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Série

Energias Renováveis

SOLAR
ISBN 978-85-60856-06-4
Carlos Adriano Rosa
Geraldo Lúcio Tiago Filho

Série
Energias Renováveis

SOLAR

1º Edição
Organizado por Geraldo Lúcio Tiago Filho

Itajubá, 2007.
Obra publicada com o apoio do Ministério de Minas e Energia e da Fundação de Apoio
ao Ensino Pesquisa e Extensão de Itajubá Sumário
1.0 – Introdução 04
2.0 – Sol, origem de toda a energia 07
Edição
Centro Nacional de Referência em Pequenas Centrais Hidrelétricas
2.1 – Energia hidráulica 07
Presidente: Ivonice Aires Campos 2.2 – Energia de biomassa 08
Secretário Executivo: Geraldo Lúcio Tiago Filho
2.3 – Energia eólica 09
Revisão Projeto Gráfico
Ângelo Stano Júnior Orange Design
2.4 – Energia de origem fóssil 09
Adriana Barbosa
Editoração e Arte-Final
3.0 – Aplicações para a energia solar 10
Organização Adriano Silva Bastos 3.1 – Transmissão de calor 10
Prof. Dr. Geraldo Lúcio Tiago Filho 3.1.1 – Condução 10
Colaboração 3.1.2 – Convecção 11
Camila Rocha Galhardo
3.1.3 – irradiação 11
3.2 – Uso direto da energia solar 13
CERPCH - Centro Nacional de Referência em Pequenas Centrais Hidrelétricas 3.3 – Energia termosolar 18
Avenida BPS, 1303 - Bairro Pinheirinho CEP: 37500-903 - Itajubá - MG - Brasil
Tel: (+55 35) 3629-1443 Fax: (+55 35) 3629 1265
3.3.1 – Potencial de energia solar 18
3.3.2 – Sistema termosolar para aquecimento de água 18
Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca Mauá -
Bibliotecária Margareth Ribeiro - CRB_6/1700
3.4 – Energia solar fotovoltaica 27
3.4.1 – Princípio de funcionamento 27
R710s
3.4.2 – Componentes do sistema 31
Rosa, Carlos Adriano
Solar / Carlos Adriano Rosa e Geraldo Lúcio Tiago Filho ;
3.4.3 – Tipos de instalação 35
organizado por Geraldo Lúcio Tiago Filho ; revisão de Ângelo 3.4.4 – Exemplo de dimensionamento 37
Stano Júnior e Adriana Barbosa ; colaboração Camila Rocha 3.4.5 – Recomendações de manutenção 41
Galhardo ; editoração e arte-final Adriano Silva Bastos. --
Itajubá, MG : FAPEPE, 2007.
4.0 – Exemplos de utilização 32
44p. : il. -- (Série Energias Renováveis) 5.0 – Bibliografia 44
ISBN: 978 - 85 - 60858 - 01 - 9
ISBN: 978 - 85 - 60858 - 06 - 4

1. Energias renováveis. 2. Energia solar. I. Título.

CDU 620.91
Capítulo 1
Introdução
Durante toda a sua vida, o homem consome energia em tudo o que faz. Seja durante as suas
atividades diárias ou mesmo dormindo.
Desde o início dos tempos, quando aprendeu a viver em comunidade, o homem tem utiliza-
do os mais diversos tipos de energia para facilitar seu trabalho, tornando-o mais fácil ou mais
rápido. Para isto ele se valeu das mais diversas fontes de energia: fogo, água, tração animal, va-
por, petróleo, etc.
Com o passar do tempo, adquiriu-se conhecimento e técnica e criou-se os mais variados ti-
pos de tecnologia para realizar o trabalho que antes era puramente braçal. Assim, novos inven-
tos e criações surgiram, mas sempre dependentes de algum tipo de energia para o seu funcio-
namento. Figura 1.1 – sistema solar

Hoje, preocupamo-nos cada vez mais em estudar e descobrir novas fontes de energia, que Os cientistas acreditam que o sol deve estar ativo a cerca
possam ser utilizadas degradando o mínimo possível o ambiente ao seu redor. Com este tipo de de 4.6 bilhões de anos, e que ainda deve continuar ativo por
consciência, estudou-se e desenvolveu-se a utilização de energias alternativas dos mais varia- mais 5 bilhões de anos. Após este período ele começará a in-
dos tipos, e falar sobre energia sem falar no Sol é o mesmo que falar sobre a Terra sem mencionar char, crescendo tanto que engolirá a Terra e os demais pla-
nada sobre água. Tudo o que existe no planeta Terra é formado direta ou indiretamente pela netas do sistema, se transformando em uma gigante verme-
energia vinda do Sol. Assim vamos começar nossa conversa falando sobre o astro principal des- lha. Após um bilhão de anos como gigante vermelha, irá su-
ta história, a estrela do nosso sistema, o astro Sol. bitamente entrar em colapso e se transformará em um tipo
de estrela chamada de anã branca. Depois disto poderá levar
Falar sobre o Sol é falar sobre seu lugar no sistema solar. O conjunto de planetas que formam
ainda um trilhão de anos até arrefecer completamente.
o sistema planetário onde vivemos possui uma estrela, o Sol, e nove planetas que giram, em ór-
bitas diferenciadas entre si, ao seu redor, como mostra a figura 1.1 a seguir. Os nomes dos oito Enquanto não desaparece, levando todos os planetas do
planetas, de acordo com sua proximidade com o Sol, são: Mercúrio, Vênus, Terra, Marte, Júpi- sistema solar consigo, o sol fornece para a terra uma quanti-
ter, Saturno, Urano e Netuno. dade inesgotável de energia. Em uma hora ele fornece mais
Figura 1.2 – Piranômetro energia do que se consome aqui em um ano inteiro. O me-
Entre todos os elementos que compõe o sistema solar, o que mais chama a atenção é o Sol, ori-
lhor em tudo isto é que esta energia é gratuita, renovável e
gem de toda a energia existente na Terra. Ele é o ponto central de nosso sistema planetário, e res-
não poluente.
ponde por 98% da massa de todo o sistema.
Para se medir toda esta energia são utilizados aparelhos
Sua camada externa tem uma temperatura de 6.000°C, e seu aspecto é manchado devido às
chamados de solarímetros, piranômetros ou radiômetros,
diversas erupções de energia em sua superfície. Em seu núcleo a temperatura é de 15.000.000° C
como exibido nas figuras 1.2 e 1.3.
e a pressão é de 340 bilhões de vezes a do ar na Terra ao nível do mar. É neste núcleo que ocorrem
as reações de fusão nuclear que dão origem à energia solar. Para medir a potência solar instantânea que incide em
um determinado ponto utilizamos à unidade de medida
Parte da energia produzida pelo Sol aparece na forma de luz visível. Em função da distância
W/m2 (medida de potência / medida de área). Caso seja ne-
entre o Sol e a Terra, a luz solar demora 8 minutos para alcançar a terra, que fica a cerca de
cessário medir a energia neste ponto ao longo de um dia uti-
150.000.000 km do sol. Figura 1.3 - Radiômetro

04 05
lizamos a unidade de medida kWh/m2 dia (energia/área x dia). A partir destas unidades ou-
Capítulo 2
tras podem ser utilizadas para este tipo de medida, como por exemplo, J/ m2, cal/cm2. Sol, Origem de Toda a Energia
No caso do Brasil, em média, a energia incidente varia entre 4kWh/m2 dia e 5kWh/ m2dia. Se Aqui na terra nós aproveitamos a energia solar de diferentes modos. Todas as fontes de ener-
for necessária uma quantidade maior ou mais detalhada de dados, estes podem ser encontrados gia renováveis que utilizamos dependem direta ou indiretamente da energia solar. São elas:
na internet em páginas sobre o assunto. Um exemplo de onde encontrar estes dados é a página
do Centro de Referência Para a Energia Solar e Eólica Sérgio de Salvo Brito-CRESESB ( www. · Energia solar para aquecimento,
cresesb.cepel.br), onde é possível encontrar o programa para computadores chamado Sundata · Energia solar para geração de energia elétrica
que pode ser utilizado para calcular a radiação solar no Brasil. Já a Universidade Federal de San-
· Energia hidráulica (depende das chuvas, que dependem do calor do Sol).
ta Catarina possui a página http://www.labsolar.ufsc.br, que disponibiliza um Atlas solaríme-
tro, com dados baseados em leituras de satélites. Um Atlas solarímetro do Brasil também pode · Energia de biomassa (originada das plantas que precisam da luz do Sol)
ser encontrado na página da Agência Nacional de Energia Elétrica - ANEEL, (www.aneel.- · Energia eólica (originada dos ventos que são formados pelo calor do Sol.
gov.br).
Além disso, as principais fontes de energia atuais, que são o petróleo e o carvão, são uma fon-
te energética que indiretamente depende do sol, pois são formados por restos de plantas e ani-

Anotações: mais que morreram há milhões de anos atrás, mas que, quando viveram, absorveram sua ener-
gia da luz do Sol.

