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Complexo Itaquera
O CENTRO NA PERIFERIA
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CENTRO UNIVERSITÁRIO BELAS ARTES DE SÃO PAULO
ARQUITETURA E URBANISMO
Complexo Itaquera
O CENTRO NA PERIFERIA
São Paulo
Junho | 2019
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5
Agradecimentos
e por ter me ajudado desde a concepção a Vladimir Ávila, por toda a ajuda e apoio durante
elaboração deste trabalho, amiga de trabalho este período tão importante da minha formação
com a qual criei laços que levarei por toda acadêmica.
À Deus acima de tudo , essencial em minha exaustivas que me acompanhou fazendo
vida, autor de meu destino, meu guia, socorro os trabalhos, me alimentando e contando minha vida. À esta universidade, seu corpo docente, direção
presente na hora da angústia. os minutos de revezamento entre dormir e À Thayna Ribeiro pelo incentivo e grande e administração que oportunizaram a janela que
À minha mãe Francisca Soares, minha melhor projetar. Obrigada por independentemente das ajuda com o fortalecimento de material para a hoje vislumbro um horizonte superior.
amiga e companheira, pelo amor, incentivo e situações ter se mantido firme com a certeza e realização deste trabalho. Ao meu orientador Vasco de Mello pelo suporte,
apoio incondicional, pela dedicação de sempre sua incansável e hilária forma de me encorajar a Ao Italo Temoteo por todo apoio em situações apoio e confiança.
dar o seu melhor para me ajudar a alcançar concluir minha graduação. diversas que passamos juntos, a disposição À todos os professores em especial, Ivanir
meus objetivos e me incentivar a ser uma pessoa Á todos que serão citados agradeço imensamente e o carinho que propuseram momentos de de Abreu, Débora Sanches, Cristina Ecker e
melhor e não desistir dos meus sonhos , e por me conhecer e aceitar como pessoa , aprendizado e alegria. Mônaco por me proporcionar o conhecimento
mesmo se a jornada for dura terei seus braços obrigada pelo apoio, atenção e conexão, acredito Aos amigos Veridiana Alves, Elaine Guerreiro, não apenas racional, mas a manifestação do
abertos para me amparar e aconselhar. Ao seu que nada nessa vida é por acaso , e agradeço a Icaro Rodrigues, Fernanda Almeida, Mariane caráter e afetividade da educação no processo
amor imensurável , e ao total orgulho da melhor Deus e a vida por me proporcionar esse encontro
Araújo, Suellen Oliveira, Viviane Mendes, de formação profissional, meus eternos
mãe que eu poderia ter. com todos vocês.
Marcela Simão, Queila Andrade e Francisco, agradecimentos.
Ao meu pai Adauto Maragno, pelos ensinamentos À Ariana Bezerra, minha amiga com quem
pelo apoio e incentivo. À todas as pessoas que direta ou indiretamente
e sabedoria no qual me concedeu e por me passei esses últimos 5 anos, estando sempre ao
À Eneida Heck minha mentora de estágio, pelas contribuíram para a realização da minha
fazer entender que o futuro é feito a partir de meu lado dentro e fora da faculdade, obrigada
constante dedicação no presente. por me compreender, ensinar e apoiar em tantos contribuições valiosas, apoio e carinho, por pesquisa.
À Vilma Tereza, minha companheira de 4 patas, momentos da minha vida. sempre se dispor em ajudar, pelos cuidados e
meu ponto de equilíbrio e amor. À Thaís Bastos pela amizade e apoio em preocupações afetuosas, servindo de exemplo
Ao Felipe Duarte que ao longo desses meses diferentes etapas da minha vida acadêmica e para que eu me tornasse uma profissional
me deu não só força, mas apoio, paciência pessoal, no qual serei eternamente grata, irmã melhor a cada dia.
para vencer essa etapa da vida acadêmica e por “postiça” de alma e coração que a vida me deu. À equipe da SPurbanismo, Priscila Gyenge,
suportar as crises de estresse e as madrugadas À Elisabeth Salazar, pelo apoio, compreensão Luciana Costa, Rafael, Lucy, Lucia Lumi e MUITÍSSIMO OBRIGADA!
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Dedico este trabalho aos meus pais pela educação que me
deram e a base perfeita para construir meu saber.
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3. 3.8 Sistema Viário | p. 58
3.9 Equipamentos | p. 60
2. Fundamentação Teórica | p. 21
2.1 Expansão Urbana - Cidade fragmentada | p. 22
5. O projeto | p. 88
5.1 Projeto | p. 88
2.2 Segregação espacial | p. 24
5.2 Diretrizes Projetuais | p. 89
2.3 Cidade dormitório - Zona Leste | p. 28
5.3 Quadro de áreas | p. 90
2.4 Movimentos pendulares | p. 32
5.4 Implantação | p. 92
2.5 Gentrificação: exclusão e resistência popular | p. 34
5.5 Ampliações | p.94
2.6 Formação e construção da identidade | p. 38
5.6 Corte Urbano | p. 96
2.7 Cidade Policêntrica | p. 44
5.7 Perspectiva Axonometrica Explodida | p.98
5.8 Diagrama Geral | p. 100
6.
3.5 Hidrografia e Áreas Verdes | p. 54
3.6 Uso e Ocupação | p. 55 Considerações finais | p. 119
3.7 Favelas e ocupações em áreas de risco | p. 56
7. Referências Bibliográficas | p. 123
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1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS
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1.1 INTRODUÇÃO 1.1 INTRODUÇÃO
A concentração da pobreza na cidade de São Paulo produziu uma expressão A criação de novas e centralidades nas periferias movimenta a economia, gera
dúbia do espaço: de um lado a cidade formal, que concentra os grandes centros, inves- empregos e principalmente possibilita capacitação profissional e educacional para os
timentos, infraestrutura e do outro a cidade informal que possui grande fragilidade moradores dessas regiões inserindo os na sociedade de forma plena e não segregada,
urbana e social e que cresce de forma desmedida e desordenada, evidenciando as novas centralidades atraem novos investimentos que por sua vez atraem mais pessoas,
grandes problemáticas geradas por um processo urbanístico segregatório e sem pla- requalificação dos espaços e mais oportunidades.
nejamento. Portanto a redução dos problemas ocasionados do processo desenfreado da ex-
Como resultado de um processo de urbanização segregado encontram se opor- pansão urbana , pode ser solucionada através do planejamento urbano, utilizando
tunidades fragmentadas, enquanto as regiões centrais possuem infraestrutura de qua- mecanismos de sustentabilidade urbana e adequando aos parâmetros urbanísticos de
lidade, moradias, acesso a empregos, serviços, lazer e cultura, as regiões periféricas uso e ocupação do solo.
configuram se como cidades dormitórios, despidas de todo investimento público, sen- A proposta de intervenção dessa área é fundamental para o reordenação da ci-
do necessários grandes deslocamentos para se ter acesso a todo tipo de oportunidade, dade, contribuindo com melhorias nas condições urbanas, habitacionais e qualidade
dessa forma trabalhar, estudar e se valer dos benefícios que a cidade propicia se torna de vida da população.
um processo dispendioso.
Cidades Insustentáveis com desigualdades socioterritoriais, e problemáticas
no âmbito urbanístico como moradia digna, falta de direito a cidade, defasagem de
equipamentos públicos e áreas de lazer de qualidade. Assim como a maioria das cida-
des brasileiras, Itaquera necessita de requalificação urbana em seus assentamentos
precários e espaços ociosos.
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1.2 JUSTIFICATIVA
1.2 JUSTIFICATIVA
O extremo leste da cidade hoje mais conhecido como “área dormitório”, se dá Diante à atual realidade enfrentada nos dias de hoje, torna-se cada vez mais ex-
em função da baixa oferta de postos de trabalho e a alta densidade populacional. Por tinto a valorização do espaço público de qualidade e a sua utilização, para que isso
isso, o propósito principal deste estudo é criar polos voltados à atração de atividades aconteça é preciso ter um espaço atrativo para ser frequentado e convidativo aos olhos
econômicas para a geração de empregos e de renda para a região. A fim de diminuir os dos usuários.
deslocamentos entre o Centro e o extremo Leste, que penalizam tanto a cidade como Compreende-se que o Complexo Itaquera como nova centralidade e o parque
seus moradores, e a implantação do parque linear rio verde requalificando o espaço e linear Rio Verde por meio da interação entre instituições de ensino e pesquisa e empre-
a vida urbana. sas, oferecerá à população a oportunidade de capacitação tecnológica, isto é, educação
A extensão da avenida Jacu Pêssego até o Rodoanel Sul coloca essa porção ter- formal, técnica e profissionalizante, para absorver a oferta de empregos que é esperada
ritorial em condições privilegiadas no que diz respeito ao acesso às principais rotas de e de outros serviços urbanos que terão seu uso maximizado em função da sua excelente
conexão entre São Paulo, o Porto de Santos, o Aeroporto de Guarulhos e outras cidades acessibilidade e localização. Originando novas condições, formas de vivenciar e de se
e estados. Servindo como ligação alternativa transitória ao trecho leste do Rodoanel. construir com cidadania.
