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do Crescimento Vegetal
Prof. Adelson Paulo de Araújo
BIBLIOGRAFIA BÁSICA
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HUNT, R. Plant growth analysis. London: Edward Arnold, 1978. (Studies in Biology, 96). 67p.
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Arnold, 1982. 248p.
KVET, J.; ONDOK, J.P.; NECAS, J.; JARVIS, P.G. Methods of growth analysis. In: SESTÁK, Z.;
CATSKY, J.; JARVIS, P.G. (eds.). Plant photosynthetic production - manual of methods. The
Hague: W. Junk N.V. Publishers, 1971. p.343-391.
NETER, J.; WASSERMAN, W.; KUTNER, M.H. Applied linear statistical models. 3ed. Burr
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Artigos próprios
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Agropecuária Brasileira, 38: 1-10, 2003.
ARAÚJO, A.P.; ROSSIELLO, R.O.P. Aplicação da análise quantitativa do crescimento vegetal
para avaliar a absorção e a utilização de nutrientes. In: ARAÚJO, A.P.; ALVES, B.J.R. (ed.).
Tópicos em Ciência do Solo. Viçosa: Sociedade Brasileira de Ciência do Solo, 2013. v.8,
p.293-323
ARAÚJO, A.P.; ROSSIELLO, R.O.P.; SILVA, E.M.R.; ALMEIDA, D.L. Growth analysis of
tomato colonized with arbuscular mycorrhizal fungi. Revista Brasileira de Ciência do Solo,
Campinas, 20: 233-240, 1996.
ARAÚJO, A.P.; TEIXEIRA, M.G. Ontogenetic variations on absorption and utilization of
phosphorus in common bean cultivars under biological nitrogen fixation. Plant and Soil, 225:
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BREDA, F.A.F.; ALVES, G.C.; LOPEZ, B.D.O.; ARAGÃO, A.R.; ARAÚJO, A.P.; REIS, V.M.
Inoculation of diazotrophic bacteria modifies the growth rate and grain yield of maize at
different levels of nitrogen supply. Archives of Agronomy and Soil Science, 2019.
doi.org/10.1080/03650340.2019.1702164
CASTRO, C.M.; ARAÚJO, A.P.; RIBEIRO, R.L.D.; ALMEIDA, D.L. Efeito de biofertilizante no
cultivo orgânico de cultivares de beterraba na Baixada Metropolitana do Rio de Janeiro.
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FRANÇA, M.G.C.; ROSSIELLO, R.O.P.; ZONTA, E.; ARAÚJO, A.P.; RAMOS, F.T.
Desenvolvimento radicular e influxo de nitrogênio em duas cultivares de arroz. Pesquisa
Agropecuária Brasileira, 34: 1845-1853, 1999.
GERALDO, J.; ROSSIELLO, R.O.P.; ARAÚJO, A.P.; PIMENTEL, C. Diferenças em crescimento
e produção de grãos entre quatro cultivares de milheto pérola. Pesquisa Agropecuária
Brasileira, 35: 1367-1376, 2000.
GOMES, A.A.; ARAÚJO, A.P.; ROSSIELLO, R.O.P.; PIMENTEL, C. Acumulação de biomassa,
características fisiológicas e rendimento de grãos em cultivares de feijoeiro irrigado e sob
sequeiro. Pesquisa Agropecuária Brasileira, 35: 1927-1937, 2000.
LIMA, E.R.; SANTIAGO, A.S.; ARAÚJO, A.P.; TEIXEIRA, M.G. Effects of the size of sown seed
on growth and yield of common bean cultivars of different seed sizes. Brazilian Journal of
Plant Physiology, 17: 273-281, 2005.
OLIVEIRA, F.L.; ARAÚJO, A.P.; GUERRA, J.G.M. Crescimento e acumulação de nutrientes em
plantas de taro sob diferentes níveis de sombreamento artificial. Horticultura Brasileira, 29:
292-298, 2011.