2.1 Energia hidráulica

A figura 2.1 mostra de forma esquemática o fenômeno mais importante quando falamos de
energia hidráulica: o ciclo da água. A formação de rios e lagos se dá através das chuvas, neves e
granizos que tem sua origem no vapor de água resultante da evaporação da água por incidência
dos raios solares. A transferência de água da superfície do Globo para a atmosfera, sob a forma
de vapor, acontece por evaporação direta, por transpiração das plantas e dos animais e por su-
blimação (passagem direta da água da fase sólida para a de vapor). A quantidade de água mobi-
lizada pela sublimação no ciclo hidrológico é insignificante perante a que é envolvida na evapo-
ração e na transpiração, cujo processo conjunto chamamos de evapotranspiração.
A energia solar é a fonte da energia térmica necessária para a passagem da água das fases lí-
quida e sólida para a fase do vapor, e é também a origem das circulações atmosféricas que trans-
portam vapor de água e deslocam as nuvens. As chuvas resultantes desse processo é que man-
têm a água circulando nos rios. Esse movimento da água possui energia, que é a chamada ener-
gia hidráulica.
Nas centrais hidrelétricas a energia hidráulica é convertida em energia elétrica, através dos
chamados hidrogeradores. No Brasil mais de 80% do total de energia elétrica gerada provém
das centrais hidrelétricas.

06 07
2.3 Energia eólica
preciptação
A energia eólica é útil de muitos modos. Sua utilização vai alem de seu uso para navegação,
CICLO DA ÁGUA como mostrado na figura 2.3 a seguir. A energia eólica é proveniente dos ventos, e como o sol é
transpiração diretamente responsável pela produção dos ventos, a energia eólica pode ser considerada como
vento
uma das formas de manifestação da energia do Sol.

vento Uma estimativa da energia total disponível nos


respiração e ventos ao redor do planeta pode ser feita a partir da hi-
evaporação transpiração
pótese de que aproximadamente 2% da energia solar
absorvida pela Terra é convertida em energia cinética
dos ventos. Este percentual, embora pareça pequeno,
representa centena de vezes a potência atual instalada
nas centrais elétricas do mundo.
Figura 2.3 – Energia eólica na navegação

infiltração
2.4 Energia de origem fóssil

A figura 2.4 ao lado caracteriza bem algumas variedades


Figura 2.1 - Ciclo da água
da biomassa utilizada na formação dos combustíveis fósseis.
2.2 Energia de biomassa Existem três grandes tipos de combustíveis fósseis: o carvão, o
petróleo e o gás natural. Os três foram formados há milhões
de anos atrás, motivo pelo qual recebem esse nome, uma alu-
energia solar A energia de biomassa vem de tudo o que é de origem são aos fósseis de dinossauros, mortos há milhões de anos. Os
(fotossíntese) orgânica. Como mostrado na figura 2.2 ao lado, o sol for- combustíveis fósseis são resultado de um processo de decom-
nece energia para que as plantas possam realizar a fotos- posição das plantas e dos animais.
síntese e a evapotranspiração, que nada mais é do que a subsolo
As plantas armazenam a energia recebida do sol transfor-
“transpiração” das plantas. É por meio da fotossíntese
mando-a no seu próprio alimento. A este processo chama-se
que as plantas transformam a energia do sol em energia rocha impermeável fotossíntese. Por sua vez, os animais comem as plantas e a ou-
química.
gás tros animais para adquirirem energia. Quando as plantas, di-
CO2 O2 + C A energia acumulada nas plantas pode ser absorvida nossauros e outras criaturas morreram, a terra decompôs os
por animais e insetos herbívoros, que por sua vez são a petróleo seus corpos enterrados, camada por camada, debaixo da ter-
fonte de alimento para outros animais e insetos. Esta esca- água ra. São necessários cerca de dois milhões de anos para que es-
C + O2 la de absorção de energia recebe o nome de cadeia ali- rocha impermeável tas camadas de matéria orgânica se transformem em uma pe-
mentar. Todas as fontes orgânicas que são usadas para dra preta e dura a que chamamos carvão, num líquido negro,
produzir energia, e que passam por este processo, são Figura 2.4 – Biomassa de energia
o petróleo, ou ainda no gás natural. A figura 2.4 mostra a for-
Figura 2.2 – Ciclo simplificado fóssil e a localização do petróleo
chamadas de biomassa. ma que o petróleo é normalmente encontrado na natureza.
da biomassa no subsolo

08 09
Capítulo 3 3.1.2 - Convecção
Aplicações para a Energia Solar
3.1 Transmissão de calor A convecção acontece quando as massas de um fluido se movimentam, trocando de posição
entre si. Um bom exemplo é o de uma sala com um aquecedor ligado. O ar em torno do aquece-
dor se aquece, tornando-se menos denso (mais leve)
Antes de estudarmos as aplicações da energia solar, é interessante conhecermos como se que o restante, o que faz com que ele suba. Já o ar loca-
processa a transferência da energia do Sol para a Terra e tudo o que ela possui. lizado em regiões mais afastadas do aquecedor está
mais frio, mais denso e pesado, sendo assim ele des-
Transmissão de calor é como chamamos a passagem da energia térmica (que durante a
io ce, havendo uma troca de posição entre o ar quente
transferência recebe o nome de calor) de um corpo para outro ou de uma parte para outra de ar fr
que sobe e o ar frio que desce. A esse movimento de
um mesmo corpo. Essa transferência pode ocorrer de três modos diferentes: condução, con- ar quente massas de fluido chamamos convecção, e às corren-
vecção e irradiação. tes de ar formadas neste tipo de movimento chama-
mos de correntes de convecção.
3.1.1 - Condução fluxo de ar Pelo exposto pode-se perceber que não se pode fa-
Condução é o processo que ocorre quando a energia térmica passa de um local para outro lar em convecção no vácuo ou em um sólido, já que
por meio das partículas do meio que os separa. Na condução a passagem da energia de uma re- Figura 3.2 - Transmissão de calor este tipo de transmissão de calor só ocorre em flui-
gião para outra acontece porque, na região mais quente, as partículas têm mais energia térmi- por convecção dos (líquidos e gases). A figura 3.2 ao lado ilustra o
ca, o que significa que elas estão vibrando com mais intensidade. Com esta vibração, cada par- exemplo dado.
tícula transmite energia para a partícula vizinha, que passa a vibrar mais intensamente e com
isso transmite energia para a partícula seguinte e assim sucessivamente. Uma ilustração que 3.1.3 – Irradiação
mostra o processo descrito acima se encontra na figura 3.1 a seguir.

Irradiação é o processo de transmissão de calor por meio de ondas eletromagnéticas (chama-


das de ondas de calor). A energia emitida por um corpo (energia radiante) se propaga até o ou-
tro, por meio do espaço que os separa.
Sendo que esse tipo de transmissão
de calor ocorre por meio de ondas eletro-
Figura 3.1 – Transmissão de calor por condução
magnéticas, não há mais a necessidade,
Ao encostarmos o bastão de ferro no fogo, este começa a receber energia vinda do fogo e como no caso da convecção, da presença
vai transferindo esta energia ao longo do bastão de ferro até alcançar o outro extremo onde es- de um meio material para que ela ocorra.
tá a mão que segura o bastão. Quem estiver segurando o bastão gradativamente irá sentir seus Essa forma de transmissão de calor pode
dedos esquentarem, até que não conseguirá mais segurar o bastão por ele estar quente demais portanto ocorrer tanto no vácuo como
ou ser obrigado a retirá-lo do fogo para que esfrie sem queimar suas mãos. em meios materiais.

Um fato muito interessante sobre este tipo de transmissão de calor é que a condução de ca- Toda energia radiante, transportada
lor é um processo que exige a presença de um meio material e, portanto, não ocorre no vácuo, por onda de rádio, infravermelha, ultra-
que é caracterizado pela ausência de qualquer partícula. Figura 3.3 – Transmissão de calor por irradiação violeta, luz visível, raios-X, raios gama,

10 11
etc, pode converter-se em energia térmica por absorção. Só as radiações infravermelhas, no en- 3.2 – USO DIRETO DA ENERGIA SOLAR
tanto, são chamadas de ondas de calor, como por exemplo aquelas que o sol emite em direção a
terra e que a aquecem, conforme mostra a figura 3.3 apresentada.
Com tudo o que já foi descrito, fica evidente que a energia solar é realmente muito útil a to-
Outro bom exemplo é o calor liberado pelo fogo de uma fogueira, como mostrado na figura
dos nós. Quase todas as fontes energéticas disponíveis ao homem vêm da energia irradiada pelo
3.4 a seguir.
sol. A utilização direta desta energia irradiada ocorre por meio de diversos mecanismos, varian-
do de região para região e de acordo com a estrutura econômica de cada local.
Entre as aplicações possíveis para a energia solar direta, está a utilização da energia solar pa-
ra geração de energia elétrica destinada ao acionamento de bombas hidráulicas, como mostram
as figuras 3.6 e 3.7 a seguir.

Figura 3.4 - Irradiação de calor

OBSERVAÇÃO:

Um corpo de cor escura é bom absor-


vente de calor e é um mau refletor. Um
Figura 3.6 – Painel fotovoltáico para acionamento de bomba d'água
corpo de cor clara é bom refletor de ca-
lor e é um mau absorvente.
Todo bom absorvente é bom emis-
Outra utilização bastante comum é a secagem
sor de calor. Todo bom refletor é mau
e/ou desidratação de alimentos como frutas, car-
emissor.
nes e peixes. Este processo ocorre com a utilização
de estufas de secagem como mostra a figura 3.8.
Exemplo:
Corpos negros são bons absorventes Outra possibilidade, a de secagem ao ar livre, ain-
e corpos claros são bons refletores de ca- da é um dos processos mais utilizados, além de se
lor. Observando a figura 3.5 abaixo se mostrar bastante útil em culturas como café, chás e
pode ter uma noção mais significativa tabaco. A figura 3.9 mostra um exemplo deste tipo
do tópico descrito acima de secagem. O Brasil é um dos países que mais de-
senvolveu a tecnologia de secadores solares.