Com estas iniciativas, o caráter regional de Itaquera é consolidado como centro pola-
rizador dos investimentos públicos na região para reestruturação urbana a ser empre-
endida e amplifica os efeitos destas ações para os bairros do entorno.
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1.3 OBJETIVOS 1.4 METODOLOGIA
O objetivo é proporcionar um novo centro e um parque linear na região de Ita- Os estudos devem ser elaborados de maneira interdependente, caracterizando
quera, zona leste de São Paulo, obtendo como público alvo moradores da região em - se como ótimo o resultado de cada trabalho quando este evidenciar a utilização das
geral, promovendo e fomentando o desenvolvimento da Zona Leste por meio da atra- informações e conclusões das demais áreas técnicas apresentadas e produzidas duran-
ção de investimentos públicos e privados, com vistas à geração de renda e criação te sua confecção. O objetivo é a análise dos seguintes estudos:
de empregos, reestruturar a mobilidade, expandir a competitividade das empresas - Histórico e condições da região: Subprefeitura, Prefeitura de São Paulo, Pesquisas
instaladas na região. Além de solucionar questões ambientais com o parque linear, Bibliografia, Pesquisa de campo;
proporcionando oportunidades de espaços de vivência de permanência nas relações - Elaboração de mapas de estudos: Conexões, Viabilidade, Análise, Diagnóstico;
cotidianas. - Estudos Urbanísticos: Análise urbana do local;
A proposta será alicerçada por ações de incentivo a investidores que decidirem - Estudos de Legislação: PDE, Lei de Parcelamento, Uso e ocupação do Solo 16.402/16,
investir na região com a instalação ou aumento de suas unidades por meio de Incenti- - Estudos econômicos e pesquisas quantitativas: IBGE, Habisp, Spurbanismo, Sehab,
vos Seletivos, com a intenção fundamental de capacitação populacional para o desen- Smul;
volvimento socioeconômico, o programa consiste na implantação de equipamentos - Estudo de Capacidade de Suporte da Infraestrutura de Mobilidade: Metrô, CPTM,
públicos, além de intensificar a economia regional, transformar Itaquera em um Polo CET, SPObras;
de atrações de investimentos, especialmente os destinados à formação e capacitação - Conhecimentos técnicos arquitetônicos e urbanísticos;
profissional, aproximando no tempo e no espaço habitação, trabalho e lazer. - Plano de comunicação: Relatório Fotográfico;
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2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
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2.1 EXPANSÃO URBANA - CIDADE FRAGMENTADA Área urbanizada, segundo períodos de expansão Região Metropolitana de São Paulo
1881-2002
O crescimento desordenado no proces- dos espaços urbanos. Os novos bairros que sur-
so da urbanização e expansão da cidade foi giam com centralidades destinados as elites des-
originado de diversos fatores sociais, políticos frutaram de melhores infraestruturas urbanas
e econômicos. A política estatal junto com a e acesso a diversidade de serviços, comércios e
influência de uma organização concêntrica da espaços públicos de qualidade.
elite dirigente modelaram a forma urbana so- Enquanto isso, a população de baixa ren-
bre seus interesses e necessidades. da foi coagida a habitar loteamentos irregulares
Assim, a cidade começa a ser expandi- ou clandestinos, distantes do centro, sem infra-
da e segregada, de modo que o centro tenha estrutura, intensificando o crescimento das regi-
infraestrutura, moradia e trabalho, território ões periféricas e compondo uma geografia social
considerado privilegiado, que poucos teriam da cidade que se transcende até hoje (ROLNIK, Até 1929 1930 a 1949 1950 a 1962 1963 a 1974
oportunidade de desfrutar, enquanto a popu- 2017).
lação de baixa renda consequentemente é de- Diante dessa urbanização acelerada, começam
signada as mais diversas fragilidades urbanas a ser ditadas por grandes companhias os preços
da cidade, configurando uma urbanização territoriais, determinando ocasionalmente qual
dispersa e fragmentada. população seria beneficiada por novas infraes-
Dessa forma, além da segregação so- truturas. Formando tanto novos bairros e no-
1975 a 1985 1986 a 1992 1993 a 2002
cial, forma-se a segregação espacial inter- vas melhorias na malha urbana quanto espaços
pretada como ocupação central para os ricos abandonados e desprovidos de cidade, tal perío-
versus ocupação periférica para os pobres, do caracterizou uma política pública urbana que
iniciando a apropriação de uso e ocupação até hoje afeta a população da cidade.
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2.2 SEGREGAÇÃO ESPACIAL
Segundo Teresa Pires do Rio Caldeira parar as classes sociais, e para mudar o conceito
ções caras e, portanto, expandia-se Com as novas aberturas de avenidas em
lentamente. Porque esse sistema 1930 e o uso do transporte coletivo, possibilitan-
(2000), a cidade de São Paulo sofreu três tipos da intervenção do Estado no planejamento urba- cobria apenas uma pequena área do a compra de terrenos por mais que eram afas-
de segregação urbanística. no , foi elaborado o Plano de Avenidas. da cidade, era difícil desalojar os tados do centro se tornavam acessíveis no pre-
O primeiro tipo de segregação ocorre moradores pobres do centro da ço, mas garantindo a locomoção de casa para o
no fim do século XIX até os anos 1940, forma- [...] propunha mudar o sistema cidade onde trabalhavam. O lan- trabalho e com a oportunidade de casa própria,
da por pequenos grupos segregados por tipos çamento de um sistema de ônibus porém desprovidos de infraestruturas e sanea-
de circulação da cidade abrindo
de moradia; o segundo tipo de segregação, de- associado à progressiva abertura mento básico, o que os tornavam dependentes da
uma série de avenidas partindo
nominada centro-periferia até 1980, destinan-
de novas avenidas, possibilitou a região central , mesmo com a ineficiente rede de
do centro até os subúrbios. Ele expansão da cidade em direção a transporte coletivo no qual a população gasta ho-
do as classes média e alta nas áreas centrais exigiu uma considerável demo- periferia (CALDEIRA, 2003, p. 216- ras para se locomover (CALDEIRA,2000).
com infraestrutura, e as classes mais baixas lição e remodelação da região 217). Região consolidada com a condição de
em áreas periféricas, período em que houve central, cuja zona comercial foi cidade dormitório, sendo um assunto bastante
um alto crescimento da metrópole paulistana, reformada e aumentada, estimu- discutido pelo Governo, mas que ainda carece de
como citado anteriormente; e o terceiro tipo Com a vigência da Lei do inquilinato e o soluções e intervenções urbanísticas.
lando a especulação imobiliária.
ocorre desde 1980, onde diferentes grupos so- Plano de Avenidas, desestimulando a criação de A grande massa encontrou muitas dificul-
Consequentemente, os trabalha- habitações para locação ocasionados pelo con-
ciais ocupam a mesma região, mas, de forma dades na metrópole que surgia, “a sedução fácil
dores que não podiam pagar os gelamento do valor dos aluguéis até 1964. de uma teoria de conveniência harmoniosa e di-
individualista, com muros altos, condomínios elevados aluguéis acabaram sen- Juntamente com o baixo custo de lotes vertida é negada, entretanto, pela geografia socio-
fechados como modelo ideal de moradia e se- do expulsos do centro[...] Uma na periferia , ocasionou a autoconstrução como econômica das origens” (ROLNIK, 2001, p.45), a
gurança, negando a cidade e sua vivência so- das principais causas da concen- forma de moradia própria consolidada, com cidade que crescia absorveu a mão de obra dos
cial. tração da cidade era o transporte cultura popular até os dias de hoje, seguindo o migrantes, mas a periferia, aos olhos do poder
Observa-se que desde o primeiro tipo coletivo baseava-se no sistema tipo de segregação da cidade: centro-periferia. público se configurou no habitar dos menos favo-
de segregação , a tendência sempre foi de se de bondes, que requeria instala (GROSBAUM,2012) recidos (OLIVEIRA, 2015).
