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Nota da Autora
CENA 1
Logo do lado de dentro da cerca de uma universidade está nevando.
TINKER está esquentando heroína numa colher de prata.
Entra GRAHAM.
GH – Tinker.
T – Tô cozinhando.
GH – Eu quero ir embora.
T – (Levanta o olhar.)
(Silêncio)
Não.
T – Eu não uso.
GH – Põe mais.
T – Não.
1
GH – Você é meu amigo?
T – Não me diz.
GH – Sei.
T – Isso é só o começo.
GH – Sim.
Pausa
T – Não.
GH – Sem lamentações.
T – (Pensa. Então põe outra grande quantidade. Ele adiciona suco de limão e
esquenta a heroína. Ele enche a seringa.)
2
GH – Quatro. Quatro. Cinco
T – A vida é doce.
GH – É o que tá parecendo.
Eles se olham
GH – (Sorri.)
T – (Desvia o olhar.)
GH – Obrigado, Doutor.
Ele desmaia.
T – Graham?
Silêncio.
T – Quatro.
Três.
Dois.
Um.
Zero.
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CENA 2
ROD e CARL estão sentados na grama logo do lado de dentro da cerca da
universidade.
Meio do verão – O sol está brilhando.
O som de uma partida de cricket vindo do outro lado da cerca.
CARL tira seu anel.
R – Pra quê?
C – Um sinal.
R – De quê?
C – Compromisso.
C – Por favor.
C – Sim.
R – (Estende a mão.)
Não tô gostando nada disso
R – (Ri.)
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R – (Ri mais.)
R – Acabou de mentir.
C – Meu bem
R – Querido Meu amor Meu bem. Você me ama tanto, e não lembra o meu nome?
C – Rod.
R – Rod. Rod.
C – Me dá o seu anel?
R – Não.
C – Tudo bem.
C – Eu não me importo.
R – Eu me importo.
C – Por favor.
R – Não.
C – Por favor.
R – Não.
R – Espera sim.
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C – Você não precisa dizer nada.
R – Preciso sim.
R – Caralho –
R – Cresce.
R – Qualquer um que você imaginar, alguém em algum lugar, vai tá de saco cheio
de trepar sempre com a mesma pessoa.
R – Eu sou velho.
R – 39. Eu menti.
C – Fica quieto.
Pausa
C – Eu confio.
Eles se beijam
TINKER está assistindo
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CENA 3
T – Ele morreu há seis meses. Nós normalmente não guardamos as roupas tanto
tempo.
GR – Recicladas?
T – É.
T – Eu lamento.
GR – Vocês deram as roupas do meu irmão para outra pessoa. Eu não vou sair
daqui até ver essas roupas.
T – (Não responde).
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T – Eu não tenho permissão de deixar ninguém sair do Campo.
GR – Eu só preciso ver
T – Tão aí.
GR – (Para ROBIN.)
Tira a roupa.
RB – Senhora?
GR – Grace
T – Tira.
GR – Toda.
ROBIN tira a cueca e fica tremendo por dentro com as mãos cobrindo a genitália.
GRACE se despe completamente
ROBIN assiste apavorado
TINKER olha pro chão
GRACE veste as roupas de ROBIN/GRAHAM
Quando está completamente vestida, ela fica de pé
Por alguns momentos, paralisada.
Ela começa a tremer
Ela desmorona e começa a gemer se lamentando, descontrolada
Ela “colapsa”
TINKER a carrega até uma cama
Ela é amarrada. Ele algema ambos os braços na cabeceira da cama.
Ele injeta nela. Ela relaxa.
TINKER acaricia seus cabelos.
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GR – Eu quero ficar.
T – Não é certo.
GR – Mas eu já tô ficando.
GR – Eu pareço com ele. Diz que você pensou que eu fosse um homem.
GR – (Engole.)
Ele sai.
GRACE e ROBIN se encaram, ROBIN ainda está nu, com as mãos cobrindo a
genitália.
GR – Se veste.
RB – (Pisca)
Pausa
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GR – (Encara)
GR – (Encara)
GR – (Encara)
GR – (Encara)
GR – (Encara)
GR – (Encara)
R – (Abre a boca para responder mas não consegue pensar em nada pra dizer.)
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CENA 4
T – Sim?