PEDULA, R.O.; SCHULTZ, N.; MONTEIRO, R.C.; PEREIRA, W.; ARAÚJO, A.P.;
URQUIAGA, S.; REIS, V.M. Growth analysis of sugarcane inoculated with diazotrophic
bacteria and nitrogen fertilization. African Journal of Agricultural Research, 11: 2786-2795,
2016.
RIBEIRO, D.G.; VASCONCELLOS, M.A.S.; ARAÚJO, A.P. Contribuição do sistema radicular de
mudas micropropagadas na absorção de nitrogênio de abacaxizeiro cultivar Vitória. Revista
Brasileira de Fruticultura, 33: 1240-1250, 2011.
Artigos adicionais
BENINCASA, M.M.P. Análise de crescimento de plantas (noções básicas). Jaboticabal: FUNEP,
2003. 41p.
CHAMOVITZ, D. What a plant knows: A field guide to the senses. USA: Scientific American /
Farrar, Straus and Giroux, 2012. 228p. ISBN-10:0374288739
JIN, J.; LIU, X.; WANG, G.; MI, L.; SHEN, Z.; CHEN, X.; HERBERT, S.J. Agronomic and
physiological contributions to the yield improvement of soybean cultivars released from 1950
to 2006 in Northeast China. Field Crops Research, 115: 116-123, 2010.
MARCELIS, L.F.M. Non-destructive measurements and growth analysis of the cucumber fruit.
Journal of Horticultural Science, 67: 457-464, 1992.
MILLA, R.; REICH, P.B.; NIINEMETS, Ü.; CASTRO-DÍEZ, P. Environmental and developmental
controls on specific leaf area are little modified by leaf allometry. Functional Ecology, 22: 565-
576, 2008.
RICHARDS, R.A. Selectable traits to increase crop photosynthesis and yield of grain crops. Journal
of Experimental Botany, 51: 447-458, 2000.
SADRAS, V.O.; EGLI, D.B. Seed size variation in grain crops: Allometric relationships between
rate and duration of seed growth. Crop Science, 48: 408-416, 2008.
SHIPLEY, B.; VILE, D.; GARNIER, E.; WRIGHT, I.J.; POORTER, H. Functional linkages
between leaf traits and net photosynthetic rate: reconciling empirical and mechanistic models.
Functional Ecology, 19: 602-615, 2005.
SILVA, L.C.; BELTERÃO, N.E.; AMORIM NETO, M.S. Análise do crescimento de comunidades
vegetais. Campina Grande: Embrapa Algodão, 2000. 18p. (Circular Técnica, 34).
A DESCRIÇÃO DO CRESCIMENTO VEGETAL
O crescimento vegetal tem-se mostrado um objeto de difícil investigação científica, pois a
maioria dos métodos experimentais interfere destrutivamente com o objeto da investigação,
alterando a planta e o ambiente. As dificuldades tornam-se ainda maiores devido a diferenças
genéticas, não linearidade da resposta vegetal, interação de fatores, relação da planta com o
ambiente, correlações entre os fatores ambientais, a ontogenia vegetal e efeitos persistentes das
condições anteriores.
A análise quantitativa do crescimento vegetal consiste na avaliação de dados obtidos de
coletas seqüenciais, para descrever mudanças na produção de biomassa em função do tempo,
através do cálculo das taxas de crescimento. A análise de crescimento tem sido utilizada para
investigar a adaptação ecológica de culturas a novos ambientes, a competição entre espécies e
variedades, o efeito de manejo e tratos culturais e a identificação da capacidade produtiva de
diferentes genótipos.
Crescimento corresponde ao aumento em tamanho, massa ou volume de uma planta ou
comunidade vegetal, relacionado às mudanças quantitativas que ocorrem durante a vida de uma
planta. Desenvolvimento vegetal é resultante do crescimento e de mudanças morfológicas, as quais
ocorrem por meio de padrões sucessivos de diferenciação, associados às diferenças qualitativas que
aparecem entre células, tecidos e órgãos durante o crescimento, e de morfogênese (ou ontogenia),
que refere-se à emergência e formação de novos órgãos e seu arranjo espacial.