24
25
2.2 SEGREGAÇÃO ESPACIAL Número de Lançamentos Residenciais Verticais
Município de São Paulo
1992 a 2015
[...]A expansão horizontal ili- Distribuição das Favelas - Município de São Paulo
Distribuição das Favelas
Município de São Paulo
2017 2017
mitada, concepção coerente
com o modelo radiocêntrico
de sistema viário proposto
pelo plano de Prestes Maia, PERUS
FREGUESIA
JACANA
TREMEMBE
viabilizou o lançamento de
BRASILANDIA
PIRITUBA
JARAGUA
loteamentos em periferias
SANTANA
TUCURUVI
SAO MIGUEL
MOOCA
PENHA
ARICANDUVA
PINHEIROS FORMOSA ITAQUERA
VILA PRUDENTE
CIDADE
TIRADENTES
SAO MATEUS
NIK,2017,p.34)
IPIRANGA
CAMPO
LIMPO
SANTO AMARO
CIDADE
CAPELA
DO SOCORRO
Favelas
Distrito
Prefeituras Regionais
PARELHEIROS
0 5 10 15
Quilômetros
>
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27
Território e cidadania
Território e Desigualdades Sociais
Território e Desigualdades Sociais
Território e cidadania
Conjuntos Cohab Conjuntos CDHU
A Zona leste foi caracterizada com ocu- construção de novas unidades Conjuntos COHAB - 2006
2006 2006
moradia até meados de 1970, contrariando as ção mais extrema do que a nanceiros, como a Caixa Econô-
normas urbanísticas, formando a desarticula- mica Federal, outras entidades Território e cidadania
dos loteamentos irregulares governamentais e iniciativa pri-
ção viária, a insuficiência de áreas de domínio (GROUSBAUM, 2012, p.13) vada. Tem, ainda, como uma de Conjuntos CDHU - 2006
Conjuntos Cohab Conjuntos CDHU
público e a inconclusa implantação dos me- suas atribuições, a aquisição e 2006 2006
Número de unidades
Distritos
Por falta de políticas públicas Ao passar dos anos e depois alguns movi- visão de moradia para a popu-
0
De 1 a 300
De 301 a 750 Número de unidades
abrangentes para controlar e mentos sociais se manifestaram e a população lação de baixa renda (SOUZA, De 751 a 2000 habitacionais
De 2001 a 3000
atender esta demanda, os assen- começa a reivindicar seus direitos e sendo reco- 2009,S.P.). 3001 e mais 0
De 1 a 300
tamentos espontâneos se forma nhecidos perante a cidade, resultando no pla- Mesmo reconhecidos pelas leis, na De 301 a 750 Distritos
como alternativa viável à popu- nejamento de novas moradias e a construção da Constituição e no Estatuto da Cidade, o direi-
Distritos
De 751 aNúmero
2000 de unidades
Número de unidades
Fonte: Cadastro Unificado Sehab/Cohab/CDHU,
habitacionais2006. habitacionais
De 2001 a 3000
0 6 12 18
lação sem condições de viabili- COHAB, como objetivo era produzir habitações to e o acesso pleno aos serviços públicos, as 0
Quilômetro
3001 e mais 0
regiões periféricas nascidas do processo frag-
De 1 a 300
A provisão habitacional por parteDedo
301Estado tem, via de regra, reforçado o padrão de crescimento periférico e a formação de bairros
zar uma habitação pelo mercado populares a preços acessíveis. (CALDEIRA,2000;
a 750
De 1 a 300
residenciais monofuncionais. A dificuldade
De 751 a 2000 em modificar este tipo de ação esbarra na valorização do solo urbano, que dificulta a
mentado de formação da cidade, ainda são in- De 2001 a 3000 De 301 a 750
produção de moradia social. Mais recentemente, e com apoio da legislação decorrente do Estatuto da Cidade, algumas ações têm
formal. As favelas, localizadas OLIVEIRA , 2015; RODRIGUEZ,2013) visíveis, a população continua estagnada em
3001 e mais
mudado este panorama, valendo-se principalmente de instrumentos urbanísticos que garantem De 751 a 2000 de população de baixa
a presença
renda em áreas mais valorizadas pelo mercado. De 2001 a 3000
nos sítios mais precários e sem espaços urbanos, porém distantes do direito e 3001 e mais
[...] desenvolve programas A precariedade habitacional reflete distintas estratégias de sobrevivência das classes populares diante das contingências cotidianas. A
nenhum tipo de traçado prévio acesso à cidade. favela e o cortiço refletem a busca por melhores localizações do ponto de vista0 da acessibilidade e18 das relações comunitárias,
habitacionais e promove a
6 12
Fonte: Cadastro Unificado Sehab/Cohab/CDHU, 2006.
Fonte: Cadastro
importantes Unificado dos
para a sobrevivência Sehab/Cohab/CDHU,
pobres. Já os loteamentos,2006.juntamente com os conjuntos Quilômetro
habitacionais, são os principais
responsáveis pela expansão horizontal da cidade em direção às periferias. Constituem, portanto, soluções mais ligadas à propriedade
A provisão habitacional por parte do Estado tem, via de regra, reforçado o padrão de crescimento periférico e a formação de bairros
territorial, mesmo que informal, agravadas pelos altos custos sociais de mobilidade que são requeridos.
residenciais monofuncionais. A dificuldade em modificar este tipo de ação esbarra na valorização do solo urbano, que dificulta a
A provisão habitacional por parte do Estado tem, via de regra, reforçado o padrão de
produção de moradia social. Mais recentemente, e com apoio da legislação decorrente do Estatuto da Cidade, algumas ações têm
mudado este panorama, valendo-se principalmente de instrumentos urbanísticos que garantem a presença de população de baixa
Fonte: Cadastro Unificado Sehab/Cohab/CDHU, 2006.
residenciais monofuncionais. A dificuldade em modificar este tipo de ação esbarra
renda em áreas mais valorizadas pelo mercado.
56 Olhar São Paulo
produção de moradia social. Mais recentemente, e com apoio da legislação decorre
A precariedade habitacional reflete distintas estratégias de sobrevivência das classes populares diante das contingências cotidianas. A
28 favela e o cortiço refletem a busca por melhores localizações do ponto de vista da acessibilidade e das relações comunitárias,
importantesmudado estedospanorama,
para a sobrevivência A provisão
pobres. valendo-se
habitacional
Já os loteamentos, principalmente
juntamente porosparte
com conjuntos de instrumentos
dohabitacionais,
Estado tem,
são osvia de regra,
principais
responsáveis pela expansão horizontal da cidade em direção às periferias. Constituem, portanto, soluções mais ligadas à propriedade
29 oqp
urbanísticos
reforçado
renda
territorial, mesmo em áreas
que informal, mais
agravadas
residenciais
valorizadas
pelos altos
monofuncionais.
custos sociais depelo mercado.
mobilidade
A dificuldade em modificar este tipo de ação
que são requeridos.
produção de moradia social. Mais recentemente, e com apoio da legislação
Bandeirantes
Quadroespacial
Distribuição Econômico
da atividade econômica
Anhangüera
Empregos Distritosformais, segundo setores de atividade econômica
Distritos
Variação do Município
Distribuição de São
espacial Paulo
daIndústria
atividade econômica Comércio Se
Território e Desigualdades Sociais Empregos formais, segundo setores de atividade econômica
Território e Desigualdades Sociais
2004 13.064 Distritos do Município de São Paulo
Empregos formais, segundo setores de atividade econômica
Pres. Dutra 0,00
2004 Anhangüera A
Ayrton Senna Jacu-Pêssego
Distritos
-13.796
do Município de São Paulo
Anhangüera Bandeirantes Bandeirantes
Anhangüera Anhangüera
texto urbano e á condição de cidade.
