendo que finalmente enterraram o morto. Mas a aldeia nunca mais foi a mesma.

ALVES, R. Sobre como da morte brota a vida. F. de São Paulo.


Cotidiano. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br. Acesso em: 20 abr. 2023. Adaptado.

De acordo com o narrador, a justificativa para recontar a história de Gabriel García Márquez é

a) o aprendizado da antropofagia com Murilo Mendes.


b) a história original do conto ter sido escrita com sangue.
c) o conto pertencer a ele depois de tê-lo lido e devorado.
d) o caso de um homem afogado ter chamado sua atenção.
e) os livros serem feitos com carne e sangue de seus autores.

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Língua Portuguesa (Português) - Interpretação de Textos (Compreensão)
173) O afogado mais bonito do mundo

Sou antropófago. Devoro livros. Quem me ensinou foi Murilo Mendes: livros são feitos com a carne e o sangue dos que os escreveram. Os hábitos de antropófago
determinam a maneira como escolho livros. Só leio livros escritos com sangue. Depois que os devoro, deixam de pertencer ao autor. São meus porque circulam na minha
carne e no meu sangue.

É o caso do conto “O Afogado Mais Bonito do Mundo”, de Gabriel García Márquez. Ele escreveu. Eu li e devorei. Agora é meu. Eu o reconto.
É sobre uma vila de pescadores perdida em nenhum lugar, o enfado misturado com o ar, cada novo dia já nascendo velho, as mesmas palavras ocas, os mesmos gestos
vazios, os mesmos corpos opacos, a excitação do amor sendo algo de que ninguém mais se lembrava...
Aconteceu que, num dia como todos os outros, um menino viu uma forma estranha flutuando longe no mar. E ele gritou. Todos correram. Num lugar como aquele até
uma forma estranha é motivo de festa. E ali ficaram na praia, olhando, esperando. Até que o mar, sem pressa, trouxe a coisa e a colocou na areia, para o
desapontamento de todos: era um homem morto.

Todos os homens mortos são parecidos porque há apenas uma coisa a se fazer com eles: enterrar. E, naquela vila, o costume era que as mulheres preparassem os mortos
para o sepultamento. Assim, carregaram o cadáver para uma casa, as mulheres dentro, os homens fora. E o silêncio era grande enquanto o limpavam das algas e liquens,
mortalhas verdes do mar.

Mas, repentinamente, uma voz quebrou o silêncio. Uma mulher balbuciou: “Se ele tivesse vivido entre nós, ele teria de ter curvado a cabeça sempre ao entrar em nossas
casas. Ele é muito alto...”.

Todas as mulheres, sérias e silenciosas, fizeram sim com a cabeça.

De novo o silêncio foi profundo, até que uma outra voz foi ouvida. Outra mulher... “Fico pensando em como teria sido a sua voz... Como o sussurro da brisa? Como o
trovão das ondas? Será que ele conhecia aquela palavra secreta que, quando pronunciada, faz com que uma mulher apanhe uma flor e a coloque no cabelo?” E elas
sorriram e olharam umas para as outras.

De novo o silêncio. E, de novo, a voz de outra mulher... “Essas mãos... Como são grandes! Que será que fizeram? Brincaram com crianças? Navegaram mares? Travaram
batalhas? Construíram casas? Essas mãos: será que elas sabiam deslizar sobre o rosto de uma mulher, será que elas sabiam abraçar e acariciar o seu corpo?”

Aí todas elas riram que riram, suas faces vermelhas, e se surpreenderam ao perceber que o enterro estava se transformando numa ressurreição: sonhos esquecidos, que
pensavam mortos, retornavam, cinzas virando fogo, os corpos vivos de novo e os rostos opacos brilhando com a luz da alegria.

Os maridos, de fora, observavam o que estava acontecendo e ficaram com ciúmes do afogado, ao perceberem que um morto tinha um poder que eles mesmos não
tinham mais. E pensaram nos sonhos que nunca haviam tido, nos poemas que nunca haviam escrito, nos mares que nunca tinham navegado, nas mulheres que nunca
haviam desejado.

A história termina dizendo que finalmente enterraram o morto. Mas a aldeia nunca mais foi a mesma.

ALVES, R. Sobre como da morte brota a vida. F. de São Paulo.


Cotidiano. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br. Acesso em: 20 abr. 2023. Adaptado.

No conto recontado, os ciúmes que o morto provocou nos maridos da vila foi motivado pelo fato de ele ter

a) chamado a atenção por ser muito alto.


b) vivido amores intensos e inesquecíveis.
c) navegado por mares e oceanos distantes.
d) realizado sonhos considerados impossíveis.
e) despertado nas mulheres sentimentos esquecidos.

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Língua Portuguesa (Português) - Interpretação de Textos (Compreensão)
174) Uma cena

É de manhã. Não num lugar qualquer, mas no Rio. E não numa época qualquer, mas no outono. Outono no Rio. O ar é fino, quase frio, as pedras portuguesas da calçada
estão úmidas. No alto, o céu já é de um azul escandaloso, mas o sol oblíquo ainda não conseguiu vencer os prédios e arrasta seus raios pelo mar, pelas praias, por cima
das montanhas, longe dali. Não chegou à rua. E, naquele trecho, onde as amendoeiras trançam suas copas, ainda é quase madrugada.

Mesmo assim, ela já está lá – como se à espera do sol.

É uma senhora de cabelos muito brancos, sentada em sua cadeira, na calçada. Na rua tranquila, de pouco movimento, não passa quase ninguém a essa hora, tão de
manhãzinha. Nem carros, nem pessoas. O que há mais é o movimento dos porteiros e dos pássaros. Os primeiros, com suas vassouras e mangueiras, conversando sobre
o futebol da véspera. Os segundos, cantando – dentro ou fora das gaiolas.

Mas, mesmo com tão pouco movimento, a senhora já está sentada muito ereta, com seu vestidoestampado, de corte simples, suas sandálias. Tem o olhar atento, o
sorriso pronto a cumprimentar quem surja. No braço da cadeira de plástico branco, sua mão repousa, mas também parece pronta a erguer -se num aceno, quando
alguém passar.

É uma cena bonita, eu acho. Cena que se repete todos os dias. Parece coisa de antigamente.

Parece. Não fosse por um detalhe. A senhora, sentada placidamente em sua cadeira na calçada, observando as manhãs, está atrás das grades.

Meu irmão, que foi morar fora do Brasil e ficou 15 anos sem vir aqui, ao voltar só teve um choque: as grades. Nada mais o impressionou, tudo ele achou normal. Fez
comentários vagos sobre as árvores crescidas no Aterro, sobre o excesso de gente e carros, tudo sem muita ênfase. Mas e essas grades, me perguntou, por que todas
essas grades? E eu, espantada com seu espanto, eu que de certa forma já me acostumara à paisagem gradeada, fiquei sem saber o que dizer.

Penso nisso agora, ao passar pela rua e ver aquela senhora. Todos os dias, o porteiro coloca ali a cadeira para que ela se sente, junto ao jardim, em frente à portaria, por
trás da proteção do gradil pintado com tinta cor de cobre. E essa cena tão singela, de sabor tão antigo, se desenrola assim, por trás de barras de ferro, que mesmo sendo
de alumínio para não enferrujar são de um ferro simbólico, que prende, constrange, restringe.

Eu, da calçada, vejo-a sempre por entre as tiras verticais de metal, sua figura frágil me fazendo lembrar os passarinhos que os porteiros guardam nas gaiolas, pendurados
nas árvores.

SEIXAS, Heloisa. Contos mínimos. Rio de Janeiro: Record, 2001.

Esse texto, que se inicia a partir do cotidiano de uma velha senhora que tem por hábito sentar-se na calçada observando as manhãs, constrói uma crítica
a) ao abandono dos idosos que, na velhice, se veem sozinhos, sem o apoio e o carinho de sua família.
b) ao excesso de pessoas e carros nas ruas, que somente é percebido por quem se afasta da cidade por um tempo e retorna.
c) às cenas diárias que repetem costumes do passado, que há muito já deveriam ter sido abandonados pela população.
d) às grades, que hoje dominam o cenário das cidades e que foram sendo colocadas aos poucos ao redor de todos nós.
e) às autoridades de segurança pública, que não atuam em prol do direito de ir e vir, sem riscos, da população.
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Língua Portuguesa (Português) - Interpretação de Textos (Compreensão)
175) Texto

Maria José
Paulo Mendes Campos

Faz um ano que Maria José morreu. Era meiga quase sempre, violenta quando necessário. Eu era menino e apanhava de um companheiro maior, quando ela me gritou da
sacada se eu não via a pedra que marcava o gol. Dei uma pedrada no outro e acabei com a briga por milagre.

Visitava os miseráveis, internava indigentes enfermos, devotava-se ao alívio de misérias físicas e morais do próximo, estudava o mistério teológico, exigia sempre o mais
difícil de si mesma, comungava todos os dias, ingressou na Ordem Terceira de São Francisco. Mas nunca deixou de ter na gaveta o revólver que havia recebido, menina-
e-moça, das mãos do pai, e que empunhou no quintal noturno, perseguindo um ladrão, para espanto de meus cinco anos.

Já perto dos setenta anos, ela explicava para um amigo meu que tinha chegado à humildade da velhice; já não se importava com quem tentasse ofendê-la, mas
conservava o revólver para a defesa dos filhos e dos netos.

Tratou-me com a dureza e o carinho que mereciam a rebeldia e o verdor da minha meninice. Ensinou- me a ler as primeiras sentenças; me falava do Cura d’Ars e nos dois
Franciscos, o de Sales e o de Assis; apresentou-me aos contos de Edgar Poe e aos poemas de Baudelaire; dizia-me sorrindo versos de Antônio Nobre que havia decorado
quando menina; discutia comigo as ideias finais de Tolstoi; escutava maternalmente meus contos toscos. Quando me desgarrei nos primeiros envolvimentos adolescentes,
Maria José, com irônico afeto, me repetia a advertência de Drummond: “Paulo, sossegue, o amor é isso que você está vendo: hoje beija, amanhã não beija, depois de
amanhã é domingo e segunda-feira ninguém sabe o que será”.

Logo que me fiz homenzinho, deixou a dureza e se fez minha amiga: nada me perguntava, adivinhava tudo.