Uma curva de crescimento vegetal, quando expressa em termos de matéria seca existente,
geralmente apresenta um formato sigmóide, na qual é possível distinguir três fases distintas. Na fase
inicial de estabelecimento, o crescimento ocorre às expensas das reservas da semente, e o aumento
de biomassa é nulo ou pequeno, apesar de já se observar diferenciação de tecidos. Posteriormente,
as folhas recém formadas passam a contribuir com a assimilação de carbono, ocorrendo um período
contínuo de rápido crescimento, ou crescimento exponencial. Com o início da fase reprodutiva, uma
proporção crescente de assimilados é destinada à formação de frutos, e a velocidade de crescimento
diminui. Finalmente, inicia-se uma fase de senescência, onde pode ocorrer diminuição da matéria
seca total em virtude de perdas respiratórias e abscisão foliar.
A mesma curva de crescimento, quando expressa em termos de logaritmo da matéria seca,
apresenta formato diferente. Isto ocorre porque na fase inicial de crescimento, os acréscimos de
massa são de pequena magnitude absoluta, mas são de grande intensidade quando comparados à
massa preexistente. Ao final da fase de crescimento exponencial, os acréscimos de massa são de
grande magnitude, mas representam pequenos aumentos proporcionais à massa preexistente. Isto
indica que as taxas de crescimento podem ter interpretação distinta, caso se considere o aumento
absoluto ou relativo da massa vegetal.
senescência
crescimento exponencial
lnW
W
estabelecimento
Tempo Tempo
Curva sigmóide de acumulação de matéria seca (W), típica de uma planta anual, expressa em
termos de valores absolutos ou em logaritmo natural (lnW)
Duas grandezas básicas são necessárias para a análise de crescimento: a quantidade de
material vegetal presente, em geral a massa seca, e a quantidade do sistema assimilatório vegetal,
usualmente a área foliar. Estas grandezas são mensuradas em coletas efetuadas em diferentes
períodos da ontogenia vegetal. Estes valores podem ser expressos em termos de uma planta,
caracterizando o estudo de plantas individuais, ou por unidade de terreno, constituindo o estudo de
comunidades vegetais.
Há dois principais métodos empregados no cálculo das taxas de crescimento. No método
tradicional ou clássico, as taxas são calculadas entre duas coletas sucessivas, através de fórmulas
previamente deduzidas, e os valores obtidos são médias para o intervalo de tempo entre as coletas.
No método funcional, os dados originais são ajustados a uma equação por meio de regressão, e as
derivadas das equações ajustadas fornecem as taxas de crescimento, sendo obtidos valores
instantâneos das taxas.
6 0,20
0,15
TCR (g g -1 d -1)
4
TCA (g d -1)
0,10
2
0,05
0 0,00
34 41 48 55 62 69 76 83 90 34 41 48 55 62 69 76 83 90
Dias após transplante Dias após transplante
Geometria analítica
Um sistema de coordenadas ortogonais, ou cartesianas, consiste de duas retas
perpendiculares que se interceptam na origem, correspondentes aos eixos x (abscissa) e y
(ordenada).