Anhangüera Bandeirantes Bandeirantes Bandeirantes
13.064
Variação
Indústria
Pres. Dutra
Marginal
Trabalhadores
Pinheiros
Comércio Pres. Dutra
Marginal
Trabalhadores
Pinheiros
Serviços Pres. Dutra Trabalhadores
Pres. Dutra 0,00
Ayrton Senna Jacu-Pêssego 13.064
Número de empregos, Tietê Pres. Dutra Tietê Pres. Dutra Tietê Pres. Dutra
Marginal -13.796 Trabalhadores Trabalhadores Trabalhadores
com infraestrutura completa, Tietê
por áreas de ponderação
Número de empregos,
Marginal
Tietê
Marginal
Tietê
Marginal
Tietê
Marginal 13.796
Anchieta por áreas de ponderação MarginalMarginal Av. Brig. Faria Lima Marginal
Marginal Av. Brig. Faria Lima Marginal Marginal Av. Brig. Fa
ainda carregam a marca de um Marginal
Pinheiros
Tietê 8.253
Av.
3.641do Estado
932 13.796
PinheirosTietê
Marginal
Pres. Dutra Tietê Pinheiros
Trabalhadores
Marginal
Pres. Dutra Trabalhadores
Tietê Pinheiros
Marginal
Pres. Dutra Trabalhadores
2
Pinheiros Anchieta Pinheiros Anchieta
Pinheiros
8.253
Imigrantes
processo de ocupação ex post,
Marginal Marginal Marginal Marginal
Marginal Marginal Av. do Marginal
Pinheiros
3.641 Tietê TietêEstado Tietê Av. do Estado
Av. Prof. Abraão de Moraes 932 Pinheiros Pinheiros Pinheiros
2 Imigrantes Imigrantes
Av. Ricardo Jafet
ou seja, em que a cidade chegou
Marginal Marginal Marginal
Av. Brig. Faria Lima Pinheiros
Av. Prof. Abraão de Moraes
Pinheiros Pinheiros
Av. Prof. Abraão de Moraes
Av. Dom Pedro I Av. Brig. Faria Lima Av. Brig. Faria Lima Av. Ricardo Jafet Av. Brig. Faria Lima
Av. Ricardo Jafet
Território e Desigualdades Sociais Av. Brig. Faria Lima Av. Dom Pedro Av.
I Brig. Faria Lima
Av. Brig. Faria Lima
Av. Dom Pedro I
muito depois dos moradores e Av. Brig. Faria Lima
Anchieta
Av. Paulista Av. Brig. Faria Lima Anchieta
Av. Brig. Faria Av.
Lima do Estado Anchieta
Av. Brig. Faria Lima
Av. Paulista Av. Brig. Faria Lima
Anchieta
Av. do Estado
Av. Brig. Faria Lima
Anchieta Av. Brig. Faria Lima Av. Paulista
Anchieta
Av. do Estado Anchie
Av. do Estado
Av. Eng. Luiz Carlos Berrini
suas casas. (ROLNIK,2017, p. 67)
Av. do Estado Av. do Estado Av. do
Imigrantes Anchieta Imigrantes Anchieta Av. Eng. Luiz Carlos Berrini Anchieta
Imigrantes Av. Eng. Luiz CarlosAnchieta
Berrini
Anchieta Imigrantes
Av. Prof. Abraão de Moraes Av. do Estado Av. Prof. Abraão Av.de
do Moraes
Estado Imigrantes Anchieta Av.Av.
doProf.
Estado Anchieta
Abraão de Moraes Imigrantes Av. do Estado Imigrantes
Av. Prof. Abraão de Moraes
Av. do Estado Av. do Estado Av. do Estado
Av. Ricardo Jafet Av.Imigrantes
Ricardo Jafet Av. Prof. Abraão de Moraes Imigrantes Av. RicardoImigrantes
Jafet Av. Prof. Abraão de Moraes Imigrantes Av. Ricardo Jafet Av. Prof. Abraão de
Imigrantes Imigrantes Imigrantes
Av. Dom Pedro I Av. Prof. Abraão de Moraes Av. Ricardo Jafet Av. Prof. AbraãoAv.
deDom
Moraes Av. Ricardo Jafet Av.
Av. Prof. Abraão de de Moraes Av. Ricardo Jafet
Av. Dom Pedro I Pedro
Av. Prof.I Abraão de Moraes Av. Dom Pedro I
Portanto, a infraestrutura que Território
as torna Av. Prof. Abraão de Moraes Av. Prof. Abraão de Moraes Prof. Abraão Moraes
Av. Ricardo Jafet Av. Dom Av.
Pedro
Ricardo Av. Dom Pedro I
I Jafet Av. Ricardo Jafet Av. Ricardo Jafet Av. Dom Pedro I Av.
Av. Ricardo Jafet
Ricardo Jafet
e oportunidades econômicas Av. Paulista Av. Ricardo Jafet
Av. Paulista Av. Dom Pedro I Av. Dom Pedro I Av. Dom Pedro I Av. Dom Pedro I Av. Dom
Av. Dom Pedro
PedroI I
Av. Paulista
O mapa de variação de empregos indica forte crescimento na oferta de
Av. Dom Pedro I Av. Paulista Av. Paulista
parte da cidade, não integra plenamente e fi-
Av. Paulista Av. Paulista Av. Paulista Av. Paulista
Av. Eng. Luiz Carlos Berrini Av. Paulista
Av. Paulista
Av. Paulista
Av. Eng. Luiz Carlos Berrini Av. Eng. Luiz Carlos Berrini Av. Paulista
Variação dos empregos formais empregos no eixo sudoeste, ao longo da faixa da Marginal do Pinheiros.
Av. Paulista Av. Eng. Luiz Carlos Berrini Av. Eng. Luiz Carlos Berrini Av. Eng. Luiz Carlos Berrini Av. Eng. Luiz Carlos Ber
Av. Eng. Luiz Carlos Berrini Av. Eng. Luiz Carlos Berrini Av. Eng. Luiz Carlos Berrini
Leste foi precariamente urbanizada através da O mapa de variação de empregos indica forte crescimento
Anhangüera Bandeirantes
Observam-se
na oferta deainda pequenas variações positivas espalhadas pela cidade,
empregos no eixo sudoeste, ao longo da faixa da Marginal do Pinheiros. 15.951 20.644
principalmente na zona na leste.
ofertaJá
de os círculos em azul indicam áreas que
Distritos
Número de Empregos Número de Empregos Número de Empregos
necessidades de seus residentes , ainda hoje Outras regiões também se destacam,
Observam-se ainda pequenas
O mapa sobretudo
de variação
variaçõesnopositivas
empregos
Barra
de Funda
empregos
perderam
espalhadas
eixo sudoeste,
e Vilaindica
Mariana.
forte crescimento
empregos
pela cidade,
ao longo da formais.
faixa da Marginal A indústria é a responsável por boa parte das
do Pinheiros.
9.132
4.081
Número de Empregos Número de Empregos
10.992
5.122 Número de Empreg Númer
Variação
Número
Número de Empregos Número de Empregos
deEmpregos 1.045
Número de Empregos Número de 1.469
Empregos 63.950
para a ocupação periférica desordenada ao Fonte: Fundação Seade. Cadastro de Unidades Locais. Nota: Realizado com Philcarto - http://perso.club-internet.fr/philgeo
Quilômetros
− Rais.
0 6 12 18
Nota: Realizado com Philcarto - http://perso.club-internet.fr/philgeo. 0 6 12 18
Fonte: Fundação Seade. Cadastro de Unidades Locais.
qualidade de vida urbana que ali habitam. Nota: Realizado com Philcarto - http://perso.club-internet.fr/philgeo. Anchieta
Fonte: MinistérioNota:
Fonte: Ministério do Trabalho e Emprego.
Quilômetros
Realizado
Relação
do Trabalho
Anual
e Emprego.