Terna e firme, nunca lhe vi a fraqueza da pieguice. Com o gosto espontâneo da qualidade das coisas, renunciou às vaidades mais singelas. Sensível, alegre, aprendeu a
encarar o sofrimento de olhos lúcidos. Fiel à disciplina religiosa, compreendia celestialmente as almas que perdiam o rumo. Fé, Esperança e Caridade eram para ela a
flecha e o alvo das criaturas.

Tornara-se tão íntima da substância terrestre – a dor – que se fazia difícil para o médico saber o que sentia; acabava dizendo que doía um pouco, por delicadeza.

Capaz de longos jejuns e abstinências, já no final da vida, podia acompanhar um casal amigo a Copacabana, passar do bar da moda ao restaurante diferente, beber dois
cafés ou três uísques em santa serenidade e aceitar com alegria o prato exótico.

Gostava das pessoas erradas, consumidas de paixão, admirava São Paulo e Santo Agostinho, acreditava que era preciso se fazer violência para entrar no reino celeste.

Poucas horas antes de morrer, pediu um conhaque e sorriu, destemida e doce, como quem vai partir para o céu. Santificara-se. Deus era o dia e a noite de seu coração, o
Pai, a piedade, o fogo do espírito. Perdi quem me amava e perdoava, quem me encomendava à compaixão do Criador e me defendia contra o mundo de revólver na mão.

Disponível em: https://cronicabrasileira.org.br/cronicas/7173/maria- jose. Acesso em: 05 fev. 2022.

No texto, o narrador apresenta Maria José ao leitor, descrevendo- a a partir de aspectos subjetivos, como em:
a) “Faz um ano que Maria José morreu.” (parágrafo 1)
b) “Visitava os miseráveis, internava indigentes enfermos” (parágrafo 2)
c) “comungava todos os dias” (parágrafo 2)
d) “apresentou-me aos contos de Edgar Poe e aos poemas de Baudelaire” (parágrafo 4)
e) “Terna e firme, nunca lhe vi a fraqueza da pieguice.” (parágrafo 6)

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Língua Portuguesa (Português) - Interpretação de Textos (Compreensão)
176) Texto

Entulho eletrônico: risco iminente para a saúde e o ambiente

Os resíduos de equipamentos eletroeletrônicos (lixo eletroeletrônico) são, por definição, produtos que têm componentes elétricos e eletrônicos e que, por razões de
obsolescência (perspectiva ou programada) e impossibilidade de conserto, são descartados pelos consumidores. Os exemplos mais comuns são televisores e
equipamentos de informática e telefonia, mas a lista inclui eletrodomésticos, equipamentos médicos, brinquedos, sistemas de alarme, automação e controle.

Obsolescência programada é a decisão intencional de fabricar um produto que se torne obsoleto ou não funcional após certo tempo, para forçar o consumidor a comprar
uma nova geração desse produto. Já a obsolescência perspectiva é uma forma de reduzir a vida útil de produtos ainda funcionais. Nesse caso, são lançadas novas
gerações com aparência inovadora e pequenas mudanças funcionais, dando à geração em uso aspecto de ultrapassada, o que induz o consumidor à troca.

O lixo eletroeletrônico é mais um desafio que se soma aos problemas ambientais da atualidade. O consumidor raramente reflete sobre as consequências do consumo
crescente desses produtos, preocupando- se em satisfazer suas necessidades. Afinal, eletroeletrônicos são tidos como sinônimos de melhor qualidade de vida, e a
explosão da indústria da informação é uma força motriz da sociedade, oferecendo ferramentas para rápidos avanços na economia e no desenvolvimento social. O mundo
globalizado impõe uma constante busca de informações em tempo real, e a sua interação com novas tecnologias traz maiores oportunidades e benefícios, segundo estudo
da Organização das Nações Unidas (ONU). Tudo isso exerce um fascínio irresistível para os jovens.

Dois aspectos justificam a inclusão dos eletroeletrônicos entre as preocupações da ONU: as vendas crescentes, em especial nos mercados emergentes (inclusive o Brasil),
e a presença de metais e substâncias tóxicas em muitos componentes, trazendo risco à saúde e ao meio ambiente. Segundo a ONU, são gerados hoje 150 milhões de
toneladas de lixo eletroeletrônico por ano, e esse tipo de resíduo cresce a uma velocidade três a cinco vezes maior que a do lixo urbano.

AFONSO, J. C. Revista Ciência Hoje, n. 314, maio 2014. São Paulo: SBPC. Disponível em: https://cienciahoje.periodicos.capes. gov.br/storage/acervo/ch/ch_314.pdf. Adaptado.

Em seu desenvolvimento temático, depois de se referir ao estudo da ONU sobre a função das novas tecnologias no mundo globalizado, o texto desenvolve a ideia de que

a) a obsolescência programada é a fabricação intencional de um produto para que se torne obsoleto e force o consumidor a adquirir uma nova geração.
b) a presença de metais e substâncias tóxicas em muitos componentes provoca riscos à saúde e ao meio ambiente.
c) eletrodomésticos, equipamentos médicos, brinquedos, sistemas de alarme, automação e controle são exemplos de aparelhos eletroeletrônicos.
d) o lixo eletroeletrônico é formado por resíduos de equipamentos eletroeletrônicos, como computadores e celulares.
e) os consumidores preocupam-se em satisfazer suas necessidades sem refletir sobre os efeitos do consumo crescente dos eletroeletrônicos.
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Língua Portuguesa (Português) - Interpretação de Textos (Compreensão)
177) A palavra salário vem mesmo de “sal”?

Vem. A explicação mais popular diz que os soldados da Roma Antiga recebiam seu ordenado na forma de sal. Faz sentido. O dinheiro como o conhecemos surgiu no
século 7 a.C., na forma de discos de metal precioso (moedas), e só foi adotado em Roma 300 anos depois.

Antes disso, o que fazia o papel de dinheiro eram itens não perecíveis e que tinham demanda garantida: barras de cobre (fundamentais para a fabricação de armas),
sacas de grãos, pepitas de ouro (metal favorito para ostentar como enfeite), prata (o ouro de segunda divisão) e, sim, o sal.

Num mundo sem geladeiras, o cloreto de sódio era o que garantia a preservação da carne. A demanda por ele, então, tendia ao infinito. Ter barras de sal em casa
funcionava como poupança. Você poderia trocá-las pelo que quisesse, a qualquer momento.

As moedas, bem mais portáteis, acabariam se tornando o grande meio universal de troca – seja em Roma, seja em qualquer outro lugar. Mas a palavra “salário” segue
viva, como um fóssil etimológico.

Só há um detalhe: não há evidência de que soldados romanos recebiam mesmo um ordenado na forma de sal. Roma não tinha um exército profissional no século 4 a.C. A
força militar da época era formada por cidadãos comuns, que abandonavam seus afazeres voluntariamente para lutar em tempos de guerra (questão de sobrevivência).

A ideia de que havia pagamentos na forma de sal vem do historiador Plínio, o Velho (um contemporâneo de Jesus Cristo). Ele escreveu o seguinte: “Sal era uma das
honrarias que os soldados recebiam após batalhas bem-sucedidas. Daí vem nossa palavra salarium.” Ou seja: o sal era um bônus para voluntários, não um salário para
valer. Quando Roma passou a ter uma força militar profissional e permanente, no século 3 a.C., o soldo já era mesmo pago na forma de moedas.

VERSIGNASSI, A. A palavra salário vem mesmo de “sal”


VC S/A, São Paulo: Abril, p. 67, Jun. 2021. Adaptado.

A expressão “demanda garantida” (parágrafo 2) indica que

a) os itens em questão eram populares entre os cidadãos, que costumavam utilizar os itens mencionados.
b) os itens em questão eram valiosos porque se estragavam com facilidade.
c) os cidadãos buscavam itens com qualidade atestada.
d) os cidadãos costumavam pesquisar antes de escolher os itens.
e) apenas os cidadãos mais favorecidos tinham acesso a esses itens.

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Língua Portuguesa (Português) - Interpretação de Textos (Compreensão)
178) Lições após um ano de ensino remoto na pandemia
No momento em que se tornam ainda mais complexas as discussões sobre a volta às aulas presenciais, o ensino remoto continua a ser a rotina de muitas famílias,
atualmente.

Mas um ano sem precedentes na história veio acompanhado de lições inéditas para professores, alunos e estudiosos. Diante do pouco acesso a planos de dados ou a
dispositivos, a alternativa de muitas famílias e professores tem sido se conectar regularmente via aplicativos de mensagens.

Uma pesquisa apontou que 83% dos professores mantinham contato com seus alunos por meio dos aplicativos de mensagens, muito mais do que pelas próprias
plataformas de aprendizagem. Esse uso foi uma grande surpresa, mas é porque não temos outras ferramentas de massificação. A maior parte do ensino foi feita pelo
celular e, geralmente, por um celular compartilhado (entre vários membros da família), o que é algo muito desafiador.

Outro aspecto a ser considerado é que, felizmente, mensagens direcionadas são uma forma relativamente barata de comunicação. A importância de cultivar interações
entre os estudantes, mesmo que eles não estejam no mesmo ambiente físico, também é uma forma de motivá-los e melhorar seus resultados. Recentemente, uma
pesquisadora afirmou que “Aprendemos que precisamos dos demais: comparar estratégias, falar com alunos, com outros professores e dar mais oportunidades de
trabalho coletivo, mesmo que seja cada um na sua casa. Além disso, a pandemia ressaltou a importância do vínculo anterior entre escolas e comunidades”.

Embora seja difícil prever exatamente como o fechamento das escolas vai afetar o desenvolvimento futuro dos alunos, educadores internacionais estimam que estudantes
da educação básica já foram impactados. É preciso pensar em como agrupar esses alunos e averiguar os que tiveram ensino mínimo ou nulo e decidir como enfrentar
essa ruptura, com aulas ou encontros extras, com anos (letivos) de transição.

IDOETA, P.A. 8 lições após um ano de ensino remoto na pan


demia. Disponível em: <https://educacao.uol.com.br/noticias/
bbc/2021/04/24/8-licoes-apos-um-ano-de-ensino-remoto-na-
pandemia. htm>. Acesso em: 21 jul. 2021. Adaptado.

Um argumento utilizado no texto para explicar o relativo sucesso do ensino remoto durante a pandemia é:

a) O baixo custo relacionado ao uso de aplicativos de mensagens.


b) O uso de plataformas de aprendizagem de alta tecnologia.
c) A oportunidade de utilização de imagens e áudios disponíveis na rede.
d) A possibilidade de aprofundamento dos conteúdos de várias disciplinas.
e) A qualidade do acesso às atividades devido à alta conectividade.