Figura 3.7 – Conjunto para bombeamento Estes mecanismos são utilizados quando a tem-
de água em rios, lagos, etc., acionado peratura necessária é relativamente baixa, cerca de
Figura 3.5– Transmissão de calor por irradiação por painel fotovoltaico. 150 ºC. Quando se necessita de exposição direta, os

12 13
alimentos são acondicionados ção. As figuras 3.10 e 3.11 mostram exemplos de fogões solares para cocção.
em caixas com fundo preto e re-
cobertos por plástico transpa-
rente, formando um efeito estu-
fa em seu interior. Caso os ali-
mentos não possam ser expos-
tos diretamente ao sol, é utili-
Figura 3.8 - Energia solar para a desidratação de alimentos zado um mecanismo de circu-
lação forçada do ar. Neste tipo
de equipamento, coletores pla-
nos aquecem o ar que circula Figura 3.10 - Fogão solar para cocção – Churrasqueira solar
através do local onde os ali-
mentos estão armazenados. A O fogão solar parabólico, mostrado na figura
circulação do ar no interior do 3.11, ao lado, funciona a partir da concentração dire-
local de armazenagem pode ta da luz do sol em uma panela que é colocada com o
ser forçada ou natural, por con- seu fundo no foco do refletor que forma o fogão. Os
vecção. raios solares incidem na superfície refletora do refle-
tor e convergem para um foco central. Neste ponto, a
Caso seja necessária uma
temperatura alcançará valores altos o suficiente para
temperatura maior são utiliza-
cozinhar o alimento dentro da panela. A figura 3.12 a
dos concentradores. Estes con-
seguir explica melhor o funcionamento do fogão so-
centradores são equipamentos
lar parabólico.
Figura 3.9 – Energia solar para secagem de alimentos dotados de lentes, refletores cô-
nicos, cilíndricos, conjuntos de Figura 3.11 – Família utilizando Outra possibilidade é utilizar caixas revestidas in-
espelhos, etc., que concentram os raios solares em uma área definida, permitindo que no local o fogão solar parabólico ternamente com um isolante térmico e recobertas
onde é fixado o foco se obtenha temperatura acima de 2000 ºC. Nestes casos é necessário que o com espelhos ou uma superfície reflexiva. Os raios
equipamento possua um sistema eletrônico, para fazer com que os concentradores possam es- solares refletidos para o interior da caixa aquecem o
tar sempre alinhados com a posição adequada do sol. ar e o utensílio utilizado para cocção dos alimentos.
A figura 3.13 a seguir mostra um esquema simplifi-
Em regiões onde existe a escassez de água, podem ser utilizados destiladores solares por efei-
cado de um fogão solar feito em uma caixa.
to térmico. Estes destiladores servem para obtenção e tratamento de água com alto teor salino,
convertendo-a em água potável. Um dos usos diretos da energia solar mais difun-
didos no Brasil é para aquecimento de água. Muitas
Outra utilização bastante difundida é o aquecimento de água e a geração de energia elétrica,
residências utilizam esse processo para aquecimen-
processos que serão descritos mais adiante.
to de toda a água necessária para banheiros e cozi-
Em muitos países, a população menos favorecida economicamente utiliza a energia solar pa- nhas. Além disso são também utilizados para o aque-
ra cozinhar alimentos. Isto é feito com um equipamento bastante simples, o fogão solar, que po- cimento de grandes quantidades de água para abas-
de utilizar tanto o efeito estufa quanto os concentradores. Como este aparelho utiliza a energia tecimento de piscinas em residências, hotéis e clu-
Figura 3.12 – Esquema simplificado de
direta do sol, somente pode ser utilizado durante o dia e em dias de céu limpo e com boa insola- bes. A figura 3.14 a seguir mostra um esquema sim-
fogão solar parabólico

14 15
Figura 3.13 – Esquema simplificado de Figura 3.14 – Esquema simplificado de painéis
fogão solar em caixa com espelhos termo solares para aquecimento de água em piscinas

Figura 3.15 - Secadora de roupas soletrol para ambientes fechados

Figura 3.16 – Satélite com Figura 3.17 – Nômade carregando


painéis fotovoltaicos bateria com painéis fotovoltaicos
durante travessia pelo deserto

ples de funcionamento de painéis termo solares para aquecimento de água para piscinas.
Outra aplicação, utilizada em residências, é a secadora de roupas termo solar, mostrada na fi-

16 17
3.3 - ENERGIA TERMO SOLAR máximo a energia que o sol oferece para ser utilizada em todo território nacional. A primeira
forma de aplicação que discutiremos é o sistema de aquecimento de fluidos através da ener-
gia solar direta, mais conhecido como sistema termo solar. Esse sistema possui diversas van-
Agora que já foram explicados os princípios básicos sobre o sol e sua energia, fica mais sim- tagens, entre as quais se pode citar:
ples falar sobre a sua aplicação na geração de energia térmica para aquecimento de água e/ou
-a energia que ele utiliza é abundante e gratuita
para a geração de energia elétrica, duas fontes renováveis, gratuitas e benéficas ao ambiente. 100%
-é aplicável em quaisquer circunstâncias. Como
fonte térmica ele pode ser utilizado para o aque-
3.3.1 – Potencial de energia solar 75% cimento de água, aquecimento de ar para ambi-
entes e para secagem de produtos agrícolas.

aquecedor elétrico
Como a Terra recebe a energia do sol com intensidades diferentes em cada região do globo -manutenção simples.
50%

aquecedor solar
terrestre, classifica-se cada região de acordo com o seu potencial de energia solar. Conforme
-a vida útil do painel termo solar é longa (por vol-
mostra a ilustração 3.18 a seguir, as regiões localizadas acima do Circulo Polar Ártico e abaixo

gás GLP
ta de 25 anos).
do Circulo Polar antártico são consideradas de baixo potencial de energia solar. As regiões loca- 25%
lizadas entre os círculos polares e os trópicos são consideradas de médio potencial e as localiza- -o custo das instalações é diluído ao longo de
das entre as linhas tropicais são consideradas de alto potencial de energia solar. sua vida útil.
0%
Pólo Norte
Figura 3.19 – Custo comparativo de A desvantagem prin-
Círculo Polar Ártico aquecimento de água
Alto Potencial de Energia Solar cipal deste sistema é a di-
Trópico de Câncer minuição da eficiência
Médio Potencial de Energia Solar
em dias nublados e chu-
Baixo Potencial de Energia Solar vosos, devido à diminu-
Equador
ição da radiação solar.
Ainda assim, seu custo
Trópico de Capricórnio comparativo para aque-
cimento de água é van-
Círculo Polar Antártico
tajoso, como mostra a fi-
Pólo Sul Figura 3.18 – Potencial de energia solar global gura 3.19 acima.
Os sistemas termo so-
O Brasil é um país que possui a maior parte de seu território localizada em uma região de alto lares atuais, embora pos-
potencial de aproveitamento de energia solar. Assim, podemos considerar que é possível utili- sam apresentar peque-
zar sistemas de captação de energia solar em qualquer região do país. nas diferenças constru-
tivas, possuem os com-
3.3.2 – Sistema termo solar para aquecimento de água. ponentes principais
apresentados na figura
3.20 ao lado e descritos a
Considerando todo este potencial do nosso país, fica clara a necessidade de se aproveitar ao seguir.
Figura 3.20 – Conjunto para aquecimento de água por energia solar

18 19
A) Reservatório de água fria. C) Coletor solar
O reservatório de água fria é o responsável pelo fornecimento de água para ser aquecida. A função do coletor solar é captar a energia solar, fornecida em forma de radiação solar, e con-
Normalmente, em residências, pode-se usar a própria caixa de água da casa. Para isto, a tomada vertê-la em energia térmica. Quando a luz do Sol atinge o coletor ela aquece placas absorvedo-
de água (saída da caixa de água fria) deve estar em um nível superior ao do sistema de aqueci- ras pintadas de preto que por sua vez aquecem a água que circula dentro de tubulações de co-
mento. Assim a água será conduzida ao painel por gravidade. bre. O painel é fechado na parte superior com uma lâmina de vidro transparente que permite a
passagem da radiação e dificulta a perda de calor das placas absorvedoras (efeito estufa).