12
10 y = 2 + 2x
8
y2 - y1
6
b
4
x2 - x1
2
a
0
0 1 2 3 4 5
Derivada
Considerando uma função f(x), o limite de f(x) quando x aproxima-se de um valor a, mas
não assume este valor, é igual a L:
lim f (x) L
x a
a a+h a
f ' (x) 6x 5
Regras de derivação
Algumas regras de derivação:
Se f(x) = c, então f '(x) = 0
d [c f(x)] = c f '(x)
Se f(x) = xn, onde n é inteiro positivo, então f '(x) = n xn-1
d [f(x) + g(x)] = f '(x) + g'(x)
d [f(x) g(x)] = f(x) g'(x) + g(x) f '(x)
f ( x ) g ( x) f ' ( x) f ( x) g ' ( x )
d
g (x ) [g(x)] 2
Outras regras particulares de derivação:
1
d (ln x )
x
1
d[ln f (x)] f ' ( x)
f ( x)
d(ex) = ex
d[ef(x)] = ef(x) f '(x)
y = 2 + 2x
10
8
dy
6
dx
4
0
0 1 2 3 4 5
O ponto de máximo ou mínimo de uma curva é fornecido pelo ponto onde a derivada
primeira iguala-se a zero. Para y = 15x - 3x2, tem-se:
dy d (15x 3x 2 )
15 6x
dx dx
ponto de máximo: 15 - 6x = 0 x = 2,5
20 16
8
10
5
0
0 1 2 3
0
0 1 2 3 -4
Integral
Seja f(x) uma função definida em um intervalo fechado [a, b], e seja P uma partição de [a,
b] em subintervalos. Uma soma R de f(x) em relação a P é qualquer expressão da forma:
n
R P f (w i )x i
i 1
y = f (x)
f (w i)
x1 xi-1 xi xn
A integral definida de f(x) no intervalo entre a e b é dada por:
b
f (x) dx Plim
0
f (w i ) x i
a i
F(x) f (x ) dx
k f (x) dx k f (x) dx
a a
b b b
b
b
f (x) dx F(x) a F(b) F(a )
a
(100x 6x
2
4
)dx 50x 2 2 x 3 C 3 [50(4) 2 2(4) 3 C] [50(3) 2 2(3) 3 C] 276
3
Desta forma, a área sob a curva y = 100x - 6x2 entre 3 e 4 equivale a 276.
O MÉTODO CLÁSSICO
Taxa de crescimento absoluto
É possível definir-se a taxa de crescimento absoluto - TCA como a variação da massa seca
por unidade de tempo, expressa em g d-1:
dW
TCA
dT
A TCA média para um intervalo de tempo T2 - T1 é fornecida por:
W2 W1
TCA
T2 T1
Taxa de crescimento relativo
Em 1919 Blackman propôs que a taxa de produção de novo material vegetal é proporcional
ao tamanho da planta, ou seja, o crescimento vegetal seguiria a “lei dos juros compostos”. Desta
forma pode-se definir a taxa de crescimento relativo como:
dW
TCR W
dT
1 dW
TCR
W dT
Sua unidade é g g-1 d-1 ou mg g-1 d-1, ou apenas d-1. Considerando um período de tempo
T2 - T1, uma solução média para esta equação é fornecida por:
T2
TCR (T2 T1 ) TCR dT
T1
T2 W2
1 dW dW
TCR (T2 T1 ) W dT dT W
T1 W1
ln W2 ln W1
TCR
T2 T1
A TCR exprime a velocidade de produção de biomassa por unidade de material vegetal
preexistente. Em geral seus valores diminuem com o desenvolvimento ontogenético, em virtude do
aumento da proporção de material estrutural em relação aos tecidos fotossintéticos.
Ao contrário da TCA, a TCR é menos influenciada pelo tamanho inicial da planta:
Tempo (d) Biomassa (g)
Planta 1 Planta 2
10 1,0 10
20 2,0 15
TCA (g d-1) 0,1 0,5
TCR (g g-1 d-1) 0,069 0,041
6 0,15
d )
4 0,10
TCA (g d )
TCR (g g
2 0,05
0 0,00
34-41
41-48
48-55
55-62
62-69
69-76
76-83
83-90
34-41
41-48
48-55
55-62
62-69
69-76
76-83
83-90
Dias após transplante Dias após transplante
A fórmula para estimativa de valores médios da TAL só pode ser integrada caso se
conheça a relação entre A e W, ou as relações entre A e T e W e T. Assumindo que a relação entre
A e W é linear, ou seja, W = a + b A, obtém-se:
W2 W1 ln A 2 ln A 1
TAL
A 2 A1 T2 T1
Para relações não lineares entre A e W, outras fórmulas para a TAL devem ser utilizadas.