0 6 com Philcarto
de Informações -Sociais
Relação Anual
12 http://perso.club-internet.fr/philgeo
de Informações Sociais − Rais. O gráfico com as principais atividades
18
Quilômetros (exclusive
0 6 12
Nota: Realizadodo
com Philcartoe -Emprego.
http://perso.club-internet.fr/philgeo − Rais. 0 6 12 18
Av. do Estado
60
Imigrantes
Olhar São Paulo Quilômetros
Fonte: Ministério Trabalho Relação
Valor Adicionado Fiscal,Anual deprincipais
segundo Informações Sociaiseconômica
ramos de atividade
Nota: Realizado com Philcarto - http://perso.club-internet.fr/philgeo os serviços financeiros), segundo o valor
Quilômetros
Av. Prof. Abraão de Moraes
Município de São Paulo Quilômetros
60 Av. Ricardo Jafet Olhar São Paulo
Nota: Realizado com Philcarto - http://perso.club-internet.fr/philgeo adicionado fiscal, ilustra bem a diversidade
Av. Dom Pedro I 2005
A desigualdade nas regiões periféricas ção da população como a zona leste, tornaram-
reflete-se também na oferta da distribuição de -se um importante aspecto a ser considerado na
equipamentos e de infraestrutura de serviços dinâmica urbana metropolitana.
públicos, espaços desiguais e baixa qualidade Constituem-se numa dimensão da orga-
de vida para parcelas da população (MARICA- nização e da alocação das atividades econômi-
TO, 2000; BURGOS, 2008; ROLNIK, 2012). cas, mediatizados pela junção dos processos de
A diversidade de elementos presentes transformação do espaço urbano, derivados da
no espaço urbano, permeiam e diferenciam sua forma de expansão, da ocupação pela popu-
os deslocamentos populacionais, formando lação, e da divisão das
um panorama atual diversificado dos movi- funções urbanas.
mentos. As profundas desigualdades econômicas
Decréscimo nos fluxos migrató- e sociais na região se expressam no espaço, na
rios de longa distância; intensi- ocupação e na distribuição do uso do solo que
ficação da migração de retorno; assumem uma forma altamente discriminató-
consolidação da migração intra- ria, segregando nas áreas mais distantes e caren-
-metropolitana ; aumento dos tes de infraestrutura as camadas mais pobres da
movimentos migratórios intra- população.
-regionais e de curta distância; Essa situação obriga a população a buscar
predomínio das migrações do recursos e atividades, deslocamentos diários de-
tipo urbano-urbano; aumento nominados movimentos pendulares em direção
dos movimentos pendulares da a área central para o lugar de trabalho, estudos,
população (Baeninger, 1998:8). consumo e passeio e devolvê-las a seus bairros
no fim do dia, sobrecarregando o transporte pú-
Os deslocamentos pendulares, caracterizados blico e congestionando as principais vias estru-
como um tipo de mobilidade populacional, turais da cidade.
mais intensos em áreas de maior concentra- Fonte: Elaborado pela autora com base no caderno da subprefeitura,2019
32
33
2.5 GENTRIFICAÇÃO: EXCLUSÃO E RESISTÊNCIA POPULAR
ABANDONO
De acordo com Fix (2001), gentrificação
consiste na valorização comercial mediante a
tal global, bem como forte repressão e por seu
poder ser maior que o da população que será
ESTIGMATIZAÇÃO
especulação imobiliária, por sua vez em ter- deslocada, acabam intervindo em expulsão e re-
DEGRADAÇÃO DE
SERVIÇOS BÁSICOS E DENUNCIA DA POBREZA E ESPECULAÇÃO TERRENO
renos ociosos ou simultaneamente com a ex- alocação para áreas periféricas e ainda mais dis- EQUIPAMENTOS INSEGURANÇA NA REGIÃO MERCADO IMOBILIÁRIO BAIXO CUSTO
pulsão da população pobre , de uma área de tantes, ou seja, uma substituição dos habitantes PÚBLICOS. ADQUIRI IMÓVEIS E
interesse da cidade. , reprimindo as minorias opositoras à gentrifi- LOTEAMENTOS NA
CIDADE.
O mercado imobiliário adquirem os cação e a precarização da vida das pessoas na ci-
terrenos por um baixo custo para a construção dade, onde não conseguem desfrutar das novas
de empreendimentos pois serão supervalori- melhorias e requalificação das áreas públicas
zados através do mercado. Esses empreendi- que serão ajustadas em todo o contexto.
mentos tem o propósito de armar novas cen- Essas intervenções abordam um discurso
tralidades concentrando parte da economia e da “requalificação” como algo prejudicial e in-
do poder local. O que seria uma restauração desejado precisando ser retirado da região, mu-
de áreas degradadas juntamente a melhorias, dando o uso social dos espaços e a criação de
acaba deteriorando e fortalecendo a segrega- uma nova imagem da cidade.(UCHÔA 2014). ENCARECIMENTO
ção socioespacial. Como podemos observar no Projeto Nova
Essas estratégias fazem parte de um Luz (2005), em uma remodelação do uso e espa- EXPULSÃO
concepção de concentração e desconcentra- ço, parte da proposta revendo a desapropriação AUMENTO DAS TARIFAS E TERRENO
EXPULSÃO DA
ção projetual de áreas de dispersão residencial, e demolição de 13 quadras urbanas, dispersan- CUSTO DE VIDA,
CONSEQUÊNCIA DO
POPULAÇÃO ORIGINÁRIA COMERCIALIZAÇÃO ALTO CUSTO
fugindo da cidade e seus congestionamentos , do a população de baixa renda e as demais par- “ENOBRECIMENTO”.
POR MEIO DE ACORDOS O BAIRRO “ENTRA NA MODA”.
uma maneira de escape para a população que tes ficariam a disposição de lançamentos imobi- OU À FORÇA.
deseja uma centralidade afastada. liários construídos pelo consórcio vencedor.
A chegada de novos empreendimentos
pelo mercado imobiliário, a presença de capi- Fonte: Elaborado pela autora,2019.
34
35
O projeto foi revogado em 2013 por
uma Ação Civil Pública movida pela Defenso-
ria Pública do Estado de São Paulo e o projeto
A requalificação faz parte de um em-
basamento de atividades de melhoramento
em uma determinada região, abrangendo
GENTRIFICAÇÃO
de lei 282/2013, alegando a falta de participa- não somente estética, mas principalmente
ção social e segmentos da sociedade civil, ig- aos cidadãos que as habitam.
REURBANIZAR
norando completamente os usos existentes, Assim é preciso mecanismos de con-
sem nenhuma diretriz e soluções de garantia trole para a administração e distribuição de
para a manutenção e empregabilidade da po- renda e classes, dos aluguéis, mercadoria, A CIDADE
pulação afetada. terrenos entre outros, de forma que sejam
condizentes o acesso de todos , para a per-
Caso os munícipios cumpris-
manência em áreas que mesmo com novos
sem seu papel constitucional
empreendimentos e avanço na infraestru-
de dar prioridade ao transpor-
te coletivo, controlar o uso do
solo seguindo as leis e os pla-
tura existente, não se sintam coagidos a se
realocar, e que não seja destinado/acessível
REQUALIFICAR
apenas para um determinado grupo/clas- OS ESPAÇOS URBANOS
nos diretores e regulamentar a
se econômica, evitando a total segregação,
atividade imobiliária visando o
seja ela social ou espacial.
interesse social, orientado pelo
Estatuto da Cidade, esse impac-
to poderia ser bem menos vio-
lento. Mas não é o que aconte-
RES-SIGNIFICAR
OS ESPAÇOS PÚBLICOS
ce. (MARICATO,2013)
38
39
jovem frágil, que terá superado essa condição ocasiona o indivíduo a ser vulneráveis a A partir disso, entende-se a relevância de enten-
somente ao alcançar sua fase adulta. transgressões. São excluídos de situações dig- der as trajetórias vividas pela população em ques-
As ações que estimulam a formação pes- nas de sobrevivência, pois dependem de uma tão e sua luta cotidiana para construir sua iden-
soal e profissional fazem parte dos interesses inserção precoce no mundo do trabalho, que tidade no âmbito do espaço urbano, onde o local
dos jovens, principalmente no campo da qua- lhes propicia salários que custam exaustivas de moradia eventualmente é mesmo determinan-
lificação profissional. Assim, a necessidade de horas de trabalho e que acarretam consequ- te nessa constituição.
uma boa formação profissional torna-se ainda ências negativas, que não priorizam o seu de-
mais iminente, ao assegurar emprego e renda senvolvimento comprometendo as condições
essas como legítimas preocupações juvenis, de uma vida digna, como o acesso e usufruto
ainda que pouco reconhecidas pelas políticas pleno dos bens proporcionados pela vida na
públicas. cidade.