B) Reservatório térmico ou “Boiler” Entre a placa absorvedora e o fundo do coletor solar existe uma camada de material isolante.
Esta camada isolante tem o papel de dificultar a troca de calor entre a parte inferior das placas co-
O reservatório térmico conhecido também como “Boiler”, é o recipiente onde a água aqueci-
letoras e o ambiente, melhorando a eficiência do coletor.
da será armazenada para ser consumida. Ele é formado por dois cilindros, um interno e outro ex-
terno, com o espaço entre eles preenchido por um material que seja um bom isolante térmico (lã As tubulações que levam a água aquecida para o consumo deverão ser de cobre ou de PVC es-
de vidro, lã de rocha, espuma de poliuretano). A função desse preenchimento é diminuir as per- pecial para água quente, e devem ser termicamente isoladas para diminuir a perda de calor.
das de calor da água aquecida para o ambiente. É normal a utilização de um sistema auxiliar de aquecimento elétrico, que permitirá que a
Os reservatórios são classificados em reservatórios de baixa e de alta pressão, de acordo com água seja aquecida nos dias nublados ou de chuva
a pressão exercida pela água em seu interior. Esta pressão normalmente é medida em m.c.a. (me- Para que o sistema funcione adequadamente deve haver um desnível mínimo de 30 cm e má-
tros de coluna de água – 1 mca = 0,1 kgf/cm2). Os reservatórios de baixa pressão suportam até 10 ximo de 50 cm entre a parte inferior do reservatório térmico e a parte superior do coletor solar.
m.c.a, ou seja, o desnível máximo entre a parte superior do reservatório de água e a parte baixa Isso é necessário para garantir que se estabeleça uma corrente de convecção que fará com que a
do boiler deve ser de no máximo 10 m. Os reservatórios de alta pressão suportam até 40 m.c.a. água circule entre a placa coletora e o reservatório de água quente. Falando de forma simplifica-
Quando o reservatório térmico for de baixa pressão ele deve conter um “respiro”, ou seja, da, esse fenômeno, que recebe o nome de termosifão, ocorre devido às diferenças de temperatu-
um tubo de cobre que interliga o interior do reservatório com o ambiente externo. Assim, caso ra da água no sistema. Se a água do boiller estiver em uma temperatura menor que a das placas,
ocorram pressões maiores do que as admissíveis ou caso haja formação de vácuo dentro do boi- e portanto mais pesada, ela irá “empurrar” a água do coletor solar, que será obrigada a subir pa-
ler, o respiro impedirá a expansão ou o estrangulamento do reservatório térmico. No caso dos re- ra o interior do reservatório térmico se misturando com a água existente ali, fazendo subir um
servatórios de alta pressão o respiro é substituído por uma válvula de segurança compatível pouco a temperatura da água. Essa circulação só cessará quando as temperaturas da água no boi-
com a pressão admissível para o boiler. A figura 3.21 a seguir mostra aspectos de boilers nor- ler e nas placasse igualar.
malmente utilizados em sistemas termo solares.

A - Cobertura transparente
B - Tubulação condutora de água
C - Chapa absorvedora de calor
D - Caixa externa
E - Isolamento térmico
F - Chapa de fundo

Figura 3.21 - Boiler Figura 3.22 – Coletor solar para aquecimento de água

20 21
D) Válvula anticongelamento nadas geográficas de 22º 22' 30'' latitude sul, a incli-
Nas localidades onde, mesmo que em apenas algumas ocasiões, a temperatura for muito bai- nação do coletor para se obter o máximo de aprovei-
xa, recomenda-se a instalação de uma válvula anticongelamento. Cada vez que a água atingir a tamento no período de inverno deverá ser:
temperatura de 6oC, esta válvula se abrirá e irá drenar a água do coletor para fora do sistema. X= Latitude local + 15
Isto reduz bastante as possibilidades de danos físicos ao sistema, que pode se romper com o con- Para a cidade de Itajubá X= 22º + 15º = 37º
gelamento da água em seu interior.
Cada um destes componentes possui seu lugar dentro das instalações do sistema de aqueci-
Figura 3.24 – Instalação do sistema C) Arranjos normalmente utilizados.
mento termo solar. Na seqüência serão exibidas as características de instalação do sistema.
do coletor solar para a situação 1
Existem basicamente 5 arranjos diferentes que po-
dem ser utilizados para instalação do sistema solar
3.3.2.1– Recomendações para instalação. de aquecimento de água para uso residencial, con-
forme será mostrado a seguir:
A) Posicionamento dos coletores Primeira situação
Para posicionamento dos coletores devemos considerar a localização geográfica da residên- Nesta primeira situação, mostrada na figura 3.24,
cia. No hemisfério sul os coletores devem ser instalados com as faces viradas para o norte geo- tanto o boiler como o reservatório de água fria ficam
gráfico. No hemisfério norte eles devem ser instalados com as faces voltadas para o sul geográfi- embaixo do telhado e com desnível positivo entre
Figura 3.25 – Instalação do sistema
co. Isto possibilita uma maior insolação e consequentemente maior captação de energia ao lon- do coletor solar para a situação 2 eles.
go do dia. Aceita-se uma variação de 15o para esquerda ou para a direita com relação ao norte ge- Este arranjo é o mais simples, porém deve haver
ográfico. espaço suficiente sob o telhado para acomodação de
B) Inclinação dos coletores todos os componentes.
lar A inclinação do painel depende da latitude do lo- Segunda situação
NORTE
t or So
ole cal onde ele será instalado, conforme mostrado na fi-
C A figura 3.25 mostra o arranjo que deve ser utili-
gura 3.23. A latitude do local de instalação do painel zado nos casos em que não há espaço nem desnível
poderá ser obtida através de consulta a mapas, ao suficiente para instalação do reservatório de água
Figura 3.26 – Instalação do sistema
X (inclinação do coletor solar) IBGE ou ainda a sites de informações geográficas co-
do coletor solar para a situação 3 fria sob o telhado, o que obriga sua instalação na par-
X= Latitude local (graus) mo o site da EMBRAPA – www.cdbrasil.cnpn.em- te externa do telhado.
Figura 3.23 – Inclinação do coletor brapa.br.
Terceira situação
O ângulo de incidência da luz do sol muda em fun-
O arranjo mostrado na figura 3.26 é utilizado no
ção das estações do ano, de forma que seria ideal se a inclinação do coletor mudasse acompa-
caso de telhados com pequena inclinação, onde o
nhando essa variação, o que raramente é viável. No verão, além da insolação ser de maior inten-
desnível se torna negativo, ou seja, o boiler fica abai-
sidade e de maior duração, a temperatura ambiente da água é maior que no inverno. Sugere-se
xo da linha do topo do coletor solar. Nestes casos é
portanto que a inclinação das placas seja ajustada para se conseguir um desempenho máximo
necessário que se instale um dispositivo que impeça
do aquecedor no período de inverno. Para isso deve-se ajustar o ângulo de inclinação das placas
a água quente, que entra no boiler, de retornar aos pa-
em um valor igual à latitude local + 15o.
Figura 3.27 – válvula de inéis por efeito da gravidade. Para esta finalidade
No caso de Itajubá, cidade brasileira situada no sul do estado de Minas Gerais, e com coorde- desnível negativo existe uma válvula chamada de válvula solar de des-

22 23
nível negativo, exibida na figura 3.27 ao lado. Esta Tabela 3.1 – Consumo de água em uma residência
válvula irá bloquear o fluxo reverso da água no DESCRIÇÃO CONSUMO
sistema termosifão, evitando assim a recirculação
Chuveiro 50 litros por banho (1 pessoa)
em períodos sem insolação e à noite.
Por desnível negativo deve-se entender um Banheira convencional (1 pessoa) 100 litros por banho
desnível entre o topo do coletor solar e o fundo do Banheira dupla (2 pessoas) 200 litros por banho
boiler, menor do que os 30 cm mínimos exigidos
para uma correta instalação do sistema termoso- Torneira de água quente na cozinha 50 litros por dia (uso moderado)
Figura 3.28 – Instalação do sistema
do coletor solar para a situação 4 lar. Conforme vimos, para que o sistema funcione Máquina de lavar pratos 150 litros por dia
corretamente, é necessário que o desnível entre o
fundo do reservatório e o topo do coletor termo- Máquina de lavar roupas 150 litros por dia
solar fique entre 30 cm e 50 cm.
04 pessoas 01 máquina de lavar roupa
Quarta situação
01 chuveiro 01 torneira de água quente na cozinha
O quarto arranjo corresponde ao mostrado na
Considerando que cada morador tomará um banho por dia, teremos:
figura 3.28. Neste caso o reservatório de água e o
boiler estão instalados em uma torre sobre o te- 1 banho----------------50 litros de água quente
lhado, construída para esta finalidade. Esta mon- 4 banhos---------------X banhos
Figura 3.29 – Instalação do sistema
do coletor solar para a situação 5 tagem possibilita aumentar o desnível entre os do-
= 200 litros água quente por dia
is reservatórios mantendo-o positivo.
Quinta situação:
Tabela 3.2 – Estimativa de consumo de água Lavar roupa = 150 litros por dia
Este arranjo é adequado para casos onde todo o sistema está instalado fora da residência, con-
forme mostrado na figura 3.29. QUANTIDADE DE ÁGUA Torneira da cozinha = 50 litros por dia
ATIVIDADE
QUENTE POR DIA
Banho 200 litros
3.3.2.2 – Exemplo de dimensionamento. Somando todos os consumos teremos
Lavar roupa 150 litros
os valores mostrados na tabela 3.2.
Torneira da cozinha 50 litros
Agora que já foram discutidas as características de um sistema de aquecimento de água utili- 400 litros / dia
Total
zando energia solar, pode ser realizado seu dimensionamento, conforme mostrado nos itens a
seguir.
O primeiro passo é o levantamento das necessidades diárias de água quente no local de ins-
talação do sistema termosolar, que é a chamada demanda diária de água.
1) Cálculo da demanda diária:
A tabela 3.1, mostra a lista dos itens mais comuns utilizados em conjunto com o painel termo
solar.
Como exemplo será calculado o sistema para uma residência com as características abaixo:

24 25
Escolha do reservatório 3.4 Energia solar fotovoltáica
Os reservatórios são fabricados com volumes padronizados, e portanto, deve ser escolhido
aquele com volume mais próximo do volume diário calculado. Para isso pode-se consultar tabe-
Outra forma de utilização da energia solar que é bastante difundida são os painéis fotovolta-
las de fabricantes, similares à que apresentamos a seguir.
icos, que convertem diretamente a luz solar em energia elétrica. Estes sistemas possuem al-
Tabela 3.3– Dimensões de um Boiler comercial
gumas características interessantes conforme listado a seguir.
Capacidade Espaço Necessário Pés de
Dimensões (cm) Peso cheio (kg) - Ideal para fornecimento de energia elétrica em locais onde o acesso à rede convencional
(Litros) para instalação (cm) sustentação
é difícil, como, por exemplo, postos de saúde em locais isolados, estações de medição e de
200 A 60 - B 90 A 90 - B 160 2 COBRE:213 - INOX:217
bombeamento de água.
300 A 60 - B 140,1 A 90 - B 210,1 2 COBRE:317 - INOX:322
- Fácil instalação, aplicável em qualquer situação graças a sua modularidade e por ser
400 A 60 - B 174,0 A 90 - B 244 3 COBRE:422 - INOX:429 portátil.
500 A 60 - B 214 A 90 - B 284 3 COBRE:528 - INOX:536
- Geração de energia elétrica para uso residencial, estações remotas de rádio e TV, ilumi-
600 A 60 - B 249,2 A 90 - B 319,2 4 COBRE:634 - INOX:643 nação pública, etc.
De acordo com o calculado, necessitamos de 400 litros - Forma limpa de geração de energia.
de água, logo o reservatório deverá poder armazenar no - Pode ser utilizada em diversos tipos de atividade como por exemplo: camping, barcos
imento
B-compr mínimo 400 litros de água. De acordo com a tabela acima, de passeio, dessalinização de água, sinalização marítima, etc.
ou a escolha irá recair sobre um reservatório e 400 litros
- Simples instalação e manutenção (limpeza simples).
ou, admitindo-se uma margem de segurança, 500 litros,
para eventuais gastos além do que foi calculado. - Permite sua auto-suficiência energética. Quando bem dimensionados e bem instalados
permitem a auto-suficiência do sistema de fornecimento de energia elétrica, mesmo em dias
Sabendo quais as dimensões do sistema, o próximo
nublados.
passo é a escolha do arranjo, que será feita de acordo com
A-diâmetro as características do equipamento escolhido e do telha- - O sol pode ser utilizado por todos sem discriminação (exceto nas regiões geladas, além
do. dos círculos polares onde o sol tem baixo potencial de energia).

Disposição de instalação: Horizontal, podendo ser instalado ao lado ou embaixo da caixa - Simples instalação.
d'água , o que na maioria dos casos evita a construção de torres sobre o telhado. - Longa vida útil que permite a diluição do custo inicial.
Pressão de trabalho: 2 m.c.a (metros de coluna d'água) para cobre e 5 m.c.a para inox.
O próximo passo é a escolha do painel coletor, que é feita com base no volume de água que 3.4.1 – Princípio de funcionamento.
se quer aquecer. De forma geral em um dia ensolarado, quase sem nuvens, uma área coletora de De toda a radiação solar que chega às camadas superiores da atmosfera terrestre, apenas
1 [m2] é capaz de aquecer 60 litros de água a uma temperatura de 60o C. Com esses dados pode- uma parte alcança a superfície terrestre, o que é resultado da reflexão e absorção dos raios sola-
se calcular a área total de coletores necessária, conforme mostrado a seguir. res pela atmosfera. A parte que consegue alcançar o solo é constituída por uma componente dire-
1m2 -------- 60 Litros ta e por uma componente difusa. A figura 3.30 ilustra este processo.
Xm2 ------- 400 Litros As modificações que ocorrem com a luz dependem da espessura da camada atmosférica, da
distância Terra-Sol e das condições atmosféricas e meteorológicas.
Será necessária, portanto, uma área coletora de 6,67 m2 ou mais. Logo, se forem utilizados pa-
inéis de 1,0 m2, serão necessários 7 painéis. No caso de painéis de 2,0 m2, seriam necessários 4 pai- Devido a variáveis como alternância entre dia e noite, estações do ano e períodos de passa-
néis. gem de nuvens e chuvosos, o recurso energético solar apresenta grande variabilidade. Isto oca-

26 27
siona a necessidade da seleção de um sistema ade- Se, durante o processo de construção da célula de silício, for adicionado o elemento químico
quado de armazenagem da energia convertida pe- Boro, que possui três elétrons de ligação e não cinco como o Fósforo, haverá a falta de um elé-
lo sistema fotovoltáico. tron para satisfazer as ligações com os átomos de silício da rede cristalina. Esta ausência de elé-
Reflexão A energia solar fotovoltaica é o nome dado à trons recebe o nome de lacuna. Como o elétron está com pouca energia, ocorre que um elétron
energia obtida com a conversão direta da luz solar da outra camada (tipo N) pode agora passar para esta banda e ocupar uma lacuna. Neste caso o
em eletricidade. A esta conversão damos o nome Boro recebe o nome de dopante tipo P.
de efeito fotovoltáico. Este efeito foi relatado pela Cada célula solar fotovoltaica compõe-se de uma camada fina de material tipo N e outra,
primeira vez no ano de 1839 por Edmond Becque- com maior espessura, de material tipo P.
Absorção rel. Este fenômeno se refere ao surgimento de Quando separadas, as camadas são eletricamente neutras, porém ao formar o conjunto (jun-
uma diferença de potencial, ocasionada pela ab- ção P-N), aparece um campo elétrico porque os elétrons do silício tipo N preenchem as lacunas
sorção da luz, nos extremos de uma estrutura de do silício tipo P. As figuras 3.32 e 3.33 mostram esquemas simplificados deste processo.
Irradiação
Solar Direta material semicondutor.
Silício tipo N Silício tipo P
Esta conversão é realizada por uma “célula fo- Dopado com Fósforo Dopado com Bóro raios solares
tovoltaica” que é o nome dado à unidade funda-
mental do sistema de conversão fotovoltáica.
célula solar
Estas células são formadas por pastilhas confecci-
-
e
Figura 3.30 - Componente da radiação
onadas de material semicondutor, entre os quais material condutor
solar ao nível do solo
os mais utilizados são o Germânio e o Silício.

carga
luz solar elétrons
O efeito fotovoltaico citado acima ocorre nos chamados semicondutores, que são caracteri- incidente
corrente
zados por possuírem bandas de energia onde é permitida a presença de elétrons, também co-
nhecidas por bandas de valência e outra banda totalmente vazia, ou cheia de lacunas, chamada Pólo Negativo Pólo Positivo
de banda de condução.
Figura 3.32 – Conversão fotovoltáica Figura 3.33 – Formação de corrente
O semicondutor mais utilizado é o silício. Seus elétrica fotovoltáica
átomos se caracterizam por possuírem quatro elé-
trons que se ligam aos elétrons vizinhos, formando A luz solar é constituída de diversos tipos de partículas elementares denominadas fótons.
assim uma rede cristalina. Esta estrutura cristalina Quando os fótons atingem as pastilhas de silício que compõem o painel fotovoltaico, os elé-
molecular é formada por uma repetição angular trons livres que formam este material ficam sensibilizados pela energia. Ao receberem a ener-
em três dimensões da sua unidade fundamental, gia solar, através dos fótons, e dependendo do fluxo de radiação solar, os elétrons aceleram
ou seja, seu átomo, apresentando assim a forma de seu movimento e se separam da camada onde se encontravam (N) e são coletados pela outra
um tetraedro com um átomo localizado em cada camada (P). Assim uma camada ficará com excesso de carga positiva e a outra com excesso de
Figura 3.31 – Estrutura do cristal de silício vértice, conforme mostrado na figura 3.31 ao lado. carga negativa. Logo, se as duas superfícies forem adequadamente conectadas, os elétrons se-
guirão um fluxo, um caminho por meio do material condutor, surgindo com isso o que cha-
Ao se adicionar a este componente um elemento como o fósforo, que possui cinco elétrons de
mamos de corrente elétrica. O processo alcança um equilíbrio quando o campo elétrico forma
ligação, haverá um elétron em excesso que não poderá ser emparelhado e que ficará "sobrando"
uma barreira capaz de barrar os elétrons livres remanescentes no lado N.
nesta rede cristalina. Como este elétron está fracamente ligado a seu átomo de origem, com o for-
necimento de pouca energia térmica este elétron se torna livre, e migra para a banda de condu- Se uma junção PN for exposta a fótons com energia maior que a barreira elétrica formada,
ção. Neste caso, o fósforo é chamado de material dopante doador de elétrons ou dopante tipo N. ocorrerá a geração do par elétron-lacuna; se isto acontecer na região onde o campo elétrico é di-