A TAL expressa a taxa de produção de biomassa por unidade de aparato fotossintético, e
pode ser considerada com uma estimativa da atividade fotossintética das folhas, representando o
balanço líquido entre os ganhos fotossintéticos menos as perdas respiratórias. Mesmo admitindo
que as medições de biomassa incluem a absorção de nutrientes do solo, e que em muitos casos a
biomassa do sistema radicular não é mensurada, a TAL é aceita como uma estimativa confiável da
atividade fotossintética integrada para toda a planta ou dossel.
Apesar das estimativas da TAL em geral serem mais estáveis que da TCR, variações
ontogenéticas são observadas. A TAL, assim como a TCR, tem componentes fotossintéticos e
respiratórios, sendo que a importância dos últimos componentes aumenta com a idade da planta,
reduzindo as estimativas da TAL com a ontogenia. Além disto, com o crescimento do dossel
aumenta a competição entre plantas e o auto-sombreamento, reduzindo a fotossíntese por unidade
de área foliar.
4 0,25
0,20
3
d )
TCA (g d )
0,15
TCR (g g
2
0,10
1
0,05
0 0,00
25-35
35-45
45-55
55-65
65-75
75-85
25-35
35-45
45-55
55-65
65-75
75-85
Dias após plantio Dias após plantio
16
0
25-35
35-45
45-55
55-65
65-75
75-85
800 0 10
0
25
8 25
Área foliar (cm 2 por planta)
50
600 75 50
6
200 0
0 30 60 90 120 150 180
-2
0
-4
0 60 120 180 240 300
Dias após plantio Dias após plantio
40 0
25
50 Área foliar, taxa de assimilação líquida
30
(TAL) e área foliar específica (AFE)
AFE (cm2 g -1)
75
de plantas de taro sob diferentes níveis
20 de sombreamento artificial.
10
0
0 60 120 180 240 300
Dias após plantio
600 8
500
6
IAF (m 2 m -2)
400
)
-2
W (g m
300 4
200
2
100
0 0
14 21 28 35 42 49 56 63 70 77 14 21 28 35 42 49 56 63 70 77
Dias após plantio Dias após plantio
Massa de parte aérea (W) e índice de área foliar (IAF) de cultivo de feijão
sob sequeiro (○) e irrigação (●).
O IAF é o principal fator que determina a taxa de produção de biomassa de um cultivo sob
um dossel adensado, pois as variações entre cultivos na atividade fotossintética por unidade de área
foliar são pouco consistentes ou não significativas.
Biomassa de parte aérea, taxa de crescimento da cultura (TCC), índice de área foliar
(IAF) e taxa de assimilação líquida (TAL) de quatro cultivares de milheto pérola.
12
d -1)
9
-2
TCC (g m
6
0
0 1 2 3 4
IAF (m 2 m -2)
400
6
IAF (m m )
W (g m )
300
4
200
2
100
0 0
7 14 21 28 35 42 49 56 63 70 77 84 7 14 21 28 35 42 49 56 63 70 77 84
Dias após plantio Dias após plantio
16 10
8
12
6
d )
d )
8
4
TCC (g m
TAL (g m
4 2
0
0
14-21
21-28
28-35
35-42
42-49
49-56
56-63
63-70
70-77
14-21
21-28
28-35
35-42
42-49
49-56
56-63
63-70
70-77
-2
-4
-4
Dias após plantio Dias após plantio
Massa de parte aérea (W), índice de área foliar (IAF), taxa de crescimento da cultura
(TCC) e taxa de assimilação líquida (TAL) de cultivo de feijão.
Esta equação só pode ser integrada caso se conheça a função que expresse a variação do
IAF em função de T. Caso não se conheça esta função ou haja dificuldades em sua integração, a
DAF no intervalo de tempo T2-T1 pode ser estimada pela área de um trapézio:
( IAF1 IAF2 )(T2 T1 )
DAF
2
IAF
IAF1 IAF2
T1 T2 Tempo
4,0
3,5
3,0
2,5
2,0
100 140 180 220
DAF (d)
RAZÕES ALOMÉTRICAS
A alometria refere-se ao estudo do crescimento de uma parte do organismo em relação a
outra parte ou ao todo. A relação alométrica entre duas partes da planta pode ser expressa como:
Y = a XK
ln Y = ln a + K ln X
onde X representa o tamanho de todo o organismo, Y representa o tamanho da parte em estudo, e a e
K são constantes, sendo K usualmente denominada de constante alométrica.