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Língua Portuguesa (Português) - Interpretação de Textos (Compreensão)
179) Lições após um ano de ensino remoto na pandemia

No momento em que se tornam ainda mais complexas as discussões sobre a volta às aulas presenciais, o ensino remoto continua a ser a rotina de muitas famílias,
atualmente.

Mas um ano sem precedentes na história veio acompanhado de lições inéditas para professores, alunos e estudiosos. Diante do pouco acesso a planos de dados ou a
dispositivos, a alternativa de muitas famílias e professores tem sido se conectar regularmente via aplicativos de mensagens.
Uma pesquisa apontou que 83% dos professores mantinham contato com seus alunos por meio dos aplicativos de mensagens, muito mais do que pelas próprias
plataformas de aprendizagem. Esse uso foi uma grande surpresa, mas é porque não temos outras ferramentas de massificação. A maior parte do ensino foi feita pelo
celular e, geralmente, por um celular compartilhado (entre vários membros da família), o que é algo muito desafiador.

Outro aspecto a ser considerado é que, felizmente, mensagens direcionadas são uma forma relativamente barata de comunicação. A importância de cultivar interações
entre os estudantes, mesmo que eles não estejam no mesmo ambiente físico, também é uma forma de motivá-los e melhorar seus resultados. Recentemente, uma
pesquisadora afirmou que “Aprendemos que precisamos dos demais: comparar estratégias, falar com alunos, com outros professores e dar mais oportunidades de
trabalho coletivo, mesmo que seja cada um na sua casa. Além disso, a pandemia ressaltou a importância do vínculo anterior entre escolas e comunidades”.

Embora seja difícil prever exatamente como o fechamento das escolas vai afetar o desenvolvimento futuro dos alunos, educadores internacionais estimam que estudantes
da educação básica já foram impactados. É preciso pensar em como agrupar esses alunos e averiguar os que tiveram ensino mínimo ou nulo e decidir como enfrentar
essa ruptura, com aulas ou encontros extras, com anos (letivos) de transição.

IDOETA, P.A. 8 lições após um ano de ensino remoto na pan


demia. Disponível em: <https://educacao.uol.com.br/noticias/
bbc/2021/04/24/8-licoes-apos-um-ano-de-ensino-remoto-na-
pandemia. htm>. Acesso em: 21 jul. 2021. Adaptado.

O trecho em que a palavra destacada evidencia a opinião do autor do texto é:

a) “o ensino remoto continua a ser a rotina de muitas famílias, atualmente.” (parágrafo 1)


b) “tem sido se conectar regularmente via aplicativos de mensagens” (parágrafo 2)
c) “A maior parte do ensino foi feita pelo celular e, geralmente, por um celular” (parágrafo 3)
d) “felizmente, mensagens direcionadas são uma forma relativamente barata de comunicação” (parágrafo 4)
e) “Embora seja difícil prever exatamente” (parágrafo 5)

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Língua Portuguesa (Português) - Interpretação de Textos (Compreensão)
180) Texto I

Obsolescência programada: inimiga ou parceira do consumidor?

Obsolescência programada é exercida quando um produto tem vida útil menor do que a tecnologia permitiria, motivando a compra de um novo modelo — eletrônicos,
eletrodomésticos e automóveis são exemplos evidentes dessa prática. Uma câmera com uma resolução melhor pode motivar a compra de um novo celular, ainda que o
modelo anterior funcione perfeitamente bem. Essa estratégia da indústria pode ser vista como inimiga do consumidor, uma vez que o incentiva a adquirir mais produtos
sem realmente necessitar deles. No entanto, traz benefícios, como o acesso às novidades.

Planejar inovação é extremamente importante para melhoria e aumento da capacidade técnica de um produto num mercado altamente competitivo. Já imaginou se um
carro de hoje fosse igual a um carro dos anos 1970? O desafio é buscar um equilíbrio entre a inovação e a durabilidade. Do ponto de vista técnico, quando as empresas
planejam um produto, já tem equipes trabalhando na sucessão dele, pois se trata de uma necessidade de sobrevivência no mercado.
Sintomas de obsolescência são facilmente percebidos quando um novo produto oferece características que os anteriores não tinham, como o uso de reconhecimento
facial; ou a queda de desempenho do produto com relação ao atual padrão de mercado, como um smartphone que não roda bem os aplicativos atualizados. Outro sinal é
detectado quando não é possível repor acessórios, como carregadores compatíveis, ou mesmo novos padrões, como tipo de bateria, conector de carregamento ou tipos
de cartão de um celular, por exemplo.

Isso não significa que o consumidor está refém de trocas constantes de equipamento: é possível adiar a substituição de um produto, por meio de upgrades de hardware,
como inclusão de mais memória, baterias e acessórios de expansão, pelo menos até o momento em que essa troca não compense financeiramente. Quanto à legalidade,
o que se deve garantir é que os produtos mais modernos mantenham a compatibilidade com os anteriores, a fim de que o antigo usuário não seja forçado
constantemente à compra de um produto mais novo se não quiser. É importante diferenciá-la da obsolescência perceptiva, que ocorre quando atualizações cosméticas,
como um novo design, fazem o produto parecer sem condições de uso, quando não está.

É preciso lembrar também que a obsolescência programada se dá de forma diferente em cada tipo de equipamento. Um controle eletrônico de portão tem uma única
função e pode ser usado por anos e anos sem alterações ou troca. Já um celular tem maior taxa de obsolescência e pode ter de ser substituído em um ano ou dois,
dependendo das necessidades do usuário, que pode desejar fotos de maior resolução ou tela mais brilhante.

Essa estratégia traz desafios, como geração do lixo eletrônico. Ao mesmo tempo, a obsolescência deve ser combatida na restrição que possa causar ao usuário, como, por
exemplo, uma empresa não mais disponibilizar determinada função que era disponível pelo simples upgrade do sistema operacional, forçando a compra de um aparelho
novo. O saldo geral é que as atualizações trazidas pela obsolescência programada trazem benefícios à sociedade, como itens de segurança mais eficientes em carros e
conectabilidade imediata e de alta qualidade entre pessoas. É por conta disso que membros de uma mesma família que moram em países diferentes podem conversar
diariamente, com um custo relativamente baixo, por voz ou vídeo. Além disso, funcionários podem trabalhar remotamente, com mais qualidade de vida, com ajuda de
dispositivos móveis.

RAMALHO, N. Obsolescência programada: inimiga ou


parceira do consumidor? Disponível em: <https://www.
gazetadopovo.com.br/opiniao/artigos/obsolescencia-programada-
-inimiga-ou-parceira-do-consumidor-5z4zm6km1pndkokxsbt4v6o96/>.
Acesso em: 23 jul. 2019. Adaptado.

O Texto I, que aborda a obsolescência programada, busca

a) condenar a produção excessiva de lixo eletrônico.

b) denunciar o preço exorbitante das mercadorias modernas.

c) alertar sobre o consumo desenfreado de novas tecnologias.

d) destacar a queda vertiginosa na qualidade dos itens à venda.

e) analisar a suplantação dos produtos disponibilizados ao consumidor.

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Língua Portuguesa (Português) - Interpretação de Textos (Compreensão)
181) Texto I

Obsolescência programada: inimiga ou parceira do consumidor?

Obsolescência programada é exercida quando um produto tem vida útil menor do que a tecnologia permitiria, motivando a compra de um novo modelo — eletrônicos,
(A)
eletrodomésticos e automóveis são exemplos evidentes dessa prática. Uma câmera com uma resolução melhor pode motivar a compra de um novo celular , ainda que
o modelo anterior funcione perfeitamente bem. Essa estratégia da indústria pode ser vista como inimiga do consumidor, uma vez que o incentiva a adquirir mais produtos
sem realmente necessitar deles. No entanto, traz benefícios, como o acesso às novidades.

Planejar inovação é extremamente importante para melhoria e aumento da capacidade técnica de um produto num mercado altamente competitivo. Já imaginou se um
(B)
carro de hoje fosse igual a um carro dos anos 1970? O desafio é buscar um equilíbrio entre a inovação e a durabilidade. Do ponto de vista técnico, quando as
empresas planejam um produto, já tem equipes trabalhando na sucessão dele, pois se trata de uma necessidade de sobrevivência no mercado.

Sintomas de obsolescência são facilmente percebidos quando um novo produto oferece características que os anteriores não tinham, como o uso de reconhecimento
facial; ou a queda de desempenho do produto com relação ao atual padrão de mercado, como um smartphone que não roda bem os aplicativos atualizados. Outro sinal é
detectado quando não é possível repor acessórios, como carregadores compatíveis(C ) , ou mesmo novos padrões, como tipo de bateria, conector de carregamento ou
tipos de cartão de um celular, por exemplo.

Isso não significa que o consumidor está refém de trocas constantes de equipamento: é possível adiar a substituição de um produto, por meio de upgrades de hardware,
como inclusão de mais memória, baterias e acessórios de expansão, pelo menos até o momento em que essa troca não compense financeiramente. Quanto à legalidade,
o que se deve garantir é que os produtos mais modernos mantenham a compatibilidade com os anteriores, a fim de que o antigo usuário não seja forçado
constantemente à compra de um produto mais novo se não quiser. É importante diferenciá-la da obsolescência perceptiva, que ocorre quando atualizações cosméticas,
como um novo design, fazem o produto parecer sem condições de uso, quando não está.

É preciso lembrar também que a obsolescência programada se dá de forma diferente em cada tipo de equipamento.(D) Um controle eletrônico de portão tem uma única
função e pode ser usado por anos e anos sem alterações ou troca. Já um celular tem maior taxa de obsolescência e pode ter de ser substituído em um ano ou dois,
dependendo das necessidades do usuário, que pode desejar fotos de maior resolução ou tela mais brilhante.

Essa estratégia traz desafios, como geração do lixo eletrônico. Ao mesmo tempo, a obsolescência deve ser combatida na restrição que possa causar ao usuário, como, por
exemplo, uma empresa não mais disponibilizar determinada função que era disponível pelo simples upgrade do sistema operacional, forçando a compra de um aparelho
novo. O saldo geral é que as atualizações trazidas pela obsolescência programada trazem benefícios à sociedade, como itens de segurança mais eficientes em carros e
conectabilidade imediata e de alta qualidade entre pessoas. É por conta disso que membros de uma mesma família que moram em países diferentes podem conversar
diariamente
(E)
, com um custo relativamente baixo, por voz ou vídeo. Além disso, funcionários podem trabalhar remotamente, com mais qualidade de vida, com ajuda de
dispositivos móveis.