28 29
ferente de zero, as cargas serão aceleradas, criando, assim, uma corrente através da junção; es- fotovoltaicas são encapsuladas em um material plástico de Etilvinilacelato, existindo ainda um
te deslocamento de cargas dá origem a uma diferença de potencial (ddp) á qual chamamos de vidro colocado na face do módulo voltada para o Sol. Uma moldura em alumínio é acrescentada
Efeito Fotovoltaico. Se as duas extremidades deste "pedaço" de silício forem conectadas por para aumentar a rigidez do conjunto além de uma caixa com as conexões para os terminais posi-
um fio, haverá o surgimento de um fluxo de elétrons, ou corrente elétrica. Esta é a base do fun- tivo e negativo. Nos conectores da caixa conectam-se os cabos que ligam o módulo ao sistema.
cionamento das células fotovoltáicas. A corrente elétrica fotovoltaica poderá ser utilizada para acionar as cargas diretamente ou
Além do Fósforo e do Boro podem ser utilizados outros elementos químicos, assim como si- ainda poderá ser armazenada em baterias para ser utilizada posteriormente.
lício de diferentes tipos, o que dá origem a mais de um tipo de célula fotovoltáica. Os tipos exis- A quantidade de energia elétrica gerada pelo painel, chamada de energia fotovoltáica, de-
tentes são classificados de acordo com o seu método de fabricação, conforme descrito a seguir. penderá da área coletora do painel utilizado e da intensidade da luz solar existente no local on-
Silício monocristalino: Este tipo de célula é obtido a partir de barras cilíndricas de silício de o painel for instalado.
mono cristalino produzidas em fornos especiais. As células são obtidas por corte das barras Sendo um sistema de energia elétrica, ele pode ou não ser utilizado em conjunto com a rede
em forma de pastilhas quadradas finas da ordem de 0,4 mm a 0,5 mm de espessura. A eficiên- elétrica das empresas de energia elétrica existentes no mercado de energia.
cia de conversão de luz solar em eletricidade, deste tipo de célula, é da ordem de 12%.
Entre os tipos de sistemas fotovoltáicos existentes temos:
Silício policristinalino: Estas células são produzidas a partir de blocos de silício obtidos por
1) Sistemas isolados: São sistemas não ligados à rede convencional de energia elétrica. Em ge-
um processo onde quantidades de silício puro são colocadas em moldes especiais. Uma vez
ral, estes sistemas utilizam alguma forma de armazenagem de energia.
nos moldes, o silício arrefece lentamente e solidifica-se. Neste processo, os átomos não se orga-
nizam num único cristal. Forma-se uma estrutura policristalina com superfícies de separação 2) Sistemas híbridos: São sistemas que, quando desconectados da rede convencional de ener-
gia, possuem outras fontes de alimentação para suprir suas necessidades energéticas. Como
entre os cristais. Sua eficiência na conversão de luz solar em eletricidade é um pouco menor do
exemplo de fontes alternativas de energia, temos a energia eólica, geração de energia elétrica a
que nas de silício monocristalino.
diesel, geração de energia elétrica por meio da força das marés, geração de energia elétrica com
Silício amorfo: Estas células são obtidas por meio da deposição de camadas muito finas de biogás. Como são utilizadas várias fontes de energia, é necessário um controle mais rigoroso so-
silício sobre superfícies de vidro ou metal. Sua eficiência na conversão de luz solar em eletrici- bre as mesmas para que se consiga uma otimização do processo de captação e utilização da ener-
dade varia entre 5% e 7%. gia gerada.
O rendimento elétrico atribuído a cada tipo de célula fotovoltaica é mostrado na tabela 3.4. 3) Sistemas interligados à rede: Neste tipo de sistema, toda a geração é entregue diretamente
Tabela 3.4 - Rendimento elétrico de células fotovoltáicas á rede de energia elétrica. Sendo assim, o sistema interligado funciona como um complemento
Rendimento Rendimento máximo Rendimento máximo ao sistema elétrico de maior porte onde está conectado.
Tipo de célula fotovoltaica
típico registrado em aplicações registrado em laboratório
Mono-cristalina 12-15% 22,7% 24,0%
3.4.2 – Componentes do sistema.
Poli-cristalina 11-14% 15,3% 18,6%
Silício amorfo 6-7% 10,2% 12,7%

Um módulo fotovoltáico é composto por células individuais conectadas em série, o que per- 1) Painel solar
mite elevar a tensão gerada, já que a tensão resultante será a soma das tensões de cada célula. A O painel é constituído por uma ou mais placas solares, formadas por células fotovoltáicas
tensão nominal do módulo será igual ao produto do número de células que o compõem pela ten- que são as responsáveis por converter a energia do sol em energia elétrica. De acordo com a po-
são de cada célula que é de aproximadamente 0,5 volts. Normalmente os módulos fotovoltaicos tência a ser utilizada tem-se uma área de painel a ser adquirida. O que se faz é agrupar mais de
são formados por 30, 32, 33 ou 36 células em série, dependendo do tipo de aplicação exigida pelo um painel para formar um conjunto com área suficiente para a tensão e potência desejadas.
módulo. O painel é utilizado para acionar as cargas ou para carregar as baterias. Quanto maior for a
Pra que o módulo tenha rigidez, isolamento elétrico e resista a fatores climáticos, as células área do painel, mais energia poderemos utilizar ou armazenar. Esta quantidade de energia de-

30 31
pende também da intensidade do brilho do sol. Tabela 3.5 - Medidas para o gabarito de instalação de painéis fotovoltaicos
2
Uma placa solar de 0,4 m fornece uma tensão máxima de 14,5 Volts e uma corrente contínua Latitude Lado A Lado B Lado C
em torno de 2,5 Ampéres. Uma placa desse tipo terá uma potência de pico de 36 watts, que re- (Graus) (cm) (cm) (cm)
sulta em uma capacidade de fornecimento de energia de 150 Wh por dia, quando se considera o N A 0° 0.00 00 0.00
tempo de funcionamento e as variações de insolação. C 5° 40.20 40 3.50
10° 40.60 40 1.00
As placas podem ser ligadas de diversas formas, quer seja em série, em paralelo ou ligação
15° 41.40 40 10.70
mista. A ligação série permite um aumento do valor da tensão, enquanto a conexão em paralelo 20° 42.60 40 14.06
B
permite um aumento da corrente possível de ser fornecida. 25° 44.10 40 18.70
Figura 3.35 – Gabarito para
A instalação do painel deve ser feita de maneira que ele receba o máximo de sol ao longo do 30° 46.20 40 23.10
inclinação dos painéis
dia. Como um sistema onde o painel pudesse acompanhar o deslocamento do sol ao longo do 35° 48.80 40 28.00
dia encarece o conjunto, o mais simples é fazer a instalação em uma posição intermediária, fixa, 2) Baterias.
e que proporcione um maior aproveitamento de energia. As baterias servem para acumular energia que será utilizada nos equipamentos em horários
Os momentos de menor aproveitamento ocorrem no início da manhã e ao final da tarde. Em sem a presença do sol ou quando a energia captada pelo painel e fornecida ao sistema for menor
contrapartida o horário de maior aproveitamento fica entre 11 horas e 14 horas. Da mesma for- do que a necessária.
ma que nos painéis termosolares instala-se o painel fotovoltaico com uma inclinação igual à da O número de baterias a ser utilizado depende da carga instalada. O recomendado é a utiliza-
latitude local e com a face do painel voltada para a direção norte quando ele estiver sendo insta- ção de uma bateria de 100 Ampéres-hora para cada placa de 0,4 m2 de área instalada no painel so-
lado no hemisfério sul e voltado para o sul quando ele estiver instalado no hemisfério norte. lar, o que garante operação confiável para o sistema. Recomenda-se ainda a utilização de bateri-
A capacidade real de geração de energia dos módulos fotovoltaicos é medida em determina- as seladas para se evitar a verificação e possível complementação do nível da solução eletrolíti-
das condições que seguem um padrão de normas de controle e que são utilizadas por todos os fa- ca. Podem ser utilizadas as baterias seladas automotivas, porém seu tempo de vida útil é peque-
bricantes deste tipo de painel. A potência produzida pelo painel fotovoltaico nestas condições é no, por volta de 2 anos. O recomendável é a utilização de baterias estacionárias de ciclo profun-
expressa em uma unidade denominada Wp (Watts pico). Como a energia solar varia ao longo do, que possuem uma vida útil de 4 a 5 anos.
do dia, fica claro que a produção de energia dos módulos ao longo do dia não é constante, ou se- 3)Condutores.
ja, não é fixa neste valor máximo de pico de produção de energia, ela varia de acordo com a in- Os sistemas alimentados por painéis fotovoltaicos utilizam condutores nos mesmos pa-
tensidade de incidência dos raios solares. drões dos sistemas de energia elétrica de baixa tensão, que devem ser de cobre e com isolamento
O painel deve ser instalado em local limpo, de fá- termoplástico. A tabela 3.6, a seguir mostra algumas medidas de bitola para fios de instalações
cil acesso e sem a presença de obstáculos que possam de sistemas fotovoltaicos.
projetar sombras sobre ele ao longo do dia. O painel 4) Fusíveis.
deve, também, ficar o mais próximo possível do local
Os fusíveis são dispositivos utilizados para proteção de circuitos elétricos contra ocorrência
onde as cargas elétricas serão instaladas, ficando es-
de curto-circuitos. Normalmente são utilizados em equipamentos e circuitos domésticos e in-
sa distância limitada a 10 metros. O painel pode ser
dustriais.
instalado diretamente sobre o telhado ou ainda fixa-
Seu funcionamento tem como base o princípio segundo o qual toda corrente elétrica que cir-
do em mastros, como mostra a figura 3.34.
cula por um condutor gera neste um calor proporcional ao quadrado da sua intensidade. Se a
Para facilitar a colocação do painel pode-se cons-
corrente ultrapassa a intensidade máxima aceitável para o fusível, este se rompe desligando o
Figura 3.34 – Poste com iluminação truir um gabarito (figura 3.35) e com a ajuda da tabe-
circuito.
fotovoltaica em detalhe mostrando o la 3.5, posicionar a inclinação do painel adequada-
painel, bateria de armazenagem de Existem diversos tipos de fusíveis, cada um deles adequado a uma determinada aplicação.
mente.
energia e lâmpadas. Independentemente do tipo utilizado, eles devem ser sempre instalados no condutor positivo e

