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DANÇAS URBANAS:
DANÇAS URBANAS:
UMA CONSTRUÇAO DE INDIVÍDUOS
Orientadora:
Rôssi Alves
DANÇAS URBANAS:
UMA CONSTRUÇAO DE INDIVÍDUOS
BANCA EXAMINADORA
_________________________________________________
Prof.º Rôssi Alves (UFF)
(Orientadora)
__________________________________________________
Prof.º Beatriz Cerbino
(1º Examinador)
___________________________________________________
Hugo Oliveira/ Produtor Cultural/Mestre em Cultura e Territorialidade
(2º Examinador)
The present work aims to observe the stages and results of the documentary 'Urban
Dances: a construction of individuals' created here with the objective of studying the importance
of urban dance in the construction of individuals in society. Considering that there is a
stereotype involving the peripheries, that their subjects are affected by this, we intend to analyze
how the dance of the peripheral margin, practiced most of the time in marginalized spaces, has
the potential to contribute to young people in their construction of an individual.
1 INTRODUÇÃO.....................................................................................................................10
3 MINHA REALIDADE..........................................................................................................18
4 DOCUMENTÁRIO...............................................................................................................21
5 ANÁLISE...............................................................................................................................24
6 CONHECENDO OS DANÇARINOS...................................................................................29
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................................................33
8 REFERÊNCIAS BIBLIGRÁFICAS......................................................................................35
9 ANEXOS...............................................................................................................................37
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INTRODUÇÃO
Visa ainda mostrar, toda a potencialidade da dança urbana na vida dos jovens como
elemento de transformação que pode contribuir para construção de um indivíduo,
ajudando a tomar decisões que irão compor o seu caráter. Partindo então, que a dança
urbana não é uma dança marginalizada, mas é uma formadora de cidadãos e de cidadania.
Podendo atuar como elemento transformador, promovendo em quem pratica a aceitação
de si mesmo e uma maior receptividade nos relacionamentos com os outros. Desta forma
levando o indivíduo a criar novas perspectivas de visão e de integração de um grupo.
De início vale esclarecer o termo utilizado neste trabalho como ‘Dança Urbana’.
Esse termo começou a ser utilizado pelo Frank Ejara1 em 2005, quando ele percebeu que
a tradução ‘Dança de Rua’ de ‘Street Dance’ era uma má tradução e um pouco pejorativo.
1
Frank Ejara é um dançarino e coreografo de danças urbanas. Uma pessoa proveniente das danças
urbanas no Brasil.
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Muitos que que não são envolvidos no mundo da dança acreditam que a dança
foi criada literalmente na rua, sem falar dos preconceitos que a cultura ganha só pela
palavra ‘rua’. A cultura Hip Hop no Brasil começou a adotar esse termo para se referir às
suas linguagens de danças. O termo Dança Urbana também implica algumas questões,
como englobar todas as danças de origem urbana no Brasil. Então neste trabalho, se faz
necessário fazer um recorte do termo ‘dança urbana‘, será referido a danças vernaculares2
afro-americana pós funk, que são as danças criadas pelo povo sem interferência de um
profissional da dança.
2
Danças vernaculares são danças originadas naturalmente dos povos, sem intercessões de
profissionais.
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Assim também acontece com o surgimento das danças urbanas, não se sabe
exatamente onde, quando ou qual linguagem da dança urbana que surgiu primeiro. O que
se entende que elas surgiram em pouco espaço de tempo uma das outras.
De início, para que se possa entender a pesquisa atual, faz-se necessário fazer
uma breve introdução do cenário de onde surgiu a cultura Hip Hop.
Durante anos Bronx foi um distrito de classe média respeitado, mas já no início
do séc. XX ele já não correspondia as expectativas dos moradores do local. A partir de
1950 o cenário começou a mudar, quando que neste momento o EUA vivia um período
de pós industrialização, onde muitas máquinas foram ocupando o lugar de milhares de
operários, as empresas contratavam somente aqueles que tinham qualificações para a
área. Já o governo da época estava com planos de construir vias expressas e fábricas.
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Por volta de 1977 começou uma onde de incêndios e assim foi se multiplicando
cada vez mais eram dezenas de incêndio por dia. O departamento de bombeiros não estava
dando conta e as seguradoras não conseguiam fazer as perícias para descobrir a causa
criminosa dos incêndios, sendo obrigadas a pagar. Com isso, incentivando a fraude.