RAMALHO, N. Obsolescência programada: inimiga ou


parceira do consumidor? Disponível em: <https://www.
gazetadopovo.com.br/opiniao/artigos/obsolescencia-programada-
-inimiga-ou-parceira-do-consumidor-5z4zm6km1pndkokxsbt4v6o96/>.
Acesso em: 23 jul. 2019. Adaptado.
O fragmento do Texto I que comprova a estratégia argumentativa usada pelo autor para aproximar-se do leitor, buscando persuadi-lo, é:

a) “Uma câmera com uma resolução melhor pode motivar a compra de um novo celular”

b) “Já imaginou se um carro de hoje fosse igual a um carro dos anos 1970?”

c) “Outro sinal é detectado quando não é possível repor acessórios como carregadores compatíveis”

d) “É preciso lembrar também que a obsolescência programada se dá de forma diferente em cada tipo de equipamento.”

e) “É por conta disso que membros de uma mesma família que moram em países diferentes podem conversar diariamente”

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Língua Portuguesa (Português) - Interpretação de Textos (Compreensão)
182) Texto II

Estojo escolar

Noite dessas, ciscando num desses canais a cabo, vi uns caras oferecendo maravilhas eletrônicas, bastava telefonar e eu receberia um notebook capaz de me ajudar a
fabricar um navio, uma estação espacial.

Minhas necessidades são mais modestas: tenho um PC mastodôntico, contemporâneo das cavernas da informática. E um laptop da mesma época que começa a me
deixar na mão. Como pretendo viajar esses dias, habilitei-me a comprar aquilo que os caras anunciavam como o top do top em matéria de computador portátil.

No sábado, recebi um embrulho complicado que necessitava de um manual de instruções para ser aberto. Depois de mil operações sofisticadas para minhas
limitações, retirei das entranhas de isopor o novo notebook e coloquei-o em cima da mesa. De repente, como vem acontecendo nos últimos tempos, houve um corte na
memória e vi diante de mim o meu primeiro estojo escolar. Tinha 5 anos e ia para o jardim de infância.

Era uma caixinha comprida, envernizada, com uma tampa que corria nas bordas do corpo principal. Dentro, arrumados em divisões, havia lápis coloridos, um apontador,
uma lapiseira cromada, uma régua de 20 cm e uma borracha para apagar meus erros.

Da caixinha vinha um cheiro gostoso, cheiro que nunca esqueci e que me tonteava de prazer. Fechei o estojo para proteger aquele cheiro, que ele ficasse ali para sempre,
prometi-me economizá-lo. Com avareza, só o cheirava em momentos especiais.

Na tampa que protegia estojo e cheiro havia gravado um ramo de rosas muito vermelhas que se destacavam do fundo creme. Amei aquele ramalhete – olhava aquelas
rosas e achava que nada podia ser mais bonito.

O notebook que agora abro é negro, não tem rosas na tampa e, em matéria de cheiro, é abominável. Cheira vilmente a telefone celular, a cabine de avião, ao aparelho de
ultrassonografia onde outro dia uma moça veio ver como sou por dentro. Acho que piorei de estojo e de vida.

CONY, C. H. Crônicas para ler na escola. São Paulo: Objetiva,


2009. Disponível em: <https://www1.folha.uol.com.br/fsp/opiniao
/fz12039806.htm>. Acesso em: 23 jul. 2019.

Com base na leitura de todo o Texto II, entende-se que ele tem como foco a contraposição entre

a) cheiro de notebook e cheiro de estojo

b) requinte e simplicidade

c) sociedade e indivíduo

d) presente e passado

e) trabalho e lazer

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Língua Portuguesa (Português) - Interpretação de Textos (Compreensão)
183) A questão baseia no texto apresentado abaixo.

Como as espécies irão reagir às mudanças climáticas

A presença de gases de efeito estufa na atmosfera tem aumentado cada vez mais nas últimas décadas. Desde o início da Revolução Industrial, em 1760, a concentração
desses gases cresceu mais de 30%. Segundo o Painel Intergovernamental de Mudanças do Clima (IPCC, na sigla em inglês), até o fim do século 21, a concentração de
CO2 pode chegar ao dobro da atual. Desde 2012, diversos estudos vêm sendo realizados na tentativa de desvendar o que irá acontecer caso as previsões dos cientistas
se concretizem.
O CO2, ou gás carbônico, é um dos principais responsáveis pelo efeito estufa na atmosfera, pois forma uma camada que impede que a radiação solar, refletida pela
superfície em forma de calor, se dissipe no espaço, o que garante as condições de temperatura e clima necessários para a existência da vida na Terra.
As principais causas desse crescimento alarmante de gases de efeito estufa estão associadas à queima de combustíveis fósseis, às mudanças no uso do solo, à extinção
de florestas, transformadas em áreas agrícolas ou urbanas. Uma consequência do aumento da concentração desses gases na atmosfera é a elevação da temperatura em
até 5°C em algumas regiões do planeta até o final do século. Por exemplo, é esperada uma elevação da temperatura de até 6°C na região amazônica, além da redução
em 45% do volume de chuvas. Essas alterações climáticas podem trazer diversas e catastróficas consequências, como ondas de calor e estiagens ou chuvas concentradas
em determinados períodos.
Tais fatores afetarão a biodiversidade (riqueza e variedade do mundo natural) na Terra. Isso ocorre porque são as plantas, os animais e os microrganismos que
fornecem alimentos, remédios e boa parte da matéria-prima industrial consumida pelo ser humano. Além disso, afetarão, também, as interações entre espécies, a
estrutura dos ecossistemas e a prestação de serviços ambientais, resultando em grandes — e talvez irreversíveis — impactos à vida na Terra.
Os efeitos das mudanças climáticas não são semelhantes em todos os lugares, ou seja, conhecimentos obtidos em um ambiente não serão necessariamente os mesmos
em outros ambientes onde as espécies são diferentes e organizadas de maneiras distintas. Por exemplo, embora as espécies de plantas possam apresentar respostas
parecidas ao aumento do CO2 e da temperatura — como altas taxas de crescimento —, as consequências em um dado ecossistema podem ser o domínio de uma espécie
com características invasoras, resultando em grandes problemas no funcionamento do ecossistema e até na extinção de espécies e perda da biodiversidade.
Pesquisadores de algumas universidades e centros de pesquisa brasileiros vêm realizando experimentos a fim de conhecer os efeitos das mudanças climáticas em
espécies de interesse econômico: nativas, invasoras ou cultivadas. Entre os aspectos mais importantes a serem compreendidos, estão as alterações no desenvolvimento e
na fotossíntese das plantas, e a consequência disso para as espécies que interagem com elas. Por exemplo, se algumas plantas sofrerem estresse pela elevação de
temperatura em determinadas fases do desenvolvimento, o resultado pode ser devastador, comprometendo totalmente as colheitas. Esse é um dos aspectos mais
preocupantes, no contexto de mudanças climáticas, por afetar diretamente a disponibilidade de alimentos e a segurança alimentar da humanidade.
Estudos como esses são de grande importância, pois só de plantas o Brasil tem em seu território mais de 55 mil espécies (cerca de 22% da diversidade mundial) em
biomas bastante distintos: Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica, Pampa e Pantanal.
O estado de alerta é mundial e crescente. A preocupação quanto ao futuro do planeta frente às mudanças climáticas aumentou o interesse em pesquisas científicas
nessa área, mas ainda há muito a ser feito para que possamos entender como as espécies irão se adaptar (ou não) ao novo cenário climático. Assim, a ampliação desses
estudos é fundamental e urgente para que possamos eficientemente nos adaptar e investir na mitigação dos impactos das mudanças climáticas.
BORDIGNON, L.; OKI, Y.; FARIA, A.P. Revista Ciência Hoje, 341. 28 out. 2016. Disponível em:< http://www.cienciahoje.
org.br/revista/materia/id/1104/n/como_as_especies_irao_reagir_as_mudancas_climaticas>. Acesso em: 05 dez. 2017. Adaptado.

De acordo com o texto, os cientistas preveem que as alterações climáticas podem causar prejuízos à vida na Terra porque afetarão a biodiversidade. O trecho que explica
a importância da biodiversidade é:

a) “Segundo o Painel Intergovernamental de Mudanças do Clima (IPCC, na sigla em inglês), até o fim do século 21, a concentração de CO2 pode chegar ao dobro
da atual.”

b) “Uma consequência do aumento da concentração desses gases na atmosfera é a elevação da temperatura em até 5°C em algumas regiões do planeta até o
final do século.”

c) “Isso ocorre porque são as plantas, os animais e os microrganismos que fornecem alimentos, remédios e boa parte da matéria-prima industrial consumida pelo
ser humano.”

d) “Os efeitos das mudanças climáticas não são semelhantes em todos os lugares, ou seja, conhecimentos obtidos em um ambiente não serão necessariamente os
mesmos em outros ambientes onde as espécies são diferentes e organizadas de maneiras distintas.”

e) “Pesquisadores de algumas universidades e centros de pesquisa brasileiros vêm realizando experimentos a fim de conhecer os efeitos das mudanças climáticas
em espécies de interesse econômico”

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CESGRANRIO - PTNM (TRANSPETRO)/TRANSPETRO/Ambiental/2018


Língua Portuguesa (Português) - Interpretação de Textos (Compreensão)
184) “Guerra” virtual pela informação

A internet quebrou a rígida centralização no fluxo mundial de dados, criando uma situação inédita na história recente. As principais potências econômicas e militares do
planeta decidiram partir para a ação ao perceberem que seus segredos começam a ser divulgados com facilidade e frequência nunca vistas antes.

As mais recentes iniciativas no terreno da espionagem virtual mostram que o essencial é o controle da informação disponível no mundo - não mais guardar segredos, mas
saber o que os outros sabem ou podem vir a saber. Os estrategistas em guerra cibernética sabem que a possibilidade de vazamentos de informações sigilosas é cada vez
maior e eles tendem a se tornar rotineiros.

A datificação, processo de transformação em dados de tudo o que conhecemos, aumentou de forma vertiginosa o acervo mundial de informações. Diariamente circulam
na web pouco mais de 1,8 mil petabytes de dados (um petabyte equivale a 1,04 milhão de gigabytes), dos quais é possível monitorar apenas 29 petabytes.
Pode parecer muito pouco, mas é um volume equivalente a 400 vezes o total de páginas web indexadas diariamente pelo Google e 156 vezes o total de vídeos
adicionados ao YouTube a cada 24 horas.