C – Eu não posso-
Não posso mais-
C – (Abre os olhos.)
T - Tem uma passagem vertical através do seu corpo, uma linha reta, através dela
um objeto pode passar sem te matar imediatamente. Começa aqui.
C - (enrijece de medo.)
T - Pode se pegar uma vara, empurrar por aqui, evitando os órgãos importantes,
até ela chegar aqui.
(toca o ombro direito de CARL)
É claro que eventualmente se morre. De inanição se nada te levar primeiro.
C - Cristo. Não.
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T – Qual é o nome do seu namorado?
C – Jesus.
C – Não.
C – Eu
C – Por favor.
C – Não.
A vara é removida
ROD cai de uma grande altura perto de CARL
Silêncio.
C – Eu não pude evitar, Rod, saiu da minha boca antes que eu-
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CARL balança os braços, com a boca aberta cheia de sangue, nenhum som sai.
TINKER tira o anel do dedo de ROD e põe na boca de CARL.
T – Engole.
C – (Engole o anel.)
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CENA 5
A Sala Branca
Silêncio
GRACE encara-o
Ela o beija no rosto o mais forte que ela pode,
depois o abraça o mais forte possível.
Ela segura o rosto dele e olha fixamente pra ele.
GR – Você tá limpo.
GH – (Sorri)
GH – Não.
GR – Jura.
GR – Me ensina.
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Gradualmente, ela toma a masculinidade de seus movimentos, suas expressões
faciais. Finalmente, ela não o assiste mais.
Ela o espelha perfeitamente enquanto eles dançam exatamente ao mesmo tempo.
Quando ela fala, a voz dela fica mais parecida com a dele.
GR – Boa nisso.
GH – Muito boa.
GR – Muito boa.
GH – (Pára e a observa)
Eu nunca me conheci, Grace –
Eles se encaram
Ela toca o rosto dele.
GR – Se eu-
(Ela toca os lábios dele.)
Puser meu-
(Ela põe o dedo dela na boca dele
Eles se encaram, assustados.
Ela o beija muito levemente nos lábios.)
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Ele hesita.
Então a beija suave e gentilmente a princípio, depois mais forte e profundamente.
GR – Não importa. Você foi embora, mas agora você tá de volta e nada mais
importa.
GH –Lindo.
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CENA 6
M – (Espera.)
M – Eu gosto.
M – Eu sei.
A janela fecha.
TINKER põe mais duas fichas.
A janela abre.
A MULHER está dançando.
T – Não, eu-
Seu rosto.
M – (Senta.)
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T – (Não olha pra ela.)
Quê que cê tá fazendo aqui?
M – Não sei.
M – Eu sei.
T – Eu posso te ajudar.
M – Como?
T – Eu sou médico.
M – (Não responde)
M – Sei.
T – Não, mas –
M – Não.
T – Posso sim.
M – Tarde demais.
T – Deixa eu tentar.
M – Não.
M – (Ri.)
T – Confia em mim.
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M – Por quê?
M – (Não responde.)
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CENA 7
GR – É como falar sem usar a sua voz. Algumas palavras que você usa o tempo
todo. Cada letra corresponde a um som. Se você lembrar que som corresponde a
que letra você pode começar a construir palavras.
GR – R
RB – Grace.
GH – Meninos.
RB – Senhora?
GR – Eu tenho nome.
GR – Já.
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RB – Como é que ele era?
RB – Bombom?
RB – Tinha um rosa?
GR – Graham.
GR – Paul.
Se concentra.
GR – Por favor.
GR – Eu-
Não.
Nunca.
RB – Você-
GR – Sim
Eu fiz isso
Eu fiz isso.
RB – Ah
Silêncio
Robin escreve
RB_ Gracie
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GH
GR – O quê?
GR – Minha vida.
GR – Não sei.
RB _ Mas escolhe.
GH
GR – Isso é loucura.
GR – O quê?
GR – Não. Não.
Eu não penso no Graham como morto.
Não é assim que eu penso nele.
GR – Não.
GR – Você disse trocar uma coisa na sua vida não ter um pedido.
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GR – Graham não é uma coisa pra se trocar. E ele não é da sua vida.
RB – É sim.
GR – Como?