Nesse contexto DAYRELL (1996) sugere
a produção de “novos espaços, novos tempos e
novas formas de sua produção e formação como
atores sociais” a partir da produção sociocultu-
ral especialmente para jovens. Investindo na Cultura, educação, comunidade, la-
importância do processo de socialização e de zer e esporte são esferas constituin-
Fonte: Elaborado pela autora com base no caderno da subprefeitura,2019 tes na elaboração e vivência dos pro-
constituição do sujeito , identificando que es-
sas práticas constroem referências na vivência Isso implica o descrédito de suas potencialidades cessos de construção de identidade
da condição juvenil, promovendo um sentido a na ocupação de postos de trabalho que oferecem poucas individual e coletiva na formação da
vida cujo contexto é desprovido do mesmo. condições de mobilidade profissional ascendente, mui- sociabilidade. Sendo assim, a neces-
No contexto da globalização, na qual as tas vezes sem garantia trabalhista e com baixa remune- sidade de compreender o uso e o sen-
condições socioeconômicas da população que ração. tido e as relações construídas entre
habitam nos territórios com precariedade so- Sabemos que o direito a cidade é o fator impor- as comunidades e seus espaços de es-
cial, evidenciada pela pobreza e poucas opor- tante no âmbito urbano e na cidadania . Porém, viver porte e lazer é parte de um processo
tunidades de emprego, transmite o sentimen nas periferias, principalmente das grandes cidades, é de reivindicação de direitos, luta por
nto da baixa autoestima para suas perspectivas conviver com vulnerabilidades variadas,equipamentos democracia participativa e constru- Fonte: Elaborado pela autora com base no caderno da subprefeitu-
profissionais e a falta de perspectiva de um fu- públicos insuficientes, poucas diversidades de trabalho, ção (IDDEHA,2012 p.133) ra,2019
turo promissor. cultura, esporte e lazer, limitadas e
40
41
A partir disso, entende-se a relevância desmistificando sua vulnerabilidade e incapaci-
de entender as trajetórias vividas pela popula- dade de se destacar perante a sociedade.
ção em questão e sua luta cotidiana para cons-
truir sua identidade no âmbito do espaço ur- (...) qualificação dos sistemas
bano, onde o local de moradia eventualmente de espaços livres é, portanto,
é mesmo determinante nessa constituição. contribuir para a educação,
saúde, transportes, habitação
(...) qualificação dos sistemas de (vida cotidiana), saneamento
espaços livres é, portanto, contri- e meio ambiente, é construir
buir para a educação, saúde, trans- uma cidade melhor, é pensar
portes, habitação (vida cotidiana), no homem enquanto cidadão e
saneamento e meio ambiente, é não apenas como consumidor
construir uma cidade melhor, é (QUEIROGA et al.,2011)
pensar no homem enquanto cida-
Sobre essa realidade excludente, define –
dão e não apenas como consumi-
se formação social ,profissional, e cultural com
dor (QUEIROGA et al.,2011) prioridade, como também a viabilização de uma
Diante dessa desestrutura educacio- forma digna para a autodeterminação.
nal, do trabalho predatório e da invisibilidade Ao mesmo tempo em que vivenciam os
, o que mais estimula esses indivíduos à va- problemas, se preocupam em transmitir uma
lorização da formação profissional, educacio- imagem de auto suficiênciwa diante da socieda-
nal e cultural é o fator evidente para a empre- de, como forma de se defenderem da opressão
gabilidade diversificada e a ascensão social, do bairro. Fonte: Elaborado pela autora com base no caderno da subprefeitura,2019
42
43
Território e Desigualdades Sociais
População
População e empregos
e empregos formais formais Transporte
Transportes coletivos Coletivo
No decorrer da expansão urbana a ide- de usuários. Decorrente de acessos viários e a
ologia de um centro urbano com infraestru- rede de transporte coletivo, formam – se espe-
tura de qualidade perdurou por muitos anos. cialidades em seu entorno , capazes de diversi-
Com o espraiamento da mancha urbana o ficar o comércio, a cultura, educação. !
surge novas pequenas centralidades, efeito da A cidade policêntrica deve ser articulada !
!
insuficiência e esgotamento da demanda po- a uma rede de conexões local e regionais, uti-
!
!
%! !
%
!
!
!
! !
!!
Distritos
!
todo de fragmentação e de hie- Sendo assim, entende-se que para a com- 81.662
73.500 Números de habitantes
rarquização de partes da cidade.
!
posição de uma nova centralidade é relevante 65.338 em 2000, por distritos Corredor de Ônibus
(BARRETOS,2010) evidenciar a sua atratividade, e o aumento do 57.176
49.014
Até 130.000
!
! Terminal de Ônibus
De 130.001 a 200.000
A cidade de São Paulo passa a experien- fluxo regional , assim planejando e garantindo a 40.852
200.001 e mais
Linha Ferroviária
32.690
ciar subcentros em um modelo policêntrico autossuficiência do cotidiano e os deslocamen- 24.528
Linha Metroviária
com a disposição de valorizar as potenciali- tos propositalmente derivados da implantação, 16.366 Aeroportos
O mapa de população e empregos foi concebido para mostrar os contrastes na distribuição espacial de ambos. Para isso, foram
sobrepostas as duas camadas, de forma a destacar, principalmente, as maiores concentrações em ambas. Desse modo, as manchas
44 escuras em vermelho e marrom correspondem às zonas de maior concentração de empregos, enquanto os tons mais carregados de
verde indicam as áreas mais populosas da cidade. A imagem ilustra, portanto, um fenômeno conhecido: a distância entre moradia e
45
emprego, que gera a necessidade de grandes deslocamentos diários para a maioria da população.
3. ÁREA DE INTERVENÇÃO
EM ITAQUERA
46
47
3.1 CONTEXTO HISTÓRICO
Fonte: Prefeitura Municipal de São Paulo, 2016. Fonte: Própria autora, 2019. Fonte: Própria autora, 2019.
50
51
3.3 CHEIOS E VAZIOS 3.4 TOPOGRAFIA
A região entre a linha férrea e o afluente Decorrente da construção da Arena Co- A região entre a linha férrea e o afluen- Decorrente da construção da Arena Co-
do Rio Verde persiste como uma grande gleba rinthians e a ampliação do Shopping Itaquera te do Rio Verde persiste como uma grande gleba rinthians e a ampliação do Shopping Itaquera
vazia, composta por uma malha viária fina e a houve uma valorização do terreno na região, vazia, composta por uma malha viária fina e a houve uma valorização do terreno na região,
permanência dos vazios (não construídos). atraindo olhares do mercado imobiliário que permanência dos vazios (não construídos). atraindo olhares do mercado imobiliário que co-
A ausência de espaços vazios no interior começou a investir gradualmente em lotes va- A ausência de espaços vazios no interior meçou a investir gradualmente em lotes vazios e
das quadras são notório, em destaque no centro zios e ociosos do bairro. das quadras são notório, em destaque no centro ociosos do bairro.
das quadras do entorno imediato da estação. das quadras do entorno imediato da estação.
Mapa Cheios e Vazios - Itaquera Mapa Topografico - Altitude Mapa Topografico - Relevo e Hidrografia
Cheio
Vazio
Perímetro
Fonte: Elaborado pela autora com base no caderno da subprefeitura,2019 Fonte: Elaborado pela autora com base de dados do Geosampa,2019. Fonte: Elaborado pela autora com base de dados topographic-map.com,2019. Fonte: Elaborado pela autora com base de dados do Geosampa,2019.
52
53
3.5 HIDROGRAFIA E ÁREAS VERDES 3.6 USO E OCUPAÇÃO
Analisando o mapa, as áreas verdes são defa- Mapa Hidrografia e verdes / Recursos naturais O mapa de Uso e Ocupação Mapa Uso e Ocupação do solo.
sadas em relação a região, e as poucas existentes pre- do Solo indica que a maior parte
conizam de manutenção, grande parte dessas áreas de Itaquera é formada por uso re-
são pequenas praças e rotatórias. sidencial, com algumas regiões de
A falta de tratamento devidamente correta das centralidades em uso misto, segui-
apps ao longo dos cursos d’ água está bem caracteri- das por comércios e equipamentos
zado no mapa, são áreas que estão com ocupações públicos e institucionais.
irregulares que deveriam ser de espaços de lazer na
Legenda:
envoltória da proteção de mananciais.
A região apresenta 40,8m²/hab. de cobertura
vegetal e 12,9m²/hab em áreas verdes públicas, assim
caracterizado por uma baixíssima presença de co-
bertura vegetal em áreas de ocupação urbana conso-
lidada e boa infraestrutura urbana. Em regiões com Legenda:
remanescentes de vegetação e sob forte pressão da
ocupação urbana desordena, altamente precária.
Os córregos da região têm suas margens quase
que totalmente ocupada por favelas ou construções
irregulares. Essa situação, além de representar riscos
para os moradores, impede que os cursos d’ água se
façam presentes na paisagem urbana, não se utiliza
o potencial paisagístico, tampouco contribui para a
conscientização sobre a importância da recuperação Fonte: Elaborado pela autora com base de dados do Geo- Fonte: Elaborado pela autora com base de dados do Geosampa,2019.
da qualidade desses recursos naturais. sampa,2019.