Considerando Y e X como a massa de raiz e parte aérea, respectivamente, pode-se avaliar a
distribuição de biomassa entre tecidos radiculares e de parte aérea. Em um gráfico de lnX versus
lnY, o valor de K corresponde à razão entre a TCR da raiz e a TCR da parte aérea: quando K
assume valores maiores que 1 o crescimento vegetal procede em direção ao enraizamento, e valores
de K menores que 1 indicam preferência na produção de parte aérea.
3
ln Massa raiz
1
K
0
1 3 5 7
5
total
3
TCA (g d -1)
fruto
2 folha
caule
1
raiz
0
34 41 48 55 62 69 76 83 90
Dias após transplante
1 dU
I em mg m-1 d-1
L R dT
Utilização de nutrientes
A eficiência de utilização de nutrientes é geralmente definida como a quantidade de massa
seca produzida por unidade de nutriente acumulado, ou quociente de utilização - QU:
W
QU
U
Este quociente, usualmente expresso em g mg-1, equivale ao inverso da concentração do
nutriente na biomassa. Entretanto, sua interpretação é complexa devido aos vários efeitos de
concentração ou diluição de nutrientes que ocorrem nos tecidos vegetais em resposta a variações
ambientais ou ontogenéticas.
Para a descrição da variação ontogenética da utilização de nutrientes, utiliza-se a taxa de
utilização específica - TUE, que em valor instantâneo vale:
1 dW
TUE
U dT
que expressa a taxa de crescimento da massa seca por unidade de nutriente acumulado. Sua unidade
é g g-1 d-1.
O valor médio de TUE para um intervalo de tempo é fornecido por:
W2 W1 ln U 2 ln U 1
TUE
U 2 U1 T2 T1
Esta equação só é válida para uma relação linear entre U e W.
40 0,20
0,15
d )
30
-1
TAA (mg d )
-1
-1
TAR (g g
20 0,10
10 0,05
0 0,00
25- 35- 45- 55- 65- 75- 25- 35- 45- 55- 65- 75-
35 45 55 65 75 85 35 45 55 65 75 85
Dias após plantio Dias após plantio
120 8
6
d )
d )
-1
-1
80
-1
-2
TUE (g g
IN (mg m
40
2
0 0
25- 35- 45- 55- 65- 75- 25- 35- 45- 55- 65- 75-
35 45 55 65 75 85 35 45 55 65 75 85
Dias após plantio Dias após plantio
16 40
d )
TUE (g g d )
12 30
I (mg P m
8 20
4 10
0 0
34 41 48 55 62 69 76 83 90 34 41 48 55 62 69 76 83 90
Dias após transplante Dias após transplante
( Y1 Y2 )(T2 T1 )
Y dT
2
O MÉTODO FUNCIONAL
O método clássico de análise de crescimento envolve coletas suficientemente espaçadas no
tempo para identificar mudanças substantivas nas taxas, e amostragens grandes o suficiente para
demonstrar diferenças significativas. Além disto, tornam-se necessárias assunções a respeito de
complexas relações fisiológicas, como A versus W.
Uma nova abordagem para a análise de crescimento foi vislumbrada em 1963. Ajustando
os dados primários de W e A a curvas polinomiais, com o tempo como variável independente:
W = a + bT + cT2
A = a' + b'T + c'T2
é possível calcular valores instantâneos das taxas de crescimento:
dW
TCA b 2cT
dT
1 dW b 2cT
TCR
W dT a b T c T 2
1 dW b 2cT
TAL
A dT a ' b' T c' T 2
600 8
500
6
IAF (m 2 m -2)
400
-2
)
W (g m
300 4
200
2
100
0 0
14 21 28 35 42 49 56 63 70 77 14 21 28 35 42 49 56 63 70 77
20 10
15 8
6
TCC (g m -2 d -1)
TAL (g m -2 d -1)
10
4
5
2
0
0
14 21 28 35 42 49 56 63 70 77
14 21 28 35 42 49 56 63 70 77
-5 -2
-10 -4
Biomassa de parte aérea (W), índice de área foliar (IAF), taxa de crescimento da cultura (TCC) e
taxa de assimilação líquida (TAL) de cultivo de feijão sob sequeiro (○) e irrigação (●).