GR – Meu corpo. Então ele ia ficar mais parecido com como ele se sente.
Graham por fora que nem Graham por dentro.
RB – Minha mãe não seria minha mãe se eu tivesse que escolher outra, eu
escolheria você.
GR – Fofo.
RB – Se eu-
Se eu fosse casá eu ia casá com você.
RB _ Eu casaria.
GH
GR – Não é possível
GR – Você vai.
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RB – Num ligo.
GR_ Eu ligo.
GH
RB – Eu não
GR – Escuta. Se eu fosso beijar alguém aqui, eu não vou, mas se fosse ia ser
você.
RB_ É?
GH
GR – Com certeza
Se.
Mas.
Pausa longa.
RB – Grace
GR – Humm
GR – Eu-
Eu amo você também. Mas de uma maneira muito especial.
RB – É?
GR – Robin, eu-
RB – Tu vai?
GR _ Não.
GH
RB – Sê minha namorada?
RB – Eu não vô te estrangulá
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RB – Tô apaixonado por você
RB – Eu só tô-
Eu conheço você-
GR – O Tinker me conhece-
RB – E eu amo você.
RB _ Eu tô.
GH
GR – Tô ficando confusa.
RB _ Nunca.
GH
GR – Quê?
GR – Isso é-
RB – Eu tô gostando daqui.
RB – Flor.
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CENA 8
R – Meu bem
C – (Olha para ROD. Ele abre a boca. Não sai nenhum som.)
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CENA 9
A Sala negra
TINKER entra na sua cabine
Ele senta
Ele põe uma ficha
A janela abre
A MULHER está dançando.
TINKER assiste por um momento
M – Oi, Doutor.
T – Grace, eu –
Seu rosto.
T – Somos amigos?
T – Eu te disse.
M – Sim.
M – Me salva.
A janela fecha
Ele não tem mais fichas.
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CENA 10
A Sala Vermelha.
GRACE está sendo espancada por um grupo de homens invisíveis cujas vozes
ouvimos.
Nós ouvimos o som de tacos de baseball espancando GRACE e ela reage como
se tivesse recebido a pancada.
GRAHAM está assistindo aflito.
GRACE apanha.
GR – Graham.
GH – Grace.
Paralisação // Pausa
GRACE fica deitada imóvel com pavor de virem mais pancadas.
GH – Fala comigo.
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GH – Nunca.
Há uma enxurrada de pancadas que o corpo de GRACE reage, mas ela não faz
nenhum som.
GH – Eu costumava pôr minha colher no meu chá e esquentar. Quando você não
tava olhando eu encostava a colher no seu braço e você (S/C) gritava e eu ria. Faz
comigo.
GR – Faz comigo.
GR – Tá vindo.
A pancada vem. O corpo de GRACE se move- não com dor, simplesmente com a
força da pancada.
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GH – Meu bem, meu bem, meu bem.
Uma pausa.
Então uma longa rajada de metralhadora//pistola automática.
GRAHAM protege o corpo de GRACE com o seu próprio e segura a cabeça dela
entre as mãos.
Os tiros vêm e vão.
As paredes são esburacadas por marcas de balas e o tiroteio continua, grandes
pedaços de reboco e tijolo despencam da parede.
A parede é despedaçada e banhada de sangue.
Depois de alguns minutos, o tiroteio cessa.
GRAHAM descobre o rosto de GRACE e olha para ela.
Ela abre os olhos e olha para ele.
T – Ela não.
GH – Lindo. (“Lovely”)
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CENA 11
A Sala Negra.
ROBIN entra na cabine que TINKER visita.
Ele senta.
Ele põe a única ficha que tem.
A janela abre.
A mulher está dançando
ROBIN assiste-no início inocentemente ávido, depois confuso, depois aflito.
Ela dança por sessenta segundo.
A janela fecha.
ROBIN senta e chora muito.
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CENA 12
A Sala Branca.
GRACE está deitada tomando banho de sol de uma pequena rachadura do teto.
GRAHAM está de um lado dela, TINKER do outro.
GR – Sol.
GR – Eu sei.
GH – Luz do sol.
T – Você é mulher.
T – É o que eu te digo.
GH – Me ama ou me mata.
GR – Amo você.
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GH – Jura.
T – É.