54
55
3.7 FAVELAS E OCUPAÇÕES EM ÁREA DE RISCO
Domicílios em favelas
Favela
Lavios
As principais vias ry Danhemberg e Avenida Mapa Intervenções Viárias - 2007 - 2014 Mapa Classificação viária
de conexão da área são Aricanduva.
a Avenida Radial Leste As conexões viárias
(Avenida Dr. Luis Aires) e sentido leste- oeste são es-
a Avenida Jacu Pêssego. A truturadas e contínuas,
avenida José Pinheiro Bor- decorrente da urbaniza-
ges (Nova Radial Leste), ção historicamente radial
Avenida Itaquera, Aveni- , enquanto a ligação nor-
da Líder, Avenida Miguel te-sul possui traçados in-
Ignacio Curi no sentido terrompidos.
leste-oeste, Avenida Har-
58
59
3.9 EQUIPAMENTOS
60
61
3.10 OPERAÇÃO URBANA RIO VERDE - JACU
A antiga lei geral de zoneamen- incremento das atividades econômicas, Conexões e perímetros de projetos Estratégicos da Operação Urbana Rio Verde Jacu.
to 13.885/2004, classificava a Operação Ur- atraindo investimentos geradores de em-
bana Consorciada Rio Verde – Jacu (Lei nº prego e renda, com incremento das ativi-
13.872/2004) como Instrumento de Intervenção dades industriais, comerciais e de servi-
Urbana Estratégica Regional, visando ao rede- ços e a implantação de Áreas de Projetos
senho da ocupação territorial da porção extre- Estratégicos.
ma leste do município, com objetivo prioritário Em 18 de Julho de 2016 a Lei nº
de definir um conjunto de diretrizes e instru- 13.872 revogou a Lei da Operação Urbana
mentos urbanísticos cuja aplicação serviria Consorciada Rio Verde Jacu nº 13.872 de
para preparar o espaço físico da região para o 12 de julho de 2004.
IMAGEM
ZC – ZONA DE CENTRALIDADE
ZEIS 1 – ZONA ESPECIAL DE ZEU – ZONA EIXO DE ESTRUTURAÇÃO
INTERESSE SOCIAL URBANA
• Destinadas à atividades típicas de • Destinada à moradia digna para a • Promove usos residenciais e não
áreas centrais ou de subcentros população de baixa renda por residenciais com densidades
regionais ou de bairros, intermédio de melhorias
demográfica e construtiva altas e a
promovendo usos não urbanísticas, recuperação
qualificação paisagística e dos
ambiental e regularização
residenciais, com densidade espaços públicos de modo
fundiária de assentamentos
construtiva e demográfica médias articulado à implantação do sistema
precários e irregulares, bem como
e a qualificação paisagística e dos de transporte público coletivo.
à provisão de novas HIS e HMP.
espaços públicos.
• CA MÁXIMO: 2. • CA MÁXIMO: 4
• CA MÁXIMO: 2.
ZEPAM – ZONA ESPECIAL DE
ZM – ZONA MISTA PROTEÇÃO AMBIENTAL ZEUP – ZONA EIXO DE ESTRUTURAÇÃO
URBANA PREVISTO
• Destinada a preservação e
• Promove usos residenciais e não proteção do patrimônio • Igual a ZEU, porém, os parâmetros
residenciais, no mesmo lote ou ambiental, remanescentes de urbanísticos somente serão ativados
edificação, com densidades Mata Atlântica e outras formações após emissão da Ordem de Serviços
construtiva e demográfica baixas de vegetação nativa e arborização das obras infraestruturas do sistema
e médias. de relevância ambiental. de transporte que o eixo define
• CA MÁXIMO 2. • CA MÁXIMO: 0,1. • CA MÁXIMO: 4
Fonte: Elaborado pela Autora com base de dados da Lei de Parcelamento, Uso e Ocupação. 2019. Fonte: Geosampa, 2019.
66
67
3.13 LEGISLAÇÃO VIGENTE
Fonte: Geosampa, 2019. Fonte: Geosampa, 2019. Fonte: Caderno de Propostas dos Planos Regionais das Subprefeituras.
68
69
3.14 LEVANTAMENTO FOTOGRÁFICO
6
3
4
1 2 3 4
5
2
1
8
5 6 7 8
Fonte: Elaborado pela autora, com base do Google Earth,2019 Fonte: Acervo da Autora,2019.
70
71
4. REFERÊNCIAS4.PROJETUAIS
O PROJETO
72
73
4.1 PARQUE NOVO SANTO AMARO V O Lote da Intervenção fica localizado em uma área dade ao conjunto habitacional e o tratamento paisagístico
densamente urbanizada, na zona sul da cidade de São Pau- das áreas livres, além de adaptar – se a topografia existen-
lo, região de mananciais da represa Guarapiranga e em te além de utilizar um sistema estrutural que favorece a
meio a uma grande favela paulista. racionalização do processo construtivo. Respeitando as
Caracteriza-se por ser uma região de fundo de vale características naturais da área e realocando parte da po-
com curso d’água central, e é densamente ocupado por pulação residente, respeitando a identidade dos moradores
construções irregulares. durante o processo projetual.
Inserida na Zeis 1 , as ruas que o circundam são A implantação de novos espaços públicos permeá-
extremamente compridas, porém muito estreitas, dificul- veis, mobiliário urbano, lazer e serviços, contribuindo com
tando a circulação de pedestres e veículos. toda a comunidade, além da valorização de áreas verdes. A
O entorno, cujo os lotes são estreitos, irregulares e relação entre a forma do prédio e das fachadas com a sua
desprotegidos, não possui espaços públicos com uso volta- funcionalidade envolvendo a circulação e disposição dos
do à população local. O conjunto habitacional deixa clara a ambientes utilizando o dimensionamento mínimo e ques-
importância do resgate da cultura local, ao recuperar usos tões ambientais.
já existentes, tem como partido a apropriação da comuni-
Fonte: Archadaily.
A área estudada, com 24 hectares, fica entre duas - Autor: Equipe Epiak
estações do Metrô e é cortada pelo rio Trapicheiros, que - Local: Tijuca , Rio de Janeiro – Brasil
é canalizado em quase toda sua extensão e aberto em - Data: 2016
apenas alguns pequenos trechos. - Tipo de projeto: Projeto urbano de revitalização
Fonte: Arcoweb.
84
Fonte: Arcoweb. 85
4.
