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CAP.

15: ONDAS MECÂNICAS


Ondas são pertubações que se propagam ao longo de um meio(são
alterações do estado de equilíbrio de um meio que se propagam
através dele). São exemplos: Ondas na superfície da água, na corda
de um violão, ondas sonoras, eletromagnéticas, terremotos, etc.
CLASSIFICAÇÃO DAS ONDAS
Quanto à natureza podem ser mecânicas, eletromagnéticas e ondas de
matéria.
Quanto à direção de vibração podem ser transversais e
longitudinais.

Quanto à direção de propagação são unidimensionais, bidimensionais e


tridimensionais.
PROPRIEDADES DAS ONDAS
Considere uma onda periódica, isto é, produzida por um MHS
vertical como abaixo:

Nessa figura identificamos:


y(x,t): ordenada do meio na posição x e no tempo t(Equação de Onda).
A: Amplitude: Deslocamento máximo a partir de y=0. É medida em
metros.
C: cristas: Pontos de amplitude máxima.
V: Vales: Pontos de amplitude mínima.
N: Nós ou nodos: Pontos de amplitude nula.
λ: Comprimento de onda: Distância entre duas cristas ou dois vales
consecutivos.
v: Velocidade da onda: É a velocidade com a qual o pulso viaja ao
longo do meio. É calculada por:
v= λ . f
f: Frequência da onda: número de oscilações por unidade de tempo. É
medida em hertz(Hz).
T: Período: Tempo necessário para o movimento se repetir ou tempo
necessário para a onda percorrer cada comprimento de onda. É medido
em segundos(s).
EQUAÇÃO DE ONDA DE UMA ONDA MECÂNICA
Quando realizamos um MHS na extremidade esquerda de uma corda,
esse movimento faz com que uma onda periódica passe a viajar através
dela da esquerda para a direita com uma velocidade v.
Pontos da corda se movem verticalmente para cima e para baixo
realizando um MHS. Para x=0, temos que a posição y desse ponto varia
no tempo de acordo com a equação:
y (x=0 ,t )=A . cos(wt)
O MHS nessa extremidade da corda faz com que um determinado ponto
do meio localizado numa distância x, passe a se mover num MHS.
Portanto, podemos afirmar que qualquer ponto ao longo do meio tem
uma equação de onda y(x,t) igual aquela do ponto localizado em x=0,
só que num tempo t-x/v. Assim,
x
(
y (x ,t )= y x=0 , t−
v )
Isto é,
x w

{ [ ( )]
y (x , t)= A . cos w t−
v (
→ y (x , t)=A .cos wt− x

y (x , t)=A .cos(wt−kx)
Observe que a grandeza k, chamada de número de onda da onda é
v )
w 2π
dada por k = → k= e que para x=0, essa equação coincide
v λ
com a equação do movimento do ponto localizado em x=0.
Alguns livros usam essa equação para descrever uma onda
mecânica se propagando ao longo de um meio no sentido positivo de x.
Como a função cosseno é uma função par, então cos(-a)=cos(a)
e a equação de y(x,t) dada acima se transforma na forma abaixo:
y ( x , t)= A . cos(kx−wt ) (+ x)
Essa equação descreve a propagação de uma onda ao longo de uma corda
no sentido +x.
VELOCIDADE E ACELERAÇÃO DE PONTOS DO MEIO
Pontos do meio oscilam com velocidade e aceleração dados por:
∂ y( x , t )

{v ( x , t )=

a( x , t)=
∂t
∂ v( x , t)
∂t

{ v (x ,t )=wA . sen(kx−wt)
2
a( x , t )=−w A .cos(kx−wt)

Representam a rapidez com que a (posição, velocidade) de um ponto do


meio varia com o tempo.
EQUAÇÃO DE TAYLOR
Essa equação permite calcular a velocidade de uma onda ao longo
de uma corda de massa m e comprimento L, esticada com uma força de
tensão T.

T m

v= μ , μ =
L
v: Velocidade da onda. Medida em metro por segundo(m/s);
T: Força que estica a corda. Medida em newton (N);
μ: Densidade linear de massa da corda. Medida em quilograma por
metro (kg/m).
Exemplo 1: Uma das extremidades de uma corda de náilon está amarrada
a um suporte fixo no topo de um poço vertical de uma mina com
profundidade igual a 80 m. A corda fica esticada pela ação do peso
de uma caixa de minérios com massa igual a 20 kg presa na
extremidade inferior da corda. A massa da corda é igual a 2,0 kg. Um
geólogo no fundo da mina, balançando a corda lateralmente, envia um
sinal para seu colega que está no topo da mina. a) Qual é a força de
tensão na corda e a densidade linear de massa dela? b) Qual é a
velocidade da onda transversal que se propaga na corda e o tempo
para o pulso chegar na extremidade oposta? c) Sabendo que um ponto
da corda executa um MHS com frequência igual a 6,0 Hz, qual é o
comprimento de onda da onda? d) Quantos comprimentos de onda se
estabelecem na corda?
ENERGIA E TAXA DE TRANSFERÊNCIA DE ENERGIA
Considere uma onda se propagando numa corda de massa m e
comprimento L e que no instante t=0 s, temos a seguinte
configuração:

Com isso y(x,t) e v(x,t) serão:


y (x , t)= A .cos(kx−wt ) y (x)= A . cos(kx)
{v (x , t )=w . A . sen(kx−wt)

{
v (x )=w . A . sen(kx )
A energia mecânica E no movimento ondulatório é dada pela
soma da energia cinética K mais a energia potencial elástica U.
Assim,
E=K +U
Como a energia cinética e a energia potencial elástica varia de
ponto a ponto ao longo da corda, devemos então dividir seu
comprimento todo em pedacinhos de tamanho dx e massa dm=μdx.
Associamos assim uma energia cinética dK e dU dadas pelas expressões
abaixo:
Energia Cinética Energia Potencial Elástica
1 2 1 2
dK = .dm . v (x ) dU = . k . y ( x)
2 2
1 2 1 2 2
dK = .( μ .dx)[w . A . sen(kx)] dU = .(dm . w ).[ A .cos(kx)]
2 2
1 1
dK = μ . w 2 . A 2 . sen2 (kx )dx dU = μ . w 2 . A 2 .cos 2 (kx)dx
2 2
λ λ
K =∫0 dK U =∫0 dU
1 λ 1 λ
K = μ w 2 A 2∫0 sen2 (kx )dx U = μ w 2 A 2∫0 cos2 (kx)dx
2 2
1 1
K = μ w2 A2 λ U = μ w2 A2 λ
4 4

Energia Mecânica Taxa de Transferência de


Energia(P)
E=K +U
1 1 Energia
2 2 2 2
E= μ w A λ + μ w A λ P=
4 4 Tempo
1 1
E= μ w 2 A 2 λ μ w2 A2 λ
2 2
P=
T
1
P= μ w 2 A 2 v
2
Portanto, uma onda estabelecida numa corda transporta energia
numa taxa dada pelo valor da grandeza escalar P. No SI “E” e “P” são
medidas em joule(J) e watts(W).
INTERFERÊNCIA, CONDIÇÕES DE CONTORNO E PRINCÍPIO DA SUPERPOSIÇÃO
Interferência: Encontro de duas ou mais ondas num dado lugar.

Condições de Contorno: Descrevem o que acontece com um pulso


quando este encontra o extremo de um meio.

Princípio da Superposição: A equação da onda resultante da


mistura de duas ondas é dada por:
y (x ,t )= y1 (x , t)+ y 2 ( x ,t )
Para o caso no qual as ondas y1 (x , t ) e y 2 (x , t ) serem dadas
por:
y 1 ( x , t )= A . cos(kx −wt) (+ x)
{ y 2 ( x ,t )=− A . cos(kx +wt) (− x)
A onda resultante é chamada de onda estacionária, com equação de
onda na forma abaixo,
y (x ,t )=2 A . sen(kx ). sen(wt)
Onde 2A é a amplitude da onda estacionária.
O padrão formado é:

Na posição dos nós temos que y(x,t)=0. Logo,



x=
,n={0,1,2,3, ..}
sen(kx)=0 → kx=n π → 2

x= 0 , λ , λ ,
2 {2
, ... }
Na posição das cristas temos que y(x,t) assume seu valor máximo.
Assim,

nπ x= ,n={1,3,5 , ..}
sen(kx)=+1 → kx= → 4
2 3λ 5 λ
x= λ ,
4 4 4
, {,...}
λ
Observe que a distância entre (nós, cristas) adjacentes é .
2
MODOS NORMAIS DE VIBRAÇÃO
Se essa onda viaja numa corda de comprimento L, podemos observar
que sempre se formarão na corda um múltiplo inteiro de meio
comprimento de onda. Logo,
2L
L=n. λ ,(n=1,2,3 , ...) →
2
{
f n=
n. v
2L
λ n=

→f n=
n
n T
2L μ √
, n=1,2,3 ,..

Os valores de { λ n , f n } são chamados de modos normais de vibração


da corda com extremos fixos.
Podemos escrever a equação de onda da onda estacionária num dado
harmônico n, por meio da equação:
y (x ,t )=2 A . sen(k n x). sen(w n t )

Onde k n= é o número de onda do n-ésimo harmônico e w n=2 π f n
λn
a correspondente frequência do n-ésimo harmônico.

Notas de aulas preparadas pelo professor Josevi Carvalho, tomando


por base o capítulo 15, volume 2, do livro Sears e Zemansky, Editora
Pearson, 14a Edição, 2016.

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