Curvas de crescimento
Entre as curvas de crescimento, as curvas assintóticas têm como característica que o valor
da variável dependente varia gradualmente na direção a um platô que nunca é verdadeiramente
atingido, sendo este platô conhecido como assíntota. Estes modelos são intrinsecamente não
lineares do ponto de vista estatístico, e seu ajuste utiliza técnicas iterativas (ou por tentativas), que
buscam minimizar a soma dos quadrados do erro do modelo, que exigem estimativas iniciais dos
coeficientes.
Exponenciais polinomiais
Nestas expressões, os logaritmos naturais dos dados originais variam de acordo com
polinômios, constituindo uma curva exponencial limitada parabolicamente. Sua forma geral é:
W = exp (a + bT + cT2 + dT3 + ...)
Sua linearização é simples:
ln W = a + bT + cT2 + dT3 + ...
Portanto, os logaritmos naturais dos dados originais podem ser ajustados a polinômios,
através de regressão linear múltipla pelo método dos mínimos quadrados. Estes modelos dão
lineares no sentido estatístico, permitindo estimativas precisas dos coeficientes da equação.
Para se estimar a TCA, deve-se obter a derivada do modelo ajustado aos dados de W:
dW
TCA
dT
Para uma exponencial polinomial de 2o grau, a dedução é:
regra de derivação: d[ef(x)] = ef(x) f '(x)
ou d[exp(f(x))] = exp(f(x)) . f '(x)
W = exp (a + bT + cT2)
TCA = dW = exp (a + b T + c T2) . (b + 2 c T)
dT
Para uma exponencial polinomial de 2o grau, a TCA e a TCR são obtidas por:
TCA = (b + 2 c T) . exp (a + b T + c T2)
TCR = b + 2 c T
Para uma exponencial polinomial de 3o grau:
TCR = b + 2 c T + 3 d T2
Logística
a
W
1 b e c T
Neste caso, a é o limite superior, b está relacionado com o tamanho inicial do sistema, e c é a taxa
de crescimento do sistema. Esta curva é simétrica em torno do ponto de inflexão W = a/2, e
assintótica em W = 0 e W = a.
A TCA e TCR são fornecidas por:
a b c e c T
TCA
(1 b e c T ) 2
b c e c T
TCR
1 b e c T
Gompertz
c T
W a e b e
Os coeficientes a, b e c têm o mesmo significado daqueles definidos para a Logística. Esta
função é assintótica em W = 0 e W = a, e assimétrica com ponto de inflexão em W = a/e.
A TCA e a TCR são obtidas por:
c T
TCA a b c e c T e be
TCR = b c e -c T
Com o logaritmo natural da equação original, temos:
ln W = ln a - b e -c T
Massa Taxa de crescimento Taxa de crescimento
absoluto relativo
2o
g
r
a
u
3o
g
r
a
u
G
o
m
p
e
r
t
z
L
o
g
í
s
t
i
c
a
-1
)
Total P content (mg plant -1)
6 0.9
Standard deviation
Standard deviation
200 50 4 0.6
100 25 2 0.3
040 00
0.4 500 00.3
0.0
3 0.3
Log e leaf P conc. x 10
Log e P content : 10
Standard deviation
Standard deviation
2 0.2 0.2
3
1 0.1
0 0 2 0.1
27 34 41 48 55 62 69 76 83 90 97 27 34 41 48 55 62 69 76 83 90 97
Days after transplant Days after transplant