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Esse local de guerra, pobreza, tráfico, gangues e repressão policial seria o lugar
do nascimento da cultura Hip Hop, uma expressão não só dos jovens sem esperança, mas
das terríveis condições urbanas em que viviam. Onde os jovens por meio de resistência e
de se distanciar dessa zona de confronto, só enxergavam uma alternativa para evitar essa
batalha diária. Essa saída se deu por meio da cultura Hip Hop, que foi se criando por meio
dos bailes conhecidos com Block Parties3. Segundo Barrios, ”Muitas pessoas nessas
festas buscavam improvisar letras e rimas que acompanhassem o som dos DJ´s,
produzindo cantos que foram chamados na época de ritmo e poesia, em outras palavras:
o RAP.” (2016, p 23) surgindo então, os quatro elementos da cultura Hip Hop, MC
(Mestre de Cerimonia), DJ (Disc Jockei), Graffiti (arte visual pintado nas paredes) e
Break Dance (uma linguagem das Danças Urbanas).
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As block parties eram as festam de rua que aconteciam nos guetos afro americanos, onde os jovens se
reuniam para se divertirem.
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Foi em 1967 que Clive Campbell4 (Dj Kool Herc) e Cindy Campbell5 conhecidos
como ‘Pai e Mãe’ do Hip Hop se mudam de Kingston da Jamaica para o Oeste de Bronx.
Juntamente com eles trazem a cultura dos Sounds Systems6.
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Clive Campbell, mais conhecido como DJ Kool Herc, considerado o pai do Hip Hop por ter realizado a
primeira Block Parties no Bronx.
5
Cindy Campbell é a irmã do Clive Campbell, considerada como a Mãe do Hip Hop. Em parceria com o
irmão realizou a ‘Back to School Jam’.
6
Sounds Systems, eram as festas realizadas na Jamaica ao ar livre, com disputas de caixas de som, sua
principal função era animar as pessoas.
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Bambaataa acredita que o movimento Hip Hop veio para disseminar paz, amor,
diversão e união. Para os adeptos do Hip Hop, este movimento significa muito mais.
Significa cultura, mas também significa movimento, arte, expressão, paz, amor, soluções
para os problemas locais, lutas e igualdade de direitos. Chega ao asfalto carregado de
protesto, indignação, carência, vontade, luta, marginalidade. Rocha trata esse significado
como:
[...] seu significado foi e vai muito além disto. Acima de tudo, o Hip
Hop trata-se de um movimento sociocultural organizado, que visa
emancipar e defender o lugar e os direitos do negro e do pobre como
cidadãos na sociedade, mediante a educação e a revolução através de
suas três manifestações artísticas: o Rap3 (MC e DJ), a Dança (Break)
e Artes plásticas (Graffiti). (ROCHA, [200-?], p. 2)
Dentro desse contexto onde os negros eram oprimidos e marginalizados que surgiu
a cultura Hip Hop. Com um histórico de uma sociedade dominante que criou estereótipos
visando inferiorizar corpos da periferia e automaticamente da cultura negra, na qual a
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Afrika Bambaataa, Dj, cantor, produtor musical e líder da Zulu Nation é conhecido como o padrinho da
cultura Hip Hop, por ter sido o primeiro a utilizar esse termo.
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cultura Hip Hop está ligada, que envolve todos os quatro elementos que fazem parte da
cultura.
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3 MINHA REALIDADE
Não tenho lembranças de quando foi a primeira vez que ouvi um Hip Hop ou
quando foi a primeira vez que dancei, pressuponho que sempre ouvi hip hop nas festas de
famílias e nos rádios. Talvez pelo fato dos e meus pais e tios frequentarem bailes charme8
e dançarem ‘charme9’ nos bailes, eles podem ter me influenciado diretamente e
indiretamente a seguir na mesma direção. Minhas lembranças mais antigas que tenho é
de ficar na frente da TV assistindo os videoclipes de Hip Hop e ficar impressionado de
como que aqueles dançarinos conseguiam produzir movimentos que nenhum outro estilo
de dança conseguia fazer com o corpo. Importante ressaltar que os dançarinos eram
pretos, isso me deixava extremamente representado, já que a maioria das pessoas que
apareciam nas TVs eram brancas. A partir do momento que pretos, assim como eu,
começou a ganhar visibilidade se tornou mais fácil de imaginar que eu também poderia
alcançar um lugar assim.
Na época era muito difícil de se ver algum dançarino de danças urbanas, tudo era
mais complicado, para você tentar aprender os movimentos você tinha que assistir o
videoclipes muitas vezes, pra enfim você conseguir chegar perto de algum movimento
parecido com aquele que o dançarino estava fazendo.