Como não é viável exercer um controle material sobre o fluxo de dados na internet, os centros mundiais de poder optaram pelo desenvolvimento de uma batalha pela
informação. O manejo dos grandes dados permite estabelecer correlações entre fatos, dados e eventos, com amplitude e rapidez impossíveis de serem alcançados até
agora.

Como tudo o que fazemos diariamente é transformado em dados pelo nosso banco, pelo correio eletrônico, pelo Facebook, pelo cartão de crédito etc., já somos passíveis
de monitoração em tempo real, em caráter permanente. São esses dados que alimentam os softwares analíticos que produzem correlações que servem de base para
decisões estratégicas.

CASTILHO, Carlos. Observatório da imprensa. 21/08/2013.


Disponível em: <http://observatoriodaimprensa.com.br/codigo- aberto/quando-saber-o-que-os-espioes-sabem-gera-uma- -guerra-virtual-pela-informacao/.> Acesso em: 29 fev. 2018. Adaptado.

O trecho que explica os objetivos da “guerra” virtual descrita no texto é


a) “A internet quebrou a rígida centralização no fluxo mundial de dados, criando uma situação inédita na história recente”
b) “As mais recentes iniciativas no terreno da espionagem virtual mostram que o essencial é o controle da informação disponível no mundo - não mais guardar
segredos, mas saber o que os outros sabem ou podem vir a saber”
c) “A datificação, processo de transformação em dados de tudo o que conhecemos, aumentou de forma vertiginosa o acervo mundial de informações.”
d) “Diariamente circulam na web pouco mais de 1,8 mil petabytes de dados (um petabyte equivale a 1,04 milhão de gigabytes), dos quais é possível monitorar
apenas 29 petabytes.”
e) “Pode parecer muito pouco, mas é um volume equivalente a 400 vezes o total de páginas web indexadas diariamente”

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CESGRANRIO - PTNM (TRANSPETRO)/TRANSPETRO/Ambiental/2018


Língua Portuguesa (Português) - Interpretação de Textos (Compreensão)
185) “Guerra” virtual pela informação

A internet quebrou a rígida centralização no fluxo mundial de dados, criando uma situação inédita na história recente. As principais potências econômicas e militares do
planeta decidiram partir para a ação ao perceberem que seus segredos começam a ser divulgados com facilidade e frequência nunca vistas antes.

As mais recentes iniciativas no terreno da espionagem virtual mostram que o essencial é o controle da informação disponível no mundo - não mais guardar segredos, mas
saber o que os outros sabem ou podem vir a saber. Os estrategistas em guerra cibernética sabem que a possibilidade de vazamentos de informações sigilosas é cada vez
maior e eles tendem a se tornar rotineiros.

A datificação, processo de transformação em dados de tudo o que conhecemos, aumentou de forma vertiginosa o acervo mundial de informações. Diariamente circulam
na web pouco mais de 1,8 mil petabytes de dados (um petabyte equivale a 1,04 milhão de gigabytes), dos quais é possível monitorar apenas 29 petabytes.

Pode parecer muito pouco, mas é um volume equivalente a 400 vezes o total de páginas web indexadas diariamente pelo Google e 156 vezes o total de vídeos
adicionados ao YouTube a cada 24 horas.
Como não é viável exercer um controle material sobre o fluxo de dados na internet, os centros mundiais de poder optaram pelo desenvolvimento de uma batalha pela
informação. O manejo dos grandes dados permite estabelecer correlações entre fatos, dados e eventos, com amplitude e rapidez impossíveis de serem alcançados até
agora.

Como tudo o que fazemos diariamente é transformado em dados pelo nosso banco, pelo correio eletrônico, pelo Facebook, pelo cartão de crédito etc., já somos passíveis
de monitoração em tempo real, em caráter permanente. São esses dados que alimentam os softwares analíticos que produzem correlações que servem de base para
decisões estratégicas.

CASTILHO, Carlos. Observatório da imprensa. 21/08/2013.


Disponível em: <http://observatoriodaimprensa.com.br/codigo- aberto/quando-saber-o-que-os-espioes-sabem-gera-uma- -guerra-virtual-pela-informacao/.> Acesso em: 29 fev. 2018. Adaptado.

De acordo com o texto, o que viabiliza a espionagem virtual é a(o)

a) capacitação de especialistas para a criação de máquinas velozes.


b) centralização do fluxo mundial de dados pelas grandes potências.
c) criação de sites de entretenimento para a atração dos internautas.
d) datificação de todas as informações geradas pelas pessoas na internet.
e) emprego de softwares que possam capturar as senhas dos usuários.

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CESGRANRIO - PTNS (TRANSPETRO)/TRANSPETRO/Administração/2018


Língua Portuguesa (Português) - Interpretação de Textos (Compreensão)
186) Memórias Póstumas de Brás Cubas

Lobo Neves, a princípio, metia-me grandes sustos. Pura ilusão! Como adorasse a mulher, não se vexava de mo dizer muitas vezes; achava que Virgília era a perfeição
mesma, um conjunto de qualidades sólidas e finas, amorável, elegante, austera, um modelo. E a confiança não parava aí. De fresta que era, chegou a porta escancarada.
Um dia confessou-me que trazia uma triste carcoma na existência; faltava -lhe a glória pública. Animei-o; disse-lhe muitas coisas bonitas, que ele ouviu com aquela unção
religiosa de um desejo que não quer acabar de morrer; então compreendi que a ambição dele andava cansada de bater as asas, sem poder abrir o voo. Dias depois
disse-me todos os seus tédios e desfalecimentos, as amarguras engolidas, as raivas sopitadas; contou-me que a vida política era um tecido de invejas, despeitos, intrigas,
perfídias, interesses, vaidades. Evidentemente havia aí uma crise de melancolia; tratei de combatê-la.

— Sei o que lhe digo, replicou-me com tristeza. Não pode imaginar o que tenho passado. Entrei na política por gosto, por família, por ambição, e um pouco por vaidade.
Já vê que reuni em mim só todos os motivos que levam o homem à vida pública; faltou-me só o interesse de outra natureza. Vira o teatro pelo lado da plateia; e, palavra,
que era bonito! Soberbo cenário, vida, movimento e graça na representação. Escriturei-me; deram-me um papel que... Mas para que o estou a fatigar com isto? Deixe-me
ficar com as minhas amofinações. Creia que tenho passado horas e dias... Não há constância de sentimentos, não há
gratidão, não há nada... nada.... nada...

Calou-se, profundamente abatido, com os olhos no ar, parecendo não ouvir coisa nenhuma, a não ser o eco de seus próprios pensamentos. Após alguns instantes,
ergueu-se e estendeu-me a mão: — O senhor há de rir-se de mim, disse ele; mas desculpe aquele desabafo; tinha um negócio, que me mordia o espírito. E ria, de um
jeito sombrio e triste; depois pediu- me que não referisse a ninguém o que se passara entre nós; ponderei-lhe que a rigor não se passara nada. Entraram dois deputados
e um chefe político da paróquia. Lobo Neves recebeu-os com alegria, a princípio um tanto postiça, mas logo depois natural. No fim de meia hora, ninguém diria que ele
não era o mais afortunado dos homens; conversava, chasqueava, e ria, e riam todos.

ASSIS, M. de. Memórias Póstumas de Brás Cubas


; IN: CHIARA, A. C. et alli (Orgs.). Machado de Assis para jovens leitores. Rio de Janeiro: Eduerj, 2008.

Com base na leitura do texto, entende-se que o desabafo de Lobo Neves ao longo do texto deve-se à sua insatisfação com a(o)
a) vida pública
b) sua família
c) seu casamento
d) teatro da época
e) glamour da sociedade

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CESGRANRIO - Conf (LIQUIGÁS)/LIQUIGÁS/I/2018


Língua Portuguesa (Português) - Interpretação de Textos (Compreensão)
187) Texto I

Penalidade máxima

O som do apito do juiz ainda vibrava nos ouvidos de Lúcio. Naquele momento, quem o visse de perto perceberia o suor escorrendo frio por seu rosto liso de menino, sob
o sol de domingo no fim de tarde. Ele com as mãos na cintura, estático, os olhos baixos, mirando a bola fincada na marca do pênalti. Quem pudesse, naquele instante,
encostar a cabeça no seu corpo suado sentiria o descompasso da respiração, o coração dando saltos, e veria a tensão estampada nos olhos que se mantinham fixos na
direção da bola, de tal modo que o simples fato de desviá-los sequer um segundo parecia significar a perda total da concentração e o chute torto nas mãos do goleiro ou
por cima da trave, a bola zunindo em direção às árvores que se estendiam para além do campo. O juiz já apitara, aquele som estridente, ele ouvira muito bem, mas seus
músculos pareciam inertes, sem comando, e lhe faltava ar, como se as árvores em volta do campinho de várzea invertessem a ordem natural e sugassem o oxigênio que
era dele. Lúcio não precisava levantar a cabeça, mudar a direção do olhar e dar uma espiada em torno para saber, dali mesmo tinha certeza de que todos o observavam.
Sabia, sem precisar ver, que os reservas sentados no banco de alvenaria à beira do campo, empurrados pelas costas pelos torcedores que se acotovelavam do lado de
fora do alambrado, e mesmo os privilegiados que podiam se dar ao luxo de ocupar um lugar apertado nas poucas tábuas da pequena arquibancada, ou ainda os mais
ousados, trepados nas encostas do morro, mais atrás, todos eles e ainda os outros jogadores, do seu time e os do time adversário, ali em campo, e o juiz, e
principalmente o velho Gaspar, ex-centroavante do Bangu e agora técnico do seu time, todos esperavam por um movimento seu, um caminhar, um correr na direção da
bola, o chute, um desfecho. Nunca, porém, a distância entre as duas traves lhe parecera tão curta, nem a figura do goleiro tão imensa.

CARNEIRO, Flávio. In: 22 Contistas em Campo. Rio de Janeiro:


Ediouro, 2006, p. 69. Adaptado.

O Texto I diz que, entre todos os participantes da cena descrita, espectadores da ação que Lúcio devia executar, se destacava a figura
a) do juiz.

b) do velho Gaspar.
c) dos reservas sentados no banco de alvenaria.

d) dos torcedores trepados nas encostas do morro.

e) do público que se acotovelava do lado de fora do alambrado.