GR – Graham-
VOZES – TORRA
T – É Tinker.
VOZES – QUEIMA
GR – Querido.
VOZES – TOR-
T – Confia em mim.
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CENA 13
R – Se você tivesse dito “Eu”, me pergunto o que teria acontecido. Se ele tivesse
dito “Você ou Rod” e você tivesse dito “Eu”, me pergunto se ele teria te matado.
Toda vez que ele me perguntar eu vou dizer “Eu. Faz isso comigo. Não com Carl,
não com meu amor, não com meu amigo, faz isso comigo”. Eu queria ir no
primeiro barco para fora desse lugar. *
A morte não é a pior coisa que podem fazer com você. O Tinker fez um cara
arrancar os “saco” do outro a dentada. Pode se tomar a sua vida sem te dar a
morte em troca.
Do outro lado da cerca uma criança canta “Things we say today” de Lennon e
McCartney.
CARL e ROD escutam de repente
A criança para de cantar
Depois começa de novo
CARL fica de pé, se balançando.
Ele começa a dançar- uma dança de amor para ROD
A dança se torna, delirante, frenética e CARL faz uns grunhido que se fundem
com o canto da criança
A dança perde o ritmo- CARL dança espasmodicamente fora do ritmo
Os pés arrastando na lama, uma dança espasmódica de desesperado
arrependimento.
TINKER está assistindo.
Ele derruba CARL no chão e corta seus pés.
Ele se vai.
ROD ri.
Os ratos levam embora os pés de CARL.
A criança canta.
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CENA 14
A Sala Negra.
TINKER vai para a sua cabine
E abre o fecho-eclair das calças e senta escarranchado no encosto da cadeira
Ele põe algumas fichas no compartimento.
A janela se abre, a mulher está dançando.
TINKER se masturba furiosamente até ela falar.
MULHER – Doutor.
T – Abre as pernas.
M – Tô confusa.
M – (Abre.)
T – Olha.
M – (Olha.)
T – Se toca.
M – (Soluça.)
M – Quero.
T – ENTÃO TOCA.
M – Eu quero-
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T – Não diz.
M – Você disse-
M – O que eu quisesse.
M – Eu confiei em você.
T – É.
M – Amigos.
M – Eu posso mudar.
T – Não.
T – Não.
M – Eu te amo.
T – Por favor.
T – Como você é.
T – Grace.
M – Não me dá as costas.
A Janela fecha.
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T – Se eu soubesse
Se eu soubesse
Eu sempre soube.
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CENA15
A sala redonda.
ROBIN está sonolento, entre uma pilha de livros, papéis e um ábaco de 11
colunas.
Ele ainda tem um lápis na mão
Tem uma caixa de bombons perto de sua cabeça.
TINKER entra e fica de pé olhando para ele
Ele suspende ROBIN pelo cabelo.
ROBIN berra TINKER põe uma faca na garganta dele.
RB - É pra Grace.
RB - Comprei.
RB - (não responde.)
T- Come.
38
ROBIN Come.
TINKER Enfia outro.
ROBIN Come.
TINKER Enfia outro.
ROBIN Come.
TINKER Enfia outro.
ROBIN Come.
TINKER Enfia outro.
ROBIN Come.
TINKER Enfia outro.
ROBIN Come.
Acaba a parte de cima da caixa, TINKER tira o papel vegetal que cobre o outro
nível joga fora. Começa a pegar os bombons de baixo.
TINKER Enfia outro.
ROBIN Come.
TINKER Enfia outro.
ROBIN Come.
TINKER Enfia outro.
ROBIN Come.
TINKER Enfia outro.
ROBIN Come.
TINKER Enfia outro.
ROBIN Come.
TINKER Enfia outro.
ROBIN Come.
TINKER Enfia outro.
ROBIN Come.
TINKER Enfia outro.
ROBIN Come.
TINKER Enfia outro.
ROBIN Come.
TINKER Enfia outro.
ROBIN Come.
TINKER joga a caixa vazia nele e percebe que ROBIN se mijou.
39
Ele olha para os livros atarantado.
RB- A Grace.
T- Todos.
ROBIN queima quantos livros ele pode e assiste eles indo em chamas.
GRACE entra, com o olhar vago e tranqüilizada, com GRAHAM.