32 33
Tabela 3.6 – Bitola de fios para sistemas fotovoltaicos ga total o controlador volta a conectar as cargas à bateria. Neste ponto a bateria está com cerca de
Bitola mm2 1,5 2,5 4 6 10 16 25 35 50 70 95 13,5 Volts. Quando a bateria atingir 14,5 Volts, ou seja, estiver com sua carga máxima, o contro-
Ampères Distância em metros lador interrompe o carregamento da bateria. Estes procedimentos aumentam a vida útil da bate-
01 32 51 81 130 205 325 517 652 822 1308 1650
ria e, em conseqüência, de todo o sistema.
02 16 26 40 64 102 163 259 326 411 654 825
04 8 13 20 33 51 81 129 163 205 327 412 Para escolher o controlador devemos utilizar os valores de tensão de alimentação e corrente
06 5 8 14 22 34 54 86 109 137 218 275 que o painel irá fornecer. A tabela 3.7 ao lado, mostra alguns exemplos de modelos de controla-
08 4 6 10 16 26 41 65 82 103 164 206 dor.
10 3 5 8 13 20 33 52 65 82 131 165 Tabela 3.7 - modelos de controlador de carga
15 2 3 5 8 14 22 34 43 55 87 110 Especificação Recomendado para painéis formados por:
20 2 4 6 10 16 26 33 41 65 83
06 Ampéres Uma ou duas placas solares
25 3 5 8 13 21 26 33 52 66
30 2 4 7 11 17 22 27 44 55 12 Ampéres Três ou quatro placas solares
35 3 6 9 15 19 23 37 47 20 Ampéres Cinco ou seis placas solares
40 5 8 13 16 20 33 41
30 Ampéres Sete ou oito placas solares
45 4 7 11 14 18 29 37
50 3 6 10 13 17 26 33
7) Inversores
dimensionados de acordo com acorrente absorvida pelo circuito e pela capacidade de condução Os inversores (figura 3.37) são dispositivos ele-
de corrente do condutor. A capacidade nominal do fusível deve ser sempre maior do que a cor- trônicos utilizados para conversão da corrente con-
rente absorvida pelo circuito e menor do que a capacidade de condução do condutor. tínua, produzida pelos painéis, em corrente alter-
5) Controladores de carga nada, que é aquela utilizda pela maioria dos equi-
O controlador de carga, mostrado na figura pamentos elétricos e eletrônicos.
3.36, é um componente eletrônico utilizado pa- O inversor é instalado após o controlador de
ra controlar o fluxo de energia dos sistemas carga da bateria. Ao ser alimentado com tensão
que utilizam a bateria. O controlador possui 3 Figura 3.37 – Inversor contínua, ele fornece na saída uma tensão alterna-
pares de terminais de saída, sendo um par pa- da nas tensões de 110 Volts ou 220 Volts. Nesse pro-
ra conexão do painel solar, outro para conexão cesso de conversão existe uma perda de energia de aproximadamente 10%. A escolha do inver-
da bateria e o último para os condutores que sor deve levar em conta a potência elétrica fornecida pelo painel solar. Como exemplo temos in-
vão alimentar as cargas. Deve-se atentar para versores alimentados em corrente contínua, 12V ou 24 V, que fornecem na saída corrente alter-
a correta conexão das polaridades, sempre po- nada em 110 V ou 220 V, fabricados para 125 W, 250 W, 300 W, 600W, 800W e 1500W.
sitivo com positivo e negativo com negativo.
A função do controlador de carga é impe- 3.4.3 - Tipos de instalação.
dir que a bateria se descarregue por completo Existem basicamente quatro maneiras de se instalar os sistemas de fornecimento de energia
durante a utilização do sistema. Quando a ba- fotovoltaica para alimentar as cargas. A seguir faremos uma breve descrição das características
teria atinge um nível de carga próximo de 30% de cada uma destas formas de conexão.
de sua carga total, o controlador desconecta as
A) Conexão painel - carga
cargas ligadas a ela e começa a carregá-la.
Este é a forma de conexão mais simples e barata de todas. As cargas são acionadas somente
Assim que a bateria estiver com 80% de sua car-
Figura 3.36 – controlador de carga. quando há a presença de sol, já que estão ligadas diretamente ao painel. Se for necessário, pode-

34 35
se instalar um interruptor para ligar e desligar as car-
A figura 3.41 a seguir apresenta um exemplo clássico de instalação de painéis fotovoltaicos
gas.
com essa forma de conexão.
Um exemplo, citado anteriormente, é a utilização
de bombas d'água com painéis fotovoltaicos, como
mostra a figura 3.38.
B) Conexão painel – bateria – carga
Neste sistema, o painel é utilizado par carregar a ba-
teria, que por sua vez alimenta as cargas. Com este sis-
tema parte da energia gerada é utilizada para carregar
a bateria e outra parte para acionar a carga durante o
dia. Durante a noite utiliza-se a bateria para alimentar
Figura 3.38 – Sistema fotovoltaico
as cargas. Este sistema é também utilizado quando,
painel – carga Figura 3.41 – sistema de geração de energia fotovoltaica completo
mesmo em presença do sol, a energia fornecida pelo
painel
painel não é suficiente para alimentar todas as cargas; 3.4.4 – Exemplo de dimensionamento.
nesta situação são as baterias que fornecem a energia Para fixar bem o conteúdo aprendido até agora, apresentamos a seguir um exemplo de di-
adicional necessária. A desvantagem deste sistema é a mensionamento de um sistema de fornecimento de energia com painéis fotovoltaicos e demais
lâmpada falta de controle sobre a carga da bateria, o que pode componentes.
bateria ocasionar descargas muito intensas ou excesso de car-
1o Passo - Levantamento da carga.
ga, o que reduz a vida útil e compromete o uso do sis-
tema. A figura 3.39 é um exemplo deste tipo de monta- Será considerado nesse exemplo que a casa possui os equipamentos listados a seguir e mos-
gem. trados na figura 3.42.
Figura 3.39 – Sistema fotovoltaico
painel - bateria - carga C) Conexão painel – controlador – bateria – carga. -Nos cômodos maiores (sala e cozinha), lâm-
padas compactas de 11 Watts;
Este sistema é mais utilizado para alimentar cargas
em corrente contínua, sendo o controlador o respon- -Nos demais cômodos lâmpadas compactas
sável por coordenar a utilização da carga da bateria du- de 9 Watts;
rante o uso. Este arranjo pode garantir uma autono- -Na sala duas tomadas, uma para TV e recep-
mia de pelo menos 5 dias de funcionamento sem a pre- tor da antena parabólica (90W) e outra para o
sença de sol. A figura 3.40, mostra um esquema de ins- aparelho de som (25W);
talação como o descrito acima. -Na cozinha uma tomada de 200 Watts para o
D) Conexão painel – controlador – bateria – inver- liquidificador;
sor – carga. -Todas as lâmpadas serão em tensão contí-
Este é o sistema mais versátil de todos, porém, em Figura 3.42 – Planta da casa para implan- nua, 12 Volts
tação do sistema de geração fotovoltaica
contrapartida, é o mais caro. Ele permite a alimenta- -As tomadas (TV e receptor, liquidificador e
ção tanto de equipamentos de tensão contínua quanto aparelho de som) serão em tensão alternada,
de tensão alternada, que correspondem à grande maio- 110 Volts.
Figura 3.40 – Conjunto painel,
ria dos equipamentos elétricos e eletrônicos.
controlador, bateria, carga Conhecendo-se as cargas previstas, pode-se agora construir um quadro de cargas incluindo

36 37
o tempo de uso previsto para cada uma, conforme mostrado na tabela 3.8 . Neste quadro é onde Como recomendado, será utilizada uma bateria de 100 Ah para cada placa de 0,4 m2 instala-
são colocados a potência e o tempo médio diário de uso dos equipamentos. da. Como temos 4 placas vamos precisar de 4 baterias de 100 Ah.
Tabela 3.8 – Quadro de cargas 4o Passo – Autonomia do sistema.
Descrição Potência (W) Tempo de uso (h/dia) Consumo (Wh/dia)
Em dias chuvosos ou nublados, a quantidade de energia produzida pelo painel diminui ou
5 lâmpadas (9W / 12 Vcc) 45 (5 x 9w) 1 45 (45 w x 1 h/dia) cessa. Nessa situação, o banco de baterias fica responsável pela alimentação de todas as cargas.
2 lâmpadas (11W/12 Vcc) 22 (2 x 11w) 2 44 (22 w x 2 h/dia)
Neste item será calculado o período de tempo que o sistema será capaz de suprir as cargas,
1 TV-Receptor 99 (90w x 1,1) 3 297 (99w2 x 3 h/dia) sem produção de energia pelo painel, o que é feito com base na tabela 3.9 a seguir.
1 aparelho de som 27,5 (25w x 1,1) 2 55 (27,5 w x 2 h/dia) Tabela 3.9 – Consumo de cargas
1 liqüidificador 220 (200w 1,1) 0,1 22 (220 w x 0,1 h/dia) Tempo de Consumo
Descrição Potência (w) Corrente (A)
uso (h/dia) (Ah/dia)
TOTAL 463 (45+44+297+55+22)
5 lâmpadas (9W / 12 Vcc) 45 3,8 1 3,8
OBSERVAÇÃO: Como existe uma perda de 10% no inversor, a corrente das cargas alimenta- 2 lâmpadas (11W/12 Vcc) 22 1,8 2 3,6
das em tensão alternada foi multiplicada por 1,1. 1 TV-Receptor (110 V) 99 8,3 3 24,9
o
2 Passo – Dimensionamento do painel. 1 aparelho de som (110V) 27,5 2,3 2 4,6
Conhecendo as necessidades da residência, o passo seguinte é o dimensionamento dos pai- 1 liqüidificador (110V) 220 18,3 0,1 1,8
néis necessários para o sistema. A fórmula abaixo é utilizada para o cálculo do número de pai- TOTAL 38,7
néis: Como mostrado na tabela o consumo máximo exigido da bateria será de 38,7 Ah/dia. Como
folga
Onde: serão utilizadas 4 baterias de 100 Ah, a soma final será de 400 Ah. Não se deve utilizar toda a car-
· NP - Número de placas do painel ga do conjunto de baterias (máximo de 70% da carga). Admitindo uma margem de segurança,
iremos considerar a utilização de apenas 50% da carga total da bateria, ou seja, 200 Ah. Dessa for-
· CDE – Consumo diário de energia em Watt x hora por dia
ma a autonomia do sistema será:
· EFP – Energia fornecida pela placa em Watt x hora por dia por placa
· Folga – fator de segurança entre 20% e 30% (02 a 03)
No caso que estamos analisando, vamos considerar a utilização de placas solares de 0,4 m2 e
O sistema poderá funcionar por 5 dias sem presença do sol. Como o consumo nem sempre
que fornecem em média 150 Wh/dia. Vamos considerar ainda uma folga de 25% para calcular o
corresponde ao máximo previsto e a margem de consumo da bateria pode ser de 70% e não de
numero de placas do painel.
50% como foi considerado no cálculo, pode-se esperar mais de cinco dias de autonomia.
5o Passo – Dimensionamento do controlador de carga.
Quando, como no exemplo, o número de placas não for inteiro deve-se escolher o número in-
Para controlar a utilização da energia gerada e permitir que a bateria funcione bem, sem des-
teiro imediatamente superior ao resultado obtido no cálculo, neste caso 4 placas. Assim.
gaste desnecessário e redução de sua vida útil, é utilizado o controlador de carga. O controlador
NP= 4 placas de 0,4 m2 para compor o painel. é dimensionado de acordo com acorrente que será conduzida do painel para a bateria. Para o ca-
3o Passo – Dimensionamentos do banco de baterias. so analisado teremos 4 placas, cada uma fornecendo cerca de 2,5 Ah. Dessa forma o controlador
deverá ser capaz de suportar 10 A. O mais indicado é um controlador com um valor um pouco
A funçãop do banco de baterias é armazenar a energia produzida durante o dia para uso pos-
maior do que o calculado, que pode ser especificado com base na tabela 3.10 a seguir.
terior à noite.