Eu não sabia o que exatamente estava tentando aprender, se era uma coreografia,
um fundamento, não conhecia o nome do movimento, não sabia nem qual era o nome do
estilo que eu estava tentando aprender.
Realmente na época não existia essa distinção de linguagens das danças urbanas
aqui no Brasil, então qualquer linguagem era considerada como Break Dance. Frank Ejara
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Baile charme é uma festa onde toca R&B e Black Music, conhecida por ser um ambiente onde os
negros podem afirmar sua negritude.
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Dança charme é um hibridismo do Soul e do Funk, dança criada no Brasil.
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Frank Ejara ressalta que todas as danças chegaram com o mesmo nome:
break dance. Qualquer estilo que se dançava recebia a mesma
nomenclatura, devido ao fato de os filmes chamarem e abordarem o
termo Break Dance, e as pessoas não conhecerem a história acerca de
cada estilo que estava sendo reproduzido nos filmes, pois não haviam
estudos naquela época que relatassem como essas danças haviam
surgido e que possuíam diferenças entre si. (TORRES, 2015. p. 29)
Tudo chegou muito rápido no Brasil e com muita pouca informação, a dança
urbana chegou por meio dos videosclipes e filmes um deles foi o Breaking. Nesse filme
tem outras linguagens além do Break Dance, mas pelo nome do filme ser ‘Breaking’
automaticamente as pessoas relacionaram que todas as linguagens eram um só.
Desde esse dia eu pude fazer amizade com diversos dançarinos aqui da região que
hoje em dia eu tenho o prazer de chamá-los de amigos. Foi a partir dos meus amigos que
eu consegui compreender melhor sobre as linguagens das danças urbanas. A praça se
tornou meu lugar de treino diário, ali desenvolvi movimentos que eu achava que jamais
iria conseguir, aprendi a ter respeito e ser respeitado.
Por eu ser um preto periférico que mora na margem da cidade, nem sempre foi
fácil eu ir até a praça para poder ensaiar. Era difícil me dedicar a dança, já que eu tinha
que estudar e trabalhar, fui obrigado a fazer escolhas que nem sempre a dança era a
escolhida. Apesar de todas as dificuldades que passei para conseguir me dedicar a dança
urbana, consegui realizar feitos que me deixam felizes hoje em dia.
Apesar de eu não ser um dos entrevistados, a escolha do tema deste projeto se deu
por meios de minhas vivências experimentadas no mundo da dança urbana que pode me
proporcionar experiencias que colaborou no meu modo de pensar, agir, lutar, me auto
conhecer, criou o meu senso crítico . Hoje como dançarino de danças urbanas, periférico
e preto cursando Produção Cultural, consigo enxergar melhor os benefícios que a cultura
Hip Hop e a dança urbana promove para o indivíduo.
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4 DOCÚMENTARIO
Após definir o tema, eu comecei a listar os futuros possíveis dançarinos que seriam
entrevistados, tentei abranger no máximo o número de dançarinos de linguagens de
danças urbanas diferentes, para que assim eu possa observar e demonstrar o do fenômeno
da construção de identidade em todas as linguagens possíveis.
Entrar em contato com os dançarinos não foi uma tarefa difícil, já que todos são
meus amigos. O maior problema que tive foi conciliar a agenda deles com a minha, a
maioria só podia nos finais de semana isso deixou o processo um pouco mais demorado.
De início, antes de me encontrar com cada dançarino, pedi para que eles
escolhessem o lugar que seria gravado a entrevista, um lugar que tenha algum sentimento
pra eles relacionado a dança, para que possam se sentir mais a vontade e no decorrer da
perguntas explicarem qual a sua historia com o lugar escolhido.
Minha primeira entrevista foi dia 28/01/20020 a última foi 12/07/2020. Durante a
produção das entrevistas fui obrigado a interromper por causa da pandemia do COVID-
19, após a flexibilização do isolamento social retomei com minha atividade tomando a
medidas necessárias recomentadas pela OMS.
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Decupagem é o processo de dividir e escolher qual material entrar no vídeo ou não.
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Adobe Premiere é um programa de edição de vídeo profissional de computador, da empresa Adobe
Systems
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After Effects é um programa de criação de gráficos com movimento e efeitos visuais da empresa
Adobe Systems. É utilizado principalmente na pós-produção de vídeos.