Ela assiste.
ROBIN sorri nervosamente.
40
CENA 16
CARL o beija.
Faz amor com ROD.
Ambos gozam
ROD tira o anel e põe na boca de CARL.
CARL engole. Ele chora.
Eles se abraçam apertado, depois vão se deitar enroscados.
TINKER está assistindo.
Ele puxa ROD de CARL.
T - Queima ele.
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CENA17
A sala redonda
ROBIN, GRACE e GRAHAM estão perto das cinzas do fogo.
GRACE ainda está esfregando as mãos de vagar e as mantém lá como se
houvessem brasas.
ROBIN recupera seu ábaco das cinzas
Ele o mostra para GRACE
Ela não responde.
RB- Tava trabalhando com uns número. Achei que tivesse estragado.
RB- Tá eu vou-
Os dias que faltam. Tentá.
(ele conta as contas de uma das fileiras.)
1.2.3.4.5.6.7.
(ele olha para as sete contas, depois lentamente move uma conta da fileira
seguinte.)
1.
(ele conta as contas das fileiras três até oito.)
1.2.3.4.5.6.7.8.9.10.11.12.13.14.15.16.17.18.19.20.21.22.23.24.25.26.27.28.29.30.
31.32.
33.34.35.36.37.38.39.40.41.42.43.44.45.46.47.48.49.50.51.52.
(ele olha para as contas.)
52 setes.
(ele lentamente move uma conta da fileira seguinte.)
1.
(ele conta as contas das3 fileiras seguintes.)
1.2.3.4.5.6.7.8.9.10.11.12.13.14.15.16.17.18.19.20.21.22.23.24.25.26.27.28.29.30.
Trinta cinqüenta e dois setes.
Gracie.
42
RB- Gracie.
Gracie.
Gracie.
Gracie.
Gracie.
Gracie.
Por favor, Moça.
43
CENA 18
A sala branca.
GRACE está deitada inconsciente numa cama.
Ela está nua a não ser uma bandagem enfaixando o seu púbis e o peito, e sangue
onde os seios deveriam estar.
CARL está deitado deitada inconsciente numa cama.
Ele está nua a não ser uma ensangüentada bandagem enfaixando o seu púbis.
TINKER está de pé entre eles.
TINKER tira a bandagem de GRACE e olha para o púbis dela.
GRACE desperta.
GC- D- D-
GC- D- D-
Graham- Acabou.
T- Belo Rapaz.
Como o seu irmão.
Eu espero que você-
O que você queria.
T- Você gostou?
GC- D-
Graham - Tinker
44
GR_ Doeu.*
GC
T_ Tchau, Grace.
GH
45
CENA 19
A sala negra.
TINKER entra e se senta.
Ele alimenta o mecanismo de visão.
A janela abre
A MULHER está dançando
Ela pára e se senta.
T- Ela se foi.
M- Quem?
Longo silêncio
T- (sorri.)
T- Tô confuso.
M- Eu sei.
T- Grace, ela-
M- Eu sei. Eu te amo.
Eles se olham.
46
Ela o beija.
Ele corresponde.
Ela tira a parte de cima do biquíni.
Ele olha para os seios dela.
T - Tem certeza?
M - Chora.
T - (goza.)
Desculpa.
M - Não.
47
T- Eu não pude-
M- Eu sei.
M- (ri.)
Eu sei. A culpa é minha.
T- Não, eu-
M- Tudo bem.
Eu te amo.
A maior parte do tempo.
M- Você tá aqui?
T- Sim.
M- Agora.
T- Sim.
M- Comigo.
T- Sim.
Pausa
M- Grace.
M- Eu sei, Grace.
48
CENA 20
A poça de lama perto da cerca
Está chovendo
CARL e GRACE estão sentados um perto do outro.
GRACE agora parece e soa exatamente como GRAHAM. Ela está usando as
roupas dele.
CARL usa as roupas de ROBIN que eram de GRACE (femininas)
Há dois ratos um fuçando as feridas de GRACE o outro as de CARL.
Queimaram.
Amou
A mim
Sentia isso.
Aqui. Dentro. Aqui.
Aqui agora
Seguro. Do outro lado e aqui.
Graham.
49
(Um longo silêncio)
GR/GH – Me ajuda.
50