38 39
Tabela 3.10 - características dos controladores de carga Poderia ser utilizado o controla- A corrente nominal do fusível deverá ser igual à corrente calculada ou de valor comercial
Controladores de Carga e Descarga Inteligentes dor de 10 A, modelo CCD1210. Para imediatamente superior à corrente calculada, desde que menor do que a capacidade máxima de
garantir uma margem de segurança, condução de corrente do condutor. Neste caso será utilizado um fusível de 10 A.
Corrente Potência Tensão de
Código Modelo recomenda-se, no entanto, o uso do
máxima Watts Trabalho Para o circuito em corrente alternada o disjuntor deverá seguir a mesma regra descrita aci-
modelo CCD1215, que possui capa- ma. No caso do disjuntor não se considera o acréscimo de 10% do inversor.
91101 CCD1205 5A 60 W 12 V
cidade de corrente de 15 A.
91102 CCD1210 10 A 120 W 12 V
91105 CCD1215 15 A 180 W 12 V
6o Passo – Dimensionamento do
91106 CCD1220 20 A 240 W 12 V Comercialmente o disjuntor mais adequado é o de 10 A.
inversor.
91110 SR30 30 A 450 W 12 ou 24 V
Conforme foi dito, o inversor é ne-
91111 PPC1250 50 A 600 W 12 V 3.4.5 – Recomendações de manutenção.
cessário para permitir a alimentação
91112 PPC4830 30 A 1440 W 48 V de equipamentos em tensão alterna- - Fazer a limpeza do painel sempre que necessário. Para isto deve-se utilizar apenas água, sa-
da.A potência do inversor deve ser maior ou igual à soma das potências de todos os aparelhos bão e um pano limpo e macio que deve ser passado pela superfície do painel. Em seguida en-
que funcionam em corrente alternada. De acordo com a tabela 3.9 o resultado da soma é de 346,5 xaguar com água em abundância.
Watts já com o acréscimo de 10% referente à eficiência do inversor. Como mencionado anterior- - Não deixar que cresçam próximo ao painel árvores que possam sombrear o painel em parte
mente, o inversor mais indicado é um inversor de 700 Watts. A tabela 1.11 mostra os dados nomi- do dia.
nais de alguns modelos de inversores.
- O mesmo com relação às edificações que possam ser construídas próximo ao painel.
Tabela 3.11 - descrição de inversores - Se a bateria não for do tipo selada, o nível da solução deve ser verificado pelo menos uma
Inversores Código Descrição - Entrada x Saída Watts vez ao mês.
92705 175 - Para completar o nível das baterias utilizar somente água destilada. O nível da bateria deve
Inversores 92706 Entrada (In): 12Vdc. 400 ser completado somente até o nível recomendado, sem excesso de água. Após completar o ní-
Senóide Modificada 92707 Saída (Out): 115Vac 700 vel, ajustar bem a tampa das baterias.
Xantrex PWM Technology - Semi-sinowave
92710 1200 - Evitar que o líquido da bateria entre em contato com qualquer parte do corpo pois o mesmo
92711 1750 é corrosivo e pode causar ferimentos.
- Evite manusear a bateria com material metálico para não provocar curto-circuito entre seus
7o Passo – Dimensionamento dos dispositivos de segurança. terminais.
Os circuitos alimentados em corrente contínua serão protegidos apenas contra curto- - Não utilizar a bateria do sistema de fornecimento de energia para carregar outras baterias.
circuito, utilizando-se fusíveis tipo cartucho. Para o circuito em corrente alternada utilizaremos
- Nunca abrir o controlador de carga.
disjuntores termomagnéticos que oferecem proteção contra sobrecarga e curto-circuito.
- Não expor a bateria, o controlador de carga e o inversor à umidade.
O dimensionamento do fusível é feito em função da corrente que irá passar pelo circuito. De-
vemos então somar as potências das lâmpadas e dividir o resultado pela tensão de alimentação, - Ao terminar de fazer a manutenção do sistema, principalmente nas baterias, sempre lavar
no caso 12 Vcc. as mãos imediatamente com água e sabão em abundância.
- Procurar utilizar o sistema com segurança e eficiência para poder obter resultados satisfa-
tórios.

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Capítulo 4 Os painéis fotovoltaicos são utilizados para suprir as necessidades de energia elétrica da ca-
Exemplos de Utilização sa (iluminação, computador, eletrodomésticos, etc.) e para acionar uma bomba d'água utiliza-
da para encher uma caixa d'água interligada com o sistema de reuso de água da chuva. Os pai-
Um exemplo prático de utilização deste tipo de tecnologia é a casa auto-suficiente em ener- néis foram instalados com a sua face voltada para o norte, e com a inclinação necessária para
gia, instalada no Parque de alternativas energéticas para o desenvolvimento auto-sustentável otimizar seu funcionamento. Além destes procedimentos, uma parte do telhado foi construí-
- PAEDA. Este parque está localizado na zona rural da cidade de Itajubá, Sul de Minas Gerais, da de maneira a facilitar e otimizar também o recolhimento da água da chuva para a armaze-
e é um parque temático, voltado para a disseminação de informações sobre energias renová- nagem em uma caixa de água ao lado da casa. As figuras 4.4 e 4.5 mostram detalhes das insta-
veis e meio-ambiente. A casa instalada em suas dependências possui diversos sistemas de ge- lações dos painéis fotovoltaicos da casa auto-suficiente.
ração de energia, capazes de suprir as necessidades energéticas da casa em diversos níveis.
Um detalhe chama a atenção no sistema fotovoltaico instalado nesta casa auto-suficiente.
Entre os equipamentos instalados na casa estão os painéis termo solares pára aquecimento de
Normalmente a energia produzida pelos painéis durante o dia é armazenada em um banco de
água. Estes painéis foram instalados para oferecer água quente para dois banheiros e uma tor-
baterias, para posteriormente ser utilizada. No entanto, neste caso, a energia produzida du-
neira na cozinha. As figuras 4.1 a 4.3 mostram os equipamentos instalados nesta residência pa-
rante o dia é normalmente utilizada, com o auxílio dos painéis, e o excedente lançado na rede
ra conversão termo solar.
da concessionária local. A energia lançada na rede, durante o dia, é registrada por um medi-
dor apropriado para este fim. Durante a noite a casa se utiliza da energia da rede da concessio-
nária e a energia consumida à noite pela casa é registrada em outro painel de medida de con-
sumo de energia elétrica. Ao final do mês é feito um balanço de gasto de energia, de forma a se
poder determinar se naquele mês a casa gerou mais energia do que consumiu, ou seja, produ-
Painéis Fotovoltáicos
ziu um excedente em energia e lançou este excedente na rede, ou consumiu mais energia do
que os painéis foram capazes de produzir. A figura 4.6 mostra os painéis utilizados para este
fim.
Painéis Termo Solares
De acordo com a figura 4.6, o medidor A é o responsável por medir a energia injetada pelos
painéis fotovoltaicos na rede elétrica convencional. O medidor B é o responsável por medir a
quantidade de energia injetada pela rede na casa.

Figura 4.1 – Casa auto-suficiente – vista posterior


Figura 4.2 – Vista parcial com localização dos painéis solares

Figura 4.3 – Vista do reservatório térmico e da caixa de água aparelho responsável pelo controle de inserção da energia na rede
Figura 4.4 – Vista lateral e posterior da casa auto-suficiente do PAEDA Figura 4.5 – Medidores de energia da casa auto-suficiente

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Bibliografia

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Meio Rural – Fornecimento de Eletricidade – Série energia alternativa – Centro de produções
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CPT – 2001.

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