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5 ANÁLISE
A ideia de realizar um documentário da cultura hip hop com foco nas danças
urbanas, surgiu a partir das minhas vivências como dançarino de Danças Urbanas e com
uma visão agora produtor cultural. Conseguindo enxergar como e quem eu sou neste
exato momento foi exclusivamente potência da Dança Urbana.
No depoimento do Felipe Irmão, notamos que ele utilizou da Dança Urbana uma
ferramenta para poder se apoiar e buscar boas referências para que ele não se perdesse
para um lado marginal da vida.
Em outra pergunta sobre ‘porque resolveu dançar as danças urbanas e não optou
por outro estilo de dança’, os depoimentos foram bastante semelhantes. Grande maioria
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dos entrevistados disse que foi por conta da representatividade que a dança passava para
eles, por questões de empoderamento negro, pelo senso critico do Hip Hop ou até mesmo
por ser uma cultura que vem da periferia, assim como fala Mariana e Elio:
Bem como relata a Kety Reisil em seu depoimento para o documentário, quando é
perguntada: ‘você acredita que a dança urbana ajudou a contribuir na sua formação de indivíduo?’,
Kety conta como foi o processo de sua aceitação.
De acordo com o depoimento de Igor Marinho quando questionado qual é a sua principal
motivação para continuar dançando as Danças Urbanas, ele afirma que a mesma possibilita para
ele um novo caminho para se percorrer com o intuito de conseguir alcançar seus objetivos.
Se entende a parti do depoimento do Igor que a Dança Urbana consegue levar sujeito para
certos lugares físicos ou não, mas que com somente utilizando a dança como uma ferramenta eles
conseguiram atingir os seus propósitos. Em outro questionamento levantando com Felipe Irmão,
se a dança urbana tinha proporcionado pra ele uma relação melhor com a sociedade ele afirma:
Segundo Igor Marinho, em seu depoimento ele afirma que a dança urbana criou
uma direção para ele seguir na vida, fez com que ele se sentisse completo perante a
sociedade e a ele mesmo.
Compreende-se que os dançarinos das Danças Urbanas à utilizam como uma ferramenta
para se posicionarem enquanto indivíduos na sociedade. Seria como utilizar o corpo para
conseguir se tornarem “visíveis” na sociedade (VIVELA, 1998). É uma dança que permite os
dançarinos a transpor fronteiras utilizando-as como mecanismos cruciais para que possam ser
ouvidos através do movimento dos seus corpos.
Em depoimento Luiz ressalta o que foi discutido, declarando que a Dança Urbana o
transformou em uma pessoa melhor, pessoa que consegue se comunicar melhor com a sociedade
expressando seus sentimentos.
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Finalizo este capítulo com uma frase do Luiz que fala por si só:
6 CONHECENDO OS DANÇARINOS
Ivanette Bronx
Mais conhecida como Iva, nascida e criada em Sergipe, onde teve seu primeiro
contato com a cultura Hip Hop, através de um DVD de videoclipe que um amigo dela a
deu. Logo após um tempo se mudou para Rio das Ostras, na qual ela conheceu as Danças
Urbanas e foi se encontrando no Hip Hop dance Old School. Hoje com 19 anos dançarina
profissional pelo SPDRJ, dá aulas de hip hop dance, participa de workshops, integrante
do grupo 2mcia, participa de eventos e competições de dança. Atualmente morando no
Egito vivendo da sua arte.
Vanessa Rosa
Começou a dançar com 14 anos, seu primeiro contato com a dança urbana foi na
praça Branca de Rio das Ostras. Ali ela iniciou no break dance, a praça se tornou seu
lugar de treino diário, todo dia de noite ela ia para treinar com outros dançarinos.
Atualmente com 23 anos é uma dançarina profissional e instrutora de Danças Urbanas na
cidade de Casemiro de Abreu. Ao longo de sua carreira ela aprendeu outros de estilos de
dança, como: Hip Hop dance, Jazz Funk e Heels.
Elio Barbe
Kety Reisil
Luiz Henrique
Luiz Henrique conhecido em Rio das Ostras como Kamau, conheceu a Dança
Urbana em 2011 por meios de projetos socias pela prefeitura de Rio das Ostras. Neste
momento ele se sentiu representado pelas Danças Urbanas quando que ele viu os amigos
dele assim como ele, um garoto periférico dançando. Já na escola ele entrou em projetos
de dança urbana para poder conhecer melhor a cultura, assim ele teve sua primeira
apresentação na Concha Acústica de Rio das Ostras. Logo ele foi convidado para fazer
parte da companhia 2mcia, lá ele começou a estudar melhor os estilos de Danças Urbanas
e se identificou melhor com Popping.