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CESGRANRIO - Conf (LIQUIGÁS)/LIQUIGÁS/I/2018


Língua Portuguesa (Português) - Interpretação de Textos (Compreensão)
188) Texto II

O Brasil na memória

A viagem tem uma estruturalidade típica. Há a escolha do destino, uma finalidade antevista, uma partida e um retorno, um trajeto por lugares, um tempo de duração. Há
situações iniciais e finais, outras intermediárias, numa dimensão linear, e há atores, um dos quais o viajante, que serve de fio condutor entre pessoas, acontecimentos,
locais e deslocamentos. Supõe uma subjetividade que se abre ao desconhecido, a perda de referências familiares, o abandono do mesmo pelo diferente, o encontro com
o outro e o reencontro consigo mesmo. Em contrapartida, a narrativa de viagem depende em primeiro lugar da memória e de anotações. Seleciona experiências, precisa
estabelecer um projeto de narração, não necessariamente cronológico ou causal, torna-se, mesmo sem intenção, um testemunho. E é orientada por perspectivas do
narrador-viajante, que incluem seu estilo de vida, sua mentalidade, assim como sua visão de mundo e sua posição de sujeito, ou seja, o local cultural de onde fala.

BORDINI, Maria da Glória. In: Descobrindo o Brasil. Rio de Janeiro:


EdUERJ, 2011, p. 353.

Objetivamente, entende-se a partir da leitura do Texto II que uma viagem tem


a) sentimento de fuga

b) começo, meio e fim

c) planejamento fortuito

d) imprevistos e percalços

e) data de ida, mas não de volta

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CESGRANRIO - Aju (LIQUIGÁS)/LIQUIGÁS/Motorista Granel I/2018


Língua Portuguesa (Português) - Interpretação de Textos (Compreensão)
189) Água — a economia que faz sentido

A água é um recurso finito e não tão abundante quanto pode parecer; por isso deve ser economizada. Essa é uma noção que só começou a ser difundida nos últimos
anos, à medida que os racionamentos se tornaram mais urgentes e necessários, até mesmo no Brasil, que é um dos países com maior quantidade de reservas hídricas —
cerca de 15% do total da água doce do planeta. Não é por acaso que cada vez mais pessoas e organizações estão se unindo em defesa de seu uso racional. Segundo os
cientistas da Organização das Nações Unidas (ONU), no século 20 o uso da água cresceu duas vezes mais que a população. A situação é tão preocupante que existe
quem preveja uma guerra mundial originada por disputas em torno do precioso líquido.

Para não se chegar a esse ponto, a saída é poupar — e o esforço tem de ser coletivo. “São questões de comportamento que se encontram no centro da crise”, diz o
relatório da ONU sobre água no mundo. A ideia de que sobra água se deve ao fato de que ela ocupa 70% da superfície terrestre. Mas 97,5% desse total é constituído de
água salgada. Dois terços do restante se encontram em forma de gelo, nas calotas polares e no topo de montanhas. Se considerarmos só o estoque de água doce
renovável pelas chuvas, chegamos a 0,002% do total mundial.

Mesmo a suposta fartura hídrica do Brasil é relativa. A região Nordeste, com 29% da população, conta com apenas 3% da água, enquanto o Norte, com 7% dos
habitantes, tem 68% dos recursos. Até na Amazônia, pela precária infraestrutura, há pessoas não atendidas pela rede de distribuição. Portanto, a questão muitas vezes
não se resume à existência de água, mas às condições de acesso a um bem que deveria ser universal.

Somados os dois problemas, resulta que 40% da população mundial não contam com abastecimento de qualidade. Cinco milhões de crianças morrem por ano de doenças
relacionadas à escassez ou à contaminação da água. Sujeira é o que não falta: 2 milhões de toneladas de detritos são despejados em lagos, rios e mares no mundo todo
dia, incluindo lixo químico, lixo industrial, dejetos humanos e resíduos de agrotóxicos.

Revista Nova Escola. 01 jun. 2005. Disponível em: <https://


novaescola.org.br/conteudo/1065/agua-a-economia-que-
-faz-sentido>. Acesso em: 18 mar. 2018. Adaptado.

Segundo o texto, uma causa de contaminação da água no mundo é a(o)

a) baixa quantidade de água do Nordeste para abastecer 29% da população.

b) precariedade da rede de distribuição da Amazônia para atender a toda a população.

c) redução do estoque de água doce renovável pelas chuvas a apenas 0,002% do total mundial.

d) aumento do racionamento de água em muitos países devido à situação crescente de escassez.

e) despejo de dejetos humanos, lixo industrial e agrotóxicos em lagos, rios e mares diariamente.

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CESGRANRIO - Moto (LIQUIGÁS)/LIQUIGÁS/Caminhão Granel I/2018


Língua Portuguesa (Português) - Interpretação de Textos (Compreensão)
190) Na internet, mentiras têm pernas longas
Diz o velho ditado que “a mentira tem pernas curtas”, mas nestes tempos de internet parece que a situação se inverteu, pelo menos no mundo digital. Pesquisadores
mostram que rumores falsos “viajam” mais rápido e mais “longe”, com mais compartilhamentos e alcançando um maior número de pessoas, nas redes sociais, do que
informações verdadeiras.

Foram reunidos todos os rumores nas redes sociais - falsos, verdadeiros ou “mistos”. Esses rumores foram acompanhados, chegando a um total de mais de 4,5 milhões
de postagens feitas por cerca de 3 milhões de pessoas, formando “cascatas” de compartilhamento.

Ao compararem os padrões de compartilhamento dessas milhares de “cascatas”, os pesquisadores observaram que os rumores “falsos” se espalharam com mais rapidez,
aumentando o número de “degraus” da cascata - e com maior abrangência do que os considerados verdadeiros.

A tendência também se manteve, independentemente do tema geral que os rumores abordassem, mas foi mais forte quando versavam sobre política do que os demais,
na ordem de frequência: lendas urbanas; negócios; terrorismo e guerras; ciência e tecnologia; entretenimento; e desastres naturais.

Uma surpresa provocada pelo estudo revelou o perfil de quem mais compartilha rumores falsos: usuários com poucos seguidores e novatos nas redes.

— Vivemos inundados por notícias e muitas vezes as pessoas não têm tempo nem condições para verificar se elas são verdadeiras — afirma um dos pesquisadores. Isso
não quer dizer que as pessoas são estúpidas. As redes sociais colocam todas as informações no mesmo nível, o que torna difícil diferenciar o verdadeiro do falso, uma
fonte confiável de uma não confiável.

BAIMA, Cesar. Na internet, mentiras têm pernas longas.


O Globo. Sociedade. 09 mar. 2018. Adaptado.

Segundo a pesquisa mencionada no texto, entre as pessoas que mais espalham rumores falsos na internet estão os

a) estudantes ingênuos

b) jornalistas autônomos

c) pesquisadores jovens

d) políticos iniciantes

e) usuários novatos

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CESGRANRIO - Ass (LIQUIGÁS)/LIQUIGÁS/Administrativo I/2018


Língua Portuguesa (Português) - Interpretação de Textos (Compreensão)
191) O ano da esperança

O ano de 2017 foi difícil. Avalio pelo número de amigos desempregados. E pedidos de empréstimos. Um atrás do outro. Nunca fui de botar dinheiro nas relações de
amizade. Como afirmou Shakespeare, perde-se o dinheiro e o amigo. Nos primeiros pedidos, eu ajudava, com a consciência de que era uma doação. A situação foi
piorando. Os argumentos também. No início era para pagar a escola do filho. Depois vieram as mães e avós doentes. Lamentavelmente, aprendi a não ser generoso.
Ajudava um rapaz, que não conheço pessoalmente. Mas que sofreu um acidente e não tinha como pagar a fisioterapia. Comecei pagando a físio. Vieram sucessivas
internações, remédios. A situação piorando, eu já estava encomendando missa de sétimo dia. Falei com um amigo médico, no Rio de Janeiro. Ele aceitou tratar o caso
gratuitamente. Surpresa! O doente não aparecia para a consulta. Até que o coloquei contra a parede. Ou se consultava ou eu não ajudava mais.

Cheio de saúde, ele foi ao consultório. Pediu uma receita de suplementos para ficar com o corpo atlético. Nunca conheci o sujeito, repito. Eu me senti um idiota por ter
caído na história. Só que esse rapaz havia perdido o emprego após o suposto acidente. Foi por isso que me deixei enganar. Mas, ao perder salário, muita gente perde
também a vergonha. Pior ainda. A violência aumenta. As pessoas buscam vagas nos mercados em expansão. Se a indústria automobilística vai bem, é lá que vão
trabalhar.

Podemos esperar por um futuro melhor ou o que nos aguarda é mais descrédito? Novos candidatos vão surgir. Serão novos? Ou os antigos? Ou novos com cabeça de
velhos? Todos pedem que a gente tenha uma nova consciência para votar. Como? Num mundo em que as notícias são plantadas pela internet, em que muitos sites
servem a qualquer mentira. Digo por mim. Já contaram cada história a meu respeito que nem sei o que dizer. Já inventaram casos de amor, tramas nas novelas que
escrevo. Pior. Depois todo mundo me pergunta por que isso ou aquilo não aconteceu na novela. Se mudei a trama. Respondo:

— Nunca foi para acontecer. Era mentira da internet.

Duvidam. Acham que estou mentindo.

CARRASCO, W. O ano da esperança.


Época, 25 dez. 2017, p.97. Adaptado.

No penúltimo parágrafo, o autor do texto revela ser autor de novelas, mas reclama

a) do assédio dos fãs.

b) da falta de privacidade quando anda pelas ruas.

c) dos casos de amor que atribuem a ele nas redes sociais.

d) da necessidade de ter consciência na hora de votar.

e) das versões falsas publicadas na internet das histórias de suas novelas.

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CESGRANRIO - PPNS (PETROBRAS)/PETROBRAS/Enfermagem do Trabalho/2018


Língua Portuguesa (Português) - Interpretação de Textos (Compreensão)
192) Portugueses no Rio de Janeiro

O Rio de Janeiro é o grande centro da imigração portuguesa até meados dos anos cinquenta do século passado, quando chega a ser a “terceira cidade portuguesa do
mundo”, possuindo 196 mil portugueses — um décimo de sua população urbana. Ali, os portugueses dedicam-se ao comércio, sobretudo na área dos comestíveis, como
os cafés, as panificações, as leitarias, os talhos, além de outros ramos, como os das papelarias e lojas de vestuários. Fora do comércio, podem exercer as mais variadas
profissões, como atividades domésticas ou as de barbeiros e alfaiates. Há, de igual forma, entre os mais afortunados, aqueles ligados à indústria, voltados para
construção civil, o mobiliário, a ourivesaria e o fabrico de bebidas.