5. O PROJETO
86
87
5.1 PROJETO 5.2 DIRETRIZES PROJETUAIS
Administração/
Administração/
Marquise
Marquise 21.435m²
21.435m² Hotel Hotel 35.000m²
35.000m² 21.600m²21.600m²
Uso mistoUso misto Garagem
+ Edifício + Edifício Garagem
7.400m² 7.400m² 7 Quadras Poliesportivas
7 Quadras Poliesportivas 4.200m² 4.200m²
Pronto Atendimento
Pronto Atendimento
Academias,Playground’s
Academias,Playground’s
Administração
Administração 3.900m²Restaurante
3.900m² Restaurante 1.800m²1.800m² Especialidades
Especialidades 48.200m²48.200m² Ama e Crechê
Ama e Crechê 5.000m² 5.000m² 4.690m²
e equipamentos4.690m²
e equipamentos
HabitacionalHabitacional
272.160m² 272.160m²
CentroCentro
de de
85 Edifícios Comércio/Serviços
Edifício Comercial I Convenções
7.608m²Convenções e 152.000m² 85 Edifícios Comércio/Serviços
Edifício Comercial I 7.608m² e 152.000m² Exames Exames 32.500m²32.500m² Uso misto HIS + Comércio
60.200m² 60.200m² Cachorródromo1.300m²
Cachorródromo 1.300m²
Uso misto HIS + Comércio
EventosEventos Total: 350.500m²
Total: 350.500m²
Ateliê,Ateliê,
FabLab,FabLab,
Comércio e Maternidade/Leitos
Incubadora, Coworking
Incubadora, Coworking e e m²
7.608 7.608m²Comércio e 22.126m²Maternidade/Leitos
22.126m² 46.800m²46.800m² Centro Comercial
Centro Comercial 3280m² 3280m² Horta Comunitária
Horta Comunitária 570m² 570m²
Serviços
Serviços
SebraeSebrae
SenacSenac 11.700m²
11.700m² Exposições 11.063m²
Exposições 11.063m² SETOR RODOVIÁRIO Escola de Escola
SETOR RODOVIÁRIO de Esportes
Esportes 700m² 700m² Pista de Skate 250m²
Pista de Skate 250m²
9.000m²
Senai 11.700m² Livraria/Café9.000m² Rodoviária 13.467m² Escola de Artes 2.980m² Pista de Aeromodelismo 500m²
Senai 11.700m² Livraria/Café Rodoviária 13.467m² Escola de Artes 2.980m² Pista de Aeromodelismo 500m²
Pesquisa e
Pesquisa e 6.000m² Auditório 6.770m² Crechê 570m²
Desenvolvimento 6.000m² Auditório 6.770m² Crechê 570m²
Desenvolvimento
Edifício Comercial IV e V 9.000m² Ama 255m²
Edifício Comercial IV e V 9.000m² Ama 255m²
Comércio e Serviços
Comércio e Serviços 20.000m²
(Térreo) 20.000m²
(Térreo)
Total 142.226 Total 259.885m² Total 13.467m² Total 388.355m²
Total 142.226 Total 259.885m² Total 13.467m² Total 388.355m²
90
TOTAL 142.887,707m² 91
TOTAL 142.887,707m²
5.4 IMPLANTAÇÃO
RODOVIÁRIA
SETOR HOTELEIRO
Ampliação I
SETOR HOSPITALAR
SETOR INSTITUCIONAL
Ampliação II
92
93
5.5 AMPLIAÇÃO I E II
94
95
5.6 CORTE URBANO
Corte A-A
Corte B-B
96
97
5.7 PERSPECTIVA AXONÔMETRICA EXPLODIDA
Rodoviária
Centro Restaurante
de
Convenções
Livraria
Café Blocos
Residenciais
Foyer
Exames Administração
Lojas e Serviço
SESC SENAC
Leitos Administração Comercial
Áreas de
Pesquisa
esporte e lazer
SERVIÇ
OS
e Desenvolvimento
Blocos
Comercial Residenciais
Comercial Blocos
Hospital
CONTEMPLAÇÃO
Residenciais
Comercial SERV
Áreas de
IÇO
SENAI S
SER
VIÇ
OS esporte e lazer
MARQUISE
Posto Policial
Áreas de
esporte e lazer
Blocos
Residenciais
Áreas de
esporte e lazer
Áreas de
esporte e lazer
Blocos
Residenciais
Parque Institucional
Linear
EQUIPAMENTO HOTELEIRO
E DE EVENTOS
BLOCOS RESIDENCIAIS
Quiosques. Cachorródromo
qualidade urbanística através propriedade. O Art. 183 trata Recuperar a qualidade ambiental Comércio Comércio Equipamento
Público
do estímulo à verticalização da concessão de uso especial dos córregos tributários
ao rio.
do uso residencial com con- para fins de moradia, instru- Uso Misto
Diretrizes da Política Habitacional conforme Plano Diretor Estratégico: 1.345 Famílias com situações de risco que se- (A) 580m²
rão realocadas para novos empreendimentos Aptos 56m² e 76m²
de Habitação de Interesse Social. 8 aptos por andar
- Priorizar a população de baixa renda e o atendimento à população 8 Pavimentos residenciais X 64 aptos = 64 famílias
residente em áreas insalubres, de risco e de preservação permanente;
b.w.
A.S.
DORM.
(B) 300m²
DORM.
COZ.
- Promover a produção de HIS por meio da constituição de um parque
Aptos 56m² e 76m²
Sala
público, do incentivo à produção privada e da ampliação de convênios
4 aptos por andar
DORM.
Sala
e parcerias;
10 pavimentos residenciais X 40aptos = 40 famílias
DORM.
COZ.
- Promover o atendimento habitacional na forma de prestação de ser-
A.S.
b.w.
A.S.
b.w.
viço social às famílias em condições de vulnerabilidade ou risco social; (C) 252m²
COZ.
DORM.
Aptos 52m²
DORM.
Sala
- Promover ações de pós - ocupação e acompanhamento social; 4 aptos por andar
Sala
13 pavimentos residenciais X 52aptos = 52 famílias
COZ.
DORM.
DORM.
A.S.
b.w.
A.S.
b.w.
PATAMAR
Considerando 4 pessoas por família.
COZ.
DORM.
b.w.
A.S.
DORM.
DORM.
Sala
DORM.
COZ.
Sala
O projeto prevê 4.036 Aptos de 52m² , 56m² e 76m².
Sala
COZ.
DORM.
Garantindo moradia a população que será realocada e
DORM.
Sala
DORM.
A.S.
b.w.
para novos moradores na região.
COZ.
DORM.
PATAMAR
A.S.
b.w.
A.S.
b.w.
b.w.
b.w.
b.w.
A.S.
A.S.
DORM.
DORM.
A.S.
DORM.
COZ.
DORM.
DORM.
DORM.
DORM.
COZ.
COZ.
COZ.
DORM.
Sala
Sala
Sala
Sala
Sala
DORM.
DORM.
DORM.
Sala
Sala
Sala
COZ.
DORM.
COZ.
COZ.
DORM.
DORM.
DORM.
COZ.
DORM.
Escala.:1:500
A.S.
b.w.
A.S.
A.S.
b.w.
b.w.
A.S.
b.w.
(A) (B) (C)
108
109
5.13 PERSPECTIVAS
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111
112
113
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6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
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119
6. 1 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Conviver em bairros periféricos no vel descentralizar e proporcionar uma nova Vale esclarecer desde já, que o estudo serão instaladas na região.
extremo leste da cidade trouxe questiona- cidade acessível a todos. embora enfatize os aspectos predominan- Com isso, espera-se para esta região
mentos importantes para serem levados em A segregação socioespacial na cidade temente locacionais, objetiva antes de mais da cidade, não só a inserção de uma grande
consideração durante minha formação e o impede a diversidade social, a possibilidade nada estabelecer um sistema lógico de ata- parcela da população no processo de forma-
real papel do arquiteto urbanista na cidade, dos encontros e do desenvolvimento inter- car os problemas de um município, com as ção profissional , mas também o estabeleci-
assim, trazendo a oportunidade de análise e pessoal. Contudo, o desenvolvimento e o pa- dimensões de São Paulo e com as diversida- mento de uma política de trabalho e geração
propostas de novas melhorias na periferia de pel formador do cidadão são essenciais, pois de regionais que apresenta, dando priorida- de renda, contribuindo para a melhoria da
São Paulo. é trabalhando cada indivíduo que atingire- de àquela região que mostrar potencial para competitividade e para a redução da desi-
A responsabilidade e as possibilidades mos toda uma sociedade. resolver os problemas identificados. gualdade social.
que são abertas fazem toda a diferença para O objetivo de transformar a realidade e o fu- A arquitetura e o urbanismo têm pa-
transformar a vida de muitas pessoas, prin- turo da população através da inclusão e aces- pel fundamental na colaboração de projetos
cipalmente daquelas desprovidas da cidade sibilidade se torna essencial para o desenvol- que instiguem espaços de melhor qualidade
como um todo, população essa que ainda so- vimento e formação de um cidadão pleno. que não excluem, mas se favoreçam as rela-
fre com o sistema capitalista neoliberal. A convivência com as diferenças so- ções sociais públicos e privados. Estimulan-
Reverter o quadro de desigualdade e ciais é essencial nesse processo, Através de do o desenvolvimento e geração também de
segregação social nas cidades, apresenta difi- um processo humanizado que estimula o empregos, através da qualificação e requali-
cultosos planejamentos, mas que com sensi- compartilhamento cultural e a construção ficação profissional e da formação do desen-
bilidade e boas análises urbanísticas é possí- coletiva de ideias. volvimento de empresas que futuramente
120
121
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
122
123
ANTICO, Cláudia. Onde morar e onde trabalhar: espaço e des- DAYRELL, Juarez. Múltiplos Olhares sobre educa- HIRAO, Silvia Eri. Ser jovem em Cidade Tiradentes: um co: desmanchando consensos. São Paulo: Vozes, 2000.
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Pau-lo, 2008. ritório de rupturas e permanências. São Paulo. Cadernos
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cial no centro é mais cara, mas benefício para a ci- São Paulo. Dissertação (Mestrado em Mudança Social e
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Município de São Paulo. 2017.
CULLEN, Gordon. Paisagem urbana. São Paulo: Martins Fontes,
2000.
124
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