Nascido no complexo do Alemão, Igor se mudou para Cabo Frio com 12 anos de
idade, onde ele teve sua introdução na dança, a partir de uma gincana cultural que estava
acontecendo na sua escola. De início ele começou a dançar Free Step, foi por meio do
Free Step que ele conheceu um amigo que apresentou para ele as Danças Urbanas. Onde
ele se apaixonou de imediato e percebeu que era aquilo que ele queira para vida.
Atualmente com 25 anos, professor no espaço Grow Time Dance se especializou no estilo
Popping, mas com conhecimentos em outros estilos.
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Mariana Oliveira
Nasceu na baixada fluminense Rio de Janeiro de mudou para Rio da Ostras com
11 anos de idade. Mariana vem de uma família de dançarinos, sua maior influência com
a dança urbana foi a partir dos DVDs de Hip Hop que existiam na época. Ela ficando em
casa tentando imitar os dançarinos que apareciam nos videoclipes. Logo ela foi convidada
para formar o corpo do ballet de uma cantora local para se apresentar na cidade e região.
Cantora essa que fazia cover de cantores famosos como: Beyonce, Anitta, Ludmila, Lexa
entre outros. Desde modo Mariana começou a buscar mais conhecimentos daquilo que
estava dançando, assim ela começou fazer aula de Hip Hop Dance em um projeto social
da prefeitura de Rio das Ostras. Mariana já participou de grupos de dança, se apresentou
em diversas cidades da região dos lagos. Atualmente Mariana tem 23 anos e dança: Hip
Hop Dance, Heels, Jazz Funk, Dance Hall e Afro Dance.
Bruna Vilhena
Felipe Irmão
Com 32 anos de idade e morador de Rio das Ostras, Felipe Irmão se aprofundou
na linguagem ‘House Dance’, porém como professor de Danças Urbanas ele precisou
aprender um pouco de cada linguagem como: Break Dance, Hip Hop Dance, Popping e
Locking.
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Keltyson Cruz
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A escolha do tema da pesquisa atual não se deu apenas pela minha vontade de
querer abranger, discutir, criar conteúdo sobre a cultura Hip Hop mais especificamente
as Danças Urbanas, mas por fazer parte do meio, por ter vivenciado e notado todos os
preconceitos que a rodeiam até nos dias atuais. Idealizei este trabalho com intuito de criar
voz para um povo que é silenciado, com o principal objetivo de contribuir com a
desmitificação da visão errônea sobrea as Danças Urbanas que a sociedade engendrou ao
longo dos anos.
Foi possível constatar também, toda a potencialidade que a Dança Urbana tem na
vida desses dançarinos, sendo utilizada como uma ferramenta transformação que
contribui para sua construção de um indivíduo. A Dança Urbana por ser um dos elementos
da cultura Hip Hop carrega consigo todo o senso crítico que a cultura tem, com isso
colabora os indivíduos tomar decisões que irão compor o seu caráter.
Conseguimos entender que a dança não é somente essa dança marginalizada pela
sociedade, mas é também uma formadora de cidadãos e de cidadania. Podendo atuar como
elemento transformador, promovendo aos dançarinos a aceitação de si mesmo, onde eleva
a auto estima de quem a pratica e cria uma maior receptividade nos relacionamentos com
os outros. Desta forma, leva o indivíduo a criar perspectivas de visão e de integração de
um grupo.
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Ao realizar esse trabalho foi bastante difícil encontrar autores que trabalham com
o assunto, foi bastante escasso materiais que envolvem a dança urbana, por conta disso
eu espero que este trabalho colabore da mesma forma que outros me ajudou.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
EJARA, Frank. O novo termo “Danças Urbanas”. Frank Ejara, 2011. Disponível
em http://frankejara.blogspot.com/ . Acesso em: 17 jul. 2020.
SANTOS, Analu Silva. Dança de Rua: a dança que surgiu na rua e conquistou
os palcos. Porto Alegre, 2011. 41 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em
Educação Física) – Curso de Educação Física – Universidade Federal do Rio Grande do
Sul, Porto Alegre, 2011.
VILELA, Lilian Freitas. O corpo que dança: os jovens e suas tribos urbanas.
Campinas.1998. 248 f. Dissertação (Mestrado em Educação física) – Universidade
Estadual de Campinas, Campinas, 1999.
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