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Casimiro de Abreu
Nos tempos antigos? – Amar não faz mal; Então nesse instante nas águas do rio
As almas que sentem paixão como a minha Passava uma barca, e o bom remador
Que digam, que falem em regra geral. Cantava na flauta: - “Nas noites d’estio
- A flor dos meus sonhos é moça bonita O céu tem estrelas, o mar tem amor!”
Qual flor entr’aberta do dia ao raiar, - E a voz maviosa do bom gondoleiro
Mas onde ela mora, que casa ela habita, Repete cantando: -“viver é amar!” –
Não quero, não posso, não devo contar! Se os peitos respondem à voz do barqueiro...
Não quero, não posso, não devo contar!
Seu rosto é formoso, seu talhe elegante, Tremendo de medo... a boca emudece
Seus lábios de rosa, a fala é de mel, Mas sentem-se os pulos do meu coração!
As tranças compridas, qual livre bacante, Seu seio nevado de amor se intumesce...
O pé de criança, cintura de anel; E os lábios se tocam no ardor da paixão!
- Os olhos rasgados são cor de safiras, - Depois...mas já vejo que vós, meus senhores,
Serenos e puros, azuis como o mar; Com fina malícia quereis me enganar.
Se falam sinceros, se pregam mentiras, Aqui faço ponto; - segredos de amores
Não quero, não posso, não devo contar! Não quero, não posso, não devo contar!
01. “Eu tenho uns amores – quem é que os não tinha/ Nos tempos antigos? – Amar não faz mal;”, os
versos que iniciam o poema assumem um tom de
a) humor b) ironia c) confissão d) culpa
02. O verso repetido no poema “Não quero, não posso, não devo contar!”, sugere, por parte do eu-
lírico
a) discrição b) deboche c) arrogância d) indiferença
04. O espaço escolhido para uma maior intimidade entre a amada e o eu-lírico foi
a) o baile b) a natureza c) uma barca d) sua casa
05. “Aqui faço ponto; - segredos de amores”, o amor a qual o eu-lírico se refere nesse verso é
a) o amor fraternal
b) o amor incondicional
c) o amor sensual
d) o amor juvenil