A sua distribuição pela cidade, apesar da não formação de guetos, denota uma tendência para a sua concentração em determinados bairros, escolhidos, muitas das
vezes, pela proximidade da zona de trabalho. No Centro da cidade, próximo ao grande comércio, temos um grupo significativo de patrícios e algumas associações de
porte, como o Real Gabinete Português de Leitura e o Liceu Literário Português. Nos bairros da Cidade Nova, Estácio de Sá, Catumbi e Tijuca, outro ponto de
concentração da colônia, se localizam outras associações portuguesas, como a Casa de Portugal e um grande número de casas regionais. Há, ainda, pequenas
concentrações nos bairros periféricos da cidade, como Jacarepaguá, originalmente formado por quintas de pequenos lavradores; nos subúrbios, como Méier e Engenho
Novo; e nas zonas mais privilegiadas, como Botafogo e restante da zona sul carioca, área nobre da cidade a partir da década de cinquenta, preferida pelos mais
abastados.

PAULO, Heloísa. Portugueses no Rio de Janeiro: salazaristas e opositores em manifestação na cidade. In: ALVES, Ida et alii. 450 Anos de Portugueses no Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Ofi cina
Raquel, 2017, pp. 260-1. Adaptado.

“ No Centro da cidade, próximo ao grande comércio, temos um grupo significativo de patrícios e algumas associações de porte”.

No trecho acima, a autora usou em itálico a palavra destacada para fazer referência aos

a) luso-brasileiros
b) patriotas da cidade
c) habitantes da cidade
d) imigrantes portugueses
e) compatriotas brasileiros

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CESGRANRIO - PPNS (PETROBRAS)/PETROBRAS/Enfermagem do Trabalho/2018


Língua Portuguesa (Português) - Interpretação de Textos (Compreensão)
193) A Benzedeira

Havia um médico na nossa rua que, quando atendia um chamado de urgência na vizinhança, o remédio para todos os males era só um: Veganin. Certa vez, Virgínia ficou
semanas de cama por conta de um herpes-zóster na perna. A ferida aumentava dia a dia e o dr. Albano, claro, receitou Veganin, que, claro, não surtiu resultado. Eis que
minha mãe, no desespero, passou por cima dos conselhos da igreja e chamou dona Anunciata, que além de costureira, cabeleireira e macumbeira também era
benzedeira. A mulher era obesa, mal passava por uma porta sem que alguém a empurrasse, usava uma peruca preta tipo lutador de sumô, porque, diziam, perdera os
cabelos num processo de alisamento com água sanitária.

Se Anunciata se mostrava péssima cabeleireira, no quesito benzedeira era indiscutível. Acompanhada de um sobrinho magrelinha (com a sofrida missão do empurra-
empurra), a mulher “estourou” no quarto onde Virgínia estava acamada e imediatamente pediu uma caneta-tinteiro vermelha — não podia ser azul — e circundou a ferida
da perna enquanto rezava Ave-Marias entremeadas de palavras africanas entre outros salamaleques. Essa cena deve ter durado não mais que uma hora, mas para mim
pareceu o dia inteiro. Pois bem, só sei dizer que depois de três dias a ferida secou completamente, talvez pelo susto de ter ficado cara a cara com Anunciata, ou porque o
Vaganin do dr. Albano finalmente fez efeito. Em agradecimento, minha mãe levou para a milagreira um bolo de fubá que, claro, foi devorado no ato em um minuto, sendo
que para o sobrinho empurra-empurra que a tudo assistia não sobrou nem um pedacinho.
LEE, Rita. Uma Autobiografi a. São Paulo: Globo, 2016, p. 36.

No Texto, na descrição de como dr. Albano e Anunciata atuaram no tratamento da ferida na perna de Virgínia, a autora deixa implícita a ideia de que, em relação à cura
da perna da moça,

a) Anunciata desempenhou ali o papel mais importante.


b) Anunciata e dr. Albano em nada contribuíram para o fim do problema.
c) dr. Albano e o remédio que ele sempre receitava foram de vital importância.
d) Anunciata e dr. Albano tiveram papel igualmente decisivo no caso.
e) tanto Anunciata quanto dr. Albano podem ter sido os responsáveis pela solução do caso.

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CESGRANRIO - Aju (LIQUIGÁS)/LIQUIGÁS/Carga e Descarga I/2018


Língua Portuguesa (Português) - Interpretação de Textos (Compreensão)
194) Texto I

Exagerado

Amor da minha vida


Daqui até a eternidade
Nossos destinos
Foram traçados na maternidade

Paixão cruel, desenfreada


Te trago mil rosas roubadas
Pra desculpar minhas mentiras
Minhas mancadas

Exagerado
Jogado aos teus pés
Eu sou mesmo exagerado
Adoro um amor inventado

Eu nunca mais vou respirar


Se você não me notar
Eu posso até morrer de fome
Se você não me amar

E por você eu largo tudo


Vou mendigar, roubar, matar
Até nas coisas mais banais
Pra mim é tudo ou nunca mais

Exagerado
Jogado aos teus pés
Eu sou mesmo exagerado
Adoro um amor inventado

E por você eu largo tudo


Carreira, dinheiro, canudo
Até nas coisas mais banais
Pra mim é tudo ou nunca mais

Exagerado
Jogado aos teus pés
Eu sou mesmo exagerado
Adoro um amor inventado

Jogado aos teus pés


Com mil rosas roubadas
Exagerado
Eu adoro um amor inventado

ARAÚJO NETO, Agenor de Miranda (Cazuza); SIQUEIRA JR, Carlos Leoni Rodrigues. Exagerado. In: CAZUZA. Exagerado. Rio de Janeiro: Sigla/Som Livre, 1985. Lado A, faixa 1.

Texto II

O amor é valente

Mesmo que mil tipos


De ódio o mal invente,
O amor, mesmo sozinho,
Será sempre mais valente.

Valente, forte, profundo


Capaz de mudar o mundo
Acalmar qualquer dor
Vivemos nesse conflito.
Mas confio e acredito
Na valentia do amor.

BESSA, Bráulio. Poesia com rapadura. Fortaleza: Editora CENE, 2017.


Tanto o Texto I como o Texto II tratam de um sentimento em comum.

Qual é esse sentimento?

a) Traição

b) Inveja

c) Raiva

d) Amor

e) Ciúme

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CESGRANRIO - Of (LIQUIGÁS)/LIQUIGÁS/Produção I/2018


Língua Portuguesa (Português) - Interpretação de Textos (Compreensão)
195) Texto I

Gente Humilde

Tem certos dias em que eu penso em minha gente


E sinto assim todo o meu peito se apertar
Porque parece que acontece de repente
Feito um desejo de eu viver sem me notar

Igual a como quando eu passo no subúrbio


Eu muito bem, vindo de trem de algum lugar
E aí me dá como uma inveja dessa gente
Que vai em frente sem nem ter com quem contar

São casas simples com cadeiras na calçada


E na fachada escrito em cima que é um lar
Pela varanda, flores tristes e baldias
Como a alegria que não tem onde encostar

E aí me dá uma tristeza no meu peito


Feito um despeito de eu não ter como lutar
E eu que não creio peço a Deus por minha gente
É gente humilde, que vontade de chorar.

SARDINHA, A.A. (Garoto); HOLLANDA, C.B.; MORAES, V. Gente humilde. Intérprete: Chico Buarque. In: C.B. Hollanda nº 4. Direção de produção: Manoel Barebein. Rio de Janeiro: Companhia
Brasileira de Discos, p1970. 1 disco sonoro. Lado 1, faixa 4.
Considere a seguinte passagem do texto:

São casas simples com cadeiras na calçada / E na fachada escrito em cima que é um lar / Pela varanda, flores tristes e baldias / Como a alegria que não tem onde
encostar

O objetivo dessa passagem, considerando-se o modo como é construída, é

a) relatar fatos.

b) informar acontecimentos.

c) tentar convencer o leitor.

d) enunciar regras.

e) descrever um ambiente.

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CESGRANRIO - Of (LIQUIGÁS)/LIQUIGÁS/Produção I/2018


Língua Portuguesa (Português) - Interpretação de Textos (Compreensão)
196) Texto I

Gente Humilde

Tem certos dias em que eu penso em minha gente


E sinto assim todo o meu peito se apertar
Porque parece que acontece de repente
Feito um desejo de eu viver sem me notar

Igual a como quando eu passo no subúrbio


Eu muito bem, vindo de trem de algum lugar
E aí me dá como uma inveja dessa gente
Que vai em frente sem nem ter com quem contar

São casas simples com cadeiras na calçada


E na fachada escrito em cima que é um lar
Pela varanda, flores tristes e baldias
Como a alegria que não tem onde encostar

E aí me dá uma tristeza no meu peito


Feito um despeito de eu não ter como lutar
E eu que não creio peço a Deus por minha gente
É gente humilde, que vontade de chorar.

SARDINHA, A.A. (Garoto); HOLLANDA, C.B.; MORAES, V. Gente humilde. Intérprete: Chico Buarque. In: C.B. Hollanda nº 4. Direção de produção: Manoel Barebein. Rio de Janeiro: Companhia
Brasileira de Discos, p1970. 1 disco sonoro. Lado 1, faixa 4.

No Texto I, o trecho “E aí me dá uma tristeza no meu peito/ Feito um despeito de eu não ter como lutar” expressa a

a) profunda inveja que o autor tem dos mais pobres.

b) devastação causada pela limitação material vivenciada pelo autor.

c) melancolia causada pelo sentimento de impotência do autor.

d) amargura do autor com a hipocrisia dos homens.

e) indiferença do autor frente à existência dos mais pobres.

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CESGRANRIO - ProV (LIQUIGÁS)/LIQUIGÁS/Júnior/2018


Língua Portuguesa (Português) - Interpretação de Textos (Compreensão)
197) Velhas casas

Tenho um amigo arquiteto que gosta de me falar de velhas casas brasileiras, da simplicidade e do gosto dos antigos mestres de obra, dos homens práticos que encheram
o Brasil de casarões, de igrejas, de cidades.

O meu amigo vê a casa como um técnico, um especialista, o homem que ama a sua profissão. Com ele andei pelos solares de Vassouras. E vi e senti o seu entusiasmo
diante dos velhos sobrados do café. As soluções encontradas pelos antigos, a sobriedade, a solidez, a marca do lusitano transplantado, sempre mereciam dele uma crítica
de quem admirava tudo e, às vezes, se espantava. Havia, de fato, grandeza no que aquela gente fizera.

Sérgio Buarque de Hollanda fala no caráter empírico das cidades portuguesas da América. Em confronto com os espanhóis, os portugueses fundaram as suas cidades com
liberdade, dando mais vida, mais força aos seus criadores. O instinto, a intuição, a necessidade de viver comandava-os. Não seriam conduzidos por urbanistas, seriam
levados pela necessidade, pelo arrojo, pelos fatos. Mas esta energia nunca se desmandou. As casas portuguesas nunca seriam um despropósito. Havia na arquitetura que
eles nos legaram um toque de sobriedade que é uma maravilha de equilíbrio. O barroco, que se excedera nos interiores das igrejas, contivera-se nos exteriores. Era até aí
de uma simplicidade tocante. Na arquitetura residencial quase que ele não se fez sentir. A pureza de linhas, o gosto, o chão dos nossos sobrados falam de homens que
amavam mais a solidez do que o ornato. Os mestres de obras não eram individualistas, artistas que quisessem dar um sinal de sua personalidade. Eles edificavam,
construíam.

REGO, José Lins do. In: O Cravo de Mozart é eterno: crônicas e ensaios. Rio de Janeiro: José Olympio, 2004, p. 303-4. Adaptado.
Entre as qualidades que o arquiteto amigo do cronista destaca entre as velhas casas tão admiradas por ele está o fato de
a) serem portuguesas.

b) estarem abandonadas.

c) ficarem em Vassouras.

d) parecerem igrejas.

e) combinarem com a paisagem urbana.

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CESGRANRIO - ProV (LIQUIGÁS)/LIQUIGÁS/Júnior/2018


Língua Portuguesa (Português) - Interpretação de Textos (Compreensão)
198) Velhas casas

Tenho um amigo arquiteto que gosta de me falar de velhas casas brasileiras, da simplicidade e do gosto dos antigos mestres de obra, dos homens práticos que encheram
o Brasil de casarões, de igrejas, de cidades.

O meu amigo vê a casa como um técnico, um especialista, o homem que ama a sua profissão. Com ele andei pelos solares de Vassouras. E vi e senti o seu entusiasmo
diante dos velhos sobrados do café. As soluções encontradas pelos antigos, a sobriedade, a solidez, a marca do lusitano transplantado, sempre mereciam dele uma crítica
de quem admirava tudo e, às vezes, se espantava. Havia, de fato, grandeza no que aquela gente fizera.

Sérgio Buarque de Hollanda fala no caráter empírico das cidades portuguesas da América. Em confronto com os espanhóis, os portugueses fundaram as suas cidades com
liberdade, dando mais vida, mais força aos seus criadores. O instinto, a intuição, a necessidade de viver comandava-os. Não seriam conduzidos por urbanistas,
seriam levados pela necessidade, pelo arrojo, pelos fatos. Mas esta energia nunca se desmandou. As casas portuguesas nunca seriam um despropósito. Havia na
arquitetura que eles nos legaram um toque de sobriedade que é uma maravilha de equilíbrio. O barroco, que se excedera nos interiores das igrejas, contivera-se nos
exteriores. Era até aí de uma simplicidade tocante. Na arquitetura residencial quase que ele não se fez sentir. A pureza de linhas, o gosto, o chão dos nossos sobrados
falam de homens que amavam mais a solidez do que o ornato. Os mestres de obras não eram individualistas, artistas que quisessem dar um sinal de sua personalidade.
Eles edificavam, construíam.

REGO, José Lins do. In: O Cravo de Mozart é eterno: crônicas e ensaios. Rio de Janeiro: José Olympio, 2004, p. 303-4. Adaptado.

No texto, está empregada a expressão “velhas casas brasileiras”.

Caso o redator tivesse escrito “casas velhas brasileiras”, o trecho

a) permaneceria com o mesmo sentido.

b) indicaria que as casas estavam abandonadas.


c) mostraria as casas como construções populares.

d) inverteria o sentido de casas e de velhas.

e) passaria a indicar as casas como gastas pelo tempo.

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CESGRANRIO - PNS (ELETRONUCLEAR)/ELETRONUCLEAR/Administrador/2022


Língua Portuguesa (Português) - Tipologia e Gênero Textual
199) Texto

Entulho eletrônico: risco iminente para a saúde e o ambiente

Os resíduos de equipamentos eletroeletrônicos (lixo eletroeletrônico) são, por definição, produtos que têm componentes elétricos e eletrônicos e que, por razões de
obsolescência (perspectiva ou programada) e impossibilidade de conserto, são descartados pelos consumidores. Os exemplos mais comuns são televisores e
equipamentos de informática e telefonia, mas a lista inclui eletrodomésticos, equipamentos médicos, brinquedos, sistemas de alarme, automação e controle.

Obsolescência programada é a decisão intencional de fabricar um produto que se torne obsoleto ou não funcional após certo tempo, para forçar o consumidor a comprar
uma nova geração desse produto. Já a obsolescência perspectiva é uma forma de reduzir a vida útil de produtos ainda funcionais. Nesse caso, são lançadas novas
gerações com aparência inovadora e pequenas mudanças funcionais, dando à geração em uso aspecto de ultrapassada, o que induz o consumidor à troca.

O lixo eletroeletrônico é mais um desafio que se soma aos problemas ambientais da atualidade. O consumidor raramente reflete sobre as consequências do consumo
crescente desses produtos, preocupando- se em satisfazer suas necessidades. Afinal, eletroeletrônicos são tidos como sinônimos de melhor qualidade de vida, e a
explosão da indústria da informação é uma força motriz da sociedade, oferecendo ferramentas para rápidos avanços na economia e no desenvolvimento social. O mundo
globalizado impõe uma constante busca de informações em tempo real, e a sua interação com novas tecnologias traz maiores oportunidades e benefícios, segundo estudo
da Organização das Nações Unidas (ONU). Tudo isso exerce um fascínio irresistível para os jovens.

Dois aspectos justificam a inclusão dos eletroeletrônicos entre as preocupações da ONU: as vendas crescentes, em especial nos mercados emergentes (inclusive o Brasil),
e a presença de metais e substâncias tóxicas em muitos componentes, trazendo risco à saúde e ao meio ambiente. Segundo a ONU, são gerados hoje 150 milhões de
toneladas de lixo eletroeletrônico por ano, e esse tipo de resíduo cresce a uma velocidade três a cinco vezes maior que a do lixo urbano.

AFONSO, J. C. Revista Ciência Hoje, n. 314, maio 2014. São Paulo: SBPC. Disponível em: https://cienciahoje.periodicos.capes. gov.br/storage/acervo/ch/ch_314.pdf. Adaptado.

No texto, os dois primeiros parágrafos estabelecem entre si a seguinte relação:

a) apresentação de problema / definição de conceitos


b) definição de termos / exemplificação de casos
c) proposição de tese / desenvolvimento de argumentos
d) situação hipotética / comprovação por evidências
e) relato de caso / explicitação de motivação
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CESGRANRIO - TBN (CEF)/CEF/"Sem Área"/2021


Língua Portuguesa (Português) - Tipologia e Gênero Textual
200) Relacionamento com o dinheiro

Desde cedo, começamos a lidar com uma série de situações ligadas ao dinheiro. Para tirar melhor proveito do seu dinheiro, é muito importante saber como utilizá-lo da
forma mais favorável a você. O aprendizado e a aplicação de conhecimentos práticos de educação financeira podem contribuir para melhorar a gestão de nossas finanças
pessoais, tornando nossas vidas mais tranquilas e equilibradas sob o ponto de vista financeiro.

Se pararmos para pensar, estamos sujeitos a um mundo financeiro muito mais complexo que o das gerações anteriores. No entanto, o nível de educação financeira da
população não acompanhou esse aumento de complexidade. A ausência de educação financeira, aliada à facilidade de acesso ao crédito, tem levado muitas pessoas ao
endividamento excessivo, privando-as de parte de sua renda em função do pagamento de prestações mensais que reduzem suas capacidades de consumir produtos que
lhes trariam satisfação.

Infelizmente, não faz parte do cotidiano da maioria das pessoas buscar informações que as auxiliem na gestão de suas finanças. Para agravar essa situação, não há uma
cultura coletiva, ou seja, uma preocupação da sociedade organizada em torno do tema. Nas escolas, pouco ou nada é falado sobre o assunto. As empresas, não
compreendendo a importância de ter seus funcionários alfabetizados financeiramente, também não investem nessa área. Similar problema é encontrado nas famílias, nas
quais não há o hábito de reunir os membros para discutir e elaborar um orçamento familiar. Igualmente entre os amigos, assuntos ligados à gestão financeira pessoal
muitas vezes são considerados invasão de privacidade e pouco se conversa em torno do tema. Enfim, embora todos lidem diariamente com dinheiro, poucos se dedicam a
gerir melhor seus recursos.

A educação financeira pode trazer diversos benefícios, entre os quais, possibilitar o equilíbrio das finanças pessoais, preparar para o enfrentamento de imprevistos
financeiros e para a aposentadoria, qualificar para o bom uso do sistema financeiro, reduzir a possibilidade de o indivíduo cair em fraudes, preparar o caminho para a
realização de sonhos, enfim, tornar a vida melhor.

BANCO CENTRAL DO BRASIL. Caderno de Educação Financeira – Gestão de Finanças Pessoais. Brasília: BCB, 2013. p. 12. Adaptado.

Considerando-se a organização composicional do texto lido, compreende-se que ele se classifica como
a) argumentativo, pois defende a ideia de que é importante saber lidar com o dinheiro.
b) narrativo, pois relata o episódio de uma conversa sobre gestão financeira entre amigos.
c) descritivo, pois reproduz uma cena de elaboração de orçamento no cotidiano de uma família.
d) expositivo, pois apresenta informações objetivas sobre conceitos da área de educação financeira.
e) injuntivo, pois instrui acerca da elaboração de orçamentos para uma vida financeira mais saudável.
Gabarito
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